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APOSTILA_MODULO_2 - Geologia, Geomorfologia, Hidrogeologia e solos

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PREFEITURA MUNICIPAL DE GOIÂNIA 
Secretaria Municipal de Planejamento – SEPLAM 
Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU 
Instituto de Desenvolvimento Tecnológico do Centro Oeste - ITCO 
 
 
 
 
Projeto 
Transferência de Tecnologia: Mapeamento dos 
Vazios Urbanos, Carta de Risco e Zoneamento 
Ecológico-Econômico. 
 
 
MÓDULO 2 – Geologia, Geomorfologia, 
Hidrogeologia e Solos 
 
 
 
 
Goiânia, 2008. 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
Prefeitura Municipal de Goiânia - SEPLAM - FMDU - ITCO 
2 
 
EQUIPE TÉCNICA 
 
Coordenação Técnica: 
Tatiana Sancevero Batistela, Arquiteta e Urbanista Mestre em Arquitetura e Urbanismo 
 
Consultores: 
Alejandro Alvarado Peccinini, Biólogo Mestre em Biologia 
Carla Rosana Azambuja Herrmann, Arquiteta e Urbanista 
José Alfredo Guimarães de Sá, Geólogo Mestre em Engenharia de Produção 
Marcos Antônio Correntino da Cunha, Engenheiro Eletricista Especialista em Hidrologia e 
Recursos Hídricos 
Nilson Clementino Ferreira, Engenheiro Cartógrafo Doutor em Ciências Ambientais 
Nilton Ricetti Xavier de Nazareno, Engenheiro Cartógrafo Doutor em Arqueologia 
Roberta Mara de Oliveira, Tecnóloga em Geoprocessamento 
Rosangela Mendanha da Veiga, Arquiteta e Urbanista e Tecnóloga em Saneamento 
Ambiental Mestre em Desenvolvimento e Planejamento Territorial 
 
Secretária: 
Ludimila Rodrigues de Carvalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
Prefeitura Municipal de Goiânia - SEPLAM - FMDU - ITCO 
3 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO 05 
1 FENÔMENOS E PARÂMETROS GEOLÓGICOS DA TERRA 05 
 1.1 A História da Terra e o tempo geológico: “A Teoria do Big Bang” 06 
 1.2 A divisão do tempo geológico: Princípios de Estratigrafia e Paleontologia 06 
 1.2.1 O tempo Geológico - Paleontologia 07 
 1.3 Características da Terra 13 
 1.4 As camadas Terrestres 14 
 1.5 Como se Estuda a Terra 15 
2 CLASSIFICAÇÃO DOS MINERAIS E ROCHAS 16 
 2.1 A composição Química da Crosta Terrestre 16 
 2.2 Conceito e Classificação dos Minerais 16 
 2.2.1 A Classificação dos Minerais 17 
 2.3 Conceito e Classificação das Rochas: ígneas, sedimentares e 
metamórficas 
17 
 2.3.1 Rochas Ígneas 18 
 2.3.2 Rochas Sedimentares (camadas) 19 
 2.3.3 Rochas Metamórficas 20 
3 ESTUDO DA DINÂMICA 21 
 3.1 Dinâmica Interna 21 
 3.1.1 A Teoria da Tectônica de Placas (Deriva Continental) 21 
 3.1.2 A Deformação das Rochas 24 
 3.3 Dinâmica Externa 27 
 3.3.1 Agentes de Intemperismo 27 
 3.3.1.1 Intemperismo Químico 28 
 3.3.1.2 Solos Tropicais do Centro-Oeste 29 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
Prefeitura Municipal de Goiânia - SEPLAM - FMDU - ITCO 
4 
 
 3.3.1.3 Intemperismo Físico ou Mecânico 29 
 3.3.1.4 A Erosão e a Modelagem do Relevo 30 
 3.3.1.5 A Ação das Chuvas 30 
4 GEOMORFOLOGIA – Fatores que influenciam na Modelagem do Relevo 33 
 4.1 A compartimentação geomorfológica de Goiás 34 
5 HIDROGEOLOGIA 35 
 5.1 Sistemas Hidrogeológicos ou Província Hidrogeológica 37 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40 
ANEXO 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
Prefeitura Municipal de Goiânia - SEPLAM - FMDU - ITCO 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
Além da pesquisa de bens minerais, recursos energéticos não renováveis e água 
subterrânea, a geologia, como ciência, tem sido cada vez mais utilizada como ferramenta 
para elaboração de instrumentos, como cartas de risco e de suceptibilidade erosiva, no 
gerenciamento das questões urbanas. 
Com o crescimento das cidades, existe a necessidade na gestão ambiental urbana, do 
conhecimento das áreas adequadas, ou não, à ocupação ou outra destinação. Problemas 
como enchentes, deslizamentos de terra, subsidências, exaustão e contaminação do 
freático, surgimento de erosões estão entre os problemas gerados pela urbanização e 
ocupação de áreas não adequadas. 
Com o objetivo de capacitar os gestores da Carta de Risco da cidade de Goiânia, este 
curso básico de geologia trás alguns conceitos dessa ciência que permitirão ao leitor dos 
produtos uma melhor compreensão da linguagem utilizada. 
 
1 FENÔMENOS E PARÂMETROS GEOLÓGICOS DA TERRA 
 
 Entre todos os planetas do Sistema Solar, apenas a Terra teve a sorte de se formar 
nem tão perto, nem tão longe do Sol. Como conseqüência tornou-se o único planeta onde 
as temperaturas permitiram a formação da água. 
 Essas condições permitiram o surgimento da vida e, mais que isso, seres inteligentes 
que aprenderam entre outras coisas, a questionar sobre a origem de tudo isso. Há mais de 
dois mil anos os filósofos gregos deduziram que a Terra era uma esfera, fato este 
comprovado pelo navegador português Fernão de Magalhães que circunavegou o globo no 
início do século XVI (1519-1522). Como curiosidade, a expedição de Magalhães só não foi 
um fracasso completo porque sua tripulação, reduzida a 18 homens, conseguiu chegar à 
Espanha em 10 setembro de 1522. 
 Enfim, no século XX, imagens a partir de satélites revelaram um lindo planeta azul 
flutuando no espaço. Apesar da evolução do conhecimento, o interior da Terra permanece 
um mistério oculto. 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
Prefeitura Municipal de Goiânia - SEPLAM - FMDU - ITCO 
6 
 
Entretanto, os cientistas usando ondas sísmicas e estudos do campo magnético 
descobriram que o planeta consiste de três camadas principais: crosta, manto e núcleo. 
Essas camadas armazenam grande quantidade de energia, que pode vir à superfície sob a 
forma de vulcões e terremotos, mas que também é responsável pela formação de cadeias 
de montanhas como de depósitos minerais. 
Em resumo, a aparente sólida superfície da Terra é uma “casquinha” que esconde 
um verdadeiro caldeirão de energia e matéria fervilhante e dinâmico. 
 
1.1 A História da Terra e o tempo geológico: “A Teoria do Big Bang” 
 
Segundo as teorias modernas, há 13,7 bilhões de anos ... devia existir a 
“singularidade”. Esta “Singularidade” seria um ponto com 1 bilionésimo do tamanho de um 
próton, que seria o tudo e o nada (Georges Lamaitre, 1927). 
Esta “singularidade” sofreu então uma “Grande Explosão” ou Big Bang”, iniciando um 
processo de inflação de partículas. Esta expansão da “sopa de partículas” provocou a fusão 
dos prótons e nêutrons gerando a matéria (Edin Hubble, 1929). 
A partir disso, há 4,6 bilhões de ano, houve o agrupamento de uma ”nuvem“ de poeira 
num determinado ponto do Universo. Este agrupamento formou o sol e o restante um disco 
de poeira que deu origem aos planetas do Sistema Solar, entre eles a Terra. 
 
1.2 A divisão do tempo geológico: Princípios de Estratigrafia e Paleontologia 
 
Estratigrafia estuda as rochas estratificadas, ou acamadadas de forma plana e 
superpostas (L. Sternere, estender). Através dela são estabelecidas às relações espaciais e 
temporais entre as unidades geológicas, utilizando dois princípios – PSC (princípio da 
superposição das camadas) e PHC (princípio da horizontalidade das camadas). 
As camadas (estratos) por sua vez refletem mudanças ambientais/climáticas, ou ciclos 
geológicos, que são a chave para a separação das chamadas unidades tectônicas: grupo, 
formação, membro e camada. A denominação das unidades geológicas obedece ao Códigode Nomenclatura Estratigráfica, que são regras para definição das unidades geológicas – 
Grupo, Formação, Membro e Camada. 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
Prefeitura Municipal de Goiânia - SEPLAM - FMDU - ITCO 
7 
 
Portanto, a definição das unidades estratigráficas é regulamentada por critérios 
temporais, tectônicos e litológicos. Para tanto é necessário que sejam estabelecidas às 
relações espaciais entre as diversas unidades geológicas, conhecidos seus limites e a sua 
idade. 
 
1.2.1 O tempo Geológico - Paleontologia 
 
O tempo geológico é a linha do tempo desde o presente até a formação da Terra. Este 
tempo é dividido em éons, eras, períodos, épocas e idades, que se baseiam nos grandes 
eventos geológicos da história do planeta. 
Cálculo do tempo geológico é calculado de duas formas. De forma relativa, através dos 
fósseis para as rochas do Fanerozíco e de forma absoluta através da datação radiométrica 
para rochas com mais de 570 m.a. 
A divisão do tempo geológico hoje aceita, considera os grandes eventos geológicos 
que ocorreram na Terra desde a sua formação até hoje pode ser resumida como no quadro 
a seguir. 
 
Quadro Estratigráfico 
Éon Era Período Época Idade Duração 
Holoceno 0 – 11,5 Ka
Superior 11,5 – 126 Ka 
Médio 126 – 781 Ka 
Pleistoceno 
Inferior 0,781 – 1,806 Ma 
Gelasiano 1,806 – 2,588 Ma 
Piacenziano 2,588 – 3,6 Ma 
Plioceno 
Zancleano 3,6 – 5,332 Ma 
Fanerozóico Cenozóico Neogeno 
Mioceno Messiniano 5,332 – 7,246 Ma 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
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8 
 
Tortoniano 7,246 – 11,608 Ma 
Serravalliano 11,608 – 13,65 Ma 
Langhiano 13,65 – 15,97 Ma 
Burdigaliano 15,97 – 20,43 Ma 
Aquitaniano 20,43 – 23,03 Ma 
Chattiano 23,03 – 28,4 Ma 
Oligoceno 
Rupeliano 28,4 – 33,9 Ma 
Priaboniano 33,9 – 37,2 Ma 
Bartoniano 37,2 – 40,4 Ma 
Lutetiano 40,4 – 48,6 Ma 
Eoceno 
Ypresiano 48,6 – 55,8 Ma 
Thanetiano 55,8 – 58,7 Ma 
Selandiano 58,7 – 61,7 Ma 
Paleogeno 
Paleoceno 
Daniano 61,7 – 65,5 Ma 
Maastrichtiano 65,5 – 70,6 Ma 
Campaniano 70,6 – 83,5 Ma 
Santoniano 83,5 – 85,8 Ma 
Coniaciano 85,8 – 89,3 Ma 
Turoniano 89,3 – 93,5 Ma 
Superior 
Cenomaniano 93,5 – 99,6 Ma 
Albiano 99,6 – 112 Ma 
Mesozóico Cretáceo 
Inferior 
Aptiano 112 – 125 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
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9 
 
Ma 
Barremiano 125 – 130 Ma 
Hauteriviano 130 – 136,4 Ma 
Valanginiano 136,4 – 140,2 Ma 
Berriasiano 140,2 – 145,5 Ma 
Tithoniano 145,5 – 150,8 Ma 
Kimmeridgiano 150,8 – 155,7 Ma 
Superior 
Oxfordiano 155,7 – 161,2 Ma 
Calloviano 161,2 – 164,7 Ma 
Bathoniano 164,7 – 167,7 Ma 
Bajociano 167,7 – 171,6 Ma 
Médio 
Aaleniano 171,6 – 175,6 Ma 
Toarciano 175,6 – 183 Ma 
Pliensbachiano 183 – 189,6 Ma 
Sinemuriano 189,6 – 196,5 Ma 
Jurássico 
Inferior 
Hettangiano 196,5 – 199,6 Ma 
Rhaetiano 199,6 – 203,6 Ma 
Noriano 203,6 – 216,5 Ma 
Superior 
Carniano 216,5 – 228 Ma 
Ladiniano 228 – 237 Ma 
Médio 
Anisiano 237 – 245 Ma 
Triássico 
Inferior Olenekiano 245 – 249,7 Ma 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
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10 
 
Induano 249,7 – 251 Ma 
Changhsingiano 251 – 253,8 Ma 
Lopingiano 
Wuchiapingiano 253,8 – 260,4 Ma 
Capitaniano 260,4 – 265,8 Ma 
Wordiano 265,8 – 268,0 Ma 
Guadalupiano 
Roadiano 268,0 – 270,6 Ma 
Kunguriano 270,6 – 275,6 Ma 
Artinskiano 275,6 – 284,4 Ma 
Sakmariano 284,4 – 294,6 Ma 
Permiano 
Cisuraliano 
Asseliano 294,6 – 299 Ma 
Gzheliano 299 – 303,9 Ma 
Kasimoviano 303,9 – 306,5 Ma 
Moscoviano 306,5 – 311,7 Ma 
Pennsylvaniano
Bashkiriano 311,7 – 318,1 Ma 
Serpukhoviano 318,1 – 326,4 Ma 
Viseano 326,4 – 345,3 Ma 
Carbonífero
Mississippiano 
Tournaisiano 345,3 – 359,2 Ma 
Famenniano 359,2 – 374,5 Ma 
Superior 
Frasniano 374,5 – 385,3 Ma 
Givetiano 385,3 – 391,8 Ma 
Médio 
Eifeliano 391,8 – 397,5 Ma 
Paleozóico 
Devoniano 
Inferior Emsiano 397,5 – 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
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11 
 
407,0 Ma 
Pragiano 407,0 – 411,2 Ma 
Lochkoviano 411,2 – 416 Ma 
Pridoli 416 – 418,7 Ma 
Ludfordiano 418,7 – 421,3 Ma 
Ludlow 
Gorstiano 421,3 – 422,9 Ma 
Homeriano 422,9 – 426,2 Ma 
Wenlock 
Sheinwoodiano 426,2 – 428,2 Ma 
Telychiano 428,2 – 436 Ma 
Aeroniano 436 – 439 Ma 
Siluriano 
Llandovery 
Rhuddaniano 439 – 443,7 Ma 
Hirnantiano 443,7 – 445,6 Ma 
 ? 445,6 – 455,8 Ma 
Superior 
 ? 455,8 – 460,9 Ma 
Darriwiliano 460,9 – 468,1 Ma 
Médio 
 ? 468,1 – 471,8 Ma 
 ? 471,8 – 478,6 Ma 
Ordoviciano
Inferior 
Tremadociano 478,6 – 488,3 Ma 
 ? 488,3 – ? Ma Superior 
Paibiano ? – 501 Ma
 ? 501 – ? Ma
Médio 
 ? ? – 513 Ma
 ? 513 – ? Ma
Cambriano 
Inferior 
 ? ? – 542 Ma
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
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12 
 
Ediacarano 542 – 630 Ma 
Criogeniano 630 – 850 Ma 
Neoproterozóico 
Toniano 0,85 – 1 Ga
Steniano 1 – 1,2 Ga 
Ectasiano 1,2 – 1,4 Ga Mesoproterozóico 
Calymmiano 1,4 – 1,6 Ga 
Statheriano 1,6 – 1,8 Ga 
Orosiriano 1,8 – 2,05 Ga 
Rhyaciano 2,05 – 2,3 Ga 
Proterozóico 
Paleoproterozóico 
Sideriano 2,3 – 2,5 Ga 
Neoarqueano 2,5 – 2,8 Ga 
Mesoarqueano 2,8 – 3,2 Ga 
Paleoarqueano 3,2 – 3,6 Ga 
Arqueano 
Eoarqueano 3,6 – 3,85 Ga 
Hadeano 3,85 – 4,57 Ga 
Escala de tempo (antes do presente): 
• 1 Ka = 103 (um milhar de) anos; 
• 1 Ma = 106 (um milhão de) anos; 
• 1 Ga = 109 (um bilhão de) anos. 
 
Notas 
1. A escala de tempo geológica é distorcida, ampliando-se em direção ao presente. 
Isso se dá, em parte, porque há mais informações nas camadas de rochas recentes, 
que assim requerem estudos mais detalhados. Mas também porque, quando se 
estuda o passado, tende-se a sobrevalorizar o que está mais próximo do presente. 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
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13 
 
2. As datas são aproximadas, devido à incerteza da datação radiométrica e ao 
problema de que os depósitos nem sempre são examinados no lugar apropriado da 
camada geológica que se deseja datar. Os limites de algumas divisões mais antigas 
ainda carecem de definição. Algumas divisões sequer foram oficialmente nomeadas. 
3. Os períodos do Proterozóico não são divididos em épocas, assim como as eras do 
Arqueano não o são em períodos. Quanto mais se retrocede no tempo, menos 
informações as camadas geológicas revelam que permitam justificar subdivisões 
detalhadas. 
4. O Hadeano a rigor não pode ser considerado um éon geológico, porque não há 
rochas tão antigas para caracterizá-lo adequadamente. Apesar de não constar do 
Quadro Estratigráfico Internacional, é reconhecido como o marco zero da Escala de 
Tempo Geológico por várias outras fontes. 
5. O conjunto dos éons anteriores ao Fanerozóico – Proterozóico, Arqueano e Hadeano 
– é tradicionalmente chamado Pré-Cambriano. Apesar de constar do Quadro 
Estratigráfico Internacional, não é um éon nem uma era, como se costuma encontrar 
na literatura especializada, mas sim um conjunto de éons. 
6. Os antigos períodos Terciário e Quaternário da era Cenozóica foram abolidos,e 
suas épocas redistribuídas entre os novos períodos Paleogeno e Neogeno. 
7. O antigo período Vendiano do Neoproterozóico foi renomeado para Ediacarano. 
 
1.3 Características da Terra 
 
Com o desenvolvimento da ciência geológica foi possível calcular alguns parâmetros 
do planeta, como a sua circunferência, que no Equador é igual a 40.075 km e nos Pólos 
igual a 40.008 km. Com isso os raios equatorial e polar são respectivamente iguais a 6.378 
km e 6.337 km. 
A gravidade calculada em função disso varia de acordo com a posição, sendo menor 
nas regiões próximas ao Equador (raio menor e maior força centrífuga) e menor nas regiões 
polares. 
Varia também com a altitude, hora do dia, estruturas geológicas e a presença de 
materiais mais densos. Em razão de variar com a presença de materiais densos e estruturas 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
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14 
 
geológicas, é utilizada como método de investigação geofísica para localizar depósitos 
minerais e descontinuidades do maciço rochoso. 
Outro parâmetro calculado é o magnetismo terrestre, gerado no núcleo pela presença 
do ferro e do níquel. Da mesma forma que a gravidade, o magnetismo varia de acordo com 
a posição geográfica do observador em relação ao pólo magnético terrestre e pode ser 
calculado em relação ao norte geográfico. Esta variação é denominada declinação 
magnética que é a diferença entre o norte magnético e o geográfico. 
Assim como a gravidade a variação do magnetismo é utilizada na prospecção mineral, 
pois, este parâmetro é afetado pela presença de alguns materiais que alteram o campo 
magnético localmente. 
Também muito estudado é o gradiente geotérmico, que é a variação da temperatura a 
medida que se aprofunda na crosta (ºG = ºC/m). Este gradiente apresenta média geral igual 
a 1ºC/30m, e varia de acordo com a posição em relação às áreas tectonicamente ativas ou 
não. Como curiosidade a região de Caldas Novas, apesar das águas quentes, apresenta 
gradiente geotérmico normal. 
 
1.4 As Camadas Terrestres 
 
O estudo das ondas sísmicas permitiu aos geocientistas fazerem um raio – X da Terra 
e definir sua estrutura, a partir da superfície. Este raio-X mostra que o planeta é constituído 
por uma capa superior ou crosta até 40/70 km; uma capa abaixo do manto a astenosfera até 
400 km; o manto até 2900 km; o núcleo externo - líquido - de 2900 a 5150 km e, o núcleo 
interno - sólido - até 6371 km. A figura 1 a seguir apresenta o modelo descrito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
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15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 
 
1.5 Como se Estuda a Terra 
 
Instrumentos e observação dos fenômenos geológicos, o estudo dos minerais, rochas, 
fósseis e a determinação dos parâmetros físico-químicos através da geofísica e geoquímica, 
permitem estudar a Terra. 
Estas observações são baseadas num dogma da geologia, conhecido pelo “Princípio 
do Uniformitarismo”, introduzido por Charles Lyell entre 1830 e 1833, quando lançou a livro 
Principles of Geology. Este princípio diz: “O presente é a chave do passado” , que significa 
os fenômenos geológicos que hoje ocorrem, aconteceram no passado em maior ou menor 
intensidade. 
Este princípio juntamente com as idéias da Seleção Natural de Charles Darwin (1938 e 
1958 com Alfred Russel Wallace), são as bases do estudo geológico como hoje fazemos. 
Além disso, evoluíram os estudos sobre a estratigrafia que permite estabelecer as relações 
espaciais e temporais entre as unidades geológicas ou a hierarquia entre os Grupos e 
Formações etc. 
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA: Mapeamento dos Vazios Urbanos, Carta de Risco e ZEE 
 
 
 
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16 
 
Estudos de mineralogia e petrografia, associado aos métodos de datação de rocha, 
relativa através dos fósseis, e absoluta pelo estudo do decaimento radiométrico, juntamente 
com o estudo da geologia estrutural, que determina a arquitetura das rochas e o tipo de 
deformação, permitem traçar os limites espaciais e geográficos entre as diversas unidades 
geológicas. 
 Estes limites são determinados pelo mapeamento geológico e, a partir deste podem ser 
gerados subprodutos como cartas geotécnicas, cartas de risco, mapas metalogenéticos, 
mapas hidrogeológicos etc. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DOS MINERAIS E ROCHAS 
 
2.1 A Composição Química da Crosta Terrestre 
 
Não considerando as diversas camadas a crosta apresenta como principais elementos 
químicos, presentes nos minerais e rochas os seguintes elementos: O, Si, Al, Ca, Mg, Na, K, 
Li, Rb, Ba, etc (elementos litófilos / d = 2,73g /cm³). Os elementos mais comuns são: O, Si, 
Al, Fe, Ca, Na, K, Mg, Ti, H e C. Isto se reflete na abundância de minerais como o quartzo 
(SiO2) e dos feldspatos sódico/potássicos (Na e K) além das micas presentes nos granitos e 
em grande parte das rochas metamórficas e sedimentares. 
 
 2.2 Conceito e Classificação dos Minerais 
 
Minerais são substâncias sólidas, naturais, inorgânicas, com propriedades físicas e 
químicas definidas. Na natureza estão catalogados mais de 3000 minerais em geral estão 
associados às rochas. 
Alguns minerais são associações de elementos (CaCO3) e outros isolados como o 
ouro (Au). Independentes disso, os minerais têm como característica possuir estrutura 
cristalina que vai refletir suas propriedades como o polimorfismo (p.e. grafita e diamante). 
Além dessa propriedade os minerais apresentam composição química, hábito, cor, 
transparência, traço, brilho, índice de refração, clivagem e fratura, dureza, fragilidade,
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maleabilidade e elasticidade, peso específico, magnetismo e radioatividade. 
 
2.2.1 A Classificação dos Minerais 
 De maneira geral os minerais são separados em dois grandes grupos, o grupo dos 
metais e dos não metais. 
 O grupo dos metais é constituído por: 
- Elementos nativos e compostos intermetálicos – p.e. Au e polixeno (Fe e Pt); 
- Óxidos e Hidróxidos – simples e complexos (hematita (Fe) e polianita (Mn)) e, 
- Cromatos, molibidatos e wolframatos, arseniatos e vanadatos, sulfetos. 
 O grupo dos não metais pelos subgrupos dos: 
-Silicatos – quartzo, feldspatos e micas (grupo mais importante), pois compõe as 
principais rochas silicatadas; 
-Carbonatos – que entre eles está a calcita que forma os calcários; 
-Sulfatos – que forma minerais como gipsita e a anidrita e, 
-Halogenetos – fluoretos, brometos e cloretos, oxisais (nitratos-salitre). 
 
2.3 Conceito e Classificação das Rochas: ígneas, sedimentares e metamórficas 
 
O conceito mais simples para rocha é que esta é um agregado natural de um ou 
vários minerais. Quando uma rocha é formada por apenas um mineral dizemos que esta 
rocha é mono minerálica. Quando é formada por vários minerais dizemos que esta rocha é 
poli minerálica. 
A classificação mais utilizada na geologia é a relacionada com a origem da rocha, ou 
classificação genética, que separa a rocha em três grandes grupos: 
1. rochas ígneas ou magmáticas – também chamadas de cristalinas; 2. rochas sedimentares 
– que em geral são granulares, mas podem ser cristalinas como os calcários e, 
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3. rochas metamórficas – que apresentam orientação nos minerais formando xistosidade 
e/ou bandamentos. 
 
2.3.1. Rochas Ígneas 
 
São denominadas rochas ígneas ou magmáticas aquelas formadas pela cristalização 
do magma no interior da crosta ou superfície terrestre. As rochas que se cristalizam no 
interior da crosta são denominadas plutônicas e hipabissais, que têm como característica a 
presença de cristais visíveis a olho nu. Já aquelas que se cristalizam na superfície terrestre
são denominas vulcânicas ou extrusivas, que têm como característica cristais visíveis
somente com ajuda de um microscópio. 
 Os tipos mais comuns de rochas plutônicas são os granitos, granodioritos, gabros, 
anortositos etc. As vulcânicas mais comuns são o riolito, o andesito e o basalto. 
A partir da formação das rochas ígneas as rochas iniciam um ciclo denominado “ciclo 
das rochas” que é sintetizado na Figura 2 a seguir. 
 
Figura 2 
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As rochas ígneas podem ser classificadas ainda de acordo com a sua composição 
química (conteúdo de SiO2) ou pelo índice de cor determinado pela presença de minerais 
claros e escuros. 
A classificação pela composição é assim definida: 
- Ácida >66%SiO2; Intermediária - 66-52%SiO2; Básica - 52-42%SiO2 e, Ultrabásica 
<45%SiO2. 
Quanto ao índice de cor são classificadas como: 
- Hololeucocrática – índice de cor < 10%; Leucocrática – índice de cor entre 10 – 30%; 
Mesocrática - índice de cor entre 30 – 60%; Melanocrática ou máfica – índice de cor 
entre 60 – 90% e, Ultramáfica ou ultramelanocrática – índice de cor > 90%. 
 
2.3.2 Rochas Sedimentares (camadas) 
 
As rochas sedimentares recobrem 80% da superfície da Terra, porém, correspondem 
a somente 5% do volume das rochas da crosta. 
São formadas por fragmentos de outras rochas, processos químicos, ou processos 
biológicos. Quando são formadas por fragmentos de outras rochas são denominadas de 
rochas clásticas e entre elas podem ser citadas o argilito, o siltito, os arenitos, e os 
conglomerados/brecha. 
 As rochas químicas são formadas por precipitação e evaporação e também por por 
substituição, como no caso dos calcários calcíticos que se transformam em dolomitos. 
Quando são formadas por evaporação são denominadas evaporitos e formam camadas de 
e sais como halita, silvinita e carnalita. 
Também, podem ser formadas por processos biológicos pela morte de organismos 
como os calcários de corais ou pela acumulação de matéria orgânica como é o caso do 
carvão mineral. 
Em qualquer um dos casos, as rochas sedimentares são formadas em locais 
denominados “bacias sedimentares”, que são depressões da crosta nos diversos ambientes 
como os desertos, áreas continentais, regiões marinhas etc. 
 
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2.3.3 Rochas Metamórficas 
 São rochas formadas pela modificação físico química dos minerais pré-existentes em 
outras pela ação da pressão e temperatura (P, T) e a circulação de fluidos. 
São três os tipos de metamorfismo: metamorfismo regional, ou por soterramento, 
onde são fatores desencadeadores do processo P e T; metamorfismo dinâmico ou 
cataclasamento, onde a P (dirigida) é o fator principal e, o metamorfismo por
Contato, ou termal, onde ocorre a ação da T e a circulação de fluidos. 
No metamorfismo regional as elevadas pressões e temperaturas existentes no interior
das cadeias de montanhas são os parâmetros envolvidos nesse tipo de metamorfismo.
Desse metamorfismo são formadas rochas como: ardósia – filito – xisto – gnaisse –
anfibolito; granulitos – migmatitos; mármores (a partir de calcários); quartzito (a partir de 
arenitos). 
O metamorfismo dinâmico ocorre ao longo de planos de deslocamentos de grandes 
blocos de rocha em zonas de falhas cisalhantes, onde é formada uma faixa de alta pressão
ao longo do plano de falha. Nesse metamorfismo são formadas rochas cataclásticas 
(cataclasitos) cujos termos petrográficos são: filonitos, gnaisses miloníticos, ultramilonitos e 
milonitos. 
Portanto estas rochas são formadas em zonas denominadas de cisalhamento dúctil.
Estas rochas apresentam folição milonítica, que mostram estruturas de fluxo e sombras de 
pressão. 
 No outro tipo de metamorfismo, o termal ou de contato, o fenômeno ocorre pela
dissipação de calor (alta temperatura) das manifestações ígneas (intrusões ou extrusões)
em contato com outras rochas. Desse metamorfismo são formados os gnaisses tipo 
“hornfels”, que são rochas maciças (em geral), calcissilicáticas e difíceis de reconhecer 
embora tenham como característica comum à cor verde. 
Rochas metamórficas quando são formadas a partir de rochas sedimentares são 
denominadas paraderivadas, e metamórficas ortoderivadas quando derivadas de rochas 
ígneas. 
 
 
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3. ESTUDO DA DINÂMICA 
 
A dinâmica é o conjunto de processos que ocorrem no interior e exterior da crosta
provocando deformações nas rochas e modificações no relevo. Divide-se em dinâmica 
interna, que estuda os fenômenos relacionados a atividades tectônicas e os mecanismos de 
deformação das rochas e, dinâmica externa, que estuda os processos que envolvem a 
alteração, transporte e deposição de materiais como por exemplo a erosão, a formação de 
solos e do relevo. 
 
3.1 Dinâmica Interna 
 
Na dinâmica interna os processos e mecanismos de deformação das rochas, com a 
formação de dobras, falhas e fraturas nas rochas, as manifestações magmáticas através dos 
vulcões, a ocorrência de terremotos estão relacionados à tectônica global explicada pela
Teoria da Tectônica de Placas. 
 
3.1.1 A Teoria da Tectônica de Placas (Deriva Continental) 
 
O modelo foi sugerido, pela primeira vez, em 1596 por um fabricante holandês,
Abraham Ortelius através da observação do contorno dos continentes nos primeiros mapas
resultantes das grandes navegações da idade média. 
Em 1912 dois artigos publicados por um alemão, Alfred Lothar Wegener
(meteorologista) trouxe a teoria de volta. Nestes artigos Wegener argumentou que, há cerca 
de 200 milhões de anos, havia um supercontinente – o Pangeia, ou Pangea que começou a 
se separar em várias partes. 
Após a morte de Wegener, em 1930, novas evidências a partir da exploração dos
fundos oceânicos, bem como outros estudos geológicos e geofísicos reacenderam o
interesse pela teoria de Wegener, conduzindo finalmente ao desenvolvimento da teoria da
Tectônica de Placas. 
 
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Em 1939 Alexander Du Toit, professor de geologia na Universidade de Joanesburgo
encampou as idéias de Wegener e foi em busca de argumentos que justificassem a teoria e
concluiu que o Pangeia, primeiro, se dividiu em dois grandes continentes, a Laurásia no
hemisfério norte e a Gondwana no hemisfério sul. A partir daí os continentes foram se 
distanciando uns dos outros a uma velocidade média de 2,0 cm/ano. A Figura 3 a seguir 
mostra como era a junção entre a África e a América do Sul e os pontos onde existem
evidências de ambientes geológicos semelhantes, ocorrências de fósseis comuns etc. 
 
 
Figura 3 
 
Na Figura 4 é apresentadoum modelo onde os continentes estão juntos formando o
Pangeia e, na Figura 5 o contorno atual. 
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 Figura 4 – Indicação de fósseis comuns aos continentes. 
 
Figura 5 
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A partir das décadas de 50 e 60 o modelo foi estudado e melhorado, à luz de novos
conhecimentos e, desde a década de 70 se consolidou com o formato atual. 
Este modelo apresenta a Terra como sendo formada por um mosaico de pequenas 
crostas, que flutuam no manto e se deslocam por influência das correntes de convecção
geradas pelo fluxo de calor no manto superior. Este mecanismo é responsável pelos
choques entre as placas, e que tem como conseqüência a formação de terremotos, o 
vulcanismo e a deformação das rochas. A Figura 6 apresenta uma síntese do modelo. 
 
 
Figura 6 
 
3.1.2 A deformação das rochas 
 
Uma das conseqüências da movimentação das placas é a deformação das rochas.
Essa deformação pode ser plástica, ou dúctil, e forma dobramentos ou arqueamentos nas 
rochas. Pode ser também rígida, ou frágil, formando descontinuidades no maciço rochoso 
denominadas falhas e fraturas. 
 As dobras são estruturas arqueadas ou flexionadas a partir de um eixo imaginário, 
com encurtamento do maciço rochoso como mostra a Figura 7. Estas estruturas 
normalmente formam conjuntos de arqueamentos, positivos e negativos, denominados
respectivamente anticlinais e sinclinais. Quando esse arqueamento é único, é denominado 
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monoclinal. 
 
Figura 7 – Dobras e seus elementos geométricos. 
 
Diferente das dobras as falhas são rupturas do maciço rochoso com deslocamento de 
blocos. Esse deslocamento pode ser tanto vertical, quanto horizontal, ou ainda uma mistura
dos dois, como mostra a Figura 8. 
 
 
Figura 8 
 
 
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Assim como as falhas as fraturas também são rupturas do maciço rochoso, porém, 
sem deslocamento de blocos. Existem dois tipos de fraturas, as juntas e as diáclases. Nas
juntas ocorre a quebra, mas os blocos não se afastam lateralmente. Nas diáclases ocorre a 
quebra e um pequeno afastamento lateral. Note que isso é diferente das falhas. 
Outra conseqüência da tectônica global são os vulcões,
 que são manifestações do material rochoso fundido em profundidade e submetido a 
pressões e temperaturas altíssimas (astenosfera) e, que se manifesta na superfície quando a 
placa litosférica rígida sofre uma ruptura. Quando ocorre o extravasamento na superfície é 
denominado vulcanismo, quando o material fica retido em câmaras magmáticas dentro da 
crosta e não consegue chegar à superfície é denominado plutonismo. 
O material que extravasa é constituído por gases, lavas e cinzas e, a atividade 
vulcânica pode formar ilhas em meio aos oceanos (Havaí, Açores e etc.) que podem ser
destruídas em instantes. Pode ocorrer nos continentes, formando montanhas (Estromboli e
Vesúvio na Itália, Osorno e Vila Rica no Chile, Santa Helena nos EUA). 
Entretanto, o mais espetacular aspecto construtivo do vulcanismo é o que ocorre nas 
cadeias meso-oceânicas, que representam limites divergentes de placas, gerando 
verdadeiras cordilheiras submarinas, formando assoalho oceânico novo a cada
extravasamento e causando, e assim, a expansão oceânica. A lslândia representa parte da
cadeia meso-oceânica emersa acima do nível das águas, permitindo a observação direta 
deste tipo de vulcanismo fissural. 
Outro processo derivado da tectônica global são os terremotos. Os terremotos são 
tremores ou abalos causados pela liberação repentina da energia acumulada durante longos
intervalos de tempo em que as placas tectônicas sofreram esforços para se movimentar.
Quando o atrito entre elas é vencido (subducção ou falha transformante) ou quando partes
se rompem (separação de placas), ocorrem os abalos. 
Estes abalos têm intensidade, duração e freqüência variáveis, podendo resultar em 
grandes modificações na superfície, não só pela destruição que causam, mas por estarem
associados aos movimentos das placas tectônicas. 
Os hipocentros (pontos de origem dos terremotos) e epicentros (projeções verticais
dos hipocentros na superfície) estão localizados preferencialmente em zonas limitrofes de
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placas tectônicas, onde elas se chocam e sofrem subducção e enrugamento, formando,
respectivamente, fossas oceânicas e cordilheiras continentais, ou onde elas se separam, nas 
cadeias dorsais meso-oceânicas. 
Ocorrem terremotos também no limites neutros, onde as placas se movem
lateralmente em sentidos opostos (falhas transformantes). No mapa mundi, pode-se 
observar que a distribuição dos terremotos forma faixas contínuas ao longo das fossas 
oceânicas e cadeias continentais e meso-oceânicas. É famoso o "cinturão de fogo 
circumpacífico", sujeito a freqüentes e intensos terremotos (exemplo da Falha de San
Andreas, EUA), formando uma faixa muito ativa em volta do Oceano Pacífico. 
Também existem terremotos que não são devidos aos movimentos das placas, mas a
esforços chamados intra-placas. Estes abalos são menos freqüentes, menos intensos, e 
estão relacionados à reativação de falhas (rupturas) muito antigas na crosta como ocorre 
com certa freqüência em João Câmara - RN, e ocorreu recentemente no Rio de Janeiro e 
São Paulo. 
3.3 Dinâmica Externa 
Entende-se por dinâmica externa como o conjunto de processos que ocorrem na 
superfície terrestre modificando-a. Estes processos são: (a) o intemperismo físico 
desgastes e alterações físicas de minerais e rochas; b) o intemperismo químico alteração 
química de minerais e rochas e, c) o intemperismo biológico (inclusive o antrópico) 
alterações locais de rochas e modificações
pontuais no relevo (Canal do Panamá). 
 
3.3.1 Agentes de Intemperismo 
 
Os agentes principais do intemperismo são: a água – chuvas, rios, mares, água 
subterrânea; o gelo das neves e ocorre nas regiões de clima frio; a variação de temperatura; 
o vento; a cristalização de sais e, a ação dos seres vivos inclusive o homem. 
 
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3.3.1.1 Intemperismo Químico 
 
A forma mais importante de intemperismo é aquela que provoca a transformação
química dos minerais que compõem a rocha. Este tipo de intemperismo tem como principal 
agente a água, que por processos como a hidrólise e/ou a hidratação altera minerais como 
os feldspatos e micas, que são transformados em argilas. É oportuno salientar que o 
quartzo permanece inalterado quando ocorrem estes processos. 
O resultado final do intemperismo químico das rochas é a formação dos solos, que nas 
regiões de clima tropical são denominados latossolos vermelhos devido a forte presença de 
sesquióxidos de Fe e Al. Também nestas regiões, esta forma de intemperismo é responsável
pela formação de jazidas mineraiscomo caulim, manganês, níquel, argilas refratárias etc. 
Os solos, manto de alteração ou regolito, normalmente refletem a rocha que lhes deu
origem, desde que não tenham sido deslocados, e apresentam estratificações denominadas
de horizontes como mostra a Figura 9. Estes horizontes apresentam composições diferentes
e podem estar presentes ou não. 
 
Figura 9 – Perfil típico de solo até o horizonte C. 
 
 
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3.3.1.2 Solos Tropicais do Centro – Oeste 
 
Na região predominam latossolos vermelhos a vermelho-amarelados com variações 
para solos lateríticos (concreções limoniticas) e litossolos. Ocorrem ainda, de forma 
localizada, solos podsolizados, gleissolos e solos aluviais. 
Os latossolos ocorrem de forma indiscriminada em toda região com variações locais 
de tonalidade que refletem a maior ou menor quantidade de alumínio e/ou ferro. Uma
variação local importante são os litossolos, que têm como característica principal a presença 
de fragmentos de rocha e de quartzo e que refletem seu grau de maturidade. Estes solos
são observados nas regiões acidentadas principalmente nas encostas. 
Os solos podsolizados ocorrem nas áreas mais baixas onde ocorre o acúmulo de 
matéria orgânica, que nunca excede a 20%. 
Os solos tipo glei ou gleissolos ocorrem nas áreas de várzea inundáveis ou mesmos 
em áreas baixas em antigas depressões ou “dales”. Os solos aluviais ocorrem ao longo das 
drenagens com o Rio Meia Ponte e outros rios maiores e menores. 
 
3.3.1.3 Intemperismo Físico ou Mecânico 
 
Este tipo de intemperismo envolve processos que conduzem à desagregação física 
da rocha, sem que haja necessariamente uma alteração química maior dos minerais
constituintes. 
Os principais agentes do intemperismo físico são: a) a variação de temperatura -
minerais sofrem dilatação e contração, desenvolvendo pressões internas que desagregam a
estrutura cristalina; b) a cristalização de sais – soluções salinas penetram nos planos de 
clivagem, cristalizam-se e rompem o mineral; c) o congelamento da água – a água quando 
congela aumenta o volume e, d) as atividades de seres vivos – raízes e ação de organismos 
em regiões costeiras. 
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3.3.1.4 A Erosão e a Modelagem do Relevo 
 
Erosão é o processo de desgaste e remoção de partículas das rochas e solos, que 
gradativamente modela a paisagem. Pode ser natural, quando os agentes de intemperismo
agem sem qualquer interferência, ou induzida quando o homem interfere, modificando o
equilíbrio na natureza. 
Entre os agentes de erosão estão: a) as águas pluviais, que através das enxurradas 
com fluxo concentrado formando sulcos, ravinas e voçorocas; b) os rios e tributários, que 
promovem a dissecação do relevo com formação de vales em “V”; c) o mar, que pela ação 
das ondas que modelam o litoral (praias e falésias); d) as geleiras, que nas regiões mais frias 
modelam o relevo pelo deslocamento de grandes massas de gelo, formando os”fiordes” no 
litoral e as os vales em “U” e “morenas” nas áreas continentais e, e) a antrópica, onde a ação 
humana promove modificações pela construção civil, mineração, agropecuária etc. 
 
3.3.1.5 A Ação das Chuvas 
 
 
 Quando as chuvas caem sobre a superfície da Terra, suas águas podem seguir três 
caminhos: evaporar-se, indo para a atmosfera; infiltrar-se no solo como água subterrânea; 
e escorrer pela superfície da Terra, sob a forma de enxurradas e torrentes. A chuva é um 
dos mais eficazes agentes de erosão. 
Nas enxurradas a violência das águas tem um poder erosivo muito grande. Em 
terrenos inclinados, sem cobertura vegetal, podem desenhar desde sulcos superficiais até 
outros mais profundos, chamados ravinas. 
No Brasil, a ação combinada das enxurradas e das águas subterrâneas causa as 
voçorocas, enormes buracos que destroem trechos de terra cultiváveis, ou mesmo, quando 
ocorre nas cidades causar prejuízos materiais e financeiros. Quando uma região perde sua 
cobertura vegetal, o solo fica sujeito à erosão e pode desaparecer. 
As torrentes se diferenciam das enxurradas porque são formadas nas encostas, a 
partir de pequenos fios de água que vão se reunindo para formar outros maiores. São 
cursos de água de regime irregular, pois dependem da quantidade de chuvas que recebem: 
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uns existem o ano todo, outros dependem da época de chuvas ou do derretimento das 
neves. 
Uma torrente tem três partes: a bacia de recepção, onde a erosão é mais intensa; o 
canal de escoamento, ou parte média; e o cone de dejeção; onde são abandonados os 
sedimentos. 
 A união de várias torrentes acaba formando os rios, que são correntes de água 
com leito definido e vazão regular. A vazão pode sofrer mudanças ao longo do ano. Essas 
mudanças devem-se tanto a estiagens prolongadas quanto a cheias excepcionais, às 
vezes com efeitos catastróficos sobre as populações e os campos. 
O poder erosivo de um rio será tanto maior quanto maior for sua vazão e a inclinação 
de seu leito, que pode sofrer variações ao longo do percurso (Figura 10). 
Em seu curso, os rios realizam três trabalhos essenciais para a construção e modificação 
do relevo: 
Erosão, ou seja, escavação dos leitos. 
Transporte dos sedimentos, os chamados aluviões. 
Sedimentação, quando há a formação de planícies e deltas. 
Podemos dividir o caminho que o rio percorre da nascente até a foz em três porções 
que podem ser comparadas com as três fases da vida humana: o curso superior, ou alto 
curso, equipara-se à juventude; o curso médio equivale à maturidade; e o curso inferior, ou 
baixo curso, à velhice. 
O curso superior do rio é sua parte mais inclinada, onde o poder erosivo e de 
transporte de sedimentos é muito intenso. A força das águas escava vales em forma de V. 
Se as rochas do terreno são muito resistentes, o rio circula por elas, formando gargantas ou 
desfiladeiros. 
 No curso médio do rio, a inclinação se suaviza e as águas ficam mais tranqüilas. Sua 
capacidade de transporte diminui e começa a depositar os sedimentos que não pode mais 
transportar. 
 Na época das cheias, o rio transborda, depositando nas margens grande quantidade 
de aluviões. Nessas regiões formam-se grandes planícies sedimentares, onde o rio 
descreve amplas curvas, chamadas meandros. A sedimentação é um processo muito 
importante para a humanidade. Culturas antigas, como as do Egito, Mesopotâmia e Índia, 
são relacionadas à fertilidade dos sedimentos depositados por rios.
 O curso inferior do rio corresponde às zonas próximas de sua foz. A inclinação do 
terreno torna-se quase nula e há muito pouca erosão e quase nenhum transporte. O vale 
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alarga-se e o rio corre sobre os sedimentos depositados. 
 A foz pode estar livre de sedimentação ou podem surgir aí acumulações de aluviões 
que dificultam a saída da água. No primeiro caso, recebe o nome de estuário e no segundo, 
deltas. 
 O mar também exerce um duplo trabalho nos litorais dos continentes. É um agente 
erosivo, que desgasta as costas em um trabalho incessante de destruição chamado 
abrasão marinha. As águas dos mares e oceanos desgastam e destroemas rochas da 
costa mediante três movimentos: as ondas, as marés e as correntes marítimas. Ao mesmo 
tempo, o vaivém de suas águas traz sedimentos que são depositados nos litorais, 
realizando um trabalho de acumulação marinha, formando depósitos de praia . 
 A ação contínua das ondas do mar, denominada de abrasão marinha ataca a base 
dos paredões rochosos do litoral, causando o desmoronamento de blocos de rochas e o 
conseqüente afastamento do paredão. 
Esse processo dá origem a costas altas denominadas falésias. Algumas falésias são 
cristalinas, como as de Torres, no Rio Grande do Sul. No Nordeste do Brasil, encontramos 
falésias formadas por rochas sedimentares denominadas barreiras (Figura 11). 
Em algumas zonas de clima muito frio, a neve não derrete durante o verão. O peso 
das camadas de neve acumuladas durante invernos seguidos acaba por transformá-la em 
gelo. Quando essa enorme massa de gelo se desloca, corre como um poderoso rio de gelo. 
As geleiras realizam um trabalho de erosão nas rochas que as cercam, formando vales em 
forma de U e os sedimentos transportados pelas geleiras são chamados morenas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 10 Figura 11 
 
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4 GEOMORFOLOGIA - FATORES QUE INFLUENCIAM NA MODELAGEM DO RELEVO 
 
A geomorfologia é a ciência que aborda o estudo das formas de relevo e dos seus
processos. Nos processos influem fatores internos, que são responsáveis pela elevação ou 
rebaixamento da superfície da crosta terrestre através dos fenômenos tectônicos, como
epirogênese, vulcanismo e abalos sísmicos. Influem também fatores externos, que por sua 
vez, causam modificações na superfície terrestre. 
Entre os fatores externos de modelagem estão o intemperismo, as águas correntes, o 
vento, o mar, o gelo e os seres vivos, como visto no item anterior. Na prática ocorre uma
interação de fatores, internos e externos e o resultado são as diversas formas de relevo
observadas na paisagem do planeta. 
A formação das cadeias de montanhas, seja por vulcanismos, choques de placas e 
movimentos verticais de massas continentais (isostasia), é um dos resultados mais visíveis.
Além das cadeias de montanhas outras formas são geradas, como: planaltos, chapadas,
planícies, depressões, cristas em forma de “cuestas” e “hog backs”, dolinas, “inselbergs”
entre outras. 
As montanhas são áreas elevadas esculpidas por processos tectônicos ou ainda por 
processos erosivos, ou pela interação de ambos. 
 Os planaltos são áreas elevadas, com formas dissecadas pela erosão e, que 
evoluem para chapadas, que são formas tabulares de planaltos. Com a continuidade do 
processo erosivo os planaltos evoluem para planícies, que são superfícies baixas 
relacionadas ao fim de um ciclo erosivo. 
Em vários locais ocorrem depressões, que são superfícies rebaixadas abaixo do nível 
de erosão. Entre as formas de depressão encontradas uma apresenta características 
especiais, estão as dolinas, que são depressões ocasionadas pelo desabamento de tetos de
cavernas. 
Também constituem um tipo de depressão os vales, que são escavações naturais
alongadas associadas a processos erosivos dos rios e/ou geleiras. 
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Ao contrário dos vales as cristas são elevações alongadas que normalmente
acompanham os vales. As cristas podem simétricas ou assimétricas. Quando são
assimétricas recebem a denominação de Cuestas e Hog-Backs. Cuestas são cristas 
assimétricas que refletem camadas com baixo mergulho. Hog Backs são cristas assimétricas 
que refletem camadas com alto mergulho. 
Uma estrutura muito comum no Brasil são os inselbergs, que constituem formas
isoladas desnudas de vegetação relacionadas com intrusões de rochas ígneas. Nos estados 
do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte são muito comuns, porém podem
ser encontrados também em outros estados como Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro e São Paulo. 
 
4.1 A Compartimentação Geomorfológica de Goiás 
 
A compartimentação geomorfológica para o estado de Goiás compreende o Planalto 
Central Goiano, subdividido em quatro unidades geomorfológicas denominadas como
Planalto Dissecado, Planalto Rebaixado de Goiânia, Depressões e Morrarias do Rio dos Bois
e Planícies Aluviais. 
As áreas do Planalto Dissecado são caracterizadas pela ocorrência de topos tabulares 
e/ou planos, rampeados e localmente com formas aguçadas como morros, às vezes 
formando cristas. Apresenta altitudes que variam de 720m a 1.100m, desenvolvem-se sobre 
um substrato constituído por granulitos do Complexo Granulítico Anápolis – Itauçú que dão 
origem a latossolos vermelhos escuros a claros. 
O Planalto Rebaixado de Goiânia é caracterizado por extensos interflúvios aplainados, 
chapadas de topo tabular e ondulações suaves, com áreas dissecadas e relevos residuais.
Apresenta altitudes entre 720 e 900m, com as formas residuais apresentando altitudes entre 
900 e 1040m, como na Serra da Areia. Mica xistos e quartzitos do Grupo Araxá são as 
litologias predominantes, que também desenvolvem latossolos vermelhos a amarelados
localmente com concreções lateríticas. 
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A unidade denominada Depressões e Morrarias do Rio dos Bois apresenta Interflúvios 
aplainados de topo tabular a suavemente convexo e/ou rampeado. Tem altitudes que variam 
de 560 a 860m. O substrato rochoso dessa unidade é formado por granulitos do Complexo 
Granulítico Anápolis – Itauçú e xistos do Grupo Araxá, que indistintamente formam 
latossolos vermelhos claros e escuros e coberturas detrito-lateríticas. 
As Planícies Aluviais têm como característica a topografia plana, com pelo menos dois níveis 
de terraço, um de várzea (baixo) e outro mais elevado. Apresenta altitudes entre 760m (Rio 
Meia Ponte) e 560m (Rio dos Bois) e formam depósitos aluviais quaternários constituídos por 
silte, argila, areia e cascalho. Nesta unidade são comuns gleissolos (nas várzeas) e solos 
aluviais (nos terraços alçados). 
 
5. HIDROGEOLOGIA 
 
A hidrogeologia estuda e avalia as formas de interação entre a água e o sistema
geológico, o que se traduz pelo estudo dos aqüíferos. Os aqüíferos são reservatórios 
naturais de água encontrados nas rochas ou na interface solo-rocha. 
Podem ser superficiais ou subterrâneos e também confinados e semi-confinados. São 
considerados confinados quando não têm qualquer contato com a superfície e semi-
confinados quando têm contato. 
De acordo com a ocorrência da água podem ser primários, quando são relacionados à
porosidade (permeabilidade) das rochas granulares como os arenitos; secundários quando
são relacionados às fraturas abertas nas rochas e às fendas/cavernas. Neste último caso
são denominados aqüíferos “cársticos”. A Figura 12 mostra de forma resumida os três tipos 
referenciados e em qualquer um dos casos a água ocorre preenchendo vazios, seja do
espaço entre os grãos, seja nas aberturas. Portanto a idéia de um lençol subbterrâneo
semelhante a um lago não existe! 
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Figura 12 
 
A questão como são abastecidos os aqüíferos está relacionada com o estudo do ciclo
hidrológico ouciclo das águas, que fazem os caminhos como mostrado pela Figura 13, e a 
hidrologia é a ciência que estuda a água sobre a Terra; sua quantidade, distribuição,
circulação, características químicas e físicas, e sua relação com o meio ambiente e com os
seres vivos (Ven Te Chow). 
Nesse ciclo ocorrem a evaporação, a transpiração, a condensação, a precipitação, o
escoamento superficial, a infiltração, a percolação e o escoamento subterrâneo. Nos 
processos de precipitação, escoamento superficial, infiltração e percolação que ocorre o (re)
abastecimento dos aqüíferos como mostra a Figura 14. Este reabastecimento está 
relacionado com o binômio escoamento-infiltração. 
Quanto ao escoamento este pode ser superficial, sub-superficial ou subterrâneo. A 
dinâmica do processo de escoamento é a seguinte: primeiro durante as chuvas ocorrem o
escoamento superficial e a infiltração; depois da chuva ocorre o escoamento sub-superficial
e escoamento subterrâneo; nos períodos de seca ocorre apenas o escoamento subterrâneo.
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Figura 13 
 
Assim, de acordo com os modelos apresentados é de vital importância para os
aqüiferos subterrâneos que as condições do meio ambiente sejam preservadas. Pois, se as 
taxas de recarga dos aqüíferos superficiais ou freáticos e subterrâneos for reduzida, vai
ocorrer um desequilíbrio com comprometimento de todo sistema hidrológico. 
 
5.1 Sistemas Hidrogeológicos ou Província Hidrogeológica 
 
Sistemas hidrogeológico é um conceito utilizado pela CPRM para correlacionar os 
aqüíferos com os domínios geológicos. Na região de Goiânia existem dois grandes sistemas: 
Sistema Araxá relacionado aos litotipos do Grupo Araxá e o Sistema Granulito, relacionado 
às rochas do Complexo Granulítico. Deve ser lembrado que os aqüiferos associados aos 
solos também compõem um sistema e é este sistema é que abastece os sistemas Araxá e 
Granulito. 
A região de Goiânia tem como características dos sistemas a ocorrência de aqüíferos 
de porosidade secundária associados a fraturas, falhas e zonas de cisalhamento, portanto 
são aqüiferos de domínio fraturado. 
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Figura 14 
 
Em razão da redução da qualidade das águas superficiais tem sido comum a
perfuração de poços denominados erroneamente de artesianos. Na prática o que são poços
freáticos (mini-poços), que exploram os aqüíferos superficiais ou freáticos, e poços tubulares
profundos, como mostram as Figuras 14 e 15. 
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Figura 15 – Esquema construtivo de um poço tubular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências Bibliográficas 
 
ABAS – Água Subterrânea e Poços Tubulares – Ed. Associação Brasileira de Águas 
Subterrânea, 1994. 
BRANCO, F.C. A Deriva dos Continentes – Moderna, 1994. 
CAMPOS, J.E.G. et alli – Diagnóstico Hidrogeológico da Região de Goiânia – Secretaria 
do Estado de Goiás – SGM/SIC, 2003. 
CORNELIUS, H. Peter. Fundamentos de Geologia General – Scipione, 1960. 
DUNBAR, C.O. e RODGERS,J. – Princípios de Estratigrafia – Cia. Editorial Continental 
S.A, 1969 (3ª Ed.). 
FLEURY, J.M. – Os Solos Tropicais da Região Centro – Oeste – Ed. Oriente, 1975. 
FUNDAÇÃO IBGE. Geomorfologia do Brasil- Fotos e Comentários – Ed. 
IBGE/DEDIGEO, 1973. 
LEINZ, V. Geologia Geral - Cia Ed. Nacional, 1980. 
POPP, J. H. Geologia Geral – Livros Tec. e Científicos, 1985. 
SALES, M.M. – REZENDE, L.R. – VARGAS, C.A.L. – II Simpósio sobre Solos Tropicais e 
Processos Erosivos no Centro – Oeste – EEC/UFG, 2005. 
TIME LIFE – Planeta Terra – Ed. Abril, 1996. 
WIKIPEDIA.org/wiki/Estrutura interna da Terra, 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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