INDICADORES DO ESTADO NUTRICIONAL DE COLETIVIDADES

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INDICADORES DO ESTADO NUTRICIONAL DE COLETIVIDADES
1.2 CONCEITOS E DEFINICÕES BÁSICAS
Estado Nutricional – Pode ser considerado como resultado do equilíbrio entre o consumo (e a forma como são ingeridos) de nutrientes e os gastos do organismo (de acordo com suas necessidades).
Considerando assim, biologicamente, o estado nutricional pode apresentar: 
a) normalidade nutricional – equilíbrio entre consumo e necessidades de nutrientes 
 b) deficiência nutricional - causada pela insuficiência quantitativa ou qualitativa de nutrientes (pode causar: desnutrição, anemia, bócio, cárie) 
c) distúrbios nutricionais – causados pelo excesso de consumo nutricional (pode causar: obesidade, diabete, hipertensão, alguns tipos de câncer, dislipidemias)
Estado Nutricional – Dimensão Social – Acredita-se que a nutrição seja resultado do processo social de produção, condicionado, portanto, ao grupo em que o indivíduo se encontra e suas relações com a natureza ao longo da história. Num sistema capitalista, o estado nutricional pode ser analisado de acordo com a organização histórica, político-econômico das classes sociais ou grupos e até mesmo entre famílias e individuais.
1.2.1. CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE ESTADO NUTRICIONAL 
Essa construção se realiza quando ocorre pesquisas, investigações para coleta de dados e informações que permitem identificar as variações do estado nutricional de um individuo ou grupo populacional. As variáveis são qualitativas e quantitativas. As qualitativas são expressas nominalmente sobre o objeto de estudo, ex: homem ou mulher, e as quantitativas, são numéricas , ex: idade. No processo de estudo, as variáveis se classificam em: 
Associadas : dependentes ( aparecem como resultado da influência de outras variáveis)
e independentes ( influenciam ou ocasionam variação no processo de estudo da variável dependente). As variáveis independentes se classificam em: causais ( de estudo), de controle (podem ser controladas na análise) , não controláveis (não são controladas), e perturbadora (vinculada `a causal e â dependente).
Adicionais: São aquelas adicionadas à associação causal e se classificam em: antecedentes (antecedem a casual no tempo), explicativas (antecedem e quando controladas, anulam o efeito causal), intervenientes ( são afetadas pela independente e afetam a dependente), moderada ( determina a associação entre a causal e a dependente) e componentes (atuam como causal complexa).
Sendo assim, o Estado Nutricional, pode ser entendido como variável dependente, processo parte do processo social, formando um sistema maior, podendo ser dependente ou independente. As variáveis são elementos, que analisados, podem ser considerados índices, indicadores ou marcadores. Ex: as medidas corporais 
Uma variável ou dado corporal, isolado, tem pouca importância numa avaliação nutricional, porém, quando combinado ou associados a outros, para um diagnóstico, se torna um índice antropométrico ou nutricional relevante. Assim, associados a dimensões corporais, possibilita estudos comparativos e de julgamento, resultando nas escalas dos indicadores, permitindo uma conclusão sobre o estado nutricional.
1.3 – DIFERENÇA ENTRE O MÉTODO CLÍNICO E MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO
A avaliação clínica do estado nutricional do individuo consiste no atendimento à saúde pelo nutricionista. Quando diagnosticado desnutrido, significa uma situação biológica com intervenção particular, devendo atentar para o processo biológico desenvolvido, diagnóstico, prevenção, tratamento e recuperação do estado nutricional. Para tal, precisa possuir conhecimento das ciências naturais, identificar manifestações orgânicas produzidas e intervenções adequadas ao indivíduo.
O método de investigação epidemiológico possui aspectos comuns ao clínico, porém tem caráter social , partindo do conhecimento da estrutura social para identificação do individual, possibilitando a identificação das relações causais do processo , permitindo as intervenções adequadas. Ao visitar um paciente em seu ambiente familiar, o nutricionista está realizando um trabalho de dimensão social, podendo analisar as múltiplas informações que são apresentadas, permitindo melhor solução do problema para o indivíduo e os que o cercam .
1.4- OS DIFERENTES MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
A partir da década de 60, a OMS e outros órgãos, começaram a intensificar os estudos sobre o estado nutricional da população e desenvolver métodos e técnica de avaliação e padronização dos mesmos. Esse método esta ligado ao objetivo da avaliação e medidas de intervenções mais adequadas.
Na década de 70, o método de investigação voltava para o modelo da história natural das doenças. Sendo essencial o equilíbrio e interação entre o agente (consumo de alimentos), o hospedeiro(individuo) e o meio ambiente; caso contrário, condiciona o aparecimento de desenvolvimento de doença do estado nutricional , provocando estado mórbido-nutricional.
O período de equilíbrio é chamado de pré-patogênico e o de desequilíbrio, patogênico com as fases: reservas diminuídas, reservas esgotadas, alterações metabólicas e fisiológicas.
A partir daí foram predominantes os conceitos de indicadores diretos( aplicados no estado patogênico , exploram manifestações biológicas) e indiretos (período pré-patogênico , determinantes na situação de alimentação e nutrição da população) de avaliação do estado nutricional.