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2 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA FÁBIO BRITO SANTOS SILVA O PCP na indústria da construção civil, o caso da fabricação de galpão em pré- fabricado em uma empresa de João Pessoa. JOÃO PESSOA 2009 3 FÁBIO BRITO SANTOS SILVA O PCP na industria da construção civil, o caso da fabricação de galpão em pré- fabricado em uma empresa de João Pessoa Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido e apresentado no âmbito do Curso de Graduação em Engenharia de Produção Mecânica da Universidade Federal da Paraíba como requisito para obtenção do título de Graduado. Orientador: Prof. Dr. Antônio de Mello Villar Área de concentração: PCP JOÃO PESSOA 2009 4 S586p Silva, Fábio Brito Santos O PCP na indústria da construção civil, o caso da fabricação de galpão em pré-fabricado em uma empresa de João Pessoa / Fábio Brito Santos Silva - João Pessoa, 2009. f. il. : Orientador: Prof. Dr. Antônio de Mello Villar Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção Mecânica) Departamento de Engenharia de Produção / Centro de Tecnologia / Campus I / Universidade Federal da Paraíba – UFPB 1. Planejamento e Controle da Produção 2. Galpão 3. Pré-Fabricado Título. CDU: 658.5(043) 5 FÁBIO BRITO SANTOS SILVA O PCP na indústria da construção civil, o caso da fabricação de galpão em pré-fabricado em uma empresa de João Pessoa. LOCAL DA DEFESA: JOÃO PESSOA – PB RESULTADO: APROVADA BANCA EXAMINADORA ________________________________________________ Prof. Dr. Antônio de Mello Villar (UFPB) _________________________________________________ Prof. Dr. Homero Catão Maribondo (UFPB) _________________________________________________ Prof. Dr. Márcio Botelho da Fonseca Lima (UFPB) 6 DEDICATÓRIA A Deus por ter me ajudado a vencer todas as batalhas e guerras existente nesta caminhada. A São Jorge por ter me protegido de tudo. A Nossa Senhora por cobrir-me com o seu manto sagrado. Obrigado!!! Aos meus queridos pais Brito e Mirtes por todo o carinho e compreensão nas horas difíceis. E que o poderoso e bondoso Deus os guarde a vida inteira. As minhas irmãs Fabrícia e Patrícia, por serem minhas amigas e ter acreditado no meu sucesso de hoje e sempre. A minha namorada Lívia Arcanjo por ser meu guia, muitas vezes, nas horas cruciais e nas horas boas, tomando decisões algumas vezes por mim e pelo amor verdadeiro e concreto que nos envolve hoje e sempre. Aos amigos Fábio, Ildo, Erivaldo, Rodrigo, Tatyana... 7 AGRADECIMENTOS Ao professor Antônio de Mello Villar por ter sido orientador e amigo, mostrando os segredos e caminhos da Programação,: Que Deus seja a luz do mundo em sua vida, pois que o segue jamais terá trevas. A todos os professores do Curso de Graduação em Engenharia de Produção Mecânica da UFPB. Aos meus Familiares, transformando os meus sonhos em realidade. A todos os colegas do Curso de Graduação em Engenharia de Produção Mecânica, por todos os momentos compartilhados, que jamais serão esquecidos, pois fazem parte da etapa mais importante de minha vida. 8 "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei.Tomai meu julgo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achereis o repouso para as vossas almas. Porque meu julgo é suave e meu peso é leve.” (Mat 11,28-30) 9 RESUMO SILVA, Fábio Brito Santos. O PCP na indústria da construção civil, o caso da fabricação de galpão em pré-fabricado em uma empresa de João Pessoa. João Pessoa, 2009. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia de Produção Mecânica) – Departamento de Engenharia de Produção. UFPB, 2008. É imperativo produzir cada vez mais com cada vez menos, não esquecendo ainda de aspectos como flexibilidade, qualidade, prazos de entrega, etc. E dentro deste espírito no atual cenário do mercado da construção de peças de concreto, como galpões, os ganhos não são mais decorrentes, ou seja, simplesmente da atividade propriamente dita e de uma gestão financeira. O mais importante é que, com o amadurecimento do mercado consumidor, as exigências por ele ditas são de grande importância para as empresas atualmente, isto vem causando uma necessidade para as quais se faz necessário incorporar uma atividade de planejamento e controle da produção em seus empreendimentos. Neste sentido, tem-se como objetivo mostrar a importância do planejamento e controle da produção, na área de construção civil de peças de galpões de concreto pré-fabricados, fazendo com que a empresa permaneça no mercado, vencendo os obstáculos por ele exigidos e também tendo alguma ação no sentido de melhorar a sua eficiência no processamento e controle em seus produtos. Portanto, esse trabalho tem como finalidade: saber qual o Sistema de Planejamento e Controle da Produção que mais se adéqua à indústria da construção civil, no caso da fabricação de galpões em pré-fabricado em uma empresa de João Pessoa. Palavras-chave: Planejamento e Controle da Produção. Pré-fabricado. Galpão. 10 ABSTRACT SILVA, Fábio Brito Santos . PCP in the construction industry, the case of the manufacture of pre-fabricated shed in a company of João Pessoa. João Pessoa, 2009. Work of course conclusion. (Graduation in Mechanical Production Engineering) – Department of Production Engineering. UFPB, 2009. It is imperative to produce more with fewer, but not forgetting the issues such as flexibility, quality, delivery time, etc. And inside this spirit in the current scenery of the construction market of pieces of concrete as warehouses, the gains are more than just the current activity and a proper financial management. The most important is that with the maturing of the consumer market, the demands that its said are very important for businesses today, and this is causing a need for which is necessary to incorporate an activity of planning and control of production in their ventures. In this sense it has as objective to show the importance of planning and control of production, in the construction of parts of building a concrete pre-fabricated. So that the company remains on the market, overcoming the obstacles which he required and also has some action to improve the efficiency of processes and control in their products. Therefore, this work is to: know what System of Production Planning and Control that are best suited to the construction industry, for the manufacture of pre-fabricated houses in a company of João Pessoa. Keywords: Production Planning and Control. Pre-manufactured. Shed. 11 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS PCP – Planejamento e Controle da Produção SINDUSCON-PB – Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SINDUSCON-SP- Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo ABECIP– Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança PIB – Produto Interno Bruto JIT- Just-in-Time PERT- Program Evaluation and Review Technique CPM- Critical Path Method MRP- Planejamento das Necessidades de Materiais OPT- Tecnologia de Produção Otimizada 12 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 13 1. INTRODUÇÃO 14 1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA PROPOSTO 14 1.2JUSTIFICATIVA 15 1.3 OBJETIVOS 18 1.3.1 ObjetivoGeral: 18 1.3.2 Objetivos Específicos: 18 1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO 18 2. EIXO TEMÁTICO DA PESQUISA 20 2.1. ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 20 2.2. PROCESSO 20 2.3. FUNÇÃO PRODUÇÃO 21 2.4. SISTEMA DE PRODUÇÃO 22 2.5. CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO 23 2.6. ORGANIZAÇÃO DA EMPRESA 24 2.7. ARRANJO FISICO 25 2.8. PLANEJAMNETO E CONTROLE 28 2.9. PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO 33 3.0.PROGRAMAS UTILIZADOS NO PCP 31 3.0.1. MrpI 33 3.0.2. MrpII. 36 3.0.3. Jit 37 3.0.4. Opt 38 3. A PESQUISA 40 3.1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA 40 3.1.1. Tipo da pesquisa 40 3.1.2. Seleção do Sujeito 40 3.1.3. Variáveis de investigação 41 3.1.4. Coleta de dados 41 3.1.5. Tratamento dos dados 41 3.1.6. Limitação do método escolhido 42 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 43 4.1. Caracterização da empresa 43 4.2. Processo de fabricação e Produção 44 4.3. Programação 45 4.4. Controle 46 4.5. Função do PCP 46 4.6. Sistema a ser utilizado pela empresa 48 5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 51 5.1 RECOMENDAÇÕES 52 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 53 Apêndice 54 13 APRESENTAÇÃO Neste trabalho, apresentaremos uma explanação acerca do PCP, através de um caso prático, realizado na empresa Módulo, localizada na cidade de João Pessoa, especializada em pré-fabricação de galpões em concreto armado. Na pesquisa, buscamos demonstrar a programação da produção, assim como suas ferramentas e técnicas, que podem ser utilizadas pela empresa em prol de melhoria contínua. Tendo, por finalidade a eficiência em seu processo de fabricação. 14 1. CAPÍTULO - INTRODUÇÃO Este capítulo trata da formulação do problema e da questão que originou e justifica a pesquisa proposta. Também serão descritos os objetivos e a estrutura do trabalho. 1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA PROPOSTO O PCP coordena as atividades da operação produtiva de modo a satisfazer a demanda dos consumidores. Para isto, é necessário administrar planos e controles, mesmo que estes possam variar de qualquer maneira. Algumas operações são mais difíceis de planejar do que outras, devido ao grau de complexidade. Planejar se torna uma atividade primordial para que a empresa possa tomar o caminho certo para o seu desenvolvimento, principalmente num cenário onde tudo muda constantemente. A principal finalidade da Programação da Produção é atender aos prazos de entrega dos produtos vendidos. Na Programação da Produção deve-se levar em consideração a forma da promessa de entrega, isto é, se o prazo é o da entrega ao cliente ou da data de faturamento. Segundo Villar (2008), o planejamento da produção resulta em um Plano de Produção a ser cumprido pela organização, onde é definida a programação como sendo um planejamento de curto e médio prazo, a fim de que se obtenha ao final do período o planejamento para o longo prazo. Em termos gerais, é processo de estabelecer momentos, de se realizar atividades em busca de se alcançar os objetivos no processo de planejamento. Da mesma forma Slack et. al. (1997) diz que o propósito do PCP é garantir que a produção ocorra de maneira eficaz e produza bens e serviços conforme planejado. O controle da Produção serve para verificar periodicamente se as etapas da produção estão dentro dos prazos estipulados e alocar recursos para que os prazos sejam cumpridos. Villar, Nóbrega e Silva (2008) afirmam que controlar é o processo em que se assegure o que foi planejado e programado seja realizado. Para que isto ocorra é preciso uma ação gerencial na qual se exerce a função de fiscalizar todas as vezes que a organização queira se afastar do que foi programado. Processo é a seqüência de passos, tarefas e atividades que convertem entradas de fornecedores em uma saída. 15 Pré-Fabricação é o processo em que um produto ou uma mercadoria passa a existir e a ser comercial. O pré-fabricado é considerado uma forma extremamente ágil na edificação de construções, capaz de contemplar do simples ao sofisticado, verificando sempre orçamentos e prazos, dentro de um canteiro de obras limpo e com mínima capacidade de produção de resíduos. As peças pré-fabricadas são apenas encaixadas (montagem) pelos operários na obra, isto é, sem a preocupação de bater lajes, enfileirar tijolos, com idas e vindas de baldes de água para misturar argamassa. O sistema reduz o prazo da construção e coloca ponto final no desperdício. O processo de fabricação de galpões de concreto tem como entrada: as matérias primas (ferro, areia, brita, água, cimento, molde), a conversão (onde existe um processo de transformação do concreto, onde o mesmo é misturado e curado) e a saída (onde as peças pré- fabricadas estão prontas para serem transportadas e montadas no local desejado). Concreto é a mistura de água, cimento, areia e pedra britada, em proporções prefixadas, que forma uma massa compacta e endurece com o tempo. O Concreto armado em sua massa dispõe-se em armaduras de metal para aumentar a resistência. De acordo com Munte (2004), galpões se caracterizam por estruturas em que predominam os grandes vãos livres para ocupação interna. Normalmente são estruturas sem pavimentos intermediários, protegidos por coberturas em telhas com suportes metálicos ou de concreto. Já empresa é um conjunto organizado de meios com vista a exercer atividade particular, pública, ou de economia mista, que produz e oferece bens e/ou serviços, com o objetivo de atender a alguma necessidade pessoal ou ambiental. No atual cenário do mercado da construção de peças de concreto como galpões, os ganhos não são mais decorrente simplesmente da atividade propriamente dita e de uma gestão financeira. O mais importante é que, com o amadurecimento do mercado-consumidor as exigências por ele ditas são de grande importância para as empresas atualmente, isto vem causando uma necessidade para as quais se faz necessário incorporar uma atividade de planejamento e controle da produção em seus empreendimentos. Neste sentido, tem-se como objetivo mostrar a importância do planejamento e controle da produção, na área de construção civil de peças de galpões de concreto pré- fabricados, fazendo com que a empresa permaneça no mercado, vencendo os obstáculos por ele exigidos e também tendo alguma ação no sentido de melhorar a sua eficiência de processos e de controle em seus produtos. 16 Portanto, esse trabalho tem como finalidade: saber qual o Sistema de Planejamento e Controle da Produção que mais se adéqua a indústria da construção civil, no caso da fabricação de galpões em pré-fabricado em uma empresa de João Pessoa? 1.2 JUSTIFICATIVA Nesta época de instabilidade vivenciada pelas empresas de construção, com especialidade em concreto, vem prevalecendo, em seu meio empresarial, uma necessidade de produzir peças de concreto que tenham uma boa qualidade por um preço justo, em face à cruel concorrência prevalecente no mercado atual. Mesmo com a crise nos EUA, segundo o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Luiz Antonio Nogueira de França, a expansão prevista para este ano, o crédito imobiliário deve atingir 2,3% do PIB e, no ano que vem 3,6%. Essa relação só chegaria a 10% do PIB em 2015 - ou seja, o espaço para crescimento ainda é enorme, garantem os especialistas. Segundo dado do setor de construção civil cresceu 8,8% no primeiro trimestre de 2008, comparado com mesmo período de 2007. A taxa de expansão é a maior desde o segundo trimestre de 2004 quando o PIB (Produto Interno Bruto) registrou 10,6%. Já o Brasil, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cresceu 5,8%. O crescimento em relação ao trimestre anterior foi de 0,7%, atingindo R$ 665,5 bilhões. Em março o SINDUSCON-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) anunciou que o setor deveria crescer 10,2% em 2008. Segundo a assessoriade imprensa do Sindicato, as projeções serão mantidas, pois o resultado registrado pelo IBGE está dentro das expectativas do setor. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon/JP), Irenaldo Quintans, a principal mola propulsora para esse desenvolvimento chama-se crédito bancário, que em 2007 teve um crescimento de 70% em relação ao ano anterior. Segundo Quintans, 2008 promete ser o ano da consolidação do crédito bancário, tanto ao construtor como ao consumidor final. Na cidade de João Pessoa – PB, onde a construção de galpões é uma atividade que vem crescendo nos dias atuais, devido ao bom gerenciamento, revelando ganhos e garantindo o controle da obra nas diversas etapas do empreendimento. Em vez da intensiva fiscalização, o gestor passa a traçar metas e acompanhar resultados. E esse crescimento vem causando 17 alguns desconfortos para as empresas, necessitando assim de mudanças devido às necessidades do mercado. A construção civil contribui muito para o desenvolvimento sócio-econômico regional por interferir em vários setores produtivos, além de ser um seguimento industrial gerador de empregos. Mesmo com graves problemas no aspecto de planejamento, organização e controle da produção, a construção civil vem crescendo na Paraíba cerca de 8%, segundo o sindicato da construção civil. A previsão para o primeiro trimestre de 2009 é a parte mais delicada, segundo o (Sinduscon/JP), o presidente da República afirmou que: “A crise abre um leque de oportunidades.” E mesmo com a crise o setor da construção civil já vem crescendo devido ao incentivo de crédito bancário para este primeiro trimestre de 2009. Na construção civil, no subsetor de edificações, na fabricação de galpões, este processo de planejamento e controle da produção é bastante deficiente devido a sua complexidade. Segundo Souza e tal (1995), a cadeia produtiva da construção civil é bastante complexa e heterogênea, isto é, há uma grande diversidade de agentes intervenientes e de produção parciais geradas ao longo do processo de produção, os quais afetarão na qualidade do produto final. Sob a ótica de Slack et al(1997) uma boa qualidade reduz custos de retrabalho, refugo e devoluções e, mais importante, gera consumidores satisfeitos. Em busca de uma melhor redução de custo deve haver uma avaliação que vai desde o mercado fornecedor até o mercado consumidor e ,esta meta está relacionada ao processo de fabricação pelo qual o produto passa, sendo assim melhor inspecionado até chegar ao seu consumidor. Considerando as falhas e inúmeros problemas existentes no processo de planejamento, programação e controle da produção, decidiu-se abordar o processo de fabricação e a função produção como ferramentas de melhoramento da programação e controle da produção. O processo de produção na construção civil tem um alto grau de complexidade e incertezas, fazendo com que o nível de perdas seja bastante elevado. O planejamento e o controle devem ser considerados, pelas empresas, como ferramentas que propiciam a introdução de melhorias no processo da produção, tendo o objetivo de auxiliar o gerente no desempenho das suas funções, facilitando a comunicação entre os diferentes agentes da produção e dando transparência aos processos de tomada de decisão (ALVES, 2000). 18 Sobre este aspecto, constata-se que o planejamento e controle da produção na construção civil precisa ainda de grandes avanços para torna-se eficiente nas questões da produtividade e qualidade de suas obras. Segundo Saldanha (1997) as programações das obras são realizadas para por em prática o planejamento pré- obra. Em se tratando de níveis operacionais, o procedimento do sistema de produção, torna-se mais eficaz na elaboração da programação da produção, em relação ao planejamento e controle das atividades, as quais saem da teoria e caem na prática do processo produtivo. O tema sugerido tem como importância o presente crescimento do setor da construção civil na cidade de João Pessoa, segundo importantes indicadores que confirmam o bom desempenho deste setor. Havendo desta forma um entrosamento entre a demanda e a oferta. Segundo são os números do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Paraíba (Sinduscon-PB) que apontam para um crescimento de 9% para o segundo trimestre de 2008. Este crescimento se dá às vantagens e benefícios que a fabricação de galpão em pré- fabricado possui, dentro os benefícios e vantagens podemos citar: a garantia de rapidez à obra; redução e eliminação de diversos custos indiretos ou de difícil contabilização; maior confiabilidade no cumprimento do cronograma; obra sem desperdício, ociosidade e risco de desvios de compra; menor estrutura administrativa, redução das horas do pessoal exposto ao risco; garantia de qualidade; obra limpa e menor dano possível ao meio ambiente e maior organização do canteiro de obras. Portanto, através dos métodos de PCP juntamente com a função produção traremos o maior fluxo de informação acerca do processo de fabricação, estoque, ordem de produção, quantidade a ser produzida e etc, em galpões de concreto em uma empresa de João Pessoa, com objetivo de visualizar a organização da empresa estudada, verificar qual é o melhor arranjo físico e, por sua vez, identificar qual é o melhor tipo de sistema de PCP a empresa se adéqua, a fim de ter soluções para que esta empresa tenha uma boa estratégia de mercado, conseguindo assim concorrer com suas armas e ferramentas deste mercado que é tão disputado na cidade. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral: 19 Identificar qual o sistema de Planejamento e Controle da Produção que mais se adéqua a indústria da construção civil, no caso da fabricação de galpões em pré-fabricados em uma empresa de João Pessoa. 1.3.2 Objetivos Específicos: • Levantar toda a bibliografia sobe o assunto. • Verificar a organização de uma empresa fabricadora de galpões de concreto. • Conhecer o fluxo de informação e produção existente. • Examinar o processo de fabricação e o arranjo físico da empresa. • Estabelecer o sistema de Planejamento e Controle da Produção na empresa estudada. 1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO O presente trabalho está dividido em quatro capítulos, que serão descritos a seguir: O 1º Capítulo abordou a formulação do tema e do problema, da justificativa da pesquisa e dos objetivos do trabalho. O 2º Capítulo trata das temáticas referentes ao Planejamento e Controle da Produção, como também Programação e funções do PCP. O 3º Capítulo apresenta a metodologia utilizada na elaboração da pesquisa, que tem um caráter exploratório-descritivo e é de natureza qualitativa. Apresenta-se, também, a região onde foi realizada a pesquisa de campo. No 4º Capítulo é feita a descrição dos resultados da pesquisa e a discussão dos mesmos, finalizando com uma proposta de estabelecer um sistema de PCP que mais se adéqua a empresa estudada. O 5º Capítulo encerra o trabalho de graduação com as conclusões da pesquisa. 20 2. CAPÍTULO - EIXO TEMÁTICO DA PESQUISA O assunto abordado no eixo temático será dividido em itens e subitens nos capítulos, direcionados com acompanhamento do orientador e com embasamento fundamentado em eixo temático. Segue em seguida os principais assuntos desenvolvidos no trabalho. 2.1 ADMINISTRAÇÕES DA PRODUÇÃO Segundo Villar, Nóbrega e Silva (2008), a administração pode ser definida como: “a arte e a ciência relacionadas com o planejamento, direção e controle do trabalho de seres humanos, com vistas a um fim específico, de acordo com políticas aceitas”. De acordo com Morreia (1996), administração da produção e operações é aquela atividade orientada para a produção de um bem físico ou a prestação de um serviço. Visto que Slack et al (1997) define o termo produção como sendo a transformação de inputse outputs, este mesmo classifica os inputs em recursos transformados (materiais, informações e consumidores) e em recursos transformadores (instalações e funcionários). Já os outputs correspondem aos bens e/ou serviços produzidos pelas empresas e ofertados aos consumidores. Resumidamente, pode-se afirmar que o ato de produzir implica em transformar. Pode-se, assim, afirmar que a produção está relacionada com a capacidade de interligar os diversos recursos empresariais, tais como: mão-de-obra, matéria-prima, informações, entre outros, de modo a gerar um bem ou um serviço. Essa transformação significa uma mudança em um insumo de um estado inicial para um estado final desejado. 2.2. PROCESSO O processo é um conjunto de atividades inter-relacionadas que transformam um fluxo de informação e/ou material em uma produção global, necessárias para alcançar o objetivo comum da empresa. Segundo Slack (1997), processo é qualquer operação que utiliza recursos para mudar o estado ou condição de inputs para produzir outputs, que podem ser bens ou serviços, ou um misto dos dois. Seu esquema está demonstrado na Figura 1. 21 Processo de Transformação de Input em Output Fonte: Slack, 1997 2.3 FUNÇÃO PRODUÇÃO Em microeconomia, uma função produção expressa a relação entre as entradas (inputs) e as saídas (outputs) de uma organização,ou seja, descreve, de forma gráfica ou matemática, os outputs que deverão ser obtidos da combinação de diferentes quantidades de inputs. Particularmente, ela mostra a maior quantidade possível de output que pode ser produzida por unidade de tempo, com todas as combinações de inputs, dados fatores inerentes ao processo e o estado da tecnologia disponível. Funções produção únicas podem ser construídas para cada tecnologia de produção. A função produção pode ser definida como a especificação das mínimas necessidades de input necessárias para produzir determinadas quantidades de output, dada a tecnologia disponível. É através dela que podemos observar as necessidades mínimas e necessárias para a produção de bens ou serviços. Segundo Villar, Nóbrega e Silva (2008), a função produção pode ser definida como a especificação das mínimas necessidades de input necessárias para produzir determinadas quantidades de output, dada a tecnologia disponível. Isso é apenas uma reformulação da definição acima. A função produção não compreende apenas as operações de fabricação e montagem de bens, mas também as atividades de armazenagem, movimentação, entretenimento, aluguel etc., quando estão voltadas para as áreas de serviços. Insumos Conversão Saídas Capital Transformar Bens Trabalho Alugar Serviços Materiais Transportar Fonte Villar, Nóbrega e Silva (2008) Quadro relacionado ao tipo de operação e ao seu sistema de Produção, como cita Villar, Nóbrega e Silva. 22 Tabela Operações Produtivas Tipos de Operações Sistemas Produtivos Produção de Bens Manufaturas, construção civil, estaleiros, minerações, agropecuárias. Movimentação e Armazenagem Correio, hotelaria, transportadoras. Entretenimento e Comunicação Estações de TV e rádio, clubes, estúdios de cinema, telecomunicações. Aluguel, permuta e empréstimo Banco, operadoras de leasing, seguradoras, locadoras. Fonte Villar, Nóbrega e Silva (2008) 2.4. SISTEMA DE PRODUÇÃO O estudo detalhado de um objeto ou fenômeno, freqüentemente, requer a elaboração de uma classificação dos seus tipos ou variações existentes. O objetivo principal de uma classificação é ajudar a entender o objeto em estudo, de maneira que possam ser estabelecidas relações entre características inerentes observadas, ferramentas de análise apropriadas, problemas típicos, soluções particulares, e outras categorias com cada uma das classes e subclasses propostas. Uma das utilidades das classificações dos sistemas de produção é permitir discriminar grupos de técnicas de planejamento e gestão da produção apropriada a cada tipo particular de sistema, o que racionaliza a escolha e a tomada de decisão sobre qual delas adotar em determinada circunstância e facilita, sobre maneira, a apresentação didática deste assunto. Revisando a literatura disponível percebe-se que existem diversas maneiras de apresentar as classificações dos sistemas de produção e definir um sistema de produção. Segundo Harding (1981) que define sistema de produção como sendo um conjunto de partes inter-relacionadas, as quais quando ligadas atuam de acordo com padrões 23 estabelecidos sobre inputs (entradas) no sentido de produzir outputs (saídas), onde este sistema é planejado pelos quais os insumos são transformados em produtos acabados. Moreira (1996) define sistema de produção como sendo um conjunto de atividades e operações inter-relacionadas envolvidas na produção de bens (caso de indústria) ou serviços. De acordo com Russomano (1996), sistema de produção é um processo planejado, pelos quais elementos são transformados em produtos úteis, ou seja, um procedimento organizado para se conseguir a conversão de insumos em produtos acabados. 2.5 CLASSSIFICAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO Segundo Villar, Nóbrega e Silva (2008) classificam-se as empresas industriais pelo tipo de produção empregada em seus dois tipos básicos que se desdobram em três, a saber: Na produção contínua, visualiza-se facilmente um único fluxo de transformação das matérias-primas em produtos acabados. Por outro lado, no tipo de produção intermitente, não se visualiza facilmente esse fluxo de produção único. Na produção intermitente repetitiva, a fábrica produz artigos padronizados em lotes repetitivos, os quais serão colocados em lojas de revendedores à disposição dos consumidores. Às vezes, um mesmo modelo de produto acabado é produzido ao longo de anos a fio, sofrendo apenas pequenas alterações de forma, nesse ponto assemelhando-se à produção contínua. Na produção sob encomenda a fábrica produz artigos especiais indicados pelo consumidor (no caso um cliente) e somente inicia a produção depois de receber um pedido de compra. Tipos de Produção Contínua Intermitente Repetitiva Sob encomenda 24 Segundo Tubino (1997) discute-se de maneira mais ampla as classificações dos sistemas de produção, identifica-se o critério que serve de base para três delas. a) pelo grau de padronização: • Sistemas que produzem produtos padronizados: bens ou serviços que apresentam alto grau de uniformidade e são produzidos em grande escala; • Sistemas que produzem produtos sob medida: bens ou serviços desenvolvidos para um cliente específico. b) pelo tipo de operação: • Processos contínuos: envolvem a produção de bens ou serviços que não podem ser identificados individualmente; • Processos discretos: envolvem a produção de bens ou serviços que não podem ser isolados, em lotes ou unidades, e identificados em relação aos demais. Podem ser subdivididos em: • Processos repetitivos em massa: produção em grande escala de produtos altamente padronizados; • Processos repetitivos em lote: produção em lotes de um volume médio de bens ou serviços padronizados; • Processos por projeto: atendimento de uma necessidade específica dos clientes, o produto concebido em estreita ligação com o cliente que tem uma data determinada para ser concluído. Uma vez concluído, o sistema de produção se volta para um novo projeto. c) pela natureza do produto: • Manufatura de bens: quando o produto fabricado é tangível; • Prestador de serviços: quando o produto gerado é intangível; 2.6 ORGANIZAÇÕES DA EMPRESA Segundo Villar,Nóbrega e Silva (2008), qualquer empresa industrial necessita exercer três funções gerenciais básicas para cumprir seu objetivo: transformar materiais em 25 produtos acabados (produção); conseguir recursos para financiar sua produção (finanças); colocar seus produtos à disposição de seus consumidores (vendas). Para que isto ocorra, é preciso uma boa organização da empresa a qual pode ser organizada em três tipos (linear, funcional e mista) Linear é uma decorrência do princípio da unidade de comando: significa que cada superior tem autoridade única e absoluta sobre seus subordinados e que não a reparte com ninguém. A organização funcional é a estrutura organizacional que aplica o princípio funcional ou princípio da especialização das funções. Todas as funções que são criadas para colaborar com as funções de linha e que as assessoram de forma especializada, a fim de atingir os objetivos da empresa, são de staff ou de assessoramento. Se uma organização é estruturada para aproveitar ao máximo os conhecimentos dos distintos especialistas em cada tema, tem-se uma organização funcional. A organização mista é uma estrutura organizacional onde os órgãos de staff assessoram os órgãos de linha por meio de sua especialização técnica. Enquanto os especialistas de staff se aprofundam em um determinado campo de atividades, os gerentes de linha tornam-se os detentores da hierarquia da organização. 2.7 ARRANJOS FÍSICOS O estudo do arranjo físico é de fundamental importância na otimização das condições de trabalho, aumentando tanto o bem estar como o rendimento das pessoas. O layout corresponde ao arranjo dos diversos postos de trabalho nos espaços existentes na organização, envolvendo além da preocupação de melhor adaptar as pessoas ao ambiente de trabalho, segundo a natureza da atividade desempenhada, a arrumação dos móveis, máquinas, equipamentos e matérias primas. Num sentido amplo corresponde à distribuição física de elementos em determinado espaço, no intuito de atender satisfatoriamente às necessidades dos clientes, fornecedores e funcionários, interagindo-os com o ambiente organizacional e conseqüentemente aumentando a produtividade e reduzindo custos. “Uma boa disposição de móveis e equipamentos faculta maior eficiência aos fluxos de trabalho e uma melhoria na própria aparência do local.” (CHILENATO FILHO, 1987, p.86). 26 A aparência, tanto da disposição física como das pessoas nela inserida é, sem dúvida alguma, o chamativo dos clientes que influenciam diretamente no processo de produtividade da empresa. A redução da fadiga também se insere no quadro de objetivos do arranjo físico, pois a existência desta pode revelar uma disposição inadequada das condições de trabalho. De acordo com Heméritas (1998, p.129), “fadiga é a diminuição reversível da capacidade funcional de um órgão ou de um organismo em conseqüência de uma atividade”. Tal sensação pode ser provocada pelo esforço despendido e pelo mau uso do ambiente, podendo ser tanto muscular, como mental ou neuro-sensorial. Além da interação entre espaço físico e fator humano o layout deve ser flexível a fim de que possa ser alterado sempre que seja necessário. Afinal sabe-se que no atual contexto global, as mudanças, seja no aspecto social, cultural, financeira, política e administrativa, são cada vez mais constantes e vulneráveis. Luís Oswaldo Leal da Rocha (1987, p.244), em sua obra Organização & Métodos, divide o layout em basicamente dois tipos: o burocrático e o industrial. O burocrático é usado no rearranjo de áreas de trabalho burocrático, auditórios, salas de aula, comércio varejista e/ou atacadista, escritórios. O industrial é mais complexo, pois depende do movimento existente na área de transformação da indústria. Nesse contexto, agrupam-se o layout por produto, por processo ou posicional. Layout por produto - nesse tipo de layout o processo de produção é contínuo, sendo que o produto a ser transformado movimenta-se enquanto as máquinas permanecem fixas. [...] os equipamentos são dispostos ao longo de uma linha, segundo a seqüência das operações, levando o material ou a matéria prima, partindo de uma extremidade, a se movimentar lentamente ao longo desses equipamentos, sendo trabalhado sucessivamente até a ultimação do produto, na outra extremidade da linha. (CURY, 2000, p.395). Layout por processo - o processo de produção é intermitente ou em série, sendo que as máquinas são agrupadas conforme a natureza da operação que é executada. Esse tipo de layout assegura maior controle na operação de produtos de alta precisão. Segundo Heméritas (1998, p.139), “o material movimenta-se”. Layout posicional - nesse caso o produto final não se movimenta, ficando o encargo aos operadores e máquinas. É usado geralmente quando a produção é pequena e o custo para movimentação do produto é muito alto. 27 Planejar uma reestruturação de layout requer um estudo minucioso da situação atual do ambiente organizacional. O levantamento de dados, conforme Cury (2000, p.387), “é a fase em que [...] há a familiarização com o plano de organização e os principais procedimentos adotados”. Nesse processo então, verifica-se as seguintes etapas: → estudo do local; → estudo das divisões, móveis e equipamentos; → estudo do ambiente. No estudo do local, verifica-se basicamente toda a infra-estrutura do espaço, bem como sua adequação ao ponto de localização. É importante a planta baixa do local para que se possa ter uma visão geral do espaço, suas divisões e disposições. Arranjo Físico Celular as máquinas são agrupadas em células e funcionam de uma forma bastante semelhante a uma ilha de layout por processo (job shop). O fluxo de materiais e peças tende a ser mais similar a um layout por produto do que a uma job shop (por isso é considerado uma combinação destes dois tipos de arranjo físico). Arranjo Físico misto a maioria das instalações de manufatura usam uma combinação de tipo de arranjo físico. Departamentos são organizados de acordo com os tipos de processos, mas o produto flui através de um layout por produto. Segundo Villar e Nóbrega (2004), define arranjo físico como um estudo sistemático que procura uma combinação ótima das instalações industriais que concorrem para a produção, dentro de um espaço disponível. Ainda Villar, Nóbrega e Silva (2008) visam que o objetivo principal da elaboração de um arranjo físico é a elevação da produtividade com conforto, segurança, qualidade e preservação do meio ambiente e concorrem para o aumento da produção e a redução de custos, ou seja, tudo no sentido de influenciar positivamente a produtividade. Rocha (2002) afirma o que define o tipo de arranjo físico é a quantidade e a variedade que vai ser processada, a empresa organiza seu arranjo físico em varias maneiras formando os seguintes tipos de layout, abaixo: • Em linha ou por produto • Funcional ou por processo • Celular • Fixo ou posicional 28 Segundo Rocha (2002), o arranjo linear é utilizado na fabricação de produtos padronizados e repetitivos, atendendo a uma demanda elevada e estável. Muito utilizados nos processos empregados na produção em grande escala de produtos altamente padronizados como processos repetitivos em massa, fazendo com que seus projetos tenham poucas alterações, Cita Villar e Nóbrega (2004). Segundo Rocha (2002), o arranjo físico funcional, também chamado como layout funcional, trabalha com variedade de produtos personalizados em lotes relativamente pequenos, usam máquinas de uso geral, que podem ser usadas rapidamente para novas operações. Ainda para Rocha (2002), o arranjo físico celular as máquinas são agrupas em células e forma uma estrutura muito semelhante a uma ilha. Martins (1999) afirma que a célula de manufatura consiste em arranjar em só local maquinas diferentes que possam fabricar o produtointerior. Afirma Rocha (2002), que arranjo físico posicional caracteriza-se por fixar o produto e movimentar matérias, pessoas e ferramentas estando associada a uma produção muita baixa. Villar e Nóbrega (2004) lembram que onde matérias, máquinas, equipamentos e pessoas se deslocam para o produto em processo de fabricação é caracterizado como sendo arranjo físico posicional. 2.8 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Aspectos importantes para uma produção eficiente e eficaz nunca foram tão exigidos e cumpridos por consumidores e produtores como as vivenciadas atualmente. Na ótica de Russomano (2000), a competitividade global aumenta os parâmetros de exigências dos consumidores em relação aos principais critérios de desempenho da produção (melhoria da qualidade, flexibilidade, cumprimento do prazo de entrega, menores custos). Segundo pesquisas de instituições mundiais, os sistemas de planejamento e controle da produção em um papel importante para as empresas obterem um melhor desempenho frente à concorrência global. Para atingir seus objetivos e aplicar adequadamente seus recursos, as empresas não produzem ao acaso, nem funcionam improvisadamente. Elas precisam planejar e controlar adequadamente sua produção. Para isto existe o planejamento e controle da produção (PCP). 29 Zacarelli (1979) denomina o PCP como Programação e Controle da Produção, definindo-o como "... um conjunto de funções inter-relacionadas que objetivam comandar o processo produtivo e coordená-lo com os demais setores administrativos da empresa". Russomano (1995) considera o PCP um elemento decisivo na estratégia das empresas para enfrentar as crescentes exigências dos consumidores por melhor qualidade, maior variação de modelos, entregas mais confiáveis. Por isso, a necessidade de se buscar uma maior eficiência nos sistemas de PCP. Para Burbridge (1988): “o objetivo do PCP é proporcionar uma utilização adequada dos recursos, de forma que produtos específicos sejam produzidos por métodos específicos, para atender um plano de vendas aprovado.” Segundo Villar, Nóbrega e Silva (2008) o planejamento da produção resulta em um Plano de Produção a ser cumprido pela organização, onde é definida programação como sendo um planejamento de curto e médio prazo a fim de que se obtenha ao final do período o planejamento para o longo prazo. Em termos gerais, é o processo de estabelecer momentos de se realizar atividades em busca de se alcançar o objetivos no processo de planejamento. Da mesma forma Slack et al. (1997) diz que o propósito do PCP é garantir que a produção ocorra de maneira eficaz e produza bens e serviços conforme planejado. As empresas esperam do PCP um roteiro em que os departamentos interligados através de um fluxo de informação exerçam suas tarefas corretamente. Onde a Engenharia do Produto faça a tarefa de projetar os produtos, através de desenhos e suas especificações, a engenharia industrial faça a tarefa de demonstrar como o mesmo será montado, por meio de peças e componentes e determinar de forma pratica os métodos de fabricação de cada componente ou peça a serem fabricadas. De maneira geral, o PCP exerce cinco funções: • Gestão de estoques; • Emissão de ordens; • Programação de ordens de fabricação; • Movimentação de ordens; • Acompanhamento da produção. 30 Através da gestão de estoque o PCP garante que a produção abastecida de matérias- primas, peças, acessórios, materiais auxiliar e outros estejam sempre abastecidos, sempre disponíveis no momento exato e na quantidade desejada. Cabendo assim ao PCP que não falta nunca material essencial a produção e evitar também estoques desnecessários que atrapalhem a produção. A emissão de ordem de compras ou de fabricação consiste na preparação do Programa de Produção e na tomada de providências para se ter, a tempo, todos os itens necessários a esse programa, tais como: matérias-primas, peças compradas, peças fabricadas e produtos acabados. A movimentação das ordens de fabricação em grandes seções de fabricação, onde os operários executam inúmeras operações em varias máquinas, são realizados por especialistas. A Programação de Ordens de Fabricação determinam as quantidades de produtos a serem produzidas as máquinas as sarem utilizadas, o operário encarregado pela fabricação, as operações necessárias e o prazo de conclusão do produto. O Acompanhamento da Produção consiste da comparação do que foi programado com o que foi produzido e a ação de corrigir ou fazer corrigir a anomalia entre os dois. Em um sistema de manufatura, toda vez que são formulados objetivos, é necessário formular planos de como atingi-lo, organizar recursos humanos e físicos necessários para a ação, dirigir a ação dos recursos humanos sobre os recursos físicos e controlar esta ação para a correção de eventuais desvios. No âmbito da administração da produção, este processo é realizado pela função de Planejamento e Controle da Produção (PCP). Sendo assim, pode-se considerar o PCP como um elemento central na estrutura administrativa de um sistema de manufatura, passando a ser um elemento decisivo para a integração da manufatura. No entanto, independente do sistema de manufatura e estrutura administrativa, um conjunto básico de atividades de PCP deve ser realizado. Estas atividades são necessárias para a consecução dos objetivos do PCP, mas não necessariamente deverão estar todas sendo 31 executadas numa área específica. Isto dependerá da configuração organizacional adotada pelo sistema de manufatura (Martins, 1993). No Planejamento e Controle da Produção há três níveis hierárquicos de planejamento (estratégico tático e operacional). A programação da produção é parte da última etapa do PCP. Desenvolvida no nível operacional em função do planejamento formulado nos níveis estratégico e tático. Dessa forma, faz-se necessário também criar algumas considerações das atividades desenvolvidas pelo PCP nestes dois níveis hierárquicos antecessores ao nível operacional. Segundo Tubino (2000), em relação às atividades desenvolvidas pelo PCP em um sistema produtivo, ao serem definidas suas metas e estratégias, faz-se necessário formular planos para atingi-las, direcionar a ação dos recursos humanos sobre os físicos e acompanhar esta ação, permitindo a correção de prováveis desvios. No conjunto de funções dos sistemas de produção aqui descritos, essas atividades são desenvolvidas pelo Planejamento e Controle da Produção (PCP). A empresa definindo seus objetivos e estratégias tornam-se necessário elaborar uma estratégia de produção em sintonia com as das demais áreas (marketing e finanças) da organização, para que estas interajam e sejam alcançados os objetivos da empresa. A partir do conhecimento e definição tanto dos critérios de desempenho, quanto das políticas a serem adotadas pela empresa nas áreas de decisão do sistema produtivo, através do planejamento e controle da produção são realizadas a coordenação e aplicação dos recursos produtivos de forma a atender da melhor maneira possível aos planos estabelecidos em níveis estratégico, tático e operacional (Tubino, 2000). Nível estratégico: são definidas as políticas estratégicas de longo prazo da organização, o PCP participa da formulação do planejamento estratégico da produção, que consiste em elaborar um plano de produção para um período estabelecido (longo prazo) Conforme as estimativas de vendas e a disponibilidade de recursos financeiros e produtivos. Neste nível, o plano de produção é pouco detalhado, tendo como finalidade possibilitar a adequação dos recursos produtivos à demanda esperada dos mesmos. Nível tático: são estabelecidos os planos de médio prazo para a produção, o PCP elabora o planejamento- Mestre da produção um plano-Mestre de produção (PMP) de produtos finais, detalhado em médio prazo, período a período, a partirdo plano de produção, em função das previsões de vendas de médio prazo. Criando este PMP inicial, o PCP deve 32 analisá-lo quanto às necessidades de recursos produtivos com a finalidade de identificar possíveis gargalos que possam inviabilizar esse plano em sua execução em curto prazo. Nível operacional: são elaborados os programas de curto prazo de produção e realizado o acompanhamento destes, o PCP prepara a programação da produção, em função do plano-mestre de produção (PMP) e dos registros de controle de estoques, estabelecendo em curto prazo quando e quando comprar, fabricar ou montar de cada item necessário à composição dos produtos finais. Com base na disponibilidade dos recursos produtivos, a programação da produção encarrega-se de fazer o seqüenciamento das ordens emitidas, de forma a aperfeiçoar a utilização dos recursos. É neste nível que ocorre a produção propriamente dita, em função do planejamento realizado nos níveis estratégico e tático. Neste aspecto das áreas de decisões, Davis et al (2001) considera que estas dividem a estratégia de produção em duas categorias principais: 1 – elementos estruturais – localização, capacidade, integração vertical e escolha de processos (todos estes são considerados de longo prazo ou estratégicos em natureza); 2 – elementos infra - estruturais – recursos humanos, qualidade, planejamento e controle da produção e estrutura organizacional (todos estes são considerados de médio prazo ou táticos em natureza). Segundo Davis et al (2001), as decisões gerenciais no sistema produtivo podem ser divididas em três: Decisões estratégicas (de longo prazo), em relação a questões de natureza muito ampla, como: localização da fábrica, capacidade necessária, quando aumentar a capacidade. Decisões táticas (de médio prazo), adequação eficiente de materiais e mão-de-obra para a produção, dentro das restrições das decisões estratégicas anteriormente tomadas. Decisões de planejamento operacional e de controle (curto prazo), seguindo a hierarquia das áreas, as decisões neste nível são muito restritas e de curto prazo, sendo em relação a que tipo de tarefa será realizado no dia ou semana, que trabalhamos têm prioridade, etc Com as considerações em função das atividades do planejamento dentro dos níveis hierárquicos, para execução destas atividades, há dois pré-requisitos fundamentais (Russomano, 2000): Planejamento da capacidade – compatibilidade entre facilidades industriais e de recursos financeiros com o programa de vendas acelerado. É considerado o programa de produção para um determinado período, normalmente um ano, em função da previsão de vendas, da capacidade de produção e dos recursos financeiros disponíveis. 33 Roteiro da produção – conhecimento detalhado do produto acabado (especificações, detalhes técnicos do processo produtivo), isto é, fluxograma do produto acabado, relação geral das peças, seqüenciais de operações, folhas de matérias-primas e folhas de máquinas, que o PCP, de posse dessas instruções, repassa-as para o setor de produção e o de compras, para as devidas providências. Segundo Villar, Nóbrega e Silva (2008), planejamento e controle da capacidade é a atividade que tem como objetivo calcular a carga de cada centro de trabalho para cada período no futuro, visando prever se o chão-de-fábrica terá capacidade para executar um determinado plano de produção para suprir uma determinada demanda de produtos ou serviços. O Planejamento da Capacidade fornece informações que possibilitam: a viabilidade de planejamento de materiais; obter dados para futuros planejamentos de capacidade mais precisos; identificação de gargalos; estabelecer a programação de curto prazo e estimar prazos viáveis para futuras encomendas. O Controle da Capacidade tem a função de acompanhar o nível da produção executada, compará-la com os níveis planejados e executar medidas corretivas de curto prazo, caso estejam ocorrendo desvios significativos. Os índices de eficiência, gerados pela comparação dos níveis de produção executados com os níveis planejados, permitem determinar a acuracidade do planejamento, o desempenho de cada centro produtivo e o desempenho do sistema de manufatura Segundo Villar e Nóbrega (2008) o roteiro de produção é o documento em que a engenharia estabelece o melhor método de produção de peças, dos subconjuntos e da montagem dos vários produtos acabados que fábrica produz assim entendido como aquele que o equipamento da fábrica e os operários disponíveis permitem. 2.9 PROGRAMAÇÕES DA PRODUÇÃO POR PROCESSOS Há muitas formas de classificar os sistemas de produção, segundo Tubino (2000), as mais utilizadas são: por grau de padronização dos produtos; por tipo de operações e pela 34 natureza do produto. O sistema produtivo da construção civil está relacionado diretamente com a seguinte classificação: • Por tipo de operações (Processos por projeto) – estes processos são voltados para o atendimento de uma necessidade específica dos clientes, tendo data para ser concluído, em sua maior parte em relação à ociosidade enquanto a demanda por bens ou serviços não acontecer. Os processos de projetos, em sua maioria, segundo Slack et al. (1997), têm um longo prazo de execução do produto, como também um grande intervalo entre a conclusão de cada produto, caracterizado o processo de projeto, de baixo volume e alta variedade de produto. O PCP de processos por projetos busca seqüenciar as diferentes atividades do projeto. Uma das técnicas mais empregadas para planejar, seqüenciar e acompanhar projetos é a técnica PERT (Program Evaluation and Review Technique) / COM (Critical Path Method). Na analise de Russomano (2000), a coordenação de projetos é usualmente praticada com o auxilio da técnica PERT/CPM, sendo esta dividida em três fases: • Análise, que consiste na coleta preliminar de dados, construção do diagrama de rede e identificação dos elementos críticos do projeto; • Programação, que usa essas informações para gerir o projeto, considerado a maneira de alocar recursos mais eficientemente; • Controle que monitora o andamento do projeto, identificar desvios e cobra a correção dos mesmos. Outra técnica bastante utilizada para planejar, seqüenciar e acompanhar projetos é a técnica do Gráfico de Gantt. Sob a ótica de Russomano (2000), este gráfico pode ser utilizado para o controle da produção global, isto é, onde é realizada a comparação entre as quantidades complementadas de produtos ou serviços com as planejadas no Plano Mestre de Produção. Neste cronograma são assinaladas, simultaneamente, a programação e a produção realizada, havendo a comparação entre as duas. Segundo Slack et al (1997), o gráfico de Gantt tem um excelente impacto visual, sendo fácil de entender. Este gráfico torna-se útil para comunicar planos e posicionamento de projetos para as gerências do nível estratégico da empresa. 35 Segundo Villa, Nóbrega e Silva (2008), os tipos de produção intermitente sob encomenda, que buscam atender a demanda específica de um determinado cliente, que muito provavelmente não se repetirá nos próximos pedidos e que, particularmente, apresentam grande complexidade e longo lead time, têm como principal questão a ser resolvida a realização de uma boa programação que permita a alocação dos recursos disponíveis nos instantes que se fazem necessários no sentido de garantir a data de conclusão. As técnicas de programação podem ser do tipo: PERT, CPM As técnicas PERT (Program Evaluation and Review Technique) e CPM (Critical Path Method.), são bastante semelhantes, podem-se dizer que possuem a mesma estrutura. Ambas são adequadas para ajudar a controlar grandes e complexos projetos, o que não impede de que também sejam utilizadas em projetos pequenos e simples. Desde o surgimento, têm sido combinadas e usadas extensivamente para o planejamentode projetos e o controle dos mesmos. Ambas aplicam-se a três fases distintas na execução de um projeto. • No planejamento devem-se estabelecer as atividades a serem executadas para conclusão do projeto. • Na programação se estipula o tempo de execução de cada atividade. • No controle confronta-se a execução do projeto com o planejamento e a programação. Sob a ótica de Villar e Nóbrega (2008) CPM é uma técnica de caminho crítico determinística, ou seja, quando o tempo de execução das atividades não sofre variação. Utiliza-se esta técnica em duas situações distintas: uma atividade em que se conhece com precisão seu tempo de duração; ou, a bem da simplicidade, assume-se esta posição. Atualmente, são utilizados softwares para elaboração e cálculos dos aplicativos do PERT/CPM e do gráfico de Gantt, entre outras ferramentas de programação da produção em processos de projeto. Um exemplo é o software Microsoft Project da Microsoft Corp, utilizado na programação de projetos da construção civil. 3.0 PROGRAMAS UTILIZADOS NO PCP As atividades de Planejamento e Controle da Produção podem atualmente ser implementadas e operacionalizadas através do auxílio de, pelo menos, três sistemas: MRP / MRPII; 36 • JIT; • OPT 3.1 MRP. Villar e Nóbrega (2008), o MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais) é um sistema de inventário que consiste em tentar minimizar o investimento em inventário. Em suma, o conceito de MRP é obter o material certo, no ponto certo, no momento certo. Tudo isto através de um planejamento das prioridades e a Programação Mestra de Produção. As siglas em inglês MRP I e MRP II representam duas importantes etapas no processo evolutivo dos sistemas de administração da produção auxiliados por computador. A primeira delas, MRP I – Materials Requirements Planning ou Planejamento das Necessidades de materiais – foi cunhada no início da década de setenta por J. Orlicky no primeiro livro sobre esta nova técnica de planejamento da produção. Este sistema tem funções de planejamento empresarial, previsão de vendas, planejamento dos recursos produtivos, planejamento da produção, planejamento das necessidades de produção, controle e acompanhamento da fabricação, compras e contabilização dos custos, e criação e manutenção da infra-estrutura de informação industrial. Para Russomano (1995), os benefícios trazidos pelo MRP são: redução do custo de estoque; melhoria da eficiência da emissão e da programação; redução dos custos operacionais e aumento da eficiência da fábrica. Segundo Moreira (1993) uma técnica para programar a produção de itens de demanda dependente. A grande vantagem da implantação de um sistema de planejamento das necessidades de materiais é a de permitir ver, “rapidamente”, o impacto de qualquer replanejamento. Assim pode se tomar medidas corretivas, sobre o estoque planejado em excesso, para cancelar ou reprogramar pedidos e manter os estoques em níveis razoáveis O seu objetivo é a administração de materiais deve procurar melhorar continuamente a rotatividade de estoque, o atendimento ao cliente, a produtividade da mão de obra, a utilização da capacidade, custo de material, o custo do transporte e o custo do sistema. Ou seja, atender o cliente da melhor forma, com o menor investimento em estoque. 37 3.2 MRPII Segundo Villar, Nóbrega e Silva (2008), com a extensão do conceito de cálculo de necessidades ao planejamento dos demais recursos de manufatura e não mais apenas dos recursos materiais e para que ficasse claro que se tratava apenas de uma extensão do conceito do MRP original, o novo MRP passou a chamar-se MRP II, ou planejamento dos recursos de manufatura. O objetivo do MPRII é o cumprimento dos prazos de entrega dos pedidos dos clientes com mínima formação de estoques, planejando as compras e a produção de itens componentes para que ocorram apenas nos momentos e nas quantidades necessárias, nem mais, nem antes, nem depois. Desta forma, atingiu-se aquilo que muitos consideravam o estado da arte em termos de instrumentos de planejamento da produção, especialmente para os sistemas intermitentes. 3.3 O JIT O Just in Time (JIT) surgiu no Japão aproximadamente na década de 70, na Toyota Motor Company. Esta empresa procurava um sistema de administração que pudesse coordenar a produção, com a demanda específica e com o menor atraso. O JIT é considerado uma filosofia, o que inclui aspectos de administração de material, gestão de qualidade, arranjo físico, projeto de produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos. Algumas expressões são geralmente usadas para traduzir aspectos da filosofia Just in Time: • Produção sem estoques; • Eliminação de desperdícios; • Manufatura de fluxo contínuo; • Esforço contínuo na resolução de problemas (Kaizen); • Melhoria contínua dos processos (Kaizen). 38 O sistema JIT tem como objetivo principal, o aprimoramento contínuo do processo produtivo. A busca desses objetivos é alcançada com a redução dos estoques. Os estoques são utilizados para evitar descontinuidades no processo produtivo, diante de problemas de produção, como: • Problemas de qualidade: quando se gera uma peça defeituosa, o estoque permite que os processos subseqüentes continuem; • Problemas de quebra de máquina: quando uma máquina pára, devido a algum problema, os estoques suprem os estágios posteriores que necessitam de peças dessas máquinas. • Problemas de preparação de máquinas: máquinas que demandam muito tempo de preparação (setup), produzem lotes em grandes quantidades, a fim de diluir o valor gasto na preparação da máquina, no valor unitário da peça. 3.4 OPT Villar, Nóbrega e Silva (2008), o OPT é uma técnica de gestão de produção criada por um grupo de pesquisadores israelenses e que apesar de seu significado (Tecnologia de Produção Otimizada), o OPT não é uma técnica otimizante no sentido correto da palavra, pois a técnica é baseada em diversos procedimentos que devem ser efetuados corretamente para se atingir tal otimização. Na perspectiva de maximizar a eficiência das empresas foi esboçada pelo físico israelense Eliyahu Goldratt a teoria das restrições (TOC – Theory of Constraints), a qual pode ser considerada como uma variante ampliada do OPT (Optimized Production Technology). O OPT foi concebido como uma técnica de planejamento da produção, com ênfase na administração de gargalos e na sincronização da manufatura. Na forma de um software utilizado como ferramenta de gestão da produção aplicável em ambientes de manufatura, a TOC é considerada uma filosofia de tomada de decisão derivada da extrapolação dos fundamentos do OPT. De forma geral, pode-se observar que a abordagem do OPT parte do princípio fundamental de que a empresa deve ser visualizada não em partes isoladas, mas como um 39 sistema integrado. Mais especificamente, um conjunto de elementos entre os quais há algum tipo de ligação, relação e dependência. A principal, e talvez, a analogia mais importante do OPT sobre esta natureza sistêmica é a visualização da empresa como uma corrente. O OPT sedimenta-se em três pilares principais, estes princípios básicos são: • A meta de uma empresa é ganhar dinheiro hoje e sempre. • A empresa opera sempre com algum tipo de restrição. • A programação da produção deve ser feita levando-se em consideração a interdependência dos elementos do sistema, assim como as flutuações estatísticas e as restrições dos sistemas. 40 3. CAPÍTULO – A PESQUISA Neste capítulo é apresentada a metodologia utilizada, para viabilizar a elaboração de uma proposta citada anteriormente. Em seguida, esta descrita à identificação da área da pesquisa. 3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA 3.1.1 Tipo de pesquisa Para a elaboração deste trabalho, optou-se pelo método descritivoe explicativo. O método descritivo descreve conceito sobre a função do PCP, organização empresarial, tipo de arranjo físico, planejamento estratégico, programação e controle da produção em uma empresa de Pré-Moldado localizada em João Pessoa-PB; já o explicativo explica os fatores que causam falta de técnicas de programação da produção e controle da produção na construção civil de Galpões em pré-fabricados. Quanto aos meios de investigação, esta pesquisa denomina-se: bibliográfica, estudo de caso e pesquisa de campo. Acerca a investigação bibliográfica, as fontes de investigações serão: livro, sites, monografias, trabalhos publicados em sites, fornecendo, assim, subsídios teóricos adicionais a esta pesquisa. O estudo de caso junto à pesquisa de campo será o meio mais trabalhoso, pois é necessário fazer um estudo aprofundado e exaustivo da empresa em comento. Assim, os detalhes envolvidos no processo de fabricação de galpões serão apreciados, como também a real situação em que vive a empresa. 3.1.2 Seleção dos sujeitos A seleção do sujeito ocorrerá na área da construção civil no setor de edificações. Na empresa Módulo, com especialidade em estruturas Pré-Moldadas e Pré-fabricadas, fundada em 1978, com instalações localizadas no Distrito Industrial de João Pessoa no Estado da Paraíba, onde foram entrevistados os engenheiros, diretores, estagiários e pessoas relacionadas ao processo de fabricação das peças de concreto. 3.1.3 Variáveis de investigação 41 As variáveis a serem utilizadas nesta pesquisa são referentes: à função do PCP na empresa (gestão de estoque, acompanhamento da produção, ordem de fabricação, programação e controle), fluxo de informação, planejamento, programação e controle da produção e o tipo de produção existente na empresa. 3.1.4 Coleta de dados O processo de coleta de dados será realizado por meio de entrevistas e observações pessoais. A entrevista constará de um roteiro comum, conforme no anexo, a todos os entrevistados, os quais serão: engenheiros, diretores, estagiários e pessoas relacionadas ao processo de fabricação das peças de concreto. A fim de verificar a realidade existente sobre aplicações de algumas técnicas de planejamento e programação da produção empregada na empresa, é necessária a aplicação de outro tipo de coletada de dados, a qual será realizada por observações pessoais realizada em loco, através de detalhes colhidos no ambiente de trabalho, como também a movimentação de pessoas, peças, transporte de mercadorias e opiniões de alguns operários do setor de fabricação. Lembrando que essas informações são de formas primárias, uma vez que elas serão coletadas no presente estagio. Sendo essa coleta feita através de anotações diárias e semanais, a fim de haver um direcionamento das informações, facilitando assim a realização da pesquisa. 3.1.5 Tratamento dos dados A análise dos dados foi feita com base na bibliografia pesquisada, analisando e interpretando-os, de maneira a responder os objetivos específicos propostos As informações coletadas como: a funções do PCP, o planejamento estratégico, técnicas de programação, arranjo físico, controle e organização da empresa, serão analisadas e comparadas com dados coletados com a bibliografia já citada no eixo temático da pesquisa. Para que isto ocorra perfeitamente será de grande importância a utilização de programas como: Word e Excel na versão do Windows XP para a concretização da pesquisa. 42 3.1.6 Limitações do método escolhido Em relação às limitações da abrangência, o trabalho deverá apresenta dados referentes ao modelo sistema de produção, programação e controle da produção aplicado ao estudo de caso. No qual o resultado obtido servirá de instrumento exclusivo para que a empresa estudada tenha diferencial e possa concorrer no mercado da construção civil no setor de edificações, especializado em peças pré-fabricadas de galpão de concreto, que nos últimos tempos vem sendo bastante concorrido em relação a outros setores existente no estado da Paraíba, inclusive na cidade de João Pessoa. 43 4. CAPÍTULO – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Este Capítulo apresenta os resultados da pesquisa sobre o PCP na indústria da construção civil, o caso da fabricação de galpão em pré-fabricado em uma empresa de João Pessoa e discute tais resultados, embasados pela fundamentação teórica apresentada no capítulo dois deste trabalho de graduação. 4.1 CARACTERIZAÇÕES DA EMPRESA. A empresa estudada é de origem paraibana, com atuação no mercado da indústria da construção civil apenas no subsetor de edificações, há mais de 29 anos. E sua área de atuação é o Estado da Paraíba, onde já construiu inúmeros galpões com diferentes tamanhos. A mesma possui também um tipo de produção por encomenda. A classificação do sistema produtivo é do tipo manufatura de bens, como a empresa possui um tipo de operação referente a processos por projeto, onde estes projetos são voltados para o atendimento de uma necessidade especifica dos clientes, tendo data de conclusão e entrega. O arranjo físico da empresa é do tipo celular, onde as máquinas e equipamentos são organizados de forma a facilitar o processo de fabricação, os funcionários são polivalentes, as células permitem visualização clara dos processos de produção facilitando o controle e supervisão. A estrutura organizacional da empresa é composta de quatro níveis hierárquicos: Diretor Presidente, Administração (Diretor Administrativo, Finanças, Vendas, Compras, Recursos Humanos), Engenheiro civil, Gerente e Operários da produção, conforme o organograma mostrado no Apêndice III. A empresa possui apenas um proprietário, o qual é Diretor da empresa e único responsável pelas decisões a serem tomadas. Este se reúne com o engenheiro civil e diretor administrativo para passar as decisões, como também debater assuntos e definições ao nível de planejamento estratégico e tático para um bom desempenho da empresa. O engenheiro civil é responsável pelo planejamento das peças pré-fabricadas. Dessa forma, ele elabora o planejamento tático e operacional, visando adequações entre o cronograma físico programado e o realizado. Em seguida, reúne-se com encarregados para passar as decisões tomadas pelo Diretor, como também define, a nível operacional, as ações necessárias para execuções das peças em relação ao cumprimento da programação da 44 produção. Com isto, o engenheiro, em conjunto com os encarregados, distribui tarefas para os operários de produção. Além dessas reuniões entre os níveis hierárquicos, há também reuniões com todos os integrantes da empresa (uma vez por semana) - do diretor aos operários da produção - nas quais são discutidos os assuntos variados, tais quais: andamento das peças, qualidade do serviço, execução, também em relação ao ambiente de trabalho e padronização dos processos a fim de que todos cumpram o que foi combinado nas reuniões. Existe também o treinamento e cursos englobando todos os funcionários, desde diretor até o operário da produção, sendo específicos para cada atividade. Em relação aos critérios de desempenho para competir no mercado, à empresa citou como prioridade: • Qualidade: em primeiro lugar, construir com desempenho de qualidade melhor ou igual à concorrência. • Custo: em segundo lugar, construir a um custo mais baixo que a concorrência. • Desempenho das entregas (prazo): em terceiro lugar, a empresa garante ter um pouco de dificuldade nas entregas dos galpões, porém tenta ter velocidade nos prazos das entregas. • Flexibilidade: em quarto lugar, a empresa tenta reagir rapidamente em eventos repentinos e inesperados (falta de energia, acidente com funcionários e fornecimento de matéria-prima). • Inovatividade: em último lugar, neste aspecto a empresa não possui tanto capitalpara que possa investir tanto em novas tecnologias como pessoal qualificado. 4.2. PROCESSO DE FABRICAÇÃO E PRODUÇÃO O processo para se adquirir uma peça de concreto, a qual se assemelha a uma pedra natural, é bastante fácil e artesanal, é semelhante a uma receita de bolo, onde todos os componentes têm que se relacionarem entre si, para que se tornem um só conjunto, o qual é dado o nome de concreto armado, esse termo armado é por possuir estrutura de ferro, onde mesmo é um dos principais componentes do concreto armado. O processo de fabricação de galpões de concreto tem como entrada as matérias 45 primas (ferro, areia, brita, água, cimento, molde), a conversão (onde existe um processo de transformação do concreto, onde o mesmo é misturado e curado) e a saída (onde as peças pré- fabricadas estão prontas para serem transportada e montada no local desejado). O material necessário para a produção de peças de concreto armado, através da pré- fabricação é do tipo: ferro, arame, cimento, água, brita, areia, sebo, óleo, formas de ferro, em se tratando de matéria-prima. Em se tratando de máquinas, temos: guindaste, betoneira, máquinas de soldagem, máquinas de furar e de vibrar, máquinas de corte, caminhões para os transportes do tipo muque. As ferramentas para este processo é do tipo: alicate, chaves de boca, gabarito, carro-de-mão. O processo da fabricação das peças começa no projeto. Nele é especificado qual o tipo, tamanho, largura, resistência e altura, onde esta informação é passada e detalhada através de desenhos, com suas devidas dimensões e suas principais características, para cada setor responsável. No setor de armação, verifica-se o tamanho da peça, a sua largura, o seu detalhe, para que seja feita a armação devida, com seus pegadores, separadores, ferro com seu comprimento e diâmetro necessário a cada peça. Neste setor também são feitos o modelo de armação, se é do tipo: fundação, radier, contraventamento, pilares, vigas, lajes alveolares, postes, terças, dentre outras. Em seguida, do mesmo modo são feitas as fôrmas no setor de fôrmas, de acordo com o projeto, seja ela do tipo fundação, radier, contraventamento, pilares, vigas, lajes alveolares, postes, terças dentre outras. Após a realização destas etapas, a fôrma por sua vez é revestida por dentro com sebo e/ou óleo diesel, com finalidade de que o concreto não se una a fôrma. O passo seguinte é o processo de fabricação do concreto, no qual envolve a brita, areia, água, cimento. No qual é realizado uma porcentagem para cada componente, como: cimento, areia, brita e água, onde os mesmos são misturados dentro das máquinas do tipo betoneira, e em seguida transportado, por meio de carro-de-mão, ao local onde se localizam as fôrmas e as armações que estão dentro das mesmas. O concreto é despejado nas fôrmas e com ajuda de uma máquina vibratória, o concreto então é compactado dentro das fôrmas, junto a sua armação, dando-se o nome de concreto armado, popularmente conhecido no meio da engenharia civil. O penúltimo procedimento é a cura do concreto armando, onde se espera certo tempo para que a peça endureça (tempo de cura de 24 horas), e seja transportado por meio de guindaste até o caminhão onde por sua vez a mesma participará junto às outras peças de um processo de montagem. 46 A montagem faz parte do último procedimento, na qual é realizada a junção das peças de fundação, onde antes é feito um estudo de solo a fim de que se receba a peça de fundação. Logo em seguida são realizados os encaixes de pilares, radier, lajes de piso, pilares, vigas, contraventamento, terças e, por fim, telhas. PRODUÇÃO A empresa utiliza em seu chão de fábrica um layout por processo, onde são utilizados equipamentos tradicionais da engenharia como: serra elétrica, guindaste, betoneira, máquinas de soldagem, máquinas de furar e de vibrar, máquinas de corte, caminhões para os transportes do tipo muque. O material necessário para a produção de peças de concreto armado, através da pré- fabricação é do tipo: ferro, arame, cimento, água, brita, areia, óleo, fôrmas de ferro. Além desses recursos é também utilizado o recurso humano. Em relação ao sistema de trabalho dos operários da produção, quem determina a forma é o engenheiro civil em conjunto com os encarregados e estagiário, sendo distribuídas as tarefas individualmente com única tarefa ou em grupos com 3 ou 4 trabalhadores, porém cada grupo com tarefas específicas. Para execução dos Projetos, a empresa possui os tempos dos principais serviços. Estes tempos foram obtidos por estimativas, cálculos realizados pelo engenheiro ou pelo tempo médio histórico (tempo de prática realizado por operários da empresa), tendo como finalidade a padronização das tarefas e o ritmo de trabalho do operário. As falhas ou defeitos da execução dos serviços são detectados e controlados pelo engenheiro, encarregado, estagiário e até mesmo pelo operário durante o processo de fabricação das peças, através da ficha de serviço, na qual se encontra toda a descrição, especificação e procedimento para execução da peça. 4.3. PROGRAMAÇÃO Dentro do horizonte de planejamento (longo, médio e curto prazo), a empresa desenvolve o planejamento da produção da seguinte forma: 47 • O planejamento estratégico é direcionado para políticas organizacionais e produtivas de longo prazo, definindo o que será construído nos próximos 2 anos, tendo como base o estudo de mercado e sua própria experiência, havendo apenas uma previsão de possíveis locais onde poderá ser feito um galpão futuro. Na empresa não existe um setor específico para elaboração de planejamentos estratégicos. Ele é elaborado pelo Diretor-Presidente, o qual fica atento as previsões futuras do mercado. • O planejamento tático ou a médio prazo é definido pelo Diretor-Presidente em conjunto com diretor administrativo e engenheiro civil. O engenheiro civil é responsável pela elaboração de plano de produção definindo os níveis de produção, de estoques, de recursos humanos (operários) e de maquinários com finalidade de atender ao prazo estimulado. • O planejamento operacional ou a curto prazo é iniciado após ser definido o de médio prazo. O engenheiro civil inicia o planejamento operacional através da programação da produção para o período mensal, emitindo e liberando as ordens de execução de serviços, pedidos de materiais, verificando o seqüenciamento das atividades, avaliando e distribuindo os recursos (materiais, ferramentas, equipamentos e etc.) envolvidos para cada atividade planejada. Para elaboração da programação da produção de peças pré-fabricadas, na qual seu conjunto se tornará um galpão, o engenheiro civil juntamente com o Diretor-Presidente elabora uma programação com cada etapa referente a peças de estrutura a serem fabricadas, do tipo: de pilares, vigas, teças, fundação, radier e contraventamento. A partir desta programação por etapa, são realizados os seqüenciamento e execução da mesma, tomando como base sempre o cronograma mensal, fazendo, se necessário, a reprogramação do mesmo. A empresa não utiliza nenhuma técnica e nem ferramentas de programação do tipo: PERT/CPM e gráficos de Gantt para elaboração da programação. Sendo utilizadas na empresa planilhas eletrônicas na sua programação. Em relação aos projetos de galpões são utilizados dois programas, um que auxilia no cálculo de estrutura das peças e outro que facilita na visualização do desenho. As principais causas para alterações da programação da produção são do tipo: erro de previsão, maquinário quebrado, falta de energia, falta de recurso humano e atraso de 48 entrega de materiais por parte do fornecedor, porém estas alterações ocorrem esporadicamente. 4.4. CONTROLE O controle e o acompanhamento do processo produtivo são realizados pelo engenheiro da empresa juntamente
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