ERGONOMIA EM DESIGN Unidade 1

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ERGONOMIA - ERGONOMIA - 
PRINCÍPIOSPRINCÍPIOS
E P l i P d l
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introdução
Introdução
Para iniciarmos nossos estudos, nesta unidade vamos estudar sobre o que é a
Ergonomia, que é vista como uma ciência, a qual busca estudar o
comportamento e ações entre o homem o seu trabalho. Também iremos
abordar a subdivisão da Ergonomia em ergonomia física, cognitiva e
organizacional.
Também será tratada a questão da contribuição do design para a ergonomia,
demonstrando os conceitos de ergonomia de concepção, de correção e de
conscientização.
Esp. Pol iana Padula
IN IC IAR
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Iremos nos aprofundar nos conceitos da ergonomia, sua função, problemas
abordados por ela, possíveis soluções, um pouco da história da ergonomia,
seu surgimento, como foi evoluindo até chegarmos aos dias atuais.
Segundo o dicionário da língua portuguesa, a Ergonomia é uma ciência que
O que é Ergonomia?O que é Ergonomia?
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busca melhorar as condições de trabalho, que busca um melhor desempenho
da produtividade do indivíduo e seu ambiente de trabalho. Estuda as relações
entre o homem e a máquina.
A Ergonomia é uma ciência multidisciplinar, podendo serem estudados
juntamente a ela as medidas do corpo humano, a �siologia e o ambiente de
trabalho. Um dos maiores objetivos da Ergonomia é encontrar soluções para
minimizar os impactos que são aplicados aos seres humanos, devido à
postura incorreta, a comportamentos, interpretações, tomada de decisões,
tudo relacionado às ações praticadas no ambiente de trabalho. O mais
interessante de tudo é que a Ergonomia é um campo de estudo muito amplo,
em constante desenvolvimento, e que podemos ver seus conceitos e estudos
sendo aplicados também em produtos, residências e comércios.
Itiro Iida (2005, p. 2), engenheiro, professor e grande estudioso da Ergonomia
de�ne essa ciência como tendo “caráter interdisciplinar e o objeto de seu
estudo [é] a interação entre o homem e o trabalho no sistema homem-
máquina-ambiente”.
Também busca estudar as demandas de transformação positiva da realidade
laboral. O ser humano, sempre com uma demanda de trabalho, pratica um
comportamento incorreto seja na sua postura, organização, práticas, onde se
aplica a ergonomia para solucionar essas atividades humanas de forma
confortável e mais segura. (VIDAL, 2003).
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A ergonomia pode ser subdividida em três campos de estudo, sendo eles
ergonomia física, cognitiva e organizacional.
De acordo com Iida (2005, p. 3) ergonomia física “ocupa-se das
características da anatomia humana, antropometria, �siologia e
biomecânica, relacionados com a atividade física”. O que é relevante
neste conteúdo são as posturas do homem, a forma como está
manuseando um equipamento, os movimentos repetitivos que
praticamos, como um simples click no mouse. A ergonomia visa,
então, a saúde e o bem-estar do trabalhador (IIDA, 2005).
Já a ergonomia cognitiva, na visão de Iida (2005, p. 3), “ocupa-se dos processos
mentais, como percepção memória, raciocínio, resposta motora, relacionados
com as interações entre as pessoas e outros elementos de um sistema”. Pode-
se dizer que isso está relacionado aos processos cognitivos, onde cognição é o
ato de estar adquirindo conhecimento. Estamos em constante
desenvolvimento do nosso conhecimento e é nesse contexto que a
ergonomia cognitiva se insere, como interpretação, percepção ou agimos
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diante de uma ação.
A Ergonomia organizacional, para Iida (2005, p. 3), “ocupa-se da otimização
dos sistemas sócio técnico, abrangendo as estruturas organizacionais,
políticas e processos”. Isso se refere às formas de trabalho, seja em grupo,
participativo, cooperativo entre outros (IIDA, 2005).
Moraes e Mont’Alvão (2000, p. 14-15) elencam as áreas de atuação da
ergonomia:
● Interfaciais: con�guração, morfologia, arranjo físico, dimensões,
alcances de máquinas, equipamentos, consoles, bancadas, painéis
e mobiliários.
● Instrumentais: con�guração, conformação, arranjo físico e
topologia, priorização, ordenação, padronização, compatibilização
e consistência, painéis de supervisão (sinópticos, mostradores) e/ou
comandos.
● Informacionais: visibilidade, legibilidade, compreensibilidade e
quantidade de informação, priorização e ordenação,
padronização, compatibilização e consistência, componentes
sígnicos – caracteres alfanuméricos e símbolos iconográ�cos -,
sistemas de sinalização de segurança ou de orientação, de painéis
sinópticos, telas de monitores de vídeo e mostradores, de manuais
operacionais e apoios instrucionais.
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● Acionais: con�guração, conformação, apreensibilidade,
dimensões, movimentação e resistência de comandos manuais e
pediosos.
● Comunicacionais: articulação e padronização de mensagens
verbais por alto-falantes, microfones e telefonia; qualidade de
equipamentos de comunicação oral.
● Cognitivos: compreensibilidade, consistência de lógica de
codi�cação e representação, compatibilização de repertórios,
signi�cação das mensagens; processamento de informações,
coerência dos estímulos, das instruções e das ações e decisões
envolvidas na tarefa, compatibilidade entre a quantidade de
informações, complexidade e/ou riscos envolvidos na tarefa;
quali�cado, competência e pro�ciência do operador.
● Movimentacionais: limites de peso para levantamento e
transporte manual de cargas segundo a distância horizontal da
carga em relação à região lombar da coluna vertebral, o curso
vertical do levantamento ou abaixamento da carga, a conformação
da carga e a frequência de manipulação da carga.
● Espaciais/Arquiteturais: aeração, insolação e iluminação do
ambiente; isolamento acústico e térmico; áreas de circulação e
layout de instalações das estações de trabalho; ambiência grá�ca,
cores do ambiente e dos elementos arquiteturais.
● Físico-ambientais: toxicidade, vapores e aerodispersoides;
agentes biológicos (microrganismos: bactérias, fungos e vírus), que
respeitem padrões de assepsia, higiene e saúde.
● Securitários: controle de riscos e acidentes, pela manutenção de
máquinas e equipamentos, pela utilização de dispositivos de
proteção coletiva e, em último caso, pelo uso de equipamentos de
proteção individual adequados, pela supervisão constante da
instalação dos dutos, alarmes e da planta industrial geral.
● Operacionais: programação da tarefa, interações formais e
informais, ritmo, repetitividade, autonomia, pausas, supervisão,
precisão e tolerância das atividades da tarefa, controles de
qualidade, dimensionamento de equipes.
● Organizacionais: parcelamento, isolamento, participação,
gestão, avaliação, jornada, horário, turnos e escala de trabalho,
seleção e treinamento para o trabalho.
● Instrucionais: programas de treinamento, procedimentos de
execução da tarefa; reciclagens e avaliações.
● Urbanos: planejamento e projeto do espaço da cidade,
sinalização urbana e transporte, terminais rodoviários, ferroviários
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e metroviários; áreas de circulação e integração; áreas de repouso
e de lazer.
● Psicossociais: con�itos entre indivíduos e grupos sociais;
di�culdades de comunicações e interações interpessoais; falta de
opções de descontração e lazer.
praticar
Vamos Praticar
A ergonomia, vista como o campo de estudo entre o homem e o trabalho, pode ser
considerada um estudo multidisciplinar, interdisciplinar, e possui algumas
subdivisões de conteúdo. De acordo com o assunto, analise e assinale a alternativa
correta.
a) Ergonomia física: está relacionada com as características do
comportamento humano. Estuda a satisfação dos funcionários com seu
ambiente de trabalho, e os problemas enfrentados por eles.
b) Ergonomia cognitiva: refere-se às relações da empresa com o funcionário,
as atitudes em que todos que fazem parte de uma equipe podem exercer
para um melhor desenvolvimento pessoal.
c) Ergonomia organizacional: refere-se às relações organizacionais, trabalhos
em equipe, cooperativos, projeto de trabalho, participativos. Busca identi�car
como o homem se relaciona com seu ambiente de trabalho.
d) Os ergonomistas buscam apenas trabalhar o comportamento homem e
trabalho, mas relacionado às posturas, movimentos, que são praticados.
e) A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina cientí�ca que pode
ser exercida apenas por ergonomistas, e aplicada só em residências.
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Diante de problemas encontrados, e soluções aplicadas, a ergonomia tem a
Ergonomia - Princípios - O papelErgonomia - Princípios - O papel
do Designdo Design
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função de estabelecer uma forma mais “leve” da relação entre o homem e seu
trabalho ou ações que se relacionam nesse meio, buscando um melhor
desenvolvimento, redução de riscos de acidente, bem-estar e saúde. Para um
Designer de produtos, por exemplo, há pesquisas, estudos, buscando
melhores alternativas para a produção e manuseio de um produto.
Se um designer de produtos buscar essas melhorias para soluções de seu
projeto isso só resultará em benefícios para o usuário, podendo proporcionar
maior usabilidade, facilidade no manuseio, segurança e conforto, fazendo
assim o usuário se adaptar de forma mais agradável ao produto
(KARWOWSKI; SOARES; STANTON, 2011).
De acordo com a ISO, usabilidade é o grau em que um usuário pode alcançar
metas especí�cas em um ambiente particular - efetivamente, e�cientemente,
confortavelmente e de modo aceitável (SOARES, 2011). O projeto ergonômico
de produtos, em palavras simples e diretas, deve ser pensado de forma a
atender o público-alvo de forma usual, fácil, adaptável. Outro exemplo foi “o
surgimento de sistemas computacionais, surgiram problemas novos
relacionados a sistemas informatizados que eram muito difíceis de operar,
especialmente por necessitar de uma linguagem de códigos que era bastante
complicada para um usuário comum.” (GREEN; JORDAN, 1999).
Não podemos esquecer de mencionar que a usabilidade é determinada pelo
usuário e toda a interação que o mesmo está exercendo sobre aquela ação,
seus movimentos, di�culdade etc. En�m, todo usuário tem sua
particularidade e terá sua opinião própria sobre a forma de usabilidade.
Vergara (2005) explica que o processo de design requer novas estratégias de
projeto, onde se planeja em primeiro lugar as perguntas, ou seja, identi�ca-se
como, por quem, em que contexto etc. o produto será utilizado.
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A ergonomia, desde o passado, vem interagindo com o comportamento do
homem. São levadas em consideração suas limitações, habilidades,
desenvolvimento em tarefas e trabalhos que são propostos (SANDERS;
MCCORMICK, 1987).  
Em ambientes residenciais, a ergonomia atua também no comportamento do
ser humano, mas agora de uma forma de como ele atua naquele ambiente,
como é sua rotina, suas necessidades em relação ao espaço, interações, visto
que hoje em dia os ambientes estão cada vez menores e a busca por
pro�ssionais que saibam trabalhar de forma e�ciente nesses espaços vem se
tornando cada vez maior.
Para Vidal (2003), trabalhar com ergonomia é desenvolver soluções para
problemas que surgem na vida pro�ssional. Segundo o autor, os campos de
atuação das ergonomias podem ser:
Quanto à perspectiva – Ergonomia de Intervenção e de Concepção.
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Quanto à �nalidade – Ergonomia de Correção, de Enquadramento, de
Remanejamento e de Modernização.
Quanto ao objeto – Ergonomia de Produto e de Produção
(Conscientização)
Vergara (2005) demonstra, conforme citado anteriormente, que o estudo
ergonômico se torna necessário em três situações que se distribuem em
diferentes etapas do desenvolvimento projetual: a ergonomia de concepção
d id f i i i l d d d l i
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– que pode se considerar como a fase inicial do processo de desenvolvimento
de produtos; a ergonomia de correção – aplicada em situações reais para
resolver problemas existentes, como por exemplo modi�cações que podem
ser feitas em um ambiente de trabalho; e a ergonomia de conscientização –
utilizada quando os problemas não foram totalmente solucionados nas fases
anteriores, ou para reforçar conceitos, tais como fatores de risco envolvidos.
Na área de Design, a ergonomia é fundamental para um bom
desenvolvimento de projeto, e fundamental para resultado positivo, e�ciente
e e�caz. Pedroso (1998) discute a importância de se pensar em fatores
ergonômicos para as melhorias no produto desde o início do processo
projetual. Sendo assim, em um processo de design, a abordagem está voltada
para a ergonomia de concepção, indicando a relevância de se pensar na
relação entre o usuário e produto desde a fabricação até o seu descarte. A
ergonomia deve estar presente desde a concepção de um produto,
desenvolvimento, execução, ou seja, em todo o ciclo de vida deste.
Para Soares (2011), a ergonomia desempenha três papéis tradicionais no
desenvolvimento de produtos:
a identi�cação das necessidades dos usuários;
a interface do usuário com o produto;
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a aplicação de testes e avaliações de modelos e protótipos.
Uma característica apresentada por Pheasant (2005, p. 7) a�rma que “a
ergonomia se baseia no limite entre o domínio da ciência empírica e o
domínio dos valores éticos”. É importante desenvolver uma abordagem
voltada ao público-alvo ou a um determinado usuário. Pode-se entender,
também, como design centrado no usuário, que funciona como um método
de desenvolvimento para produtos de acordo com as necessidades e
interesses dos usuários, o que permite uma melhor compreensão e
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usabilidade.
Uma segunda característica da ergonomia apresentado por Norman (2002) é
baseada no conceito de visibilidade: os componentes dos produtos devem ser
de fácil compreensão da mensagem que se quer passar. Não adianta
projetarmos um espaço ou produto, sendo que será difícil para um usuário
usufrui-lo. Um exemplo simples são os softwares, ou aplicativos. Quantas
vezes nos deparamos com diversos caminhos e tópicos, umverdadeiro mapa
que precisamos decifrar para podermos entender como realmente usá-los, e
muitas vezes até desistimos.        
Segundo Vergara (2005), o uso dos conhecimentos da Ergonomia ligados ao
processo de design, no Brasil, encontra-se mais difundido em áreas ligadas à
organização e racionalização do trabalho, segurança, prevenção de acidentes
de trabalho, nas pesquisas antropométricas, na Psicologia e Medicina do
trabalho, no avanço da Engenharia cognitiva, entre outras.
praticar
Vamos Praticar
O estudo ergonômico se torna necessário em três situações que se distribuem em
diferentes etapas do desenvolvimento projetual. Na relação
homem/máquina/ambiente, a contribuição ergonômica, que se aplica a situações já
existentes, para combater problemas reais que podem provocar acidentes, fadiga
por conta de esforços prejudiciais, doenças ao trabalhador ou problemas no
processo de produção e qualidade chama-se:
a) ergonomia de concepção.
b) ergonomia de correção.
c) ergonomia de conscientização.
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) g ç
d) ergonomia de produto.
e) ergonomia de cognição.
Segundo Iida (2005, p. 5), os primeiros vestígios da ergonomia na história se
História da ErgonomiaHistória da Ergonomia
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deram na Pré-História: “começou provavelmente com o primeiro homem pré-
histórico que escolheu uma pedra de formato que melhor se adaptasse à
forma e movimentos de sua mão, para usá-la como arma”.  Há, também, a
constatação de recomendações quanto à ergonomia em papiros egípcios
indicando como construir utensílios de construção civil, assim como
procedimentos de como organizar o canteiro de obras de pirâmides.
Leonardo da Vinci, famoso pintor, matemático, escultor entre outras áreas de
atuação que exercia estudou a ergonomia, principalmente a física, aplicando a
antropometria em suas artes.
Passando mais adiante, alguns estudos foram realizados a partir do �nal do
século XIX, onde há o surgimento de um movimento denominando-se
taylorismo, como um sistema de organização de trabalho, originado pelo
americano Frederick Winslow Taylor que buscava alcançar a máxima
produtividade e desenvolvimento de funcionários com um mínimo de esforço
de tempo.
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Mario Vidal (2003) descreve uma série de fatores que demonstram a
preocupação, durante a Idade Moderna, com o que viria ser ergonomia
posteriormente:
os estudos de manuseio inadequado de cargas (Vauban e Bélidor,
séc XVII), riscos químicos como inalação de vapores e poeiras
(Fourcroy, séc XVIII).  [...] registros de estudos de biomecânica e
antropometria (Leonardo Da Vinci), trabalhos de higiene industrial,
basicamente sobre ventilação e iluminamentos dos locais
(Désargulires, Hales e Camus, séc XVI; D’Arret, séc. XIX) e de
medicina do trabalho, tanto num âmbito especí�co de afecções
pro�ssionais (Ramazzini e Tissot, séc XVIII),  [...] epidemiologia
(Villermé e Patissier, séc. XIX). Neste período também se deu origem
ao conceito de higiene do trabalho (D’Arret, regras de higiene nas
fábricas; Patissier, mentor do movimento para criação da inspeção
do trabalho na França)  (VIDAL, 2003).
A palavra Ergonomia tem origem do grego ergon (trabalho) + nomos (regras),
citado pela primeira vez no trabalho “Ensaio de ergonomia ou ciência do
trabalho, baseada nas leis objetivas da ciência da natureza”, do cientista e
biólogo polonês Wojciech Jastrzebowski, em 1857. Porém, foi no período pós
2ª Guerra Mundial, devido ao rápido desenvolvimento provocado pela
industrialização, que começou a surgir uma maior integração entre homem,
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industrialização, que começou a surgir uma maior integração entre homem,
atividade e máquina. Em 1950, na Inglaterra, foi fundada a primeira
associação cientí�ca de ergonomia conhecida também como Ergonomics
Research Society. Essa criação também in�uenciou outros países como
Estados Unidos, Alemanha, onde também criaram suas associações. Iida
(2005, p. 7) cita que “no Brasil a Associação Brasileira de Ergonomia - Abergo,
foi fundada em 1983”. Nos dias atuais a ergonomia já está inserida em todos
os países por meio de pro�ssionais, instituições, empresas etc. Em agosto de
2000, a Associação Internacional de Ergonomia (IEA) adotou a de�nição o�cial
apresentada a seguir. A Ergonomia é uma disciplina cientí�ca relacionada ao
entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou
sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a
�m de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema. Os
ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de
tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-
los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.
(ABERGO, 2018, on-line).
praticar
Vamos Praticar
A ergonomia desde o passado vem interagindo com o homem e o seu trabalho, e de
acordo com as necessidades que vêm surgindo, tem evoluído esse campo de estudo
a �m de encontrar melhorias para o indivíduo ter uma melhor qualidade de vida em
seu trabalho. A partir de nossos estudos sobre a história e evolução da Ergonomia,
é correto a�rmar que
a) a preocupação com a ergonomia iniciou apenas na época dos egípcios,
com os papiros e criação de seus objetos e utensílios.
b) a ergonomia teve grande destaque após a segunda grande guerra, e foi
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empregado o conceito de Taylorismo.
c) O período da Segunda Guerra Mundial causou grande atraso nos estudos
ergonômicos, pois toda a concentração de recursos econômicos foram
destinados às batalhas.
d) a ergonomia teve grande destaque antes da Segunda Guerra,
in�uenciando o homem no campo e suas atividades.
e) o termo ergonomia se origina da civilização romana, onde ergon (conforto)
+ nomos (ambiente).
A ergonomia física estuda as situações físicas em um ambiente de trabalho. E
Ergonomia FísicaErgonomia Física
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elas são inegavelmente reais: trabalhar engaja o corpo do trabalhador,
exigindo-os de várias formas ao longo da jornada de trabalho (VIDAL, 2003).
Vamos imaginar um pro�ssional cujo principal equipamento de trabalho é o
computador. Muitas vezes iniciamos nossas atividades sentados de forma
correta e com o passar o tempo vamos “deitando” na cadeira. A simples forma
como posicionamos nossa mão no teclado, mouse a altura do monitor diante
de nossos olhos, sendo utilizados de forma incorreta, podem prejudicar em
muito nossa saúde física com o passar do tempo.
A ergonomia física busca encontrar soluções para que todas essas ações
sejam praticadas de forma correta, segura e confortável, evitando que esses
movimentos, posturas incorretas nos prejudiquem não só no quesito saúde,
mas também para termos um melhor desenvolvimento e produtividade
pro�ssional. Se todos trabalhassem de forma correta seria até mais
satisfatório e prazeroso estarmos exercendo nossas atividades. A ergonomia
física também considera a importância da conscientização relativa à higiene,
uma forma de mantermos nosso ambiente de trabalho agradável a �m de
não prejudicar nossa saúde e também a de pessoas com quem
compartilhamos omesmo espaço, buscando um maior conforto no nosso
ambiente. Um ambiente limpo, atitudes e posturas corretas, tornam um
ambiente muito mais e�ciente. Existem algumas normas que auxiliam
também a questão de iluminação, temperatura, ruídos, vibração.
A ergonomia física se desenvolve na relação da atividade com o posto de
trabalho e o ambiente no qual este está inserido. Para isso, é importante o
papel do ergonomista na concepção e execução de normas para guiar essas
relações de trabalho. No campo organizacional, estudos e propostas de
ergonomia têm sido movidos pela intenção de se mobilizar as diretorias,
gerências e funcionários para a compreensão e participação da concepção de
processos que utilizem da ergonomia para operações mais seguras e
saudáveis aos integrantes do sistema. Muitas empresas buscam hoje
alternativas para tornar o ambiente de trabalho mais leve. Há alternativas
como ginástica laboral, revezamentos de funcionários, pausas, alongamentos,
meditações, ambientes descontraídos a �m de minimizar as cargas de
trabalho e estresse.
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Antropometria
De uma forma simples, a Antropometria estuda as características físicas do
ser humano no que diz respeito aos aspectos relacionados com as
proporções corporais. Podemos nomear algumas proporções como sendo a
estatura, pesos, alturas, larguras, distâncias, alcances, espessuras e
comprimentos (SILVA, 2008).
S d R d i Añ (2002) i d i à
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Segundo Rodrigues-Añez (2002), a origem da antropometria remonta à
antiguidade pois egípcios e gregos já observavam e estudavam a relação das
diversas partes do corpo. O reconhecimento dos biotipos é notado desde os
tempos bíblicos, através de unidades de medidas baseadas em segmentos do
corpo. No �nal do século XIX e início do século XX percebe-se o interesse por
estudos da anatomia do ser humano, principalmente quanto à parte
esquelética. Esses estudos intensi�caram-se durante o período entre guerras,
através de estudos médicos relacionados às dimensões corporais dos
soldados (antropologia ocupacional).
Iida (2005, pág. 98) cita que “as décadas de 1940, as medidas antropométricas
visavam determinar apenas algumas grandezas médias da população, com
pesos e estatura. Atualmente, os estudos concentram-se em identi�car as
diferenças dos biotipos em relação a variáveis como raça, região geográ�ca e
cultura. Essas pesquisas são motivadas para criação de padrões nacionais,
porém com a tendência de globalização comercial, está emergindo cada vez
mais a necessidade de projetos que atendam a população mundial,
ampliando assim o pensamento quanto à padronização.
Antropometria Estática e Dinâmica
No desenvolvimento de novos projetos é conveniente trabalharmos com dois
tipos de antropometria: a estática e a antropometria dinâmica. A
antropometria estática segunda Iida (2005, pág.110), como o próprio nome
indica são “as medidas do corpo parado ou com poucos movimentos e as
medições realizam-se entre pontos anatômicos claramente identi�cados”. Ou
seja, para aplicar esse conceito deve-se ter pouca mobilidade em suas
atividades, e a maioria das tabelas antropométricas levam como base a
antropometria estática.
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A antropometria dinâmica “mede os alcances dos movimentos. Os
movimentos de cada parte do corpo são medidos mantendo-se o resto do
corpo estático” (IIDA, 2005). O autor ainda cita que “deve se aplicar a
antropometria dinâmica nos casos de trabalho que exigem muitos
movimentos corporais ou quando se devem manipular partes que se
movimentam em máquinas ou postos de trabalho” (IIDA, 2005, pág. 110).
Há também a antropometria funcional, que é voltado a prática de tarefas
especí�cas, seus movimentos e medições. Envolve diversos movimentos que
são praticados simultaneamente.
Para projetarmos um produto, vestuário, ambiente, devemos levar em
consideração medidas padrões da nossa sociedade. Alguns livros e normas
podem indicar essas medidas. Citamos dois autores que são de grande
referência para estudos antropométricos, Julius Panero e Martin Zelnik,
Arquitetos e Designers de Interiores que desenvolveram o livro chamado
“Dimensionamentos Humanos para espaços interiores”. O livro justamente
retrata referências antropométricas para desenvolvimento de projetos. As
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medidas antropométricas podem variar de acordo com idade (bebê, criança,
adulto, idoso), sexo (homem, mulher), etnias, proporções corporais (estatura
do corpo), clima (dependendo de uma região e o clima predominante nelas as
estaturas do corpo variam). (Iida, 2005, p. 100-103). Alguns conceitos também
podem ser aplicados, como:
Tipo médio: uso de dados da média populacional. Usada em
produtos de uso coletivo. Porém essa média não atende a maioria
das pessoas, e irão se sentir desconfortáveis quando forem
apresentadas a situações desse contexto.
Indivíduos extremos: é a forma mais comum na maioria das
situações. Implicam em situações onde tenha maior incidência de
valores médios e menores em valores extremos.
Projetos para o indivíduo: são produtos exclusivamente
dimensionados   para um indivíduo. Isso se dá pela necessidade de
adaptação ou adequação a um produto e que di�cilmente são
encontrados no mercado.
Uma das maiores contribuições da aplicação da antropometria, atualmente, é
para o dimensionamento de espaços e dispositivos de trabalho. Há a
tendência atual de redução dos espaços destinados à realização de trabalho.
A contribuição da antropometria, nesses casos, deve ser ainda maior, para
garantir a saúde e segurança de trabalho em condições ambientais abaixo do
ideal. Para isso, devem ser considerados vários fatores como: postura, tipo de
atividade manual e o vestuário.
Alguns dados são fundamentais para se colher os dados antropométricos.
Uma certa forma de organização são o uso de tabelas para coleta de dados,
identi�cando o usuário, dimensões do corpo e todos os dados
antropométricos necessários na pesquisa. Para Iida (2005, pág. 109) “as
medições antropométricas devem ser realizadas diretamente, tomando-se
uma amostra signi�cativa de sujeitos que serão usuários ou consumidores do
objeto a ser projetado. Um exemplo são as cabinas para ônibus, deve-se
medir os motoristas de ônibus, que serão os usuários”.
O Futuro da Antropometria
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Na última década, a evolução digital contribuiu para otimização do
processamento de dados antropométricos, para determinação de modelos,
padrões, estudos populacionais e fenômenos antropométricos. Hoje a
tecnologia já é forte aliada para se obter dados antropométricos, podemos
observar isso em exames de bioimpedância que mede toda a composição
corporal, o body scanning 3D que aplica diversas tecnologias através de um
sensor e obtém dados antropométricos do corpo humano.
Com todos esses avanços e o mundo tecnológico que estamos vivenciando, é
possível futuramente obtermos dados antropométricos em tempo real. Já
imaginou como isso bene�ciaria o campo do Design e outras áreas onde a
ergonomia e a antropometria são aplicadas? O estabelecimento de relações
espaciais tridimensionais pode obter dados detalhados de características
corporais, além da detecção da localização de ossos, órgãos vitais e outras
estruturas para a confecção de próteses,reconstrução de órgãos ou então
para a aplicação de procedimentos diagnósticos a distância ou por controle
remoto. O aumento de recursos para mensurar as características humanas
também trará uma maior amplitude e variedade de dados numéricos e
modelos humanos, di�cultando a de�nição de padrões para projetos.
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praticar
Vamos Praticar
Prática de Antropometria:
Escolha uma estação de trabalho de sua utilização. Faça um levantamento das
dimensões que considere mais importantes para o desenvolvimento de seu
trabalho/estudos (altura e largura da mesa e cadeira; altura de encostos e apoio de
mãos; altura do monitor; entre outros). Após, meça as partes de seu corpo que
estão relacionadas à sua atividade. Faça uma análise se sua estação de trabalho
está realmente adequada a seu corpo e suas necessidades para realização do
trabalho.
Escreva sua resposta aqui...
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indicações
Material Complementar
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LIVRO
Ergonomia - Projeto e Produção
Itiro Iida e Lia Buarque
Editora: Blucher.
ISBN: 978-85-2120354-4
Comentário: O livro trata de uma visão da ergonomia
como contribuição para melhorias no desempenho dos
processos de trabalho, com uma abordagem também
voltada a políticas que garantam o bem-estar dos
trabalhadores. A última edição insere conceitos atuais
sobre macroergonomia e a in�uência da inclusão digital
no sistema homem x ambiente x atividade.
FILME
Tempos Modernos
Ano: 1938
Comentário: Veja como o processo industrial
modi�cou as características de trabalho, tornando-se
cada vez mais repetitivo e constrangedor à saúde física
e mental do trabalhador. As di�culdades e pressão
representadas pelo trabalhador (personagem
interpretado por Charles Chaplin) podem ser
percebidas até hoje na realidade das empresas e
indústrias.
TRA ILER
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conclusão
Conclusão
O estudo da ergonomia é de considerável importância, por levar em
consideração as necessidades do usuário na interação com a interface e
atividade realizada. Um projeto que se utiliza do aporte da ergonomia
também irá permitir uma melhor performance a quem desenvolve o trabalho,
gerando assim uma maior produtividade para a empresa. Vale a pena
destacar que um projeto ergonômico deve ser centrado nas diferentes
características de usuários ou grupos que irão utilizar o artefato projetado.
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referências
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