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3 2 Tratamento paisagístico de área urbanaFerramenta externa

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Tratamento paisagístico de área urbana
APRESENTAÇÃO
Quando se fala da percepção do espaço, o que vem à mente do grande público, em um primeiro 
momento, são os locais com edificações. Todavia, os espaços abertos também configuram os 
lugares de interação humana e são tão importantes quanto os maciços construídos. É muitas 
vezes no espaço aberto urbano que as pessoas terão a possibilidade de contato com a natureza 
em meio à selva de pedra. Conviver com espaços verdes é necessário para a saúde e o bem-estar 
das pessoas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá sobre a importância dos espaços verdes em 
meio à área urbana por meio de ambientes que promovam o uso de vegetações. Para isso, você 
identificará formas de trabalhar as paisagens urbanas, melhorando a vida das pessoas nos 
centros urbanos. Além disso, entenderá conceitos de preservação, conservação e recuperação.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar a preservação, a conservação e a recuperação do meio ambiente no meio 
urbano.
•
Listar as formas de projetar espaços que promovam a qualidade de vida dos usuários com 
o uso de vegetações.
•
Descrever as maneiras de garantir a dignidade urbana e o bem-estar da sociedade.•
DESAFIO
Os profissionais do paisagismo pensam muito além de jardins esteticamente atrativos. Afinal, 
seu trabalho contribui para o bem-estar das pessoas, visto que pode envolver também a 
preservação de áreas verdes, mananciais, etc.
Imagine que você trabalha na prefeitura de sua cidade, que está realizando uma série de ações 
em busca da melhoria da qualidade de vida. Como paisagista, sua missão é fazer uma ação 
específica junto à associação de moradores de uma região que está crescendo sem planejamento 
e comprometendo as áreas verdes, cuja importância não é percebida pela população.
Sendo assim:
a) Defina Área de Preservação Permanente (APP).
b) Cite pelo menos 3 situações em que a área pode ser caracterizada como APP.
INFOGRÁFICO
Os espaços verdes de uma cidade trazem bem-estar e qualidade de vida aos moradores. 
Arborização é o termo usado para os elementos vegetais que estão dentro de uma cidade e que 
tenham o porte de árvores. As árvores são de essencial importância, especialmente nas grandes 
metrópoles.
No Infográfico, você vai conhecer alguns dos benefícios que as árvores podem trazer aos centros 
urbanos.
CONTEÚDO DO LIVRO
A atuação do paisagista é muito diversificada, pois ele trabalha com a arte e a técnica nos 
projetos paisagísticos, atuando desde a concepção até a gestão da paisagem. Nesse escopo, 
inclui-se a importante tarefa de preservar e recuperar o meio ambiente urbano. Existem maneiras 
variadas de tratamento da paisagem urbana, que buscam, de maneira geral, garantir o contato do 
homem com a natureza. Esse contato é primordial para promover a qualidade de vida nos 
centros urbanos. O bem-estar de uma cidade é conectado com sua aproximação do verde na 
paisagem e a existência de espaços livres.
No capítulo Tratamento paisagístico de área urbana, da obra Projeto de paisagismo II, que é a 
base metodológica desta Unidade de Aprendizagem, você vai saber mais sobre o assunto.
Boa leitura.
PROJETO DE 
PAISAGISMO II
Marina Otte 
Tratamento paisagístico 
de área urbana
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar a preservação, a conservação e a recuperação do meio 
ambiente no meio urbano.
  Listar as formas de projetar espaços que promovam a qualidade de 
vida dos usuários com o uso de vegetações.
  Descrever as maneiras de garantir a dignidade urbana e o bem-estar 
da sociedade.
Introdução
O homem precisa ter contato com a natureza, e essa interação gera 
diversos benefícios. Assim, preservar, conservar e recuperar a natureza 
é de suma importância para os centros urbanos. Dessa forma, além de 
garantir a qualidade de vida, as ações do paisagismo podem contribuir 
para a busca pela dignidade humana. 
Neste capítulo, você vai entender que o paisagismo contribui para o 
bem-estar físico e mental das pessoas. Nesse sentido, vai estudar concei-
tos como preservação, conservação e recuperação de espaços urbanos. 
Além disso, vai aprender também sobre formas de projetar espaços 
voltados à qualidade de vida do ser humano.
Preservando e conservando o meio ambiente
Os centros urbanos experimentaram um grande desenvolvimento a par-
tir da Revolução Industrial, e o seu crescimento foi, em sua maioria, 
desordenado e sem levar em conta questões de sustentabilidade — esse 
termo sequer era discutido na época. Somente décadas após a Revolução 
Industrial, começou a surgir, aos poucos, o pensamento do desenvolvi-
mento sustentável.
A definição mais conhecida de desenvolvimento sustentável é a se-
guinte: “[...] é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da 
geração atual, garantindo a capacidade de atender as necessidades das 
futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para 
o futuro [...]” (WWF, 2019, documento on-line). Essa definição surgiu na 
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1972, 
a qual foi criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de 
harmonizar dois objetivos: a conservação ambiental e o desenvolvimento 
econômico.
Diante disso, é possível começar a entender a importância da conservação 
do meio ambiente e a sua relação com a sustentabilidade da vida na Terra. 
Nesse sentido, além de conservar e preservar, é preciso recuperar áreas já 
degradadas. A Figura 1 mostra um exemplo de conservação de uma área de 
manancial próxima ao espaço urbano.
Para compreender a importância desses termos e as suas sutilezas, você 
deve conhecer o significado de cada um. Primeiramente, vale ressaltar 
que conservação e preservação são sinônimos. Assim, veja o signifi-
cado de preservação, conforme o Dicionário Online de Português (2019, 
documento on-line): 
Conservação de algo exatamente no seu estado original; ação de manter em 
ótimas condições: preservação do monumento. [Ecologia] Procedimentos 
que visam proteger as populações e espécies: preservação ambiental. Certeza 
de que algo será mantido, preservado; precaução: medidas de preservação 
dos direitos humanos. Estado do que não se altera por influência do tempo, 
das intempéries. Ação ou efeito de preservar, de conservar, de manter em 
estado original.
Tratamento paisagístico de área urbana2
Figura 1. Parque com o intuito de preservar um manancial de águas pluviais 
na cidade de Haerbin, na China. Projeto de Turenscape.
Fonte: Archdaily (2014a, documento on-line). 
O projeto em Haerbin, na China, mostrado na Figura 1, deixa bem clara 
a importância de preservar. A China é o maior país do mundo, com a maior 
população, e as áreas nos grandes centros estão cada vez mais escassas. Se essa 
área do parque não fosse preservada, em pouco tempo a especulação imobiliária 
tomaria conta e, no lugar do verde, haveria prédios comprometendo a imagem 
urbana paisagística. Imagine o quão difícil seria recuperar essa área após as 
edificações já estarem consolidadas. Assim, por meio da preservação, criam-se 
espaços livres naturalmente, os quais tornam-se verdadeiros respiros urbanos. 
No caso do exemplo, ainda é frisada a importância da proteção às águas. 
A recuperação de áreas degradadas, de acordo com o Ministério do Meio 
Ambiente (BRASIL, 2012, documento on-line), 
[...]está intimamente ligada à ciência da restauração ecológica. Restauração 
ecológica é o processo de auxílio ao restabelecimento de um ecossistema 
que foi degradado, danificado ou destruído. Um ecossistema é conside-
rado recuperado — e restaurado — quando contém recursos bióticos e 
abióticos suficientes para continuar seu desenvolvimento sem auxílio ou 
subsídios adicionais.
3Tratamento paisagístico de área urbana
Conforme a Lei nº 9.985, Art. 2º, diferenciam-se ainda os termos “recu-
peração” e “restauração”.O primeiro é definido da seguinte forma: “XIII 
– recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre 
degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua con-
dição original”. Já o segundo recebe a definição a seguir: “XIV – restauração: 
restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais 
próximo possível da sua condição original [...]” (BRASIL, 2019, documento 
on-line). A Figura 2 traz um exemplo de recuperação de um rio por meio de 
um projeto executado na Espanha.
Figura 2. Exemplo de recuperação do rio Llobregat, na Espanha. Parque projetado por 
Battle I Roig Arquitectes.
Fonte: Archdaily (2014b, documento on-line). 
Outro conceito importante de ser elucidado é o de áreas de preservação 
permanente (APPs). O termo foi criado pelo Código Florestal, na forma da 
Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. O texto dessa Lei afirma que as APP 
“consistem em espaços territoriais legalmente protegidos, ambientalmente 
frágeis e vulneráveis, podendo ser públicas ou privadas, urbanas ou rurais, 
cobertas ou não por vegetação nativa” (BRASIL, 2019, documento on-line). 
A APP pode ter diversas funções ou promover diferentes serviços ambien-
tais. Alguns deles merecem destaque: proteção do solo e dos corpos d'água; 
manutenção da permeabilidade do solo; função ecológica de refúgio da fauna 
e flora, corredores ecológicos; atenuação de desiquilíbrios climáticos, entre 
outros. As áreas verdes dentro dos centros urbanos são de suma importância, 
tanto emocional quanto prática, pois ajudam a diminuir os efeitos nocivos de 
Tratamento paisagístico de área urbana4
aquecimento, poluição, entre outros. Assim, a recuperação dessas áreas dentro 
das cidades tem mais sucesso quando cria um vínculo com os moradores, que 
passam a ter pertencimento ao lugar.
No exemplo do rio Llobregat que você viu na Figura 2, isso fica bem claro: 
antes do projeto, a população não valorizava a área do rio e sequer tinha acesso 
a ele. A recuperação consistiu tanto em restituir o ecossistema, com despolui-
ção, recuperação da mata ciliar e criação de sinuosidades, simulando o curso 
original, como em criar acessos para a população, com pistas de caminhadas 
e locais de descanso, transformando o rio em área de lazer.
O trabalho do paisagista, especialmente nos meios urbanos, vai permear 
esses conceitos de preservação, recuperação e restauração. Somado a eles, é 
imprescindível atentar ao país e, no caso do Brasil, à região na qual o projeto 
está sendo desenvolvido. As soluções precisam ser adequadas à especificidade 
local, tanto em termos de características vegetais como de costumes locais. 
No espaço urbano, a investigação do entorno fornece importantes indicações 
das diretrizes de projeto. “A disponibilidade de plantas, o conhecimento e 
as experiências locais variam de país para país — verifique o projeto de 
paisagismo dos prédios públicos para ter uma noção dos costumes e das 
possibilidades [...]” (BUXTON, 2017, p. 744).
Qualidade de vida e projeto de paisagismo
Por meio das áreas verdes projetadas pelo paisagista, é possível melhorar a 
qualidade de vida de toda uma comunidade. De acordo com o Art. 8º, § 1º, 
da Resolução Conama nº 369, de 28 de março de 2006, considera-se área 
verde de domínio público o espaço que "[...] desempenhe função ecológica, 
paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, 
funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres 
de impermeabilização [...]" (BRASIL, 2019, documento on-line).
Exemplos de áreas verdes urbanas são praças, parques urbanos, parques 
fluviais, parques balneários e esportivos, jardins botânicos, jardins zoológicos, 
alguns tipos de cemitérios, faixas de ligação entre áreas verdes. Os projetos 
de cada uma dessas áreas verdes são formas de inserir os respiros necessários 
para promover o contato do homem com a natureza nos centros urbanos. Esses 
espaços podem estar inseridos na malha urbana, tradicionalmente no “solo”, 
ou em locais inusitados, como paredes e tetos.
As paredes ficaram caracterizadas pelo termo “parede verde” ou “jardins 
verticais”. Esses elementos podem ser feitos de diversas formas, a partir de 
5Tratamento paisagístico de área urbana
sistemas pré-fabricados, como os sistemas canguru de encaixes, ou até mesmo 
com soluções mais simples, utilizando telas ou vasos. O sistema promove 
uma série de benefícios, segundo Pereira (2017, documento on-line) “[...] na 
melhoria ambiental, como a reciclagem de resíduos sólidos, redução térmica 
interna dos edifícios, parcial despoluição do ar pela captura de CO2 e reuso 
de água coletada da chuva, utilizando-a para a rega das espécies vegetais [...]”. 
A Figura 3 traz um exemplo de projeto de jardim vertical.
Figura 3. O Bosco Verticale, em Milão, na Itália, virou um ícone de jardim vertical. 
Fonte: Walsh (2003, documento on-line).
Porém, vale ressaltar que esse tipo de espaço precisa de manutenção cons-
tante, especialmente num país tropical. A parede verde também precisa de 
irrigação periódica, o que virou um problema nas paredes verdes implantadas 
em edifícios de São Paulo.
Os telhados verdes também são uma alternativa para a criação de espaços 
verdes. É importante salientar que os tetos com placas fotovoltaicas para a 
produção de energia a partir da radiação solar e os tetos pintados de branco 
para diminuir a absorção e o calor proveniente dessa mesma radiação também 
são tetos verdes no sentido de sustentabilidade. Os tetos dos quais vamos falar 
aqui são os tetos verdes com vegetação.
A vegetação contribui para a absorção da radiação direta e indireta, dimi-
nuindo o calor nos centros urbanos. “O maior componente da radiação solar 
é a radiação direta, mas a radiação refletida pode ser significativa em locais 
onde há superfícies duras refletivas de cores claras e adjacentes à edificação, 
Tratamento paisagístico de área urbana6
seja da forma construída em si ou de outras edificações e dos elementos de 
paisagismo existentes [...]” (BUXTON, 2017, p. 137).
Outros benefícios dos telhados verdes, conforme Boni (2015), são os 
seguintes:
  diminuem as ilhas de calor;
  regulam a drenagem de águas pluviais, mais do que diversos outros 
sistemas de captação;
  sequestram o gás carbônico e produzem oxigênio;
  criam e preservam hábitats;
  oferecem isolamento térmico e resfriamento por evaporação.
Novamente, você deverá atentar para a escolha correta das espécies a 
serem utilizadas, de acordo com o clima e a manutenção dos espaços. Veja 
na Figura 4 o telhado verde do aeroporto de Pequim.
Figura 4. Telhado verde no aeroporto de Pequim, na China.
Fonte: Centre for Aviation e OAG (2018, documento on-line).
Além dessas soluções que conectam o homem à natureza, os espaços verdes 
podem incorporar outras funções. Podem, por exemplo, ajudar a amenizar 
consequências de diversas situações, como as intempéries: “[...] estamos, 
pois, diante de um novo sistema da natureza. Hoje, o homem não comanda 
as intempéries, mas tem conhecimento prévio de sua eclosão [...]” (SANTOS, 
1988, p. 27).
7Tratamento paisagístico de área urbana
Essas soluções podem inclusive ser incentivadas ou exigidas por um Plano 
Diretor. Segundo Buxton (2017, p. 232), “[...] um plano diretor resiliente à 
ameaça de uma enchente e coerente pode consistir em uma combinação des-
sas estratégias, organizadas ao redor de uma paisagem urbana que use áreas 
de paisagismo tratadas com vegetação e pavimentação, cumulativamente 
mitigando o risco de enchentes por todo o terreno [...]”.
Algumas dessas soluções são descritas por Cormier e Pellegrino (2008), 
como jardim de chuva, canteiro pluvial, biovaleta, lagoa pluvial, cisterna, 
grade verde e conexões. Na Figura 5, você pode ver uma delas: o canteiro 
drenante em estacionamentos.
Figura 5. O canteiro drenante em estacionamento ainda propicia sombras 
com as árvores.
Fonte: Lindy Klales/Shutterstock.com.
Outra forma de projetar o espaço em busca dessaqualidade urbana é 
utilizando o conceito de infraestrutura verde, que vem sendo abordado em 
conferências em todo o mundo. Segundo Herzog e Rosa (2010, p. 94), “[...] o 
planejamento de uma infraestrutura verde propicia a integração da natureza 
na cidade, de modo que venha ser mais sustentável [...]”. Essa estratégia busca 
intervenções de baixo impacto, mas com alto desempenho e adaptáveis às 
necessidades futuras, bem como a conservação de áreas naturais e a recupe-
ração da fauna e da flora.
Tratamento paisagístico de área urbana8
Vale destacar que as várias formas de projetar espaços com áreas verdes 
aqui citadas podem ser aprofundadas em estudos mais específicos, até mesmo 
em função do trabalho interdisciplinar do paisagista. Os telhados verdes, por 
exemplo, merecem estudos quanto à engenharia e ao cálculo estrutural para 
a resistência das edificações. Da mesma forma, a manutenção dos espaços 
requer tanto conhecimentos em jardinagem como de biologia. Assim, cabe 
ao paisagista ser o gestor dessas várias áreas e conhecedor das alternativas 
paisagísticas.
Bem-estar social e a paisagem urbana
Garantir a dignidade urbana é essencial para o sentimento de bem-estar social e 
a qualidade de vida. É tão importante que existem meios legais na busca desse 
equilíbrio, conforme é descrito pelo Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 
2019, documento on-line): 
No âmbito do meio ambiente urbano, os principais instrumentos de planejamen-
to ambiental são o Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE, o Plano Diretor 
Municipal, o Plano de Bacia Hidrográfica, o Plano Ambiental Municipal, a 
Agenda 21 Local, e o Plano de Gestão Integrada da Orla. No entanto, todos os 
planos setoriais ligados à qualidade de vida no processo de urbanização, como 
saneamento básico, moradia, transporte e mobilidade, também constituem 
instrumentos de planejamento ambiental.
Além dos meios legais, existe toda uma ligação semiótica com a paisagem 
e a natureza nela contida. Essa ligação é explicada pela biofilia (termo criado 
pelo psicólogo Erich Fromm), atestando que existe uma necessidade do contato 
do homem com a natureza, e que há um elo instintivo entre ambos. Segundo 
Rose (2019), o desejo do ser humano de estar próximo à natureza parece estar 
entranhado em cada um de nós.
Dessa forma, mais uma vez se reforça a necessidade dos espaços verdes nos 
centros urbanos, assim como a forma como eles contribuem para o equilíbrio 
das cidades. A restauração da natureza nos centros urbanos e é crucial para 
o bem-estar social, injeta vigor no metabolismo citadino e gera benefícios 
ambientais, econômicos, sociais e sanitários (ROSE, 2019). Entre os vários 
benefícios, pode-se destacar os físicos, biológicos, territoriais, sociais, eco-
nômicos e institucionais, conforme o Quadro 1.
9Tratamento paisagístico de área urbana
Fonte: Adaptado de Ambiente Brasil (2019).
Fatores urbanos
Principais formas 
de degradação
Principais 
benefícios das áreas 
verdes urbanas
Físicos Clima/ar Alterações 
microclimáticas
Deterioração 
da qualidade 
do ar; polui-
ção sonora
Conforto microcli-
mático; controle da 
poluição atmosférica; 
controle da poluição 
sonora
Água Alterações da quanti-
dade de água
Deterioração 
da qualidade 
hídrica
Regularização hídrica; 
controle da poluição
Solo/
subsolo
Alterações físicas 
do solo
Alterações 
químicas e 
biológicas do 
solo
Estabilidade do solo; 
controle da poluição
Biológicos Flora Redução da cober-
tura vegetal
Redução da 
biodiversidade
Controle da redução 
da biodiversidade
Fauna Proliferação de 
vetores
Destruição de 
hábitats
Controle de vetores
Territoriais Uso/ocupa-
ção do solo
Desconforto ambien-
tal das edificações; 
poluição visual
Alterações 
microclimá-
ticas
Conforto ambiental 
nas edificações; con-
trole da poluição visual
Infraes-
trutura/
serviços
Dificuldade no des-
locamento; aumento 
da necessidade de 
saneamento; redu-
ção da sociabilidade
Desperdício 
de energia
Racionalização do 
transporte; sanea-
mento ambiental; con-
servação de energia
Sociais Demografia; 
equipamen-
tos e serviço 
social
Concentração 
populacional
Crescimento 
das necessi-
dades sociais
Conscientização am-
biental; atendimento 
das necessidades 
sociais
Econômicos Setores 
produtivos; 
renda/
ocupação
Valor e desvaloriza-
ção da atividade/
propriedade
X Valorização das ativi-
dades e propriedades; 
amenizações dos 
bolsões da pobreza
Institucionais Setor 
público; ins-
trumentos 
normativos
Redução da capa-
cidade de gestão 
urbana
Instrumental 
insuficiente
X Apoio à capacidade 
de gestão urbana; 
instrumento de 
regulamentação
Quadro 1. Organograma dos principais benefícios das áreas verdes urbanas
Tratamento paisagístico de área urbana10
Essas áreas verdes cobertas de vegetação ganham protagonismo com as 
árvores inseridas nelas. A arborização, segundo estudos, pode amenizar níveis 
de estresse das pessoas, reforçando a sua sensação de bem-estar (ROGERS, 
2017). Além do benefício mais subjetivo relacionado à psique humana, há 
benefícios tangíveis no uso das árvores, conforme destaca o Instituto Brasileiro 
de Florestas, especialmente para os centros urbanos. Entre esses benefícios, 
estão os seguintes: 
  função paisagística;
  redução da velocidade dos ventos;
  diminuição da poluição sonora e acústica;
  absorção de parte dos raios solares;
  formação de sombra e aumento da umidade atmosférica, refrescando 
o ar das cidades;
  fornecimento do hábitat, de comida e proteção a plantas e animais, 
aumentando a biodiversidade urbana;
  absorção da poluição atmosférica, neutralizando os seus efeitos na 
população;
  proteção do solo contra erosão.
Além desses aspectos, as cidades precisam ser projetadas para as pessoas 
que interagem no espaço urbano. Esses locais de encontro se dão exatamente 
nos vazios urbanos: os espaços que podem ser destinados aos projetos pai-
sagísticos. Esse aspecto de local de encontro contribui para os objetivos da 
sustentabilidade social, conforme destaca Gehl (2014).
Os espaços verdes deixam os centros urbanos mais humanizados e dignos. 
A humanização vem de diversos princípios, além das áreas verdes, que ajudam 
a conectar as pessoas e deixar os espaços mais democráticos. Em seu artigo, 
Rogers (2017) destaca alguns:
  usos diversificados no espaço, misturando comércio, residência e lazer;
  estabelecimento do espaço público como realmente público, sem res-
trições de acesso;
  fachadas permeáveis e ruas atrativas;
  espaços que promovam atividades ao ar livre;
  trabalho em escala humana — as pessoas percebem quando o espaço 
foi desenvolvido para elas;
  iluminação eficaz e voltada para as pessoas, gerando segurança e pos-
sibilidade de usos noturnos do espaço;
11Tratamento paisagístico de área urbana
  incentivo ao comércio local e de menor escala, fomentando a movi-
mentação a pé das pessoas nesses espaços;
  ruas com espaços compartilhados, não priorizando o carro;
  engajamento do público no desenho dos espaços, gerando pertencimento;
  espaços público verdes.
Os paisagistas criam a paisagem urbana não apenas esteticamente inte-
ressante: eles projetam espaços que serão habitados. Por isso, esses espaços 
devem suprir as necessidades humanas. Esse pensamento que considera tanto 
os aspectos sensoriais da paisagem como a adequação às necessidades é es-
sencial na busca pela dignidade urbana e pelo bem-estar da sociedade. Nesse 
sentido, um espaço urbano é composto pela união de elementos construídos, 
áreas verdes, infraestrutura urbana, elementos morfológicos — “os cheios e 
os vazios”. Logo, cabe ao paisagista integrar todos eles em harmonia.
AMBIENTE BRASIL. A paisagem urbana. 2019. Disponível em: https://ambientes.am-
bientebrasil.com.br/urbano/arborizacao_urbana/a_paisagem_urbana.html. Acesso 
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BUXTON, P. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 5. ed. 
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Tratamento paisagístico de área urbana12
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ROSE, J. F. P. A cidade em harmonia: o que a ciência moderna, civilizações antigas e a natu-
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Leituras recomendadas
ARCHDAILY. Jardins verticais do Minhocão secam e viram transtorno para moradores. 2019. 
Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/921434/jardins-verticais-do-minhocao-
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www.ibflorestas.org.br/a-paisagem-urbana. Acesso em: 01 nov. 2019.
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http://solucoesparacidades.com.br/saneamento/revitalizacao-de-ruas-em-portland-
-eua/. Acesso em: 01 nov. 2019.
13Tratamento paisagístico de área urbana
DICA DO PROFESSOR
Existem diversas maneiras de garantir a dignidade urbana e promover a qualidade de vida nos 
centros urbanos. As alternativas são muitas, e até mesmo superfícies inusitadas podem receber 
espaços verdes, como coberturas e paredes, não somente o solo.
Na Dica do Professor, você vai saber um pouco mais sobre os telhados verdes: tipos, dicas e 
formas de trabalhá-los nas edificações.
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EXERCÍCIOS
1) O bem-estar de uma comunidade urbana está diretamente ligado à paisagem com 
que ela convive diariamente, sendo que o paisagista é responsável pelo projeto dessas 
áreas. Por isso, além de conhecimentos técnicos, o paisagista deve constantemente 
pesquisar estudos sobre a relação do homem com o espaço em que ele vive. Um desses 
estudos aponta que a relação entre o homem e a natureza é considerada uma 
necessidade.
Qual é o nome desse conceito?
A) Biomimética.
B) Biologia.
C) Biofilia.
D) Biodiversidade.
E) Biodesign.
2) 
O paisagismo vai muito além da criação de praças e jardins: ele pode assumir 
importantes papéis na manutenção da biodiversidade, inclusive nos centros urbanos. 
Um rio que estava poluído, onde a mata ciliar havia sido suprimida e a 
biodiversidade estava comprometida, recebe um projeto de paisagismo para retomar 
seu aspecto original.
Qual o nome desse ato?
A) Preservação.
B) Conservação.
C) Preservação permanente.
D) Recuperação.
E) Restauração.
3) Existem diversas formas de dispor áreas verdes dentro dos centros, o que é um fator 
positivo, pois as cidades são diversas. Os jardins verticais são uma dessas 
alternativas. Eles trazem uma série de benefícios, mas existem pontos negativos a 
serem considerados.
Marque a alternativa que aponta um dos principais problemas nos jardins verticais.
A) Impossibilidade de uso de árvores.
B) Somente podem ser executados com sistemas pré-moldados.
C) Retenção de águas pluviais.
D) Aumento da temperatura, pela cor escura das plantas.
E) Manutenção periódica, para que não sequem.
4) A vegetação contribui para a absorção da radiação direta e indireta, diminuindo o 
calor nos centros urbanos. Um dos locais possíveis de dispor a área verde é sobre as 
edificações: esse tipo de espaço é conhecido como telhado verde.
O teto verde também pode designar outras soluções sustentáveis. Marque a 
alternativa que apresenta uma dessas soluções.
A) Cobertura com placas fotovoltaicas.
B) Cobertura eólica.
C) Cobertura com pintura verde.
D) Telhados intensivos.
E) Telhados extensivos.
5) Na busca da dignidade urbana e do bem-estar da sociedade, vários artifícios podem 
ser utilizados. Alguns são mais sensoriais; outros, práticos e diretamente ligados às 
necessidades humanas.
Assinale a alternativa que apresenta um elemento capaz de amenizar níveis de 
estresse.
A) Dispor iluminação.
B) Uso de áreas verdes.
C) Espaços multifuncionais.
D) Engajamento comunitário.
E) Uso da escala humana.
NA PRÁTICA
Existem paisagens urbanas tão modificadas pela ação do homem que fica difícil imaginar o que 
foram um dia. Mais difícil ainda é pensar que é possível recuperar essa área para que volte a 
ter interesse urbano como área verde. Todavia, com trabalho árduo, multidisciplinar e, precisa-
se dizer, oneroso, é possível transformar locais hostis da paisagem urbana em espaços que 
tragam novamente qualidade de vida aos centros urbanos.
Confira, neste Na Prática, um estudo de caso em Seul, na Coreia do Sul, onde um rio antes 
escondido e canalizado foi recuperado, trazendo de volta a conexão do espaço natural com as 
pessoas. 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
15 melhores flores que resistem ao sol para usar no paisagismo
Neste link, você conhecerá um pouco mais sobre flores resistentes ao sol. É essencial ter essa 
informação para projetos paisagísticos em áreas externas, especialmente nos grandescentros 
urbanos.
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Por dentro da cidade de Masdar
Neste link, você vai saber um pouco mais sobre essa cidade que busca ser sustentável. O projeto 
do escritório Foster + Partners pensa na paisagem como um todo, onde o verde permeia os 
espaços de forma planejada. O artigo ainda discorre sobre as críticas ao projeto, fazendo um 
contraponto.
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