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Com a finalidade de esclarecer as fases do processo de planejamento do Orçamento Público no Brasil, vamos detalhar os aspectos gerenciais dos quais está envolvido o gestor, a execução e o controle do orçamento, assim como se dá a estrutura e a formação de todo o ciclo orçamentário. 10 A Constituição Federal de 1988 estimula e reforça a participação cidadã na tomada de decisões administrativas, em áreas como saúde, assistência social, crianças e adolescentes etc., implicando uma pluralidade de experiências participativas e emancipatórias na formulação de políticas públicas que passam por audiências públicas, conselhos, comitês e outras práticas. No Brasil, a Lei do Plano Plurianual, a Lei das Diretrizes Orçamentárias e a Lei do Orçamento Anual são de iniciativa do Poder Executivo, pois ele é o poder competente que está diretamente envolvido com a arrecadação e execução de todo o orçamento. A partir de então, inicia-se o chamado ciclo orçamentário, que após discussão com a comunidade e setores representativos, votação e aprovação pelo Poder Legislativo é sancionado pelo Chefe do Poder Executivo e depois executado. Podemos conceituar orçamento na esfera governamental como o instrumento de que dispõe o Poder Público para expressar, em determinado período de tempo, seu programa de atuação, discriminando a origem dos recursos e as despesas a serem efetuadas. Isso reflete a materialização da ação planejada do Estado na manutenção de suas atividades e na execução de seus projetos, objetivando assegurar o cumprimento dos fins a que se propõem, atendendo, assim, diversos interesses. Agora, vamos exemplificar as funções do planejamento na atividade empresarial e na administração pública para estabelecer sua relação direta. No orçamento público, quando se fala de: Planejamento estratégico, está se falando da elaboração do Plano Plurianual, que define as ações da gestão pública, políticas de governo, para os próximos quatro anos. Planejamento tático, que tem duração de um ano, na gestão pública é classificado pela Lei de Diretrizes Orçamentárias, que visa estabelecer as diretrizes para a elaboração do orçamento anual. Planejamento operacional é classificado pela Lei Orçamentária Anual, uma vez que ela vai tratar das ações de execução do orçamento e não tem duração superior a um exercício fiscal. 11 TEMA 3 – EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA: RECEITA × DESPESA NO SETOR EMPRESARIAL E NO SETOR PÚBLICO Para começar, precisamos entender o que é receita e despesa. Receita: é tudo aquilo que você recebe, a título de pagamento pela venda de um produto ou prestação de um serviço, ou seja, as entradas. Despesa: é tudo o que você gasta para pagar a produção de um bem ou serviço, ou seja, são as saídas. Sabendo isso, a conta é simples de fazer: Receita = Despesa = Resultado nulo Receita > Despesa = Superávit (Lucro) Receita < Despesa = Déficit (Prejuízo) 3.1 Sistema orçamentário do setor empresarial O sistema orçamentário de uma empresa pode ser entendido como o conjunto de vários orçamentos parciais interligados, o qual, segundo Moreira (2002), utiliza técnicas e procedimentos contábeis aplicados antecipadamente aos fatos decorrentes de planos e políticas projetadas. Assim, ao final do processo orçamentário, obtêm-se os demonstrativos financeiros preparados com base nas expectativas registradas no orçamento. O orçamento, por ser um plano projetado para o futuro, é realizado em ano anterior com base nos planos desenvolvidos detalhadamente por cada unidade. Esse processo se inicia com a composição do orçamento de vendas que inclui as expectativas das quantidades vendidas e dos preços, seguido pelo orçamento de produção incluindo custos com materiais diretos, colaboradores diretos e custos indiretos e pelo orçamento de despesas com vendas, com a administração do negócio e os financiamentos necessários para as operações. O resultado dessa composição, adicionado ao orçamento de capital, permite definir o orçamento de caixa. Com isso, é possível projetar o resultado anual com base na emissão dos seguintes relatórios financeiros: Demonstração do Resultado do Exercício DRE. 12 Balanço Patrimonial BP. Demonstração do Fluxo de Caixa DFC. Para o desenvolvimento da fase operacional do orçamento, é preciso que as decisões sejam transformadas em consequências monetárias, por exemplo, que o plano de vendas especifique por produto a pretensão da quantidade a ser vendida, o preço unitário a ser praticado, bem como seu período no mercado. A definição do preço de venda de um produto não deve levar em consideração apenas os custos de produção, mas também o valor econômico percebido pelo cliente e os aspectos mercadológicos como a demanda do produto. Você sabia que o controle orçamentário é o controle da gestão? Um controle eficiente deverá ser composto por um sistema de acompanhamento e monitoramento do desempenho, o qual necessitará ser comparado constantemente com o planejamento, gerando relatórios que permitem ao gestor a análise e a implementação de ações corretivas. A operacionalização do controle orçamentário ocorre pelo confronto entre o previsto e o realizado. As variações, dentro de algum critério de relevância, devem ser identificadas, analisadas e ajustadas. 3.2 Sistema orçamentário do setor público De uma maneira resumida, orçamento público é o documento do Poder Executivo, aprovado pelo Poder Legislativo, que estima receitas e despesas para o período de um ano para todos os seus órgãos, discriminando o programa de trabalho autorizado a ser realizado, elaborado segundo os princípios da unidade, universalidade e anualidade. Do ponto de vista político, corresponde ao contrato formulado anualmente entre governo, administração e sociedade sobre as ações a serem implementadas pelo Poder Público. A participação direta do cidadão no exercício do Poder Executivo extrapola e alcança a sua efetiva atuação na proposição, colaboração e implementação das políticas públicas. É o que se busca construir por meio de um eixo de diálogo entre a Sociedade e o Estado. 13 É nesse momento que será posta à prova a capacidade do gestor público de planejar suas metas e alcançar seus objetivos, que servirão de indicadores para a continuidade do projeto e de futuros planos. É nesse instante que entra a figura do controle que vai mostrar se o orçamento foi bem elaborado e se foi aplicado de acordo com o que foi planejado, alcançando assim, a finalidade para a qual foi proposta. Contudo, o orçamento não pode ser comparado a uma peça estática. Ele precisa estar em constante adequação à realidade com vistas a atender às necessidades atuais e futuras. Precisa ser revisto sempre para que sejam atendidas as mudanças e correções necessárias do seu planejamento para melhorar a gestão por parte daquele que vai colocá-lo em execução. É no processo de controle do orçamento público que o gestor vai ter a capacidade de avaliar como as metas estão sendo alcançadas, porém, para isso, precisamos ter claros os indicadores definidos na fase do planejamento. Daí a importância de um planejamento claro em seus objetivos, que venha possibilitar um controle mais efetivo. A Lei n.º 4.320, de 1964, em seu art. 75, dispõe sobre precaução com o equilíbrio das contas públicas. Dessa forma, os dispositivos inerentes a esse equilíbrio, incluídos na Lei de Responsabilidade Fiscal, não são novidade para o Controle Interno e a Administração Pública. A preocupação com o gasto público adquiriu maior relevância após a promulgação da Lei Complementar n.º 101/2000, que dedica um capítulo inteiro ao controle, à fiscalização e à transparência. A Lei de Responsabilidade Fiscal é um elemento orientador, constituindo- se uma ferramenta gerencial a serviço da Administração Pública. Os avanços