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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Cintya Coutinho – RA: 1831229 Eduardo Rosa da Silva - RA: 1835999 Gustavo Bernardo Vieira – RA: 1834203 Gustavo Freire de Santiago – RA: 1836058 Pedro Roberto Pereira – RA: 1827028 Renato Luiz Modesto – RA: 1831004 Rogério Suzarte de Lima - RA: 1829443 OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS UTILIZANDO PILARES DA INDÚSTRIA 4.0 SOB O TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE: “OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS DE MINERAÇÃO NA PRODUÇÃO DE AGREGADOS” MAUÁ - SP 2021 UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS UTILIZANDO PILARES DA INDÚSTRIA 4.0 SOB O TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE: “OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS DE MINERAÇÃO NA PRODUÇÃO DE AGREGADOS” Disponível em: XXXXXXXXXXXXXXXXXXX Relatório Técnico – Científico Parcial apresentado na disciplina de Projeto Integrador para o curso de Engenharia de Produção da Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP). Mauá – SP 2021 Grupo Mauá 1-5N33 SUMÁRIO 1.0 INTRODUÇÃO 4 2.0 DESENVOLVIMENTO 5 2.1 Problema e Objetivos 5 2.1.1 Objetivo Geral 6 2.1.2 Objetivos Específicos 6 2.2 Justificativa 7 2.3 Fundamentação Teórica 8 2.4 Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador 14 2.5 Metodologia 15 2.5.1 Processo decisório 16 3.0 RESULTADOS 16 3.1 Solução Inicial 16 3.2 Solução Final 16 Grupo Mauá 1-5N34 1.0 INTRODUÇÃO O extrativismo mineral é uma das atividades mais antigas da humanidade sendo anteriores às civilizações e à agricultura e está relacionada a toda atividade que tem por finalidade extrair recursos minerais do solo, seja petróleo, ferrosos, não-ferrosos, metais nobres, pedras preciosas, inclusive a atividade de exploração de águas de fontes minerais é considerada atividade mineradora. Tais atividades são controladas pela Agência Nacional de Mineração, órgão da União, de acordo com o decreto Nº 9.406, de 12 de junho de 2018. Mesmo que não percebamos, os produtos resultantes das atividades mineradoras estão ao nosso redor e em quase todos os materiais e utensílios que utilizamos e, portanto, causam impactos significativos ao meio-ambiente. A atividade mineradora é realizada em minas, que podem ser a céu aberto ou subterrâneas e subaquáticas. Os impactos causados seguem todo o ciclo de vida do produto, desde os danos causados no momento da extração até o seu descarte. Figura 1 - Mina de Ferro a céu aberto Foto: Infoescola Outro problema recorrente na indústria da mineração está relacionado aos acidentes, que na maior parte dos casos, toma proporções catastróficas cujos danos podem ser permanentes. Recentemente, no Brasil, tivemos dois casos de rompimentos de barragem de rejeitos da extração de minério de ferro, em Mariana e Brumadinho, ambas em Minas Gerais, que trouxeram perdas irreparáveis. Grupo Mauá 1-5N35 A indústria da construção civil no Brasil é grande consumidora de produtos provenientes de mineradoras, alguns destes produtos são a cal (CaO), os componentes do cimento, areia e pedra (agregados), entre outros. Um dos elementos mais importantes da construção civil, pois está diretamente relacionado à qualidade das estruturas e segurança das edificações, é o concreto e a produção do concreto envolve a utilização de agregados de qualidade e com rígido controle de produção que atenda à norma 7211:2009, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 2.0 DESENVOLVIMENTO 2.1 Problema e Objetivos A produção de agregados para o atendimento à demanda da construção civil é realizada por empresas de mineração especializadas, comumente chamadas de pedreiras. Existem inúmeras pedreiras espalhadas pelo país com capacidade para atender à demanda de agregados para a construção civil de modo geral, dentro de requisitos mínimos de qualidade quanto à distribuição granulométrica do material de acordo com a classificação da ABNT. De acordo com a norma 7211:2009 o agregado para concreto deve ser “composto por grãos de minerais duros, compactos, duráveis, estáveis, limpos e que não interfiram no endurecimento e hidratação do cimento e também na proteção contra corrosão da armadura”. Desta forma, o agregado para concreto deve possuir características específicas que requerem maior controle da qualidade na produção, manuseio e estocagem e, assim, em razão de uma cultura empresarial ainda presente nesta área de negócios, poucas pedreiras estão aptas a fornecerem agregados com a qualidade exigida para a produção do concreto, pois demandam investimentos em sistemas automatizados de produção e controle da qualidade a fim de garantir que o agregado produzido esteja dentro dos padrões exigidos. Os equipamentos responsáveis pela produção de agregados, os britadores, contam com alta tecnologia de programação e controle, porém um sistema de Controle Lógico Programável (CLP) não é capaz de promover em tempo real as alterações nas máquinas para que a produção mantenha em todo o processo o mesmo padrão de qualidade, pois a matéria prima, rochas, sofrem variações de densidade e dureza dentro de uma mesma mina. Sendo assim, existe grande perda de material britado que por não atender aos padrões de qualidade exigidos são comercializados como material de menor valor agregado, gerando menos rendimentos e, consequentemente, menos recursos para investimentos em melhorias. Grupo Mauá 1-5N36 Figura 2 - Planta de Britagem e Usina de Concreto Foto: UTC/Constran – UHE São Manoel Tais investimentos visam não apenas a qualidade do produto final, mas de todo o processo produtivo, que envolve ainda, a segurança da instalação e do entorno e as condições laborais seguras e ergonômicas dos trabalhadores. Diante da escassez de matéria-prima de qualidade, grandes empreiteiras e fornecedoras de concreto passam a adquirir e operar suas próprias pedreiras, gerando assim, maior perda de lucratividade para as pedreiras já constituídas. Dito isto, o problema apresentado com relação à falta de qualidade do material que gera um produto de baixo valor pode ser solucionado com a implementação de processos padronizados e automatizados através de um sistema de CLP com um programa específico para esta atividade. 2.1.1 Objetivo Geral A fim de buscar a solução para o problema apresentado objetivamos apresentar através de um estudo de caso a utilização de ferramentas de padronização de métodos e processos através de sistemas supervisórios e programas computacionais específicos para garantir a uniformidade da produção relacionada à produtividade e qualidade do produto, com segurança e proteção aos operadores, dentro de um processo de investimento exequível. 2.1.2 Objetivos Específicos Apresentar a solução para a redução de custos de produção aliado ao aumento da produtividade, qualidade e segurança da operação com a utilização Grupo Mauá 1-5N37 do sistema Q-Production da empresa Ma-Estro. A escolha do sistema partiu da necessidade de se concentrar toda a operação em um único sistema, especializado e com resultados conhecidos através dos estudos de caso apresentados. Essa escolha reduz significativamente o custo envolvido na instalação, programação, criação de telas e interfaces de trabalho, entre outras vantagens. Figura 3 - Sistema Ma-estro Foto: Página na Internet da empresa Ma-estro (http://www.ma-estro.com/ma-estro/pt-br/) 2.2 Justificativa Conforme citado anteriormente o mercado de agregados no Brasil, apesar da alta produção e da alta demanda, apresenta problemas relacionados à qualidade do produto final, acidentes, problemas de manejo ambiental, entre outros. Tais problemas são resultado da falta de investimento em tecnologias e profissionais capazesde extrair produtos de melhor qualidade, com maior produtividade e segurança. Em 2013 o Brasil atingiu seu maior nível histórico na produção de agregados com 745 milhões de toneladas e, a partir de então, entrou em declínio juntamente com a indústria de construção civil. Apesar de sua importância para Grupo Mauá 1-5N38 o desenvolvimento, a indústria de agregados enfrenta, ainda em 2021, problemas de baixos investimentos em qualidade e sustentabilidade. Segundo Fernando Mendes Valverde, Presidente Executivo da Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção (ANEPAC), em entrevista concedida com exclusividade à Revista Agregados Online, chama a atenção para o fato de uma mentalidade ainda predominante no Brasil, de que a oferta de agregados é abundante e não requer maiores preocupações, entretanto ele salienta que “no Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, o problema já era grave na década de 1970 e muito pouco foi feito para saná-lo. [ ]Em suma, a sustentabilidade passa obrigatoriamente pelo planejamento das operações”. Da mesma forma que a sustentabilidade é uma questão que recebe pouca atenção e, consequentemente, poucos investimentos. A qualidade do produto final, que passa pela questão da sustentabilidade e chega até a produtividade, também ainda não é alvo de investimentos consistentes, por exemplo nos EUA, o índice de produtividade, em dados de 2009, variava de 1.500 a 2.000 m³/homem/mês, enquanto no Brasil, a média ficava em torno de 250 m³/homem/mês no caso da areia (QUARESMA, 2009, apud FERREIRA e FONSECA JR., 2013). Os números relativos à produtividade demonstram com clareza que a escassez de investimentos em maquinário, equipamentos, qualificação e treinamento e sistemas de planejamento e monitoramento da produção é a principal causa de perda de receita, desperdícios e impactos socioambientais negativos. 2.3 Fundamentação Teórica Conforme citado anteriormente o mercado de agregados no Brasil, apesar da produção e da demanda crescentes, a indústria de agregados no Brasil ainda enfrenta problemas relacionados à produtividade, qualidade e segurança das operações. Agregados são obtidos de forma natural, através da extração, como areia de rio, ou artificialmente a partir da quebra e do beneficiamento de rochas em unidades mineradoras comumente denominadas pedreiras. A classificação dos agregados é dada a partir da granulometria, isto é, do tamanho do grão, e segue as diretrizes internacionais e, no Brasil, descritas na norma ABNT 7211:2009. Os agregados também são classificados quanto à origem, natural ou artificial, e à massa específica. Grupo Mauá 1-5N39 Quanto à granulometria, ou dimensões, os agregados são classificados de acordo com a ABNT (NBR 7211) em: ● Miúdos: dimensão máxima característica igual ou inferior a 4,8 mm. ● Graúdos: dimensão máxima característica superior a 4,8 mm. E, dentro destes dois grupos, são classificados e denominados conforme a figura a seguir: Figura 4 - Classificação granulométrica Fonte: NBR (7211:2009) As figuras 5 e 6, a seguir, apresentam as tolerâncias admitidas com relação à granulometria para a produção e comercialização de agregados. Isto significa que a qualidade da produção impacta diretamente no valor comercial do produto final, isto é, produtos fora da margem de aceitação não podem ser comercializados como agregados classificados e, assim, perdem valor, gerando menos receita e perdas consideráveis. É importante salientar que as rochas são retiradas da natureza através de uma prática denominada desmonte de rochas e a perda de produto não significa apenas perda de receitas financeiras, mas principalmente, perda de recursos naturais. Grupo Mauá 1-5N310 Figura 5 - Limites granulométricos do agregado miúdo Fonte: NBR (7211:2009) Figura 6 - Limites granulométricos do agregado graúdo Fonte: NBR (7211:2009) Além da granulometria, a forma e rugosidade da partícula impactam na qualidade do concreto. Tais características resultam da qualidade da produção. Denominadas plantas de britagem, a indústria de agregados é formada por uma sequência de equipamentos e processos que retiram a rocha da Grupo Mauá 1-5N311 natureza e entregam o produto final classificado. Uma pedreira padrão é composta do seguinte fluxograma de processos: Mina: local de desmonte de rochas e extração do bloco e quebra por martelos pneumáticos em matacões; Transporte: caminhões fora de estrada transportam os matacões até a pedreira; Britagem primária: britadores primários geram pedra de mão (ou rachão) e pedregulhos (ou bica corrida). O peneiramento primário faz a classificação e separação do material; Britagem secundária: britadores secundários transformam o material recebido da britagem primária em brita 1 a brita 4. O peneiramento secundário faz a classificação e separação do material; Britagem terciária: britadores terciários reduzem o material em areia, pó de pedra e pedrisco. A classificação final através das peneiras distribui o material classificado em pilhas para comercialização. O material retido na primeira tela da peneira é devolvido ao processo para ser rebritado e classificado. Figura 7 - Planta de britagem típica Fonte: Sandvik Mining & Construction (Planta UTC-Constran) Apesar de os britadores possuírem hoje alta tecnologia e capacidade de produção de agregados de qualidade, os processos integrados da planta ainda são realizados de forma manual, isto é, os britadores são programados em painéis locais que controlam a abertura da câmara de britagem. Os Grupo Mauá 1-5N312 transportadores de correias e peneiras trabalham em regime contínuo sem qualquer tipo de sistema automatizado. Desta forma não existe um sistema de controle que garanta a maximização da operação, seja em qualidade, seja na garantia dos limites normalizados de granulometria ou mesmo no controle do consumo energético da planta. Outro ponto importante está relacionado à ergonomia, saúde e segurança do trabalho, pois o operador atua diretamente na área de instalação do equipamento e realiza as operações através de botoeiras de comando, ficando, assim, exposto a intempéries, riscos físicos e químicos. Desta forma, se torna necessária a utilização de ferramentas capazes de atender a todas as demandas da produção que são: ● Segurança; ● Ergonomia; ● Controle da qualidade; ● Controle da produção; ● Aumento da produtividade; ● Acompanhamento em tempo real da operação. A solução para este problema pode ser encontrada na indústria 4.0, ou 4ª revolução industrial. Mas o que isso significa? De acordo com a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI, acessado em 18/05/2020) “podemos dizer que a quarta revolução industrial é a Internet das Coisas aplicada à manufatura. Os sistemas físicos se comunicam e cooperam uns com os outros e trazem novas possibilidades, como o trabalho remoto”. Em Desafios para a Indústria 4.0 a CNI a define como resultado da incorporação da digitalização à atividade industrial, “caracterizada pela integração e controle da produção a partir de sensores e equipamentos conectados em rede e da fusão do mundo real com o virtual, criando os chamados sistemas ciberfísicos e viabilizando o emprego da inteligência artificial” (CNI, p.11). A digitalização dos processos do cotidiano, seja da produção industrial, da escrita de um texto ou de um aplicativo de transporte já é uma realidade e está associada às tecnologias de informação e comunicação (TICs). A internet se apresenta como o ponto de interligação entre essas tecnologias permitindo a comunicação entre um número ilimitado de dispositivos. A esta utilização da Grupo Mauá 1-5N313 internet se convencionou denominar internet das coisas ou IoT na sigla em inglês (Internetof Things). A conexão de sistemas e aplicativos através da IoT permite o tráfego de informações que possibilita a automatização de processos, o acompanhamento remoto, a comunicação, entre uma infindável gama de aplicações. A digitalização promove avanços nas mais diversas áreas como mostra a figura abaixo: Figura 8 - Principais áreas de avanço com a digitalização Fonte: CNI A coleta e o tratamento de dados, Big Data, permitem que um centro de operações controlado por inteligência artificial exerça toda a operação de diversas plantas simultaneamente, avaliando e ajustando parâmetros. Os dados armazenados na nuvem, isto é, em um provedor online em tempo integral, podem ser acessados por qualquer usuário com permissão através de um smartphone, que pode também emitir alarmes de falhas, dentre muitas outras funções. Figura 9 - Tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0 Grupo Mauá 1-5N314 Fonte: CNI A utilização de um sistema de internet via satélite, que hoje é um serviço oferecido por diversas empresas e que consiste na instalação de uma antena receptora e de um modem, permite que plantas localizadas em áreas não atendidas pela internet de banda larga convencional sejam monitoradas remotamente. A comunicação da planta se dá através de protocolos de comunicação ethernet disponíveis em um CLP (controlador lógico programável) e, neste estudo de caso, de um CLP específico, o software Ma-Estro. O software, uma vez instalado e parametrizado conforme as necessidades da operação, passa a controlar automaticamente a produção e permite enviar os dados operacionais para uma central remota onde os dados são avaliados. O sistema permite também que os operadores alterem remotamente os parâmetros a fim de se otimizar o processo. Sinais de mau funcionamento ou falhas podem ser recebidos para essa central que, em posse das leituras dos dados dos equipamentos, envia um técnico para o local já com o pré-diagnóstico e com o material necessário para a realização dos reparos. A automação industrial e a internet das coisas advindas do conceito de indústria 4.0, nos traz a possibilidade de operar o sistema com menor custo e otimização de recursos, obtendo um produto final com maior qualidade e, portanto, maior valor de mercado. A segurança e a saúde também são priorizadas, pois os operadores são deslocados das áreas produtivas para uma sala de controle climatizada onde não estarão expostos a riscos de acidentes e ambientais e em condições de ergonomia adequadas. 2.4 Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador A elaboração deste trabalho contou com os conhecimentos adquiridos nas disciplinas deste semestre da seguinte forma: Grupo Mauá 1-5N315 a) PCP - Programação e Controle da Produção: Compreensão da necessidade de um sistema de programação e controle da produção a fim de se atingirem os objetivos de qualidade, produtividade e sustentabilidade; b) Gestão da Qualidade: A gestão da qualidade é essencial para garantir o valor agregado ao produto final obtido através do PCP. c) Organização do Trabalho: Assim como a gestão da qualidade, a organização do trabalho está diretamente ligada ao PCP, pois garante a melhor utilização dos recursos humanos e materiais na cadeia produtiva; d) Ergonomia: A automação dos processos, não garante apenas a melhoria na produção, mas também na ergonomia, pois desloca o operador da área de produção para a sala de operações da planta, garantindo segurança e conforto na operação. e) Modelagem e Simulação: O primeiro passo para a implementação de um sistema de PLC é a modelagem do processo e a simulação em ambiente virtual até se atingirem os objetivos desejados e, então, passar para a etapa de programação e instalação física do sistema na planta. Através da simulação é possível detectar antecipadamente as possíveis falhas, gargalos na produção, pontos de conflito, entre outros parâmetros essenciais para a implantação com sucesso do sistema de controle computadorizado. 2.5 Metodologia A metodologia utilizada foi o estudo de caso a fim de se demonstrar com um exemplo real os resultados alcançados por uma indústria mineradora produtora de agregados para a produção de concreto com a utilização de um sistema computadorizado de controle das operações através da implantação de um software específico para esta finalidade. O estudo de caso partiu de uma condição existente no mercado brasileiro de deficiência no controle de qualidade dos agregados e buscou, através de pesquisa na literatura especializada, alternativas existentes e exequíveis dentro da realidade brasileira para a solução do problema da falta de qualidade e do controle e melhoria de outros aspectos na produção mineradora, incluindo fatores como segurança e bem-estar dos operadores. Através da análise das opções possíveis, foi tomada a decisão pela aplicação do sistema Q-Production da Ma-Estro. Tal decisão se apoiou no fato de o sistema ser um controlador lógico programável (CLP) específico para plantas de britagem para produção de Grupo Mauá 1-5N316 agregados e, desta forma, um sistema já programado de acordo com as características e particularidades deste tipo de operação o que elimina a elaboração de processos como desenvolvimento de fluxogramas de processos, diagramas unifilares, lógicas de programação, programação de telas de supervisório, entre outras ações típicas do desenvolvimento de um sistema supervisório a partir do início, ou seja, com esta aplicação o sistema supervisório já está desenvolvido bastando apenas inserir os dados específicos da planta em operação. 2.5.1 Processo decisório Nas reuniões iniciais foi realizado o processo de brainstorm pelos integrantes do grupo a fim de se levantarem as possíveis ideias para a realização do projeto. Após a apresentação das alternativas apresentadas pelos integrantes do grupo foi realizada uma reunião de definição do tema e do foco, assim como dos objetivos. O tema foi escolhido levando em consideração a aplicação das disciplinas envolvidas e o tema chave do projeto integrador: otimização de processos utilizando pilares da indústria 4.0 sob o tripé da sustentabilidade. Desta forma, o tema foi escolhido por abordar as melhorias na produção em produtividade, qualidade, segurança, ergonomia e sustentabilidade através da utilização dos conceitos da indústria 4.0. A partir da escolha do tema houve o contato com o profissional que atua nesta área a fim de serem colhidas informações para a elaboração do trabalho. 3.0 RESULTADOS 3.1 Solução Inicial A solução inicial proposta levantou a possibilidade de utilização dos sistemas de CLP convencionais disponíveis no mercado, como Siemens ou Rockwell, pois é uma solução amplamente utilizada na indústria para controle e monitoramento da operação. O projeto inicial contou com a elaboração de fluxogramas de processos a fim de se determinar quais parâmetros o sistema supervisório deveria controlar para se automatizar satisfatoriamente a produção. Durante a elaboração da planta do sistema, que contou com a utilização do software Plant Designer, da Sandvik, cujo material foi cedido para este estudo, este se mostrou extremamente complexo e com muitas variáveis a serem controladas o que passou a tornar a opção de um controle geral e centralizado da planta praticamente inviável, desta forma, se pensou na Grupo Mauá 1-5N317 fragmentação dos processos por ilhas, ou estações, de trabalho a serem divididas em britagem primária, peneiramento primário e assim sucessivamente. Entretanto esta solução da proposta inicial de um controle centralizado se mostrou um investimento economicamente oneroso, porém, apesar de um maior tempo de recuperação do investimento, ainda seria viável e necessário, mas ainda não atendia às expectativas do projeto. Assim, o projeto deimplantação de um sistema de CLP a partir da análise dos processos foi abandonado na fase de fluxograma em vista dos resultados de pesquisas informais com profissionais da área que retornaram com opções existentes que vinham de encontro às necessidades operacionais. Esta constatação foi corroborada pela experiência evidenciada pelos operadores de plantas de britagem. Figura 10 – Limitações de controles tradicionais Fonte: Apresentação empresarial no youtube Figura 11 – Limitações de supervisórios Grupo Mauá 1-5N318 Fonte: Apresentação empresarial no youtube Figura 12 – Limitações de supervisórios Fonte: Apresentação empresarial no youtube 3.2 Solução Final Grupo Mauá 1-5N319 Dentro das expectativas de uma solução mais adequada a pesquisa apontou a existência de um software específico para esta finalidade, com melhor relação custo-benefício, pois além de permitir um controle unificado da produção, elimina processos de engenharia de desenvolvimento da lógica do sistema supervisório, criação de telas, entre outros processos. A partir da análise dos estudos de caso apresentados pelo desenvolvedor do sistema, inclusive no Brasil, optou-se pela utilização do sistema Q-Production como forma de realizar a melhora nos diversos processos e operações da planta. Após a escolha da solução adequada foi iniciado o estudo de caso para se estabelecerem as variáveis onde a solução implementada gerou melhorias significativas. O estudo foi realizado a partir da pesquisa no material do próprio desenvolvedor e de seus representantes no Brasil. O programa Q-production é baseado na filosofia chamada de AFC pelo desenvolvedor, sigla em inglês de Automatic Feeder Control, ou seja, Controle Automático de Alimentação. Este sistema foi desenvolvido baseado na alimentação de material nos equipamentos, pois este é comprovadamente o maior motivo de perda de produtividade e de qualidade, além de maior consumo energético. Isto porque a câmara de britagem vazia produz material de geometria irregular já que não há o movimento desejado de descida do material através da câmara enquanto atrita com as paredes do britador e os outros materiais britados, movimento que melhora a geometria do produto final. Ao contrário disto, a câmara excessivamente cheia requer maior força de britagem e o material, em grande parte, não escoa corretamente até que a câmara transborde. Peneiras e alimentadores vibratórios, assim como silos e correias transportadoras também são monitoradas por sensores de nível e atuam dentro de sua melhor capacidade. O custo de produção é impactado por todos os eventos advindos da falta de controle da produção como: paradas não programadas, equipamentos rodando em vazio, desperdício de matéria-prima, acidentes, consumo energético elevado, entre outros. O gráfico a seguir ilustra o percentual de participação de determinados eventos no custo da produção: Figura 13 – Custo de produção Grupo Mauá 1-5N320 Fonte: Ma-estro As máquinas de britagem produzidas atualmente contêm sistemas de controle e monitoramento, porém as máquinas da planta não são conectadas entre si ou com os outros equipamentos da instalação. O sistema proposto faz a interligação e o controle de todos os elementos da planta de forma integrada e completa. A IHM (Interface Homem Máquina) é amigável e simples. O sistema possui filosofia que integra todos os elementos da operação e permite o acompanhamento em tempo real à distância devido aos protocolos de comunicação via internet e pode ser acessado de um computador, tablet ou telefone celular. Os dados obtidos pelo sistema de controle podem ser acessados de qualquer local. Além do acompanhamento em tempo real das condições operacionais do sistema, é possível acessar gráficos, planilhas e gerar relatórios da situação momentânea. Esse acompanhamento permite a tomada de decisões e de ações gerenciais e operacionais mesmo à distância. Figura 14 – Sistema de controle conjunto Grupo Mauá 1-5N321 Fonte: Ma-estro Figura 15 – Sistema de monitoramento remoto Fonte: Ma-estro Assim, a partir do projeto inicial da planta de britagem é possível alcançar melhores resultados a partir de uma ferramenta operacional de interface simples e específica para este setor produtivo. Figura 16 – Sala de Controle Grupo Mauá 1-5N322 Fonte: Ma-estro Figura 17 – Monitoramento da planta e indicadores do processo Fonte: Ma-estro Em uma pedreira localizada na Itália, país de origem do software em estudo, a implantação do sistema AFC gerou os resultados abaixo: Grupo Mauá 1-5N323 Figura 18 –Resultado obtidos com a implantação do sistema Fonte: Ma-estro 3.2.1 Estudo de caso O início do processo de controle da produção se deu com a elaboração do balanço de massas, que consiste de um fluxograma onde são selecionados o layout da planta, os equipamentos e suas configurações. Estes fluxogramas são obtidos com a utilização de programas específicos dos fabricantes de equipamentos, como o Plant Designer da Sandvik e o BRUNO da Metso. Para este estudo foi utilizado o Plant Designer da Sandvik, empresa que realizou o fornecimento da planta de britagem. Estes programas, porém, apenas indicam o balanço de massas teórico da planta em condições ideais de operação, ou seja, os resultados obtidos na produção real ficam abaixo do apresentado pelas diversas razões apontadas neste relatório. A seguir temos três cenários apresentados de acordo com as necessidades do cliente e levando em consideração os parâmetros ideais desejados. Parâmetros inerentes ao material a ser britado são fixos, pois se Grupo Mauá 1-5N324 referem ao material retirado da mina em exploração. Os parâmetros variáveis são: ● Alimentação em t/h ● Layout da instalação ● Quantidade e modelos de britadores ● Quantidade e modelos de peneiras ● Abertura das malhas das peneiras A alimentação em toneladas por hora está relacionada à capacidade de extração de material da mina e está condicionada ao maquinário empregado e à licença de lavra e, portanto, possui pouca margem de variação. Figura 19 – Simulação 1 Figura 20 – Simulação 1 - Parâmetros Grupo Mauá 1-5N325 Figura 21 – Simulação 2 Figura 22 – Simulação 2 - Parâmetros Grupo Mauá 1-5N326 Figura 23 – Simulação 3 Figura 24 – Simulação 3 - Parâmetros Grupo Mauá 1-5N327 Os estudos realizados analisando três cenários distintos apresentaram os resultados mostrados em cada simulação. O primeiro caso, com alimentação de 300 t/h apresentou produção de 300 t/h de material abaixo de 22mm, porém o programa informou inconsistência (sobrecarga) em duas peneiras. A simulação 2, apresentou produção de 300 t/h com alimentação de 400 t/h. No terceiro caso a produção foi de 350 t/h com alimentação de 400 t/h, porém com a substituição do britador cônico secundário CS430 (simulação 2) por um CS440 de maior capacidade. Estes estudos, entretanto, são teóricos e os resultados obtidos são referentes a operações em condições ideais que em condições reais não se realizam. Com a escolha do resultado 3, passou-se à elaboração do fluxograma e da planta de instalação. Figura 25 – Print da tela - Planta Figura 26 – Fluxograma Grupo Mauá 1-5N328 A fim de se obterem os resultados teóricos os fabricantes vêm desenvolvendo sistemas de controle e monitoramento integrados e automatizados das plantas. O sistema baseado na filosofia AFC, reúne as características desejadas para a melhoria da produção com maior praticidade em relação aos sistemas supervisórios usuais. Figura 27 – Sistema supervisório usual Fonte: Arquivo pessoal Figura 28 – Sistema Q-Production de filosofia AFC em operação Grupo Mauá 1-5N329De acordo com o caso estudo pode-se constatar que a atividade de mineração voltada para a produção de agregados de qualidade para a indústria civil, especificamente para a utilização em concreto carece ainda de investimentos relacionados à melhoria dos processos produtivos. Estas carências estão diretamente relacionadas à qualidade e produtividade. Outros aspectos pouco atendidos ainda são a segurança dos operadores e a sustentabilidade. Dentro deste cenário, sistemas operacionais computadorizados surgem como uma ferramenta essencial na busca de qualidade para este setor. Os sistemas supervisórios convencionais são eficientes, porém demandam maior tempo de engenharia e programação, a opção em supervisão são programas específicos para esta atividade como o apresentado neste relatório, pois possuem parametrização prévia e facilidade na concepção e aplicação da lógica de operação da planta. Grupo Mauá 1-5N330 4.0 REFERÊNCIAS ANEPAC - Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção. FERREIRA, G.E.; FONSECA JUNIOR, C.A.F.: Mercado de agregados no Brasil. XXV Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa & VIII Meeting of the Southern Hemisphere on Mineral Technology, Goiânia - GO, 20 a 24 de Outubro 2013 SILVA, Júlio Lopes; NASCIMENTO, Maria Vitória; MEDEIROS, Petróvisk Tenório: ANÁLISE DO PADRÃO DE PRODUÇÃO DOS AGREGADOS MINERAIS EMPREGADOS NA PRODUÇÃO DE CONCRETOS E ARGAMASSAS. Revista de Engenharia e Tecnologia.V.11, nº1, 2019, p.37 a 49. MA-ESTRO. Disponível em <https://ma-estro.com/> 1.0 INTRODUÇÃO 2.0 DESENVOLVIMENTO 2.1 Problema e Objetivos 2.1.1 Objetivo Geral 2.1.2 Objetivos Específicos 2.2 Justificativa 2.3 Fundamentação Teórica 2.4 Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador 2.5 Metodologia 2.5.1 Processo decisório 3.0 RESULTADOS 3.1 Solução Inicial 3.2 Solução Final 3.2.1 Estudo de caso 4.0 REFERÊNCIAS
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