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Gestão Estratégica de T.I 1 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos GESTÃO ESTRATÉGICA DE T.I Gestão Estratégica de T.I 1 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Jaques, weverton, 2020 Gestão Estratégica de T.I - Jupiter Press - São Paulo/SP 62 páginas; Palavras-chave: 1. T.I; 2. Estratégia; 3. Gestão Estratégica; 4. Indústria 4.0; 5. Transformação Digital. Gestão Estratégica de T.I 2 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos s SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................3 1. A MUDANÇA NO AMBIENTE DE NEGÓCIOS: A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO ..............................................................................................................................................4 1.1 INDÚSTRIA 4.0 E A ERA DIGITAL .........................................................................................6 1.2 REVOLUÇÕES TECNOLÓGICAS .......................................................................................7 1.3 INDÚSTRIA 4.0 E A ERA DIGITAL ........................................................................................10 PILARES DA INDÚSTRIA 4.0 E A ERA DIGITAL ..................................................................10 2. INFORMAÇÃO COMO ATIVO ESTRATÉGICO E O COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL ......................................................................................................................................12 2.1 REDES SOCIAIS E A GESTÃO DO CONHECIMENTO ............................................13 2.2 INTELIGÊNCIA COMPETITIVA............................................................................................15 2.3 INTELIGÊNCIA X INTELIGÊNCIA COMPETITIVA ....................................................15 2.4 SISTEMA DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA ..............................................................17 3. GESTÃO ESTRATÉGICA ........................................................................................................................18 3.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO X GESTÃO ESTRATÉGICA ...........................19 3.2 GOVERNANÇA DE TI ................................................................................................................23 3.3 BENEFÍCIOS DA GESTÃO ESTRATÉGICA E GOVERNANÇA DE TI ..............24 4. DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL .............................................................................................28 4.1 DIAGNÓSTICO DE TI ..................................................................................................................31 5. BALANCED SCORECARD E A TI ......................................................................................................34 5.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE TI .........................................................................37 6. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E O IMPACTO NAS ORGANIZAÇÕES .........................41 6.1 BUSINESS PROCESS MANAGEMENT (BPM) .............................................................48 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................60 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................................61 * * A navegação deste e-book por meio de botões interativos pode variar de funcionalidade dependendo de cada leitor de PDF. Gestão Estratégica de T.I 3 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos INTRODUÇÃO Diante das profundas transformações ocorridas, vislumbramos que a mudança no ambiente de negócios é complexa, podendo ser analisada sobre diversos prismas. A nova economia e a Era Digital estão estimulando novas formas de obter informações e definir estratégias mais competitivas, tendo como grande aliada o uso intensivo da Tecnologia de Informação (TI) em nível Estratégico. Neste sentido, as informações passam a ter um papel fundamental, o que possibilita uma percepção mais rápida e melhor das mudanças, facilitando a tomada de decisão com mais rapidez e agilidade, impactando diretamente os seus modelos de negócio e, consequentemente, seus resultados. Gestão Estratégica de T.I 4 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 1. A MUDANÇA NO AMBIENTE DE NEGÓCIOS: A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO A Era da Informação tem como característica a propagação da Internet e de tecnologias hodiernas. Indústrias como genética, robótica e informática ganham mais visibilidade nesse conjunto. Isso resulta em transformações sociais, culturais, comportamentais e de consumo a diferentes mercados e setores de um negócio — Inclusive o Marketing. Desde a década de 1950, vive-se a era da informação, a qual surgiu através de decisões das várias transformações digitais e tecnológicas vivenciadas no mundo inteiro, e chega para adversar pontos distintos do período anterior à Era Industrial. Na mesma proporção que em uma época foi percorrida por carvão e vapor, a outra se construía sobre o petróleo e a eletricidade; enquanto uma favorece relações de trabalho rígidas e hierárquicas, a outra sugere novos moldes de negócio; enquanto uma obteve os benefícios da invenção da prensa, a outra revelou a importância do comparecimento digital. A Era da Informação é a época histórica em que vivemos. É também denominada como Era Digital ou Era Tecnológica, sendo também conhecida como Terceira Revolução Industrial. Considera-se que esse período se inicia entre a metade e o fim do século XX, mais estritamente entre as décadas de 1950 e 1970. A formação e a disseminação de artigos como microprocessadores, fibra ótica e computadores pessoais são os pontos iniciais dessa transição. Outro atributo dessa era é uma alteração no mercado, que depressa deixa de beneficiar a indústria tradicional e passa a valorizar a informação e a tecnologia em maior escala. Em outras palavras, trata-se de uma nova forma de habitar e transformar o espaço geográfico em que vivemos. Quais as empresas mais valorizadas do mundo, atualmente? De acordo com o Ranking GLOBAL 500 (2020), abaixo estão listadas as dez empre- sas mais valiosas no mundo: Gestão Estratégica de T.I 5 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos • 01 - Amazon: US$ 221 bilhões (varejo); • 02 - Google: US$ 160 bilhões (tecnologia); • 03 - Apple: US$ 141 bilhões (tecnologia); • 04 - Microsoft: US$ 117 bilhões (tecnologia); • 05 - Samsung: US$ 94 bilhões (tecnologia); • 06 - ICBC: US$ 81 bilhões (financeiro); • 07 - Facebook: US$ 80 bilhões (mídia); • 08 - Walmart: US$ 78 bilhões (varejo); • 09 - Ping An: US$ 69 bilhões (seguros); • 10 - Huawei: US$ 65 bilhões (tecnologia). Fonte: Brand Finance Imagem 1: Top 10 Ranking Global 500 Fonte: CanalTech Gestão Estratégica de T.I 6 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 1.1 INDÚSTRIA 4.0 E A ERA DIGITAL “Tornou-se aterradoramente claro que nossa Tecnologia ultrapassou a nossa Humanidade.” - Albert Einstein O que é Tecnologia? A humanidade, desde os seus primórdios, sempre buscou formas de melhorar sua vida ou produzir algo mais rápido e melhor. E estamos tratando exatamente sobre Tecnologia. De acordo com Blanco e Silva (1993), a origem vem do grego techné (arte, ofício) e logos (estudo de) e referia-se à fixação dos termos técnicos, designando os utensílios, as máquinas, suas partes e as operações dos ofícios. Algumas outras definições de acordo com o Dicionário Houaiss: 1. Tratado das artes em geral; 2. Conjunto dos processos especiais relativos a uma determinada arte ou indústria; 3. Linguagem peculiar a um ramo determinado do conhecimento, teórico ou prático; 4. Aplicação dos conhecimentos científicos à produção em geral. Tecnologia é todo recurso, ferramenta ou artefato criado para facilitar a vida, trazer conforto e comodidade, e tem como objetivo aprimorar alguma atividade ou processo. Podemos classificar os tipos de tecnologia, de acordo com a quantidadede inovação ou novas tecnologias empregadas: - Low-Tech: tecnologias antigas. Baixo nível de tecnologia; - Hi-Tech: tecnologias modernas. Alto nível de tecnologia. Tecnologia da Informação – TI No âmbito das tecnologias mais atuais, temos o avanço das Tecnologias da informação. De acordo com Rezende e Abreu (2013), tecnologias da informação são os recursos tecnológicos e computacionais para a geração e uso da Informação. Gestão Estratégica de T.I 7 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC Tecnologia da informação e comunicação é uma expressão que se atribui ao papel da comunicação na tecnologia evolutiva. Compreende-se que TIC constitui de todos os meios técnicos utilizados para discutir sobre a informação e contribuir na comunicação, o que inclui o hardware de computadores, rede e telemóveis. Por que é importante estudar as TIC´s? Atualmente, as TIC’s são mais do que apenas Sistemas de Informação, elas fazem parte, crucialmente, do dia a dia das empresas. As oportunidades para uso intensivo das TICs irão aumentar nos próximos anos. Algumas reflexões interessantes relacionadas às TIC´s: Quanto tempo você levava para se comunicar com um amigo ou parente distante há 10 anos? De que modo você consumia vídeos e músicas há 15 anos? Quanto tempo você passava utilizando o telefone ou celular antes? E atualmente? Perceba o quanto as TIC´s modificaram drasticamente as relações humanas. Vejamos no próximo tópico como ocorreram as revoluções tecnológicas ao longo dos séculos até os tempos atuais. 1.2 REVOLUÇÕES TECNOLÓGICAS “Não vivemos numa era de mudança. ivemos numa mudança de Era.” - Chris Anderson Gestão Estratégica de T.I 8 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Imagem2: Revoluções Tecnológicas Fonte: Estadão Ao longo dos séculos, a humanidade passou por inúmeras transformações de seus meios de produção e comunicação. Vejamos a evolução dessas Revoluções industriais e como a sociedade da Era Digital está inserida neste contexto. Indústria 1.0 (fim do século 18): marcada pelas primeiras máquinas e equipes de trabalho; Indústria 2.0 (fim do século 19): quando surgiram as primeiras linhas de montagem; Indústria 3.0 (a partir de meados de 1970): quando a eletricidade e a tecnologia da informação foram introduzidas. Vejamos com mais detalhes cada uma dessas 3 revoluções: A Indústria 1.0 A Primeira Revolução Industrial surge com a corrida pela industrialização e evolução dos processos produtivos com a inserção de novos equipamentos como o tear e a máquina a vapor. O setor têxtil foi o precursor em apresentar equipamentos mecânicos e hidráulicos, porém, dentro de pouco tempo, essas invenções se estenderam para os transportes, agricultura, metalurgia e outras áreas econômicas. Gestão Estratégica de T.I 9 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Em termos sociais, a Indústria 1.0 fez com que a principal fonte de renda e riqueza das cidades mudassem do comércio para a atividade industrial. A Indústria 2.0 A Segunda Revolução Industrial começou por volta da segunda metade do século XIX a partir do progresso científico e tecnológico que se instalava na Inglaterra, França e Estados Unidos. As famosas linhas de montagem de Ford (Fordismo) são uma das inovações da época, porém muitos outros avanços foram presenciados, especialmente a descoberta de novas fontes de energia como o petróleo, o urânio e a água (para usinas hidrelétricas). A otimização da cadeia de processos industriais fez com que as fábricas batessem recordes históricos de produtividade, o que também ampliou a oferta de produtos e trouxe mais recursos para o ser humano. A Indústria 3.0 Após a Segunda Guerra Mundial, a humanidade entrou em um momento de grandes mudanças na tecnologia. A Terceira Revolução Industrial foi marcada no conhecimento e na pesquisa aplicados à indústria e, por isso, é conhecida como Revolução Tecno-científica. As empresas começaram a concentrar-se em produtos de alto valor juntamente com as atividades fabris que passaram a ser influenciadas por computadores, softwares, chips e sistemas elétricos. O que também teve relevância foi a disseminação das transmissões de rádio, telefonia, televisão e internet, as conquistas da indústria aeroespacial e as descobertas no campo da biotecnologia. E, atualmente, em que indústria nós estamos? Estamos na Industria 4.0. Vejamos com detalhes no próximo tópico. Gestão Estratégica de T.I 10 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 1.3 INDÚSTRIA 4.0 E A ERA DIGITAL Nas últimas décadas, foi possível a sociedade presenciar um grande salto nas iniciativas de digitalização e automatização, não apenas nos processos industriais, mas também nas atividades de escritório e na publicidade. Entretanto, esse assunto só ganhou visibilidade em 2011, quando se foi denominado como Indústria 4.0, na famosa Feira de Hannover (um dos maiores eventos sobre automação industrial do mundo, realizado na Alemanha todos os anos). A indústria 4.0 é a nova revolução industrial onde se procura otimizar processos de manufatura e agilizar o desenvolvimento de produtos para atender a grande demanda por produtos cada vez mais customizados e específicos. PILARES DA INDÚSTRIA 4.0 E A ERA DIGITAL Imagem 3: 10 Pilares da Indústria 4.0 Fonte: BCG Gestão Estratégica de T.I 11 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos De acordo com o Boston Consulting Group, a Indústria 4.0 está pautada em 10 pilares: 01- Manufatura Aditiva; 02- Internet das Coisas (IoT); 03- Robôs Inteligentes; 04- Realidade Aumentada; 05- Simulação Virtual; 06- Big Data e Analytics; 07- Segurança Cibernética; 08- Cloud Computing; 09- Integração Horizontal e Vertical de Sistemas; 10- Ética. Gestão Estratégica de T.I 12 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 2. INFORMAÇÃO COMO ATIVO ESTRATÉGICO E O COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL “Quem tem informação domina a Situação.” Sidarta Rebello Nos últimos anos, a humanidade vem passando por grandes e profundas transformações e revoluções. Com o advento da Internet, o acesso e distribuição da informação vem se tornando cada vez maior e com um custo infinitamente menor. Essas condições se tornaram um campo fértil para a produção de dados, informação e conhecimento. Impactando as organizações, sua forma de se relacionar com seus colaboradores, concorrente e, principalmente, com seus clientes, produzindo uma gama gigante de dados, denominado como Big Data. Mas, esse volume gigante está sendo aproveitado? As informações estão produzindo conhecimento? E o que é conhecimento? Vamos conhecer e relembrar alguns conceitos-chave e como as organizações podem usufruir de todo esse processo. O que é conhecimento? O conhecimento é a Capacidade de Ação Efetiva. Vejamos a escala de evolução da informação até o conhecimento. Imagem 4: Pirâmide de Conhecimento Fonte: ResearchGate Gestão Estratégica de T.I 13 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos De acordo com Easterby-Smith & Prieto (2008), o conhecimento se configura como ativo que, quanto mais específico à organização, mais será estratégico para seu desempenho competitivo sustentável. Dado x Informação x Conhecimento Vejamos as características entre dados, informação e conhecimento: Imagem 5: Tabela dados, informação e conhecimento Fonte: Schreiber, et al 2002. 2.1 REDES SOCIAIS E A GESTÃO DO CONHECIMENTO “O Conhecimento e a Informação são os Recursos Estratégicos para o desenvolvimento de qualquer país. Os portadores desses recursos são as pessoas.” Peter Drucker Conforme já abordamos anteriormente, a Internet popularizou o acesso à informação e as relações humanas. Surgem as comunidades e Redes Sociais, gerando cada vez mais dados em um volume gigantesco. Todos estão lá. Inclusive você, não é mesmo? E a maneira que as organizações estão lidando e aproveitando esse novo comportamento irá determinar o seu grau de inserção. Vejamos este gráfico de usuários mensais dasprincipais redes sociais: Gestão Estratégica de T.I 14 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Quadro 6: Entidades da administração indireta: Fonte: Adaptado de Chiavenato (2016). Como aproveitar todo esse fluxo, ou, pelo menos, uma fração dele para gerar novas ideias, produtos, formas de se relacionar com os clientes? De que maneira as organizações podem aumentar a sua produtividade gerenciar o seu capital intelectual utilizando as Redes Sociais? Esses são alguns dos novos desafios que os gestores estão enfrentando. Tecnologias que irão mudar o comportamento organizacional Compreendendo que as transformações que ocorreram nos últimos anos não foram incrementadas, mas disruptivos, novas e mais avançadas tecnologias estão surgindo a todo instante e irão impactar diretamente o modo como realizamos o nosso trabalho e nos relacionamos uns com os outros. Vejamos algumas dessas tecnologias que irão mudar o comportamento organizacional: 01 – Internet das Coisas(IoT); 02 – Trabalho Remoto; 03 – Big Data; 04 – Inteligência Artificial; 05 – Automação de Empregos; Gestão Estratégica de T.I 15 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 06 – Realidade Virtual e Aumentada; 07 – Gamificação Corporativa; 08 – Protocolo Blockchain; 09 – Cloud Computing; 10 – Economia Colaborativa; 11 – Machine Learning; 12 – Tecnologias Limpas; 13 – Pagamento Digital; 14 – Assinatura Eletrônica. 2.2 INTELIGÊNCIA COMPETITIVA “Conhecimento gera Poder, mas só a Inovação gera competitividade.” Waldez Ludwig Em virtude das transformações que as empresas estão passando, é necessário tomar decisões rápidas e de maneira estratégica. Simultaneamente, há uma produção crescente e sem precedentes de dados (Estruturados e Não Estruturados), porém muito pouco se aproveita em relação às informações. Com isto, faz-se imperativo a Gestão do Fluxo de Informação para dar suporte cada vez mais preciso e ágil à tomada de decisão. Diante deste cenário disruptivo, vamos relembrar alguns conceitos-chave para, em seguida, aprofundarmos o assunto. Conceitos -chave Dados: Representações de algo real em imagens, sons, letras, números etc. Informação: Conjunto de dados que possuem um significado. Atribui um significado a um dado. E a Inteligência? O que vem ser Inteligência e quais suas aplicações? Veremos estes outros aspectos no próximo tópico. 2.3 INTELIGÊNCIA X INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Gestão Estratégica de T.I 16 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Inteligência É a i n f o r m a ç ã o q u e o p o r t u n i z a a o e x e c u t i v o r e s p o n s a b i l i z a r - sepeladecisãoporque forneceu um grau de previsão de coisas que possam causar impacto à organização. A inteligência é ativa, pois obriga o executivo a tomar uma decisão em resposta à inteligência recebida. A imagem abaixo ilustra de que maneira a informação vai se tornando cada vez mais qualificada. Imagem 7: Inteligência: Níveis de Informação Fonte: freepik.com À medida que as organizações vão adotando o uso da inteligência, o perfil de suas decisões estratégicas vai se tornando muito mais baseada em dados do que pelo achismo. Contudo, no contexto interno das organizações, podemos encontrar algumas barreiras durante o processo de comunicação, como: • Má Comunicação; • Cultura Organizacional; • Falta de Competência; • Dependência Tecnológica. Agora que já sabemos sobre a evolução dos níveis da informação, estaremos compreendendo o que é a inteligência competitiva. De acordo com Starek (2006), a Inteligência Competitiva é um processo de coleta sistemática e ética Gestão Estratégica de T.I 17 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos de informações sobre as atividades concorrentes e as tendências gerais dos ambientes de negócios com o objetivo de aperfeiçoar a posição competitiva da empresa. Tem como objetivo prover a gestão estratégica da informação, possibilitando que as tomadas de decisão sejam antecipadas às tendências dos mercados e à evolução da concorrência. Gomes e Braga (2006) afirmam que a Inteligência Competitiva resulta da análise de dados e informações provenientes do ambiente da organização, e tem o objetivo de apoiar a tomada de decisão por meio da geração de recomendações que consideram possíveis eventos futuros, e não somente relatórios, para justificar decisões passadas. 2.4 SISTEMA DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Segunda Gomes e Braga (2006), o Sistema de Inteligência Competitiva é disposto em 5 fases, como veremos a seguir: 01- identificação das necessidades de informação; 02- coleta e tratamento das informações; 03- análise final das informações; 04- disseminação da informação; 05- avaliação do sistema. Imagem 8: Etapas Sistema de Inteligência competitiva Fonte: Gomes e Braga(2006) Gestão Estratégica de T.I 18 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 3. GESTÃO ESTRATÉGICA “A estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota.” Sun Tzu WEBSTER E MOTTA (2012) afirmam que Gestão Estratégica é uma forma de gerir toda a organização, com foco em ações estratégicas em todas as áreas. Ela acrescenta elementos de reflexão, pois exige uma avaliação sistemática da situação enfrentada, a elaboração de projetos de mudança das estratégias estabelecidas, o acompanhamento da implementação e o monitoramento dos resultados. Alguns conceitos-chave envolvidos na gestão estratégica são: • Estabelecimento de objetivos para melhorar a posição da companhia, em oposição a objetivos genéricos, como o aumento de lucro ou redução de custos; • Avaliação da performance em termos dos objetivos estabelecidos e disponibilização da informação a quem toma as decisões estratégicas; • Avaliação e gestão do “capital intelectual”, aptidões e experiência da força de trabalho da organização; • Gestão baseada em atividades (ABM – Activity Based Management), que busca avaliar clientes e projetos em termos de seus custos e bene- fícios totais à organização. As organizações, de modo geral, podem ser estruturadas quanto à hierarquia em: Estratégico, Tático e Operacional. Como podemos observar na pirâmide abaixo: Imagem 9: Estrutura Organizacional Fonte: freepik.com Gestão Estratégica de T.I 19 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Cada nível da organização demanda um planejamento e gestão própria. Vejamos cada um dos níveis mencionados: Planejamento Estratégico: relaciona-se com objetivos de longo prazo e com maneiras e ações para alcançá-los que afetam a empresa como um todo e é de responsabilidade da cúpula da organização. De forma isolada, é insuficiente, uma vez que o estabelecimento de objetivos a longo prazo, bem como o seu alcance, resulta numa situação nebulosa, pois não existem ações mais imediatas que operacionalizem o planejamento estratégico. A falta desses aspectos é substituída através do desenvolvimento e implantação dos planejamentos táticos e operacionais de forma globalizada. Planejamento Tático: relaciona-se com os objetivos de médio/curto prazo e com maneiras e ações que, geralmente, afetam somente uma parte da organização. Planejamento Operacional: relaciona-se com os objetivos de curto/curtíssimo prazo e com maneiras e ações que, geralmente, afetam somente uma subparte da organização. Formam o detalhamento dos planos táticos e estratégico. Deste modo, o Planejamento Estratégico em relação ao Tático é: • De prazo mais longo, pois o planejamento estratégico considera um conjunto de planejamentos táticos e a sua soma deve provocar um período de tempo maior para a sua conclusão; • De amplitude maior, pois considera a empresa como um todo, enquanto o planeja- mento tático considera apenas uma parte dela; • De risco maior, pela sua maior amplitude e maior prazo de execução em relação ao planejamento tático; • De flexibilidade menor, por considerar a empresa como um todo, bem como sua situação e posição em seu ambiente. 3.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO X GESTÃO ESTRATÉGICAAgora que você já tem uma ideia do que é o Planejamento Estratégico, vamos entender a diferença entre Planejamento Estratégico e Gestão Estratégica. Gestão Estratégica de T.I 20 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos O Planejamento Estratégico é um processo gerencial que fala sobre a caracterização de objetivos para a escolha criteriosa e objetiva de programas de ação e para sua realização, levando em conta as condições internas e externas à empresa e seu crescimento esperado. A Gestão Estratégica é uma forma de inserir novos elementos de reflexão e ação sistemática e continuada, a fim de analisar a situação, elaborar projetos de mudanças estratégicas e acompanhar e gerenciar os passos de implementação. Como o próprio nome diz, é uma forma de gerir toda uma organização, com foco em ações estratégicas em todas as áreas. A Gestão Estratégica envolve o levantamento da situação atual da organização; a análise das estratégias vigentes, do portfólio de produtos e serviços, de sua vulnerabilidade frente às ameaças, dos recursos disponíveis; e a avaliação dos resultados obtidos. A diferença clássica entre o planejamento estratégico e a gestão estratégica está exatamente na capacidade de fazer com que o cotidiano da empresa realize especificamente as ações estratégicas escolhidas. Ao longo dos anos, Gestão Estratégica passou por diferentes enfoques e abordagens, conforme podemos observar na imagem abaixo: Imagem 10: Evolução da Gestão Estratégica Fonte: Adaptado de Gluck et al (1981) Gestão Estratégica de T.I 21 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Em decorrência de novos e diferentes desafios, houve uma evolução do Pensamento Estratégico com novas escolas de pensamento e abordagens estratégicas. Vejamos alguns dos conceitos e abordagens: Vantagem Competitiva: Conceito desenvolvido por Michael Porter, uma vantagem competitiva é uma característica que uma empresa pode ter sobre seus concorrentes. Isto pode ser adquirido oferecendo aos clientes um valor melhor e maior. Hamel e Prahalad: Em Competindopelo Futuro, os autores trazem conceitos essenciais em uma nova abordagem de fazer a competitividade. “O segredo do sucesso é criar formas inteiramente novas de vantagem competitiva e desenvolver radicalmente as regras para o setor. É preci- so vislumbrar novos mercados e criá-los.” Hamel e Prahalad (1995) Principais conceitos: Competências essenciais; Funcionalidades subjacentes; uma nova cultura organizacional; Arquitetura estratégica. Michael Porter, um dos mais renomados autores e pensadores estratégicos, formulou três conceitos essenciais: • A cadeia de valor; • As forças competitivas; • Estratégias competitivas genéricas. Gestão Estratégica de T.I 22 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Cadeia de Valor Imagem 11: Cadeia de valor Fonte: autoral Imagem 12: Forças Competitivas Fonte: Porter Estratégias Competitivas Genéricas: • Liderança geral em custos; • Diferenciação; • Enfoque. Gestão Estratégica de T.I 23 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 3.2 GOVERNANÇA DE TI Neste tópico, iremos entender a relação entre a Gestão Estratégica de TI, a Governança de TI e a Gestão de TI. Gestão Estratégica de TI: é um conjunto de práticas para gerir os recursos e ferramentas da área. Ela existe dentro da Governança de TI. Seus objetivos são de otimizar tanto os processos quanto os resultados da empresa. Governança de TI: funciona como um mecanismo de proteção ao negócio e sua principal função é avaliar e direcionar. Gestão de Ti X Governança de TI: a governança de TI é responsável por definir como funcionam as coisas na TI e verificar se as normas e políticas estão sendo seguidas corretamente. Já a gestão de TI é responsável por manter o desempenho de serviços, promover a transformação digital na empresa, manter a satisfação dos usuários e clientes dos serviços, além de fazer a gestão da equipe de TI. Governança Corporativa e Governança de TI : foca na gestão de toda a organização. Governança de TI: é mais pontual e lida com processos e boas práticas voltados para o desempenho do setor de tecnologia. Vejamos, abaixo, a imagem da relação entre as Governanças na organização. Gestão Estratégica de T.I 24 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Imagem 13: Governança Fonte: freepik.com 3.3 BENEFÍCIOS DA GESTÃO ESTRATÉGICA E GOVERNANÇA DE TI Ao longo do processo de implantação e validação da Gestão Estratégica e Governança de TI, muito benefícios podem ser percebidos e alcançados, tais como: • Garante segurança da informação; • Promove alinhamento estratégico; • Mensura o desempenho; • Redução de custos; • Aumento da produtividade; • Geração de valor; • Gera Vantagem Competitiva. Gestão Estratégica de T.I 25 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Para realizarmos a implantação da Governança de TI, iremos apresentar suas 5 etapas: 1. Planejamento Estratégico de TI – PETI; 2. Escritório de Projetos (PMO); 3. Catálogo de Serviços; 4. Sistema de Performance; 5. Frameworks de Processos. Estaremos, abaixo, detalhando cada etapa de implantação da Governança de TI. 01 – Planejamento Estratégico de TI - PETI O planejamento estratégico de TI tem a função de garantir que a área de tecnologia da informação esteja alinhada com os objetivos estratégicos do negócio, direcionando todos os seus esforços e competências para alcançar a visão de futuro proposta pela empresa. A partir da análise do ambiente interno e externo da TI, é traçado um plano com tudo aquilo que ela deve fazer para ajudar a organização a entregar resultados através da tecnologia. Esse plano norteará boa parte das ações enquanto estiver implantando a governança de TI. 02 - Escritório de Projetos (PMO) Os projetos de TI são instrumentos que a área de TI possui para atingir os objetivos definidos no planejamento estratégico de TI. Com um escritório de projetos (PMO), fica mais fácil priorizar os melhores projetos para a sua empresa, controlar o andamento dos projetos, assegurando que eles sejam entregues dentro do escopo, prazo e custos definidos, além de padronizar os processos de gestão de projetos. Gestão Estratégica de T.I 26 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 03 – Catálogo de Serviços Um catálogo de serviços é o conjunto de todos os serviços que a área de TI presta para as áreas de negócio. Esse catálogo é uma forma simples de apresentar tudo aquilo que a TI oferece para a organização. Nele é detalhado o nome do serviço, suas características, a pessoa responsável pela sua execução, como solicitar o serviço, entre outras informações. Como a TI é uma prestadora de serviços, é muito importante que todos os clientes conheçam os serviços disponíveis. 04 - Sistema de Performance Para se certificar que a TI está entregando os benefícios esperados, é fundamental ter indicadores-chave de performance (KPIs) que demonstrem os resultados de forma rápida e simples. Em um sistema de performance, os indicadores relacionam-se entre si e possuem uma relação de causa e efeito. Os resultados dos indicadores secundários (ou indicadores drivers) vão refletir diretamente no resultado do indicador resultante (ou indicador outcome). 05 - Frameworks de Processos Existem muitos frameworks de processos que ajudam a implantar a governança de TI. O ITIL® e o COBIT®, por exemplo, estabelecem modelos de implantação de governança de TI. NoITIL(InformationTechnologyInfrastructureLibrary),agovernançaestámais orientada à padronização e gestão dos serviços. Já no COBIT (Control Objectives for Information and Related Technologies), o foco está no relacionamento com as áreas de negócio. É muito importante que durante todo o processo de implantação se tenha em foco os objetivos da Governança de TI. Abaixo, um quadro destes objetivos fornecido pela consultoria Deloitte – uma das maiores consultorias do Mundo. Gestão Estratégica de T.I 27 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Imagem 14: Objetivos daGovernança de TI Fonte: Deloitte Gestão Estratégica de T.I 28 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 4. DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL A organização deverá fazer um intenso levantamento de sua situação atual para descobrir o que está acontecendo, a fim de poder dar prosseguimento às demais fases do planejamento. Estima-se que 80% de todo o esforço e trabalho esteja concentrado nesta etapa. Daí, vale a pena estar bastante atento a cada detalhe a ser pesquisado no momento do Diagnóstico. O Diagnóstico Organizacional se divide em três etapas: Levantamento das Necessidades dos Stakeholders, Diagnóstico Estratégico e Análise SWOT. Imagem 15: Etapas do diagnóstico Organizacional Fonte: autoral Stakeholders Fase vital para o sucesso do planejamento estratégico, pois é o momento em que o consultor identifica quais são as principais necessidades da cúpula da organização e as expectativas quanto aos resultados a serem alcançados com o planejamento estratégico. O restante do processo de elaboração do planejamento deve respeitar, sempre, as necessidades e expectativas definidas pelo nível estratégico. Nesta etapa, o consultor deve se reunir com o presidente e diretores para entender suas necessidades e expectativas. Uma série de perguntas devem ser formuladas ao longo da entrevista. A seguir, são apresentadas algumas perguntas como exemplo, mas não se limitando a: DIAGNÓSTICO STAKEHOLDERS DIAGNÓSTICO SWOT Gestão Estratégica de T.I 29 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Quais os principais problemas e desafios enfrentados atualmente? Quaisosprincipaisproblemasedesafiosquepossivelmenteserãoenfrentados nos próximos 5 ou 10 anos? Qual o posicionamento estratégico da empresa? A empresa apresenta algum diferencial competitivo? Quais? De que forma o planejamento estratégico pode ajudar a organização? Há alguma sugestão de estratégia que deve ser seguida ao longo do processo de planejamento? No que você gostaria que a organização se tornasse nos próximos 5 ou 10 anos? Diagnóstico O Diagnóstico se divide em Interno e Externo. EXTERNO INTERNO Imagem 16: Diagnóstico Organizacional Fonte: Autoral Diagnóstico Interno: Internamente, é feito o levantamento de informações cruciais para a manutenção da organização e suas necessidades (sempre lembrando que se deve enfocar a área de TI): Gestão Estratégica de T.I 30 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos • Pessoas; • Investimentos; • Caixa; • Clientes; • Sistemas informatizados; • Processos organizacionais; • Produtos/Serviços; • Qualidade; • Sistemas de planejamento; • Organização e estrutura de autoridade/ responsabilidade; • Liderança; • Inteligência de mercado; • Cultura; • Marca; • Valores; • Sistema de distribuição; • Parque produtivo; • Gestão do capital intelectual. Diagnóstico externo: No ambiente externo (microambiental) são levantadas as seguintes informações: Consumidores, Concorrentes, Fornecedores, Mão de obra. São levantadas, também, as seguintes questões: • Econômico; • Tecnológico; • Demográfico; • Cultural; • Político; • Fiscal-Legal; • Ecológico. Gestão Estratégica de T.I 31 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Análise SWOT Após a realização do Diagnóstico interno e externo da organização, com os dados e informações levantadas, é feita a análise SWOT. Esta análise consiste na avaliação sistemática dos pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades. Strengths: Forças; Weaknesses: Fraquezas; Opportunities: Oportunidades; Threats: Ameaças. Imagem 17: Análise SWOT e Níveis de Controle Fonte: Autoral 4.1 DIAGNÓSTICO DE TI Por que é importante fazer um Diagnóstico de TI? As áreas de TI têm diferentes funções dentro do negócio e isso vai influenciar diretamente na entrega de resultados para a organização. Um diagnóstico de TI identifica o nível de maturidade da área de TI de uma empresa. Ter essa informação em mãos é essencial para implantar uma governança de TI adequada, além de avaliar as práticas internas e elaborar ações de melhorias para que a TI consiga acompanhar as exigências do mercado e ofereça os benefícios esperados. Quais os Recursos de Informação Necessários? Segundo Pearson e Saunders (2013), os recursos de informação são: Informação; Tecnologia; Pessoas; Gestão Estratégica de T.I 32 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Processos dentro da organização. Estes podem ser utilizados pelo gerente para executar processos e atividades. Imagem 18: Recursos de Informação Fonte: adaptado de Pearson e Saunders(2013). Estágios de Maturidade de TI Quando aplicado à TI, o diagnóstico organizacional procura estabelecer qual estágio o sistema de TI se encontra. Imagem 19: Estágios de Maturidade de TI. Fonte: Fonai (2001). Gestão Estratégica de T.I 33 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Diagnóstico de TI Algumas questões são importantes a serem levantadas no Diagnóstico de TI: Temos o domínio e o pleno conhecimento do fluxo de informações dentro da empresa? Existem informações inúteis circulando nela? Existe falta de informações? Quais? Nossos sistemas estão atendendo às necessidades atuais da empresa? Quais as principais críticas dos usuários? Nossos equipamentos suportam a atual carga de processamento e comunicação? quais os atuais fatores limitantes? Nossas equipes de desenvolvimento, manutenção e treinamento estão capacitadas para serem os agentes implementadores das mudanças previstas? Nossas instalações são adequadas para suportar futuros equipamentos e novas equipes? A informação, na empresa, recebe um tratamento estratégico? As decisões tomadas são propagadas em informações geradas na própria empresa? Gestão Estratégica de T.I 34 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 5. BALANCED SCORECARD E A TI O Balanced Scorecard (BSC) foi desenvolvida pelos professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e David Norton, em 1992. Imagem 20: Kaplan e Norton Fonte: freepik.com Seu desenvolvimento foi resultado da análise de diversas organizações e surgiu como uma alternativa às limitações dos sistemas tradicionais de avaliação de desempenho. Inicialmente, a ferramenta se fez como um sistema de mensuração do desempenho e, posteriormente, como um modelo de gestão estratégica. Traduzindo para o português, BSC significa Indicadores Balanceados de Desempenho. Segundo os autores, tais medidas devem ser interligadas para comunicar um pequeno número de temas estratégicos amplos, como o crescimento da empresa, a redução de riscos ou o aumento de produtividade. O modelo de Gestão BSC possui os seguintes objetivos: Alinhamento do planejamento estratégico com as ações operacionais da empresa; Viabiliza processos gerenciais críticos, como: esclarecer e traduzir a visão e a estratégia; comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas; planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas; e melhorar o feedback e o aprendizado estratégico. Para que tais objetivos sejam alcançados, o modelo BSC propõe a adoção dos seguintes componentes: Gestão Estratégica de T.I 35 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos • Objetivos estratégicos; • Indicadores-chave de desempenho; • Estabelecimento de metas ao longo do tempo; • Plano de ação e projetos estratégicos. BSC: Perspectivas Imagem 21: Perspectivas BSC Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton(1997) O Balanced Scorecard é uma ferramenta que materializa a visão e a estratégia da empresa por meio de um mapa coerente com objetivos e medidas de desempenho. São organizados segundo quatro perspectivas diferentes: • Financeira; • Cliente; • Processos internos; • Aprendizado e crescimento. BSC: Visão e Estratégia O BSC coloca a Visão (“para onde iremos”) e a Estratégia (“como iremos”) no centro do processo gerencial. Estabelece objetivos e assume que as pessoas deverão adotar quaisquer comportamentos e ações que forem necessárias para atingi-los. Mapa Estratégico O mapa estratégico é uma ferramentae a representação visual dos objetivos que vão impulsionar a atuação da organização. Gestão Estratégica de T.I 36 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Imagem 22: Mapa Estratégico BSC Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton(1997) IT BSC As áreas de TI ao longo dos anos buscaram uma adaptação para o modelo BSC que estivesse mais alinhado às necessidades e desafios da área de Tecnologia. Então, foram formuladas as perspectivas estratégicas especificadas para TI, ou seja, uma adaptação chamada de IT Balanced Scorecard (IT BSC), também desenvolvida pelos professores Kaplan e Norton (2006), com o objetivo de diminuir a lacuna entre as perspectivas corporativas e as de Tecnologia da Informação. Imagem 23: IT BSC Banpará Fonte: PETI Banpará Gestão Estratégica de T.I 37 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 5.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE TI A maior parte da humanidade está conectada ao ambiente digital. Isso alterou a maneira como as empresas fazem negócios e interagem no mercado. Para que as empresas consigam acompanhar as mudanças trazidas pela tecnologia, é essencial que a TI e, consequentemente, a gestão de TI estejam bastante alinhadas com o negócio. Construir este alinhamento significa ter um bom planejamento estratégico de TI. O planejamento estratégico de TI é um desdobramento do planejamento estratégico corporativo. Portanto, deve estar alinhado com os valores e objetivos estratégicos da organização. Logo, para fazer um planejamento estratégico de TI, é necessário ter definido antes qual a estratégia da empresa. Isso significa elaborar uma visão de futuro e as principais metas a serem perseguidas pela organização durante um período específico. Vejamos alguns dos benefícios em se utilizar o PETI – Planejamento Estratégico de TI: 1. Comunicação transparente Com o planejamento estratégico de TI, a equipe de TI entenderá melhor qual o seu papel dentro da empresa. Portanto, os colaboradores vão se sentir mais motivados a trabalharem em prol do negócio. Isso também ajuda na percepção que a empresa tem sobre os resultados da TI. 2. Agilidade de negócio Outra vantagem do planejamento estratégico de TI é o fato de que ele traz agilidade organizacional. Agilidade é a capacidade de as empresas responderem rapidamente às mudanças. Nesse sentido, pensar o uso de tecnologia da informação estrategicamente torna o negócio mais ágil e resiliente. Afinal, as tecnologias facilitam a execução de processos e projetos. Gestão Estratégica de T.I 38 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 3. Crescimento organizacional Além de transparência na comunicação e agilidade de negócio, o planejamento estratégico de TI proporciona crescimento organizacional. Isto é, ele aumenta a competitividade da empresa. 4. Uso correto de recursos O planejamento estratégico de TI é uma forma interessante de as organizações se prepararem para o mercado. Ele é mais do que uma mera formalidade, pois ajuda a priorizar projetos e outras ações. Além de, é claro, tornar a tomada de decisões mais assertiva. Dessa forma, o uso correto de recursos é algo natural e vem como consequência do planejamento estratégico de TI. Erros no PETI Muitas empresas, ao tentarem implantar o PETI, acabam incorrendo em alguns erros. Abaixo, alguns dos principais erros: 1. Detalhar a estratégia de forma exagerada; 2. Confundir estratégia com operação; 3. Adiar constantemente a elaboração do planejamento; 4. Pensar pequeno ou grande demais. Etapas do PETI Veremos, a seguir, as etapas para a implantação do Planejamento Estratégico de TI (PETI): 01 – diagnóstico organizacional; 02 – definições de políticas e diretrizes básicas; 03- estabelecimento da situação desejada para o período do planejamento; 04- estabelecimento dos planos de ação: 4.1 – plano de informação; 4.2 – plano de sistemas; Gestão Estratégica de T.I 39 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 4.3- plano de tecnologia; 4.4- plano de organização e rh; 4.5 – plano de capacitação; 4.6 – plano de revisão. Alinhamento Estratégico do PEE Para se realizar o alinhamento entre o PEE e o PETI, é necessário utilizar os quatro recursos sustentadores do alinhamento estratégico: Tecnologia da Informação; Sistemas de Informação e Conhecimento; Recursos Humanos e Estrutura do Contexto Organizacional. Vejamos como é realizado esse alinhamento, conforme os diagramas abaixo: Imagem 24: Alinhamento: TI Fonte: Researchgate Imagem 25: Alinhamento: SI Fonte: Researchgate Gestão Estratégica de T.I 40 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Imagem 26: Alinhamento: RH Fonte: Researchgate Imagem 27: Alinhamento : CO Fonte: Researchgate Gestão Estratégica de T.I 41 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 6. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E O IMPACTO NAS ORGANIZAÇÕES Netflix, Facebook, Instagram Uber, Spotify, Airbnb são serviços e empresas que já fazem parte do cotidiano da maioria da população. Mas, o que elas têm comum? São empresas com modelos de negócios disruptivos que adotaram a Transformação Digital. Imagem 28: Plataformas Digitais Fonte: Wikipedia Vivemos uma fase de intensa utilização e avanços de recursos computacionais, redes sociais e uma infinidade de serviços on-line. As empresas também se beneficiam dessa transformação, expandindo seus negócios, aprimorando técnicas, equipamentos, potencializando estratégias de marketing, entre outras ações. Tudo isso para se diferenciar e sair na frente na corrida do mercado. Transformação digital é um processo no qual as empresas fazem uso da tecnologia para melhorar o desempenho, aumentar o alcance e garantir resultados melhores. É uma mudança estrutural nas organizações dando um papel essencial para a tecnologia. Se contextualizamos a necessidade da transformação digital com a história, é mais fácil entender o que está acontecendo dentro dos negócios. Empresas constituídas antes do surgimento da internet enfrentam um grande desafio: muitas das regras que orientavam o progresso dos negócios na era pré-digital não se aplicam mais. Trata-se de uma mudança radical na estrutura Gestão Estratégica de T.I 42 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos das organizações a partir da qual a tecnologia passa a ter um papel estratégico central, e não apenas uma presença superficial. Para que ocorra a TD, é preciso estar consciente que: • leva tempo e consome recursos; • não está restrito apenas às grandes organizações; • é uma decisão de gestão e não apenas de marketing. Antes, é preciso entender o processo todo que leva a essa mudança e trabalhar de forma colaborativa para alcançá-la. Isso, por si só, torna a transformação digitalem um desafio muito mais de gestão do que apenas de marketing ou tecnologia. Impactos da Transformação Digital É essencial compreender que a transformação digital tem profundo impacto sobre a sociedade, de maneira geral. A partir dessa conclusão, torna-se mais claro o valor de implementar programas de mudanças nas empresas. Na Sociedade: pense em como o uso da tecnologia vem transformando as nossas vidas a cada dia. As coisas ficaram mais rápidas, o volume de informações é infinitamente maior que antes e não para de aumentar. Tudo isso faz com que as pessoas estejam mais distraídas e exigentes do que nunca. Essa é a primeira mudança: há uma clara alteração de comportamento. Nas Organizações: surgem desafios novos como transtornos ligados ao não preparo das empresas em relação às reclamações de clientes e o ato de digitalizar sem a preocupação com a experiência do usuário ao longo do processo de compra. Com a evolução da tecnologia, surgem tanto novas soluções quanto problemas que precisam de atenção, o que obriga as empresas a se adaptarem para suprir as demandas da sociedade. É aí que entra a transformação digital. Gestão Estratégica de T.I 43 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Através dela é possível otimizar vários processos. As possibilidades são ilimitadas. Mitos da TransformaçãoDigital 1- É um assunto só para empresas de tecnologia; 2- Tudo se resume à experiência do cliente; 3- Transformação digital vem de iniciativas pequenas; 4- Quem vai realizar a transformação é o setor de TI; 5- É possível esperar para ver, dependendo da indústria; 6- Basta desenvolver várias iniciativas digitais. A transformação digital não é só mais uma palavra da moda, pelo contrário, ela faz parte de um processo muito maior, que é chamado de progresso tecnológico. São três fases principais, sendo a transformação digital a última. Digitização: é descrita como o processo de transição de informação analógica para uma forma digital. Trata-se da representação de sinais, sons, imagens e objetos no meio digital por meio de valores binários (cada valor é representado por 0 ou 1). Em outras palavras, os dados são transformados em bits e armazenados em dispositivos eletrônicos. Indústrias inteiras se beneficiaram muito desse processo, pois tornou-se bem mais fácil guardar e proteger informações importantes e, por vezes, confidenciais. Digitalização: é bem mais abrangente e consiste nas mudanças reais realizadas nas organizações por meio da tecnologia. Isso inclui alguns conceitos bem avançados, como Big Data, internet das coisas, blockchain, criptomoedas, entre outros. Um erro comum é acreditar que a digitalização significa usar mais TI, mas os exemplos citados mostram que vai muito além disso, já que envolve uma visão mais holística da tecnologia a fim de causar mudanças. Transformação digital: é descrita no progresso tecnológico como “o efeito total e geral da digitalização na sociedade”. O que isso quer dizer? Gestão Estratégica de T.I 44 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Com a digitalização em seu estado completo, novas oportunidades de mudança e evolução surgem para organizações de todo tipo e é possível — e por vezes necessário — mudar estruturas socioeconômicas, padrões organizacionais, barreiras culturais e até leis. Dessa forma, podemos dizer que a digitização é a conversão, a digitalização é o processo e a transformação digital é o efeito. Segundo o autor David Rogers, do livro Transformação Digital: Repensando o seu negócio para a Era Digital, em face a toda essa revolução digital e o avanço tecnológico, as relações entre indivíduos, mercado e sociedade estão passando por revoluções nunca antes experimentadas, dando uma nova dinâmica para o processo de inovação, aprendizado organizacional e a competição muito mais acirrada. Imagem 29: Livro Transformação Digital Fonte: Amazon.com Por todos esses fatores, sobretudo na maneira como as organizações lidam com os dados, vê-se como as forças digitais estão reformulando cinco domínios fundamentais da estratégia: clientes (consumidores), competição (concorrentes), dados, inovação e valor. Gestão Estratégica de T.I 45 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Imagem 30: Domínios para Transformação Digital Fonte: Rogers (2017) - Livro: Transformação Digital Segundo Rogers, esses cinco domínios descrevem o panorama da transformação digital para as empresas de hoje. Ao longo desses cinco domínios, as tecnologias digitais estão redefinindo muitos dos princípios básicos da estratégia e mudando as regras de como as empresas devem operar no mercado para serem bem-sucedidas. Rogers (2017) dizia que: “Muitas das velhas restrições foram superadas e novas possibilidades agora estão disponíveis. As empresas que se constituíram antes da inter- net precisam conscientizar-se de que muitos de seus pressupostos fun- damentais devem ser atualizados.” Mudança da Era Analógica para a Era Digital Embora os setores diferem entre si quanto ao momento e à natureza de suas transformações impostas pelas novas tecnologias, quem presumir que sua hora e vez ainda está longe será, provavelmente, o primeiro a ser atropelado. A única prevenção segura em um contexto de negócios em mutação é escolher o caminho da evolução constante, considerando todas as tecnologias como maneira de estender e melhorar a nossa proposta de valor aos clientes. Em vez de esperar para adaptar-se quando a mudança se tornar questão de vida ou morte, as empresas devem concentrar-se em aproveitar as oportunidades emergentes, descartando as fontes de vantagem competitiva decadentes e adaptando-se, desde então, para manter-se na dianteira da curva de mudança. Gestão Estratégica de T.I 46 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Tabela 1: Mudança da Era Analógica para a Era Digital Fonte: Autor: Adaptado de Rogers (2017) Conforme Rogers (2017), as empresas assediadas pela transformação em cada um desses domínios precisam de novos referenciais para formular suas próprias estratégias, a fim de adaptar-se e crescer na era digital. Cada um desses domínios tem um tema estratégico central que pode fornecer um ponto de partida para sua estratégia digital. Gestão Estratégica de T.I 47 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Imagem 31: Guia para a Transformação Digital Fonte: Adaptado de Rogers(2017) Em seu livro, David Rogers propõe o uso de 9 ferramentas de Planejamento Estratégico para a organização realizar a Transformação Digital: • gerador de estratégia de redes de clientes; • mapa do modelo de negócios de plataforma; • trem de valor competitivo; • gerador de valor dos dados; • método experimental convergente; • método experimental divergente; • roteiro da proposta de valor; • mapa do modelo de negócios disruptivo; • planejador de resposta disruptiva. • Essas ferramentas podem ser categorizadas da seguinte maneira: Ferramentas de ideação ou concepção estratégica: ferramentas para gerar uma nova solução para determinado desafio, explorando diferentes facetas do fenômeno estratégico (gerador de estratégia de redes de clientes e gerador de valor dos dados). Gestão Estratégica de T.I 48 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Mapas estratégicos: ferramentas visuais que podem ser usadas para analisar uma estratégia ou um modelo de negócios existente ou para avaliar e explorar nova estratégia, ou novo modelo de negócios (mapa de modelo de negócios de plataforma, trem de valor competitivo, mapa de modelo de negócios disruptivo). Ferramentas de decisão estratégica: ferramentas com critérios para avaliação e escolha entre um conjunto de opções genéricas disponíveis para uma decisão estratégica importante (planejador de resposta disruptiva). Ferramentas de planejamento estratégico: processos ou métodos de planejamento, passo a passo, a serem usados para desenvolver um plano estratégico sob medida para um contexto ou desafio de negócio específico (método experimental convergente, método experimental divergente, roteiro da proposta de valor). 6.1 BUSINESS PROCESS MANAGEMENT (BPM) Diante de um mercado competitivo e globalizado, mudanças internas e externas devem ser rapidamente assimiladas pelas organizações. Neste contexto, a integração de novas soluções tecnológicas não é suficiente para garantir o sucesso empresarial. É fundamental que estes sistemas de TI estejam alinhados aos processos de negócios das empresas. BPM é a sigla para Business Process Management, ou Gestão de Processos de Negócio, em português. Trata-se do conjunto de práticas focadas na melhoria contínua dos processos de uma empresa. Seu objetivo é integrar a estratégia da organização às expectativas e necessidades dos clientes. Com a gestão de processos, a organização é capaz de analisar, definir, executar, monitorar e gerenciar os processos com mais efetividade, ganhando competitividade no mercado. BPM CBOK: O BPM CBoK, corpo de conhecimento elaborado pela Association of Business Process Management Professionals (ABPMP), principal referência em Gestão Estratégica de T.I 49 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos gestão de processos do mundo, trata o BPM como uma disciplina gerencial, isto é, um conjunto de práticas e princípios de gestão que são aplicados aos processos. De acordo com o BPMCBoK, o BPM não é: - Uma metodologia; - Uma estrutura de negócio; - Um conjunto de ferramentas. BPM é uma capacidade da organização. Tem sido considerado uma abordagem estratégica para garantir uma visão global dos negócios e apoiar organizações na tomada de decisões. Vejamos o que diz o BPM CBOK 3.0: “A verdadeira transformação por meio de processos de negócio, alteran- do o foco da organização de áreas isoladas em BPM e projetos de me- lhoria incremental para um programa de transformação de processos de negócios que contemple toda a organização com apoio da liderança exe- cutiva.” (BPM CBOK 3.0) Princípios BPM: O BPM CBoK define Princípios para a Gestão de Processo de Negócios: Princípio 1: Revolucione os processos, não apenas os aprimore; Princípio 2: Dê controle ao cliente; Princípio 3: Globalize, padronize e humanize os processos; Princípio 4: Adote o Big Data. Pilares do BPM: Segundo o BPM CBOK, guia de conhecimento comum acerca do BPM, temos quatro pilares do BPM: Gestão Estratégica de T.I 50 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos - Valores; - Crenças; - Liderança; - Cultura. Conceito de BPM: Segundo o BPM CBoK, BPM é: 1. é uma disciplina gerencial; 2. não é uma prescrição de estrutura de trabalho, metodologia ou conjunto de ferramentas; 3. é uma capacidade básica interna; 4. visa entregar valor para o cliente; 5. trata o trabalho ponta a ponta e a orquestração das atividades ao longo das funções de negócio; 6. trata: o quê, onde, quando, porquê, como e por quem o trabalho é realizado; 7. os meios pelos quais os processos de negócios são definidos e representados devem ser adequados à finalidade e aptos para uso; 8. processos de negócios devem ser gerenciados em um ciclo contínuo para manter sua integridade e permitir a transformação; 9. requer investimento nas capacidades de negócio; 10. as capacidades são desenvolvidas ao longo de uma curva de maturidade em processos; 11.a implementação de BPM requer novos papéis e responsabilidades; 12.a tecnologia desempenha papel de apoio e não de liderança na implementação de BPM; 13.implementação de BPM é uma decisão estratégica e requer patrocínio da liderança executiva; 14.processos de negócios intensivos em conhecimento devem ser identificados e tratados adequadamente. Gestão Estratégica de T.I 51 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Imagem 32: Pilares do BPM Fonte: CBOK O Gerenciamento de Processos de Negócio implica em gerenciamento contínuo dos processos, e o dinamismo consequente disso reflete em mudanças constantes das atividades desempenhadas no dia a dia da organização, ou seja, retirar as pessoas de sua “zona de conforto”. Por esses e outros fatores que os valores, as crenças, a liderança e a cultura organizacional são fundamentais para alcançar o comprometimento organizacional com a BPM. Ainda podemos ressaltar que a liderança organizacional, talvez, seja a mais importante desses pilares, uma vez que pode influenciar a cultura e possuir a autoridade necessária para implementar as mudanças. Áreas de Conhecimento BPM CBoK: O BPM CBOK é organizado em nove áreas de conhecimento. Essas áreas são segmentadas em uma perspectiva mais ampla orientada à organização e uma perspectiva mais restrita que analisa os processos.As áreas de conhecimento de Gestão Estratégica de T.I 52 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos BPM refletem as capacidades que devem ser consideradas por uma organização na implementação de um Gerenciamento de Processos de Negócio. Imagem 33: áreas de Conhecimento BPM Fonte: CBOK Existem alguns conceitos que são extremamente importantes para a compreensão do Business Process Management. A seguir, apresentaremos os conceitos fundamentais: Mapeamento de Processos: é uma ferramenta gerencial que tem o objetivo de compreender e melhorar os processos de uma empresa. Esse mapeamento busca descobrir todos os detalhes sobre o funcionamento do negócio e materializá-los em forma de documentação organizada e coesa. Assim, é possível reunir todo o conhecimento coletado sobre os processos estudados. O mapeamento de processos é crucial, pois possibilita conhecer profundamente o processo, perceber seus problemas e agir sobre eles. Essa prática ajuda a identificar gargalos, delimitar funções e papéis, prever recursos, estimar custos e alcançar a performance ideal do processo. Padronização de Processos: é o ato de organizar e formalizar os processos, desenvolvendo um padrão a ser seguido por todos os colaboradores. Um padrão é um modelo, um método, um jeito de fazer alguma coisa. Os processos de negócio de uma organização são executados por várias pessoas, que precisam entender o que é esperado delas em cada atividade em que estão envolvidas. Portanto, padronizar processos é importante para: Gestão Estratégica de T.I 53 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos - garantir um modelo de trabalho; - ter um caminho bem definido para a execução das atividades; - conferir previsibilidade ao processo; - evitar a variação nos processos; - atender a diversas regulações; - delegar atividades sem responsáveis; - melhorar os resultados; - conhecer os processos. Melhoria de Processos: também chamada de Business Process Improvement (BPI), é o reparo incremental dos processos de uma organização. Essa prática tem como objetivo garantir que os processos atendam às expectativas do negócio e dos clientes e, desta forma, tragam os resultados esperados. A melhoria de processos precisa: - analisar o processo atual para compreender como ele pode ser melhorado; - montar o fluxo de trabalho do processo para que ele entregue valor ao cliente. Os Benefícios com a Melhoria de Processos são: - redução de custos; - otimização de tempo; - aumento de resultados. Etapas essenciais para a melhoria de processos: 1. identificação de processos; 2. priorização de processos; 3. preparação para a melhoria de processos; 4. redesenho de processos; 5. implementação das melhorias. Gestão Estratégica de T.I 54 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Otimização de Processos: ou Process Optimization, no inglês, é o conjunto de ações que uma organização faz para aumentar o desempenho de seus processos de negócio. Tem o objetivo de identificar oportunidades de melhorias, encontrar maneiras de aperfeiçoar os processos e buscar melhores resultados. O BPM abrange diversos aspectos da dinâmica organizacional, como: estratégias, objetivos, cultura, estruturas organizacionais, papéis, políticas, métodos e tecnologias. Vantagens com a Otimização de Processos: - redução de riscos de negócio; - redução de custos; - aumento da eficiência; - melhoria nos resultados; - aumento da capacidade de resolução de problemas. Aspectos do BPM: 1. Estratégias: para que uma empresa consiga atingir a visão de futuro desejada, é preciso que os processos estejam alinhados ao planejamento estratégico. Ter uma operação adequada é uma parte fundamental na conquista das estratégias definidas no plano de execução, porque coloca em prática as ações necessárias para o cumprimento do que foi planejado. 2. Objetivos: atingir os objetivos organizacionais é o sonho de toda empresa. Muitas vezes, esses objetivos não conseguem ser alcançados porque a organização não possui uma definição clara de seus processos. Algumas até possuem, mas não conseguem gerenciar os processos de forma adequada para que eles consigam performar melhor e entregar valor ao cliente. Também pode acontecer de a organização não ter objetivos estratégicos bem definidos e, assim, fica difícil destinar recursos para os processos certos. 3. Cultura: implantar as boas práticas de BPM em uma empresa exige, muitas vezes, uma mudança na cultura organizacional. É preciso ter em mente que os colaboradores – incluindo líderes e a alta direção - estão acostumados a “tocar” os processos de uma forma singular, que nem sempre está de acordo com o que as boas práticas de BPM pregam. Também existemempresas que nem sequer possuem uma cultura orientada aos processos: os processos ficam limitados às tarefas do departamento, sem criar uma visão ponta a ponta. Gestão Estratégica de T.I 55 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 4. Estruturas Organizacionais: a forma como uma organização está estruturada também influencia na gestão de processos. Normalmente, as organizações dividem seus processos por setores, mas é importante lembrar que o BPM trata de processos ponta a ponta, isto é, aqueles que adotam uma visão holística das funções de negócio, buscando atender o objetivo final do processo, independentemente dos setores que participam da execução deste processo. 5. Papéis: no BPM, cada processo ponta a ponta possui um “dono”, que vai ser o responsável pela performance desse processo. Isso inclui cobrar que outras pessoas que participam do processo (mas não são donas) façam a sua parte para que o desempenho não seja prejudicado. No fluxo do processo, temos vários passos que são executados por vários papéis. Esses papéis podem ser “representados” por uma ou mais pessoas, desde que elas tenham as competências necessárias. É importante dizer que uma pessoa pode exercer mais de um papel no processo. O que importa é que ela esteja apta para tal. 6. Políticas: é preciso ter uma governança de processos que estabeleça políticas, normas e diretrizes que limitem a execução dos processos. Dessa forma, garante a segurança da organização, pois define o que pode e o que não pode ser feito dentro da empresa, alinhando os desejos dos acionistas e a conduta dos funcionários. 7. Método: é um jeito de fazer alguma coisa. Por exemplo: quando estudantes em etapas finais da graduação vão fazer seu trabalho de conclusão de curso, eles devem escolher os instrumentos de pesquisa a serem utilizados - como entrevistas, pesquisa de campo, análise de documentos etc. Também é assim no BPM, que deve contar com métodos próprios para gerenciar os processos. Ter um escritório de processos pode ajudar na perpetuação da metodologia e também na condução das otimizações e melhorias de processo. 8. Tecnologias: é possível utilizar tecnologias para dar suporte aos processos e automatizar algumas funções. O importante é que o uso da tecnologia da informação traduza a visão estratégica do negócio. Sobre as tecnologias aplicadas especificamente à gestão de processos, o BPM CBOK menciona: • Business Process Analysis (BPA); • Enterprise Architecture (EA); • Business Rules Management Systems (BRMS); • Business Process Management Suite (BPMS); • Business Activity Monitoring (BAM); Gestão Estratégica de T.I 56 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos • Service Oriented Architecture e Enterprise Application Integration (SOA/EAI); • Enterprise Repository. De forma geral, essas tecnologias permitem a análise, modelagem e arquitetura de processos, o gerenciamento de dados, o desenho e armazenamento das regras de negócio, o monitoramento e gerenciamento de arquitetura de informações, hardware e aplicações, a execução dos processos e das regras de negócio, entre outras funcionalidades. Ciclo BPM: o ciclo de vida do gerenciamento de processos de negócios pode ser visto a seguir. Ele é composto basicamente por 5 etapas: Projeto ou Planejamento, Modelagem, Execução, Monitoramento e Otimização. Imagem 34: Ciclo do BPM Fonte: CBOK Diferenças entre BPM, BPMS e BPMN BPM: é o mesmo que gerenciamento/gestão de processos. Trata-se do conjunto de conhecimentos (práticas e princípios) que regem os processos de uma organização. A gestão de processos possibilita que as empresas conheçam seus processos, identifiquem melhorias e padronizem as atividades dos colaboradores. Gestão Estratégica de T.I 57 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos BPMS: é uma sigla para Business Process Management System (Sistema de Gestão de Processos de Negócio). Como o próprio nome sugere, BPMS refere-se às tecnologias que possibilitam a modelagem e a automação de processos. Usar esse tipo de ferramenta aumenta a eficiência da gestão, especialmente quando esta envolve muitos documentos e informações. Outros benefícios são: a redução de custos, a diminuição do tempo para tomar decisões e o gerenciamento da performance em tempo real. BPMN: é a sigla para Business Process Model and Notation. É uma notação para modelagem de processos, considerada a mais moderna. Ela estabelece um conjunto de símbolos, sendo que cada um deles tem sua regra de comportamento e indica uma reação diferente dentro do processo. Elementos de BPMN Imagem 35: Elementos BPMN Fonte: Heflo - Gateways: representam um ponto onde o fluxo precisa ser controlado; os gateways separam e juntam o fluxo. - Swimlanes: organizam as atividades em categorias visuais separadas, que agem de forma semelhante a um contêiner para os objetos de fluxos. Elas se dividem em Pools (piscinas) e Lanes (raias). - Artefatos: agregam informações adicionais ao processo que está sendo desenvolvido. Existem três tipos comuns de artefatos: objetos de dados, grupos e anotações. Gestão Estratégica de T.I 58 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos - Atividades: trabalho que precisa ser executado dentro do processo. Exemplos de Fluxos BPMN Exemplo 01: Imagem 36: Fluxo BPMN Fonte: Content BPMN Gestão Estratégica de T.I 59 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Exemplo 02: Imagem 37: Fluxo BPMN 2 Fonte: iProcess Gestão Estratégica de T.I 60 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro discente, estamos concluindo nosso módulo de Gestão Estratégica de TI, mas o seu processo de aprendizagem não para por aqui. Através desse e-book você pode conhecer melhor os princípios teóricos e práticos para utilizar a Tecnologia da Informação como uma poderosa aliada na criação de estratégias de negócios e desenvolvimento de vantagens competitivas. Espero ter oferecido o conteúdo necessário para que você aplique este conhecimento em sua vida profissional e pessoal, de modo que você possa alcançar resultados maiores em ambas as áreas. Gestão Estratégica de T.I 61 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ABPMP. BPM CBOK: Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio. Corpo Comum do Conhecimento – ABPMP BPM CBOK V3.0, Association Of Business Process Management Professionals, 2013. COBIT 4.1 Information Systems Audit and Control Association (www. isaca.org) e IT Governance Institute (www.itgi.org) ITIL V-3 – IT Infrastructure Library® (www.itil-officialsite.com) LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informação gerenciais. 5. ed. São Paulo: Pearson, 2011. REZENDE, D. A. Planejamento de sistemas de informação e informática. São Paulo: Atlas, 2003. SYSTEM APPLICATION PRODUCTS. SAP. Casos de Sucessos de clientes. Disponível em: <http://global.sap.com/brazil/customer-testimonials/index.epx>. Acesso em: 11 out. 2014. TURBAN, Efraim; McLEAN, Ephraim; WETHERBE, James. Tecnologia da Informação para Gestão. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. WEBSTER, Ian Lawrence e MOTTA, Alexandre C. Planejamento e gestão estratégica da TI. Rio de Janeiro: RNP/ESR, 2012. Gestão Estratégica de T.I 62 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Desenho Instrucional: Veronica Ribeiro Supervisão Pedagógica: Laryssa Campos Revisão pedagógica: Camila Martins Design editorial/gráfico: Trayce Melo 2021 Sumário Introdução _heading=h.gjdgxs _heading=h.3znysh7 _heading=h.2et92p0 INTRODUÇÃO 1. A mudança no ambiente de negócios: A sociedade da informação 1.1 INDÚSTRIA 4.0 E A ERA DIGITAL 1.2 REVOLUÇÕES TECNOLÓGICAS 1.3 INDÚSTRIA 4.0 E A ERA DIGITAL Pilares da Indústria 4.0 e a Era Digital 2. Informação como ativo estratégico e o comportamento organizacional 2.1 REDES SOCIAIS E A GESTÃO DO CONHECIMENTO 2.2 INTELIGÊNCIA COMPETITIVA 2.3 INTELIGÊNCIA X INTELIGÊNCIA COMPETITIVA 2.4 SISTEMA DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA 3. Gestão Estratégica 3.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO X GESTÃOESTRATÉGICA 3.2 GOVERNANÇA DE TI 3.3 BENEFÍCIOS DA GESTÃO ESTRATÉGICA E GOVERNANÇA DE TI 4. Diagnóstico organizacional 4.1 DIAGNÓSTICO DE TI 5. Balanced Scorecard e a TI 5.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE TI 6. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E O IMPACTO NAS ORGANIZAÇÕES 6.1 BUSINESS PROCESS MANAGEMENT (BPM) CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Sumário 51: Página 1: Página 2: Página 3: Página 4: Página 5: Página 6: Página 7: Página 8: Página 9: Página 10: Página 11: Página 12: Página 13: Página 14: Página 15: Página 16: Página 17: Página 18: Página 19: Página 20: Página 21: Página 22: Página 23: Página 24: Página 25: Página 26: Página 27: Página 28: Página 29: Página 30: Página 31: Página 32: Página 33: Página 34: Página 35: Página 36: Página 37: Página 38: Página 39: Página 40: Página 41: Página 42: Página 43: Página 44: Página 45: Página 46: Página 47: Página 48: Página 49: Página 50: Página 51: Página 52: Página 53: Página 54: Página 55: Página 56: Página 57: Página 58: Página 59: Página 60: Página 61: Página 62: Página 63: Botão 60173: Página 1: Página 2: Página 3: Página 4: Página 5: Página 6: Página 7: Página 8: Página 9: Página 10: Página 11: Página 12: Página 13: Página 14: Página 15: 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