Buscar

1 2 Evolução histórica do Direito Civil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Evolução histórica do Direito Civil
APRESENTAÇÃO
O direito do ocidente é legado do direito romano tanto no que se refere à organização quanto à 
base de entendimento dos principais conceitos aplicados atualmente. Com isso, percebe-se que 
as codificações também exerceram importante função, resultando na instituição de códigos para 
organizar e evoluir o direito brasileiro. O primeiro deles foi o Código Civil, promulgado em 
1916, substituído pelo vigente Código Civil de 2002 após longas discussões.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as principais influências do direito romano, 
a importância da codificação e a evolução do direito civil no Brasil desde o advento da 
Constituição Imperial de 1824.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Apontar as influências do direito romano no direito civil contemporâneo.•
Identificar a importância da codificação das normas de direito civil.•
Explicar a evolução histórica do direito civil brasileiro.•
DESAFIO
Você é estudante de direito e, após realizar determinada avaliação da disciplina de Direito 
Romano, encontrou seus colegas no pátio da faculdade. 
 
Baseado nas suas pesquisas, quem acertou a questão: você ou seus colegas? Por quê?
INFOGRÁFICO
A codificação caracteriza-se por organizar certo núcleo da vida em sociedade, trata-se de 
organização sistemática que permite um ponto de partida para a interpretação e aplicação da lei. 
No Brasil, o Código Civil de 1916 foi a primeira codificação reconhecida como tal, tendo sido 
substituído pelo Código Civil de 2002.
Neste Infográfico, você vai conferir como se organiza esse código e como estão dispostas as 
temáticas abordadas por ele. 
CONTEÚDO DO LIVRO
Na história de Roma, o conhecimento e a interpretação das normas jurídicas restringiam-se aos 
sacerdotes até o início das atividades dos jurisconsultos. Posteriormente, o poder destes foi 
transmitido aos imperadores, que concentravam o poder jurídico.
No capítulo Evolução histórica do direito civil, da obra Direito civil I: teoria geral, você vai 
conhecer as principais influências do direito romano para o brasileiro, como é conhecido hoje, 
além de compreender a importância da codificação das normas de direito civil.
Boa leitura.
DIREITO CIVIL I:
TEORIA GERAL
Cinthia Louzada 
Ferreira Giacomelli
Revisão técnica:
Gustavo da Silva Santanna
Bacharel em Direito
Especialista em Direito Ambiental Nacional 
e Internacional e em Direito Público
Mestre em Direito
Professor em cursos de graduação 
e pós-graduação em Direito
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB -10/2147
S725d Sousa, Cássio Vinícius Steiner de.
Direito civil I: teoria geral [recurso eletrônico ] / Cássio 
Vinícius Steiner de Sousa, Cinthia Louzada Ferreira 
Giacomelli; [revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna]. – 
Porto Alegre: SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-444-1
1. Direito civil. I. Giacomelli, Cinthia Louzada Ferreira. 
II.Título.
CDU 347.1
Direito_Civil_I_Book.indb 2 06/06/2018 10:09:21
Evolução histórica 
do Direito Civil
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Apontar as influências do Direito romano no Direito Civil 
contemporâneo.
  Identificar a importância da codificação das normas de Direito Civil.
  Explicar a evolução histórica do Direito Civil brasileiro.
Introdução
O Direito do Ocidente, tanto no que se refere à organização quanto no 
que se refere à base de entendimento dos principais conceitos aplicados 
atualmente, é legado do Direito romano. Assim, considerando a influência 
do Direito romano para o Direito atual, percebemos que as codificações 
também exerceram importante função, o que resultou na instituição de 
códigos para organizar e evoluir o Direito brasileiro. O Código Civil foi 
o primeiro deles, promulgado em 1916 e, depois de longas discussões, 
substituído pelo Código Civil de 2002, atualmente vigente.
Neste capítulo, você vai conhecer as principais influências do Direito 
romano, a importância da codificação e a evolução do Direito Civil no 
Brasil, desde o advento da Constituição Imperial de 1824.
As influências do Direito romano
O Direito do Ocidente é legado do Direito romano, seja no quesito organização ou 
no que se refere à base de entendimento dos principais conceitos aplicados hoje. 
Silvio Venosa (2012, p. 30) destaca a importância histórica do Direito romano:
[...] o Direito atual é baseado em compilações vazadas no Direito romano; a sua 
importância deve-se também ao fato de ser considerado um modelo, porque 
os romanos tiveram aptidão especial para o Direito, criando uma inteligência 
e uma forma de raciocínio jurídicas que nos seguem até o presente. Ademais, 
o estudo do Direito romano deve ser visto como um auxiliar precioso para o 
estudo de todos os povos de influência romano-germânica, como o nosso, es-
tando, a todo o momento, a explicar e especificar nossas instituições jurídicas.
Na história de Roma, o conhecimento e a interpretação das normas jurídicas 
eram restritos aos sacerdotes. Apenas no final do século IV a.C. é que surgiram 
os peritos leigos, chamados de jurisconsultos, importantes personagens da 
história do Direito romano, cujo respeito advinha de uma notória sabedoria. 
As atividades desses jurisconsultos consistiam em indicar os atos processuais 
aos magistrados e às partes, elaborar documentos jurídicos e emitir pareceres 
mediante provocação de particulares e magistrados. A partir do século I 
a.C., esses pareceres passaram a ter força de lei. Entre os jurisconsultos da 
época, destacam-se Sabinus, Ulpianus e Gaius, autor de uma das obras mais 
importantes do Direito romano clássico, Instituciones.
Contudo, com o passar do tempo, o poder dos jurisconsultos foi sendo 
reduzido para que se concentrasse cada vez mais na atuação dos imperadores. 
Trata-se do período entre os anos 230 e 530, marcado por uma decadência 
da ciência do Direito, pois os imperadores não conseguiram conduzir os 
estudos jurídicos e passaram a copiar as obras dos jurisconsultos clássicos 
e os seus métodos.
A partir do ano 530, o imperador Justiniano atribuiu a um grupo de juristas 
a elaboração de uma compilação das melhores decisões da história do direito 
romano, que seria conhecida por Digesto, ou Pandecta. Essa fase foi marcada 
pela intenção do imperador em restaurar a unidade religiosa e política de Roma 
e, embora não a tenha realizado, trouxe importante contribuição para a história 
do Direito: o Digesto resultou na reunião dos mais importantes pareceres e 
obras dos jurisconsultos do Direito romano clássico.
O Digesto era composto por 50 livros, nos quais estavam compilados trechos esco-
lhidos de cerca de dois mil livros. Os compiladores recrutados por Justiniano podiam 
modificar livremente os trechos escolhidos para harmonizá-los com os princípios do 
Direito da época, considerando que o trabalho de pesquisa envolvia obras de quatro 
séculos anteriores.
Evolução histórica do Direito Civil2
Justiniano também foi responsável pela organização da coleção completa 
de todas as constituições imperiais, ou seja, das regras que eram elaboradas 
pelos imperadores, o chamado Codex. A compilação original se perdeu e 
Justiniano ordenou a elaboração de um novo Codex, que era, portanto, a 
reunião das mais importantes regras dos imperadores, em especial do período 
do Dominato, que se refere ao fim do período jurídico clássico e ao início 
do período jurídico pós-clássico. Além disso, Justiniano ordenou uma nova 
versão para Instituciones, de Gaius, que se tornaram as Institutas de Justiniano. 
Nos anos seguintes, até pouco antes do seu falecimento, Justiniano também 
criou novas regras e novas constituições imperiais, que posteriormente foram 
publicadas como Novellae.
Silvio Venosa (2004, p. 316) comenta que:
[...] se, por um lado, o Código foi a primeira tentativa de unificação legislativa 
e o Digesto, essa obra grandiosa,as Institutas são um breve manual de estu-
do. Foram preparadas ao mesmo tempo que o Digesto e elaboradas por três 
membros da comissão do Digesto, Triboniano, Doroteu e Teófilo.
 O autor complementa afirmando que:
[...] a segunda edição do Codex (534) não paralisou a atividade legiferante de 
Justiniano. Continuou ele a editar outras constituições importantes, entre 535 
e 565. Essas novas constituições são conhecidas por “Novelas”. A maioria foi 
editada em língua grega e contém reformas fundamentais, como no Direito 
hereditário e no Direito matrimonial.
O conjunto das obras de Justiniano, que abrange o Digesto, as Institutas, o 
Codex e as Novellae, é conhecido como o Código de Justiniano, ou Corpus 
Iuris Civilis (Instituições de Direito Civil), e são a base do Direito que é 
estabelecido atualmente, especialmente no que se refere ao Direito Privado.
Importância da codificação
Considerando a infl uência do Direito romano para o Direito atual, percebemos 
que as codifi cações exerceram importante função, desde antes de Justiniano. 
Historicamente, destaca-se o Código de Hamurabi, reconhecido como o pri-
meiro conjunto de normas escritas e, só mais tarde, na segunda fase do Direito 
3Evolução histórica do Direito Civil
romano, a Lei das XII Tábuas, que é um documento fundamental do Direito 
do Ocidente e, assim como o Código de Hamurabi, caracteriza-se por ser uma 
consolidação de usos e costumes.
A palavra código advém de codex que, para os romanos, indicava uma coleção de leis. 
A codificação de Justiniano e outras posteriores no Direito romano não se tratavam 
de códigos tal qual conhecemos hoje: eram compilações do Direito conhecido na 
época, uma coleção, um conjunto de normas cuja organização permaneceu vigente 
até o início do século XIX.
No Brasil, a história da codificação está ligada ao Direito português que, 
por sua vez, assimilou o Direito Civil romano a exemplo de países como 
Alemanha, França e Espanha. Em Portugal, a adaptação do Direito romano 
se deu, em especial, pela Universidade de Coimbra.
Como desenvolvimento histórico, podemos citar primeiramente as Orde-
nações Alfonsinas, de 1446, cujas disposições determinavam a aplicação do 
Direito romano nos casos não previstos pela lei, pelos costumes ou pelo Direito 
canônico. Já no início do século XVI, surgiram as Ordenações Manuelinas, 
sucedidas pelas Ordenações Filipinas e pela Lei da Boa Razão, em 1769: 
promulgada pelo Marquês de Pombal, a lei proibia a aplicação do Direito 
canônico no foro civil e considerava como “boa razão” aquela decorrente do 
Direito das gentes, como produto de bom senso universal.
Atualmente, os códigos se caracterizam por organizar um núcleo da vida 
em sociedade. Trata-se de uma organização que permite um ponto de partida 
para a interpretação da lei e o desenvolvimento do raciocínio. É um marco na 
cultura jurídica e facilita a compreensão do Direito, mesmo que seja neces-
sário recorrer a leis complementares que suplementam os códigos. A parte 
geral do Código Civil e do Código Penal, por exemplo, trazem as normas que 
estruturam o pensamento jurídico e a aplicação do Direito nessas áreas. Para 
Silvio Venosa (2004, p. 220):
[...] o Código da era moderna regula unitariamente um ramo do Direito, 
enquanto nos Códigos antigos e medievais a tendência era regular todos os 
campos. [...] O código moderno é sistemático e científico, pois os antigos 
eram empíricos e não sistematizados. Muitos dos antigos códigos eram meras 
compilações ou justaposições de leis.
Evolução histórica do Direito Civil4
Sobre os antigos códigos, é importante destacar que eram compilações 
que geralmente obedeciam a um critério cronológico.
Entre as compilações e os códigos, há as consolidações: além de compilar as leis 
anteriormente existentes, tratam de ordenar, adaptar redações e criar sequências lógicas 
tendo como base as normas que, via de regra, não se alteram substancialmente. No 
Brasil, a Consolidação das Leis Civis, elaborada pelo jurista Teixeira de Freitas, surgiu 
antes do Código Civil.
Caio Mário Pereira (2014, p. 65) destaca que “[...] codificar o Direito é co-
ordenar as regras pertinentes às relações jurídicas de uma só natureza, criando 
um corpo de princípios dotados de unicidade e deduzidos sistematicamente”. 
Não se trata, portanto, de uma simples reunião de disposições legais relativas 
a um determinado assunto.
Com relação aos códigos atuais, destaca-se uma vantagem: a codificação 
pode ser adaptada e atualizada em virtude de fatos da vida cotidiana que não 
podem ser previstos no momento da elaboração das leis. É essa característica 
que permite a permanência de um código, contribuindo para a aplicação 
ordenada do Direito em busca da sua finalidade essencial, que é a regulação 
da vida em sociedade.
Contudo, o sistema de códigos também apresenta uma desvantagem: a 
alteração de dispositivos de um código exige cuidados especiais, sob pena 
de comprometer a sua logicidade. Assim, muitas vezes, o legislador prefere 
editar leis a alterar o código, o que resulta em uma multiplicidade de normas 
que pode confundir e dificultar a convivência dos códigos com os chamados 
microssistemas. Microssistemas, também conhecidos por estatutos (ou até 
mesmo códigos, como o Código de Trânsito Brasileiro e o Código das Águas), 
referem-se a leis abrangentes que tratam de um setor específico e facilmente 
identificável no ordenamento jurídico. É o caso do Estatuto do Idoso e o 
Estatuto do Torcedor, por exemplo.
Sobre os microssistemas, Caio Mário Pereira (2014, p. 66) ressalta:
[...] são leis especiais, cujo objetivo é a disciplina de um setor isolado de 
atividade, que só por eufemismo mal-empregado recebem aqueles nomes 
pomposos. Não há cogitar de Código onde falta espírito de sistema e dedução 
científica e harmônica de princípios.
5Evolução histórica do Direito Civil
Dessa forma, a codificação representa a aplicação de uma técnica legis-
lativa apurada que permite a compreensão de um tema sob o mesmo sistema 
de interpretação.
Evolução do Direito Civil
No Brasil, com a promulgação da Constituição Imperial de 1824, foi re-
comendada a organização de um Código Civil e de um Código Criminal 
que atendessem às necessidades brasileiras da época. Em meados de 1855, 
o governo imperial entendeu que, antes da codifi cação, seria interessante
elaborar uma consolidação das leis civis, o que aconteceu em 1858, pelo
jurista Teixeira de Freitas.
O mesmo jurista foi contratado, então, para elaborar o Código Civil previsto 
pela Constituição Imperial. Contudo, o jurista unificou leis civis com leis 
comerciais e o projeto não foi aceito. Designou-se para essa missão, então, 
Nabuco Araújo, que, não pode realizar o trabalho antes da sua morte. Mais 
uma vez, o Código Civil brasileiro foi adiado. Já em 1889, o ministro da Justiça 
Cândido de Oliveira nomeou uma comissão para a elaboração de um projeto; 
porém, com o advento da República, a comissão se dissolveu.
Em 1893, Coelho Rodrigues também apresentou um projeto de Código 
Civil que, concluído em 1893, também não foi aprovado. Contudo, ao as-
sumir a Presidência da República, Campos Salles nomeou, em 1899, o 
cearense Clóvis Bevilácqua para cumprir a tarefa. No final do mesmo ano, 
ele apresentou um projeto que, após 16 anos de debates e críticas, foi 
aprovado e promulgado em 1º de janeiro de 1916, tendo entrado em vigor 
um ano depois.
No entanto, o Código Civil de 1916 não atendia por completo às necessida-
des da época, pois, como afirma Caio Mário Pereira (2014, p. 71), “já nasceu 
velho”. Para o autor, o Código estava:
[...] muito preso ao excessivo individualismo predominante no século XIX, 
não soube desvencilhar-se dele. Deixou de inserir conquistas já existentes, 
e outras que despontavam e proporcionavam a abertura para a inspiração 
solidária do Direito no século XX (PEREIRA, 2014, p. 71). 
Nesse sentido, Maria Helena Diniz (2017, p. 65) comenta que:
Evolução histórica do Direito Civil6
[...] com o escopo de atualizar oCódigo Civil de 1916, atendendo aos reclamos 
sociais, várias leis, que importaram em derrogação do diploma de 1916, foram 
publicadas, dentre elas: a do estatuto da mulher casada, a do divórcio, as da 
união estável, a dos direitos autorais, a dos registros públicos [...] O Direito 
Civil, então inclinou-se às contingências sociais criadas por leis especiais, 
acolhendo as transformações ocorridas, aluvionalmente, para atender às 
aspirações da era atual.
Reconhecida a necessidade de adequações, em virtude também das inú-
meras transformações sociais e econômicas, juristas designados propuseram o 
anteprojeto de um Código das Obrigações em 1941. Contudo, objeto de críticas, 
o anteprojeto não prosperou principalmente devido ao fato de atentar contra 
o critério orgânico do Direito codificado, que seria rompido com a aprovação 
isolada de um código que regulamentasse somente as relações obrigacionais.
De 1963 a 1991, propostas de revisão do Código Civil foram apresentadas 
e tramitaram no Congresso Nacional. Até que, em 1991, o último projeto 
foi desarquivado na Câmara dos Deputados e revisado, tendo recebido seu 
parecer final em 1997, com ressalvas de que deveria ser revisto, considerando 
o advento da Constituição Federal de 1988. Em 2002, portanto, o Código 
Civil foi sancionado pelo presidente da República e entrou em vigor em todo 
o país um ano depois.
O Código Civil de 2002 divide-se em duas partes: uma geral e uma es-
pecial. A parte geral é formada por três livros: das pessoas, dos bens e dos 
fatos jurídicos. A parte especial divide-se em do direito das obrigações, do 
direito de empresa, do direito das coisas, do direito de família, do direito 
das sucessões e o livro complementar, que apresenta as disposições finais e 
transitórias. Caio Mário Pereira (2014, p. 78) comenta que:
[...] tomando como ponto de partida o Código Civil de 1916, sua preceituação 
e a sua filosofia, percebe-se que o Direito Civil seguiu por rumo bem defini-
do. Acompanhando o desenvolvimento de cada instituto, vê-se que, embora 
estanques, os segmentos constituíram uma unidade orgânica, obediente no 
seu conjunto a uma sequência evolutiva uniforme.
Considerando a evolução do Direito Civil, é de se considerar, no estágio 
atual, a forte incidência dos princípios constitucionais e dos direitos funda-
mentais consolidados no ordenamento jurídico brasileiro com o advento da 
Constituição Federal de 1988.
7Evolução histórica do Direito Civil
DINIZ, M. H. Compêndio de introdução à ciência do Direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
PEREIRA, C. M. S. Instituições de Direito Civil. 27. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. v. I.
VENOSA, S. S. Direito Civil: parte geral. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
VENOSA, S. S. Introdução ao estudo do Direito: primeiras linhas. São Paulo: Atlas, 2004.
Evolução histórica do Direito Civil8
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
 
DICA DO PROFESSOR
A palavra código advém de codex, que, para os romanos, indicava coleção de leis. Na acepção 
atual, é mais do que determinado compilado de leis, é um sistema de regulação de ramo 
específico do direito, regido pelo mesmo grupo de princípios.
Nesta Dica do Professor, você vai ver como é percebida a codificação no Brasil e os principais 
aspectos do Código Civil de 1916 e do Código Civil de 2002.
 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Justiniano, imperador romano do século IV, atribuiu a certo grupo de juristas a 
elaboração de uma compilação das melhores decisões da história do direito romano. 
Como é chamado esse documento?
A) Novellae.
B) Codex.
C) Digesto.
D) Institutas, de Justiniano.
E) Corpus iuris civilis.
Considere o texto a seguir.
No Brasil, a codificação está ligada ao direito _________. As Ordenações Filipinas 
2) 
regularam o direito brasileiro por mais tempo do que no próprio país em que foram 
elaboradas e influenciaram diretamente a sistematização dos direitos.
Qual alternativa completa corretamente a lacuna?
A) português
B) romano
C) alemão
D) francês
E) espanhol
3) Sobre a codificação, é correto afirmar que:
A) uma das funções da codificação é organizar a estrutura das leis que regulam a vida em 
sociedade de maneira abrangente.
B) a codificação torna complexa a compreensão do direito, fazendo com que seja necessária a 
consulta em leis complementares para a correta interpretação dos códigos.
C) os códigos são sistemáticos e científicos, regulam unitariamente um ramo do direito.
D) os códigos são compilações ou justaposições de leis não sistematizados.
E) são leis especiais cujo objetivo é a disciplina de mais de um setor de atividade da vida 
social.
4) 
No que se refere ao Código Civil de 1916, assinale a alternativa correta. 
A) O Código de 1916 deixou de abordar algumas importantes conquistas, como a lei do 
divórcio.
B) O Código de 1916 atendia por completo às necessidades da época.
C) Com a finalidade de atualizar o Código de 1916, várias leis foram publicadas após a sua 
vigência, como a lei do divórcio, dos direitos autorais e dos registros públicos.
D) Foi aprovado e promulgado em 1.o de janeiro de 1916, tendo entrado em vigor no mesmo 
ano.
E) O Código Civil de 1916 não apresentou alterações significativas nas disposições quando 
foi substituído pelo Código de 2002.
5) Sobre o Código Civil de 2002 e a evolução do direito civil, é correto afirmar que:
A) trata-se de reprodução do Código Civil de 1916, apenas com a inclusão de algumas leis 
específicas, como a lei do divórcio e a lei dos registros públicos.
B) o Código das Obrigações, promulgado em 1941 e que regulamentava as relações 
obrigacionais, foi substituído pelo Código Civil de 2002.
C) o Código Civil de 2002 foi sancionado pelo presidente da República e entrou em vigor em 
todo o país seis meses após sua publicação.
D) no estágio atual do direito civil, verifica-se a forte incidência dos princípios constitucionais 
e dos direitos fundamentais trazidos pela Constituição Federal de 1988.
E) o Código Civil de 2002 é dividido em três partes: geral, especial e complementar.
NA PRÁTICA
O Código Civil de 2002 alterou significativamente as disposições do Código de 1916, embora 
tenha mantido a proposta de sistematização do conteúdo.
Saiba mais sobre essas mudanças.
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Codificação e descodificação o direito civil e o Código Civil de 2002
Artigo sobre a codificação do direito brasileiro e as tendências para o futuro dos códigos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Reflexão sobre o estudo do direito romano
Por que estudar direito romano? Breve análise do direito romano diante das ideias fundamentais 
pós-positivistas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Reflexões – Codificação jurídica
Vídeo que apresenta reflexões sobre a codificação para a realidade do direito brasileiro.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Continue navegando