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CASO
JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER, residente em Belo Horizonte, ingressou em juízo em face da UNIÃO. Buscou indenização por danos morais em virtude de inscrição de seu nome em cadastros restritivos de crédito, em virtude do suposto não pagamento de imposto de renda (a quantia havia sido corretamente paga e a inclusão se deveu a um erro da UNIÃO).
A sentença condenou a ré ao pagamento de R$ 500.000,00, quantia mantida pelo Tribunal. Houve recurso de apelação, mas o acórdão manteve a condenação nessa quantia.
A UNIÃO está inconformada com o valor da condenação, especialmente considerando que indenizações por inscrições indevidas são geralmente fixadas na base de R$ 10.000,00.
Como advogado da UNIÃO, atue em seu favor, de modo a buscar a diminuição da indenização.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE1 DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL2 DA 1ª3 REGIÃO
1. O REsp e o RE são sempre endereçados ao Presidente do Tribunal a quo.
2. Estamos aqui diante de Tribunal Regional Federal, visto que a União é a ré na ação (CF, art. 109, I).
3. Diferentemente da Justiça Estadual, em que há Tribunais de Justiça em cada um dos Estados e no DF, na Justiça Federal são apenas cinco Tribunais Regionais Federais; 1ª Região, com sede em Brasília: Estados do Norte, BA, PI, MA, MG, DF, GO e MT; 2ª Região, com sede no Rio de Janeiro: RJ e ES; 3ª Região, com sede em São Paulo: SP e MS; 4ª Região, com sede em Porto Alegre: RS, SC e PR; e 5ª Região, com sede em Pernambuco: AL, CE, PB, PE, RN e SE. A EC nº 73/2013 criou mais 4 TRFs (sedes no Paraná, Salvador, Belo Horizonte e Manaus); porém houve concessão de liminar na ADI 5017, que pende de julgamento, suspendendo a eficácia da referida EC.
Autos n. 2013.01.00.000123-4
Recorrente: UNIÃO FEDERAL
Recorrido: JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER
União, já qualificada nos autos,4 por seu advogado abaixo assinado,5 vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência interpor o presente
4. Somente há necessidade de nova qualificação se tiver ocorrido alguma alteração.
5. Apenas há necessidade de juntar nova procuração se houve alteração dos advogados.
RECURSO ESPECIAL
com fundamento nas alíneas a e c do inciso III do art. 105 da CF,6 pelas razões de fato e de direito a seguir expostas, que desta fazem parte integrante.
6. Sempre conveniente indicar qual o fundamento (qual das alíneas do art. 105 da Constituição) do REsp.
Todos os requisitos formais próprios ao presente recurso foram observados, sendo que não há o recolhimento de custas por força de previsão legal, considerando ser a União a recorrente (CPC/2015, art. 1.007, § 1º).7
7. O REsp, tal qual o RE, tem custas (cf. Lei nº 11.636/2007) e porte de remessa e retorno (fixado conforme tabela divulgada pelo STJ, sendo que se paga por meio de guia GRU, pelo número de fls. dos autos (sendo físico) e pela distância entre o juízo de origem e Brasília). No caso, não há recolhimento de custas (por ser a Fazenda a recorrente), mas é sempre conveniente destacar o motivo pelo qual há tal isenção.
Também vale destacar que, até o momento, o assunto debatido neste recurso não foi entendido como repetitivo8 pelo E. STJ. Assim, não há que se falar em suspensão na tramitação do recurso (CPC/2015, art. 1.037, II).
De qualquer forma, como estamos diante de uma questão que pode ser objeto de outros recursos, caso o E. STJ venha a reconhecer a aplicação do regime do repetitivo (CPC/2015, arts. 1.036 e seguintes), requer-se que o presente recurso seja enviado àquele Tribunal, tendo em vista se tratar de um recurso representativo.
8. Como já mencionado, nos termos do art. 1.036 do CPC/2015, em caso de multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão, apenas alguns REsp serão julgados, sendo que os demais ficarão suspensos. Diante disso, conveniente destacar, já na interposição do recurso, que a matéria debatida não foi entendida como repetitiva pelo STJ (é necessário um prévio estudo da questão no âmbito de tal Tribunal, por certo). Por sua vez, se a questão puder ser enquadrada como repetitiva, vale requerer que o caso concreto seja levado ao STJ, para fazer parte do julgamento que definirá a questão.
Termos em que, requerendo o recebimento e processamento do presente recurso, com a oitiva da parte contrária para, querendo, apresentar contrarrazões, com o posterior envio ao Superior Tribunal de Justiça,9 pede deferimento.
9. Interposto na origem (juízo a quo – Tribunal intermediário, no caso o TRF1), o REsp será julgado pelo STJ.
Cidade, data, 
assinatura, OAB.
(outra página)10
10. É praxe, no RE e no RESP uma petição de interposição (apenas comunicando o ingresso do recurso, com a menção aos aspectos formais) e, na sequência, iniciando-se em outra página, as razões recursais.
RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL
Autos n. 2013.01.00.000123-4
Recorrente: UNIÃO FEDERAL
Recorrido: JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER
Origem: TRF da 1ª Região/2ª Vara Cível Federal de Belo Horizonte
EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA TURMA,11
ÍNCLITOS JULGADORES
11. A divisão fracionária, nos TRFs é distinta dos TJs. Nos TJs, existe divisão em Câmaras, sendo que a Turma julgadora compreende somente os julgadores (três) que apreciarão determinado recurso. Já nos TRFs, não se utiliza o termo Câmara, mas Turma (órgão fracionário que contém cerca de cinco desembargadores) e Turma julgadora (julgadores que efetivamente apreciarão determinado recurso, que serão três).
I – BREVE SÍNTESE DA PRESENTE DEMANDA12
12. Como no REsp já houve sentença (1° grau) e acórdão (Tribunal), é conveniente fazer uma recapitulação dos fatos, para facilitar a compreensão. Não há que ser um resumo minucioso, mas necessário que traga os principais eventos ocorridos no processo.
Trata-se de recurso em que se discute o valor de indenização por danos morais.
Como se depreende da simples leitura dos autos, em virtude de um erro administrativo,13 o ora recorrido teve seu nome negativado em cadastro restritivo de crédito (CADIN). Diante disso, ingressou com demanda indenizatória, pleiteando a condenação desta UNIÃO no pagamento de danos morais.
13. No caso, o próprio problema já aponta a ocorrência de falha. Sendo assim, não se justifica negar a ocorrência do fato (o que, inclusive, pode acarretar condenação por litigância de má-fé). Ademais, em 1º e 2º graus é possível se afirmar que não houve dano, mas mero aborrecimento. Porém, para fins de recurso para Tribunal Superior, afirmar que não houve dano demanda o revolvimento da matéria fática – o que é inviável no recurso especial, considerando a Súmula nº 7/STJ. Mas, como se verá na sequência, se o valor é elevado é possível discutir isso.
O pedido foi julgado procedente, com a condenação fixada no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).
A apelação e a remessa necessárias foram negadas, por unanimidade, mantendo a condenação no valor fixado em 1º grau.14
14. Tratando-se de Fazenda Pública, existe a remessa necessária (art. 496). Assim, existindo ou não recurso, conforme o valor da causa, deverá haver a análise em 2º grau. Porém, não existe remessa necessária para Tribunal Superior.
Opostos embargos declaratórios para fins de prequestionamento, o v. acórdão foi mantido.
É a breve síntese do necessário.
Percebe-se que o v. acórdão reconhece a existência de dano moral decorrente de inscrição indevida, mas fixa a indenização em valor exorbitante, superior aos valores usualmente fixados por esse E. STJ.
Com a devida vênia, o v. acórdão não merece prosperar. Destarte, necessário que se admita o presente recurso,15 com sua consequente remessa ao E. STJ, para que então seja conhecido e provido.16
15. O primeiro juízo de admissibilidade é realizado na origem, usualmente, pelo vice presidente do Tribunal. O julgador irá apreciar se estão presentes os requisitos do REsp ou do RE (CPC/2015, art. 1.030). Se estiverem presentes, o recurso será admitido. Se não estiverem presentes (o que ocorre na maioria das vezes), a parte, querendo, deverá ingressar com agravo nos próprios autos (CPC/2015, art. 1.042).
16. Após aadmissão por parte do vice-presidente, na origem, o REsp (ou RE) será remetido ao Tribunal Superior, em Brasília. Naquele Tribunal, novo juízo de admissibilidade será realizado, em que o recurso poderá ou não ser conhecido. E, se conhecido, aí é que haverá a apreciação do mérito recursal, com eventual provimento.
II – DA PRESENÇA DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE17 PARA O CONHECIMENTO DESTE RECURSO
17. Como na maior parte das vezes o REsp não é admitido na origem, é conveniente destacar a pertinência da interposição do recurso em tópico específico para isso.
1) DO PREQUESTIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS VIOLADOS (CC, arts. 186 e 92718 – ALÍNEA A DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL)19
18. Como imprescindível o prequestionamento, vale apontar, desde o início, quais são os dispositivos prequestionados/violados.
19. Isso significa dizer que a parte está ingressando com o REsp por entender que o acórdão recorrido negou vigência à lei federal (CF, art. 105, III, a).
Da simples leitura do voto condutor do v. acórdão recorrido, percebe-se que houve o prequestionamento.
Para isso, basta verificar que20 é feita expressa menção aos dispositivos legais em comento.
Mas, como se não bastasse, ad argumentandum, houve a oposição de embargos de declaração para o fim específico de prequestionar, de modo que esse requisito está cumprido.21
20. No caso, deve o advogado verificar, no acórdão, os pontos em que efetivamente houve menção aos dispositivos violados. Se não tiver ocorrido o prequestionamento, deve o advogado opor embargos de declaração previamente à interposição do REsp/RE.
21. Pela letra do CPC/2015, uma vez opostos os embargos declaratórios para fins de prequestionamento, “consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou”, ou seja, o Código prevê o prequestionamento ficto (art. 1.025).
Destarte, como se vê, certo é que houve a discussão acerca da aplicabilidade dos mencionados dispositivos legais, sendo indubitável, portanto, o efetivo prequestionamento de tais artigos.
2) DA ADEQUADA APRESENTAÇÃO DE PARADIGMAS,22 CONFORME O ART. 1.029, § 1º, do CPC/2015 (ALÍNEA C DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL)23
22. Julgado de outro Tribunal que, no entender do recorrente, é divergente do julgado recorrido e justifica sua reforma. Tratando-se de recurso endereçado ao STJ, nada melhor que citar um julgado do próprio Tribunal.
23. Isso significa que a parte está ingressando com o REsp por entender que há divergência entre o acórdão recorrido e outro acórdão, de outro Tribunal (CF, art. 105, III, c).
Para permitir a subida do recurso pela alínea c do permissivo constitucional, junta a recorrente julgados desse E. STJ, de modo a comprovar a divergência entre a posição do Tribunal a quo e o entendimento de outros Egrégios Tribunais.24
24. O acórdão paradigma, para justificar a divergência, deve ser de Tribunal diverso do Tribunal a quo (Súmula no 13 do STJ).
Os julgados foram obtidos na Internet, a partir da página mantida por esse E. Tribunal (www.stj.gov.br), conforme autorizado pelo CPC/2015, art. 1.029, § 1º.25
25. O CPC/1973, desde 2006, já permitia a juntada do paradigma a partir da internet. Isso facilitou o trabalho do advogado e foi mantido no CPC/2015. Contudo, vale destacar que não basta a juntada da ementa; deve ser anexada aos autos cópia integral do acórdão (ementa, relatório e votos).
PELO EXPOSTO, PERFEITAMENTE ADEQUADA A APRESENTAÇÃO DOS JULGADOS PARADIGMAS.
III – DA NEGATIVA DE VIGÊNCIA À LEI FEDERAL26 (CF, art. 105, III, 
a): FIXAÇÃO EXORBITANTE DE VALOR PELO DANO
26. Após discorrer sobre o cabimento do recurso, deve o recorrente abordar efetivamente o mérito recursal apontando as razões de provimento do recurso.
A v. decisão que manteve a condenação em valor exorbitante, data venia, não aplicou o melhor direito e violou, expressamente, dispositivos do CC.27
27. O que se busca aqui é demonstrar que a interpretação dada a tal dispositivo não foi a mais adequada.
A existência do dano moral – que foi debatida nas instâncias de origem – não é objeto de debate nesta esfera superior.
Contudo, a fixação exorbitante do dano moral já acarreta violação aos próprios dispositivos que tratam da indenização (CC, arts. 186 e 927).
Ora, o dano moral deve restituir a parte ao estado anterior, mas não causar o enriquecimento sem causa do autor – situação que, vale lembrar, é expressamente vedada pela lei (CC, art. 884).28
28. Se tiver havido prequestionamento também em relação a este dispositivo, seria viável a alegação de violação igualmente a tal dispositivo. Mas, se não houve – como, no caso em hipótese –, não se deve alongar nesse argumento.
Assim, a indenização no valor fixado na origem destoa completamente dos precedentes mais recentes dessa E. Corte Superior, configurando verdadeira teratologia29 e, assim, está justificado o conhecimento do recurso, sem que se haja de falar em aplicação do óbice da Súmula nº 7.
29. Termo muito utilizado no cotidiano forense para apontar erro do julgador, teratologia é o “estudo das monstruosidades”.
Nesse sentido, além dos precedentes que abaixo serão mencionados, a doutrina: “(...)”.30
30. Não se trata de algo fundamental, mas, caso haja algum trecho doutrinário relevante, por certo poderá ser citado no corpo do recurso.
Pelo exposto, indubitável é a violação à legislação federal.
IV – DA INTERPRETAÇÃO DIVERGENTE ENTRE O V. JULGADO RECORRIDO E DECISÕES DESSE E. TRIBUNAL (CF, art. 105, III, c)31
31. Acima, atacou-se o julgado recorrido, afirmando que não se aplicou corretamente a lei (alínea a). A partir deste momento, apontam-se julgados que divergem do recorrido (alínea c).
A alegação de que a quantia fixada a título de indenização é exorbitante encontra respaldo na jurisprudência pátria.
Diversos acórdãos de outros Tribunais – inclusive desse E. STJ – são firmes em apontar que a indenização por dano moral não deve ser exorbitante.
Nessa linha, apresentamos dois acórdãos paradigmas, de lavra desse E. Tribunal – e todos ora juntados, a partir do inteiro teor obtido na Internet.32
32. Quando se interpõe REsp com base na alínea c, os julgados paradigmas devem ser juntados, no seu inteiro teor (não é suficiente a ementa, sendo necessário o relatório, o voto e a certidão de julgamento). Atualmente, é fácil a obtenção do inteiro teor via Internet.
Ambos os julgados tratam de inscrição indevida em cadastro restritivo, os dois igualmente apontando que, somente se for exorbitante, cabe a alteração do valor. E ambos indicam como adequado, para fins de fixação de dano moral, quantia bem inferior ao caso concreto.
Como se verá na sequência, um julgado traz hipótese de indenização de R$ 10.000,00 (dez mil), e outro, de R$ 5.000,00 (cinco mil):
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INSCRIÇÃO INDEVIDA. DANO MORAL
CARACTERIZADO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. A indenização por dano moral decorrente de inscrição indevida em cadastro restritivo de crédito fixada no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) não demanda revisão por esta Corte, que só altera o valor da condenação quando esta é irrisória ou exorbitante, o que não se
verifica no caso em apreço. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa” (AgRg no AREsp 219.998/TO, rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4ª T., j. 2-10-2012, DJe 5- 10-2012 – grifos nossos).
“Processual civil. Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial. Responsabilidade civil. Violação do art. 535 do CPC. Inocorrência. Inscrição indevida nos órgãos de proteção ao crédito. Dano moral. Súmula nº 7/STJ. Redução da indenização. Inviabilidade. Razoabilidade na fixação do quantum. Súmula nº 7/STJ. Recurso manifestamente improcedente. Imposição de multa. Art. 557, § 2º, do CPC.
1. A alegação de ofensa ao art. 535 do CPC não merece prosperar quando o Tribunal a quo pronunciou-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos.
2. O recurso especial não comporta o exame de questões que impliquem revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, a teor do que dispõe a Súmula nº7/STJ.
3. Em hipóteses excepcionais, quando manifestamente evidenciado ser irrisório ou exorbitante o arbitramento da indenização, a jurisprudência desta Corte permite o afastamento do referido óbice, para possibilitar a revisão.
4. No caso concreto, a indenização fixada no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) pela indevida inscrição do nome do autor em órgão de restrição de crédito não se revela excessiva.
(...)” (AgRg no AREsp 117.990/RS, rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, 4ª T., j. 18-9-2012, DJe 25-9-2012).
Como se percebe, é patente a divergência entre tais julgados e o v. acórdão recorrido. Cabe, inclusive, analisar as especificidades de cada um deles:
Julgado recorrido: indenização de R$ 500.000,00, por dano moral decorrente de inscrição indevida, em que (...)
Paradigma 1: indenização de R$ 10.000,00, por dano moral decorrente de inscrição indevida, em que (...)
Paradigma 2: indenização de R$ 5.000,00, por dano moral decorrente de inscrição indevida, em que (...)33
33. Esta comparação entre o julgado recorrido e o julgado paradigma é prevista em lei, e deve ser realizada pela parte. O advogado deve cotejar os julgados – sob pena de não conhecimento do recurso (CPC/2015, art. 1.029, § 1º, in fine: “mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados”).
Pelo exposto, certo é que o recurso especial deve ser conhecido e provido.
V – CONCLUSÃO34
34. Aqui se encontra o pedido do recurso, que deve trazer a síntese daquilo que se pretende.
Diante do exposto, pede e requer o recorrente:
(i) que o presente recurso seja admitido na origem (conhecido) e remetido ao E. STJ, já que ocorrido o prequestionamento e apresentados julgados que deram aplicação distinta à lei federal (declarando o advogado da recorrente que tais julgados são autênticos);
(ii) após a admissão do REsp, quando o recurso for recebido no E. STJ, que seja conhecido e, no mérito, provido, para reduzir o valor da indenização por danos morais para R$ 5.000,00, R$ 10.000,00 ou outra quantia que essa Egrégia Corte entenda adequada.
Termos em que pede deferimento.
Cidade, data,
 assinatura, OAB._

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