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relatorio humanista 4b

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Julia dos Santos Moni
ESTÁGIO ESPECÍFICO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA:
PROCESSOS CLÍNICOS E PROMOÇÃO DA SAÚDE
RELATO DE CASO
Santa Fé do Sul - SP
ESTÁGIO ESPECÍFICO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA:
PROCESSOS CLÍNICOS E PROMOÇÃO DA SAÚDE
RELATO DE CASO
Julia dos Santos Moni*
Daniela Picolo**
RESUMO
A Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) foi desenvolvida por Carl Rogers na
década de 1940, distanciando-se do modelo tradicional de terapia praticado na
época. Essa nova maneira de guiar o acompanhamento psicoterápico é baseada na
ideologia de que todo ser humano é capaz de se esforçar a fim de atingir o seu
potencial máximo, o setting terapêutico não era composto por um especialista e um
leigo, mas sim por um especialista em teorias e técnicas de terapia e um especialista
na experiência do cliente — ele mesmo. Com objetivos definidos pelo próprio cliente
a ACP busca a partir de seus preceitos básicos, a empatia, a congruência e a
aceitação positiva, promover um ambiente situacional positivo para o cliente, a fim
de facilitar o movimento de auto regulação e atualização do cliente. O relato a seguir
aborda o caso de uma jovem de 19 anos, atendida em uma clínica escola de
psicologia do interior de SP dentro da modalidade de Estágio clínico na abordagem
humanista no ano de 2021. A queixa apresentada pela cliente inicialmente foi a de
ansiedade, a qual foi trabalhada quando citada em sessão, respeitando o conceito
do “ Aqui, Agora” da Abordagem Centrada na Pessoa, desta forma, seus conteúdos
trazidos em sessão foram trabalhados de forma a facilitar a resolução destes por
parte da própria cliente, oferecendo a ela o acolhimento e o espaço necessário para
realizar essa atualização. A maneira como os Insetos ocorreram durante as sessões,
de forma não diretiva, exemplifica a maneira de atuação da ACP e como ela facilita
tais movimentos da psique.
_______________________________________________________
*
**
1. APRESENTAÇÃO
O momento de estágio caracteriza-se pelo surgimento de dúvidas, incertezas,
angústias, ansiedades e questionamento do próprio saber. Porém, a situação clínica é, acima
de tudo, um período de conquistas, aprendizado e crescimento profissional e pessoal, no
estágio clínico o aluno se depara, pela primeira vez, com seu papel profissional, no qual não
basta o conhecimento teórico, mas faz-se imprescindível trabalhar com os seus próprios
conteúdos emocionais de modo a transformá-los em instrumento de trabalho. É no estágio
clínico junto às supervisões que o aluno vai agregar conhecimentos práticos para sua atuação,
unindo a teoria já estudada às experiências na clínica, construindo então o seu perfil
profissional.
As supervisões, parte fundamental na experiência do estágio clínico, ocorrem
semanalmente, com duração de duas horas, nas quais junto ao professor supervisor
responsável, e o grupo de alunos, são trocadas experiências, e discutidos os casos clínicos
pertinentes a cada atendimento realizado, sempre seguindo o pressuposto do sigilo da relação
terapêutica, para fins de aprendizado. As supervisões são realizadas na clínica escola, sem
acesso de terceiros, ou então, em caso de excepcionalidade, como os atuais, devido a
pandemia de covid-19, realizadas de forma remota, via reunião online no a partir de
plataforma digital, seguindo da mesma maneira todos os protocolos de sigilo e ética da
relação terapeuta cliente.
O estágio clínico relatado neste documento, encontra-se embasado na teoria e técnica
da terapia humanista, mais especificamente a terapia centrada na pessoa, a qual serve de apoio
teórico e prático nesse processo de aprendizagem do estágio clínico.
2 INTRODUÇÃO
A psicologia humanista vê o indivíduo como um ser único, trata-se de uma abordagem
que entende os indivíduos como seres pensantes, com razão e emoção. A Psicologia
Humanista entende que os indivíduos estão em constante busca pela autorrealização, foca na
maneira como o comportamento de uma pessoa se relaciona com seus sentimentos íntimos e
como eles afetam sua imagem. Para isso, a Psicologia Humanista busca conhecer o indivíduo
de modo a humanizar o seu aparelho psíquico. A Psicologia Humanista tem base em duas
outras abordagens importantes: o Existencialismo e a Fenomenologia. Enquanto o
Existencialismo vê o indivíduo como o centro dos processos, a Fenomenologia entende que
esse indivíduo tem total consciência do mundo e toda a sua experiência não é de outra
maneira que está consciente. Ao atuar nessa área da psicologia, o profissional se concentra em
seu cliente e busca empatia, colocando a pessoa em primeiro lugar e facilitando o alcance da
auto realização e a conquista de todo o potencial do indivíduo.
Alguns autores, psicólogos e pesquisadores, foram especialmente importantes para o
surgimento e a organização do pensamento humanista, entre eles Maslow e Rogers, sendo
Rogers o “criador” da Terapia Centrada na Pessoa (TCP).
A TCP, é uma modalidade de terapia que foca na pessoa e sua auto descoberta, foi
desenvolvida em 1940 pelo psicólogo Carl Rogers. Também conhecida como terapia centrada
na pessoa, ela procura estimular e expor a tendência humana de auto realização das pessoas.
Nesse caso, é privilegiada a experiência subjetiva do indivíduo. A TCP tem como princípio
norteador a tendência de atualização, segundo Carl Rogers, em seu livro “Tornar-se
pessoa”, “o indivíduo tem dentro de si amplos recursos para autocompreensão, para alterar
seu autoconceito, suas atitudes e seu comportamento autodirigido”, nesse sentido, o
indivíduo pode retomar a confiança de tomar as rédeas de sua vida. 
Com o uso da aceitação positiva incondicional que consiste em aceitar a essência da
pessoa da maneira que ela é, ou seja, é a aceitação da personalidade do indivíduo em sua
forma completa, sem expressar qualquer juízo de valor ou críticas, o terapeuta acolhe e
proporciona um ambiente facilitador para que o individuo possa entrar em contato com seus
conteúdos, revive-los e repensa-los, possibilitando um processo de aprendizagem e superação,
o que aproxima-o do processo de atualização de si mesmo.
Ainda, aceitar a pessoa como ela é deve ser recebido com afeto positivo pelo simples
fato de a pessoa existir, utilizando-se da empatia, estando completamente presente e
disponível ao processo terapêutico do indivíduo, sendo congruente e verdadeiro com este, sem
julgar ou controlar as atitudes e decisões desse paciente.
A terapia centrada na pessoa, trabalha o ser como um todo, desta forma, não
trabalhamos em cima de rótulos e diagnósticos, não reduzimos o indivíduo a uma única faceta
do seu ser. O indivíduo que busca por auxílio terapêutico, não pode ser olhado apenas como
aquilo que o aflige, é necessário que todo o contexto de experiência desse sofrimento seja
analisado e compreendido. O processo terapêutico em TCP abrange não só as relações do
indivíduo consigo mesmo, mas também sua relação com o outro a partir de si.
Dentro do processo terapêutico em TCP, buscamos sempre a independência do
indivíduo, a partir da construção e fortificação de sua autoestima, que esse indivíduo seja
capaz de tomar as rédeas de suas experiências de vida, que seja capaz de lidar com as
frustrações, com as dores e os prazeres, que possa ser quem ele é verdadeiramente e de
compreender sua existência por si só.
Desta forma, esse relatório tem como objetivo, dentro das bases teóricas e técnicas da
Terapia Centrada na Pessoa, apresentar um estudo de caso clínico realizado em estágio clínico
supervisionado.
3 APRESENTAÇÃO DO CASO
O caso descrito neste relato trata-se do atendimento de uma jovem de 19 anos,
estudante de medicina, os atendimentos foram realizados na clínica escola de psicologia da
faculdade Uni Func, na cidade de santa fé do sul, de forma presencial, semanalmente, com
sessões de 50 minutos.
O processo terapêutico iniciou-se no mês de maio de 2021, sendo realizados 8
atendimentos até o mês de outubro de 2021, a cliente decidiu por encerrar os atendimentosno
ano de 2021, com possibilidade de retomada no ano seguinte caso perceba necessidade.
A queixa inicial trazida pela cliente foi a de ansiedade, cobrança exacerbada de
sucesso em todos os setores de sua vida vinda dela mesma, e com isso extrema dificuldade em
viver o momento e aproveitar as situações dia a dia, o que lhe estava causando sentimento de
culpa e incerteza.
4 MATERIAL E PROCEDIMENTO
4.1 Instrumentos e técnicas
A abordagem terapêutica utilizada foi a terapia centrada na pessoa, sendo que esta não
trabalha com técnicas e ferramentas específicas.
A terapia centrada na pessoa é uma abordagem humanista que lida com as formas
pelas quais os indivíduos se percebem conscientemente. Assim, o papel do psicólogo não é
interpretar os pensamentos ou ideias inconscientes do paciente, o terapeuta é, então, aquele
que interpreta as experiências e sentimentos do indivíduo de acordo com a perspectiva do
paciente, e não do profissional.
A abordagem centrada na pessoa entende que o paciente tem vastos recursos para a
autocompreensão e autoatualização, assim como para mudar seus conceitos sobre si mesmo,
atitudes e comportamento autodirigido. Esses recursos podem ser melhor explorados quando
o psicólogo atua como um facilitador, desta forma no que se compreende como ferramenta
terapêutica, podemos dizer que na Terapia Centrada na Pessoa, o proprio terapeuto é o que
mais se aproxima dessa função, pois dentre dessa abordagem, o psicólogo terapeuta atua
como “espelho”, refletindo os conteúdos trazidos pelo paciente e proporcionando um “local
seguro” e propício para a auto realização.
“Todo organismo é movido por uma tendência inerente para desenvolver todas as suas
potencialidades e para desenvolvê-las de maneira a favorecer o seu enriquecimento”. (ROGERS,
1959).
Dentro da atuação da Terapia Centrada na Pessoa, alguns princípios norteadores são
cruciais para que haja o processo terapêutico em si, a relação terapêutica que necessita
estabelecer depende da postura e atitude do terapeuta para com o cliente e vice-versa.
Segundo Rogers, os princípios a serem adotados por um terapeuta da Terapia Centrada na
Pessoa são,a empatia, é imprescindível que tanto o facilitador quanto o cliente sintam-se bem
e verdadeiramente disponíveis nessa relação, pois, o facilitador deverá ser capaz de tentar
enxergar a pessoa buscando se aproximar da visão dela, tendo desta forma, provavelmente,
maior disponibilidade interna em se livrar dos seus princípios e valores e de compreender
melhor o outro sob a perspectiva do outro, Congruência o facilitador deve ser autêntico
quanto aos seus sentimentos e percepções em relação a pessoa que está buscando ajuda,
aceitação Incondicional Positiva sendo a capacidade do facilitador em aceitar o outro sempre
de maneira positiva, entendendo que o outro à sua maneira está sempre, no fundo procurando
se sentir bem e se encontrar visto que em um ambiente onde a pessoa sinta-se
verdadeiramente aceita e acolhida, livre de ameaças, ela tende a ser ela mesma e a entrar em
contato consigo própria para buscar aquilo que julga importante para o seu desenvolvimento
pessoal.
Desta forma, a partir do que se compreende como técnica e ferramenta, dentro da
Terapia Centrada na Pessoa, foram realizados os atendimentos em psicoterapia individual,
com sessões semanais com duração de 50 minutos.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram realizados no total 8 atendimento com a paciente durante o período de Maio a
Outubro do ano de 2021.Os atendimento foram realizados semanalmente, tendo a duração de
50 minutos cada e sendo realizados de forma presencial. Durante o processo ocorreram 4
faltas da paciente sem justificativa.
Dados do paciente: J, 19 anos, estudante de medicina.
Descrição da queixa: Senhora J. chegou com a queixa de que estaria muito ansiosa já a
algum tempo, verbalizou estar dependendo de medicamentos para controlar as crises frentes.
A auto cobrança, também é uma questão trazida por J. sendo esse um fator presente em vários
âmbitos de sua vida, o que tem dificultado suas relações e trazido ainda mais ansiedade para
sua vivência. Ambas as questões têm prejudicado J em seu dia a dia visto que esta verbalizou
não estar conseguindo vivenciar os momentos pois fica sempre presa a ideia da perfeição e
aos planos futuros.
Contextualização da queixa: Senhora J. , filha única, perdeu o pai muito nova, desta forma
a família acabou por "protegê-la" e “mima-la”, a fim de minimizar o sofrimento da perda do
pai. J sempre fez planos para sua vida, conta que desde muito jovem, sempre fez planos e
programou sua vida e tudo que gostaria de realizar nela. A faculdade de medicina, ser a
melhor aluna da sala, tirar as melhores notas, arrumar um namorado que também fizesse
medicina, que gostasse de cavalos e coisas relacionadas a agropecuária, um “agroBoy” como
a mesma diz, casar-se e ter filhos até os 25 anos, fazer residência médica, ser ginecologista…
O planejamento sempre foi algo presente em sua vida, no entanto a realidade é que nem tudo
que planejamos acontece da forma de imaginamos, muitos nos nossos planos dependem de
outras pessoas, de situações, enfim, há uma infinidade de variáveis que podem corroborar ou
não para os planos. Essa incerteza de sucesso de seus planejamentos, provocou em J uma
extrema cobrança de perfeição em suas atitudes e gerou uma ansiedade quanto à incerteza de
seus planos. Ambos os sentimentos acabaram por dificultar que J vivenciasse os momentos
presentes de forma plena, pois JA estava sempre presa em seu planejamento e seu futuro.
Esses sentimentos presentes em J acabaram por se tornar patogênicos, visto que passaram a
influenciar em seu sono, seu humor, seu apetite, suas relações sociais e consigo mesma. J
passou a encerrar relacionamentos a partir da ideia de “ e se tiver alguem melhor”, rompe
vínculos e amizades, partindo da ideia de que os indivíduos não eram bons o suficiente para
ela e para seu plano de vida, começou a desenvolver episódios de restrição alimentar e
compulsão, visando uma perfeição estética, enfim, as ideias de perfeição, as cobranças e a
ansiedade tomava conta de todos os aspectos de sua vida.
Hipótese diagnóstica: Como hipótese pode-se colocar que a senhora J sofre de
transtorno de ansiedade.
Relato de sessão: 1
Na primeira sessão JÁ se apresentou de forma bastante agitada, inquieta com a fala
acelerada, toda sua verbalização sobre suas questões seguiam-se de um abrupto
“entende?” como se ela tivesse a necessidade de se certificar de que estava sendo
compreendida por mim, que na prática da aceitação positiva, sempre a respondi com
um “sim estou te entendendo”.
Em seus relatos, J verbalizou a dificuldade de romper com o ciclo de
comportamentos ansiosos que ela mesma havia criado, numa tentativa de conseguir
concretizar seus planos, de forma empática, sempre procurava compreender sua
lógica de pensamento e o que a havia levado a esse caminho e a essas decisões,
desta forma pedia sempre que ela me explicasse o por que de se organizar desta
forma, a fim de promover uma reflexão de J acerca de suas atitudes para assim
possibilitar uma atualização.
Relato da sessão: 2
Nessa sessão, Senhora J apresentou uma queixa relacionada a suas relações
amorosas, Verbalizou estar em um relacionamento, no qual gostava do rapaz no
entanto não conseguia vivenciar a relação por completo pois estava sempre
pensando se esse seria a pessoa certa, pois o mesmo não cumpria com alguns
ideais que a senhora J. havia definido como o de perfeito para ela. Nesse momento
da sessão, procurei compreender a importância desse parâmetros estabelecidos por
J. e a relação que se estabelecia entre seus sentimentos pelo rapaz e essa barreira
estabelecida pela idealização, usando da prática da aceitação positiva e da empatia,
assim possibilitando a reflexão da senhora J a respeito dessas questões.
A partir desse diálogo terapêutico, foi possibilitado que a senhora J refletisse e
pudesse tomar suas decisõesquanto a seus relacionamentos de forma mais
consciente de sua participação e de suas atitudes para com o rapaz.
Relato da sessão: 3
Inicialmente nessa sessão a senhora J. já verbalizou sentir ter tido uma melhora
quanto a sua ansiedade, a qual segundo ela se deu a partir da consciência de que
ela não tem o poder de controlar todas as situações, como resposta a essa
informativa, afirmei seus sentimentos, de maneira congruente e empática, sempre
reafirmando que o movimento de atualização partiu e deve sempre partir dela.
A questão problemática apresentada por J. nessa sessão, se deu devido ao início de
suas provas presenciais, às quais se tratava de uma situação nova em sua vida, o
que segundo ela estava lhe causando um pouco de ansiedade. Validei os
sentimentos de J. afirmei sua fala sobre ser algo novo e consequentemente ser
normal se sentir insegura e ansiosa sobre algo que lhe é desconhecido.
Senhora J queria ajuda para organizar seus estudos para ter sucesso nas provas, a
partir desta demanda então pedi que ela me explicasse como era sua organização
até o momento e se ela acreditava que seria eficiente ou não, a partir de uma
resposta positiva de J, questionei-a então por que esta havia apresentado a vontade
de mudar a organização de seus estudos, trazendo a tona então a autocobrança
presente na senhora J, a qual de imediato verbalizou ser a motivação da ideia da
necessidade de estudar mais. Questionei-a sobre o porquê dessa cobrança com ela
mesma e senhora J não soube responder de onde havia surgido essa necessidade
de se cobrar tanto.
Relato de sessão: 4
Na sessão a cliente já iniciou abordando os resultados da organização que
conseguiu elaborar para seus estudos, disse ter percebido diferença tanto em seu
rendimento, o qual para ela sempre foi uma questão importante e desta forma
também para o processo terapêutico, como em seu nível de ansiedade, visto que
agora, por saber como se planejar e qual o planejamento, consegue aproveitar mais
e melhor os tempos livre . Tal percepção apontada por J, nos mostra um dos
aspectos da eficácia do processo, sendo que a partir da fala de J fica possível
identificar um movimento de autoatualização, J. se modificou, modificou sua
percepção sobre o tempo e suas tarefas, afim de encarar as circunstâncias de uma
maneira que para ela fosse melhor, mais eficaz e evitasse o aumento de sua
ansiedade.
Uma questão que surgiu nesse atendimento foi a existência de pensamentos
sabotadores, os quais segundo J. aparecem em situações nas quais ela se sente
inferior aos demais, fazendo com que ela se compre com as outras pessoas. Diante
das falas de J. agindo como espelho na relação terapêutica, pedi que ela me
explicasse em quais aspectos ela se sente inferior, ou acredita que os outros
pensem que ela é inferior, assim promovendo uma reflexão em J. ao repetir para ela,
aquilo que ela julgava sobre si mesma, J pode perceber que sua idealização de si
era irreal, injustificável. Desta forma, a partir da aceitação incondicional, foi possivel
que J. tivesse outra visão de si mesma.
Relato de sessão: 5
Nessa sessão a queixa apresentada foi relacionada às dúvidas de J. quanto a seu
relacionamento, segundo J. mesmo estando com uma pessoa na qual confia, tem
sentimentos, atração física, uma pessoa que a respeita e cuida dela, questões estas
que para J são importantes, ainda levantam nela dúvidas a respeito de ser ou não a
pessoa certa, pois não cumpre a todos os requisitos exigidos por J.
Nesse momento, para mim foi necessário compreender os conceitos e parâmetros
colocados por J. e entender a importância deles para ela, para assim poder ser
congruente quanto a minha reação, ser empática e aceitá-la de forma positiva. desta
forma, indaguei J. sobre a percepção que ela tinha da perfeição, se achava possível
encontrar alguém que cumprisse todas as suas exigências e ao mesmo tempo, que
ela coubesse nas exigências desta pessoa. J. percebeu a dificuldade no que
buscava, verbalizou que talvez devesse valorizar aspectos mais reais, e
compreender que não existe uma perfeição idealizada, mas sim pessoas reais com
qualidades e defeitos.
Análise e discussão do caso: Nas primeiras sessões ocorreu a anamnese com a
senhora J. onde foi apontado tudo que abordei anteriormente. Depois foi possível
desenvolver um projeto de intervenção.
Nas demais foram trabalhadas de acordo com ACP, buscando o aqui agora para
reconstruir e dar um significado para a senhora J.
Ao passar das sessões a senhora J foi se reconstruindo gradativamente e rompendo
com os conceitos que a estavam incomodando, a partir daí foram surgindo para ela
novas possibilidades de viver e como lidar com esses sentimentos ansiosos,
compreendeu a partir de seu movimento de auto regulação que planejar-se era
benéfico para ela e certo nivel, e a partir daí passou a conseguir regular seus níveis
de preocupação com o futuro e seus planejamentos a nivel que esses proporcionam
a ela apenas a segurança de “saber” o que vai acontecer.
A partir dessa percepção da senhora J, ela pode lidar melhor com seus sentimentos,
suas angústias e a culpa, a partir da compreensão da incerteza presente na vida e
da inexistência de uma perfeição.
A realidade de hoje está tomando um novo formato e a senhora J já conseguiu
manejar sua ansiedade a nível mais saudável, a nível de conseguir diminuir seus
medicamentos, se mostrando bem melhor consigo mesma e com seus conteúdos e
sentimentos.
Relato de sessão: 6
A questão central desta sessão foi a ansiedade sentida por J devido à burocracia
envolvendo a venda de uma propriedade de sua família. Segundo J. o fato de a vista
estar demorando para acontecer tem a incomodado, por ela gostaria de ir lá e
resolver tudo sozinha, mas infelizmente depende de serviços de outros para realizar
o processo de venda.
Dentro da problemática trazida, acolhi seu sentimento de ansiedade, compreensível
visto que a mesma deseja fazer negócio logo, pois tal seria de grande benefício para
sua família, e busquei compreender com J. de onde vem essa necessidade de
cuidar de tudo e resolver tudo.
Segundo J. não há a necessidade, pois tem pessoas cuidando desse processo, no
entanto não poder fazer nada causa sentimento de impotência, e segundo ela, acha
que não é capaz de auxiliar a família.
A necessidade de ser perfeita e ser a melhor, a mais completa em todas as áreas de
sua vida, já é uma questão apresentada por J. em todo seu processo terapêutico,
assim inicialmente tentei apresentar a ela a ideia de quem não poder fazer algo que
não está a seu alcance, nada tem a ver com o fracasso ou com a incapacidade,
circunstâncias geram condições nas quais não podemos interferir muita das veze.
Realizar a análise dessa necessidade e compreendê-la, foi centro da sessão, na
qual J. realizou uma análise de toda sua história, de momentos que se sentiu assim,
do porquê, a fim de encontrar o surgimento dessa questão, desta forma numa
tentativa de atualizar-se.
Relato de sessão: 7
Nessa sessão, J. trouxe novamente questões ligadas a ansiedade e a cobrança que
tem consigo mesma em relação a faculdade, para ela há sempre a necessidade de
ser a melhor, e se destacar, sendo que para J. essa cobrança vem dela mesma.
Sempre tentando compreender as necessidades e como J. elabora essas ideias,
pedi que ela explicasse a necessidade dela, o que ela espera com essa cobrança e
se acredita que essa é a melhor maneira de lidar consigo mesma.
Segundo J, ela compreende que essa cobrança só causa problemas e mais
ansiedade, pois ela acredita que nunca está fazendo o suficiente. A partir dessa
elaboração de J. pedi que pensasse em outras formas de lidar com essa questão, já
que ela tem a compreensão de que sua atitude era prejudicial.
Quando verbalizo, devolvendo para J. as impressões que ela diz ter sobre seu
desempenho, espelhando sua fala, J. torna-se capaz de perceber seus conteúdos
internos, e reavaliar seus julgamentos sobre si mesma.
Relato de sessão:8
Com elaborações sobre seu futuro e o que espera dele, J. apresentou conteúdos
mais voltados às ideias de não se programar e viver mais o presente, verbalizou ter
refletido sobre o assunto e ter percebido que se prender no futuro a estava
impedindo de vivenciar o presente. Essa elaboração, distanciou-a da queixa inicial
trazida, visto que com essa construção de ideia, J. movimentou se em direção
oposta ao que estava fazendo, compreendendo que é importante se planejar, mas
que também é importante vivenciar as situações presentes.
Essa auto realização se apresentou na forma de atitudes empregadas por J. em seu
cotidiano e na maneira de lidar com as circunstâncias.
Após esse atendimento, J não compareceu mais às sessões, justificando as faltas
devido a compromissos acadêmicos.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se concluir que “a abordagem centrada na pessoa é muito mais uma ética do
que uma técnica” a ética refere-se a uma postura em que o ser humano é tratado
não de um modo utilitário, mas como possuidor de um valor próprio e inalienável.
A pessoa, única em sua concretude existencial (daí a aproximação da ACP com o
Existencialismo), é um ser em processo, em movimento, dinâmico, em construção,
nunca passível de ser esquematizado; por outro lado, ela é concebida originalmente
como possuidora de recursos próprios que lhe permitem superar as condições
existenciais adversas.
Considero que a realização dos atendimentos dentro da disciplina de estágio,
serviram não apenas para conhecer e compreender mais sobre a ACP, mas também
para me tornar um indivíduo melhor, mais empático, mais congruente e mais
acolhedor, em terapia e na vida.
O processo de psicoterapia na ACP não tem um fim propriamente dito, sempre
haverá conteúdos a serem abordados, no entanto, sendo a decisão toda e somento
do cliente, compreende-se que algumas sessões sejam suficientes para sanar uma
queixa específica, e visto que na ACP o intuito é auxiliar a conhecer e descobrir seu
próprio caminho de atualização, para que esse movimento possa ser realizado de
forma espontânea e sem a dependência de um psicoterapeuta.ERAL COMO A
TERAPIA CENTRADA NA PESSOA CONTRIBUIU PARA O CASO EM QUESTÃO
FAZER UMA ANÁLISE DO ESTÁGIO, DO APRENDIZADO, PONTOS
POSITIVOS, DIFICULDADES, CRÍTICAS, SUGESTÕES.
SÃO AS CONSIDERAÇÕES FINAIS DO ESTAGIÁRIO EM RELAÇÃO AO
ESTÁGIO.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Dorfman, E. (1992). Ludoterapia. Em C. R. Rogers (Org.), Terapia centrada no cliente
(pp.269-317). São Paulo
Moustakas, C. (1974) Children in play therapy. New York: Ballantine (Original
publicado em 1953)
Pinto, M.A.S.(1999). Apostila do Curso de introdução a Abordagem Centrada na
Pessoa. São Paulo.
Rogers, C.(1983). Um jeito de ser. São Paulo: EPU.
Rogers, C.R. Terapia Centrada no Cliente. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
Rogers, C. R. (1975). Terapia centrada no paciente. (1a ed., M. Ferreira, Trad.). São
Paulo: Martins Fontes. (Originalmente publicado em 1951)
ANEXOS
ANEXAR FICHAS DE ESTÁGIO/ATENDIMENTOS DEVIDAMENTE
ASSINADAS

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