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@med_resumosstudy Definição Ruptura prematura das membranas (RPM) é a amniorrexe espontânea, antes de 20 semanas e após 37 semanas, que ocorre antes do inicio do parto. Ruptura prematura das membranas pré termo (RPMP) é a amniorrexe ocorrida após 20 semanas e antes de 37 semanas. Período de latência É o tempo decorrido entre o rompimento da membrana e o início do TP. No a termo, aproximadamente 70% inicia o TP em até 24h e 85% em 48h. No pré termo, aproximadamente 40% inicia o TP em até 48h e 60% em até 7 dias. Esse período maior favorece o uso de corticoide para maturação pulmonar fetal. Complicações A RPMP é responsável por aproximadamente 25% dos partos pré termo. Algumas consequências da RPM são: parto prematuro, DPP, compressão do cordão, hipoplasia pulmonar, infecção intrauterina, aumento das taxas de morbidade e mortalidade. Etiologia A RPM tem sido atribuída ao estresse físico que produz estiramento das membranas, como por exemplo: » Polidrâmnio » Gestação gemelar » Contrações uterinas assintomáticas » Sobredistenção uterina » GIG » Método invasivo de avaliação fetal » Trauma » Tabagismo » Cocaína A coriamnionite tem papel relevante em cerca de 50% dos casos de RPMP e parto prematuro, atuando por meio de elevação de citocinas inflamatórias e prostaglandinas. Outros processos infecciosos incluem vaginose bacteriana e ITU. O sangramento vaginal de 2º e 3º trimestre, conização ou cerclagem e colo curto (<25mm), placenta prévia, descolamento prematuro de placenta também estão relacionados ao risco aumentado de RPM. Na maioria dos casos não se identifica o fator etiológico da RPM. Ruptura Prematura das Membranas O fator de risco mais importante é a história de ruptura em gestação anterior. Ruptura antes de 20 semanas é considerado abortamento. @med_resumosstudy História Natural RPM a termo Ocorre em 8% das gestações e geralmente é seguida pelo início imediato do parto. A principal consequência é a infecção intrauterina, que aumenta com a duração entre a ruptura e o inicio do parto. RPMP Ocorre em 3% das gestações. Quando menor a IG, maior será o tempo de latência entre a RPMP e o início do parto. A complicação mais importante para o feto é a prematuridade. o Complicações da RPMP: » Prematuridade » Corioamnionite » Acidentes de cordão umbilical Diagnóstico História e Exame Clínico Aproximadamente 90% dos casos, o diagnóstico de RPM é feito pela anamnese, que revela perda abundante de líquido pela vagina. O exame especular confirma o diagnóstico ao visualizar líquido escorrendo pelo orifício cervical. O toque vaginal aumenta o risco de infecção e nada acrescenta ao diagnóstico, portanto deve ser evitado, a menos que a paciente esteja em pleno TP. Testes Laboratoriais Recomenda-se 2 testes de leitura imediata do líquido, preferencialmente coletado no fundo de saco posterior o Papel de Nitrazina Determina o PH vaginal. Secreção vaginal – PH ácido (4,5 a 6,0) Líquido amniótico – PH alcalino (7,1 a 7,3) Na RPM, o papel de nitrazina assume coloração azul. o Cristalização Após a coleta de líquido vaginal o mesmo é colocado para secar, por 10 minutos, em lâmina. Ao ser observado em microscópio, a arborização (ou cristalização) define amniorrexe. Outro teste incorporado recentemente a prática obstétrica é a detecção da proteína PAMG-1 no meio vaginal. Exames de Imagem o Ultrassonografia Não faz diagnóstico de RPM, mas é utilizada para confirmar o oligodrâmnio: » Maior bolsão de líquido < 2cm » ILA <5. Cerca de 50% das RPM ocorrem sem oligodrâmnio. Esta condição pode estar presente em malformações urinárias e na insuficiência placentária, identificadas pelo US morfológico Doppler umbilical, respectivamente. A ausência dessas alterações favorece a hipótese de oligodrâmnio por RPM. @med_resumosstudy Dificuldade no diagnóstico o Fissuras altas Nas fissuras altas das membranas, o escoamento é escasso. o Incontinência urinária de esforço o Secreções cervicais Tratamento IG < 24 semanas As pacientes com RPMP antes da viabilidade fetal (< 24 semanas) devem ser aconselhadas em relação aos riscos e benefícios do tratamento expectante e do parto imediato. Em caso de tratamento expectante, deve-se proceder a hospitalização e seguimento das medidas gerais. Se na avaliação fetal há persistência de oligodrâmnio é indicado induzir o parto devido ao risco de hiperplasia pulmonar. IG entre 24 a 33 semanas Entre 24 e 33 semanas, na ausência de complicações, o melhor tratamento é o expectante com hospitalização da paciente e seguimento das medidas gerais e específicas. IG > 34 semanas A RPM >34 semanas, incluindo o a termo, é indicação para a indução do parto, seguindo as medidas especificas para o caso. A avaliação materna e fetal deverá ser prontamente utilizada. Tratamento Expectante Medidas Gerais » Repouso relativo ao leito » Evitar toque vaginal » Proibir o coito » Avaliação materna e fetal o Avaliação materna: Avaliar sinais de infecção, DPP e inicio do trabalho de parto. » Hemograma » Função renal (ureia e creatinina) » VHS » PCR » Curva térmica rigorosa Em caso de infecção não poderá ser adotada a conduta conservadora, sendo indicado a interrupção da gestação. O hemograma e PCR deverá ser realizado a cada 3 dias. @med_resumosstudy o Avaliação fetal Avaliar sinais de compressão do cordão, e sofrimento fetal. » BCF ou CTG diariamente » US a cada 3 dias A monitorização do BCF deve ser diário ou 2x na semana, dependendo do resultado. O US é realizado a cada 3 dias para avaliar o PBF e o índice de líquido amniótico. Outras medidas do tratamento expectante incluem: antibiótico profilático e corticoide Antibiótico Profilático A administração de antibiótico após a RPMP tem como objetivo aumentar o período de latência – intervalo entre o RPM e o início do TP. Com isso consegue-se maior efeito do corticoide, reduzindo a morbidade nenonatal. Podemos citar a diminuição de hemorragia periventricular (grau 3 e 4), SARI, enterocolite necrosante e sepse neonatal precoce. o Ampicilina EV Dose: 2g a cada 6h por 78h o Azitromicina VO Dose: 1g DU Se o TP não se iniciar em 48h o Amoxicilina VO Dose: 500mg a cada 5h por 5 dias Mesmo com o uso de antibiótico profilático para prolongar a fase latente, o antibiótico intraparto esta indicado. O antibiótico intraparto possui como objetivo a prevenção de sepse neonatal associada ao SGB. Corticoide O corticoide é utilizado em caso de risco de parto prematuro. Seu uso deve ser de 24 a 36 semanas. 22 semana a 24 semanas ou 34 a 36 semanas o uso deve ser discutido com a paciente. o Cuidado Não associar Beta agonista devido ao risco de edema agudo de pulmão o Betametasona IM Dose de 12mg de 24/24h 2 doses – 24mg Opção: o Dexametasona Dose de 6mg de 12/12h em 48 horas 4 doses – 24mg Não associar amoxicilina + ácido clavulânico, pois esta combinação aumenta o risco de enterocolite necrosante Após 34 semanas, é recomendado a indução do parto @med_resumosstudy Indução do parto Indicações de indução do TP » Trabalho de parto franco » Corioamnionite » DPP » Comprometimento da vitalidade fetal » IG > 34 semanas Cultura de Estreptococo grupo B A coleta do material da vagina e do reto para cultura é indicada para todo caso de RPMP. A antibioticoterapia profilática intraparto contra estreptococo do grupo B é obrigatória, a menos que a cultura tenha sido negativa nas últimas 5 semanasObjetivo: profilaxia de sepse neonatal. o Penicilina G Cristalina EV Dose inicial: 5 milhões UI em bolus Dose de manutenção: 2,5 milhões UI a cada 4h até o parto 2ª escolha: Ampicilina No termo, o intervalo entre a RPM e o parto acima de 18h aumenta o risco de sepse neonatal, indicando ATB. Sulfato de magnésio O sulfato de magnésio é usado como neuroprotetor fetal, podendo reduzir a paralisia cerebral. Seu uso é indicado no TPP espontâneo ou indicado, entre 23 a 31 semanas, com parto programado para no máximo 24h. O ideal é iniciar o uso 4h antes do parto. o Critérios de indicação: » Gestação entre 23 e 31 semanas » Parto pré termo iminente (colo < 15mm) » PPT indicado o Critérios de exclusão » Morte e anomalia fetal » Pré eclampsia grave ou eclampsia » CI maternas (miastenia, insuficiência renal) o Dose inicial 4g em 20 a 30 minutos o Dose de manutenção Infusão contínua de 1g por hora até 24h Se iniciar a tocolíse o uso de Mg esta contraindicada, deve ser descontinuada. Indicação: IG 23 a 31 semanas Tempo máximo de uso: 24h Ideal: 4h antes do parto Essas indicações valem para qualquer IG @med_resumosstudy Corioamnionite A corioamnionite consiste em uma inflamação das membranas fetais (âmnio e córion) causada por uma infecção bacteriana ascendente do trato genital inferior. Um dos principais fatores de risco para este quadro é a RPM. Diagnóstico Nem sempre a corioamnionite leva a ocorrência de sintomas. O diagnóstico clínico é definido por Febre > 39ºC (oral) ou 38ºC (axilar) + 1 sinal clínico: » Leucocitose » Drenagem de material purulento pela cérvice » Taquicardia fetal Pode ser realizada a amniocentese, se houver suspeita de infecção subclínica Após diagnosticada, em qualquer IG, a indicação é a interrupção da gestação e administração de antibióticos. Antibioticoterapia A antibioticoterapia utilizada é o Ampicilina Dose: 2g EV a cada 6h o Gentamicina Dose:1,5mg/Kg EV a cada 8h Em caso de cesariana deve-se adicionar a cobertura para agentes anaeróbios o Clindamicina 900mg EV a cada 8h ou o Metronidazol 500mg EV a cada 8h Se a febre persistir por 24h após o início do antibiótico é indicado adicionar um 3º agente, podendo ser a clindamicina ou o metronidazol, caso não tenha sido iniciado. Se mesmo com 3 drogas a febre persistir, deve-se procurar outras fontes de infecção. A administração deve continuar até que a paciente esteja afebril e assintomática por 24 a 48h após o parto. Prevenção o Medidas gerais Evitar exames de toque pélvico em mulheres com RPMP. Proibir o coito em caso de RPM o Antibiótico A administração de antibiótico profilático para prolongar o período de latência em caso de RPM diminui o risco de infecção https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-e-complica%C3%A7%C3%B5es-do-trabalho-de-parto-e-do-parto/ruptura-das-membranas-pr%C3%A9-trabalho-de-parto @med_resumosstudy o Cerclagem Não há recomendação estabelecida sobre a permanência ou a retirada da cerclagem. Se a opção for pela permanência da cerclagem, não há indicação para que se prolongue o tratamento antibiótico. Complicações o Complicações fetais » Parto prematuro » Apgar < 3 » Infecção neonatal (p. ex., sepse, pneumonia, meningite) » Convulsões » Paralisia cerebral » Morte o Complicações maternais » Bacteremia » Necessidade de cesariana » Atonia uterina » Hemorragia pós-parto » Abscessos pélvicos » Tromboembolismo » Complicações da ferida operatória » Descolamento prematuro da placenta Quando a infecção ocorre após a expulsão fetal, é chamada de endometrite. A endometrite, muitas vezes, tem seu início ainda na gestação, com uma corioamnionite leve ou mesmo assintomática. Nestes casos a infecção é identificada apenas na histologia, sendo presente em 70% das endometrites. Definição Etiologia História Natural Diagnóstico Tratamento Tratamento Expectante Indução do parto Corioamnionite
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