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ANATOMIA E 
FISIOLOGIA II 
 
INSTITUTO UNICLESS EDUCACIONAL 
ANO 2020 
Disciplina ANATOMIA II Página 2 
 
INSTITUTO UNICLESS EDUCACIONAL 
www.unicless.com.br 
www.etuni.com.br 
 
 
 
DIRETOR GERAL Prof. Fabrício Martins Rodrigues 
 
COORDENADORA GERAL Profa. Priscila Alves Rodrigues 
 
CONTEÚDO, REVISÃO E EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 
EDIÇÃO 
 
DIAGRAMAÇÃO E CAPA INSTITUTO UNICLESS EDUCACIONAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revisado 
Abril/2021 
 
Disciplina ANATOMIA II Página 3 
 
 
PLANO DE ENSINO 
 
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
DISCIPLINA ANATOMIA E FISIOLOGIA II 
CURSO 
Disciplina comum a todos os cursos técnicos 
da área de saúde 
PROFESSORA 
COORDENADORA GERAL PROFA. PRISCILA RODRIGUES 
E-MAIL COORDENADOR coordenacao@unicless.com.br 
 
2. DISPOSIÇÃO PEDAGÓGICA 
CARGA HORÁRIA: 60 HORAS 
EMENTA: 1. Sistema Circulatório, sangue e vasos sanguíneos. 2. Sistema linfático 
e imunidade. 3. Sistema Nervoso. 4. Sistema endócrino. 5. Sistema 
digestório. 6. Sistema urinário. 7. Sistema hematológico. TÓPICOS 
ESPECIAIS: Sistema Genital e, Sistema Respiratório. 
COMPETÊNCIAS À 
ADQUIRIR: 
1 - Compreender os fenômenos biofísicos e fisiológicos que explicam a 
dinâmica destes sistemas. 
2 - Saber a anatomia em diferentes cortes do sistema circulatório, 
sistema linfático, sistema nervoso, sistema endócrino, sistema 
digestório, sistema urinário e sistema hematológico. 
3 - Desenvolver raciocínio crítico; 
4 - Compreender a importância da investigação científica; 
5 - Saber aplicar os conhecimentos na prática; 
OBJETIVO 
PEDAGÓGICO: 
Promover a aprendizagem da disciplina Anatomia Humana aplicada a 
áreas da saúde, assim como, adquirir conhecimento pela facilidade de 
acesso aos diferentes suportes tecnológicos, métodos didáticos e 
fundamentos da disciplina. 
OBJETIVOS 
ESPECÍFICOS: 
 
1.Promover aulas interativas expondo os tópicos emanados na ementa 
da disciplina; 
2. Promover aulas temáticas e argumentativas com o objetivo de 
chamar o aluno ao entendimento do assunto; 
3. Demonstrar casos reais na classificação de atendimento do paciente 
através das estruturas organizativos de ações e serviços de saúde; 
4. Propor leituras dos livros da biblioteca básica e da complementar 
como forma de aprendizagem. 
 
 
 
Disciplina ANATOMIA II Página 4 
3. BIBLIOGRAFIA 
BASICA (Principal): 
1. 
KAWAMOTO, Emilia Emi. Anatomia e fisiologia na enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527729154. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527729154/cfi/6/32!/4/2/2@0:2.39. 
Acesso em: 02 jan. 2020. 
2. 
LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: Guanabara Koogan, 2018. 
1. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730082/cfi/6/34!/4/12/2/2@0:0. 
Acesso em: 02 jan. 2020. 
3. 
SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Anatomia e fisiologia humana. 2. ed. São Paulo: Érica, 2014. 
Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536510958/cfi/68!/4/4@0.00:13.3. 
Acesso em: 02 jan. 2020. 
4. 
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 1 recurso online. ISBN 9788527728867. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728867/cfi/6/22!/4/10/2@0:79.7 
Acesso em 02 dez. 2020. 
COMPLEMENTAR: 
5. 
HANKIN, Mark H.; MORSE, Denis E.; BENNETT-CLARKE, Carol A. Anatomia clínica: uma 
abordagem por estudos de casos. Porto Alegre: AMGH, 2015. 1 recurso online. ISBN 
9788580554250. Disponível em: 
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788580554250>. Acesso em: 26 
set. 2017. 
6. 
HOPPENFELD, Stanley. Exame clínico musculoesquelético. São Paulo: Manole, 2016. 1 
recurso online. ISBN 9788520452073. Disponível em: 
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788520452073>. Acesso em: 26 
jul. 2017. 
7. 
TOY, Eugene C. et al. Casos clínicos em anatomia (Lange). 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 
2016. 1 recurso online. ISBN 9788580555639. Disponível em: 
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788580555639>. Acesso em: 26 
jul. 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina ANATOMIA II Página 5 
 
 
ROTEIRO DE APRENDIZAGEM 
 
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
DISCIPLINA ANATOMIA E FISIOLOGIA II 
CURSO 
Disciplina comum a todos os cursos técnicos 
da área de saúde 
PROFESSORA 
COORDENADORA GERAL PROFA. PRISCILA RODRIGUES 
E-MAIL COORDENADOR coordenacao@unicless.com.br 
 
AULA 04 TEMA DA AULA: Introdução ao corpo organizado 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e 
fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 1 recurso 
online. 
Tópico 1: Definição de anatomia e fisiologia 
Duas áreas da ciência – anatomia e fisiologia – fornecem os fundamentos para a 
compreensão das partes do corpo e suas funções. Anatomia (do grego, ana, de alto a 
baixo, e tome = corte) é basicamente o estudo da estrutura e das relações entre as 
estruturas. A anatomia foi inicialmente estudada por dissecação (dis = separação; secção 
= cortar), a individualização das estruturas anatômicas do corpo para estudar suas 
relações. Enquanto a anatomia lida com as estruturas do corpo, a fisiologia é a ciência 
que estuda as funções do corpo – como as partes do corpo funcionam (TORTORA; 
DERICKSON, 2019, p.2). 
Atualmente, inúmeras técnicas de imagem também contribuem para o avanço do 
conhecimento anatômico. Descrevemos e comparamos algumas das técnicas de imagem 
comuns (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.2). 
 
Para Tortora e Derickson (2019, p.2) existe uma correlação muito próxima entre 
estrutura e função, você aprenderá sobre o corpo humano estudando simultaneamente 
sua anatomia e fisiologia. A estrutura de uma parte do corpo frequentemente reflete 
suas funções. Por exemplo, os ossos do crânio estão conectados firmemente de modo a 
formar um invólucro rígido que protege o encéfalo. Os ossos dos dedos das mãos estão 
conectados de modo mais “frouxo” para possibilitar vários movimentos. As paredes dos 
alvéolos pulmonares são muito finas para possibilitar a passagem rápida do oxigênio 
inalado para o sangue. 
 
Disciplina ANATOMIA II Página 6 
Figura 01: Algumas subáreas da anatomia e da fisiologia. 
 
Fonte: Tortora e Derickson (2019, p. 2). 
Disciplina ANATOMIA II Página 7 
 
TEMA DA AULA: Sistema Circulatório, sangue e vasos sanguíneos. 
 
 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
KAWAMOTO, Emília Emi. Anatomia e fisiologia na enfermagem. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
 
LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: 
Guanabara Koogan, 2018. 1 recurso online. 
 
SANTOS. Nívea Cristina Moreira; Anatomia e Fisiologia Humana ed.São 
Paulo : Érica, 2014. 
 
Tópico 1: Sistema Circulatório/Sanguíneo 
O Sistema Circulatório é o sistema responsável pelo transporte de substâncias 
como nutrientes (aminoácidos, eletrólitos e linfa), de gases, hormônios, hemácias, para 
todas as células do nosso organismo, com o propósito de defesa dos diversos sistemas 
que o compõem. Entre as diversas funções do sistema circulatório, podemos destacar: 
defesa, regulação da temperatura, estabilização do pH e homeostase (SANTOS, 2014, p. 
73). 
 
É considerado um sistema fechado formado por vasos sanguíneos (artérias, veias 
e capilares) e pelo coração, órgão central que funciona como uma bomba propulsora de 
sangue. Esse Sistema pode ser considerado como uma rede de distribuição de sangue, 
composto pelos Sistemas Cardiovascular (coração e vasos sanguíneos) e Linfático 
(linfonodos e vasos linfáticos). Esses dois sistemas dão origem ao Sistema Circulatório, 
sendo por fim, dividido em: sistema sanguíneo, sistema linfático e órgãoshematopoiéticos (SANTOS, 2017, p. 74) 
 
SISTEMA SANGUÍNEO 
 
Vasos: são tubos “fechados” que transportam sangue para todos os órgãos e retornam 
para o coração. Dividem-se em: 
 
a) Artérias: são vasos sanguíneos que partem do coração e se ramificam 
progressiva- mente em vasos de calibre menor, dando origem às arteríolas. 
b) Arteríolas. 
c) Veias: na junção de vários capilares, formam-se as vênulas, dando origem às 
veias, que levam o sangue para o coração. 
d) Vênulas. 
e) Capilares: são as ramificações mais finas das arteríolas. É nos capilares que 
ocorrem as trocas gasosas e nutritivas entre o sangue e os tecidos (SANTOS, 
2017). 
f) Coração: órgão muscular que funciona como uma bomba que possui contrações e 
faz o sangue circular. Estudaremos neste mesmo capítulo, mais à frente, os 
detalhes do coração (SANTOS, 2017). 
Disciplina ANATOMIA II Página 8 
SISTEMA LINFÁTICO 
 
Vasos condutores de linfa: drenam a linfa dos espaços intercelulares para a corrente 
venosa através dos vasos linfáticos. São compostos por: 
a) Capilares linfáticos 
b) Vasos linfáticos 
c) Troncos linfáticos (SANTOS, 2017). 
 
Órgãos linfoides: localizados entre os vasos sanguíneos, dão origem às células brancas. 
Podem ser encontrados também entre os vasos linfáticos, nos quais filtram a linfa e com- 
batem anticorpos. São eles: 
a) Linfonodos 
b) Tonsilas (SANTOS, 2017). 
 
ÓRGÃOS HEMATOPOIÉTICOS 
 
São órgãos que produzem os elementos do sangue – leucócitos, hemácias e 
plaquetas. São eles: 
a) Medula óssea 
b) Baço 
c) Timo (SANTOS, 2017). 
 
Em um adulto de 60 a 70 quilos, o volume sanguíneo varia de 4,8 a 5,4 l, sendo 
que 44% desse volume correspondem à parte sólida (leucócitos, eritrócitos e plaquetas) 
e o restante à parte líquida denominada plasma. A parte sólida encontra-se suspensa no 
plasma sanguíneo (KAWAMOTO, 2016, p.84). 
A cor do sangue é vermelho-brilhante devido à presença da hemoglobina e do 
oxigênio; a baixa concentração de oxigênio faz com que o sangue se apresente vermelho-
escuro. Outra característica do sangue é quanto a sua viscosidade: apresenta-se três a 
cinco vezes mais espesso que a água (KAWAMOTO, 2016, p.84). 
FUNÇÕES DO SANGUE 
Transporte: o sangue transporta oxigênio dos pulmões para as células do corpo e 
dióxido de carbono das células corporais para os pulmões para que seja exalado. Além 
disso, leva os nutrientes do sistema digestório para as células corporais e hormônios das 
glândulas endócrinas para outras células do corpo. O sangue também transporta calor e 
produtos residuais para diversos órgãos para que sejam eliminados do corpo 
(TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 666). 
Regulação. O sangue circulante ajuda a manter a homeostasia de todos os líquidos 
corporais. O sangue ajuda a regular o pH usando tampões. Além disso, auxilia no ajuste 
da temperatura corporal por meio da absorção de calor e propriedades refrigerantes da 
água no plasma sanguíneo e sua taxa variável de fluxo pela pele, onde o excesso de calor 
pode ser perdido do sangue para o ambiente (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 666). 
Disciplina ANATOMIA II Página 9 
Proteção. O sangue é capaz de coagular (se tornar parecido com um gel), propriedade 
que o protege contra perdas excessivas do sistema circulatório depois de uma lesão. 
Além disso, seus leucócitos protegem contra doença, realizando fagocitose. Diversos 
tipos de proteínas sanguíneas, inclusive anticorpos, interferonas e complemento 
auxiliam na proteção contra doença de várias formas (TORTORA; DERICKSON, 2018, p. 
666). 
Tópico 1.1: Vasos sanguíneos 
As estruturas envolvidas nestas importantes tarefas [funções] são os vasos 
sanguíneos, que formam um sistema fechado de tubos que leva o sangue para fora do 
coração, transportam-no para os tecidos do corpo e, em seguida, o devolvem ao coração 
(TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 735). 
VASOS SANGUÍNEOS 
A parede de um vaso sanguíneo é composta por três camadas, ou túnicas, de 
tecidos diferentes: um revestimento epitelial interno, uma túnica média formada por 
músculo liso e tecido conjuntivo elástico, e um revestimento externo de tecido 
conjuntivo. As três camadas estruturais de um vaso sanguíneo qualquer, da mais interna 
para a mais periférica, são a túnica íntima, a túnica média e a túnica externa. Os cinco 
tipos principais de vasos sanguíneos são as artérias, as arteríolas, os capilares, as 
vênulas e as veias (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 736). 
Sendo que: 
As artérias transportam o sangue do coração para outros órgãos. Artérias 
grandes e elásticas deixam o coração e se ramificam em artérias musculares, de médio 
porte, que emitem ramos a várias regiões do corpo 
As artérias de médio porte então se dividem em pequenas artérias, as quais por 
sua vez se dividem em artérias ainda menores chamadas arteríolas. Conforme as 
arteríolas entram em um tecido, se ramificam em diversos vasos minúsculos chamados 
capilares. As paredes finas dos capilares possibilitam a troca de substâncias entre o 
sangue e os tecidos do corpo. Grupos de capilares no tecido se unem para formar 
pequenas veias chamados vênulas (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 736). 
Estas, por sua vez, se fundem para formar vasos sanguíneos progressivamente 
maiores chamados veias. As veias são os vasos sanguíneos que conduzem o sangue dos 
tecidos de volta para o coração (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 736). 
 
Disciplina ANATOMIA II Página 10 
 
Figura 02: Estrutura comparativa dos vasos sanguíneos. O capilar (C) foi aumentado em 
relação à artéria (A) e à veia (B). 
Fonte: Tortora e Derickson (2019, p. 736). 
Disciplina ANATOMIA II Página 11 
Figura 03: Arteríolas, capilares e vênulas. Esfíncteres pré-capilares regulam o fluxo 
sanguíneo nos leitos capilares. 
 
DISTRIBUIÇÃO DO SANGUE 
A maior parte do seu volume sanguíneo em repouso – cerca de 64% – está nas 
veias e vênulas sistêmicas. As artérias e arteríolas sistêmicas detêm cerca de 13% do 
volume de sangue, os capilares sistêmicos detêm cerca de 7%, os vasos sanguíneos 
pulmonares detêm cerca de 9%, e o coração detém cerca de 7% (TORTORA; 
DERICKSON, 2019, p. 743). 
Como as veias e vênulas sistêmicas contêm uma grande porcentagem do volume 
sanguíneo, funcionam como reservatórios de sangue a partir dos quais o sangue pode 
ser desviado rapidamente em caso de necessidade. Entre os principais reservatórios de 
sangue estão as veias dos órgãos abdominais (especialmente do fígado e do baço) e as 
veias da pele (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 743). 
TROCA CAPILAR 
A missão de todo o sistema circulatório é manter o sangue fluindo pelos capilares 
para possibilitar a troca capilar, o movimento de substâncias entre o sangue e o líquido 
intersticial. Os 7% do sangue que estão nos capilares sistêmicos a qualquer momento 
estão continuamente trocando materiais com o líquido intersticial. As substâncias 
entram e saem dos capilares por três mecanismos básicos: difusão, transcitose e fluxo de 
massa (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 744). 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 12 
Tabela 01 - Resumo das características distintivas dos vasos sanguíneos 
VASO 
SANGUÍNEO 
CALIBRE TÚNICA ÍNTIMA TÚNICA MÉDIA TÚNICA EXTERNA FUNÇÃO 
Artérias 
elásticas 
Maiores artérias do 
corpo. 
Lâmina elástica 
interna bem 
definida. 
Espessa e dominada por fibras 
elásticas; lâmina elástica 
externa bem definida. 
Mais fina do que a 
túnica média. 
Conduzem sangue do coração para as artérias 
musculares. 
Artérias 
musculares 
Artérias de médio 
porte. 
Lâmina elástica 
interna bem 
definida. 
Espessa e dominada por 
músculo liso; lâmina elástica 
externa fina. 
Mais espessa do que 
a túnica média. 
Distribuem sangue às arteríolas. 
Arteríolas 
Microscópico (15 a 300 
μm de diâmetro). 
Fina com uma 
lâmina elástica 
interna fenestrada 
que desaparece 
distalmente. 
Uma ou duas camadas de 
músculo lisoorientadas 
circularmente; as células do 
músculo liso mais distal 
formam um esfíncter pré-
capilar. 
Tecido conjuntivo 
frouxo e nervos 
simpáticos. 
Fornecem sangue aos capilares e ajudam a 
regular o fluxo sanguíneo das artérias para os 
capilares. 
Capilares 
Microscópico; menores 
vasos sanguíneos (5 a 
10 μm de diâmetro). 
Endotélio e 
membrana basal. 
Ausente. Ausente. 
Possibilitam a troca de nutrientes e escórias 
metabólicas entre o sangue e o líquido 
intersticial; distribuem sangue para as vênulas 
pós-capilares. 
Vênulas 
Microscópico (10 a 50 
μm de diâmetro). 
Endotélio e 
membrana basal. 
Ausente. Esparsa 
Passam sangue para as vênulas musculares; 
possibilitam a troca de nutrientes e escórias 
metabólicas entre o sangue e o líquido 
intersticial e atuam na emigração de leucócitos. 
Vênulas 
musculares 
Microscópico (50 a 200 
μm de diâmetro). 
Endotélio e 
membrana basal. 
Uma ou duas camadas de 
músculo liso orientadas 
circularmente. 
Esparsa. 
Passam sangue para a veia; atuam como 
reservatórios de grandes volumes de sangue 
(juntamente com as vênulas pós-capilares). 
Veias 
Endotélio e membrana 
basal; ausência de 
lâmina elástica interna; 
contêm válvulas; lúmen 
muito maior do que o 
da artéria 
acompanhante. 
Muito mais fina do 
que nas artérias; 
lâmina elástica 
externa ausente. 
Endotélio e membrana basal; 
ausência de lâmina elástica 
interna; contêm válvulas; 
lúmen muito maior do que o 
da artéria acompanhante. 
Mais espessa das 
três túnicas. 
Retornam o sangue ao coração, facilitado pelas 
válvulas das veias dos membros. 
Fonte: Tortora e Derickson (2019, p. 744) 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 13 
Tópico 1.2: Coagulação sanguínea 
De acordo com Kawamoto (2016, p.86) é um mecanismo de defesa natural do 
organismo contra o extravasamento de sangue por meio de uma lesão do vaso sanguíneo. 
 
Para ocorrer a coagulação, é necessária a formação da fibrina a partir do 
fibrinogênio. Consideram-se fatores de coagulação os elementos que se encontram inativos 
nas plaquetas, no plasma e nos tecidos e participam na formação da fibrina. Os 12 fatores de 
coagulação são citados a seguir. 
 
I. Fibrinogênio 
II. Protrombina (formada no fígado sob ação da vitamina K) 
III. Ativador da protrombina (PTA) 
IV. Cálcio 
V, VII, VIII, IX, X, XI, XII e XIII. 
 
É importante destacar que o fator VI não é mais considerado um fator da coagulação, 
mas sim, uma forma ativada do fator V; e o fator VIII é ausente nos hemofílicos. A partir do 
momento que ocorre lesão de um tecido com sangramento, o vaso sanguíneo se contrai 
(vasoconstrição), e as plaquetas se aglomeram no local lesado formando um tampão de 
plaquetas. As células dos tecidos lesados e as plaquetas sofrem a ação dos fatores da 
coagulação e formam o PTA (KAWAMOTO, 2016, p.86). 
 
O PTA e alguns fatores de coagulação atuam sobre a protrombina, transformando-a 
em uma enzima denominada trombina. Esta, ao atuar sobre o fibrinogênio, transforma-o em 
fibrina, que é uma rede de filamentos em que serão presos o tampão de plaquetas, 
eritrócitos e leucócitos; a partir do momento em que é eliminado um líquido amarelo 
transparente incoagulável (soro), está formado o coágulo para fechar a lesão e impedir o 
sangramento (KAWAMOTO, 2016, p.86). 
Tópico 1.3: Coração 
Para que o sangue alcance as células do corpo e troque materiais com elas, deve ser 
bombeado continuamente por meio do coração ao longo dos vasos sanguíneos do corpo. O 
coração se contrai cerca de 100 mil vezes ao dia, o que perfaz aproximadamente 35 milhões 
de contrações em 1 ano, e cerca de 2,5 bilhões de vezes ao longo de um período médio de 
vida 
O coração, centro do sistema circulatório, é um órgão muscular oco que atua como 
uma bomba contrátil-propulsora. Seu peso médio é de 250 g nas mulheres e 300 g nos 
homens, podendo variar de acordo com a frequência da prática de atividade física do 
indivíduo 
O coração apresenta três camadas: o epicárdio, mais externo; o miocárdio, camada 
média e mais espessa, formada por músculo estriado cardíaco; e o endocárdio, que é o 
revestimento interno. Na sua morfologia interna, existem quatro câmaras, sendo duas 
superiores e menores – os átrios direito e esquerdo, que apresentam uma expansão vista 
também na sua anatomia externa – e as aurículas direita e esquerda (LAROSA, 2018, p.170). 
Vasos sanguíneos de grande calibre estão relacionados diretamente com a base do 
coração e são responsáveis pela chegada ou saída do sangue. No átrio direito estão as veias 
cavas superior e inferior, que trazem o sangue de todo o corpo. No ventrículo direito, 
encontra-se o tronco pulmonar, que leva o sangue para os pulmões (LAROSA, 2018, p.171). 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 14 
No átrio esquerdo, encontram-se as veias pulmonares, levando o sangue dos 
pulmões. No ventrículo esquerdo está a artéria aorta, que leva o sangue para todo o corpo. 
O tronco pulmonar e a aorta são artérias que têm válvulas semilunares após sua saída do 
coração, para impedir o refluxo do sangue nas diástoles ventriculares (LAROSA, 2018, 
p.171). 
Centro do sistema circulatório é um órgão muscular oco que atua como uma bomba 
contrátil-propulsora. Seu peso médio é de 250 g nas mulheres e 300 g nos homens, podendo 
variar de acordo com a frequência da prática de atividade física do indivíduo. 
Figura 4: Localização do coração na cavidade torácica 
 
 
Fonte: Larosa (2018, p. 170) 
 
SISTEMA DE CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA 
 
As duas principais circulações são a circulação pulmonar e a sistêmica. Na circulação 
pulmonar, o sangue venoso sai do ventrículo direito pela artéria do tronco pulmonar, que se 
ramifica em direita e esquerda, indo cada uma delas respectivamente para os pulmões 
direito e esquerdo (KAWAMOTO, 2016, p.92). 
Os capilares arteriais, contendo sangue venoso, envolvem os alvéolos pulmonares; é 
nesse nível alveolar que ocorre a troca de dióxido de carbono por oxigênio. A junção de 
vários capilares venosos contendo sangue arterial forma as quatro veias pulmonares, duas 
de cada pulmão, que desembocam no átrio esquerdo. Portanto, tem como função oxigenar o 
sangue mediante a troca de dióxido de carbono por oxigênio (KAWAMOTO, 2016, p.92). 
Na circulação sistêmica, o sangue arterial é levado do ventrículo esquerdo para todo 
o organismo, a fim de abastecer todas as células com oxigênio e nutrientes. É no nível dos 
capilares que ocorre a troca gasosa e nutritiva entre o sangue e os demais tecidos, cabendo 
ao capilar arterial ceder nutrientes e oxigênio para as células e ao capilar venoso receber os 
catabólitos e o dióxido de carbono (KAWAMOTO, 2016, p.92). 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 15 
Para que isso ocorra, é necessário o equilíbrio entre a pressão de perfusão do capilar 
arterial e a de reabsorção do capilar venoso. Após receber o dióxido de carbono e as 
excretas das células do organismo, o sangue retorna ao átrio direito como sangue venoso 
pelas veias cava superior e inferior. Portanto, tem como função nutrir e oxigenar todas as 
células do organismo e receber o dióxido de carbono e as excretas das células 
(KAWAMOTO, 2016, p.92). 
 
Figura 5: Estrutura do coração: anatomia interna 
 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 16 
 
TEMA DA AULA: Sistema hematológico. 
 
 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
 
SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Anatomia e fisiologia humana. 2. ed. São 
Paulo: Erica, 2014. 1 recurso online. 
 
LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: 
Guanabara Koogan, 2016. 
 
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Histologia Básica: texto & 
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 542 p. 
Tópico 1: Conceitos básicos 
 
Segundo Santos (2014, p.111) o Sistema Hematológico é compreendido pelo sangue e 
os locais onde ele é formado. Como é de nosso conhecimento, o sangue possui uma 
coloração vermelha, sendovariável de acordo com sua classificação: vermelho-escuro – 
quando sangue venoso e vermelho vivo quando arterial. Essa coloração depende do grau de 
oxigenação que o sangue apresenta. 
 
O sangue é responsável pelo transporte de oxigênio, excretas e nutrientes para todo o 
corpo. A medula óssea, por sua vez, produz células sanguíneas por meio da hematopoese, as 
quais são chamadas de eritrócitos, leucócitos e plaquetas (LAROSA, 2016, p. 27). 
Tópico 1.1: Componentes do sangue 
 
Segundo Santos (2014, p. 114) a maior parte do plasma sanguíneo é composta por 
água - 93%, daí a necessidade de nos mantermos sempre hidrata- dos. Nos 7% restantes 
encontramos: oxigênio, glicose, proteínas, hormônios, vitaminas, gás carbônico, sais 
minerais, aminoácidos, lipídeos e ureia. Mas, em geral é composto por duas partes: 
 
» Plasma: porção do sangue formada por água, sais minerais, enzimas, pigmentos, proteínas, 
albumina e globulina. 
» Elementos figurados: é a porção sólida do sangue, formada por glóbulos vermelhos, 
glóbulos brancos e plaquetas. (SANTOS, 2014, p. 113) 
 
Figura 6: Representação dos principais componentes celulares do sangue dentro de um 
processo de centrifugação 
Fonte: Brasil Escola (2020)1 
 
1 SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Sangue"; Brasil Escola. Disponível em: 
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sangue.htm. Acesso em 02 de abril de 2020 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 17 
Tópico 1.2: Formas das células sanguíneas 
 
O sangue possui elementos figurados em sua composição: 
 
 Eritrócitos – glóbulos vermelhos: têm a função de transportar gases da hemoglobina e 
são formados na medula óssea. 
 Leucócitos, neutrófilos, basófilos, eosinófilos: têm função de defesa na fase aguda das 
doenças e são formados na medula óssea. 
 Linfócitos: têm função de defesa contra as inflamações crônicas e proteínas estranhas e 
são formados no baço. 
 Monócitos: têm função de defesa contra as inflamações crônicas e são formados na 
medula óssea. 
 Plaquetas: têm função de coagulação e são formadas na medula óssea. 
 
Eritrócitos. Também são comumente chamados de células vermelhas ou hemácias, e 
contêm a hemoglobina responsável pelo transporte de oxigênio. Têm um ciclo de vida de 
aproximadamente 120 dias nos indivíduos adultos. A concentração normal de eritrócitos no 
sangue é de aproximadamente 4 a 5,4 milhões por microlitro (mm3), na mulher, e de 4,6 a 6 
milhões por microlitro no homem (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018, p. 229). 
 
Figura 7: Micrografia eletrônica de varredura de eritrócitos humanos normais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Junqueira e Carneiro (2018, p. 229) 
 
Leucócitos. São comumente chamados de células brancas e são responsáveis pela 
imunidade. São classificadas em granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos), que 
destroem materiais estranhos, e agranulócitos (monócitos e linfócitos), linha de frente na 
defesa celular. 
 
Junqueira e Carneiro (2018, p. 231) apontam que agem a contagem diferencial de 
leucócitos circulantes, feita rotineiramente no hemograma, pode indicar a existência de 
uma grande variedade de doenças; da mesma maneira, a análise morfológica do núcleo e do 
citoplasma dos leucócitos pode ser determinante para o diagnóstico de diferentes doenças e 
síndromes. 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 18 
Figura 8: Ilustrações dos cinco tipos de leucócitos do sangue humano. 
 
Fonte: Junqueira e Carneiro (2018, p. 231) 
 
 
Plaquetas. São pequenos fragmentos citoplasmáticos cujas funções são: iniciar a 
contração dos vasos sanguíneos, formar tampões nos vasos lesados e acelerar a coagulação 
sanguínea (LAROSA.2018, p.27). Normalmente, existem 150 mil a 450 mil plaquetas por 
microlitro (mm3) de sangue. Esses corpúsculos permanecem no sangue por 
aproximadamente 10 dias (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018, p. 240). 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 19 
Figura 9: Micrografia eletrônica de plaquetas humanas. 
(40.740×. Cortesia de M. Harrison.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Junqueira e Carneiro (2018, p. 241) 
 
Antígenos: denominamos antígeno toda substância estranha ao nosso organismo. Só 
não é considerado antígeno quando produzido pelo próprio organismo e reconhecido por 
ele. É isso que ocorre no grupo sanguíneo, as hemácias do sangue possuem antígenos em 
sua superfície para diferenciar os grupos sanguíneos. 
 
Proteínas, polissacarídios ou nucleoproteínas podem ser antígenos. Eles podem 
localizar-se na superfície de microrganismos (vírus, bactérias, fungos, protozoários) ou de 
células íntegras (parasitos pluricelulares ou células de transplante oriundas de outro 
indivíduo), ou em fragmentos de quaisquer desses microrganismos e de células 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018, p. 263). 
 
Tópico 1.3: Função do sangue 
 
O sangue tem as seguintes funções: 
 
»Transportar oxigênio captado pelos pulmões até as células; 
»Transportar gás carbônico proveniente dos tecidos para os pulmões; 
»Transportar nutrientes e hormônios; 
»Transportar todas as excretas do metabolismo celular para os vários locais de 
excreção; 
»Defesa do organismo contra micro-organismos patogênicos ou substâncias 
estranhas (SANTOS, 2014, p.112). 
 
Cabe salientar, segundo Junqueira e Carneiro (2018, p. 228) que, como veículo de 
distribuição dos hormônios, o sangue possibilita a troca de mensagens químicas entre 
órgãos distantes. Tem, ainda, papel regulador na distribuição de calor, no equilíbrio 
acidobásico e no equilíbrio osmótico dos tecidos. 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 20 
Tópico 1.4: Grupos ou tipos sanguíneos 
 
Segundo Santos (2014) grupos ou tipos sanguíneos são determinados pela existência 
ou não de antígenos ou aglutinogênios na superfície dos eritrócitos. Clinicamente, são mais 
utilizados os sistemas AB0 e Rh. 
 
No sistema AB0 existem quatro tipos de sangue: A, B, AB e 0. Pessoas do grupo A 
apresentam aglutinogênio A nas hemácias e aglutinina anti-B no plasma; as do grupo B têm 
aglutinogênio B nas hemácias e aglutinina anti-A no plasma; as do grupo AB têm 
aglutinogênios A e B nas hemácias e nenhuma aglutinina no plasma; e pessoas do grupo 0 
não apresentam aglutinogênios nas hemácias, mas têm as duas aglutininas, anti-A e anti-B, 
no plasma (SANTOS, 2014, p.113). 
 
Resumindo.... 
O grupo sanguíneo A possui antígeno do sistema ABO – A; 
O grupo sanguíneo B possui antígeno do sistema ABO – B; 
O grupo sanguíneo AB possui antígeno do sistema ABO – AB; 
O grupo sanguíneo O não possui nenhum antígeno 
(SANTOS, 2014, p.113). 
 
Figura 10: Tipos de Grupos Sanguíneos 
 
Fonte: Prefeitura de Rímac - Peru2 
 
FATOR RH 
 
Segundo Arruda et al. (2015) o principal sistema de grupos sanguíneos humanos é o 
ABO. A classificação é baseada na presença ou ausência de antígenos dos grupos 
sanguíneos. Já o grupo Rh é o segundo mais importante, sendo a classificação feita de 
acordo com a presença ou ausência do antígeno D, identificado como positivo ou negativo, 
respectivamente. 
 
Recorrendo à história, a partir da observação da ação dos anticorpos, em 1900, Karl 
Landsteiner iniciou experimentos que o levaram a descoberta do sistema de grupos 
sanguíneos ABO. 
 
2 Mais informações disponíveis em: https://yomecuido.com.pe/accidentes-y-primeros/campana-donacion-
voluntaria-de-sangre-como-explicar-los-grupos-sanguineos-a-los-ninos. Acesso em: 01 abr. 2020. 
https://yomecuido.com.pe/accidentes-y-primeros/campana-donacion-voluntaria-de-sangre-como-explicar-los-grupos-sanguineos-a-los-ninos
https://yomecuido.com.pe/accidentes-y-primeros/campana-donacion-voluntaria-de-sangre-como-explicar-los-grupos-sanguineos-a-los-ninosMATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 21 
 
Já em 1902, DeCostello e Starli descreveram o comportamento do grupo AB. Somente 
em 1940 houve a descrição do sistema Rh, realizada pelos cientistas Landsteiner e Wiener. 
Nesse sentido, o sistema ABO é constituído por antígenos que são a expressão de genes 
herdados da geração anterior (ZAGO; FALCÃO, 2004 apud ARRUDA et al., 2015). 
 
No sistema Rh, o sangue que apresenta o antígeno Rh é denominado Rh positivo; 
porém, o sangue sem esse antígeno é conhecido por Rh-negativo. Entretanto, anticorpos 
anti-Rh podem aparecer no sangue de uma pessoa com fator Rh-negativo após a entrada de 
eritrócitos de um doador Rh positivo. A determinação do fator Rh, juntamente com a dos 
antígenos pertencentes ao sistema AB0, é obrigatória antes de qualquer transfusão 
sanguínea (LAROSA,2018, p.27). 
 
Quadro 1: Compatibilidade dos tipos sanguíneos para doação de sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Larosa (2018, p.27). 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 22 
 
TEMA DA AULA: Sistema linfático e imunidade 
 
 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
Páginas 197 à 
200 
LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: 
Guanabara Koogan, 2018. 1 recurso online. ISBN 9788527730082. Disponível 
em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730082/cfi/6/48
!/4/8/2@0:11.4 Acesso em 03 dezembro 2020. 
 
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Fundamentos de anatomia e 
fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 1 recurso online. 
ISBN 
9788527728867.https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582
713648/cfi/451!/4/4@0.00:36.3 Acesso em 03 janeiro 2020. 
 
Tópico 1: Anatomia do sistema linfático 
Tópico 2: Fisiologia do sistema linfático 
Tópico 3: Mecanismos de formação da linfa 
Tópico 4: Câncer e Sistema Linfático 
Tópico 5: Sistema Imunológico 
Tópico 1: Anatomia do sistema linfático 
 
O sistema linfático consiste em um líquido chamado linfa, em vasos chamados vasos 
linfáticos que transportam a linfa, em diversas estruturas e órgãos que contêm tecido 
linfático (linfócitos dentro de um tecido de filtragem), e em medula óssea (TORTORA; 
DERRICKSON, 2019, p.806). 
A medula óssea é responsável pela produção dos elementos sanguíneos denominados 
leucócitos e hemácias. Localiza-se na camada interna do osso (parte esponjosa), e a sua cor 
é vermelha. Nas crianças, é mais abundante a medula vermelha; já nos adultos, ela vai se 
transformando em medula amarela graças à deposição de gorduras. Nos adultos, a medula 
óssea vermelha encontra-se principalmente no esterno, no osso ilíaco, nas vértebras e nas 
costelas. 
Figura 11: Medula Óssea 
 
 
 
 
Fonte: 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Kawamoto (2016, p. 68). 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730082/cfi/6/48!/4/8/2@0:11.4
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730082/cfi/6/48!/4/8/2@0:11.4
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713648/cfi/451!/4/4@0.00:36.3
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713648/cfi/451!/4/4@0.00:36.3
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 23 
O sistema linfático auxilia na circulação dos líquidos corporais e ajuda a proteger o 
corpo contra os agentes causadores de doenças. A maior parte dos componentes do plasma 
sanguíneo é filtrada pelas paredes dos capilares sanguíneos para formar o líquido 
intersticial. Depois de o líquido intersticial passar para os vasos linfáticos, é chamado de 
linfa (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.806). 
A principal diferença entre o líquido intersticial e a linfa é a sua localização: o líquido 
intersticial é encontrado entre as células, e a linfa está localizada nos vasos linfáticos e no 
tecido linfático. O tecido linfático é um tipo especializado de tecido conjuntivo reticular que 
contém numerosos linfócitos (que são leucócitos agranulócitos – glóbulos brancos que 
possuem basófilos) (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.806). 
Figura 12: Componentes do sistema linfático. 
 
Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.806). 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 24 
Tópico 2: Fisiologia do sistema linfático 
FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO 
O sistema linfático tem três funções principais: 
1.Drenar o excesso de líquido intersticial. Os vasos linfáticos drenam o excesso de líquido 
intersticial dos espaços teciduais e o devolvem ao sangue. Esta função conecta-o 
intimamente com o sistema circulatório. Na verdade, sem esta função, a manutenção do 
volume de sangue circulante não seria possível. 
2.Transportar lipídios oriundos da dieta. Os vasos linfáticos transportam lipídios e 
vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) absorvidas pelo sistema digestório. 
3.Desempenhar respostas imunes. O tecido linfático inicia respostas altamente específicas 
dirigidas contra microrganismos ou células anormais específicas (TORTORA; DERRICKSON, 
2019, p.807). 
VASOS LINFÁTICOS E CIRCULAÇÃO DA LINFA 
Os vasos linfáticos começam como capilares linfáticos. Estes capilares, que estão 
localizados nos espaços entre as células, são fechados em uma das extremidades. Assim 
como os capilares sanguíneos convergem para formar vênulas e então veias, os capilares 
linfáticos se unem para formar vasos linfáticos maiores, que se assemelham em estrutura a 
pequenas veias, mas têm paredes mais finas e mais válvulas (TORTORA; DERRICKSON, 
2019, p.807). 
Em intervalos ao longo dos vasos linfáticos, a linfa flui pelos linfonodos, órgãos 
encapsulados em forma de feijão que consistem em massas de linfócitos B e linfócitos T. Na 
pele, os vasos linfáticos se encontram no tecido subcutâneo e geralmente acompanham as 
veias; os vasos linfáticos das vísceras geralmente acompanham as artérias, formando plexos 
em torno delas (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.807). 
Os tecidos que não apresentam capilares linfáticos incluem os tecidos avasculares 
(como a cartilagem, a epiderme e a córnea do olho), a parte central do sistema nervoso, 
partes do baço e a medula óssea (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.807). 
CAPILARES LINFÁTICOS 
Os capilares linfáticos são os vasos mais periféricos do sistema linfático, de alta 
permeabilidade e em “fundo cego”, ou seja, sua extremidade periférica é fechada. Suas 
paredes internas são dotadas de mecanismos valvulares, o que faz com que a linfa flua 
somente em direção ao coração. O encontro dos capilares linfáticos forma os vasos 
linfáticos (LAROSA, 2018, p.198). 
No trajeto dos vasos linfáticos, são encontradas estruturas de aspecto circular ou em 
forma de “grão de feijão”, os linfonodos, cuja função é filtrar a linfa. Após terem a linfa 
filtrada pelos linfonodos, os vasos linfáticos unem-se e formam os troncos linfáticos 
(LAROSA, 2018, p.198). 
TRONCOS LINFÁTICOS 
No corpo humano existem cinco grandes troncos linfáticos: troncos jugulares direito 
e esquerdo, troncos subclávios direito e esquerdo, troncos broncomediastinais direito e 
esquerdo, tronco intestinal e troncos lombares direito e esquerdo (LAROSA, 2018, p.197). 
Os troncos jugulares drenam a linfa da região da cabeça e do pescoço; os troncos 
subclávios drenam a linfa dos membros superiores, de parte do tórax e do dorso; os troncos 
broncomediastinais drenam a região interna do tórax; os troncos lombares recebem a linfa 
dos membros inferiores e de alguns órgãos pélvicos; e o tronco intestinal drena a região 
abdominal (LAROSA, 2018, p.197). 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 25 
DUCTOS LINFÁTICOS 
A linfa que chega aos troncos é, então, drenada para dois grandes ductos. O ducto 
torácico tem seu início na cisterna do quilo, uma dilatação na região anterior à segunda 
vértebra lombar, que recebe a linfa proveniente dos troncos lombares direito e esquerdo e 
do tronco intestinal (LAROSA, 2018, p.197). 
Esse ducto recebe ainda no seu trajeto a linfa dos troncos broncomediastinal 
esquerdo, jugular esquerdo e subclávio esquerdo,drenando seu conteúdo na veia subclávia 
esquerda. O ducto linfático direito recebe menos linfa, que é proveniente dos troncos 
jugular direito, subclávio direito e broncomediastinal direito, levando seu conteúdo para a 
veia subclávia direita. A linfa que chega às veias subclávias é misturada ao sangue venoso e 
volta a compor o plasma sanguíneo (LAROSA, 2018, p.197). 
Figura 13: Esquema do trajeto da linfa a partir dos capilares linfáticos. 
Fonte: Larosa (2018, p. 199) 
 
Figura 14: Capilares linfáticos. 
Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.808).
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 26 
 
Tópico 3: Mecanismos de formação da linfa 
A maior parte dos componentes do plasma sanguíneo, como nutrientes, gases e 
hormônios, atravessam livremente as paredes dos capilares para formar o líquido 
intersticial, mas um volume maior de líquido sai dos capilares sanguíneos do que retorna a 
eles por reabsorção (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.809). 
O excesso de líquido filtrado – aproximadamente 3 ℓ/dia – drena para os vasos 
linfáticos e se torna a linfa. Como a maior parte das proteínas plasmáticas é muito grande 
para sair dos vasos sanguíneos, o líquido intersticial contém apenas uma pequena 
quantidade de proteína (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.809). 
As proteínas que saem do plasma sanguíneo não conseguem retornar ao sangue por 
difusão, porque o gradiente de concentração (alto nível de proteínas no interior dos 
capilares sanguíneos, baixo nível fora) se opõe a este movimento. As proteínas conseguem, 
no entanto, se mover facilmente através dos capilares linfáticos, que são mais permeáveis à 
linfa. Assim, uma importante função dos vasos linfáticos é devolver as proteínas 
plasmáticas perdidas e o plasma à corrente sanguínea (TORTORA; DERRICKSON, 2019, 
p.809). 
Tópico 4: Câncer e Sistema Linfático 
LINFOMAS 
Os linfomas são cânceres dos órgãos linfáticos, especialmente dos linfonodos. A 
maior parte não tem causa conhecida. Os dois tipos principais de linfomas são a doença de 
Hodgkin e o linfoma não Hodgkin (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.843). 
A doença de Hodgkin (DH) é caracterizada por aumento indolor e não sensível à 
palpação de um ou mais linfonodos, mais comumente no pescoço, tórax e axila. Se a doença 
é uma metástase destes locais, também podem ocorrer febre, sudorese noturna, perda de 
peso e dor nos ossos. A DH afeta principalmente indivíduos entre 15 e 35 anos e pessoas 
com mais de 60 anos, e é mais comum no sexo masculino. Se diagnosticada precocemente, a 
DH tem uma taxa de cura de 90 a 95% (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.843). 
O linfoma não Hodgkin (LNH), que é mais comum do que a DH, ocorre em todas as 
faixas etárias. A incidência aumenta com a idade, a um máximo entre os 45 e 70 anos de 
idade. O LNH pode começar da mesma maneira que a DH, mas pode incluir também 
esplenomegalia (aumento do baço), anemia e mal-estar geral. Até metade de todos os 
indivíduos com LNH são curados ou sobrevivem por um período prolongado. As opções 
para a DH e o LNH incluem radioterapia, quimioterapia e transplante de medula óssea 
(TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.843). 
Tópico 5: Sistema Imunológico 
 
O sistema imunológico é o sistema de defesa contra a invasão de organismos 
estranhos (antígenos), e seus órgãos são chamados de linfoides, pois desenvolvem os 
linfócitos, que são as células de defesa (anticorpos). A medula óssea, localizada no interior 
dos ossos, e o timo, massa irregular localizada anteriormente à traqueia e posteriormente 
ao osso esterno, são considerados órgãos linfáticos primários e produzem os linfócitos B e 
T.Os linfócitos B atuam contra antígenos e agentes patogênicos nos líquidos corporais, 
enquanto os linfócitos T, contra células anormais ou agentes patogênicos existentes dentro 
das células (LAROSA, 2018, p.197) 
Os linfonodos, o baço e as tonsilas (órgãos linfáticos secundários) são estruturas 
periféricas. Os linfonodos estão localizados ao longo dos vasos linfáticos. O baço situa-se no 
lado esquerdo da cavidade abdominal, na altura da 9ª à 11ª costela, lateralmente ao 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 27 
pâncreas. As tonsilas são massas de tecido linfoide localizadas na parte nasal da faringe 
(tonsilas faríngeas), nas fauces (tonsilas palatinas) e na parte posterior da língua (tonsilas 
linguais) (LAROSA, 2018, p.197). 
Figura 15: Vista anterior dos órgãos dos sistemas imunológico e linfático. 
Fonte: Larosa (2018, p.170). 
IMUNIDADE INATA 
Segundo Tortora e Derrickson (2018, p. 817) a imunidade inata (inespecífica) inclui 
as barreiras físicas e químicas externas fornecidas pela pele e pelas túnicas mucosas. Inclui 
também várias defesas internas, como as substâncias antimicrobianas, as células NK, os 
fagócitos, a inflamação e a febre. Sua características gerais são: 
1. A pele e as túnicas mucosas são a primeira linha de defesa contra a entrada de 
agentes patogênicos. 
2. As substâncias antimicrobianas incluem as interferonas, o sistema complemento, as 
proteínas de ligação ao ferro e as proteínas antimicrobianas. 
3. As células NK e os fagócitos atacam e matam patógenos e células defeituosas do 
corpo. 
4. A inflamação ajuda na eliminação de microrganismos, toxinas ou material estranho 
no local de uma lesão, e prepara o local para a reparação tecidual. 
5. A febre intensifica os efeitos antivirais das interferonas, inibe o crescimento de 
alguns microrganismos e acelera a reação do corpo que auxilia no reparo. 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 28 
IMUNIDADE ADAPTATIVA 
A capacidade do corpo de se defender contra agentes invasores específicos, como bactérias, 
toxinas, vírus e tecidos estranhos, é chamada de imunidade adaptativa (específica). As substâncias 
que são reconhecidas como estranhas e provocam respostas imunes são chamadas antígenos (Ag) 
(TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.821). 
Duas propriedades distinguem a imunidade adaptativa da imunidade inata: (1) 
especificidade para determinadas moléculas estranhas (antígenos), que também envolve a 
distinção entre moléculas suas e não suas, e (2) memória para a maior parte dos antígenos 
encontrados previamente, de modo que um segundo contato pede uma resposta ainda mais 
rápida e vigorosa (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.821). 
O ramo da ciência que lida com as respostas do corpo quando desafiado por 
antígenos é chamado imunologia. O sistema imune inclui as células e tecidos que realizam 
respostas imunes (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.821). 
Existem dois tipos de imunidade adaptativa: a imunidade celular e a imunidade 
humoral. Ambos os tipos são desencadeados por antígenos. A imunidade celular é 
particularmente efetiva contra (1) agentes patogênicos intracelulares, que incluem 
quaisquer tipos de vírus, bactérias ou fungos que estejam no interior das células; (2) 
algumas células cancerígenas e (3) tecidos transplantados. Assim, a imunidade celular 
sempre envolve células que atacam células (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.823). 
A imunidade humoral atua principalmente contra microrganismos patogênicos 
extracelulares, os quais incluem vírus, bactérias ou fungos que estejam nos líquidos 
corporais fora das células. Uma vez que a imunidade humoral envolve anticorpos que se 
ligam a antígenos em humores ou líquidos corporais (como sangue e linfa), ela recebe este 
nome (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.823). 
ESTRESSE E IMUNIDADE 
As pesquisas em psiconeuroimunologia (PNI) parecem justificar o que as pessoas 
têm observado: os pensamentos, sentimentos, humor e crenças influenciam o nível de 
saúde e a evolução da doença. Por exemplo, o cortisol, um hormônio secretado pelo córtex 
da glândula suprarrenal em associação à resposta ao estresse, inibe a atividade do sistema 
imune (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.838). 
Quando o trabalho e o estresse se acumulam, os hábitos de saúde podem mudar. 
Muitas pessoas fumam ou consomem mais etanol quando estão estressadas, dois hábitos 
prejudiciaisà função imune ideal. Sob estresse, as pessoas são menos propensas a comer 
bem e a se exercitar regularmente, dois hábitos que melhoram a imunidade (TORTORA; 
DERRICKSON, 2019, p.838). 
Pessoas resistentes aos efeitos negativos do estresse sobre a saúde são mais 
propensas a experimentar uma sensação de controle sobre o futuro, um comprometimento 
com o seu trabalho, expectativas de desfechos globalmente positivos para si mesmos, e 
sentimentos de apoio social (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.838). 
Para aumentar a sua resistência ao estresse, cultive uma visão otimista e construa 
boas relações com os outros. O sono adequado e o relaxamento são especialmente 
importantes para um sistema imunológico saudável. Mas quando não há horas suficientes 
no dia, você pode ser tentado a roubar um pouco da noite. Embora dormir menos possa lhe 
dar algumas horas a mais de tempo produtivo a curto prazo, a longo prazo você acaba 
andando para trás, especialmente se ficar doente, o que pode atrapalhar a sua concentração 
e bloquear a sua criatividade (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.838). 
 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 29 
 
 
 
TEMA DA AULA: Sistema Nervoso 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
KAWAMOTO, Emilia Emi. Anatomia e fisiologia na enfermagem. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 1 recurso online. Acesso em: 02 jan. 2020. 
 
LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: 
Guanabara Koogan, 2016. Acesso em 03 janeiro 2020. 
 
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Fundamentos de anatomia e 
fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 1 recurso online. 
ISBN 
9788527728867.https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885
82713648/cfi/451!/4/4@0.00:36.3 Acesso em 03 janeiro 2020. 
TEMA DA AULA: Sistema Nervoso (SN) 
Tópico 1: Considerações Gerais 
Tópico 2: Funções do Sistema Nervoso 
Tópico 3: Subdivisões do SN 
Tópico 3.1.: SN Periférico 
Tópico 3.2: SN Autônomo 
Tópico 1: Considerações Gerais 
O sistema nervoso coordena e integra as funções do corpo, armazena todas as 
informações e capacita o organismo a se adaptar às mudanças dos meios interno e externo, 
além de criar uma realidade sensorial e elaborar as respostas ao meio (LAROSA, 2018, 
p.137). 
É constituído principalmente pelo tecido nervoso. Ele controla e coordena todos os 
processos vitais que se desenvolvem involuntariamente nos órgãos internos (atividade 
visceral) e também as manifestações voluntárias que promovem o relacionamento do 
organismo com o meio ambiente (atividades somáticas) (KAWAMOTO, 2016, p. 33). 
É composto pelo sistema nervoso central (SNC) e pelo sistema nervoso periférico 
(SNP). O SNC tem duas estruturas, o encéfalo (localizado na cavidade craniana) e a medula 
espinal (localizada na cavidade vertebral ou espinal). O SNP situa-se externamente ao SNC e 
é constituído de nervos que conectam o SNC ao resto do corpo (KAWAMOTO, 2016, p. 33). 
Tópico 2: Funções do Sistema Nervoso 
Resumidamente, pode-se afirmar que o SN realiza três funções básicas: a função 
sensitiva, em que os nervos sensitivos recebem as informações do meio externo ou do 
interno do corpo e as conduzem ao SNC; a função integradora, em que o SNC processará 
ou interpretará essas informações para, em seguida, elaborar a resposta; e a função 
motora, em que os nervos motores conduzem a resposta do SNC ao corpo (KAWAMOTO, 
2016, p. 33). 
Um exemplo dessas três funções interligadas é: ao ver uma bandeja de ostras, a 
informação é levada ao SNC, e o cérebro, ao “ver as ostras”, recorda-se que na última vez 
houve sérios problemas digestivos após ingeri-las. O cérebro elabora como resposta “não 
comer as ostras”, e os nervos motores conduzirão essa resposta aos músculos esqueléticos 
para não colocar as ostras na boca (KAWAMOTO, 2016, p. 33). 
Larosa (2018, p.137) afirma que a menor unidade morfofuncional do sistema nervoso 
é o neurônio, célula especializada na transmissão de impulsos nervosos. Existem tipos 
diferentes de neurônios; porém, pode-se considerar que eles são formados pelos dendritos 
que recebem impulsos de outras células; pelo corpo ou pericário, que é o centro metabólico 
do neurônio e onde é processado o impulso nervoso; e pelo axônio, que é o prolongamento 
que conduz o impulso nervoso: 
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MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 30 
Tópico 3: Subdivisões do SN 
O Sistema Nervoso está dividido em Sistema Nervoso Central, Sistema Nervoso 
Periférico e Sistema Nervoso Autônomo. Estão subdivididos da seguinte forma: 
Sistema Nervoso Periférico: nervos cranianos e nervos raquidianos ou espinais. 
Sistema Nervoso Autônomo: simpático e parassimpático 
Sistema Nervoso Central: encéfalo – cérebro, cerebelo e tronco cerebral, e medula 
espinhal. 
Tópico 3.1: Sistema Nervoso Periférico 
Responsável pela transmissão dos estímulos do corpo ao encéfalo e vice-versa, o 
sistema nervoso periférico (SNP) compreende as fibras motoras e as sensitivas dos nervos 
espinais e cranianos e também os gânglios. Os gânglios são formados por acúmulo de 
corpos de neurônios, o que permite a condução do impulso nervoso da periferia ao encéfalo 
e à medula espinal e vice-versa por meio dos gânglios sensitivos e motores (KAWAMOTO, 
2016, p. 40). 
Os nervos apresentam-se aos pares, porque um deles (nervo sensitivo) transporta o 
estímulo, e o outro (nervo motor), a resposta. Alguns nervos cranianos apresentam-se de 
maneira diferente, com os nervos acumulando a função sensitiva e motora (nervos mistos). 
Os nervos espinais localizam-se dentro do canal vertebral e saem pelos forames 
intervertebrais (KAWAMOTO, 2016, p. 40). 
Todos os nervos se ramificam, e são essas ramificações que possibilitam às células, 
situadas próximo a essas ramificações, enviarem e receberem os estímulos de forma 
contínua (KAWAMOTO, 2016, p. 40). 
O SNP pode ser classificado pela sua composição (anatomia) ou de acordo com o que 
faz (fisiologia). A classificação anatômica divide os nervos em cranianos e espinhais, e a 
classificação fisiológica abrange as funções dos nervos sensitivos e do sistema nervoso 
autônomo (KAWAMOTO, 2016, p. 40). 
CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA 
Os componentes do SNP inclui os nervos, os gânglios, os plexos entéricos e os 
receptores sensitivos. 
Nervo é um feixe composto por centenas de milhares de axônios, associados a seu tecido 
conjuntivo e seus vasos sanguíneos, o que se situa fora do encéfalo e da medula espinal. 
Doze pares de nervos cranianos emergem do encéfalo e 31 pares de nervos espinais 
emergem da medula espinal. Cada nervo segue um caminho definido e supre uma região 
específica do corpo. 
Os gânglios sou pequenas massas de tecido nervoso compostas primariamente por corpos 
celulares que se localizam fora do encéfalo e da medula espinal. Estas estruturas têm íntima 
associação com os nervos cranianos e espinais. 
Os plexos entéricos são extensas redes neuronais localizadas nas paredes de órgãos do 
sistema digestório. Os neurônicos destes plexos ajudam a regular a sistema digestório. 
O termo receptor sensitivo refere-se à estrutura do sistema nervoso que monitora as 
mudanças nos ambientes externo ou interno. São exemplos de receptores sensitivos os 
receptores táteis da pele, os fotorreceptores do olho e os receptores olfatórios do nariz 
(TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.405). 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 31 
O SNP é dividido em sistema nervoso somático (SNS), sistema nervoso autônomo 
(SNA) e sistema nervoso entérico (SNE). O SNS é composto por (a) neurônios sensitivos 
que transmitem informações para o SNC a partir do de receptores somáticos na cabeça, no 
tronco e nos membros e de receptores para os sentidos especiais da visão, da audição, da 
gustação e do olfato,e por (b) neurônios motores que conduzem impulsos nervosos do SNC 
exclusivamente para os músculos esqueléticos. Como estas respostas motoras podem ser 
controladas conscientemente, a ação desta parte do SNP é voluntária (TORTORA; 
DERRICKSON, 2019, p.405). 
Já o SNA é formado por (a) neurônios sensitivos que levam informações de 
receptores sensitivos autônomos – localizados especial em órgãos viscerais como o 
estômago e pulmões, e por (b) neurônios motores que conduzem os impulsos nervosos do 
SNC para o músculo liso, o músculo cardíaco e as glândulas. Como suas respostas motoras 
não estão, de modo geral, sob controle consciente, a atuação do SNA é involuntária 
(TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.405). 
O sistema nervoso entérico (SNE) atua diretamente no sistema digestório (cérebro 
do intestino) e é involuntária. O SNE é composto por mais de 100 milhões de neurônios 
que estão dentro dos plexos entéricos, e se estendem pela maior parte do sistema 
digestório, sendo que a maioria dos neurônios funciona independentemente do SNA e em 
parte do SNC. Os neurônios motores entéricos controlam as contrações do músculo liso 
para impulsionar o alimento, as secreções dos órgãos (como o suco gástrico) e a atividade 
das células endócrinas, secretoras de hormônios (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p.405). 
Tópico 3.2: Sistema Nervoso Autônomo 
Assim como a divisão somática do sistema nervoso, a divisão autônoma do sistema 
nervoso (SNA) funciona via arcos reflexos. Estruturalmente, é formada por neurônios 
sensitivos autônomos, centros integradores na parte central do sistema nervoso, neurônios 
motores autônomos, e a divisão entérica. De modo geral, o SNA não é controlado 
conscientemente (TORTORA; DERRICKSON, 2019, p. 528). 
Está dividido em partes simpática e parassimpática, com fibras simpáticas saindo da 
medula espinal nas regiões torácica e lombar as do parassimpático saindo do tronco 
encefálico e da parte sacral da medula espinal. Inervam os órgãos de maneira antagônica, 
ou seja, contrária: quando a parte simpática estimula um determinado órgão, o 
parassimpático o inibe e vice-versa. Por exemplo, o simpático aumenta a frequência 
cardíaca, o tamanho da pupila e dos brônquios, enquanto o parassimpático diminuiu a 
frequência cardíaca, o tamanho da pupila e dos brônquios (KAWAMOTO, 2016, p.41). 
Essas duas partes do SNA são formadas por diversos gânglios, situados fora do SNC, 
ou seja, ao longo da coluna vertebral, nas proximidades ou no interior dos órgãos inervados 
(KAWAMOTO, 2016, p.41). 
Ao contrário do músculo esquelético, os tecidos inervados pelo SNA geralmente 
continuam funcionando mesmo que haja um dano a sua rede nervosa. Por exemplo, o 
coração continua a bater quando ele é removido de uma pessoa para ser transplantado; o 
músculo liso da parede dos sistema digestório mantém contrações rítmicas independentes; 
e, algumas glândulas produzem secreções na ausência de controle do SNA (TORTORA; 
DERRICKSON, 2019, p. 529). 
Figura 16: Funções do Simpático e Parassimpático sobre os órgãos 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 32 
Fonte: Santos (2014, p. 63). 
 
Figura 17: Vias motoras da (A) divisão somática do sistema nervoso e da (B) divisão 
autônoma do sistema nervoso (SNA) 
 
 
 
Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.808). 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 33 
Tópico 4: Estruturas gerais do Sistema Nervoso Central 
Este sistema dirige todos os processos físicos e intelectuais que podem ser 
provocados voluntariamente e são capazes de se transformar em sensações conscientes 
(KAWAMOTO, 2016, p. 34). 
Também é a fonte dos pensamentos, das emoções e das memórias. A maioria dos 
sinais que estimulam a contração muscular e a liberação das secreções glandulares se 
origina no SNC (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 405). 
A parte central do sistema nervoso e formada pelo encéfalo, que apresenta o cérebro 
(tálamo), o tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) e o cerebelo, e pela medula 
espinal. As principais funções são: integrar e coordenar a entrada e saída dos sinais neurais 
e executar funções mentais superiores, como aprender, pensar e memorizar (LAROSA, 
2016, p. 138). 
Tópico 4.1: Meninges 
São membranas de tecido conjuntivo que revestem a parte central do sistema 
nervoso e são constituídas por três camadas: dura-máter (camada mais externa), 
aracnoide-máter (camada média) e pia-máter (camada mais interna). Entre a dura-máter e 
a aracnoide-máter, existe o espaço subdural, preenchido por um pequeno volume líquido. 
Entre a aracnoide-máter e a pia-máter, encontra-se o espaço subaracnoide, onde corre o 
líquido cerebrospinal, também conhecido como líquido cefalorraquidiano (LAROSA, 2016, 
p. 143). 
Figura 18: As meninges da medula espinal 
 
Fonte: Kawamoto (2016, p. 34) 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 34 
Tópico 4.2: Cérebro 
É a maior parte do encéfalo. É formado pelos hemisférios cerebrais e o diencéfalo. 
Está dividido em dois lados, os hemisférios direito e esquerdo. No seu interior, podem ser 
observados os ventrículos laterais, enquanto o diencéfalo, está no 3º ventrículo. Os 
ventrículos são cavidades ocupadas pelo líquido cerebrospinal (LAROSA, 2016, p. 146). 
Figura 19: Vista lateral do hemisfério cerebral esquerdo, onde é possível identificar os 
sulcos, os giros e os lobos cerebrais 
Fonte: Larosa (2016, p. 146). 
Apesar de ser considerado a sede da inteligência, as funções do cérebro são 
inúmeras e interligadas, com áreas específicas para cada função. É composto pelos 
hemisférios cerebrais direito e esquerdo, com a comunicação realizando-se pelo corpo 
caloso que assegura a troca de impulsos entre esses dois hemisférios. Os hemisférios 
possuem na camada central (medular) uma substância branca e na periférica (córtex 
cerebral) uma substância cinzenta (KAWAMOTO, 2016, p. 35). 
Cada hemisfério tem quatro lobos, denominados de acordo com o osso próximo a 
eles e com funções distintas: 
Frontal: localizado na parte anterior do crânio, é a área da atividade motora voluntária, da 
motricidade, da fala, da personalidade, da conduta, do comportamento emocional, das 
funções intelectuais e da memória armazenada 
Parietal: localizado na parte superior do cérebro, é responsável pela interpretação das 
sensações, com exceção do olfato, e pela leitura, permitindo que o indivíduo se situe com 
relação ao esquema corporal (onde está o corpo ou parte dele) 
Occipital: localizado na área acima da orelha, é responsável pela interpretação das 
sensações visuais 
Temporal: localizado na parte posterior da cabeça, é responsável pela “memória a curto 
prazo”, por parte da área da fala e pela interpretação dos sentidos do paladar, do olfato e da 
audição (KAWAMOTO, 2016, p. 35-36). 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 35 
Os sulcos e as fissuras (sulcos profundos) separam os lobos, e a fissura longitudinal 
do cérebro separa o hemisfério cerebral direito do esquerdo (KAWAMOTO, 2016, p. 36). 
DIENCÉFALO 
O diencéfalo é constituído pelo tálamo e hipotálamo. O tálamo é composto por duas 
massas de substância cinzenta situadas uma de cada lado do 3o ventrículo. Atua de forma 
associada ao córtex cerebral, sendo o local por onde passam todas as vias sensitivas que 
informam as percepções da sensibilidade dos órgãos dos sentidos (com exceção do olfato) 
(KAWAMOTO, 2016, p. 37). 
As informações são classificadas no tálamo, que dá uma ideia da sensação 
experimentada para, em seguida, encaminhá-las a áreas específicas do cérebro capazes de 
fazer uma interpretação mais precisa. Algumas sensações mais rudes (pressão e dor 
intensa, calor extremo) são analisadas nessa área (KAWAMOTO, 2016, p. 37). 
O hipotálamo situa-se abaixo do tálamo e é o local onde se aloja a glândula hipófise, 
glândula que regula quase todos os hormônios produzidos por outras glândulas. As 
principais funções do hipotálamo estão ligadas à regulação do equilíbrio hídrico,temperatura corporal, metabolismo, secreção de hormônios pela hipófise, fome e sede; 
também regula a função do sistema nervoso autônomo (SNA), aumenta ou diminui a 
frequência cardíaca, a pressão arterial, os movimentos intestinais etc (KAWAMOTO, 2016, 
p. 37). 
Tópico 4.3: Tronco encefálico e cerebelo 
O tronco encefálico é constituído, no sentido do diencéfalo para a medula espinal, 
pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo. Apresenta uma substância cinzenta na periferia e 
uma branca no centro; exceto o bulbo, que tem estrutura semelhante à da medula espinal 
(uma substância branca na periferia e uma cinzenta no centro) (KAWAMOTO, 2016, p. 37). 
O tronco encefálico possui células que formam os núcleos da maioria dos nervos 
cranianos, que entram em conexão com o cerebelo e o diencéfalo, e recebem e transmitem 
informações sensitivas e motoras. As células do tronco encefálico, em conjunto com as da 
medula espinal, estão relacionadas ao reflexo. Por exemplo, um dedo ao ser picado por uma 
agulha é imediatamente afastado antes que a dor seja sentida, pois as fibras sensitivas estão 
ligadas às motoras, permitindo que os impulsos cheguem aos músculos (KAWAMOTO, 
2016, p. 37). 
O mesencéfalo está associado aos reflexos visuais e auditivos, e a ponte tem um 
papel importante na respiração. No bulbo, existem células que constituem os centros vitais 
relacionados com o controle do reflexo da tosse, do espirro, da deglutição, do vômito, da 
respiração, da pressão sanguínea e do batimento cardíaco (KAWAMOTO, 2016, p. 37). 
Por esse motivo, uma batida muito forte nessa região pode provocar paradas 
cardíaca e respiratória. O bulbo transmite as fibras sensitivas da medula espinal para o 
encéfalo e as fibras motoras do encéfalo para a medula espinal. Como a maioria das fibras se 
cruza no nível do bulbo, as fibras motoras vindas do lado direito do cérebro abastecem o 
lado esquerdo do corpo e vice-versa (KAWAMOTO, 2016, p. 37). 
O cerebelo funciona de maneira coordenada com o cérebro e o tronco encefálico. 
Controla os movimentos e a tonicidade muscular (estado de semicontração) e participa, em 
conjunto com o labirinto existente na orelha interna, da manutenção do equilíbrio corporal. 
Recebe todas as informações para produzir uma resposta muscular regular e coordenada. 
Enquanto o cérebro decide qual movimento deverá ser feito, o cerebelo controla como 
realizar esse movimento (KAWAMOTO, 2016, p. 37). 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 36 
VENTRÍCULOS CEREBRAIS 
Os ventrículos cerebrais são cavidades que se comunicam entre si, e no seu interior 
circula o liquor (LCR). São quatro: 
 I e II ventrículos laterais direito e esquerdo, situados no interior dos hemisférios 
cerebrais correspondentes 
 III ventrículo, localizado entre o tálamo direito e esquerdo, que se comunica com os 
ventrículos laterais por intermédio dos forames interventriculares 
 IV ventrículo, que se localiza entre o tronco encefálico e o cerebelo e se comunica 
com o III ventrículo por meio do aqueduto do mesencéfalo. Sua continuação inferior 
é o canal central da medula, que se comunica com o espaço subaracnóideo 
(KAWAMOTO, 2016, p. 37). 
A irrigação de sangue arterial no encéfalo é abundante por causa do elevado 
consumo de oxigênio e da sensibilidade com relação à falta deste. O encéfalo é constituído 
na sua parte interna por uma substância branca (formada predominantemente por fibras 
nervosas com bainha de mielina) e externamente por uma substância cinzenta (formada 
principalmente pelos corpos das células nervosas e por fibras sem bainha de mielina) (EMI, 
2016, p. 34). 
Figura 20: Vista posterior do tronco encefálico, da região cervical da medula espinal e da 
dura-máter. Corte frontal através da cabeça e do pescoço 
 
Fonte: Larosa (2016, p. 142). 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 37 
Figura 21: Cerebelo 
 
Fonte: Tortora e Derickson (2019, p. 492). 
 
Tópico 4.4: Medula Espinal 
A medula espinal é um longo eixo do qual saem nervos à direita e à esquerda ligando 
o encéfalo ao resto do corpo e vice-versa. Sua substância cinzenta na parte interna 
apresenta a forma da letra H e, na sua substância branca na parte externa existem os tratos 
nervosos (KAWAMOTO, 2016, p. 38). 
Os neurônios do encéfalo e da medula espinal não se regeneram após sofrerem 
alguma lesão; entretanto, respeitando-se certos limites, os prolongamentos dos neurônios 
podem se regenerar desde que o corpo celular esteja íntegro (KAWAMOTO, 2016, p. 34). 
Os tratos nervosos (por ex.: as fibras da dor que são agrupadas em um trato 
específico), podem ser: 
 Sensitivos: conduzem as informações do corpo para o encéfalo por intermédio da 
medula espinal; 
 Motores: conduzem a informação do encéfalo para a medula espinal em direção a 
periferia (KAWAMOTO, 2016, p. 38). 
A medula espinal, trabalhando em conjunto com os nervos espinais do sistema 
nervoso periférico, desempenha duas funções básicas: 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 38 
 Conduzir os estímulos nervosos do corpo para o encéfalo (via sensitiva) e a resposta 
do encéfalo para o corpo (via motora). 
 Produzir a resposta na forma de arco reflexo. Essa resposta é involuntária, sem 
participação do encéfalo e com a medula processando ela mesmo a resposta. Por 
exemplo: ao picar o dedo na agulha, o estímulo é captado pelos receptores do dedo e 
transmitido pelos nervos sensitivos até a medula, a medula elabora a resposta 
(encolher o dedo) que é enviada ao dedo pelo nervo motor, e o dedo é 
automaticamente retirado da agulha (KAWAMOTO, 2016, p. 39). 
 
Figura 22: Representação simplificada da medula espinal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Santos (2014, p. 62) 
 
Figura 23: Anatomia macroscópica da medula espinal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
~ 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 39 
Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.449). 
 
Figura 24: Anatomia externa da medula espinal e dos nervos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.450). 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 40 
Tópico 5: Tecido Nervoso 
O tecido nervoso é composto por dois tipos de células – neurônios e a neuróglia. 
Estas células se combinam de várias maneiras em diferentes regiões do sistema nervoso. 
Além de formarem as complexas redes de processamento no encéfalo e na medula espinal, 
os neurônios também conectam todas as regiões do corpo com o SNC (TORTORA; 
DERICKSON, 2019, p.407). 
Por serem células muito especializadas, capazes de atingir grandes comprimentos e 
de fazer conexões extremamente complexas com outras células, os neurônios 
desempenham a maioria das funções exclusivas do sistema nervoso, como sentir, pensar, 
lembrar, controlar a atividade muscular e regular as secreções glandulares (TORTORA; 
DERICKSON, 2019, p.407). 
 
NEURÔNIOS 
Assim como as células musculares, os neurônios (células nervosas) apresentam 
excitabilidade elétrica, ou seja, a capacidade de responder a um estímulo e convertê-lo em 
um potencial de ação. Um estímulo é qualquer mudança no ambiente que seja forte o 
suficiente para iniciar um potencial de ação. Um potencial de ação (impulso nervoso) é um 
sinal elétrico que se propaga pela superfície da membrana de um neurônio (TORTORA; 
DERICKSON, 2019, p.407). 
A maioria dos neurônios tem três partes: (1) um corpo celular, (2) dendritos e (3) 
um axônio. O corpo celular, também conhecido como pericárdio ou soma, contém um 
núcleo cercado por citoplasma, o qual inclui organelas celulares típicas como os lisossomos, 
as mitocôndrias e o completo de Golgi. Os corpos celulares neuronais também apresentam 
ribossomos livres e proeminentes agrupamentos de retículo endoplasmático rugoso, 
denominados de corpúsculos de Nissl (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.407). 
Fibranervosa é um termo genérico para qualquer prolongamento que emerge do 
corpo celular de um neurônio. A maior parte dos neurônios tem dois tipos de 
prolongamentos: dendritos (múltiplos) e um único axônio (TORTORA; DERICKSON, 2019, 
p.407). 
Os dendritos são as porções receptoras de um neurônio. A membrana plasmática 
dos dendritos e dos corpos celulares) contém inúmeros receptores para que ocorra a 
ligação de mensageiros químicos de outras células. Os dendritos geralmente são curtos, 
afilados e muito ramificados. Em muitos neurônios, eles formam um arranjo arboriforme de 
prolongamentos que se estendem a partir do corpo celular (TORTORA; DERICKSON, 2019, 
p.407). 
O axônio de um neurônio propaga o impulso nervoso para outro neurônio, para uma 
fibra muscular ou para uma célula glandular. Ele é uma projeção longa, fina e cilíndrica que 
geralmente se liga ao corpo celular por meio de uma elevação cuneiforme chamada cone de 
implantação. A parte do axônio que está mais próxima ao cone de implantação é chamada 
segmento inicial e, na maioria dos neurônios, os impulsos nervosos se iniciam na junção do 
cone de implantação com o segmento inicial (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.407). 
Um axônio contém mitocôndrias, microtúbulos e neurofíbrilas. Como não há retículo 
endoplasmático rugoso, não existe síntese proteica no axônio. O citoplasma de um axônio, 
chamado axoplasma é por sua vez envolvido por uma membrana plasmática conhecida 
como axolema (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.407). 
 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 41 
Figura 25: O neurônio e suas estruturas. 
 
 
Fonte: Larosa (2018, p.138). 
 
Figura 26: Neurônio motor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.408). 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 42 
Quanto ao tipo, os neurônios se dividem em: 
 
Neurônios aferentes ou sensitivos: são aqueles que transmitem o impulso vindo da 
periferia para a parte central do sistema nervoso. 
Neurônios eferentes ou motores: transmitem o impulso da parte central do sistema 
nervoso em direção à periferia. 
Interneurônios ou neurônios de associação: fazem a conexão entre os neurônios na 
parte central do sistema nervoso, ou seja, ligam um neurônio a outro (LAROSA, 2016, p. 
137). 
E, são classificados segundo suas diferentes funções, entre elas: 
Função motora: controlam as células glandulares musculares. 
Função sensorial: recebem estímulos do meio interno e externo. 
Função associativa: estabelece ligações entre diversos neurônios (SANTOS, 2014, p.59). 
Ainda sob o ponto de vista funcional, os neurônios são classificados de acordo com a 
direção para a qual o impulso nervoso (potencial de ação) é transmitido no SNC (TORTORA; 
DERICKSON, 2019, p.407). 
 
Figura 27: Classificação estrutural dos neurônios 
 
Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.409). 
NEURÓGLIA 
Neuróglia ou glia constitui aproximadamente metade do volume do SNC. Seu nome 
deriva da concepção de antigos histologistas que acreditavam que a neuroglia era a “cola” 
que mantinha o tecido nervoso unido. Porém, a neuroglia não é uma mera expectadora e de 
fato participa ativamente nas funções do tecido nervoso. Geralmente as células da neuroglia 
são menores que os neurônios, mas são 5 a 25 vezes mais numerosas (TORTORA; 
DERICKSON, 2019, p.412). 
Ao contrário dos neurônios, a neuróglia não gera ou propaga potenciais de ação e 
pode se multiplicar e se dividir no sistema nervoso maduro. Quando ocorre uma lesão ou 
uma doença, a neuróglia se multiplica para preencher os espaços anteriormente ocupados 
pelos neurônios. Tumores encefálicos derivados da neuróglia, chamados gliomas, tender a 
ser altamente malignos e a crescer rapidamente (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.411). 
A neuróglia do SNC pode ser classificada de acordo com seu tamanho, seus 
prolongamentos citoplasmáticos e sua organização intracelular em quatro tipos: astrócitos 
(responsável pela nutrição e metabolismo neural), oligodendrócitos e células de Schwann 
(formam a bainha de mielina), células micróglia (orquestra o sistema de defesa) (TORTORA; 
DERICKSON, 2019, p.411). 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 43 
Figura 28: Neuróglia do SNC 
Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p.412). 
 
SINAPSES 
É uma região onde ocorre a comunicação entre dois neurônios ou entre um neurônio 
e uma célula efetora (célula muscular ou glandular). O termo neurônio pré-sináptico se 
refere a uma célula nervosa que conduz o impulso nervoso em direção a uma sinapse. Já a 
célula pós-sináptica é aquela que recebe o sinal (TORTORA; DERICKSON, 2019, p.429). 
A maioria das sinapses entre neurônios é feita entre um axônio e um dendrito 
(axodendrítica), enquanto outras são entre um axônio e uma célula (axossomáticas) ou 
ainda, entre dois axônios (axoaxônicas). Além disso, as sinapses podem ser elétricas ou 
químicas, apresentando diferenças estruturais e funcionais entre si (TORTORA; 
DERICKSON, 2019, p.429). 
Em uma sinapse elétrica, os impulsos (potenciais de ação) são conduzidos 
diretamente entre as membranas plasmáticas de ambos os neurônios por meio de 
estruturas chamadas junções comunicantes. Por esses canais há um transporte, que pode 
ser considerado contínuo, de correntes iônicas. Apresentam duas vantagens importantes: 
1) Comunicação mais rápida: como os impulsos são conduzidos diretamente por meio 
das junções comunicantes, são mais rápidas que as químicas, pois o impulso passa 
diretamente da célula pré-sináptica para a pós-sináptica. 
2) Sincronização: as sinapses elétricas podem sincronizar (coordenar) a atividade de um 
grupo de neurônios ou fibras musculares, por exemplo a contração coordenada no 
coração ou no músculo liso visceral, o que possibilita a geração de um batimento 
cardíaco ou a passagem de alimentos pelo trato gastrintestinal (TORTORA; 
DERICKSON, 2019, p.429-430). 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 44 
Já as sinapses químicas, apesar das membranas plasmáticas dos neurônios pré e 
pós-sinápticos estarem próximas entre si, elas não se tocam. Elas são separadas por um 
pequeno intervalo chamado fenda sináptica, um espaço de 20 a 50 nm3 que é preenchido 
com líquido intersticial. Os impulsos nervosos não podem ser conduzidos pela fenda 
sináptica, ocorrendo uma forma alternativa e indireta de comunicação: o neurônio pré-
sináptico converte o sinal elétrico (impulso nervoso) em um mensageiro químico chamado 
neurotransmissor que se difunde pelo líquido da fenda sináptica chegando ao neurônio pós-
sináptico (TORTORA; DERICKSON, 2019, p. 430). 
Figura 29: Tipos de Sinapses: 
 
 
 
Fonte: Agnes (2014). 
 
Tópico 6: Divisão funcional do SNC 
Funcionalmente, o sistema nervoso pode ser dividido em: somático, que controla a 
vida de relação com o meio externo, uma vez que inerva estruturas periféricas; e visceral, 
que controla o equilíbrio interno, ou seja, a homeostase (ou seja, constância do meio 
interno) (LAROSA, 2016, p. 138). 
Para ambas as situações, existem fibras aferentes e eferentes. A parte aferente do SN 
somático conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, 
informando a estes centros o que se passa no ambiente. As fibras eferentes que participam 
do sistema nervoso visceral formam a porção chamada de sistema nervoso autônomo 
(LAROSA, 2016, p. 138). 
Figura 30: Divisão funcional do SN 
 
 
 
 = 
 
 
3 1 (nm) = 10-9 (0,000000001) metro. 
SINAPSE FÍSICA 
SINAPSE QUÍMICA 
SN AUTÔNOMO 
SN VISCERAL 
AFERENTE 
EFERENTE 
SIMPÁTICO 
PARASSIMPÁTICO 
 
MATERIAL DIDÁTICO - ANATOMIA II Página 45 
TEMA DA AULA: Sistema Endócrino 
TEMA DA AULA: Sistema Endócrino 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
KAWAMOTO, Emilia Emi. Anatomia e fisiologia na enfermagem. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 1 recurso online. Acesso em: 02 jan. 2020. 
 
LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana:

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