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Autor: Prof. Rubens Pardini Colaboradores: Prof. Claudio Ditticio Profa. Rachel Niza Captação e Gerenciamento de Recursos GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Professor conteudista: Rubens Pardini Mestre em Ciências Contábeis e Financeiras, pela Pontifícia Universidade Católica – PUC–SP. Bacharel em Administração de Empresas, pela Faculdade de Administração e Estatística Paes de Barros. Bacharel em Ciências Contábeis, pela Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo. Desde 1992, é docente do Curso de Ciências Contábeis e Administração de Empresas da Universidade Paulista – UNIP, nos cursos presencial e EaD. Leciona as disciplinas Contabilidade Internacional, Administração Financeira e Matemática Financeira. Anteriormente, de 1984 a 1992, trabalhou na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo, na Faculdade de Engenharia Industrial e na Escola Superior de Administração de Negócios, em São Bernardo do Campo. Foi chefe do Departamento de Ciências Contábeis da Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo. Participou da elaboração do Projeto Pedagógico para o Curso de Ciências Contábeis da Uniesp. Na Fundação Getúlio Vargas foi professor de MBA em Contabilidade para Executivos e professor‑tutor nos cursos livres em EaD. Também foi professor de Contabilidade do Senac, no Curso Técnico. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) P226c Pardini, Rubens. Captação e Gerenciamento de Recursos. / Rubens Pardini ‑ São Paulo: Editora Sol, 2015. 120 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXI, n. 2‑097/15, ISSN 1517‑9230. 1. Planejamento estratégico governamental. 2. Sistema monetário internacional. 3. Recursos do orçamento geral da União. I. Título. CDU 336.7 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Carla Moro Juliana Mendes GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Sumário Captação e Gerenciamento de Recursos APRESENTAçãO ......................................................................................................................................................9 INTRODUçãO ...........................................................................................................................................................9 Unidade I 1 A IMPORTâNCIA DO PLANEJAMENTO ..................................................................................................... 11 1.1 Captação e gerenciamento de recursos ...................................................................................... 11 1.2 Dívida Pública Federal (DPF) ............................................................................................................ 12 1.3 Classificação da Dívida Pública Federal ....................................................................................... 12 1.4 Administração da Dívida Pública Federal ................................................................................... 13 1.5 Tesouro Nacional .................................................................................................................................. 13 1.6 Tesouro Direto ........................................................................................................................................ 13 1.7 Títulos Públicos Federais .................................................................................................................... 13 1.8 Títulos Públicos do Tesouro Nacional ........................................................................................... 14 1.8.1 Letras do Tesouro Nacional – LTN .................................................................................................... 14 1.8.2 Letras Financeiras do Tesouro – LFT ................................................................................................ 14 1.8.3 Notas do Tesouro Nacional Série B – NTN‑B............................................................................... 15 1.8.4 Notas do Tesouro Nacional Série B Principal – NTN‑B Principal ........................................ 15 1.8.5 Notas do Tesouro Nacional Série C – NTN‑C ............................................................................ 15 1.8.6 Notas do Tesouro Nacional Série F – NTN‑F ................................................................................ 16 2 PLANEJAMENTO ESTRATéGICO GOVERNAMENTAL ........................................................................... 16 2.1 Fundamentos legais do planejamento estratégico governamental ................................ 17 2.1.1 A Constituição Federal .......................................................................................................................... 17 2.1.2 O conteúdo básico do Plano Plurianual ........................................................................................ 17 2.1.3 O Plano Plurianual – PPA .................................................................................................................... 17 2.1.4 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO ........................................................................................... 17 2.1.5 Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF .............................................................................................. 18 2.2 Planejamento governamental ......................................................................................................... 23 2.2.1 Estrutura organizacional do Ministério do Planejamento ..................................................... 24 2.2.2 Visão estratégica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão ........................ 26 2.2.3 Objetivos estratégicos ........................................................................................................................... 26 2.3 Sistema Financeiro Nacional ........................................................................................................... 28 2.3.1 Conselho Monetário Nacional ........................................................................................................... 28 2.4 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão ................................................................ 31 2.4.1 História ........................................................................................................................................................ 31 2.4.2 Estrutura e Competências ...................................................................................................................32 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 2.4.3 O papel das secretarias na estrutura organizacional do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão .......................................................................................................... 33 Unidade II 3 SISTEMA MONETáRIO INTERNACIONAL ................................................................................................ 38 3.1 Fundo Monetário Internacional – FMI ....................................................................................... 38 3.2 Banco Mundial ...................................................................................................................................... 39 4 BANCOS GOVERNAMENTAIS ...................................................................................................................... 39 4.1 BNDES ....................................................................................................................................................... 39 4.1.1 A Organização do BNDES .................................................................................................................... 42 4.1.2 Políticas Operacionais ........................................................................................................................... 42 4.2 BNDES Finem – Linhas de Financiamento ................................................................................. 45 4.3 Sistema BNDES Finame, Bandespar e BNDES PLC .................................................................. 46 4.3.1 BNDESPAR ................................................................................................................................................. 46 4.3.2 BNDES PLC ................................................................................................................................................. 47 4.4 Caixa Econômica Federal ................................................................................................................... 47 4.5 Banco do Brasil .................................................................................................................................... 47 4.6 Banco da Amazônia ............................................................................................................................. 48 4.6.1 Estratégias do Banco da Amazônia ................................................................................................. 49 4.6.2 Código de ética ........................................................................................................................................ 49 4.6.3 Plano de Aplicação de Recursos ....................................................................................................... 49 4.6.4 A região na perspectiva do desenvolvimento sustentável ..................................................... 50 4.6.5 O papel do Banco da Amazônia como agente das iniciativas do Governo Federal para a região ...................................................................................................................................... 51 4.6.6 As oportunidades de investimento nos Estados ...................................................................... 51 4.7 Banco do Nordeste do Brasil – BNB ............................................................................................. 60 4.7.1 Perfil do Banco do Nordeste – Comissão de ética e Código de Conduta ética ........... 60 4.7.2 Planejamento estratégico .................................................................................................................. 61 4.7.3 Acesso à informação ............................................................................................................................ 62 4.7.4 Responsabilidade socioambiental ................................................................................................... 62 4.7.5 Responsabilidade socioambiental – Governança, transparência e ética ........................ 63 4.7.6 Responsabilidade socioambiental – Investimentos sociais e culturais ........................... 63 4.7.7 Responsabilidade socioambiental – Desenvolvimento regional sustentável e inovações .......................................................................................................................................................... 64 4.7.8 Responsabilidade socioambiental – Gestão ambiental ......................................................... 64 4.7.9 Responsabilidade socioambiental – Valorização da diversidade ......................................... 65 4.7.10 Responsabilidade socioambiental – Fornecedores (BRASIL, [s.d.]a) ................................. 66 4.7.11 Responsabilidade socioambiental – Reconhecimentos e destaques (BRASIL, [s.d.]b) .............................................................................................................................. 66 4.7.12 Agricultura familiar ............................................................................................................................ 66 4.7.13 Crédito fundiário ................................................................................................................................. 67 4.7.14 Nordeste Territorial – Apresentação ............................................................................................. 68 4.7.15 Prodetur .................................................................................................................................................. 74 4.7.16 Prodetur/NE I – Prodetur II .............................................................................................................. 75 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade III 5 RECURSOS DO ORçAMENTO GERAL DA UNIãO – OGU E SUAS EMENDAS E CONSULTAS ........................................................................................................................................................ 79 5.1 Receita Pública ...................................................................................................................................... 79 5.2 As transferências constitucionais .................................................................................................. 80 5.3 Outras fontes – Transferências constitucionais ...................................................................... 81 5.3.1 Origem dos recursos dos fundos ..................................................................................................... 81 6 FONTES EXTERNAS .......................................................................................................................................... 82 6.1 O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – Bird .......................... 82 6.2 O Banco Mundial .................................................................................................................................. 82 6.2.1 Estrutura do Banco Mundial .............................................................................................................. 82 6.3 Criticas à hegemonia norte‑americana ..................................................................................... 83 6.4 O Conselho de Relações Internacionais Americano e a Comissão Trilateral ................ 84 6.5 Propósitos de conveniência ............................................................................................................. 84 6.6 Redução da pobreza ............................................................................................................................ 84 6.7 Liberalização e ajustes estruturais .................................................................................................85 6.8 A Guerra da água ................................................................................................................................. 85 6.9 Corrupção ................................................................................................................................................ 86 6.10 Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID .............................................................. 86 6.11 Organização do BID ........................................................................................................................... 87 6.11.1 Clientes do BID ...................................................................................................................................... 87 6.11.2 O que financia e quais são as metas ............................................................................................. 87 6.11.3 Investidores ............................................................................................................................................. 88 6.11.4 Outras atuações do BID – Instituições acadêmicas ................................................................ 88 6.12 Avaliação e auditoria ....................................................................................................................... 91 6.13 Integridade e responsabilidade no BID ..................................................................................... 92 6.14 Salvaguardas para os cidadãos .................................................................................................... 92 6.15 ética no Grupo BID ........................................................................................................................... 93 6.16 Sistema de solução de conflitos internos ................................................................................ 93 Unidade IV 7 CONCEITOS DE PROGRAMAS E PROJETOS ............................................................................................ 97 7.1 Os diversos programas do Governo Federal .............................................................................. 98 7.2 Gestão pública para excelência ..................................................................................................... 99 7.3 Princípios e Fundamentos da Gestão Pública para Excelência .......................................... 99 7.4 Modelo de Excelência em Gestão Pública – MEGP .............................................................102 8 DEFINIçãO DE PROJETO..............................................................................................................................104 8.1 Elementos do projeto ......................................................................................................................104 8.2 Tipologia de projetos .......................................................................................................................104 8.3 Iniciação do projeto...........................................................................................................................105 8.4 Planejamento do projeto ................................................................................................................106 8.5 Execução ...............................................................................................................................................107 8.6 Monitoramento e controle .............................................................................................................108 9 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 APResentAção Este livro‑texto apresenta o conteúdo da disciplina Captação e Gerenciamento de Recursos, na qual trataremos dos aspectos fundamentais de alocação de recursos, com foco no governo e nas entidades do setor público. O objetivo é capacitar nossos alunos sobre as principais fontes de recursos internos e externos disponíveis, criando condições para a ampliação dos recursos financeiros necessários à consecução dos objetivos definidos nos Programas Governamentais, bem como para o conhecimento de Administração e Gerenciamento de Programas e Projetos Governamentais. Dentre os objetivos específicos desta disciplina, podemos apontar: como o governo capta e gerencia os recursos financeiros para os investimentos necessários ao país e o pagamento das despesas públicas; o entendimento da composição da Dívida Pública Federal, a sua classificação e a sua respectiva administração; o papel do Tesouro Nacional, Tesouro Direto, a emissão dos Títulos Públicos Federais que financiam o Governo e como atuam no Mercado Financeiro Nacional. Veremos os principais Títulos Públicos do Tesouro Nacional: Letra do Tesouro Nacional – LTN; Letra Financeira do Tesouro – LFT; Nota do Tesouro Nacional Série B – NTB‑N; Nota do Tesouro Nacional Série B Principal – NTB–N; Nota do Tesouro Nacional Série C – NTC‑C e Nota do Tesouro Nacional Série F – NTF‑F. Estudaremos também os principais bancos governamentais sob a administração do Governo Federal e os Bancos Regionais que se ocupam do desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste e seus programas diversos, de interesse econômico e social do Brasil, além do Sistema Financeiro Internacional e seus principais órgãos e bancos. IntRodução A captação e o gerenciamento de recursos podem ser compreendidos a partir da reforma bancária pela Lei 4.595/64 (BRASIL, 1964), assim como da reforma do Mercado de Capitais pela Lei 4.728/65 (BRASIL, 1965), seguindo o modelo europeu, não deixando apenas os bancos como elementos principais da manutenção e do gerenciamento de recursos financeiros. Antes mesmo de 1964 já existiam as empresas de crédito, financiamento e investimento. Com a reforma, foram criados os bancos de investimentos e as associações de poupança e empréstimo. Deste cenário resulta a evolução dos bancos governamentais. O Banco do Brasil, assim como o BNDES, já existia. Com essa reforma institucional são criados o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil, aliados às demais instituições financeiras, como Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste, que atuam como instituições importantes na condução da Política Econômica do País, gerindo os recursos necessários à administração pública federal, estadual e municipal. Algumas questões quando se trata de captação e gerenciamento de recursos: 10 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 • Como atuam as autoridades monetárias do país? • Como está estruturado o Conselho Monetário Nacional e Internacional? • Quais papéis importantes exercem os Bancos Governamentais na captação e no gerenciamento dos recursos? • Quais requisitos devem ser perseguidos para a formação e o gerenciamento dos recursos? • Os Bancos de Desenvolvimento Regionais são importantes na condução da política da redução das desigualdades sociais e regionais? Todos esses questionamentos são alvo não só da sociedade, mas também do próprio governo em qualquer esfera. Por isso, serão discutidas neste livro‑texto. Trataremos da importância do planejamento e da captação de recursos, do Planejamento Estratégico do Governo e de como é desenvolvido o planejamento governamental. Definiremos a atuação dos Bancos Governamentais e os recursos do orçamento geral da União. Por fim, abordaremos os conceitos de Programas e Projetos na Gestão Pública. 11 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Captação e GerenCiamento de reCursos Unidade I 1 A ImPoRtânCIA do PlAnejAmento 1.1 Captação e gerenciamento de recursos Quandodiscorremos sobre captação e gerenciamento de recursos, a primeira ideia associada a esse conceito é a do planejamento. O planejamento é algo inerente a nossas vidas, isto é, toda vez que praticamos uma ação, inexoravelmente o ato de pensar vem antes, com o objetivo de percebemos como a ação deve ser praticada. O termo planejamento pode ser entendido ou aplicado de diversas maneiras. Especificamente, o planejamento pode também ser associado ao termo estratégico, ou seja, àquilo que é revestido de espírito empreendedor. Dessa associação de ideias ou palavras em administração vem a definição de planejamento estratégico. é importante também definir a palavra estratégia. Do ponto de vista empresarial ou de negócios em uma economia de mercado, estratégia significa estabelecer objetivos, minimizando os fatores desfavoráveis e procurando otimizar aquilo que é mais favorável: a estratégia ou ação que deve ser praticada em qualquer tipo de organização, empresa ou em um determinado negócio. Planejamento implica analisar as variáveis tidas como relevantes ou ambientais externas e internas à empresa. Além disso, as variáveis relevantes são classificadas em não controláveis e controláveis. O planejamento estratégico tornou‑se muito importante. Existem vastas teorias a respeito de planejamento estratégico, e dez escolas de pensamento se destacam. Essas escolas foram criadas pelos autores Henry Mintzberg, Bruce Ahlstrand e Joseph Lampel. Cada uma delas apresenta uma perspectiva diferente sobre a formação das estratégias, ou seja, como devem ser formuladas as práticas gerenciais que levam as organizações ao êxito. São elas: Escola do Design, Escola do Planejamento, Escola do Posicionamento, Escola Empreendedora, Escola Cognitiva, Escola do Aprendizado, Escola do Poder, Escola Cultural, Escola Ambiental e Escola da Configuração. 12 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade I saiba mais Para mais conhecimentos sobre as Escolas do Planejamento Estratégico, consulte: MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de estratégia: um safári pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000. 1.2 dívida Pública Federal (dPF) A Dívida Pública Federal (DPF) corresponde à consolidação da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) com a Dívida Pública Federal externa (DPFe), sendo esta última composta pela Dívida Mobiliária e Contratual. A maior parte da DPF está em poder do público, mas existe uma parcela da DPMFi em poder do Banco Central. A Dívida Pública Federal (DPF) é a dívida contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do Governo Federal, nele incluído o refinanciamento da própria dívida, bem como para realizar operações com finalidades específicas definidas em lei. 1.3 Classificação da dívida Pública Federal A Dívida Pública Federal pode ser classificada de diferentes formas, sendo as principais: • Quanto à forma de endividamento Em relação à forma, o endividamento pode ocorrer por meio da emissão de títulos públicos ou pela assinatura de contratos. Quando os recursos são captados por meio da emissão de títulos públicos, a dívida daí decorrente é chamada de mobiliária. Quando a captação é feita via celebração de contratos, a dívida é classificada como contratual. Os títulos públicos federais são instrumentos financeiros de renda fixa emitidos pelo Governo Federal via oferta pública (leilão) ou diretamente ao detentor. Já os contratos são usualmente firmados com organismos multilaterais, tais como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, com agências governamentais e com bancos privados. • Quanto à moeda na qual ocorrem os fluxos de recebimento e pagamento da dívida Em relação à moeda na qual ocorrem seus fluxos de recebimento e pagamento, a Dívida Pública Federal pode ser classificada como interna ou externa. Quando os pagamentos e recebimentos são 13 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Captação e GerenCiamento de reCursos realizados na moeda corrente em circulação no país, no caso brasileiro, o real, a dívida é chamada de interna. Por sua vez, quando tais fluxos financeiros ocorrem em moeda estrangeira, usualmente o dólar norte‑americano, a dívida é classificada como externa. 1.4 Administração da dívida Pública Federal Atualmente, toda a Dívida Pública Federal em circulação no mercado nacional é paga em real e captada por meio da emissão de títulos públicos, sendo por essa razão definida como Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi). Já a Dívida Pública Federal existente no mercado internacional é paga em outras moedas que não o real e tem sido captada tanto por meio da emissão de títulos quanto por contratos, sendo por isso definida como Dívida Pública Federal externa (DPFe). 1.5 tesouro nacional O Tesouro Nacional é o órgão público responsável pelo gerenciamento da dívida pública do Brasil. Com esse objetivo, o Tesouro Nacional capta recursos do mercado financeiro por meio da emissão primária de títulos para execução e financiamento das dívidas internas do governo. Para popularizar e democratizar o investimento em títulos públicos federais, o Tesouro Nacional desenvolveu, em 2002, em parceria com a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), o Tesouro Direto – um programa que permite a compra e a venda de títulos públicos por investidores pessoas físicas diretamente pela internet. 1.6 tesouro direto Tesouro Direto é uma ferramenta desenvolvida pelo Tesouro Nacional, em parceria com a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), que permite ao investidor pessoa física comprar e vender títulos emitidos pelo Governo Federal diretamente através da internet. Trata‑se de um investimento em renda fixa de baixo risco, para aquele investidor que busca tranquilidade e segurança. 1.7 títulos Públicos Federais Os títulos públicos são considerados os ativos de menor risco da economia de um país, pois são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional. O Brasil possui excelente reputação de emissor, uma vez que seus títulos detêm Grau de Investimento pelas três principais agências de classificação de risco: Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch. O Governo Federal emite esses títulos com a finalidade de captar recursos para financiar a dívida pública brasileira e garantir investimentos em áreas como educação, saúde e infraestrutura. Em troca, compromete‑se a devolver o valor aplicado acrescido de um valor adicional, que varia de acordo com o indexador definido no ato da compra: taxa básica de juros (Selic), índice de inflação (IGP‑M ou IPCA), taxa de câmbio ou taxa de juros fixa preestabelecida. 14 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade I 1.8 títulos Públicos do tesouro nacional O Tesouro Nacional emite diversos tipos de títulos para captação de recursos no mercado financeiro. A sua remuneração é o recebimento dos juros, e o valor principal varia de acordo com a expectativa do investidor. O investidor pode optar por aplicações cuja indexação seja pré‑fixada ou pós‑fixada pela taxa básica de juros Selic ou pelos índices IGP‑M ou IPCA, assim como o recebimento dos juros pode ser diário, semestral ou ocorrer junto com o vencimento do valor principal aplicado. lembrete O Tesouro Nacional é um órgão importante na administração e na captação dos recursos no Mercado Financeiro. Vejamos a seguir quais são os principais títulos. 1.8.1 Letras do Tesouro Nacional – LTN As Letras do Tesouro Nacional são títulos com rentabilidade definida (taxa fixa) no momento da compra. Por setratar de um título pré‑fixado, o investidor sabe exatamente a rentabilidade a ser recebida até a data de vencimento. O pagamento do principal e dos juros é realizado em uma única parcela, na data de vencimento do título. As Letras do Tesouro Nacional são indicadas para o investidor que acredita que a taxa de juros pré‑fixada será maior que a taxa básica de juros (Selic) ou que a taxa de inflação (IGP‑M ou IPCA). 1.8.2 Letras Financeiras do Tesouro – LFT As Letras Financeiras do Tesouro são títulos com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros básica da economia (taxa média das operações diárias com títulos públicos registrados no sistema Selic). Por se tratar de um título pós‑fixado, a rentabilidade a ser recebida pelo investidor variará até a data de vencimento. O pagamento do principal e dos juros é realizado em uma única parcela, na data de vencimento do título. As Letras Financeiras do Tesouro são indicadas para o investidor que deseja uma rentabilidade pós‑fixada indexada à variação da taxa de juros básica da economia (Selic) (LETRA..., [s.d.]). Leia o texto a seguir. Letra[s] Financeira[s] do Tesouro (LFT) As Letras Financeiras do Tesouro (LFT) são títulos com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros básica da economia (taxa média das operações diárias com títulos públicos registrados no sistema Selic). Por se tratar de um título pós‑fixado, a rentabilidade a ser recebida pelo investidor variará até a data de vencimento. 15 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Captação e GerenCiamento de reCursos O pagamento do principal e dos juros é realizado em uma única parcela, na data de vencimento do título. As Letras Financeiras do Tesouro são indicadas para o investidor que deseja uma rentabilidade pós‑fixada indexada à variação da taxa de juros básica da economia (Selic). Características: • indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós‑fixada indexada à taxa de juros da economia (taxa Selic); • fluxo simples: uma aplicação e um resgate. Fonte: Letra... ([s.d.]). 1.8.3 Notas do Tesouro Nacional Série B – NTN-B As Notas do Tesouro Nacional Série B são títulos com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra. Por se tratar de um título pós‑fixado, a rentabilidade a ser recebida pelo investidor variará até a data de vencimento. O pagamento do principal é realizado em uma única parcela, na data de vencimento do título, porém o pagamento dos juros ocorre em fluxos periódicos, sob a forma de cupons semestrais. As Notas do Tesouro Nacional Série B são indicadas para o investidor que deseja obter uma rentabilidade pós‑fixada periódica indexada à variação do principal indicador inflacionário do Brasil (IPCA). 1.8.4 Notas do Tesouro Nacional Série B Principal – NTN-B Principal As Notas do Tesouro Nacional Série B Principal são títulos com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescidas de juros definidos no momento da compra. Por se tratar de um título pós‑fixado, a rentabilidade a ser recebida pelo investidor variará até a data de vencimento. O pagamento do principal e dos juros é realizado em uma única parcela, na data de vencimento do título. As Notas do Tesouro Nacional Série B Principal são indicadas para o investidor que deseja obter uma rentabilidade pós‑fixada indexada à variação do principal indicador inflacionário do Brasil (IPCA). 1.8.5 Notas do Tesouro Nacional Série C – NTN-C As Notas do Tesouro Nacional Série C são títulos com rentabilidade vinculada à variação do IGP‑M, acrescida de juros definidos no momento da compra. Por se tratar de um título pós‑fixado, a rentabilidade a ser recebida pelo investidor variará até a data de vencimento. O pagamento do principal é realizado em uma única parcela, na data de vencimento do título, porém o pagamento dos juros ocorre em fluxos periódicos, sob a forma de cupons semestrais. As Notas do Tesouro Nacional Série C são indicadas para o investidor que deseja obter uma rentabilidade pós‑fixada periódica indexada à variação do principal índice de reajuste de contratos de aluguel e de serviços do Brasil (IGP‑M). 16 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade I lembrete Os diversos tipos de títulos emitidos pelo Tesouro Nacional permitem que o investidor decida aplicar seus recursos e remunerações pré‑fixadas ou pós‑fixadas. 1.8.6 Notas do Tesouro Nacional Série F – NTN-F As Notas do Tesouro Nacional Série F são títulos com rentabilidade definida (taxa fixa) no momento da compra. Por se tratar de um título pré‑fixado, o investidor sabe exatamente a rentabilidade a ser recebida até a data de vencimento. O pagamento do principal é realizado em uma única parcela, na data de vencimento do título, porém o pagamento dos juros ocorre em fluxos periódicos, sob a forma de cupons semestrais. As Notas do Tesouro Nacional Série F são indicadas para o investidor que deseja receber uma remuneração pré‑fixada periódica e que acredita que a taxa de juros pré‑fixada será maior que a taxa básica de juros (Selic) ou que a taxa de inflação (IGP‑M ou IPCA). observação é importante o investidor decidir qual o tipo de aplicação mais interessante do ponto de vista de caixa, o que implica a decisão de comprar títulos com taxas pré‑fixadas ou pós‑fixadas. A taxa pré‑ fixada já determina qual será o seu rendimento, enquanto na pós‑ fixada o rendimento somente será conhecido no vencimento do título. Dependendo do comportamento da inflação, será possível ter um retorno além ou aquém de suas expectativas financeiras. 2 PlAnejAmento estRAtéGICo GoveRnAmentAl O planejamento governamental é muito amplo, pois deve ser elaborado por todos os entes que formam a administração pública federal, estadual e municipal. Sabemos que a administração pública está dividida entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, com exceção das esferas municipais, que não possuem Poder Judiciário. Todos os poderes e seus entes devem fazer o planejamento estratégico. Inclusive, a Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, em seu artigo 2º, define: “Art. 2°. O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal tem por finalidade: I ‑ formular o planejamento estratégico nacional” (BRASIL, 2001). 17 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Captação e GerenCiamento de reCursos 2.1 Fundamentos legais do planejamento estratégico governamental 2.1.1 A Constituição Federal A partir da Constituição de 1988 é que tomou impulso a atividade de planejamento governamental. Conforme o artigo 165, por meio de leis próprias, de iniciativa do Poder Executivo, serão estabelecidos o Plano Plurianual – PPA, as diretrizes orçamentárias (definidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO) e os orçamentos anuais. No ano 2000, foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que introduziu novos conteúdos na Lei de Diretrizes Orçamentárias. 2.1.2 O conteúdo básico do Plano Plurianual O conteúdo básico do Plano Plurianual é o seguinte (CF, art.165, parágrafo 1º): “A Lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes, e para os programas de duração continuada” (BRASIL, 1988). 2.1.3 O Plano Plurianual – PPA O Projeto de Lei é enviado pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, até 31 de agosto do primeiro ano de seu mandato, sendo devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa de 15 de dezembro. O Plano Plurianual – PPA vigorará por4 anos, a partir do segundo ano do mandato presidencial até o final do primeiro ano do mandato presidencial subsequente. Características gerais do PPA: • Ordena as ações do governo para atingir os objetivos e as metas fixadas para um determinado período de tempo. • A Lei que o institui deverá estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública, tanto para as despesas de capital e outras decorrentes quanto para as relativas aos programas de duração continuada (BRASIL, 1988). 2.1.4 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO A Lei de Diretrizes Orçamentárias é enviada anualmente pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, até o dia 15 de abril, e devolvida para sanção presidencial até o dia 30 de junho, sem a qual o Congresso Nacional está impedido de iniciar o seu recesso de julho. Essa lei compreende as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício subsequente, orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual – LOA, dispõe sobre as alterações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 18 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade I observação O termo fomento significa impulsionar para o progresso. Assim, foram criadas instituições com objetivos próprios para atenderem às diversas áreas sociais do País. Entre elas, estão o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, responsável pela política de investimento a longo prazo; o Banco do Brasil, que atua como principal executor da política rural e como principal agente financeiro do país; e a Caixa Econômica Federal, que administra o Fundo de Garantia, é banco para o trabalhador do país e responsável pela política de saneamento básico. Características principais da LDO: • Com a LDO, o Poder Legislativo amplia a sua participação nas definições das prioridades governamentais. A LDO cumpre, também, a função de elo entre o planejamento de médio e longo prazo do PPA e o de curto prazo e do orçamento anual. • Tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais, que são compreendidos como orçamento fiscal, de investimento e da seguridade social, de modo a adequá‑los às diretrizes e às metas da Administração Pública. Compreende as metas e prioridades da Administração Pública Federal, incluindo as despesas de capital para o Exercício Financeiro subsequente. • Orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual – LOA, disporá sobre alterações na Legislação Tributária e estabelecerá a política de aplicação das Agências Financeiras de Fomento, de acordo com o art. 165, parágrafo 2º, da Constituição Federal. Disporá sobre autorizações para o aumento do gasto ou a contratação de pessoal da administração direta e indireta (BRASIL, 1988). 2.1.5 Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF A Lei de Responsabilidade Fiscal (BRASIL, 2000b) foi criada para atender aos preceitos constitucionais, amparados pelo Capítulo II, Título VI da Constituição Federal. O objetivo principal da lei foi introduzir na Administração Pública normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade da gestão fiscal, isto é, administrar os gastos públicos, tendo em vista o atingimento das metas estabelecidas nos diversos planos governamentais e evitando desvios que pudessem resultar em desequilíbrio das contas públicas. Seus elementos principais são: • equilíbrio entre receitas e despesas; • critérios de limitação de empenho das despesas, quando as metas de resultado primário não forem atendidas, quer pela realização das receitas em montante inferior às previsões, quer pela 19 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Captação e GerenCiamento de reCursos realização de despesas em montantes superiores à arrecadação, e quando a dívida consolidada de determinado ente exceder seu respectivo limite. 2.1.5.1 Resultado primário Procura medir o comportamento fiscal do governo no período, representando a diferença entre a arrecadação de impostos, taxas, contribuições e outras receitas inerentes à função arrecadadora do Estado, excluindo‑se as receitas de aplicações financeiras, as despesas orçamentárias do governo no período, as despesas com amortização, juros e encargos da dívida, bem como as despesas com concessão de empréstimos. Em síntese, avalia se o governo está ou não vivendo dentro de seus limites orçamentários, ou seja, contribuindo para a redução ou a elevação do endividamento do setor público. 2.1.5.2 Resultado nominal Para a apuração do resultado nominal, devem‑se acrescentar ao resultado primário os valores pagos e recebidos de juros nominais junto ao sistema financeiro, ao setor privado não financeiro e ao resto do mundo. Assim, esse resultado indica, efetivamente, o montante de recursos que o setor público necessitou captar junto ao sistema financeiro, ao setor privado e ao resto do mundo para a realização de suas despesas orçamentárias. Exemplo: Tabela 1 Receitas Despesas Tributária 3.000.000 Correntes 2.000.000 Aplicações Financeiras 600.000 Juros da Dívida 350.000 Operações de Crédito 500.000 Capital 500.000 Alienação de Bens 100.000 Amortização da Dívida 700.000 Total 4.200.000 Total 3.550.000 Resultado nominal: 4.200.000 (‑) 3.550.000 = 650.000 Resultado primário: 3.000.000 (‑) 2.500.000 = 500.000 Limitação de empenho: • ocorrerá quando, ao final de um bimestre, se verificar que a realização das receitas não é compatível com o cumprimento das metas do resultado primário ou nominal; • enquanto perdurar o excesso, em relação aos limites da dívida consolidada de um ente da Federação. 20 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade I O ente da Federação ficará dispensado do atingimento das metas fiscais e da limitação de empenho na ocorrência de calamidade pública devidamente reconhecida. A Receita de Capital – Alienação de bens e direitos não poderá ser utilizada para realização de despesas correntes. Exceção é feita quando a destinação desses recursos para os regimes de previdência social é própria dos servidores públicos. 2.1.5.3 Fixação dos limites de despesas com pessoal As despesas com pessoal estão limitadas a 50% (para a União) e 60% (para os Estados e Municípios) da Receita Corrente Líquida. Tabela 2 - Limites das despesas com pessoal União 50% 2,5% Poder Legislativo, incluindo o TCU 6% Poder Judiciário 9,6% Ministério Público 40,9% Poder Executivo Estados 60% 3% Poder Legislativo, incluindo o TCE 6% Poder Judiciário 2% Ministério Público 49% Poder Executivo Municípios 60% 6% Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas 54% Poder Executivo 2.1.5.4 Limite prudencial Conceito relacionado quando a despesa com pessoal exceder 95% do limite. Caso isso ocorra, estarão proibidos: • concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo se derivados de sentença judicial ou determinação legal ou contratual; • criação de cargo; • alteração na estrutura de carreira que implique aumento de despesa; • contratação de horas extras; 21 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Captação e GerenCiamento de reCursos Além disso, ultrapassado o limite, devem ser tomadas as seguintes providências: • reduzir em 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança; • exonerar servidores não estáveis; • exonerar os servidores estáveisquando as duas medidas anteriores não forem suficientes. 2.1.5.5 Dívida e endividamento Dívida fundada ou consolidada é o montante total, apurado, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização das operações de créditos em prazo superior a 12 meses. A dívida pública mobiliária é representada por títulos emitidos pela União, inclusive o Banco Central, Estados e Municípios. As operações de crédito são compromissos financeiros assumidos em razão de mútuo acordo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas. A concessão de garantia é o compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumido por ente da federação ou entidade a ele vinculada. Já o refinanciamento da dívida mobiliária é a emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária. Os limites de endividamento estabelecidos pelo Senado Federal são 200% da Receita Corrente Líquida do Estado e 120% da Receita Corrente Líquida do Município. 2.1.5.6 Anexo de metas fiscais O ente deve elaborar o Anexo de Metas Fiscais, que integrará o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, em atendimento ao disposto no art. 4º, § 1º, da Lei Complementar nº 101 (BRASIL, 2000b). O Anexo de Metas Fiscais deverá ser elaborado de acordo com o § 2º, art. 1°, da LRF, pelo Poder Executivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo tanto o Poder Executivo quanto os Poderes Legislativo e Judiciário. O Anexo de Metas Fiscais abrangerá os órgãos da administração direta dos Poderes e as entidades da administração indireta, constituídas por autarquias, fundações, fundos especiais, empresas públicas e sociedades de economia mista que recebem recursos do Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, inclusive sob a forma de subvenções para pagamento de pessoal e custeio, ou de auxílios para pagamento de despesas de capital, excluídas, neste caso, aquelas empresas lucrativas que recebam recursos para aumento de capital. Na elaboração desse Anexo da LDO, deverão ser observados os critérios e as medidas, a fim de se estabelecer padrões mínimos das informações que irão constar no referido anexo. 22 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade I A LRF determina que no Anexo de Metas Fiscais serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. Conterá: • avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; • demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando‑as com as fixadas nos três exercícios anteriores e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional; • evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos; • avaliação da situação financeira e atuarial: — dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT; — dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial; • demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. A fim de dar cumprimento ao preceito da LRF, o Anexo de Metas Fiscais deve ser composto pelos seguintes demonstrativos: • Demonstrativo I – Metas anuais; • Demonstrativo II – Avaliação do cumprimento das metas fiscais do exercício anterior; • Demonstrativo III – Metas fiscais atuais comparadas com as metas fiscais fixadas nos três exercícios anteriores; • Demonstrativo IV – Evolução do patrimônio líquido; • Demonstrativo V – Origem e aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos; • Demonstrativo VI – Avaliação da situação financeira e atuarial do Regime Próprio de Previdência Social – RPPS; • Demonstrativo VII – Estimativa e compensação da renúncia de receita; • Demonstrativo VIII – Margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. 23 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Captação e GerenCiamento de reCursos 2.2 Planejamento governamental O planejamento é uma atividade imprescindível em todas as áreas de atuação. Todas as atividades empresariais, não empresariais e governamentais devem possuir metas e objetivos. Como exemplo de planejamento na área governamental, podemos citar a manutenção e a melhoria do bem‑estar econômico e social do País. Dentre os diversos instrumentos de planejamento que o governo possui, um dos principais é o Plano Plurianual – PPA, instrumento previsto no art. 165 da Constituição Federal, com o objetivo de organizar todas as ações públicas, cumprindo o atendimento de todas as necessidades do País. Em outras palavras, quais são os macro‑objetivos que norteiam a administração pública? Por meio do PPA, a sociedade também exerce um maior controle das ações perpetradas pelo governo. O PPA teve também como objetivo resgatar o sentido do planejamento governamental. Foi uma ação inovadora pela concepção e criação do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, do Bolsa Família, do Programa de Apoio à Gestão Escolar – PDE, do Minha Casa Minha Vida, dentre outros. Sendo o planejamento uma atividade importante na composição da administração direta do País, temos o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, cujas atribuições principais são: • participação na formulação do planejamento estratégico nacional, isto é, todos os demais órgãos da administração pública direta e indireta devem elaborar o seu planejamento estratégico; o papel do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão é acompanhar e orientar a formulação dos diversos planos elaborados por cada um desses órgãos; • avaliação dos impactos socioeconômicos das políticas e programas do Governo Federal e elaboração de estudos especiais para a reformulação de políticas. Como exemplo, criação de hidrelétricas, desvios naturais de cursos de rios, o sediamento da Copa e das Olimpíadas no Brasil e seus impactos sociais e econômicos em termos ambientais, turísticos, de emprego, dentre outros; • realização de estudos e pesquisas para acompanhamento da conjuntura socioeconômica e gestão dos sistemas cartográficos e estatísticos nacionais; • manutenção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, órgão subordinado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e um dos principais provedores de dados e informações, que permitem à sociedade e ao governo o acompanhamento dos sistemas de informações estatísticas e cartográficas do país; • elaboração, acompanhamento e avaliação do plano plurianual de investimentos e dos orçamentos anuais; quando o governo libera recursos financeiros para os inúmeros programas governamentais, por exemplo, o de prevenção a enchentes, cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão o acompanhamento da liberação e da aplicação desses recursos; 24 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade I • viabilização de novas fontes de recursos para os planos de governo que devem ser entendidos também como recursos oriundos do capital humano, e não necessariamente apenas recursos financeiros; por exemplo, cabe ao Ministériodo Planejamento, Orçamento e Gestão autorizar os concursos públicos da administração pública direta e indireta, assim como acompanhar as diversas peças orçamentárias, verbas autorizadas versus aplicadas, convênios assinados com os diversos segmentos da sociedade; • coordenação da gestão de parcerias público‑privadas, definidas pela Lei 11.079/04 (BRASIL, 2004) como uma modalidade de concessão patrocinada ou administrada; a modalidade patrocinada é aquela aplicável a obras e serviços nos quais ocorre a cobrança de tarifas aos usuários, enquanto a modalidade administrada é aquela em que a administração pública é a própria usuária dos serviços; • formulação de diretrizes, articulação e coordenação institucional das negociações, acompanhamento e avaliação dos financiamentos externos de projetos públicos com organismos multilaterais e agências governamentais; • administração patrimonial, que se refere ao cuidar de todos os bens patrimoniais utilizados pela administração direta e indireta (exemplos: bens móveis e imóveis e softwares utilizados nos diversos serviços do governo). observação O planejamento se destaca entre as diversas funções administrativas como elemento importante na minimização dos fatores desfavoráveis ao atingimento dos objetivos pretendidos. 2.2.1 Estrutura organizacional do Ministério do Planejamento Atualmente, a estrutura do Ministério é definida pelo Decreto nº 7.799, de 12 de setembro de 2012 (BRASIL, 2012). A estrutura organizacional do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão é composta de diversos órgãos divididos em órgãos de assistência direta e imediata ao Estado e órgãos específicos constituídos por secretarias e órgãos colegiados. A seguir, alguns exemplos dos órgãos de assistência direta e imediata ao ministro do Estado e suas metas principais: • Diretoria de Administração – meta: melhorar a gestão dos recursos do Ministério; • Diretoria de Planejamento e Gestão – meta: melhorar a gestão dos recursos do Ministério; 25 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Captação e GerenCiamento de reCursos • Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais –meta: manifestar‑se sobre pleitos de interesse das empresas estatais; • Departamento de Órgãos Extintos – meta: gerir os processos relacionados à extinção de órgãos e entidades da administração federal direta, autárquica e fundacional; • Diretoria de Tecnologia da Informação – meta: promover o aperfeiçoamento da governança de Tecnologia da Informação e Comunicação; • Assessoria Econômica – meta: elaborar estudos, notas e pareceres sobre investimentos públicos e conjuntura econômica; • Consultoria Jurídica – meta: assegurar a legalidade administrativa dos atos praticados pelo Ministro de Estado e pelas demais autoridades, seguindo a orientação da Advocacia Geral da União. 2.2.1.1 Órgãos específicos formados por diversas secretarias Destacamos a Secretaria do Orçamento Federal, cuja meta principal é a continuada melhoria da gestão do processo orçamentário da União. Além da Secretaria do Orçamento Federal, as seguintes secretarias fazem parte da estrutura organizacional do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: • Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos; • Secretaria de Assuntos Internacionais; • Secretaria de Gestão Pública; • Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação; • Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público; • Secretaria do Patrimônio da União; • Secretaria do Programa de Aceleração do Crescimento. Os órgãos colegiados são constituídos pelas diversas comissões, desempenhando papéis específicos. As principais comissões são: • Comissão de Financiamentos Externos – Cofiex (Decreto nº 3.502, de 12 de junho de 2000) (BRASIL, 2000a) – a atividade principal é a análise dos pedidos de recursos externos solicitados no âmbito dos governos federal, estadual e municipal. 26 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade I • Comissão Nacional de Cartografia – Concar (Decreto de 1º de agosto de 2008) (BRASIL, 2008) – a atividade principal é promover o planejamento da gestão territorial nos três níveis de governo. A Concar retoma seus trabalhos com a disposição de desempenhar papel central na promoção dos meios para atender às novas demandas, incorporar capacidades e tecnologias, bem como promover a qualidade e a integração dos serviços e produtos cartográficos nos níveis federal, estadual e municipal. • Comissão Nacional de População e Desenvolvimento – CNPD (Decreto nº 8.009, de 15 de maio de 2013). Ainda existem outros grupos de trabalhos com atuações específicas, destacando‑se o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e outros importantes órgãos, como: • Comitê Gestor do Programa de Aceleração do Crescimento – CGPAC; • Grupo Executivo do Programa de Aceleração do Crescimento – Gepac; • Comissão Gestora do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse – Siconv; • Comitê Gestor do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – Gespública; • Comissão Interministerial de Governança Corporativa de Administração e Participação Societárias da União – CGPAR; • Entidades Vinculadas: Fundação Escola Nacional de Administração Pública – ENAP e Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 2.2.2 Visão estratégica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão A visão estratégica é uma tentativa de antever o futuro, planejando os recursos necessários, sua consequente aplicação e, o mais importante, se os resultados planejados serão atingidos. Para o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a visão estratégica situa‑se no planejamento e na coordenação da administração pública, verificando se as políticas públicas adotadas são sustentáveis, de tal maneira que os resultados atingidos possam atender às necessidades do cidadão. 2.2.3 Objetivos estratégicos Os objetivos estratégicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão estão definidos em quatro macro‑objetivos: 1 – Impactos à sociedade, cujas preocupações principais nesta etapa são: • melhoria do funcionamento do Estado, procurando também a otimização dos recursos; • ampliação da oferta de serviços públicos de qualidade; 27 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Captação e GerenCiamento de reCursos • integração das ações do planejamento, promovendo uma maior cooperação entre os governos federal, estadual e municipal; • desenvolvimento acelerado e sustentável dos diversos setores do país, principalmente aqueles de infraestrutura amparados pelo Planejamento Acelerado do Crescimento – PAC, que envolve a execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética. 2 – Resultados institucionais, que envolvem diversas premissas, dentre elas: • fortalecimento e integração das funções de planejamento, orçamento, execução, avaliação e controle das políticas públicas; • modernização da gestão pública, melhoria da capacidade de gerenciamento do Estado; • melhoria dos marcos legais dos processos de trabalho da tecnologia da informação e dos demais sistemas; • aperfeiçoamento da gestão das pessoas na administração pública orientada por competências; • melhoria das relações de trabalho. 3 – Processos internos, que envolvem diversos subobjetivos, dos quais destacamos os seguintes: • atuar na formulação do planejamento estratégico nacional e no aperfeiçoamento das políticas públicas; • coordenar e viabilizar a execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética;• ampliar a sustentabilidade nas compras e contratações visando fortalecer as políticas públicas e aumentar a capacidade do poder de compra do Estado. 4 – Ações de sustentação, que objetivam: • aprimorar a revisão de custos e a alocação de recursos; • adaptar as melhores práticas de gestão e governança; • modernizar e racionalizar sistemas; • aperfeiçoar a gestão das informações e de conhecimento e os mecanismos de comunicações e transparência; • desenvolver a cultura institucional voltada à excelência e ao alto nível de satisfação dos públicos interno e externo. 28 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade I saiba mais Para mais conhecimentos sobre os macro‑objetivos, consulte Planejamento Estratégico, do Ministério do Planejamento: <http://www.planejamento.gov.br/secretarias/>. 2.3 sistema Financeiro nacional 2.3.1 Conselho Monetário Nacional O Conselho Monetário Nacional faz parte do Sistema Financeiro Nacional, e seus principais representantes são o Ministro da Fazenda, o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco Central. O papel principal do Conselho Monetário Nacional é fixar as diretrizes das políticas monetária, de crédito e cambial do País. Subordinada ao Conselho Monetário Nacional está a Comissão Técnica de Moeda e Crédito, cujas funções executivas são cumpridas pelos seguintes órgãos: • Banco Central, que faz a emissão da moeda, a fiscalização das instituições financeiras e o controle cambial; • Comissão de Valores Mobiliários – CVM, que fiscaliza a emissão de ações e debêntures e faz a auditoria das companhias abertas; • Banco do Brasil, que atua como principal executor da política rural e como principal agente financeiro do país; • Caixa Econômica Federal, que é responsável pela política de saneamento básico do País, administra o Fundo de Garantia e é o banco para o trabalhador do Brasil; • Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que é responsável pela política de investimento a longo prazo; • Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional – CRSFN, que é constituído de oito conselheiros, subordinados ao Ministério da Fazenda, para julgar em segunda e última instância os recursos e interpostos das decisões relativas à aplicação de penalidades administrativas pelo Banco Central e pelo CVM. Os conselheiros se distribuem da seguinte forma: • um representante do Ministério da Fazenda; 29 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Captação e GerenCiamento de reCursos • um representante do Banco Central; • um representante da Caixa Econômica Federal; • um representante da Comissão de Valores Mobiliários – CVM; • quatro representantes das entidades de classe, dos mercados financeiro e de capitais, por elas indicados por lista tríplice, por solicitação do Ministro da Fazenda. Junto ao Conselho atua um Procurador da Fazenda Nacional, designado pelo Procurador‑Geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância de leis, decretos, regulamentos e demais atos administrativos. O sistema financeiro nacional se ocupa do mercado monetário, que envolve as operações de curto e curtíssimo prazo, proporcionando um controle ágil e rápido da liquidez da economia e da taxa de juros básica pretendida pela política econômica das autoridades monetárias. Nesse mercado são negociados, principalmente, os papéis emitidos pelo Banco Central e pelo Tesouro Nacional, com o objetivo de financiar o orçamento público. São exemplos de papéis: Letras do Tesouro Nacional – LTN; Notas do Tesouro Nacional – NTN; Certificados de Depósitos Interfinanceiros – CDI (exclusivos de instituições financeiras) e Certificados de Depósito Bancário e Debêntures – CDB. Todos esses papéis são controlados e custodiados por dois grandes sistemas, denominados Selic e Cetip. O Sistema de Custódia e Liquidação de Títulos – Selic foi desenvolvido pelo Banco Central e pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto – Andima, operando com títulos públicos de emissão do Bacen e do Tesouro Nacional (compra e venda de títulos). A Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados – Cetip passou a funcionar em 1986 como um sistema semelhante ao Selic, mas abrigando títulos privados como CDB, RDB Debêntures, CDI etc. O sistema financeiro nacional também se ocupa do mercado de crédito, que visa fundamentalmente suprir as necessidades de caixa de curto e médio prazos tanto das pessoas físicas quanto das pessoas jurídicas. As principais operações de crédito são: • desconto bancário de títulos (duplicatas); • contas garantidas, limite de crédito comum concedido pelas instituições bancárias; • créditos rotativos – financiamentos de capital de giro; 30 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade I • empréstimos de capital de giro e de pagamentos de tributos; • operações de vendor (operações de crédito em que a instituição bancária paga à vista ao vendedor, cobrando os respectivos encargos financeiros, e a responsabilidade de pagar a dívida ou o título é do comprador); • Resolução 63 – Empréstimos, repasse em moeda estrangeira; • Crédito Direto ao Consumidor – CDC (geralmente o bem fica alienado); • Adiantamento de Crédito de Câmbio – ACC (Financiamento da produção); • Adiantamento sobre Cambiais Entregues – ACE (o exportador solicita o adiantamento após o embarque da mercadoria); Outro mercado do qual se ocupa o sistema financeiro é o mercado de capitais, voltado ao financiamento de capital de giro e fixo das empresas. Ele é estruturado ou constituído basicamente pelas seguintes instituições: • instituições financeiras não bancárias que não apresentam capacidade de emitir moeda ou meios de pagamento. Por exemplo: os bancos de investimentos que atuam como agentes financiadores de operações de subscrição pública de ações, debêntures, leaseback etc.; os bancos de desenvolvimento regional (de âmbito estadual), que visam ao desenvolvimento econômico e social da região onde atuam; as Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (financeiras); as Sociedades de Arrendamento Mercantil (leasing); • instituições voltadas ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos, cujos recursos se originam das cadernetas de poupança e FGTS; dentre essas instituições, destacam‑se as Caixas Econômicas; • instituições auxiliares, representadas pelas Bolsas de Valores, que se organizam como sociedades civis sem fins lucrativos, através de títulos patrimoniais adquiridos pelas sociedades corretoras, que fazem intermediações financeiras nos pregões das bolsas de valores. Como intermediárias auxiliares existem ainda as sociedades distribuidoras, que fazem intermediação nas negociações de títulos e valores mobiliários das empresas, cujos objetivos básicos se assemelham aos das corretoras de títulos; • as sociedades de fomento comercial – factoring, que são sociedades comerciais não financeiras que operam nas aquisições de duplicatas, cheques etc., de forma similar a uma operação de desconto bancário. Nesse contexto, destacam‑se as ações, debêntures e opções sobre ações, que são de emissão das sociedades anônimas: • as ações constituem a menor parcela (fração) do Capital Social de uma Sociedade Anônima; 31 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Captação e GerenCiamento de reCursos • as ações, quanto ao valor, podem ser emitidas com e sem valor nominal;• as ações, quanto à natureza dos direitos e vantagens, podem ser de três espécies: ordinária, preferencial e de gozo ou fruição; • as vantagens dos investidores em ações são dividendos, bonificação, valorização e direito de subscrição; • as debêntures são títulos de crédito emitidos pelas sociedades anônimas, tendo por garantia seus ativos; • os direitos e as remunerações oferecidas pelas debêntures são os juros, a participação nos lucros e os prêmios de reembolso; Por fim, o mercado cambial é o segmento do mercado financeiro em que ocorrem operações de compras e vendas de moedas internacionais conversíveis de moeda nacional para estrangeira e vice‑versa. 2.4 ministério do Planejamento, orçamento e Gestão 2.4.1 História Até 1956 existia apenas, e de forma muito tímida, o Conselho de Desenvolvimento, responsável pelo planejamento da política econômica. Com a evolução do planejamento, há muito tempo praticado pela iniciativa privada, o Governo Federal, em 1962, passa a dar importância à atividade de planejamento governamental. Foi criado o Ministério Extraordinário, que ficou responsável pela atividade de planejamento. Celso Furtado foi escolhido como o primeiro ministro do planejamento. A partir de 1967, o título é alterado para Ministério do Planejamento e Coordenação‑Geral. Em 1º de maio de 1974, por meio da Lei nº 6.036 (BRASIL, 1974), o Planejamento deixa de ser Ministério e passa a ser uma Secretaria, a Seplan. Com status de Ministério e ligada à Presidência da República, a Seplan se tornaria, pelo comando de seus ministros no período, o centro das decisões econômicas do país. Nos anos 1980, com o descontrole da inflação e altas taxas inflacionárias, a política econômica passa a ser administrada pela Secretaria de Abastecimento e Preços – SEAP, o Conselho Interministerial de Preços – CIP, a Superintendência Nacional de Abastecimento – Sunab e a Secretaria Central de Controle Interno – Secin. Em razão da importância que a atividade de planejamento ensejava, e após uma série de políticas na condução da economia do país, finalmente, no Governo Fernando Henrique, em 1999, a secretaria volta a ser o Ministério do Planejamento e Orçamento. Nesse mesmo ano, passa a ser denominado Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. 32 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade I 2.4.2 Estrutura e Competências O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (BRASIL, [s.d.]d) tem como área de competência os seguintes assuntos: I – participação na formulação do planejamento estratégico nacional; II – avaliação dos impactos socioeconômicos das políticas e programas do Governo Federal e elaboração de estudos especiais para a reformulação de políticas; III – realização de estudos e pesquisas para acompanhamento da conjuntura socioeconômica e gestão dos sistemas cartográficos e estatísticos nacionais; IV – elaboração, acompanhamento e avaliação das leis de iniciativa do Poder Executivo federal previstas no art. 165 da Constituição (BRASIL, 1988); V – viabilização de novas fontes de recursos para os planos de governo; VI – coordenação da gestão de parcerias público‑privadas; VII – formulação de diretrizes, coordenação das negociações, acompanhamento e avaliação dos financiamentos externos de projetos públicos com organismos multilaterais e agências governamentais; VIII – coordenação e gestão dos sistemas de planejamento e orçamento federal, de pessoal civil, de administração de recursos da informação e informática e de serviços gerais, bem como das ações de organização e modernização administrativa do Governo Federal; IX – formulação de diretrizes, coordenação e definição de critérios de governança corporativa das empresas estatais federais; X – administração patrimonial; e XI – política e diretrizes para modernização da administração pública federal. A estrutura do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão foi definida pelo Decreto nº 8.189, de 21 de janeiro de 2014 (BRASIL, 2014). Órgãos de assistência direta e imediata ao Ministro do Estado: • Gabinete; • Secretaria‑Executiva; • Diretoria de Planejamento e Gestão; 33 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Captação e GerenCiamento de reCursos • Diretoria de Administração; • Diretoria de Tecnologia da Informação; • Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais; • Departamento de Órgãos Extintos; • Consultoria Jurídica; • Assessoria Econômica; • Assessoria Especial para Modernização da Gestão. Órgãos específicos singulares – Secretarias: • Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos; • Secretaria de Orçamento Federal; • Secretaria de Assuntos Internacionais; • Secretaria de Gestão Pública; • Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação; • Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público; • Secretaria do Patrimônio da União; • Secretaria do Programa de Aceleração do Crescimento. 2.4.3 O papel das secretarias na estrutura organizacional do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Dentre as diversas secretarias que constituem o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, destacaremos duas importantes. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos é a responsável pela elaboração do Plano Plurianual – PPA, cujo propósito principal é expandir e assegurar os direitos individuais e sociais, reduzir as desigualdades, combater a pobreza, dentre outros propósitos. 34 GP UB - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 4/ 07 /2 01 5 // 2 ª R ev isã o: Ju lia na - C or re çã o: M ár ci o - 31 /0 7/ 20 15 Unidade I Além disso, o PPA é um instrumento obrigatório para a administração pública, pela importância dos investimentos que são efetuados pela iniciativa privada, possibilitando o controle por parte da sociedade por meio de entidades e movimentos sociais. Cabe também à Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos a análise dos investimentos e dos gastos estratégicos do governo, com atenção ao impacto territorial e à articulação dos investimentos privados e de Estados e Municípios, para promover uma cooperação federativa em prol do desenvolvimento. Dessa forma, exerce atribuições concernentes à Unidade Técnica Nacional do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul – Focem, que visa reduzir as assimetrias entre os membros do bloco, atua na Coordenação do Conselho de Planejamento e Infraestrutura da União das Nações Sul‑Americanas (Unasul) e preside a Comissão Nacional de Cartografia (Concar). Destacamos algumas das principais competências da Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos: • coordenar o planejamento das ações de governo, em articulação com os órgãos setoriais integrantes do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal; • estabelecer diretrizes e normas, coordenar, orientar e supervisionar a elaboração, a implementação, o monitoramento e a avaliação do plano plurianual e a gestão de risco dos respectivos programas e do planejamento territorial; • disponibilizar informações sobre a execução dos programas e ações do Governo Federal integrantes do plano plurianual, inclusive as relativas aos seus impactos socioeconômicos; • realizar estudos especiais para a formulação de políticas públicas; • identificar, analisar e avaliar os investimentos estratégicos governamentais, inclusive no que diz respeito ao seu impacto territorial, suas fontes de financiamento e sua articulação com os investimentos dos demais entes federativos e com os investimentos privados; e • exercer a supervisão da carreira de analista de Planejamento e Orçamento, em articulação com a Secretaria de Orçamento Federal, observadas as
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