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1 Na aula de ontem, vimos que Viktor Frankl, ainda muito jovem, teve um sonho que o fez refletir sobre a vida e ter algumas reflexões filosóficas, pensando sobre a transitoriedade da vida, realização de valores e o sentido da vida. Ontem falamos sobre Frankl aos quatro anos. Na aula de hoje, vamos falar um pouco de Viktor Frankl aos treze anos. Se é assim, qual o sentido da vida? “Recordo-me agora de um episódio que me aconteceu quando eu tinha treze anos. Um dia meu professor de ciências passeava entre os bancos da classe e ensinava aos alunos que, no fundo no fundo, a vida não era senão um processo de combustão, um processo de oxidação. Eu levantei-me e sem pedir permissão, como era ainda costume, lancei-lhe a pergunta: ”Que sentido tem então a vida?” Naturalmente, ele não podia responder-me porque era um reducionista.’’1 Na aula, Frankl ouve algo que o incomoda muito, que é o reducionismo. É claro que nas ciências se estuda algo de orgânico e material, mas, o problema está no “nada mais que”. Mais adiante, no mesmo livro, Frankl ainda diz sobre se “Esse jovem (o próprio Frankl) tinha compreendido exatamente que o homem existe de um modo a ser diferente de uma vela, por exemplo, que está diante de nós a arder em cima duma mesa.”2 2 Pág. 57 - Psicoterapia e Sentido da Vida 1 Pág. 39 - Um Sentido para Vida 2 Embora nós possamos, entre outras coisas, “queimar e arder”, é evidente que não somos apenas isso. Se nada faz sentido, a vida é um absurdo! Se fosse assim, teríamos que fazer coro às linhas mais pessimistas que acreditam que fomos apenas seres lançados no mundo. Lançados para quê? Lançados à morte. Lançados para o nada! No entanto, Frankl faz algumas reflexões muito interessantes, principalmente quando fala sobre o sofrimento. Ele diz, se fôssemos apenas “lançados”, o que seria o amor? De que valem nossas lutas? Como posso suportar um sofrimento se nada faz sentido? A própria ideia da Logoterapia é uma resposta a este pensamento que começava a ganhar corpo e entrar nas universidades e escolas. A Logoterapia é uma Psicoterapia centrada no sentido. O Jornal Norte Americano de Psiquiatria resumiu o que era esse movimento da Logoterapia: “Uma fé absoluta em um sentido absoluto, esta é a mensagem do Dr. Frankl”.3 Viktor Frankl, do início ao fim da sua vida, vai cravar de maneira categórica e firme: há um sentido nesta vida. Ele cita alguns pensadores: ● Albert Camus - Há um só problema verdadeiramente sério e é... estabelecer se vale ou não a pena viver. ● Albert Einstein: O homem que considera sua vida sem sentido, não é simplesmente infeliz mas, alguém que dificilmente se adapta à vida. 3 The American Journal of Psychiatry 3 ● Em contraposição, nesse tempo, havia uma presença forte e crescente das ideias FREUDIANAS, como: “Se se pergunta pelo sentido e valor da vida, é porque se está doente”4. Frankl se levanta contra esse posicionamento de Freud e também levanta uma reflexão “Em nossos dias, um número cada vez maior de indivíduos dispõem de recursos para viver, mas não de um sentido pelo qual viver”5. Quero trazer três pontos de Viktor Frankl: 1. Nós não podemos aceitar respostas vazias de sentido. “Não caias nessa doença do caráter que tem por sintoma a falta de firmeza para tudo, a leviandade no agir e no dizer, a frivolidade. Essa frivolidade, que - não o esqueças - torna os teus planos de cada dia tão vazios (“tão cheio de vazio”), se não reages a tempo – não amanhã; agora! – fará da tua vida um boneco de trapos morto e inútil.’’6 Viktor Frankl foi alguém que se levantou a tempo para se posicionar, a exemplo do que aconteceu na sala de aula. 2. Chega de desculpas - Frankl cita o exemplo de Alexandre Dumas que teve um pai alcoólatra e que depois ele mesmo se tornou um. - “Se meu pai não me serve de exemplo, ao menos me serve de justificativa”.7 - Nós ficamos utilizando o mundo, nosso país, nossos pais como justificativa. Isso é uma desculpa. 7 Pg. 51 - Psicoterapia e Sentido da Vida 6 Pág. 17 - Caminho 5 Pág. 16 - Um Sentido para vida 4 FREUD apud Frankl Pág. 56 - Psicoterapia e Sentido da Vida 4 Visões fragmentadas , desproporcionais que temos da realidade e de nós mesmos – REDUCIONISMO. Determinismos – se baseiam em estímulo e resposta: Há sempre um ‘’se’’ precedido de um ‘’então’’. Exemplo: ‘’Se tenho esses pais, então…’’; ‘’Se nasci neste país, então…’’; ‘’Se sou dessa classe social, então…’’. Sempre HÁ UM CULPADO, SEMPRE HÁ ALGO OU ALGUÉM que me diga o que fazer e explique porquê sou o que sou, fiz o que fiz. 3. Levantar-se (Diante de si) e assumir a vida, como algo mais que combustão e oxidação “Ninguém pode feri-lo sem seu consentimento.”8 “O homem não é subjugado pelas condições diante das quais encontra-se. Ao contrário, são elas que estão submetidas às suas decisões.” (Frankl) “Não somos o que fazem de nós, somos o que fazemos com aquilo que fazem de nós.” (Frankl) Ao culpar os outros, você diz como FRITZ: o ser humano não é nada mais que um processo de combustão e oxidação. 8 Eleanor Roosevelt – Ex primeira dama EUA 5 1) Faça uma lista mental de quem você tem culpado: seja chefe, pai, esposa, presidente, DEUS. Pare agora com isso!!!! A questão é você: suas atitudes, seu posicionamento, o modo como você encara as coisas; 2) Durante esse dia faça o que tem que ser feito e não culpe os outros: Ser implacável comigo e não culpar os outros! Lembre-se sempre: “O que eu posso, eu faço; o que não posso, aceito. Mas, não fico culpando os outros.” 6 Espero que você esteja gostando do conteúdo do nosso curso! Ele foi desenhado para que você aplique na prática o que aprendeu e melhore. Envie todas suas dúvidas pelos comentários da postagem lá no Instagram mesmo. Sempre que possível, vou responder dúvidas. Peço que você compartilhe com os amigos e me marque no Instagram (@luiserique_psi) para que mais pessoas tenham acesso a esse conteúdo. 7 https://www.instagram.com/luisenrique_psi/ 8 9
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