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ANATOMIA E FISIOLOGIA II INSTITUTO UNICLESS EDUCACIONAL ANO 2020 Disciplina ANATOMIA II Página 2 INSTITUTO UNICLESS EDUCACIONAL www.unicless.com.br www.etuni.com.br DIRETOR GERAL Prof. Fabrício Martins Rodrigues COORDENADORA GERAL Profa. Priscila Alves Rodrigues CONTEÚDO, REVISÃO E EQUIPE MULTIDISCIPLINAR EDIÇÃO DIAGRAMAÇÃO E CAPA INSTITUTO UNICLESS EDUCACIONAL. Revisado Abril/2021 Disciplina ANATOMIA II Página 3 PLANO DE ENSINO 1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA DISCIPLINA ANATOMIA E FISIOLOGIA II CURSO Disciplina comum a todos os cursos técnicos da área de saúde PROFESSORA COORDENADORA GERAL PROFA. PRISCILA RODRIGUES E-MAIL COORDENADOR coordenacao@unicless.com.br 2. DISPOSIÇÃO PEDAGÓGICA CARGA HORÁRIA: 60 HORAS EMENTA: 1. Sistema Circulatório, sangue e vasos sanguíneos. 2. Sistema linfático e imunidade. 3. Sistema Nervoso. 4. Sistema endócrino. 5. Sistema digestório. 6. Sistema urinário. 7. Sistema hematológico. TÓPICOS ESPECIAIS: Sistema Genital e, Sistema Respiratório. COMPETÊNCIAS À ADQUIRIR: 1 - Compreender os fenômenos biofísicos e fisiológicos que explicam a dinâmica destes sistemas. 2 - Saber a anatomia em diferentes cortes do sistema circulatório, sistema linfático, sistema nervoso, sistema endócrino, sistema digestório, sistema urinário e sistema hematológico. 3 - Desenvolver raciocínio crítico; 4 - Compreender a importância da investigação científica; 5 - Saber aplicar os conhecimentos na prática; OBJETIVO PEDAGÓGICO: Promover a aprendizagem da disciplina Anatomia Humana aplicada a áreas da saúde, assim como, adquirir conhecimento pela facilidade de acesso aos diferentes suportes tecnológicos, métodos didáticos e fundamentos da disciplina. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 1.Promover aulas interativas expondo os tópicos emanados na ementa da disciplina; 2. Promover aulas temáticas e argumentativas com o objetivo de chamar o aluno ao entendimento do assunto; 3. Demonstrar casos reais na classificação de atendimento do paciente através das estruturas organizativos de ações e serviços de saúde; 4. Propor leituras dos livros da biblioteca básica e da complementar como forma de aprendizagem. Disciplina ANATOMIA II Página 4 3. BIBLIOGRAFIA BASICA (Principal): 1. KAWAMOTO, Emilia Emi. Anatomia e fisiologia na enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527729154. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527729154/cfi/6/32!/4/2/2@0:2.39. Acesso em: 02 jan. 2020. 2. LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: Guanabara Koogan, 2018. 1. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730082/cfi/6/34!/4/12/2/2@0:0. Acesso em: 02 jan. 2020. 3. SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Anatomia e fisiologia humana. 2. ed. São Paulo: Érica, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536510958/cfi/68!/4/4@0.00:13.3. Acesso em: 02 jan. 2020. 4. TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 1 recurso online. ISBN 9788527728867. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728867/cfi/6/22!/4/10/2@0:79.7 Acesso em 02 dez. 2020. COMPLEMENTAR: 5. HANKIN, Mark H.; MORSE, Denis E.; BENNETT-CLARKE, Carol A. Anatomia clínica: uma abordagem por estudos de casos. Porto Alegre: AMGH, 2015. 1 recurso online. ISBN 9788580554250. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788580554250>. Acesso em: 26 set. 2017. 6. HOPPENFELD, Stanley. Exame clínico musculoesquelético. São Paulo: Manole, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788520452073. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788520452073>. Acesso em: 26 jul. 2017. 7. TOY, Eugene C. et al. Casos clínicos em anatomia (Lange). 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788580555639. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788580555639>. Acesso em: 26 jul. 2017. Disciplina ANATOMIA II Página 5 ROTEIRO DE APRENDIZAGEM 1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA DISCIPLINA ANATOMIA E FISIOLOGIA II CURSO Disciplina comum a todos os cursos técnicos da área de saúde PROFESSORA COORDENADORA GERAL PROFA. PRISCILA RODRIGUES E-MAIL COORDENADOR coordenacao@unicless.com.br AULA 04 TEMA DA AULA: Introdução ao corpo organizado FONTE BIBLIOGRÁFICA TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 1 recurso online. Tópico 1: Definição de anatomia e fisiologia Duas áreas da ciência – anatomia e fisiologia – fornecem os fundamentos para a compreensão das partes do corpo e suas funções. Anatomia (do grego, ana, de alto a baixo, e tome = corte) é basicamente o estudo da estrutura e das relações entre as estruturas. A anatomia foi inicialmente estudada por dissecação (dis = separação; secção = cortar), a individualização das estruturas anatômicas do corpo para estudar suas relações. Enquanto a anatomia lida com as estruturas do corpo, a fisiologia é a ciência que estuda as funções do corpo – como as partes do corpo funcionam (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.2). Atualmente, inúmeras técnicas de imagem também contribuem para o avanço do conhecimento anatômico. Descrevemos e comparamos algumas das técnicas de imagem comuns (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.2). Para Tortora e Derickson (2019, p.2) existe uma correlação muito próxima entre estrutura e função, você aprenderá sobre o corpo humano estudando simultaneamente sua anatomia e fisiologia. A estrutura de uma parte do corpo frequentemente reflete suas funções. Por exemplo, os ossos do crânio estão conectados firmemente de modo a formar um invólucro rígido que protege o encéfalo. Os ossos dos dedos das mãos estão conectados de modo mais “frouxo” para possibilitar vários movimentos. As paredes dos alvéolos pulmonares são muito finas para possibilitar a passagem rápida do oxigênio inalado para o sangue. Disciplina ANATOMIA II Página 6 Figura 01: Algumas subáreas da anatomia e da fisiologia. Fonte: Tortora e Derickson (2019, p. 2). Disciplina ANATOMIA II Página 7 TEMA DA AULA: Sistema Circulatório, sangue e vasos sanguíneos. FONTE BIBLIOGRÁFICA KAWAMOTO, Emília Emi. Anatomia e fisiologia na enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: Guanabara Koogan, 2018. 1 recurso online. SANTOS. Nívea Cristina Moreira; Anatomia e Fisiologia Humana ed.São Paulo : Érica, 2014. Tópico 1: Sistema Circulatório/Sanguíneo O Sistema Circulatório é o sistema responsável pelo transporte de substâncias como nutrientes (aminoácidos, eletrólitos e linfa), de gases, hormônios, hemácias, para todas as células do nosso organismo, com o propósito de defesa dos diversos sistemas que o compõem. Entre as diversas funções do sistema circulatório, podemos destacar: defesa, regulação da temperatura, estabilização do pH e homeostase (SANTOS, 2014, p. 73). É considerado um sistema fechado formado por vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares) e pelo coração, órgão central que funciona como uma bomba propulsora de sangue. Esse Sistema pode ser considerado como uma rede de distribuição de sangue, composto pelos Sistemas Cardiovascular (coração e vasos sanguíneos) e Linfático (linfonodos e vasos linfáticos). Esses dois sistemas dão origem ao Sistema Circulatório, sendo por fim, dividido em: sistema sanguíneo, sistema linfático e órgãoshematopoiéticos (SANTOS, 2017, p. 74) SISTEMA SANGUÍNEO Vasos: são tubos “fechados” que transportam sangue para todos os órgãos e retornam para o coração. Dividem-se em: a) Artérias: são vasos sanguíneos que partem do coração e se ramificam progressiva- mente em vasos de calibre menor, dando origem às arteríolas. b) Arteríolas. c) Veias: na junção de vários capilares, formam-se as vênulas, dando origem às veias, que levam o sangue para o coração. d) Vênulas. e) Capilares: são as ramificações mais finas das arteríolas. É nos capilares que ocorrem as trocas gasosas e nutritivas entre o sangue e os tecidos (SANTOS, 2017). f) Coração: órgão muscular que funciona como uma bomba que possui contrações e faz o sangue circular. Estudaremos neste mesmo capítulo, mais à frente, os detalhes do coração (SANTOS, 2017). Disciplina ANATOMIA II Página 8 SISTEMA LINFÁTICO Vasos condutores de linfa: drenam a linfa dos espaços intercelulares para a corrente venosa através dos vasos linfáticos. São compostos por: a) Capilares linfáticos b) Vasos linfáticos c) Troncos linfáticos (SANTOS, 2017). Órgãos linfoides: localizados entre os vasos sanguíneos, dão origem às células brancas. Podem ser encontrados também entre os vasos linfáticos, nos quais filtram a linfa e com- batem anticorpos. São eles: a) Linfonodos b) Tonsilas (SANTOS, 2017). ÓRGÃOS HEMATOPOIÉTICOS São órgãos que produzem os elementos do sangue – leucócitos, hemácias e plaquetas. São eles: a) Medula óssea b) Baço c) Timo (SANTOS, 2017). Em um adulto de 60 a 70 quilos, o volume sanguíneo varia de 4,8 a 5,4 l, sendo que 44% desse volume correspondem à parte sólida (leucócitos, eritrócitos e plaquetas) e o restante à parte líquida denominada plasma. A parte sólida encontra-se suspensa no plasma sanguíneo (KAWAMOTO, 2016, p.84). A cor do sangue é vermelho-brilhante devido à presença da hemoglobina e do oxigênio; a baixa concentração de oxigênio faz com que o sangue se apresente vermelho- escuro. Outra característica do sangue é quanto a sua viscosidade: apresenta-se três a cinco vezes mais espesso que a água (KAWAMOTO, 2016, p.84). FUNÇÕES DO SANGUE Transporte: o sangue transporta oxigênio dos pulmões para as células do corpo e dióxido de carbono das células corporais para os pulmões para que seja exalado. Além disso, leva os nutrientes do sistema digestório para as células corporais e hormônios das glândulas endócrinas para outras células do corpo. O sangue também transporta calor e produtos residuais para diversos órgãos para que sejam eliminados do corpo (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 666). Regulação. O sangue circulante ajuda a manter a homeostasia de todos os líquidos corporais. O sangue ajuda a regular o pH usando tampões. Além disso, auxilia no ajuste da temperatura corporal por meio da absorção de calor e propriedades refrigerantes da água no plasma sanguíneo e sua taxa variável de fluxo pela pele, onde o excesso de calor pode ser perdido do sangue para o ambiente (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 666). Disciplina ANATOMIA II Página 9 Proteção. O sangue é capaz de coagular (se tornar parecido com um gel), propriedade que o protege contra perdas excessivas do sistema circulatório depois de uma lesão. Além disso, seus leucócitos protegem contra doença, realizando fagocitose. Diversos tipos de proteínas sanguíneas, inclusive anticorpos, interferonas e complemento auxiliam na proteção contra doença de várias formas (TORTORA; DERICKSON, 2018, p. 666). Tópico 1.1: Vasos sanguíneos As estruturas envolvidas nestas importantes tarefas [funções] são os vasos sanguíneos, que formam um sistema fechado de tubos que leva o sangue para fora do coração, transportam-no para os tecidos do corpo e, em seguida, o devolvem ao coração (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 735). VASOS SANGUÍNEOS A parede de um vaso sanguíneo é composta por três camadas, ou túnicas, de tecidos diferentes: um revestimento epitelial interno, uma túnica média formada por músculo liso e tecido conjuntivo elástico, e um revestimento externo de tecido conjuntivo. As três camadas estruturais de um vaso sanguíneo qualquer, da mais interna para a mais periférica, são a túnica íntima, a túnica média e a túnica externa. Os cinco tipos principais de vasos sanguíneos são as artérias, as arteríolas, os capilares, as vênulas e as veias (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 736). Sendo que: As artérias transportam o sangue do coração para outros órgãos. Artérias grandes e elásticas deixam o coração e se ramificam em artérias musculares, de médio porte, que emitem ramos a várias regiões do corpo As artérias de médio porte então se dividem em pequenas artérias, as quais por sua vez se dividem em artérias ainda menores chamadas arteríolas. Conforme as arteríolas entram em um tecido, se ramificam em diversos vasos minúsculos chamados capilares. As paredes finas dos capilares possibilitam a troca de substâncias entre o sangue e os tecidos do corpo. Grupos de capilares no tecido se unem para formar pequenas veias chamados vênulas (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 736). Estas, por sua vez, se fundem para formar vasos sanguíneos progressivamente maiores chamados veias. As veias são os vasos sanguíneos que conduzem o sangue dos tecidos de volta para o coração (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 736). Disciplina ANATOMIA II Página 10 Figura 02: Estrutura comparativa dos vasos sanguíneos. O capilar (C) foi aumentado em relação à artéria (A) e à veia (B). Fonte: Tortora e Derickson (2019, p. 736). Disciplina ANATOMIA II Página 11 Figura 03: Arteríolas, capilares e vênulas. Esfíncteres pré-capilares regulam o fluxo sanguíneo nos leitos capilares. DISTRIBUIÇÃO DO SANGUE A maior parte do seu volume sanguíneo em repouso – cerca de 64% – está nas veias e vênulas sistêmicas. As artérias e arteríolas sistêmicas detêm cerca de 13% do volume de sangue, os capilares sistêmicos detêm cerca de 7%, os vasos sanguíneos pulmonares detêm cerca de 9%, e o coração detém cerca de 7% (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 743). Como as veias e vênulas sistêmicas contêm uma grande porcentagem do volume sanguíneo, funcionam como reservatórios de sangue a partir dos quais o sangue pode ser desviado rapidamente em caso de necessidade. Entre os principais reservatórios de sangue estão as veias dos órgãos abdominais (especialmente do fígado e do baço) e as veias da pele (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 743). TROCA CAPILAR A missão de todo o sistema circulatório é manter o sangue fluindo pelos capilares para possibilitar a troca capilar, o movimento de substâncias entre o sangue e o líquido intersticial. Os 7% do sangue que estão nos capilares sistêmicos a qualquer momento estão continuamente trocando materiais com o líquido intersticial. As substâncias entram e saem dos capilares por três mecanismos básicos: difusão, transcitose e fluxo de massa (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 744). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 12 Tabela 01 - Resumo das características distintivas dos vasos sanguíneos VASO SANGUÍNEO CALIBRE TÚNICA ÍNTIMA TÚNICA MÉDIA TÚNICA EXTERNA FUNÇÃO Artérias elásticas Maiores artérias do corpo. Lâmina elástica interna bem definida. Espessa e dominada por fibras elásticas; lâmina elástica externa bem definida. Mais fina do que a túnica média. Conduzem sangue do coração para as artérias musculares. Artérias musculares Artérias de médio porte. Lâmina elástica interna bem definida. Espessa e dominada por músculo liso; lâmina elástica externa fina. Mais espessa do que a túnica média. Distribuem sangue às arteríolas. Arteríolas Microscópico (15 a 300 μm de diâmetro). Fina com uma lâmina elástica interna fenestrada que desaparece distalmente. Uma ou duas camadas de músculo lisoorientadas circularmente; as células do músculo liso mais distal formam um esfíncter pré- capilar. Tecido conjuntivo frouxo e nervos simpáticos. Fornecem sangue aos capilares e ajudam a regular o fluxo sanguíneo das artérias para os capilares. Capilares Microscópico; menores vasos sanguíneos (5 a 10 μm de diâmetro). Endotélio e membrana basal. Ausente. Ausente. Possibilitam a troca de nutrientes e escórias metabólicas entre o sangue e o líquido intersticial; distribuem sangue para as vênulas pós-capilares. Vênulas Microscópico (10 a 50 μm de diâmetro). Endotélio e membrana basal. Ausente. Esparsa Passam sangue para as vênulas musculares; possibilitam a troca de nutrientes e escórias metabólicas entre o sangue e o líquido intersticial e atuam na emigração de leucócitos. Vênulas musculares Microscópico (50 a 200 μm de diâmetro). Endotélio e membrana basal. Uma ou duas camadas de músculo liso orientadas circularmente. Esparsa. Passam sangue para a veia; atuam como reservatórios de grandes volumes de sangue (juntamente com as vênulas pós-capilares). Veias Endotélio e membrana basal; ausência de lâmina elástica interna; contêm válvulas; lúmen muito maior do que o da artéria acompanhante. Muito mais fina do que nas artérias; lâmina elástica externa ausente. Endotélio e membrana basal; ausência de lâmina elástica interna; contêm válvulas; lúmen muito maior do que o da artéria acompanhante. Mais espessa das três túnicas. Retornam o sangue ao coração, facilitado pelas válvulas das veias dos membros. Fonte: Tortora e Derickson (2019, p. 744) MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 13 Tópico 1.2: Coagulação sanguínea De acordo com Kawamoto (2016, p.86) é um mecanismo de defesa natural do organismo contra o extravasamento de sangue por meio de uma lesão do vaso sanguíneo. Para ocorrer a coagulação, é necessária a formação da fibrina a partir do fibrinogênio. Consideram-se fatores de coagulação os elementos que se encontram inativos nas plaquetas, no plasma e nos tecidos e participam na formação da fibrina. Os 12 fatores de coagulação são citados a seguir. I. Fibrinogênio II. Protrombina (formada no fígado sob ação da vitamina K) III. Ativador da protrombina (PTA) IV. Cálcio V, VII, VIII, IX, X, XI, XII e XIII. É importante destacar que o fator VI não é mais considerado um fator da coagulação, mas sim, uma forma ativada do fator V; e o fator VIII é ausente nos hemofílicos. A partir do momento que ocorre lesão de um tecido com sangramento, o vaso sanguíneo se contrai (vasoconstrição), e as plaquetas se aglomeram no local lesado formando um tampão de plaquetas. As células dos tecidos lesados e as plaquetas sofrem a ação dos fatores da coagulação e formam o PTA (KAWAMOTO, 2016, p.86). O PTA e alguns fatores de coagulação atuam sobre a protrombina, transformando-a em uma enzima denominada trombina. Esta, ao atuar sobre o fibrinogênio, transforma-o em fibrina, que é uma rede de filamentos em que serão presos o tampão de plaquetas, eritrócitos e leucócitos; a partir do momento em que é eliminado um líquido amarelo transparente incoagulável (soro), está formado o coágulo para fechar a lesão e impedir o sangramento (KAWAMOTO, 2016, p.86). Tópico 1.3: Coração Para que o sangue alcance as células do corpo e troque materiais com elas, deve ser bombeado continuamente por meio do coração ao longo dos vasos sanguíneos do corpo. O coração se contrai cerca de 100 mil vezes ao dia, o que perfaz aproximadamente 35 milhões de contrações em 1 ano, e cerca de 2,5 bilhões de vezes ao longo de um período médio de vida O coração, centro do sistema circulatório, é um órgão muscular oco que atua como uma bomba contrátil-propulsora. Seu peso médio é de 250 g nas mulheres e 300 g nos homens, podendo variar de acordo com a frequência da prática de atividade física do indivíduo O coração apresenta três camadas: o epicárdio, mais externo; o miocárdio, camada média e mais espessa, formada por músculo estriado cardíaco; e o endocárdio, que é o revestimento interno. Na sua morfologia interna, existem quatro câmaras, sendo duas superiores e menores – os átrios direito e esquerdo, que apresentam uma expansão vista também na sua anatomia externa – e as aurículas direita e esquerda (LAROSA, 2018, p.170). Vasos sanguíneos de grande calibre estão relacionados diretamente com a base do coração e são responsáveis pela chegada ou saída do sangue. No átrio direito estão as veias cavas superior e inferior, que trazem o sangue de todo o corpo. No ventrículo direito, encontra-se o tronco pulmonar, que leva o sangue para os pulmões (LAROSA, 2018, p.171). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 14 No átrio esquerdo, encontram-se as veias pulmonares, levando o sangue dos pulmões. No ventrículo esquerdo está a artéria aorta, que leva o sangue para todo o corpo. O tronco pulmonar e a aorta são artérias que têm válvulas semilunares após sua saída do coração, para impedir o refluxo do sangue nas diástoles ventriculares (LAROSA, 2018, p.171). Centro do sistema circulatório é um órgão muscular oco que atua como uma bomba contrátil-propulsora. Seu peso médio é de 250 g nas mulheres e 300 g nos homens, podendo variar de acordo com a frequência da prática de atividade física do indivíduo. Figura 4: Localização do coração na cavidade torácica Fonte: Larosa (2018, p. 170) SISTEMA DE CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA As duas principais circulações são a circulação pulmonar e a sistêmica. Na circulação pulmonar, o sangue venoso sai do ventrículo direito pela artéria do tronco pulmonar, que se ramifica em direita e esquerda, indo cada uma delas respectivamente para os pulmões direito e esquerdo (KAWAMOTO, 2016, p.92). Os capilares arteriais, contendo sangue venoso, envolvem os alvéolos pulmonares; é nesse nível alveolar que ocorre a troca de dióxido de carbono por oxigênio. A junção de vários capilares venosos contendo sangue arterial forma as quatro veias pulmonares, duas de cada pulmão, que desembocam no átrio esquerdo. Portanto, tem como função oxigenar o sangue mediante a troca de dióxido de carbono por oxigênio (KAWAMOTO, 2016, p.92). Na circulação sistêmica, o sangue arterial é levado do ventrículo esquerdo para todo o organismo, a fim de abastecer todas as células com oxigênio e nutrientes. É no nível dos capilares que ocorre a troca gasosa e nutritiva entre o sangue e os demais tecidos, cabendo ao capilar arterial ceder nutrientes e oxigênio para as células e ao capilar venoso receber os catabólitos e o dióxido de carbono (KAWAMOTO, 2016, p.92). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 15 Para que isso ocorra, é necessário o equilíbrio entre a pressão de perfusão do capilar arterial e a de reabsorção do capilar venoso. Após receber o dióxido de carbono e as excretas das células do organismo, o sangue retorna ao átrio direito como sangue venoso pelas veias cava superior e inferior. Portanto, tem como função nutrir e oxigenar todas as células do organismo e receber o dióxido de carbono e as excretas das células (KAWAMOTO, 2016, p.92). Figura 5: Estrutura do coração: anatomia interna MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 16 TEMA DA AULA: Sistema hematológico. FONTE BIBLIOGRÁFICA SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Anatomia e fisiologia humana. 2. ed. São Paulo: Erica, 2014. 1 recurso online. LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: Guanabara Koogan, 2016. JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Histologia Básica: texto & atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 542 p. Tópico 1: Conceitos básicos Segundo Santos (2014, p.111) o Sistema Hematológico é compreendido pelo sangue e os locais onde ele é formado. Como é de nosso conhecimento, o sangue possui uma coloração vermelha, sendovariável de acordo com sua classificação: vermelho-escuro – quando sangue venoso e vermelho vivo quando arterial. Essa coloração depende do grau de oxigenação que o sangue apresenta. O sangue é responsável pelo transporte de oxigênio, excretas e nutrientes para todo o corpo. A medula óssea, por sua vez, produz células sanguíneas por meio da hematopoese, as quais são chamadas de eritrócitos, leucócitos e plaquetas (LAROSA, 2016, p. 27). Tópico 1.1: Componentes do sangue Segundo Santos (2014, p. 114) a maior parte do plasma sanguíneo é composta por água - 93%, daí a necessidade de nos mantermos sempre hidrata- dos. Nos 7% restantes encontramos: oxigênio, glicose, proteínas, hormônios, vitaminas, gás carbônico, sais minerais, aminoácidos, lipídeos e ureia. Mas, em geral é composto por duas partes: » Plasma: porção do sangue formada por água, sais minerais, enzimas, pigmentos, proteínas, albumina e globulina. » Elementos figurados: é a porção sólida do sangue, formada por glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. (SANTOS, 2014, p. 113) Figura 6: Representação dos principais componentes celulares do sangue dentro de um processo de centrifugação Fonte: Brasil Escola (2020)1 1 SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Sangue"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sangue.htm. Acesso em 02 de abril de 2020 MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 17 Tópico 1.2: Formas das células sanguíneas O sangue possui elementos figurados em sua composição: Eritrócitos – glóbulos vermelhos: têm a função de transportar gases da hemoglobina e são formados na medula óssea. Leucócitos, neutrófilos, basófilos, eosinófilos: têm função de defesa na fase aguda das doenças e são formados na medula óssea. Linfócitos: têm função de defesa contra as inflamações crônicas e proteínas estranhas e são formados no baço. Monócitos: têm função de defesa contra as inflamações crônicas e são formados na medula óssea. Plaquetas: têm função de coagulação e são formadas na medula óssea. Eritrócitos. Também são comumente chamados de células vermelhas ou hemácias, e contêm a hemoglobina responsável pelo transporte de oxigênio. Têm um ciclo de vida de aproximadamente 120 dias nos indivíduos adultos. A concentração normal de eritrócitos no sangue é de aproximadamente 4 a 5,4 milhões por microlitro (mm3), na mulher, e de 4,6 a 6 milhões por microlitro no homem (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018, p. 229). Figura 7: Micrografia eletrônica de varredura de eritrócitos humanos normais. Fonte: Junqueira e Carneiro (2018, p. 229) Leucócitos. São comumente chamados de células brancas e são responsáveis pela imunidade. São classificadas em granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos), que destroem materiais estranhos, e agranulócitos (monócitos e linfócitos), linha de frente na defesa celular. Junqueira e Carneiro (2018, p. 231) apontam que agem a contagem diferencial de leucócitos circulantes, feita rotineiramente no hemograma, pode indicar a existência de uma grande variedade de doenças; da mesma maneira, a análise morfológica do núcleo e do citoplasma dos leucócitos pode ser determinante para o diagnóstico de diferentes doenças e síndromes. MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 18 Figura 8: Ilustrações dos cinco tipos de leucócitos do sangue humano. Fonte: Junqueira e Carneiro (2018, p. 231) Plaquetas. São pequenos fragmentos citoplasmáticos cujas funções são: iniciar a contração dos vasos sanguíneos, formar tampões nos vasos lesados e acelerar a coagulação sanguínea (LAROSA.2018, p.27). Normalmente, existem 150 mil a 450 mil plaquetas por microlitro (mm3) de sangue. Esses corpúsculos permanecem no sangue por aproximadamente 10 dias (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018, p. 240). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 19 Figura 9: Micrografia eletrônica de plaquetas humanas. (40.740×. Cortesia de M. Harrison.) Fonte: Junqueira e Carneiro (2018, p. 241) Antígenos: denominamos antígeno toda substância estranha ao nosso organismo. Só não é considerado antígeno quando produzido pelo próprio organismo e reconhecido por ele. É isso que ocorre no grupo sanguíneo, as hemácias do sangue possuem antígenos em sua superfície para diferenciar os grupos sanguíneos. Proteínas, polissacarídios ou nucleoproteínas podem ser antígenos. Eles podem localizar-se na superfície de microrganismos (vírus, bactérias, fungos, protozoários) ou de células íntegras (parasitos pluricelulares ou células de transplante oriundas de outro indivíduo), ou em fragmentos de quaisquer desses microrganismos e de células (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018, p. 263). Tópico 1.3: Função do sangue O sangue tem as seguintes funções: »Transportar oxigênio captado pelos pulmões até as células; »Transportar gás carbônico proveniente dos tecidos para os pulmões; »Transportar nutrientes e hormônios; »Transportar todas as excretas do metabolismo celular para os vários locais de excreção; »Defesa do organismo contra micro-organismos patogênicos ou substâncias estranhas (SANTOS, 2014, p.112). Cabe salientar, segundo Junqueira e Carneiro (2018, p. 228) que, como veículo de distribuição dos hormônios, o sangue possibilita a troca de mensagens químicas entre órgãos distantes. Tem, ainda, papel regulador na distribuição de calor, no equilíbrio acidobásico e no equilíbrio osmótico dos tecidos. MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 20 Tópico 1.4: Grupos ou tipos sanguíneos Segundo Santos (2014) grupos ou tipos sanguíneos são determinados pela existência ou não de antígenos ou aglutinogênios na superfície dos eritrócitos. Clinicamente, são mais utilizados os sistemas AB0 e Rh. No sistema AB0 existem quatro tipos de sangue: A, B, AB e 0. Pessoas do grupo A apresentam aglutinogênio A nas hemácias e aglutinina anti-B no plasma; as do grupo B têm aglutinogênio B nas hemácias e aglutinina anti-A no plasma; as do grupo AB têm aglutinogênios A e B nas hemácias e nenhuma aglutinina no plasma; e pessoas do grupo 0 não apresentam aglutinogênios nas hemácias, mas têm as duas aglutininas, anti-A e anti-B, no plasma (SANTOS, 2014, p.113). Resumindo.... O grupo sanguíneo A possui antígeno do sistema ABO – A; O grupo sanguíneo B possui antígeno do sistema ABO – B; O grupo sanguíneo AB possui antígeno do sistema ABO – AB; O grupo sanguíneo O não possui nenhum antígeno (SANTOS, 2014, p.113). Figura 10: Tipos de Grupos Sanguíneos Fonte: Prefeitura de Rímac - Peru2 FATOR RH Segundo Arruda et al. (2015) o principal sistema de grupos sanguíneos humanos é o ABO. A classificação é baseada na presença ou ausência de antígenos dos grupos sanguíneos. Já o grupo Rh é o segundo mais importante, sendo a classificação feita de acordo com a presença ou ausência do antígeno D, identificado como positivo ou negativo, respectivamente. Recorrendo à história, a partir da observação da ação dos anticorpos, em 1900, Karl Landsteiner iniciou experimentos que o levaram a descoberta do sistema de grupos sanguíneos ABO. 2 Mais informações disponíveis em: https://yomecuido.com.pe/accidentes-y-primeros/campana-donacion- voluntaria-de-sangre-como-explicar-los-grupos-sanguineos-a-los-ninos. Acesso em: 01 abr. 2020. https://yomecuido.com.pe/accidentes-y-primeros/campana-donacion-voluntaria-de-sangre-como-explicar-los-grupos-sanguineos-a-los-ninos https://yomecuido.com.pe/accidentes-y-primeros/campana-donacion-voluntaria-de-sangre-como-explicar-los-grupos-sanguineos-a-los-ninosMATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 21 Já em 1902, DeCostello e Starli descreveram o comportamento do grupo AB. Somente em 1940 houve a descrição do sistema Rh, realizada pelos cientistas Landsteiner e Wiener. Nesse sentido, o sistema ABO é constituído por antígenos que são a expressão de genes herdados da geração anterior (ZAGO; FALCÃO, 2004 apud ARRUDA et al., 2015). No sistema Rh, o sangue que apresenta o antígeno Rh é denominado Rh positivo; porém, o sangue sem esse antígeno é conhecido por Rh-negativo. Entretanto, anticorpos anti-Rh podem aparecer no sangue de uma pessoa com fator Rh-negativo após a entrada de eritrócitos de um doador Rh positivo. A determinação do fator Rh, juntamente com a dos antígenos pertencentes ao sistema AB0, é obrigatória antes de qualquer transfusão sanguínea (LAROSA,2018, p.27). Quadro 1: Compatibilidade dos tipos sanguíneos para doação de sangue. Fonte: Larosa (2018, p.27). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 22 TEMA DA AULA: Sistema linfático e imunidade FONTE BIBLIOGRÁFICA Páginas 197 à 200 LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: Guanabara Koogan, 2018. 1 recurso online. ISBN 9788527730082. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730082/cfi/6/48 !/4/8/2@0:11.4 Acesso em 03 dezembro 2020. TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Fundamentos de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 1 recurso online. ISBN 9788527728867.https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582 713648/cfi/451!/4/4@0.00:36.3 Acesso em 03 janeiro 2020. Tópico 1: Anatomia do sistema linfático Tópico 2: Fisiologia do sistema linfático Tópico 3: Mecanismos de formação da linfa Tópico 4: Câncer e Sistema Linfático Tópico 5: Sistema Imunológico Tópico 1: Anatomia do sistema linfático O sistema linfático consiste em um líquido chamado linfa, em vasos chamados vasos linfáticos que transportam a linfa, em diversas estruturas e órgãos que contêm tecido linfático (linfócitos dentro de um tecido de filtragem), e em medula óssea (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.806). A medula óssea é responsável pela produção dos elementos sanguíneos denominados leucócitos e hemácias. Localiza-se na camada interna do osso (parte esponjosa), e a sua cor é vermelha. Nas crianças, é mais abundante a medula vermelha; já nos adultos, ela vai se transformando em medula amarela graças à deposição de gorduras. Nos adultos, a medula óssea vermelha encontra-se principalmente no esterno, no osso ilíaco, nas vértebras e nas costelas. Figura 11: Medula Óssea Fonte: Fonte: Kawamoto (2016, p. 68). https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730082/cfi/6/48!/4/8/2@0:11.4 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730082/cfi/6/48!/4/8/2@0:11.4 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713648/cfi/451!/4/4@0.00:36.3 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713648/cfi/451!/4/4@0.00:36.3 MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 23 O sistema linfático auxilia na circulação dos líquidos corporais e ajuda a proteger o corpo contra os agentes causadores de doenças. A maior parte dos componentes do plasma sanguíneo é filtrada pelas paredes dos capilares sanguíneos para formar o líquido intersticial. Depois de o líquido intersticial passar para os vasos linfáticos, é chamado de linfa (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.806). A principal diferença entre o líquido intersticial e a linfa é a sua localização: o líquido intersticial é encontrado entre as células, e a linfa está localizada nos vasos linfáticos e no tecido linfático. O tecido linfático é um tipo especializado de tecido conjuntivo reticular que contém numerosos linfócitos (que são leucócitos agranulócitos – glóbulos brancos que possuem basófilos) (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.806). Figura 12: Componentes do sistema linfático. Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.806). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 24 Tópico 2: Fisiologia do sistema linfático FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO O sistema linfático tem três funções principais: 1.Drenar o excesso de líquido intersticial. Os vasos linfáticos drenam o excesso de líquido intersticial dos espaços teciduais e o devolvem ao sangue. Esta função conecta-o intimamente com o sistema circulatório. Na verdade, sem esta função, a manutenção do volume de sangue circulante não seria possível. 2.Transportar lipídios oriundos da dieta. Os vasos linfáticos transportam lipídios e vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) absorvidas pelo sistema digestório. 3.Desempenhar respostas imunes. O tecido linfático inicia respostas altamente específicas dirigidas contra microrganismos ou células anormais específicas (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.807). VASOS LINFÁTICOS E CIRCULAÇÃO DA LINFA Os vasos linfáticos começam como capilares linfáticos. Estes capilares, que estão localizados nos espaços entre as células, são fechados em uma das extremidades. Assim como os capilares sanguíneos convergem para formar vênulas e então veias, os capilares linfáticos se unem para formar vasos linfáticos maiores, que se assemelham em estrutura a pequenas veias, mas têm paredes mais finas e mais válvulas (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.807). Em intervalos ao longo dos vasos linfáticos, a linfa flui pelos linfonodos, órgãos encapsulados em forma de feijão que consistem em massas de linfócitos B e linfócitos T. Na pele, os vasos linfáticos se encontram no tecido subcutâneo e geralmente acompanham as veias; os vasos linfáticos das vísceras geralmente acompanham as artérias, formando plexos em torno delas (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.807). Os tecidos que não apresentam capilares linfáticos incluem os tecidos avasculares (como a cartilagem, a epiderme e a córnea do olho), a parte central do sistema nervoso, partes do baço e a medula óssea (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.807). CAPILARES LINFÁTICOS Os capilares linfáticos são os vasos mais periféricos do sistema linfático, de alta permeabilidade e em “fundo cego”, ou seja, sua extremidade periférica é fechada. Suas paredes internas são dotadas de mecanismos valvulares, o que faz com que a linfa flua somente em direção ao coração. O encontro dos capilares linfáticos forma os vasos linfáticos (LAROSA, 2018, p.198). No trajeto dos vasos linfáticos, são encontradas estruturas de aspecto circular ou em forma de “grão de feijão”, os linfonodos, cuja função é filtrar a linfa. Após terem a linfa filtrada pelos linfonodos, os vasos linfáticos unem-se e formam os troncos linfáticos (LAROSA, 2018, p.198). TRONCOS LINFÁTICOS No corpo humano existem cinco grandes troncos linfáticos: troncos jugulares direito e esquerdo, troncos subclávios direito e esquerdo, troncos broncomediastinais direito e esquerdo, tronco intestinal e troncos lombares direito e esquerdo (LAROSA, 2018, p.197). Os troncos jugulares drenam a linfa da região da cabeça e do pescoço; os troncos subclávios drenam a linfa dos membros superiores, de parte do tórax e do dorso; os troncos broncomediastinais drenam a região interna do tórax; os troncos lombares recebem a linfa dos membros inferiores e de alguns órgãos pélvicos; e o tronco intestinal drena a região abdominal (LAROSA, 2018, p.197). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 25 DUCTOS LINFÁTICOS A linfa que chega aos troncos é, então, drenada para dois grandes ductos. O ducto torácico tem seu início na cisterna do quilo, uma dilatação na região anterior à segunda vértebra lombar, que recebe a linfa proveniente dos troncos lombares direito e esquerdo e do tronco intestinal (LAROSA, 2018, p.197). Esse ducto recebe ainda no seu trajeto a linfa dos troncos broncomediastinal esquerdo, jugular esquerdo e subclávio esquerdo,drenando seu conteúdo na veia subclávia esquerda. O ducto linfático direito recebe menos linfa, que é proveniente dos troncos jugular direito, subclávio direito e broncomediastinal direito, levando seu conteúdo para a veia subclávia direita. A linfa que chega às veias subclávias é misturada ao sangue venoso e volta a compor o plasma sanguíneo (LAROSA, 2018, p.197). Figura 13: Esquema do trajeto da linfa a partir dos capilares linfáticos. Fonte: Larosa (2018, p. 199) Figura 14: Capilares linfáticos. Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.808). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 26 Tópico 3: Mecanismos de formação da linfa A maior parte dos componentes do plasma sanguíneo, como nutrientes, gases e hormônios, atravessam livremente as paredes dos capilares para formar o líquido intersticial, mas um volume maior de líquido sai dos capilares sanguíneos do que retorna a eles por reabsorção (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.809). O excesso de líquido filtrado – aproximadamente 3 ℓ/dia – drena para os vasos linfáticos e se torna a linfa. Como a maior parte das proteínas plasmáticas é muito grande para sair dos vasos sanguíneos, o líquido intersticial contém apenas uma pequena quantidade de proteína (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.809). As proteínas que saem do plasma sanguíneo não conseguem retornar ao sangue por difusão, porque o gradiente de concentração (alto nível de proteínas no interior dos capilares sanguíneos, baixo nível fora) se opõe a este movimento. As proteínas conseguem, no entanto, se mover facilmente através dos capilares linfáticos, que são mais permeáveis à linfa. Assim, uma importante função dos vasos linfáticos é devolver as proteínas plasmáticas perdidas e o plasma à corrente sanguínea (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.809). Tópico 4: Câncer e Sistema Linfático LINFOMAS Os linfomas são cânceres dos órgãos linfáticos, especialmente dos linfonodos. A maior parte não tem causa conhecida. Os dois tipos principais de linfomas são a doença de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.843). A doença de Hodgkin (DH) é caracterizada por aumento indolor e não sensível à palpação de um ou mais linfonodos, mais comumente no pescoço, tórax e axila. Se a doença é uma metástase destes locais, também podem ocorrer febre, sudorese noturna, perda de peso e dor nos ossos. A DH afeta principalmente indivíduos entre 15 e 35 anos e pessoas com mais de 60 anos, e é mais comum no sexo masculino. Se diagnosticada precocemente, a DH tem uma taxa de cura de 90 a 95% (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.843). O linfoma não Hodgkin (LNH), que é mais comum do que a DH, ocorre em todas as faixas etárias. A incidência aumenta com a idade, a um máximo entre os 45 e 70 anos de idade. O LNH pode começar da mesma maneira que a DH, mas pode incluir também esplenomegalia (aumento do baço), anemia e mal-estar geral. Até metade de todos os indivíduos com LNH são curados ou sobrevivem por um período prolongado. As opções para a DH e o LNH incluem radioterapia, quimioterapia e transplante de medula óssea (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.843). Tópico 5: Sistema Imunológico O sistema imunológico é o sistema de defesa contra a invasão de organismos estranhos (antígenos), e seus órgãos são chamados de linfoides, pois desenvolvem os linfócitos, que são as células de defesa (anticorpos). A medula óssea, localizada no interior dos ossos, e o timo, massa irregular localizada anteriormente à traqueia e posteriormente ao osso esterno, são considerados órgãos linfáticos primários e produzem os linfócitos B e T.Os linfócitos B atuam contra antígenos e agentes patogênicos nos líquidos corporais, enquanto os linfócitos T, contra células anormais ou agentes patogênicos existentes dentro das células (LAROSA, 2018, p.197) Os linfonodos, o baço e as tonsilas (órgãos linfáticos secundários) são estruturas periféricas. Os linfonodos estão localizados ao longo dos vasos linfáticos. O baço situa-se no lado esquerdo da cavidade abdominal, na altura da 9ª à 11ª costela, lateralmente ao MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 27 pâncreas. As tonsilas são massas de tecido linfoide localizadas na parte nasal da faringe (tonsilas faríngeas), nas fauces (tonsilas palatinas) e na parte posterior da língua (tonsilas linguais) (LAROSA, 2018, p.197). Figura 15: Vista anterior dos órgãos dos sistemas imunológico e linfático. Fonte: Larosa (2018, p.170). IMUNIDADE INATA Segundo Tortora e Derrickson (2018, p. 817) a imunidade inata (inespecífica) inclui as barreiras físicas e químicas externas fornecidas pela pele e pelas túnicas mucosas. Inclui também várias defesas internas, como as substâncias antimicrobianas, as células NK, os fagócitos, a inflamação e a febre. Sua características gerais são: 1. A pele e as túnicas mucosas são a primeira linha de defesa contra a entrada de agentes patogênicos. 2. As substâncias antimicrobianas incluem as interferonas, o sistema complemento, as proteínas de ligação ao ferro e as proteínas antimicrobianas. 3. As células NK e os fagócitos atacam e matam patógenos e células defeituosas do corpo. 4. A inflamação ajuda na eliminação de microrganismos, toxinas ou material estranho no local de uma lesão, e prepara o local para a reparação tecidual. 5. A febre intensifica os efeitos antivirais das interferonas, inibe o crescimento de alguns microrganismos e acelera a reação do corpo que auxilia no reparo. MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 28 IMUNIDADE ADAPTATIVA A capacidade do corpo de se defender contra agentes invasores específicos, como bactérias, toxinas, vírus e tecidos estranhos, é chamada de imunidade adaptativa (específica). As substâncias que são reconhecidas como estranhas e provocam respostas imunes são chamadas antígenos (Ag) (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.821). Duas propriedades distinguem a imunidade adaptativa da imunidade inata: (1) especificidade para determinadas moléculas estranhas (antígenos), que também envolve a distinção entre moléculas suas e não suas, e (2) memória para a maior parte dos antígenos encontrados previamente, de modo que um segundo contato pede uma resposta ainda mais rápida e vigorosa (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.821). O ramo da ciência que lida com as respostas do corpo quando desafiado por antígenos é chamado imunologia. O sistema imune inclui as células e tecidos que realizam respostas imunes (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.821). Existem dois tipos de imunidade adaptativa: a imunidade celular e a imunidade humoral. Ambos os tipos são desencadeados por antígenos. A imunidade celular é particularmente efetiva contra (1) agentes patogênicos intracelulares, que incluem quaisquer tipos de vírus, bactérias ou fungos que estejam no interior das células; (2) algumas células cancerígenas e (3) tecidos transplantados. Assim, a imunidade celular sempre envolve células que atacam células (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.823). A imunidade humoral atua principalmente contra microrganismos patogênicos extracelulares, os quais incluem vírus, bactérias ou fungos que estejam nos líquidos corporais fora das células. Uma vez que a imunidade humoral envolve anticorpos que se ligam a antígenos em humores ou líquidos corporais (como sangue e linfa), ela recebe este nome (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.823). ESTRESSE E IMUNIDADE As pesquisas em psiconeuroimunologia (PNI) parecem justificar o que as pessoas têm observado: os pensamentos, sentimentos, humor e crenças influenciam o nível de saúde e a evolução da doença. Por exemplo, o cortisol, um hormônio secretado pelo córtex da glândula suprarrenal em associação à resposta ao estresse, inibe a atividade do sistema imune (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.838). Quando o trabalho e o estresse se acumulam, os hábitos de saúde podem mudar. Muitas pessoas fumam ou consomem mais etanol quando estão estressadas, dois hábitos prejudiciaisà função imune ideal. Sob estresse, as pessoas são menos propensas a comer bem e a se exercitar regularmente, dois hábitos que melhoram a imunidade (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.838). Pessoas resistentes aos efeitos negativos do estresse sobre a saúde são mais propensas a experimentar uma sensação de controle sobre o futuro, um comprometimento com o seu trabalho, expectativas de desfechos globalmente positivos para si mesmos, e sentimentos de apoio social (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.838). Para aumentar a sua resistência ao estresse, cultive uma visão otimista e construa boas relações com os outros. O sono adequado e o relaxamento são especialmente importantes para um sistema imunológico saudável. Mas quando não há horas suficientes no dia, você pode ser tentado a roubar um pouco da noite. Embora dormir menos possa lhe dar algumas horas a mais de tempo produtivo a curto prazo, a longo prazo você acaba andando para trás, especialmente se ficar doente, o que pode atrapalhar a sua concentração e bloquear a sua criatividade (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.838). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 29 TEMA DA AULA: Sistema Nervoso FONTE BIBLIOGRÁFICA KAWAMOTO, Emilia Emi. Anatomia e fisiologia na enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 1 recurso online. Acesso em: 02 jan. 2020. LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: Guanabara Koogan, 2016. Acesso em 03 janeiro 2020. TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Fundamentos de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 1 recurso online. ISBN 9788527728867.https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885 82713648/cfi/451!/4/4@0.00:36.3 Acesso em 03 janeiro 2020. TEMA DA AULA: Sistema Nervoso (SN) Tópico 1: Considerações Gerais Tópico 2: Funções do Sistema Nervoso Tópico 3: Subdivisões do SN Tópico 3.1.: SN Periférico Tópico 3.2: SN Autônomo Tópico 1: Considerações Gerais O sistema nervoso coordena e integra as funções do corpo, armazena todas as informações e capacita o organismo a se adaptar às mudanças dos meios interno e externo, além de criar uma realidade sensorial e elaborar as respostas ao meio (LAROSA, 2018, p.137). É constituído principalmente pelo tecido nervoso. Ele controla e coordena todos os processos vitais que se desenvolvem involuntariamente nos órgãos internos (atividade visceral) e também as manifestações voluntárias que promovem o relacionamento do organismo com o meio ambiente (atividades somáticas) (KAWAMOTO, 2016, p. 33). É composto pelo sistema nervoso central (SNC) e pelo sistema nervoso periférico (SNP). O SNC tem duas estruturas, o encéfalo (localizado na cavidade craniana) e a medula espinal (localizada na cavidade vertebral ou espinal). O SNP situa-se externamente ao SNC e é constituído de nervos que conectam o SNC ao resto do corpo (KAWAMOTO, 2016, p. 33). Tópico 2: Funções do Sistema Nervoso Resumidamente, pode-se afirmar que o SN realiza três funções básicas: a função sensitiva, em que os nervos sensitivos recebem as informações do meio externo ou do interno do corpo e as conduzem ao SNC; a função integradora, em que o SNC processará ou interpretará essas informações para, em seguida, elaborar a resposta; e a função motora, em que os nervos motores conduzem a resposta do SNC ao corpo (KAWAMOTO, 2016, p. 33). Um exemplo dessas três funções interligadas é: ao ver uma bandeja de ostras, a informação é levada ao SNC, e o cérebro, ao “ver as ostras”, recorda-se que na última vez houve sérios problemas digestivos após ingeri-las. O cérebro elabora como resposta “não comer as ostras”, e os nervos motores conduzirão essa resposta aos músculos esqueléticos para não colocar as ostras na boca (KAWAMOTO, 2016, p. 33). Larosa (2018, p.137) afirma que a menor unidade morfofuncional do sistema nervoso é o neurônio, célula especializada na transmissão de impulsos nervosos. Existem tipos diferentes de neurônios; porém, pode-se considerar que eles são formados pelos dendritos que recebem impulsos de outras células; pelo corpo ou pericário, que é o centro metabólico do neurônio e onde é processado o impulso nervoso; e pelo axônio, que é o prolongamento que conduz o impulso nervoso: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713648/cfi/451!/4/4@0.00:36.3 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713648/cfi/451!/4/4@0.00:36.3 MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 30 Tópico 3: Subdivisões do SN O Sistema Nervoso está dividido em Sistema Nervoso Central, Sistema Nervoso Periférico e Sistema Nervoso Autônomo. Estão subdivididos da seguinte forma: Sistema Nervoso Periférico: nervos cranianos e nervos raquidianos ou espinais. Sistema Nervoso Autônomo: simpático e parassimpático Sistema Nervoso Central: encéfalo – cérebro, cerebelo e tronco cerebral, e medula espinhal. Tópico 3.1: Sistema Nervoso Periférico Responsável pela transmissão dos estímulos do corpo ao encéfalo e vice-versa, o sistema nervoso periférico (SNP) compreende as fibras motoras e as sensitivas dos nervos espinais e cranianos e também os gânglios. Os gânglios são formados por acúmulo de corpos de neurônios, o que permite a condução do impulso nervoso da periferia ao encéfalo e à medula espinal e vice-versa por meio dos gânglios sensitivos e motores (KAWAMOTO, 2016, p. 40). Os nervos apresentam-se aos pares, porque um deles (nervo sensitivo) transporta o estímulo, e o outro (nervo motor), a resposta. Alguns nervos cranianos apresentam-se de maneira diferente, com os nervos acumulando a função sensitiva e motora (nervos mistos). Os nervos espinais localizam-se dentro do canal vertebral e saem pelos forames intervertebrais (KAWAMOTO, 2016, p. 40). Todos os nervos se ramificam, e são essas ramificações que possibilitam às células, situadas próximo a essas ramificações, enviarem e receberem os estímulos de forma contínua (KAWAMOTO, 2016, p. 40). O SNP pode ser classificado pela sua composição (anatomia) ou de acordo com o que faz (fisiologia). A classificação anatômica divide os nervos em cranianos e espinhais, e a classificação fisiológica abrange as funções dos nervos sensitivos e do sistema nervoso autônomo (KAWAMOTO, 2016, p. 40). CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA Os componentes do SNP inclui os nervos, os gânglios, os plexos entéricos e os receptores sensitivos. Nervo é um feixe composto por centenas de milhares de axônios, associados a seu tecido conjuntivo e seus vasos sanguíneos, o que se situa fora do encéfalo e da medula espinal. Doze pares de nervos cranianos emergem do encéfalo e 31 pares de nervos espinais emergem da medula espinal. Cada nervo segue um caminho definido e supre uma região específica do corpo. Os gânglios sou pequenas massas de tecido nervoso compostas primariamente por corpos celulares que se localizam fora do encéfalo e da medula espinal. Estas estruturas têm íntima associação com os nervos cranianos e espinais. Os plexos entéricos são extensas redes neuronais localizadas nas paredes de órgãos do sistema digestório. Os neurônicos destes plexos ajudam a regular a sistema digestório. O termo receptor sensitivo refere-se à estrutura do sistema nervoso que monitora as mudanças nos ambientes externo ou interno. São exemplos de receptores sensitivos os receptores táteis da pele, os fotorreceptores do olho e os receptores olfatórios do nariz (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.405). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 31 O SNP é dividido em sistema nervoso somático (SNS), sistema nervoso autônomo (SNA) e sistema nervoso entérico (SNE). O SNS é composto por (a) neurônios sensitivos que transmitem informações para o SNC a partir do de receptores somáticos na cabeça, no tronco e nos membros e de receptores para os sentidos especiais da visão, da audição, da gustação e do olfato,e por (b) neurônios motores que conduzem impulsos nervosos do SNC exclusivamente para os músculos esqueléticos. Como estas respostas motoras podem ser controladas conscientemente, a ação desta parte do SNP é voluntária (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.405). Já o SNA é formado por (a) neurônios sensitivos que levam informações de receptores sensitivos autônomos – localizados especial em órgãos viscerais como o estômago e pulmões, e por (b) neurônios motores que conduzem os impulsos nervosos do SNC para o músculo liso, o músculo cardíaco e as glândulas. Como suas respostas motoras não estão, de modo geral, sob controle consciente, a atuação do SNA é involuntária (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.405). O sistema nervoso entérico (SNE) atua diretamente no sistema digestório (cérebro do intestino) e é involuntária. O SNE é composto por mais de 100 milhões de neurônios que estão dentro dos plexos entéricos, e se estendem pela maior parte do sistema digestório, sendo que a maioria dos neurônios funciona independentemente do SNA e em parte do SNC. Os neurônios motores entéricos controlam as contrações do músculo liso para impulsionar o alimento, as secreções dos órgãos (como o suco gástrico) e a atividade das células endócrinas, secretoras de hormônios (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.405). Tópico 3.2: Sistema Nervoso Autônomo Assim como a divisão somática do sistema nervoso, a divisão autônoma do sistema nervoso (SNA) funciona via arcos reflexos. Estruturalmente, é formada por neurônios sensitivos autônomos, centros integradores na parte central do sistema nervoso, neurônios motores autônomos, e a divisão entérica. De modo geral, o SNA não é controlado conscientemente (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p. 528). Está dividido em partes simpática e parassimpática, com fibras simpáticas saindo da medula espinal nas regiões torácica e lombar as do parassimpático saindo do tronco encefálico e da parte sacral da medula espinal. Inervam os órgãos de maneira antagônica, ou seja, contrária: quando a parte simpática estimula um determinado órgão, o parassimpático o inibe e vice-versa. Por exemplo, o simpático aumenta a frequência cardíaca, o tamanho da pupila e dos brônquios, enquanto o parassimpático diminuiu a frequência cardíaca, o tamanho da pupila e dos brônquios (KAWAMOTO, 2016, p.41). Essas duas partes do SNA são formadas por diversos gânglios, situados fora do SNC, ou seja, ao longo da coluna vertebral, nas proximidades ou no interior dos órgãos inervados (KAWAMOTO, 2016, p.41). Ao contrário do músculo esquelético, os tecidos inervados pelo SNA geralmente continuam funcionando mesmo que haja um dano a sua rede nervosa. Por exemplo, o coração continua a bater quando ele é removido de uma pessoa para ser transplantado; o músculo liso da parede dos sistema digestório mantém contrações rítmicas independentes; e, algumas glândulas produzem secreções na ausência de controle do SNA (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p. 529). Figura 16: Funções do Simpático e Parassimpático sobre os órgãos MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 32 Fonte: Santos (2014, p. 63). Figura 17: Vias motoras da (A) divisão somática do sistema nervoso e da (B) divisão autônoma do sistema nervoso (SNA) Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.808). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 33 Tópico 4: Estruturas gerais do Sistema Nervoso Central Este sistema dirige todos os processos físicos e intelectuais que podem ser provocados voluntariamente e são capazes de se transformar em sensações conscientes (KAWAMOTO, 2016, p. 34). Também é a fonte dos pensamentos, das emoções e das memórias. A maioria dos sinais que estimulam a contração muscular e a liberação das secreções glandulares se origina no SNC (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 405). A parte central do sistema nervoso e formada pelo encéfalo, que apresenta o cérebro (tálamo), o tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) e o cerebelo, e pela medula espinal. As principais funções são: integrar e coordenar a entrada e saída dos sinais neurais e executar funções mentais superiores, como aprender, pensar e memorizar (LAROSA, 2016, p. 138). Tópico 4.1: Meninges São membranas de tecido conjuntivo que revestem a parte central do sistema nervoso e são constituídas por três camadas: dura-máter (camada mais externa), aracnoide-máter (camada média) e pia-máter (camada mais interna). Entre a dura-máter e a aracnoide-máter, existe o espaço subdural, preenchido por um pequeno volume líquido. Entre a aracnoide-máter e a pia-máter, encontra-se o espaço subaracnoide, onde corre o líquido cerebrospinal, também conhecido como líquido cefalorraquidiano (LAROSA, 2016, p. 143). Figura 18: As meninges da medula espinal Fonte: Kawamoto (2016, p. 34) MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 34 Tópico 4.2: Cérebro É a maior parte do encéfalo. É formado pelos hemisférios cerebrais e o diencéfalo. Está dividido em dois lados, os hemisférios direito e esquerdo. No seu interior, podem ser observados os ventrículos laterais, enquanto o diencéfalo, está no 3º ventrículo. Os ventrículos são cavidades ocupadas pelo líquido cerebrospinal (LAROSA, 2016, p. 146). Figura 19: Vista lateral do hemisfério cerebral esquerdo, onde é possível identificar os sulcos, os giros e os lobos cerebrais Fonte: Larosa (2016, p. 146). Apesar de ser considerado a sede da inteligência, as funções do cérebro são inúmeras e interligadas, com áreas específicas para cada função. É composto pelos hemisférios cerebrais direito e esquerdo, com a comunicação realizando-se pelo corpo caloso que assegura a troca de impulsos entre esses dois hemisférios. Os hemisférios possuem na camada central (medular) uma substância branca e na periférica (córtex cerebral) uma substância cinzenta (KAWAMOTO, 2016, p. 35). Cada hemisfério tem quatro lobos, denominados de acordo com o osso próximo a eles e com funções distintas: Frontal: localizado na parte anterior do crânio, é a área da atividade motora voluntária, da motricidade, da fala, da personalidade, da conduta, do comportamento emocional, das funções intelectuais e da memória armazenada Parietal: localizado na parte superior do cérebro, é responsável pela interpretação das sensações, com exceção do olfato, e pela leitura, permitindo que o indivíduo se situe com relação ao esquema corporal (onde está o corpo ou parte dele) Occipital: localizado na área acima da orelha, é responsável pela interpretação das sensações visuais Temporal: localizado na parte posterior da cabeça, é responsável pela “memória a curto prazo”, por parte da área da fala e pela interpretação dos sentidos do paladar, do olfato e da audição (KAWAMOTO, 2016, p. 35-36). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 35 Os sulcos e as fissuras (sulcos profundos) separam os lobos, e a fissura longitudinal do cérebro separa o hemisfério cerebral direito do esquerdo (KAWAMOTO, 2016, p. 36). DIENCÉFALO O diencéfalo é constituído pelo tálamo e hipotálamo. O tálamo é composto por duas massas de substância cinzenta situadas uma de cada lado do 3o ventrículo. Atua de forma associada ao córtex cerebral, sendo o local por onde passam todas as vias sensitivas que informam as percepções da sensibilidade dos órgãos dos sentidos (com exceção do olfato) (KAWAMOTO, 2016, p. 37). As informações são classificadas no tálamo, que dá uma ideia da sensação experimentada para, em seguida, encaminhá-las a áreas específicas do cérebro capazes de fazer uma interpretação mais precisa. Algumas sensações mais rudes (pressão e dor intensa, calor extremo) são analisadas nessa área (KAWAMOTO, 2016, p. 37). O hipotálamo situa-se abaixo do tálamo e é o local onde se aloja a glândula hipófise, glândula que regula quase todos os hormônios produzidos por outras glândulas. As principais funções do hipotálamo estão ligadas à regulação do equilíbrio hídrico,temperatura corporal, metabolismo, secreção de hormônios pela hipófise, fome e sede; também regula a função do sistema nervoso autônomo (SNA), aumenta ou diminui a frequência cardíaca, a pressão arterial, os movimentos intestinais etc (KAWAMOTO, 2016, p. 37). Tópico 4.3: Tronco encefálico e cerebelo O tronco encefálico é constituído, no sentido do diencéfalo para a medula espinal, pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo. Apresenta uma substância cinzenta na periferia e uma branca no centro; exceto o bulbo, que tem estrutura semelhante à da medula espinal (uma substância branca na periferia e uma cinzenta no centro) (KAWAMOTO, 2016, p. 37). O tronco encefálico possui células que formam os núcleos da maioria dos nervos cranianos, que entram em conexão com o cerebelo e o diencéfalo, e recebem e transmitem informações sensitivas e motoras. As células do tronco encefálico, em conjunto com as da medula espinal, estão relacionadas ao reflexo. Por exemplo, um dedo ao ser picado por uma agulha é imediatamente afastado antes que a dor seja sentida, pois as fibras sensitivas estão ligadas às motoras, permitindo que os impulsos cheguem aos músculos (KAWAMOTO, 2016, p. 37). O mesencéfalo está associado aos reflexos visuais e auditivos, e a ponte tem um papel importante na respiração. No bulbo, existem células que constituem os centros vitais relacionados com o controle do reflexo da tosse, do espirro, da deglutição, do vômito, da respiração, da pressão sanguínea e do batimento cardíaco (KAWAMOTO, 2016, p. 37). Por esse motivo, uma batida muito forte nessa região pode provocar paradas cardíaca e respiratória. O bulbo transmite as fibras sensitivas da medula espinal para o encéfalo e as fibras motoras do encéfalo para a medula espinal. Como a maioria das fibras se cruza no nível do bulbo, as fibras motoras vindas do lado direito do cérebro abastecem o lado esquerdo do corpo e vice-versa (KAWAMOTO, 2016, p. 37). O cerebelo funciona de maneira coordenada com o cérebro e o tronco encefálico. Controla os movimentos e a tonicidade muscular (estado de semicontração) e participa, em conjunto com o labirinto existente na orelha interna, da manutenção do equilíbrio corporal. Recebe todas as informações para produzir uma resposta muscular regular e coordenada. Enquanto o cérebro decide qual movimento deverá ser feito, o cerebelo controla como realizar esse movimento (KAWAMOTO, 2016, p. 37). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 36 VENTRÍCULOS CEREBRAIS Os ventrículos cerebrais são cavidades que se comunicam entre si, e no seu interior circula o liquor (LCR). São quatro: I e II ventrículos laterais direito e esquerdo, situados no interior dos hemisférios cerebrais correspondentes III ventrículo, localizado entre o tálamo direito e esquerdo, que se comunica com os ventrículos laterais por intermédio dos forames interventriculares IV ventrículo, que se localiza entre o tronco encefálico e o cerebelo e se comunica com o III ventrículo por meio do aqueduto do mesencéfalo. Sua continuação inferior é o canal central da medula, que se comunica com o espaço subaracnóideo (KAWAMOTO, 2016, p. 37). A irrigação de sangue arterial no encéfalo é abundante por causa do elevado consumo de oxigênio e da sensibilidade com relação à falta deste. O encéfalo é constituído na sua parte interna por uma substância branca (formada predominantemente por fibras nervosas com bainha de mielina) e externamente por uma substância cinzenta (formada principalmente pelos corpos das células nervosas e por fibras sem bainha de mielina) (EMI, 2016, p. 34). Figura 20: Vista posterior do tronco encefálico, da região cervical da medula espinal e da dura-máter. Corte frontal através da cabeça e do pescoço Fonte: Larosa (2016, p. 142). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 37 Figura 21: Cerebelo Fonte: Tortora e Derickson (2019, p. 492). Tópico 4.4: Medula Espinal A medula espinal é um longo eixo do qual saem nervos à direita e à esquerda ligando o encéfalo ao resto do corpo e vice-versa. Sua substância cinzenta na parte interna apresenta a forma da letra H e, na sua substância branca na parte externa existem os tratos nervosos (KAWAMOTO, 2016, p. 38). Os neurônios do encéfalo e da medula espinal não se regeneram após sofrerem alguma lesão; entretanto, respeitando-se certos limites, os prolongamentos dos neurônios podem se regenerar desde que o corpo celular esteja íntegro (KAWAMOTO, 2016, p. 34). Os tratos nervosos (por ex.: as fibras da dor que são agrupadas em um trato específico), podem ser: Sensitivos: conduzem as informações do corpo para o encéfalo por intermédio da medula espinal; Motores: conduzem a informação do encéfalo para a medula espinal em direção a periferia (KAWAMOTO, 2016, p. 38). A medula espinal, trabalhando em conjunto com os nervos espinais do sistema nervoso periférico, desempenha duas funções básicas: MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 38 Conduzir os estímulos nervosos do corpo para o encéfalo (via sensitiva) e a resposta do encéfalo para o corpo (via motora). Produzir a resposta na forma de arco reflexo. Essa resposta é involuntária, sem participação do encéfalo e com a medula processando ela mesmo a resposta. Por exemplo: ao picar o dedo na agulha, o estímulo é captado pelos receptores do dedo e transmitido pelos nervos sensitivos até a medula, a medula elabora a resposta (encolher o dedo) que é enviada ao dedo pelo nervo motor, e o dedo é automaticamente retirado da agulha (KAWAMOTO, 2016, p. 39). Figura 22: Representação simplificada da medula espinal Fonte: Santos (2014, p. 62) Figura 23: Anatomia macroscópica da medula espinal ~ MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 39 Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.449). Figura 24: Anatomia externa da medula espinal e dos nervos Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.450). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 40 Tópico 5: Tecido Nervoso O tecido nervoso é composto por dois tipos de células – neurônios e a neuróglia. Estas células se combinam de várias maneiras em diferentes regiões do sistema nervoso. Além de formarem as complexas redes de processamento no encéfalo e na medula espinal, os neurônios também conectam todas as regiões do corpo com o SNC (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.407). Por serem células muito especializadas, capazes de atingir grandes comprimentos e de fazer conexões extremamente complexas com outras células, os neurônios desempenham a maioria das funções exclusivas do sistema nervoso, como sentir, pensar, lembrar, controlar a atividade muscular e regular as secreções glandulares (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.407). NEURÔNIOS Assim como as células musculares, os neurônios (células nervosas) apresentam excitabilidade elétrica, ou seja, a capacidade de responder a um estímulo e convertê-lo em um potencial de ação. Um estímulo é qualquer mudança no ambiente que seja forte o suficiente para iniciar um potencial de ação. Um potencial de ação (impulso nervoso) é um sinal elétrico que se propaga pela superfície da membrana de um neurônio (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.407). A maioria dos neurônios tem três partes: (1) um corpo celular, (2) dendritos e (3) um axônio. O corpo celular, também conhecido como pericárdio ou soma, contém um núcleo cercado por citoplasma, o qual inclui organelas celulares típicas como os lisossomos, as mitocôndrias e o completo de Golgi. Os corpos celulares neuronais também apresentam ribossomos livres e proeminentes agrupamentos de retículo endoplasmático rugoso, denominados de corpúsculos de Nissl (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.407). Fibranervosa é um termo genérico para qualquer prolongamento que emerge do corpo celular de um neurônio. A maior parte dos neurônios tem dois tipos de prolongamentos: dendritos (múltiplos) e um único axônio (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.407). Os dendritos são as porções receptoras de um neurônio. A membrana plasmática dos dendritos e dos corpos celulares) contém inúmeros receptores para que ocorra a ligação de mensageiros químicos de outras células. Os dendritos geralmente são curtos, afilados e muito ramificados. Em muitos neurônios, eles formam um arranjo arboriforme de prolongamentos que se estendem a partir do corpo celular (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.407). O axônio de um neurônio propaga o impulso nervoso para outro neurônio, para uma fibra muscular ou para uma célula glandular. Ele é uma projeção longa, fina e cilíndrica que geralmente se liga ao corpo celular por meio de uma elevação cuneiforme chamada cone de implantação. A parte do axônio que está mais próxima ao cone de implantação é chamada segmento inicial e, na maioria dos neurônios, os impulsos nervosos se iniciam na junção do cone de implantação com o segmento inicial (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.407). Um axônio contém mitocôndrias, microtúbulos e neurofíbrilas. Como não há retículo endoplasmático rugoso, não existe síntese proteica no axônio. O citoplasma de um axônio, chamado axoplasma é por sua vez envolvido por uma membrana plasmática conhecida como axolema (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.407). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 41 Figura 25: O neurônio e suas estruturas. Fonte: Larosa (2018, p.138). Figura 26: Neurônio motor Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.408). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 42 Quanto ao tipo, os neurônios se dividem em: Neurônios aferentes ou sensitivos: são aqueles que transmitem o impulso vindo da periferia para a parte central do sistema nervoso. Neurônios eferentes ou motores: transmitem o impulso da parte central do sistema nervoso em direção à periferia. Interneurônios ou neurônios de associação: fazem a conexão entre os neurônios na parte central do sistema nervoso, ou seja, ligam um neurônio a outro (LAROSA, 2016, p. 137). E, são classificados segundo suas diferentes funções, entre elas: Função motora: controlam as células glandulares musculares. Função sensorial: recebem estímulos do meio interno e externo. Função associativa: estabelece ligações entre diversos neurônios (SANTOS, 2014, p.59). Ainda sob o ponto de vista funcional, os neurônios são classificados de acordo com a direção para a qual o impulso nervoso (potencial de ação) é transmitido no SNC (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.407). Figura 27: Classificação estrutural dos neurônios Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.409). NEURÓGLIA Neuróglia ou glia constitui aproximadamente metade do volume do SNC. Seu nome deriva da concepção de antigos histologistas que acreditavam que a neuroglia era a “cola” que mantinha o tecido nervoso unido. Porém, a neuroglia não é uma mera expectadora e de fato participa ativamente nas funções do tecido nervoso. Geralmente as células da neuroglia são menores que os neurônios, mas são 5 a 25 vezes mais numerosas (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.412). Ao contrário dos neurônios, a neuróglia não gera ou propaga potenciais de ação e pode se multiplicar e se dividir no sistema nervoso maduro. Quando ocorre uma lesão ou uma doença, a neuróglia se multiplica para preencher os espaços anteriormente ocupados pelos neurônios. Tumores encefálicos derivados da neuróglia, chamados gliomas, tender a ser altamente malignos e a crescer rapidamente (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.411). A neuróglia do SNC pode ser classificada de acordo com seu tamanho, seus prolongamentos citoplasmáticos e sua organização intracelular em quatro tipos: astrócitos (responsável pela nutrição e metabolismo neural), oligodendrócitos e células de Schwann (formam a bainha de mielina), células micróglia (orquestra o sistema de defesa) (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.411). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 43 Figura 28: Neuróglia do SNC Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.412). SINAPSES É uma região onde ocorre a comunicação entre dois neurônios ou entre um neurônio e uma célula efetora (célula muscular ou glandular). O termo neurônio pré-sináptico se refere a uma célula nervosa que conduz o impulso nervoso em direção a uma sinapse. Já a célula pós-sináptica é aquela que recebe o sinal (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.429). A maioria das sinapses entre neurônios é feita entre um axônio e um dendrito (axodendrítica), enquanto outras são entre um axônio e uma célula (axossomáticas) ou ainda, entre dois axônios (axoaxônicas). Além disso, as sinapses podem ser elétricas ou químicas, apresentando diferenças estruturais e funcionais entre si (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.429). Em uma sinapse elétrica, os impulsos (potenciais de ação) são conduzidos diretamente entre as membranas plasmáticas de ambos os neurônios por meio de estruturas chamadas junções comunicantes. Por esses canais há um transporte, que pode ser considerado contínuo, de correntes iônicas. Apresentam duas vantagens importantes: 1) Comunicação mais rápida: como os impulsos são conduzidos diretamente por meio das junções comunicantes, são mais rápidas que as químicas, pois o impulso passa diretamente da célula pré-sináptica para a pós-sináptica. 2) Sincronização: as sinapses elétricas podem sincronizar (coordenar) a atividade de um grupo de neurônios ou fibras musculares, por exemplo a contração coordenada no coração ou no músculo liso visceral, o que possibilita a geração de um batimento cardíaco ou a passagem de alimentos pelo trato gastrintestinal (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.429-430). MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 44 Já as sinapses químicas, apesar das membranas plasmáticas dos neurônios pré e pós-sinápticos estarem próximas entre si, elas não se tocam. Elas são separadas por um pequeno intervalo chamado fenda sináptica, um espaço de 20 a 50 nm3 que é preenchido com líquido intersticial. Os impulsos nervosos não podem ser conduzidos pela fenda sináptica, ocorrendo uma forma alternativa e indireta de comunicação: o neurônio pré- sináptico converte o sinal elétrico (impulso nervoso) em um mensageiro químico chamado neurotransmissor que se difunde pelo líquido da fenda sináptica chegando ao neurônio pós- sináptico (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 430). Figura 29: Tipos de Sinapses: Fonte: Agnes (2014). Tópico 6: Divisão funcional do SNC Funcionalmente, o sistema nervoso pode ser dividido em: somático, que controla a vida de relação com o meio externo, uma vez que inerva estruturas periféricas; e visceral, que controla o equilíbrio interno, ou seja, a homeostase (ou seja, constância do meio interno) (LAROSA, 2016, p. 138). Para ambas as situações, existem fibras aferentes e eferentes. A parte aferente do SN somático conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando a estes centros o que se passa no ambiente. As fibras eferentes que participam do sistema nervoso visceral formam a porção chamada de sistema nervoso autônomo (LAROSA, 2016, p. 138). Figura 30: Divisão funcional do SN = 3 1 (nm) = 10-9 (0,000000001) metro. SINAPSE FÍSICA SINAPSE QUÍMICA SN AUTÔNOMO SN VISCERAL AFERENTE EFERENTE SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 45 TEMA DA AULA: Sistema Endócrino TEMA DA AULA: Sistema Endócrino FONTE BIBLIOGRÁFICA KAWAMOTO, Emilia Emi. Anatomia e fisiologia na enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 1 recurso online. Acesso em: 02 jan. 2020. LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana:
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