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SOLUÇÕESSOLUÇÕES Aula 3Aula 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA Aula 3Aula 3 QUI 116 QUI 116 –– Turma 11Turma 11 Data: 31/08/2010 Pressão Total Observa-se desvios positivos e negativos da pressão de vapor das soluções compostas por componentes voláteis Consideradas soluções diluídas ideais no limite da diluição (χB→ 0 e χA→1) Fração molar do dissulfeto de carbono 0 1 Em qualquer situação diferente da diluição infinita, esses sistemas não podem ser considerados ideais – sistemas reais Como os sistemas reais podem ser descritos matematicamente? Relembrando... Sistemas gasosos – desvios da idealidade são tratados em termos da fugacidade += o o p p RTT ln)(µµ � Medidas realizadas em gases reais mostram que a relação entre µ e p não é tão exata. Dessa forma, a correção da pressão pode ser feita: pf .φ= (ideal) feita: pf .φ= φ = coeficiente de fugacidade (adimensional) += o o p f RTT ln)(µµ 10 →→→ φepfp (real) Considerando soluções líquidas, em que os solutos não são eletrólitos: i o i id i RT χµµ ln+= (soluções ideais) À medida que a concentração do soluto na solução aumenta, começam a haver desvios da idealidade. Para facilitar o desenvolvimento matemático, e levar em consideração os desvios da idealidade i o ii aRT ln+= µµ ai= atividade do componente i na solução É uma fração molar efetiva Subtraindo segunda equação da primeira: ii id ii RTaRT χµµ lnln −=− =− i iid ii a RT χ µµ ln i i ia γ χ = iiia χγ .= i id ii RT γµµ ln+= (soluções reais) γi = coeficiente de atividade da solução – termo que leva em consideração os desvios da idealidade 11 →= ii para χγ id ii µµ =Assim: Como: o iii pp .χ= Considerando o solvente volátil e o soluto não volátil: i o ii RT χµµ ln+= o i i i p p =χ i += o i io ii p p RT lnµµ o i i i p p a = Nesse caso, a atividade do solvente i na solução líquida, pode ser medida experimentalmente a partir da medida da pressão de vapor do solvente em equilíbrio com a solução Se a pressão de vapor de uma solução de KNO3(aq) 0,5 mol.L-1, a 100 oC é 99,95 kPa, qual a atividade da água nessa solução na temperatura citada? Exemplo: Resolução: A pressão de vapor da água pura é de 1 atm = 101,325 kPa OH OH p a 2= Aplicando a equação para a atividade, em termos das pressões de vapor da água pura, e da água na solução: kPa a OH 95,99 = O que esse resultado significa? Como a atividade é uma fração molar efetiva, reflete o fato de uma menor fração de moléculas de água poderem passar efetivamente do estado líquido para o estado de vapor. o OH OH p a 2 2 = kPa a OH 325,1012 = 9864,0 2 =OHa Desvios positivos da idealidade: tendência de escape do solvente na solução real é maior do que na solução ideal (interações repulsivas solvente-soluto) Desvios negativos da idealidade: tendência de escape do solvente na solução real é menor do que na solução ideal (interações atrativas solvente-soluto) 1>iγ 1<iγ Atividade do Soluto: Soluto: segue a Lei de Henry quando χB → 0 B B B K p =χ BBB RT χµµ ln * += BBB aRT ln * += µµ BB K p a = BB B B K Usando o mesmo raciocínio para o solvente: BBBa χγ .= 01 →= BB para χγ γB = coeficiente de atividade do soluto Todos os desvios da idealidade com relação ao soluto estão embutidos no coeficiente de atividade do soluto. Atividade em termos de molalidade Normalmente, as composições dos sistemas químicos são descritos por meio da molalidade (b) o B BB b b RT ln* += µµ Por definição, µ*B é o potencial químico do soluto quando sua molalidade é igual a 1 mol.kg-1 (bo) o B B b b a = o B BB b b a γ= Os desvios da idealidade são incorporados no coeficiente de atividade 01 →= BB bparaγ Assim, para uma solução real, em qualquer molalidade BBB aRT ln * += µµ Soluções eletrolíticas Interações eletrostáticas fortes (Lei de Coulomb) As soluções de eletrólitos fortes apresentam desvios pronunciados da idealidade. Os desvios do comportamento ideal são muito maiores, mesmo em concentrações em torno de 0,001 mol.kg-1. Somente em concentrações menores que esta é que a atividade pode ser substituída pela molalidade ou concentração da solução. Assim, a determinação da atividade e do coeficiente de atividade torna-se muito importante para descrever as soluções de eletrólitos fortes Coeficiente médio de atividade Considerando uma reação genérica: MX(s) + H2O(l) → ν+Mz+(aq) + ν- Xz-(aq) Para o íon M+ → µ+ Para o íon X-→ µ- O potencial químico total da solução será: −−++ += µνµνµ −−++ += µνµνµ +++ += aRT o lnµµ −−− += aRT o lnµµ )ln()ln( −−−+++ +++= aRTaRT oo µνµνµ −−++−−++ +++= aRTaRT oo lnln ννµνµνµ oµ )ln( −+ −++= ννµµ aaRTo Define-se atividade iônica média (a±) como a média geométrica das molalidades iônicas individuais ννν 1 )( −+ −+± = aaa −+ += ννν Como: ba .γ= ±+= aRT o lnνµµ Como: ba .γ= Então: ±±± = ba .γ Onde: ( ) v1−+ −+± = νν γγγ ( ) vbbb 1 −+ −+± = νν Dessa forma: ±± ++= γννµµ lnln RTbRT o Desvios da idealidade estão contidos nesse termo (contribuição das interações eletrostáticas) e ( ) bb v1−+ −+± = νν νν Não há nenhum procedimento experimental para determinar separadamente o produto γ+γ- Assim, os desvios da idealidade da solução eletrolítica são atribuídos igualmente às duas espécies de íons presentes na solução. No limite de diluição: 01 →→ ±± bparaγ Dessa forma, o potencial químico de cada íon será: ±± ++= γννµµ lnln RTbRT o ii Dessa forma, o potencial químico de cada íon será: ±+= γνµµ lnRT id ii É necessário quantificar γγγγ±±±± id iµ Exemplo Escreva as expressões para as atividades médias para o KCl, Na2CrO4 e Al2(SO4)3, em termos de suas molalidades e coeficientes de atividade iônica média ±±± = ba .γDica: é necessário usar as equações: Resolução: Para o KCl - relação entre cargas dos íons de 1:1 −+ += νννe KCl → K+ + Cl- ( ) bb v1−+ −+± = νν νν Para o KCl - relação entre cargas dos íons de 1:1 211 =+=ν ( ) bb 211111=± bb =± Assim: ba KCl . )( ±± = γ KCl → K + Cl ( ) bb v1−+ −+± = νν νν Continuando: Para o Na2CrO4 - relação entre cargas dos íons de 1:2 212 =+=ν ( ) bb 311212=± bb 314=± Assim: ba CrONa 3 1 )( 4. 42 ±± = γ Na2CrO4 → 2Na+ + CrO42- ( ) bb v1−+ −+± = νν νν CrONa )( 42 Para o Al2(SO4)3 - relação entre cargas dos íons de 2:3 532 =+=ν ( ) bb 513232=± bb 51108=± Assim: ba SOAl 5 1 )(( 108. 342 ±± = γ Al2(SO4)3 → 2Al3+ + 3SO42- ( ) bb v1−+ −+± = νν νν Tabela: Relação de e com b e γγγγ para vários eletrólitos.a± ia Tipo de Eletrólito Exemplo 1 : 1 NaCl 1 1 2 2 : 2 CuSO4 1 1 2 3 : 3 AlPO4 1 1 2 2 : 1 Na2SO4 2 1 3 3 : 1 Na3PO4 3 1 4 1 : 3 La(NO ) 1 3 4 ν + ν − ν m± .a m γ± ± ±= ia a ν ±= m m m 3 4m 4 27m 4 27 m mγ ± mγ ± mγ ± 3 4mγ ± 4 27mγ ± 4 27mγ 2 2m γ ± 2 2m γ ± 2 2m γ ± 3 34m γ ± 4 427m γ ± 1 : 3 La(NO3)3 1 3 4 2 : 3 La2(SO4)3 2 3 5 3 : 2 Ca3(PO4)2 3 2 5 4 27 m 5 108m 5 108m 4 27mγ ± 5 108mγ ± 5 108mγ ± 4 427m γ ± 5 5108m γ ± 5 5108m γ ± Observa-se que a atividade média e o coeficiente médio de atividade dependem da proporção estequiométrica entre os íons, que por sua vez, depende da carga dos mesmos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. G. Castellan, Fundamentos de Físico Química, LTC Editora, Rio de Janeiro, 1991. 2. D. W. Ball, Físico-Química Vol. 1, Thomson Learning, São Paulo, 2005. 3. P. W. Atkins, J. Paula, Físico-Química Vol. 1, LTC Editora, Oitava Edição, Rio de Janeiro, 2008.
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