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Apelação (com artigos)

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Apelação
Noções Preliminares
· É necessário entender que a sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz com fundamento nos arts. 485 e 487 do CPC, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução (art. 201, § 1º)
· A última decisão da 1º instância pode ser:
· sem mérito (art. 485) → considerada terminativa;
· com mérito (art. 487) → considerada como definitiva.
· O julgamento sem mérito forma coisa julgada formal, dando a extinção do processo. Nesse caso, o juiz põe fim à relação processual sem dar uma resposta ao pedido do autor. 
· Normalmente foi acolhido uma preliminar de contestação. 
· O julgamento com mérito forma coisa julgada material. 
· Em ambas as situações é possível o juízo de retratação no momento em que se faz a apelação, por exemplo feito o recurso falando que não ocorreu a perempção, o juiz de 1ª instância pode fazer juízo de retratação e assim continuando o processo. 
· O art. 489 traz os elementos estruturais da sentença que são:
· relatório;
· motivação;
· dispositivo.
· O art. 492 princípio da correspondência ou congruência que veda o juiz de decidir coisa diversa, valor superior ou uma decisão diversa daquilo que foi pedido.
· O art. 493 qualquer situação que tenha relevância para o julgamento deve ser considerada, mas sempre dando à parte a possibilidade do contraditório assim evitando a decisão surpresa. 
· Em regra, o juiz não pode alterar a sentença, exceto (art. 494):
· para correção;
· por meio de embargos (interrompe o prazo recursal). 
· A publicação da sentença ocorre:
· na audiência de instrução e julgamento 
· nos trinta dias seguintes à audiência (art. 366)
· trinta dias seguintes à conclusão (art. 226, III, e art. 355 - julgamento antecipado do mérito).
· Os efeitos da publicação da sentença são: 
· torna pública a prestação jurisdicional ;
· fixa-se o teor da sentença, tornando irretratável para o seu prolator. 
· O art. 495 traz a possibilidade de hipoteca judiciária feita apenas nas sentenças condenatórias é um título que pode ser usado como hipoteca, a pessoa pega para si uma garantia para receber devendo ser informada em juízo sobre a hipoteca.
Classificação doutrinária 
· Classificação ternária (trinária): meramente declaratórias, constitutivas e condenatórias (segundo Liebman)
· Classificação quinária (quíntupla): executivo lato sensu e mandamental, essas duas estariam inseridas no conteúdo da sentença CONDENATÓRIA (segundo Pontes de Miranda). 
Apelação
✽ art. 1.009. Da sentença cabe apelação.
§ 1º. As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
§ 2º. Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.
§ 3º. O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença. ✽
· Cabe a apelação nas decisões que houverem sentença. 
· As decisões que foram tomadas conforme o andamento do processo na 1ª instância e não são previstas no art. 1.015 do agravo de instrumento poderão ser recorridas por meio da preliminar de apelação (§ 1º). 
· Não ocorrerá preclusão para essas decisões até à apelação (apenas para aquelas não previstas no art. 1.015).
· O §2 preservar o contraditório
· Nas contrarrazões pode acontece de vir:
· apenas com as contrarrazões;
· as contrarrazões junto com uma apelação adesiva; 
· as contrarrazões com preliminar (o prazo para manifestar sobre a preliminar é de 15 dias).
· No caso das contrarrazões com preliminar terá característica de recurso próprio e autônomo, podendo ter a sua apreciação mesmo quando a apelação seja inadmitida ou se o recorrente desistir. 
· As decisões que normalmente cabe agravo quando estiverem na sentença o recurso cabível não será mais o agravo e sim a apelação, exemplo decisão de tutela está na sentença, cabe apelação. 
✽ art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
I - os nomes e a qualificação das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV - o pedido de nova decisão.
§ 1º. O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º. Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões.
§ 3º. Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade. ✽
· A interposição da apelação será contra a sentença, tanto terminativa ou definitiva. 
· O recurso é de competência do tribunal, dito de juízo ad quem, mas sua interposição é no juízo a quo, isto é, aquele que proferiu a decisão. (art. 1010, caput e § 3º). 
· Na apelação há duas manifestações em uma mesma petição da seguinte forma:
· chamada de manifestação de interposição é aquela em que a parte anuncia que irá interpor o recurso, dirigida ao próprio órgão a quo;
· constituída pelas razões recursais, o recorrente expõe as razões para a alteração da decisão, formulando pedido de reforma ou cassação da decisão, dirigida ao tribunal. 
· O endereçamento deve ser ao juiz que proferiu a sentença contendo os que dizem os incisos. 
· A peça recursal, obrigatoriamente por petição, deve ter:
· interposição; e 
· razões.
· Nas razões não poderá haver conteúdo novo, exceto as questões supervenientes (art. 933 e 1.014) e as matérias de ordem pública (art. 337).
· Se já houve a qualificação das partes não há necessidade de fazê-la novamente, apenas quando houver um terceiro entrando na fase recursal (inciso I do art. 1.010)
· O prazo para a interposição é de 15 dias. 
· Deve ser pago o preparo e porte (quando necessário). 
· O juízo de retratação nas apelações é previsto somente quando a apelação for contra:
· sentenças terminativas (art. 485, §7º); 
· sentenças que julguem liminarmente improcedente a demanda (art. 332, §3º);
· sentenças que indeferiram liminarmente a demanda (art. 331).
✽ art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator:
I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V;
II - se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado. ✽
✽ art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1º. Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.
§ 2º. Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença.
§ 3º. O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.
§ 4º. Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. ✽
· A apelação é o único recurso que não precisa pedir efeito suspensivo, pois já vem na natureza do recurso. Os demais recursos é necessário pedir o efeito, mas apenas demonstrado o perigo, comprovar o prejuízo para ser provido. 
· O §1 traz as exceções do efeito suspensivo, ou seja, quando a decisão fará efeito imediato.
· Os sujeitos do recurso:
· apelante → aquele quefaz o recurso (e pede o efeito suspensivo);
· apelado → quem responde o recurso. 
· No caso do §2 o cumprimento de sentença só é possível quando o recurso pendente de julgamento não tiver efeito suspensivo.
· A apelação que estiver entre o tempo que demora para sair da primeira instância para ir para segunda para ser distribuída, pode-se pedir ao tribunal que sorteará um relator para que analise se cabe ou não o efeito. Se aceitar, o relator se tornará prevento.
· O relator que analisa a possibilidade do efeito suspensivo para aqueles que é necessário pedir (§4º). 
✽ art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1º. Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
§ 2º. Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3º. Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º. Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
§ 5º. O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação. ✽
· Trata-se do efeito devolutivo que devolve aquilo que foi pedido para ser examinado novamente pelo tribunal (tantum devolutum quantum appellatum).
· O §1 diz que mesmo as matérias que não foram impugnadas ou suscitadas serão analisadas para o julgamento.
· O §3 trata-se da teoria do julgamento da causa madura ocorre quando o tribunal entende que o processo preenche determinados requisitos para que possa ser julgado o quanto antes. Ou seja, é o julgamento imediato do mérito da ação pelo tribunal no julgamento da apelação. 
· Os incisos trata-se de situações em que normalmente seriam devolvidas para a primeira instância, mas o próprio tribunal entende que a causa tem condições de imediato julgamento. 
· O §4 traz a possibilidade de afastar a prescrição ou decadência.

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