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Livro Eletrônico
Aula 04
Direitos Humanos p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional)
Com Videoaulas - Pós-Edital
Ricardo Torques
49350292181 - Oliver Andre Rezende
 
 
 
 
 
 
 
 1 
92 
SUMÁRIO 
1 - Considerações Iniciais ...................................................................................................................................... 2 
2 - Programa e Políticas Nacionais de Direitos Humanos: Noções Gerais ................................................................ 2 
2.1 - Objetivos Específicos do PNDHs ............................................................................................................................ 5 
3 - PNDH 3 ........................................................................................................................................................... 8 
3.1 - Competência Normativa ....................................................................................................................................... 8 
3.2 - Estrutura ............................................................................................................................................................... 9 
3.3 - Decreto ................................................................................................................................................................ 16 
4 - Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Presos ................................................................... 22 
4.1 - Noções Gerais ..................................................................................................................................................... 22 
4.2 - Estrutura ............................................................................................................................................................. 23 
4.3 - Principais Regras Mínimas .................................................................................................................................. 24 
4.4 - Regras Mínimas para o Tratamento dos Presos ................................................................................................. 27 
4.5 - Regras de aplicação geral ................................................................................................................................... 29 
4.6 - Regras aplicáveis a categorias especiais ............................................................................................................ 41 
5 - Lista de Questões .......................................................................................................................................... 48 
5.1 - Lista de Questões sem Comentários ................................................................................................................... 48 
5.2 - Gabarito .............................................................................................................................................................. 58 
5.3 - Lista de Questões com Comentários ................................................................................................................... 59 
6 - Resumo ......................................................................................................................................................... 86 
7 - Considerações Finais ...................................................................................................................................... 92 
 
 
 
 
 
 
Ricardo Torques
Aula 04
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1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Na aula de hoje vamos tratar dos seguintes assuntos: 
 
Dessa forma, abordaremos os seguintes pontos do edital: 
3 Regra mínimas para o tratamento de pessoas presas, da ONU. 4 Programa Nacional de Direitos Humanos 
(PNDH-3), Decreto nº 7.037/2009 e alterações. 
Boa aula a todos! 
2 - PROGRAMA E POLÍTICAS NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS: NOÇÕES 
GERAIS 
Com a superação dos governos ditatoriais no Brasil, a partir de 1985 e, em especial, com a 
Constituição da República de 1988, os direitos humanos passaram a ser considerados política oficial 
do governo, de modo que a implementação de políticas públicas para a promoção e ampliação dos 
direitos humanos passou a ser um dos eixos centrais do nosso Estado. 
Nesse contexto, podemos definir a Política Nacional de Direitos Humanos como a adoção de uma 
política pautada pela concepção de direitos básicos das pessoas, alinhada às organizações 
internacionais de direitos humanos. 
 
 
Em razão disso, compete às três esferas do Poder Executivo (federal, estadual e municipal) proteger 
os direitos humanos definidos no texto constitucional e nos tratados internacionais do qual o Brasil 
é parte e também o dever de promover (implementar), por intermédio de políticas públicas, a 
promoção dos direitos humanos. 
Duas são as concepções básicas... 
Política nacional de 
direitos humanos. 
Programas nacionais de 
direitos humanos.
Regras Mínimas das 
Nações Unidas para o 
Tratamento de Presos
•adoção de uma política pautada pela concepção de direitos básicos das
pessoas, alinhada às organizações internacionais de direitos humanos
POLÍTICA NACIONAL
DE DIREITOS
HUMANOS
Ricardo Torques
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No que tange à proteção dos Direitos Humanos, o Estado deve atuar positivamente no sentido de 
conferir especial tratamento às pessoas e grupos de pessoas que se encontram em situação de 
vulnerabilidade, a exemplo dos pobres, crianças, idosos ou pessoas em situação de risco e, inclusive, 
às pessoas presas. 
Assim, por exemplo, podemos exemplificar inúmeras leis infraconstitucionais importantes em nosso 
ordenamento jurídico que objetivam a proteção dos direitos humanos. 
 
Por exemplo, no que atine à proteção das pessoas que se encontram em idade avançada, o Poder 
Constituinte derivado discorreu, por intermédio da Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso –, ampla 
proteção dos direitos humanos das pessoas idosas. Vejamos o que dispõe o art. 2º, do Estatuto do 
Idoso. 
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção 
integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e 
facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e 
social, em condições de liberdade e dignidade. 
Ainda relativamente a esta vulnerabilidade, no âmbito do Poder Executivo foi instituída a política 
nacional do Idoso, regulamentada pela Lei 8.842/1994 e regulamentada por diversos decretos 
executivos, que é norteada por princípios, quais sejam: 
1. a família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da 
cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-
estar e o direito à vida; 
2. o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objetivo de 
conhecimento e informação para todos; 
3. o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza; 
4. o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas 
através dessa política; 
5. as diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as contradições entre o meio 
rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela sociedade 
em geral na aplicação dessa lei. 
DEVER DO ESTADO FRENTE ÀS
QUESTÕES DE DIREITOS
HUMANOS
Proteger
Implementar
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Percebe-se, portanto que todos os entes federativos nas três esferas de poder devem agir de forma 
concreta e direcionada para a promoção dos direitos básicos dos idosos, como forma de promover 
a igualdade material e, em última análise, dos direitos humanos da população com idade avançada. 
Poderíamos citar outros exemplos. 
 O Estatuto da Criança e do Adolescente, que objetiva a proteção das pessoas de 0 a 18 anos. 
 A Lei Maria da Penha que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a 
mulher. Em específico, no que tange à Lei Maria da Penha é interessante observar que a proteção 
legislativa promovida no âmbito interno decorreu de processo contra o Brasil no âmbito da OEA 
(Caso nº 12.051), no qual a Sra. Maria da Penha Maia Fernandes foi vítima de duras agressões físicas 
e psicológicas (arma de fogo, eletrocussão e afogamento). 
Houve o ingresso da ação penal, com a produção de diversas provas dando conta da autoria dos 
fatos pelo ex-marido, contudo, mesmo após 15 anos, o agressor ainda permanecia em liberdade, 
não havendo decisão definitiva. 
A Sra. Maria da Penha ingressou contra o Brasil na Comissão Interamericana, denunciando o padrão 
sistemático de omissão e negligência em relação à violência doméstica e familiar contra as mulheres 
brasileiras. 
Após a condenação do Brasil no âmbito da OEA, foi editada a Lei nº 11340/2006, que ficou 
denominada de Lei Maria da Penha. 
Enfim, para a nossa prova devemos ter em mente que o Governo, no exercício da função 
administrativa, deve empreender diversas políticas, no sentido de cumprir a Constituição Federal 
e a legislação infraconstitucional e, portanto, deve implementar políticas públicas voltadas para 
os direitos humanos previstos em tais diplomas normativos. 
Em razão dessa postura do Estado brasileiro, frente à temática de Direitos Humanos, foram editados 
três planos nacionais de Direitos Humanos: 
 
Dessa forma, podemos diferenciar a política de direitos humanos dos programas de direitos 
humanos, muito facilmente... 
 
PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS 1 1996 primeiro governo FHC
PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS 2 2002 primeiro governo de Lula
PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS 3 2010 segundo governo Lula
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Os Programas de Direitos Humanos constituem uma espécie de Política de Direito Humanos 
implementadas pelo Poder Executivo Federal. 
Esses Programas Nacionais de Direitos Humanos decorreram da reunião e assunção pelo Brasil da 
Declaração de Viena e Programa de Ação, editado na II Conferência Mundial sobre os Direitos do 
Homem, em 1993, em Viena. Nessa conferência ficou estabelecido que os Estados devem agir no 
sentido de criar programas de implementação dos direitos humanos no âmbito interno de seus 
respectivos países. 
Em razão disso o Brasil editou três Programas Nacionais (denominados PNDHs), que, segundo Rafael 
Barreto1 são definidos como: 
Programas do Governo Federal, criados a partir de um Decreto do Presidente da República, que estabelecem 
uma série de diretrizes e medidas a serem adotadas pelos órgãos governamentais de direitos humanos. 
Cada um desses Programas de Direitos Humanos tem um foco específico. 
2.1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO PNDHS 
Vejamos de forma sistematizada os principais aspectos de cada um dos Programas. 
PNDH 
I 
Conferiu ênfase aos direitos civis e foi estruturado em propostas a serem implementadas pelos órgãos 
governamentais definindo metas de curto, médio e longo prazos. 
Publicado pelo Decreto Executivo nº 1.904/1996, foi o objeto de debate da 1ª Conferência Nacional de Direitos 
Humanos, três anos após a Conferência de Viena de 1993 recomendar aos Estados-parte elaborar Programas 
Nacionais de Direitos Humanos. 
Explicitamente, o PNDH I conferiu maior ênfase na promoção e defesa dos direitos civis, prevendo centenas de 
propostas de ações governamentais prioritariamente voltadas para: 
 integridade física 
 liberdade 
 garantia dos direitos das pessoas submetidas a vulnerabilidade e/ou discriminação. 
Não há no PNDH 1 mecanismos de incorporação das propostas de ação previstas e de instrumentos de 
planejamento e orçamento do Estado brasileiro. Ou seja, são previstas regras protetivas de caráter programático, 
contudo, o Estado não diz como ou o que executará para a defesa dos direitos acima mencionados. 
Além disso, esse programa continha uma série de regras e propostas genéricas, no sentido de apoiar, estimular, 
incentivar, dotadas de pouca efetividade. 
PNDH 
2 
Incluiu os direitos sociais, econômicos e culturais, ao prever ações específicas para a área do direito à 
educação, previdência e assistência social, trabalho, moradia, meio ambiente, alimentação, cultura e lazer. 
Além disso, conforme leciona a doutrina o referido plano teve por objetivo a “construção e consolidação 
de uma cultura de respeito aos direitos humanos”2. 
 
1 BARRETO. Rafael. Direitos Humanos, p. 242. 
2 BARRETO. Rafael. Direitos Humanos, p. 242. 
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==1438c3==
 
 
 
 
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O PNDH 2 foi concluído com a publicação do Decreto Executivo nº 4.229/2002, que incluiu os direitos humanos de 
segunda dimensão, consentâneo com a noção de indivisibildiade e interdependência entre os Direitos Humanos. 
Significa dizer que o Estado Brasileiro não se preocupou apenas com os direitos civis e políticos, mas também com 
os direitos sociais, econômicos e culturais. 
Nesse contexto, destacam-se os seguintes direitos protegidos pelo PNDH 2: 
 educação 
 previdência e assistência social 
 trabalho 
 moradia 
 meio ambiente 
 alimentação 
 cultura 
 lazer 
Foram implementadas novas formas de acompanhamento e monitoramento das ações contempladas no Plano 
Nacional de Direitos Humanos (integrando o 1 e o 2), prevendo a disposição de políticas e programas dentro dos 
orçamentos nos níveis federal, estadual e municipal. 
A finalidade do PNDH 2 foi influenciar a discussão em torno da elaboração do Plano Plurianual 2004-2007, servindo 
de parâmetro e orientação para a definição dos programas sociais a serem desenvolvidos no país até 2007. Segundo 
a doutrina essa finalidade constitui avanço relativamente ao plano anterior, na medida em que se procurou dar 
consistência e concretude à proteção dos direitos básico do cidadão, com a formulação de políticas públicas e 
destinação de recursos para sua execução. 
Entretanto, o PNDH 2 foi publicado apenas no último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, o que 
dificultou a consecução das políticas. 
PNDH 
3 
Objetiva a construção de espaço para a participação democrática para a revisão do PNDH II, com o desafio 
de integrar as diferentes dimensões dos Direitos Humanos. 
O PNDH 3, instituído pelo Decreto Executivo nº 7.037/2009, é o mais amplo dos programas nacionais, abrangendo 
extenso rol de direito e de medidas para serem implementadas a partir de uma visão de transversalidade. 
E o que significa “visão de transversalidade”? 
Pessoal, é “só um nome bonito”, nada mais indica do que a consideração, para a adoção de políticas públicas, 
passando por (atravessando) diversos órgãos e poderes estatais, com o objetivo de conjuntamente elaborar e 
monitorar políticas e ações voltadas para a realização dos propósitos do PNDH 3. 
O principal desafio político do PNDH 3 foi o de construir um programa que considerasse a indivisibilidade e 
interdependência dos direitos humanos em todas as suas dimensões: direitos civis, políticos, sociais, econômicos e 
culturais. 
Emrazão disso, foram estabelecidos eixos temáticos estruturantes, que dispõe sobre os principais desafios para a 
efetivação dos direitos em nosso país, destacando as dimensões da desigualdade, violência, modelo de 
desenvolvimento, cultura e educação em direitos humanos, democracia, monitoramento e direito à memória e 
justiça. 
Na construção do PNDH III, duas dimensões foram consideradas estruturantes: 
 universalização dos direitos em um contexto de desigualdades; e 
 impacto de um modelo de desenvolvimento insustentável e concentrador de renda na promoção dos 
direitos humanos. 
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O que se pretende afirmar é que a declaração formal dos direitos é importante para o progresso da humanidade, 
conduto, a mera previsão formal não garante a implementação material dos direitos previstos. Em razão disso, é 
necessária intensa autuação dos Poderes Públicos, em especial do Poder Executivo, por intermédio de políticas 
públicas, para assegurar materialmente os direitos civis, políticos, sociais, culturais e econômicos de forma 
integrada e harmônica. 
Por analogia, devemos lembrar do princípio da igualdade, que possui seu aspecto formal e material. O primeiro 
refere-se à igualdade perante a lei e o seguindo à isonomia (ou igualdade material), que se relaciona com a 
igualização de direitos daqueles que se encontram em situação desfavorável. 
Essa compreensão justifica – sem adentrar no mérito político de tais práticas – a implementação de ações 
afirmativas como o sistema de cotas em universidades públicas e concursos públicos, bem como, a implementação 
de programas sociais assistenciais. 
Infelizmente, pouco se avançou na efetivação de direitos previstos no PNDH III, muito em razão do contexto de 
grandes desigualdades. 
Segundo leciona a doutrina, não há como se falar em direitos sem considerar a desigualdades estruturais, que 
colocam os sujeitos em condições de vulnerabilidade (em razão de fatores como cor, sexo, situação econômica, 
faixa etária, etnia, classe social etc.), dificultando o acesso aos direitos. 
Além disso, objetiva o PNDH combater a pobreza no Brasil e as desigualdades de renda sob a constatação de que 
tal realidade passa necessariamente por questões discriminatórias, em especial, em razão da cor e do sexo. Os 
negros são, em linhas gerais, mais pobres que brancos. As mulheres, por sua vez, possuem seus direitos trabalhistas 
precarizados se compararmos com as relações de trabalho masculino. 
Outra questão importante, dentro do PNDH III, refere-se ao desenvolvimento de políticas voltadas aos direitos de 
terceira dimensão, com destaca ao direito ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. Esses direitos 
difusos e coletivos foram incorporados para prevendo mecanismos e instrumentos para efetivar o controle social, a 
reparação e a violação desses direitos transindividuais. 
Vimos, assim, as principais informações relativas ao três Programas Nacionais de Direitos Humanos. 
Em resumo... 
 PNDH 1: 
 
 PNDH 2: 
PNDH 1
Direitos Civis e Políticos
integridade física liberdade cidadania
OBSERVAÇÕES
- inexistência de 
mecanismos 
efetivos de 
implementação 
das propostas
- regras e 
propostas 
genéricas
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 PNDH 3: 
 
Perfeito, vimos as principais informações relativas ao Programas, que podem ser objetivo de prova. 
Na sequência, dada a previsão em edital, vamos adentrar especificamente no estudo do Programa 
Nacional de Direito Humanos 3, instituído pelo Decreto Executivo nº 7.037/2009. 
3 - PNDH 3 
3.1 - COMPETÊNCIA NORMATIVA 
Inicialmente devemos saber que o Presidente da República, desde o advento da Emenda 
Constitucional nº 32/2001, detém a prerrogativa de editar decretos autônomos. Esses decretos 
constituem uma espécie normativa primária na ordem jurídica brasileira, uma vez que não são 
destinados à regulamentação da lei. 
Vejamos o art. 84, VI, a, da CF, fundamento do PNDH 3: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) 
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
PNDH 2
Direitos Sociais, Econômicos e 
Culturais
educação, previdência e 
assistência social, trabalho, 
moradia, meio ambiente, 
alimentação, cultura e lazer
OBSERVAÇÕES
- adoção de novas formas de 
acompanhamento e 
monitoramento das propostas
- destinação de recursos no PPA 
2004-2007 com vistas 
implementação de políticas 
públicas protetivas dos direitos 
humanos
PNDH 3
Envolve Diferentes Dimensões de Direitos
direitos humanos 
de 1ª dimensão
direitos humanos 
de 2ª dimensão
direitos humanos 
de 3ª dimensão
OBSERVAÇÕES:
- implementação 
dos direitos por 
intermédio de uma 
visão de 
transversalidade
- leva em 
consideração a 
indivisibilidade e a 
interdependência 
dos Direitos 
Humanos
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a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem 
criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (...). 
Portanto, lembre-se... 
 
3.2 - ESTRUTURA 
No PNDH 3 são dispostos “eixos orientadores”, os quais são divididos em: diretrizes, objetivos 
estratégicos e ações programáticas. 
Para a nossa prova... 
 
 
Vejamos: 
3.2.1 - Eixo Orientador 
Dentro da seara dos Direitos Humanos no Brasil, o Governo Federal fixou alguns pontos principais, 
os quais serão considerados como prioritários na implementação de ações e políticas voltadas para 
os Direitos Humanos. 
Assim, por eixo orientador devemos entender um conjunto de assuntos de direitos humanos 
considerado fundamental para a adoção das políticas de Governo em matéria humanística. 
O PNDH 3 é formado por seis eixos orientadores. 
O PNDH 3 foi instituído por intermédio de um decreto autônomo.
Eixo Orientador Diretrizes
Objetivos 
Estratégicos
Ações 
Programáticas
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Vejamos uma questão sobre o tema. 
 
(FCC/TRT - 3ª Região (MG)/2015) O Programa Nacional de Direitos Humanos − PNDH − foi 
elaborado pela primeira vez em 1996 e enfatizava os direitos civis e políticos. Em 2002 foi 
reformulado e incorporou os direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais. Está em vigor 
o programa lançado em 2010 que incorpora o debate sobre a necessidade de ampliação dos 
mecanismos de participação e a criação e construção de monitoramento das políticas públicas 
de Direitos Humanos no Brasil. O programa está estruturado em 
a) seis eixos orientadores. 
b) nove diretrizes sociais. 
c) quatro ordenamentos jurídicos. 
d) dois pilares estruturantes. 
e) sete ações principais. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. 
O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), cuja terceira versão foi lançada em 2010, 
apresenta a Política Nacional de Direitos Humanos e estabelece diretrizes, objetivos e ações a 
serem implementadas. 
O programa é estruturado, de acordo com o Decreto nº 7.037/2009, nos seguintes eixos 
orientadores: 
•Interação democrática entre Estado e sociedade civilEixo Orientador I:
•Desenvolvimento e Direitos HumanosEixo Orientador II
•Universalizar direitos em um contexto de desigualdadesEixo Orientador III:
•Segurança Pública, Acessoà Justiça e Combate à ViolênciaEixo Orientador IV:
•Educação e Cultura em Direitos HumanosEixo Orientador V:
•Direito à Memória e à VerdadeEixo Orientador VI:
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Portanto... 
 
 
3.2.2 - Diretrizes 
Dentro de determinado eixo são fixadas diretrizes, ou seja, são delimitadas linhas de atuação que 
devem ser observadas. 
Se observarmos o Decreto nº 7.037/2009, para cada Eixo Orientador são delimitadas várias linhas 
de atuação. 
Assim... 
 
 
Vejamos cada uma das 25 diretrizes distribuídas ao longo dos seis eixos orientadores: 
Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e sociedade civil: 
Interação Democrática 
entre Estado e 
Sociedade Civil; 
Desenvolvimento e 
Direitos Humanos; 
Universalizar Direitos em 
um Contexto de 
Desigualdades; 
Segurança Pública, 
Acesso à Justiça e 
Combate à Violência; 
Educação e Cultura em 
Direitos Humanos; e
Direito à Memória e à 
Verdade.
EIXO ORIENTADOR
conjunto de assuntos de direitos 
humanos considerado fundamental para 
a adoção das políticas de Governo em 
matéria humanística
DIRETRIZ
Linhas delimitadas de atuação que 
devem ser observadas
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Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade civil como instrumento de 
fortalecimento da democracia participativa; 
Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento transversal das políticas 
públicas e de interação democrática; e 
Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informações em Direitos Humanos e 
construção de mecanismos de avaliação e monitoramento de sua efetivação; 
Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos: 
Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e 
econômica, ambientalmente equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e 
regionalmente diverso, participativo e não discriminatório; 
Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de 
desenvolvimento; e 
Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as 
gerações futuras como sujeitos de direitos; 
Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto de desigualdades: 
Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interdependente, 
assegurando a cidadania plena; 
Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvolvimento 
integral, de forma não discriminatória, assegurando seu direito de opinião e participação; 
Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais; e 
Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade; 
Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência: 
Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública; 
Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça 
criminal; 
Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da investigação de 
atos criminosos; 
Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na 
redução da letalidade policial e carcerária; 
Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas ameaçadas; 
Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas e 
medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário; e 
Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o 
conhecimento, a garantia e a defesa de direitos; 
Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos Humanos: 
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Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional de educação em 
Direitos Humanos para fortalecer uma cultura de direitos; 
Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas 
de educação básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições formadoras; 
Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção dos 
Direitos Humanos; 
Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no serviço público; e 
Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para 
consolidação de uma cultura em Direitos Humanos; e 
Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade: 
Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como Direito Humano da cidadania e 
dever do Estado; 
Diretriz 24: Preservação da memória histórica e construção pública da verdade; e 
Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada com a promoção do direito à memória e 
à verdade, fortalecendo a democracia. 
Portanto: 
 
Vejamos algumas questões sobre o assunto. 
 
(CESPE/STJ/2015) De acordo com o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3/2009) e 
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue o item subsequente. 
Entre as principais diretrizes do PNDH-3/2009, no eixo de segurança pública, acesso à justiça e 
combate à violência, incluem-se a democratização e modernização do sistema de segurança 
pública; a transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça 
criminal; e o combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na 
redução da letalidade policial e carcerária. 
Comentários 
EIXOS ORIENTADORES 6
DIRETRIZES 25
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A assertiva está correta. A questão cobra um dos eixos orientadores do PNDH – 3/2009, aquele 
que se refere à Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à violência. Vejamos todas as 
diretrizes desse eixo orientador. 
“IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência: 
a) Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública; 
b) Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça 
criminal; 
c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da investigação 
de atos criminosos; 
d) Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na 
redução da letalidade policial e carcerária; 
e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas 
ameaçadas; 
f) Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas e 
medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário; e 
g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o 
conhecimento, a garantia e a defesa de direitos”; 
Notem que é importante ler o Decreto nº 7.037/2009, que está anexo a esta aula. 
Vejamos mais uma questão: 
(CESPE/DEPEN/2015) Aprovado em 2009, o terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos 
(PNDH-3) assenta-se nos seguintes eixos orientadores: interação democrática entre Estado e 
sociedade civil; desenvolvimento e direitos humanos; universalização dos direitos em um 
contexto de desigualdades; segurança pública, acesso à justiça e combate à violência; educação 
e cultura em direitos humanos; direito à memória e à verdade. A respeito desse assunto, julgue 
o item que se segue. 
Ao propor um eixo orientador centrado na relação entre desenvolvimento e direitos humanos,o PNDH-3 defende, entre outros objetivos, um modelo de desenvolvimento sustentável, 
assinalado pela inclusão social e econômica, tecnologicamente responsável e ambientalmente 
equilibrado. 
Comentários 
A assertiva está correta e se refere ao Eixo Orientador II, Diretriz 4. 
“II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos: 
a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e 
econômica, ambientalmente equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e 
regionalmente diverso, participativo e não discriminatório”; 
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Os Direitos Humanos devem ser desenvolvidos com base em um modelo sustentável de 
inclusão social e econômica. Isso deve ser feito em um ambiente equilibrado e 
tecnologicamente não discriminatório. 
Por fim, mais uma questãozinha para fixar o conteúdo: 
(FUNIVERSA/SEAP-DF/2015) Com relação aos direitos humanos, julgue o item. 
Entre as diretrizes do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), não estão inseridas, 
entre os direitos humanos, a promoção e a proteção dos direitos ambientais. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. 
A promoção e proteção ambiental está inclusa no Eixo Orientador II. Vejamos: 
“Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos: 
Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as 
gerações futuras como sujeitos de direitos”; 
3.2.3 - Objetivos Estratégicos 
Os objetivos estratégicos, por sua vez, são pretensões específicas dentro de cada diretriz. Em relação 
à determinada diretriz dentro de um dos eixos orientadores, a Administração Pública Federal deverá 
procurar executar os objetivos definido no PNDH 3: 
 
 
3.2.4 - Ações Programáticas 
Por fim, o Decreto nº 7.037/2009 ainda estabelece ações específicas a serem adotadas para que 
sejam atingidos os objetivos estratégicos definidos no âmbito de cada diretriz. 
Notem que a estruturação do PNDH 3 é imbricada e complicada. Para fins do concurso é importante 
ter uma noção geral de cada desses conceitos, sabendo identificá-los em prova. Não se preocupem, 
quando chegarmos na leitura do Programa, tudo ficará mais claro. 
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
Pretensões específicas dentro de cada 
diretriz
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3.3 - DECRETO 
Vejamos os primeiros dispositivos do PNDH 3, que já foram abordados acima: 
Art. 1o Fica aprovado o Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH-3, em consonância com as diretrizes, 
objetivos estratégicos e ações programáticas estabelecidos, na forma do Anexo deste Decreto. 
Art. 2o O PNDH-3 será implementado de acordo com os seguintes eixos orientadores e suas respectivas 
diretrizes: 
I - Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e sociedade civil: 
a) Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade civil como instrumento de fortalecimento da 
democracia participativa; 
b) Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento transversal das políticas públicas e de 
interação democrática; e 
c) Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informações em Direitos Humanos e construção de 
mecanismos de avaliação e monitoramento de sua efetivação; 
II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos: 
a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e econômica, 
ambientalmente equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente diverso, participativo e 
não discriminatório; 
b) Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de desenvolvimento; e 
c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras 
como sujeitos de direitos; 
III - Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto de desigualdades: 
a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interdependente, assegurando a 
cidadania plena; 
b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvolvimento integral, de forma 
não discriminatória, assegurando seu direito de opinião e participação; 
c) Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais; e 
d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade; 
IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência: 
a) Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública; 
AÇÕES PROGRAMÁTICAS Ações específicas a serem adotadas
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b) Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça criminal; 
c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da investigação de atos criminosos; 
d) Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na redução da letalidade 
policial e carcerária; 
e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas ameaçadas; 
f) Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas e medidas 
alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário; e 
g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a 
defesa de direitos; 
V - Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos Humanos: 
a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional de educação em Direitos Humanos 
para fortalecer uma cultura de direitos; 
b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas de educação 
básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições formadoras; 
c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos 
Humanos; 
d) Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no serviço público; e 
e) Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para consolidação de 
uma cultura em Direitos Humanos; e 
VI - Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade: 
a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como Direito Humano da cidadania e dever do Estado; 
b) Diretriz 24: Preservação da memória histórica e construção pública da verdade; e 
c) Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada com promoção do direito à memória e à verdade, 
fortalecendo a democracia. 
Parágrafo único. A implementação do PNDH-3, além dos responsáveis nele indicados, envolve parcerias com 
outros órgãos federais relacionados com os temas tratados nos eixos orientadores e suas diretrizes. 
Art. 3o As metas, prazos e recursos necessários para a implementação do PNDH-3 serão definidos e aprovados 
em Planos de Ação de Direitos Humanos bianuais. 
De acordo com o art. 3º, do PNDH 3, duas vezes por ano serão fixados e aprovados Planos de Ação 
de Direitos Humanos. 
Vejamos uma questão sobre um dos artigos acima. 
 
(CESPE/STJ/2015) De acordo com o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3/2009) e 
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue o item subsequente. 
O PNDH-3/2009 tem como primeiro eixo orientador, em seu artigo 2.º, a interação democrática 
entre Estado e sociedade civil. As diretrizes desse eixo incluem o fortalecimento dos direitos 
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humanos como instrumento transversal das políticas públicas e de interação democrática; a 
valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de desenvolvimento; e a 
garantia dos direitos humanos de forma universal, indivisível e interdependente, de modo que 
seja assegurada a cidadania plena. 
Comentários 
A assertiva está incorreta, pois nem todas as diretrizes pertencem ao primeiro eixo orientador. 
A primeira parte da questão está correta, pois refere-se ao eixo I. Contudo, a segunda parte 
refere-se ao eixo II, que trata do desenvolvimento e dos Direitos Humanos. Já a parte final da 
questão menciona o eixo orientador III, que trata da Universalização dos Direitos Humanos em 
um contexto de desigualdade. 
Notem que é essencial conhecer os eixos orientadores. Dentro de cada eixo há várias diretrizes, 
porém, essas são intuitivas, uma vez que você conhece quais são os eixos orientadores. 
Na sequência, o art. 4º disciplina a criação de um Comitê de Acompanhamento e 
Monitoramento do PNDH 3 que terá por finalidade promover a articulação entre os órgãos e 
entidades envolvidos, elaborar os Planos de Ação – conforme o art. 3º acima –, estabelecer 
indicadores para o acompanhamento, monitoramento e avaliação dos Planos, acompanhar as 
recomendações e instituir um regimento interno. 
Vejamos o dispositivo: 
“Art. 4o Fica instituído o Comitê de Acompanhamento e Monitoramento do PNDH-3, com a 
finalidade de: 
I - promover a articulação entre os órgãos e entidades envolvidos na implementação das suas 
ações programáticas; 
II - elaborar os Planos de Ação dos Direitos Humanos; 
III - estabelecer indicadores para o acompanhamento, monitoramento e avaliação dos Planos 
de Ação dos Direitos Humanos; 
IV - acompanhar a implementação das ações e recomendações; e 
V - elaborar e aprovar seu regimento interno”. 
Vejamos um esquema: 
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O Comitê será integrado por representes (e um suplente) de diversos órgãos, conforme arrolados 
no §1º, abaixo: 
§ 1o O Comitê de Acompanhamento e Monitoramento do PNDH-3 será integrado por um representante e 
respectivo suplente de cada órgão a seguir descrito, indicados pelos respectivos titulares: 
I - Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, que o coordenará; 
II - Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; 
III - Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; 
IV - Secretaria-Geral da Presidência da República; 
V - Ministério da Cultura; 
VI - Ministério da Educação; 
VII - Ministério da Justiça; 
VIII - Ministério da Pesca e Aqüicultura; 
IX - Ministério da Previdência Social; 
X - Ministério da Saúde; 
XI - Ministério das Cidades; 
XII - Ministério das Comunicações; 
XIII - Ministério das Relações Exteriores; 
XIV - Ministério do Desenvolvimento Agrário; 
XV - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 
XVI - Ministério do Esporte; 
XVII - Ministério do Meio Ambiente; 
XVIII - Ministério do Trabalho e Emprego; 
XIX - Ministério do Turismo; 
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promover a articulação entre os órgãos e entidades 
envolvidos
elaborar os Planos de Ação
estabelecer indicadores para o acompanhamento
monitoramento e avaliação dos Planos
acompanhar as ações e recomendações
instituir um regimento interno
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XX - Ministério da Ciência e Tecnologia; e 
XXI - Ministério de Minas e Energia. 
Vejamos, por fim, os demais §§ do art. 4º: 
§ 2o O Secretário Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República designará os representantes do 
Comitê de Acompanhamento e Monitoramento do PNDH-3. 
§ 3o O Comitê de Acompanhamento e Monitoramento do PNDH-3 poderá constituir subcomitês temáticos para 
a execução de suas atividades, que poderão contar com a participação de representantes de outros órgãos do 
Governo Federal. 
§ 4o O Comitê convidará representantes dos demais Poderes, da sociedade civil e dos entes federados para 
participarem de suas reuniões e atividades. 
Embora o Programa seja instituído no âmbito federal e voltado para a implementação de políticas 
públicas pelo Governo Federal, o art. 5º prevê a possibilidade de adesão ao PNDH 3 pelos Estados-
membros, municípios e órgãos dos demais poderes (Legislativo e Judiciário), bem como do 
Ministério Público: 
Art. 5o Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os órgãos do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do 
Ministério Público, serão convidados a aderir ao PNDH-3. 
Para a sua prova... 
 
 
Por fim, vejamos os arts. 6º e 7º: 
Art. 6o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 7o Fica revogado o Decreto no 4.229, de 13 de maio de 2002. 
Brasília, 21 de dezembro de 2009; 188o da Independência e 121o da República. 
Pessoal, junto com o arquivo desta aula trazemos o anexo ao Decreto nº 7.037/2009. Como vocês 
verão, são textos corridos e informativos, para tanto, vamos disponibilizar esse material em forma 
de aula extra. Destaco a necessidade de ler o Eixo Orientador IV, Segurança Pública, Acesso à Justiça 
e Combate à Violência e, dada a correlação com a natureza do cargo, vamos destacar as principais 
informações em tópico em separado. 
Por fim, vejamos uma questão bastante complexa cobrada em concurso para Defensoria Pública. 
PODERÃO ADERIR AO 
PNDH 3
Estados-membros Municípios
Poderes Legislativo e 
Judiciário
Ministério Público
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(FCC/DPE-PB/2014) Sobre os Programas Nacionais de Direitos Humanos, é correto afirmar: 
a) Os Programas Nacionais de Direitos Humanos possuem força vinculante para as ações dos 
órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público, bem como às ações 
estratégicas da Defensoria Pública de concretização das políticas públicas de promoção dos 
direitos humanos. 
b) O II Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-2) lançou ações específicas referentes 
ao combate à impunidade e à violência policial, tendo obtido avanços, como a adoção de leis 
sobre o reconhecimento do próprio Estado da responsabilidade das mortes de pessoas 
desaparecidas em razão de participação política, transferência da justiça militar para a justiça 
comum dos crimes dolosos contra a vida praticados por policiais militares e a tipificação do 
crime de tortura. 
c) Os Programas Nacionais de Direitos Humanos contam com a articulação do governo federal 
com a sociedade civil para a elaboração da redação comum, reconhecendo-se, porém, o 
caráter governamental desses Programas, já que a sociedade civil colabora, mas não decide. 
d) O III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) causou ampla repercussão na mídia 
e em grupos de interesses contrários a determinadas ideias defendidas, gerando alterações no 
texto original, como, por exemplo, a posterior inclusão da mediação nos conflitos agrários 
como medida preliminar à avaliação da concessão de medidas liminares. 
e) No Brasil, a competência administrativa de realizar políticas públicas de implementação de 
direitos humanos é exclusiva da União, já que as obrigações de reparar os danos e prevenir 
condenações internacionais confirmam o interesse deste ente federativo para agir e 
estabelecer as ações estratégicas no planointerno. 
Comentários 
Vamos analisar cada uma das alternativas. 
A alternativa A está incorreta, já que os Programas Nacionais de Direitos Humanos não 
possuem força vinculante, pois tem origem por meio de um decreto presidencial. Não 
obstante, esses programas representam uma orientação para as ações governamentais. 
A alternativa B está incorreta, uma vez que os avanços mencionados foram obtidos pelo I 
Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-1). 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A elaboração do Programa Nacional de 
Direitos Humanos representa uma articulação do governo e da sociedade para a sua redação. 
Em seu texto devem ser explicitados os objetivos e os mecanismos de monitoramento de sua 
implementação. A edição do programa se dá por meio de um Decreto Presidencial, razão pela 
qual representa um ato governamental. 
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A alternativa D está incorreta. De fato, o PNDH-3 gerou repercussão na mídia por algumas 
ideias defendidas. Assim, houve a edição de outro Decreto, que promoveu diversas alterações 
no PNDH-3, contudo, foi retirada a possibilidade de mediação nos conflitos agrários como 
medida preliminar à avaliação da concessão de medidas liminares. 
A alternativa E está incorreta, pois a competência para efetivação das políticas públicas de 
implementação de direitos humanos é comum para todos os entes federados. 
4 - REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O TRATAMENTO DE 
PRESOS 
4.1 - NOÇÕES GERAIS 
Em 1955 foi realizado o I Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e para o 
Tratamento de Delinquentes. Entre outros assuntos, foi editado um conjunto de regras de direitos 
humanos voltado para aqueles que estão em cumprimento de penas, denominado de Regras 
Mínimas para o Tratamento dos Presos. 
Essas regras constituem o que a doutrina denomina de soft law, vale dizer, constituem um conjunto 
de normas desprovidas de caráter jurídico vinculante em relação aos signatários. Assim, os Estado 
que participaram do Congresso que resultou na aprovação das Regras Mínimas não estão obrigados, 
pelo simples fato de terem participado da criação do documento, a observarem, após a 
internalização, suas regras no direito interno. 
Permite-se, assim, que os Estados membros venham aderir posteriormente às regras. 
 
 
 
Apenas para fixar bem o assunto, as soft law distinguem-se das normas jus cogens. Neste caso, a 
norma pela simples existência vincula os Estados, ainda que não tenham aderido expressamente ao 
seu texto. Já as soft law somente tornam-se obrigatórias para o Estado membro caso ele assuma 
formalmente tal responsabilidade perante a comunidade internacional. 
Seguindo com o nosso estudo, questiona-se: quais são as regras tratadas no documento da ONU? 
Como o próprio nome indica, são contemplados direitos humanos muito relevantes que devem ser 
assegurados a todos, inclusive às pessoas que se encontram presas. 
Regras Mínimas para 
Tratamento das Pessoas 
Presas da ONU
soft law
os Estados que participaram 
do documento possuem a 
prerrogativa de aderir ao 
seu texto
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Entre os direitos albergados destacam-se o direito à integridade física e psíquica, o direito à 
igualdade, o direito à liberdade de religião e o direito à saúde. 
 
Portanto, se na prova questionarem: 
As Regras Mínimas para o Tratamento das Pessoas Presas, da ONU, preveem uma série de 
direitos humanos, exceto o direito de liberdade, plenamente restringido em face da condenação 
penal. 
Certo ou errado? 
O direito à liberdade de religião não foi mencionado acima? Foi, portanto, incorreta a afirmação. 
Muito cuidado pessoal, o direito de ir e vir – principal dos direitos de liberdade – sofre restrição, 
quando a pessoa é responsabilizada penalmente. Isso não significa que todos os direitos de liberdade 
sofram restrição. Como vimos a liberdade de escolher e professar a religião que lhe é própria é uma 
garantia, assegurada internacional e, também, em nosso ordenamento constitucional, inclusive para 
aqueles que se encontram presos. 
4.2 - ESTRUTURA 
O diploma é composto por 95 itens, ou melhor, 95 regras mínimas que estão divididas em três 
seções. 
 
Na primeira parte (observações preliminares) são fixadas regras gerais acerca do sistema 
penitenciário, que devem ser adaptadas às condições sociais, econômicas, legais e geográficas de 
cada Estado. 
Para tanto, há um esforço em estabelecer padrões gerais a serem observados indistintamente a 
todos os Estados, independentemente dos aspectos peculiares de cada nação. 
Quanto às regras de aplicação geral são estabelecidas regras referentes à administração geral dos 
estabelecimentos penitenciários, com a fixação de direitos àqueles que encontram-se presos por 
sentença definitiva ou provisoriamente. 
Por fim, as regras aplicáveis às categorias específicas que envolvem os reclusos condenados, 
reclusos alienados e doentes mentais, reclusos detidos ou aguardando julgamento, condenados por 
dívidas ou prisão civil e reclusos detidos ou presos sem acusação. 
observações preliminares arts. 1º a 5º
regras de aplicação geral arts. 6º a 55
regras aplicáveis a categoriais especiais arts. 56 a 95
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4.3 - PRINCIPAIS REGRAS MÍNIMAS 
Neste tópico, vamos destacar dentre todos os dispositivos do documento 
aqueles considerados mais importantes e que possuem maior probabilidade 
de aparecerem em prova, os quais serão elencados em forma de tópicos. 
(i) princípio básico das regras mínimos: aplicação indistinta sem 
discriminação. 
 As normas previstas aplicam-se a todos sem qualquer fora de discriminação (raça, cor, sexo, 
língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, condições financeiras, origem 
etc.). Além disso, eventuais crenças religiosas e preceitos morais específicos devem ser respeitados 
por todos. 
(ii) Registro dos presos 
 Os estabelecimentos penitenciários devem manter cadastro com as informações do preso. Entre 
as informações constará identidade, motivo da prisão, juiz que a ordenou, data e hora da prisão bem 
como estipulação da data de saída. 
(iii) Conservação dos bens pessoais 
 Eventuais bens que estejam com o preso deve permanecer devidamente custodiados se não 
puderem ficar com a pessoa. Quando da liberação, esses bens devem ser restituídos. 
(iv) Informação 
 Ao ingressar no estabelecimento penitenciário o preso de devem ser informados a respeito das 
regras relativas à pena que cumprirá. Neste ato será informado do regime da prisão, regras do 
estabelecimento penal, procedimentos internos, notadamente, como deve proceder em caso de 
solicitação de informações e apresentação de reclamações. 
(v) Organização dos presos 
 Determina-se que os presos sejam agrupados em locais segundo categorias específicas, separados 
uns dos outros. Nesse contexto: 
HOMENS  MULHERES 
PREVENTIVOS  POR SENTENÇA JUDICIAL DEFINITIVA 
ADULTOS  ADOLESCENTES 
POR CONDENAÇÃO PENAL  POR CONDENAÇÃO CÍVEL 
(vi) locais de reclusão 
 Um mesmo local de prisão não pode ser ocupado, em regra, por mais de uma pessoa. 
Excepcionalmente, em caso de excesso temporário no estabelecimento é possível que seja ocupado 
por mais de uma pessoa. 
Os locais de reclusão devem ser salubres, com boas condições de higiene e de saúde, com vestuários, 
roupa e alimentação adequados. 
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(vii) Atendimento à saúde 
 Está previsto que os estabelecimentos penais devem possuir ao menos um médico (com 
conhecimentos na área de psiquiatria) e dentista para atender aos presos. 
 Aos presos doentes deve ser despendido atendimento especial, com adequado tratamento às 
necessidades da pessoa doente. 
 Às presas gestantes deve-se assegurar instalações especiais, notadamente para atender ao 
nascimento da criança. 
 Quando da admissão do preso é necessário o atendimento prévio para que sejam tomadas as 
medidas necessárias, caso verificada alguma condição específica. 
(viii) Acesso a biblioteca 
Os estabelecimentos penitenciários devem contar com uma biblioteca para uso e reunião dos 
reclusos. 
(ix) Ordem e Disciplina 
 A ordem e disciplina deve ser mantida, segundo as regras estabelecidas ao órgão penitenciário. 
Em razão disso, tais regras devem ser obedecidas estritamente, sem discriminações ou com rigores 
excessivos. 
 Infrações disciplinares devem ser tratadas como tais, com aplicação das sanções previstas 
internamente, por intermédio de comissões disciplinares, sem arbitrariedades. Desse modo, é 
inaceitável que o preso seja punido disciplinarmente com excesso (pois constitui abuso de poder) 
ou sem observância das prescrições internas (pois constitui ato arbitrário). 
Ainda em relação às infrações disciplinares: 
• O preso não pode ser punido sem ser informado da infração de que é acusado. 
• O preso não poderá ser punido sem oportunidades de defesa. 
Dentre as punições a serem aplicadas por infrações disciplinares, veda-se: penas corporais e 
colocação em solitárias, bem como punições cruéis, desumanas ou degradantes. 
Veda-se, ainda, a utilização das algemas, coletes de força, correntes e ferros como sanção. 
(x) Contato com o mundo exterior 
 Embora o apenado permaneça segregado do convício social, deverá ser fraqueado o direito do 
preso de comunicar-se com a família (visitas, correspondências), bem como devem ter acesso aos 
noticiários, segundo normas e controles da administração carcerária. 
Desse modo, falecimentos, doenças e transferências devem ser informados ao preso e à família. 
(xi) Pessoal Penitenciário 
 Exige-se a formação específica e diretrizes referentes à atuação dos servidores nesta área da 
segurança pública, ressaltando a missão social de grande importância, bem como diretrizes sobre o 
relacionamento dos funcionários com os reclusos, especialmente tendo-se em conta o tratamento 
com as mulheres. 
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(xii) Reinserção do preso na sociedade 
 O sistema penitenciário não deve agravar o sofrimento inerente a essa situação, exceto 
pontualmente, por razões justificáveis de segregação e para a manutenção da disciplina. 
 O fim da pena de privação de liberdade é a proteção da sociedade contra o crime, o que só pode 
ser assegurado se o recluso, após seu regresso à liberdade, tenha vontade e aptidão para seguir um 
modo de vida de acordo com a lei e provendo suas próprias necessidades. 
 Devem ser adotadas medidas com a finalidade de permitir a reintegração, entre elas: 
 Análise da personalidade do preso, em atenção à individualização da pena, de forma que o 
tratamento seja desenvolvido em atenção às necessidades individuais. 
 Desenvolvimento de aptidões para o trabalho como uma forma de ganhar a vida de maneira 
honesta. 
 Desenvolvimento de medidas voltadas educação, que constitui obrigatoriedade para 
analfabetos e jovens reclusos. 
 Desenvolvimento de atividades de recreio e culturais. 
 Aproximação do preso com a família. 
(xiii) Atendimento especial para presos doentes mentais, que devem atendidos em 
estabelecimentos apropriados. 
(xiv) Os presos preventivos devem ser mantidos em prisão específica, garantindo-se atendimento 
com médicos e dentistas pessoais, bem como o direito de ser entrevistado pelo advogado com 
privacidade. 
De um modo geral das principais regras que vimos acima... 
 
 
Finalizamos, assim, as principais regras. Na sequência vamos citar a íntegra do documento, cuja 
leitura é imprescindível para um bom desempenho em prova. 
De todo modo, para facilitar o estudo e a absorção dos assuntos vamos destacar as principais 
informações com recursos visuais, bem como faremos breves apontamentos sempre que necessário 
para os assuntos mais relevantes. Sigamos! 
•As Regras Mínimas para Tratamento das Pessoas possuem natureza jurídica de soft law.
•O princípio básico das regras é a não discriminação.
•São asseguradas diversas regras, uma vez que há restrição do direito fundamental à liberdade de
ir e vir, mas demais direitos humanos permanecem hígidos.
•A prisão não implica a restrição a todos os direitos de liberdade.
•O objetivo da prisão é a reinserção social e prevenção da reincidência.
REGRAS MÍNIMAS PARA TRATAMENTO DAS PESSOAS PRESAS
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4.4 - REGRAS MÍNIMAS PARA O TRATAMENTO DOS PRESOS 
Adotadas pelo Primeiro Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do Crime e o Tratamento 
dos Delinquentes, realizado em Genebra em 1955, e aprovadas pelo Conselho Econômico e Social 
das Nações Unidas através das suas resoluções 663 C (XXIV), de 31 de Julho de 1957 e 2076 (LXII), 
de 13 de Maio de 1977.Resolução 663 C (XXIV) do Conselho Econômico e Social 
4.4.1 - Preâmbulo 
O Conselho Econômico e Social 
1. Aprova as Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos, adotadas pelo Primeiro Congresso das Nações 
Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinqüentes (37); 
2. Chama a atenção dos Governos para o Conjunto destas regras e recomenda: 
a) Que a sua adoção e aplicação nos estabelecimentos penitenciários e correcionais seja favoravelmente 
encarada; 
b) Que o Secretário-Geral seja informado de cinco em cinco anos dos progressos feitos relativamente à sua 
aplicação; 
c) Que os Governos adotem as medidas necessárias para dar a mais ampla publicidade possível às Regras 
Mínimas, não apenas junto dos organismos públicos interessados, mas também junto das organizações não 
governamentais que se ocupam da defesa social; 
3. Autoriza o Secretário-Geral a adotar os procedimentos necessários para assegurar, em termos adequados a 
publicação das informações recebidas nos termos da alínea b) do parágrafo 2, supra, e a pedir, se necessário, 
informações suplementares. 
Do preâmbulo acima, destaca-se que as Regras Mínimas estabelecidas possuem caráter 
programáticos e a ONU conclama os Estados a adotar as regras. 
De acordo com o documento os Estados: 
• Devem adotar e aplicar as regras nos respectivos estabelecimentos penitenciários; 
• Devem informar a cada cinco anos o Secretário-Geral da ONU quando aos progressos obtidos 
na área; e 
• Devem adotar medidas para conferir publicidade das Regras para sociedade. 
Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos 
Resolução adotada a 31 de Agosto de 1955 
O Primeiro Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinqüentes, 
Tendo adotado as Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos, anexas à presente resolução, 
1. Solicita ao Secretário-Geral que, de acordo com a alínea d) do anexo à Resolução 415(V) da Assembléia Geral 
das Nações Unidas, submeta estas Regras à aprovação da Comissão dos Assuntos Sociais do Conselho 
Econômico e Social; 
2. Confia em que estas Regras sejam aprovadas pelo Conselho Econômico e Social e, se o Conselho considerar 
oportuno, pela Assembléia Geral, e que sejam transmitidas aos Governos com a recomendaçãode (a) que 
examinem favoravelmente a sua adoção e aplicação na administração dos estabelecimentos penitenciários, e 
(b) que o Secretário-Geral seja informado de três em três anos dos progressos realizados no que respeita à sua 
aplicação; 
3. Expressa o desejo de que, para manter os Governos informados dos progressos realizados neste domínio, se 
solicite ao Secretário-Geral que publique na Revista Internacional de Política Criminal as informações enviadas 
pelos Governos, em cumprimento do disposto no parágrafo 2, e que autorize o pedido de informação 
suplementar, se necessário; 
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4. Expressa ainda o desejo de que se solicite ao Secretário-Geral que tome as medidas necessárias para assegurar 
que a mais ampla publicidade seja dada a estas Regras. 
No preâmbulo há determinação para que os Estados informem as condições de aplicação das Regras 
ao Secretário-Geral da ONU. No item 2, por sua vez, é fixado o período de três anos para que o 
Secretário-Geral seja informado pelo Conselho Econômico e Social quanto à adesão e aplicação das 
Regras. 
4.4.2 - Anexo 
É propriamente no anexo que são estabelecidas as regras. Vamos iniciar pelas Observações 
Preliminares. 
4.4.3 - Observações Preliminares 
Das observações preliminares, extrai-se que o objetivo das Regras Mínimas para o Tratamento das 
Pessoas Presas é estabelecer princípios e regras para uma adequada prática e organização 
penitenciária, com vista ao tratamento humano aos presos. 
 
Devemos estar atentos que não é objetivo do documento estabelecer um modelo de sistema 
penitenciário. 
Além do objetivo, é importante ressaltar que as regras gerais estabelecidas devem ser aplicadas a 
par de todas as peculiaridades que cada Estado possui no tratamento dos crimes. Sugere-se, assim, 
que todas as regras que leremos adiante sejam aplicadas a todos os estabelecimentos penais. 
Por fim... 
 
 
Vejamos os dispositivos: 
1. As regras que se seguem NÃO pretendem descrever em pormenor um modelo de sistema penitenciário. 
Procuram unicamente, com base no consenso geral do pensamento atual e nos elementos essenciais dos mais 
adequados sistemas contemporâneos, estabelecer os princípios e regras de uma boa organização penitenciária 
e as práticas relativas ao tratamento de reclusos. 
2. Tendo em conta a grande variedade das condições legais, sociais, econômicas e geográficas do mundo, é 
evidente que nem todas as regras podem ser aplicadas indistinta e permanentemente em todos os lugares. 
Devem, contudo, servir como estímulo de esforços constantes para ultrapassar dificuldades práticas na sua 
aplicação, na certeza de que representam, em conjunto, as condições mínimas aceites pelas Nações Unidas. 
OBEJTIVO
Estabelecer princípios e regras para uma adequada prática e 
organização penitenciária, com vista ao tratamento humano aos 
presos.
AS REGRAS MÍNIMAS PARA TRATAMENTO DAS PESSOAS PRESAS SÃO TEM POR 
OBJETIVO A ORGANIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTO DE RESSOCIALIZAÇÃO DE 
ADOLESCENTES, MUITO EMBORA AS REGRAS GERAIS POSSAM SER APLICÁVEIS.
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3. Além disso, os critérios que se aplicam às matérias tratadas por estas regras evoluem constantemente. Não 
se pode excluir a possibilidade de experiências e da adoção de novas práticas, desde que estas se ajustem aos 
princípios e objetivos que informaram a adoção das regras. De acordo com este princípio, pode a administração 
penitenciária central autorizar exceções às regras. 
4. 
1) A primeira parte das regras trata das matérias relativas à administração geral dos estabelecimentos 
penitenciários e é aplicável a todas as categorias de reclusos, dos foros criminal ou civil, em regime de prisão 
preventiva ou já condenados, incluindo os que estejam detidos por aplicação de medidas de segurança ou que 
sejam objeto de medidas de reeducação ordenadas por um juiz. 
2) A segunda parte contém as regras que são especificamente aplicáveis às categorias de reclusos de cada 
secção. Contudo as regras da secção A, aplicáveis aos reclusos condenados, serão também aplicadas às 
categorias de reclusos a que se referem às secções B, C e D, desde que não sejam contraditórias com as regras 
específicas destas secções e na condição de constituírem uma melhoria de condições para estes reclusos. 
5. 
1) Estas regras NÃO têm como objetivo enquadrar a organização dos estabelecimentos para jovens 
delinqüentes (estabelecimentos Borstal, instituições de reeducação, etc.). Contudo, e na generalidade, deve 
considerar-se que a primeira parte destas regras mínimas também se aplica a esses estabelecimentos. 
2) A categoria de jovens reclusos deve, em qualquer caso, incluir os menores que dependem da jurisdição dos 
Tribunais de Menores. Como norma geral, não se deveriam condenar os jovens delinqüentes a penas de prisão. 
4.5 - REGRAS DE APLICAÇÃO GERAL 
4.5.1 - Princípio básico 
6. 
1) As regras que se seguem devem ser aplicadas imparcialmente. NÃO haverá discriminação alguma com base 
em raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, meios de fortuna, 
nascimento ou outra condição. 
2) Por outro lado, é necessário respeitar as crenças religiosas e os preceitos morais do grupo a que pertença o 
recluso. 
Lembre-se... 
 
Confira como o assunto pode ser cobrado em prova: 
 
(Inédita/2017) Em relação às Regras Mínimas para o Tratamento das Pessoas Presas da ONU, 
julgue a assertiva seguinte: 
Os princípios que norteiam as Regras Mínimas são o da imparcialidade e o da não 
discriminação. 
Comentários 
•As Regras devem ser aplicadas imparcialmente;
•Não haverá discriminação; e
•Devem ser respeitados crença e preceitos morais.
PRINCÍPIO BÁSICO DAS REGRAS MÍNIMAS
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A assertiva está correta. A maioria das questões de prova referentes ao assunto podem ser 
acertadas se tivermos em mente o que dispõe a Regra 6, que estabelece o princípio básico: 
6. 
1) As regras que se seguem devem ser aplicadas imparcialmente. NÃO haverá discriminação 
alguma com base em raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional 
ou social, meios de fortuna, nascimento ou outra condição. 
2) Por outro lado, é necessário respeitar as crenças religiosas e os preceitos morais do grupo a 
que pertença o recluso. 
Sigamos! 
4.5.2 - Registro 
7. 
1) Em todos os locais em que haja pessoas detidas, haverá um livro oficial de registro, com páginas numeradas, 
no qual serão registrados, relativamente a cada recluso: 
a) A informação respeitante à sua identidade; 
b) Os motivos da detenção e a autoridade competente que a ordenou; 
c) O dia e a hora da sua entrada e saída. 
2) Nenhuma pessoa deve ser admitida num estabelecimento penitenciário sem uma ordem de detenção válida, 
cujos pormenores tenham sido previamente registrados no livro de registro. 
 
4.5.3 - Separação de categorias 
8. As diferentes categorias de reclusos devem ser mantidas em estabelecimentos penitenciários separados ou 
em diferentes zonas de um mesmo estabelecimento penitenciário, tendo em consideração o respectivo sexo e 
idade, antecedentes penais, razões da detenção e medidas necessárias a aplicar. Assim: 
a) Na medida do possível, homens e mulheres devem estar detidos em estabelecimentos separados; nos 
estabelecimentos que recebam homens e mulheres, a totalidade dos locais destinados às mulheres será 
completamente separada; 
b) Presos preventivos devem ser mantidosseparados dos condenados; 
REGISTRO
identidade
motivos da 
detenção
autoridade 
competente
dia e hora da 
entrada e 
saída
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c) Pessoas presas por dívidas ou outros reclusos do foro civil devem ser mantidos separados de reclusos do 
foro criminal; 
d) Os jovens reclusos devem ser mantidos separados dos adultos. 
4.5.4 - Locais de reclusão 
A regra é que cada preso possua cela própria. 
9. 
1) As celas ou locais destinados ao descanso notório NÃO devem ser ocupados por mais de um recluso. Se, por 
razões especiais, tais como excesso temporário de população prisional, for necessário que a administração 
penitenciária central adote exceções a esta regra, deve evitar-se que dois reclusos sejam alojados numa mesma 
cela ou local. 
2) Quando se recorra à utilização de dormitórios, estes devem ser ocupados por reclusos cuidadosamente 
escolhidos e reconhecidos como sendo capazes de serem alojados nestas condições. Durante a noite, deverão 
estar sujeitos a uma vigilância regular, adaptada ao tipo de estabelecimento prisional em causa. 
4.5.5 - Locais destinados aos reclusos 
Quanto aos locais são fixadas regras pertinentes à salubridade das instalações, notadamente acerca 
da amplitude das janelas, da iluminação e instalações sanitárias adequadas, bem como locais para 
banho e higiene pessoais. 
10. As acomodações destinadas aos reclusos, especialmente dormitórios, devem satisfazer todas as exigências 
de higiene e saúde, tomando-se devidamente em consideração as condições climatéricas e especialmente a 
cubicagem de ar disponível, o espaço mínimo, a iluminação, o aquecimento e a ventilação. 
11. Em todos os locais destinados aos reclusos, para viverem ou trabalharem: 
a) As janelas devem ser suficientemente amplas de modo a que os reclusos possam ler ou trabalhar com luz 
natural, e devem ser construídas de forma a permitir a entrada de ar fresco, haja ou não ventilação artificial; 
b) A luz artificial deve ser suficiente para permitir aos reclusos ler ou trabalhar sem prejudicar a vista. 
12. As instalações sanitárias devem ser adequadas, de modo a que os reclusos possam efetuar as suas 
necessidades quando precisarem, de modo limpo e decente. 
13. As instalações de banho e ducha devem ser suficientes para que todos os reclusos possam, quando desejem 
ou lhes seja exigido, tomar banho ou ducha a uma temperatura adequada ao clima, tão freqüentemente quanto 
necessário à higiene geral, de acordo com a estação do ano e a região geográfica, mas pelo menos uma vez por 
semana num clima temperado. 
14. Todas as zonas de um estabelecimento penitenciário usadas regularmente pelos reclusos devem ser mantidas 
e conservadas sempre escrupulosamente limpas. 
4.5.6 - Higiene pessoal 
Os estabelecimentos penitenciários devem assegurar meios para garantir a saúde, limpeza e higiene 
dos presos. 
15. Deve ser exigido a todos os reclusos que se mantenham limpos e, para este fim, ser-lhes-ão fornecidos água 
e os artigos de higiene necessários à saúde e limpeza. 
16. A fim de permitir aos reclusos manter um aspecto correto e preservar o respeito por si próprios, ser-lhes-ão 
garantidos os meios indispensáveis para cuidar do cabelo e da barba; os homens devem poder barbear-se 
regularmente. 
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4.5.7 - Vestuário e roupa de cama 
As roupas usadas pelos presos e as internas devem ser mantidas em condições adequadas, 
higienizadas e limpas. 
17. 
1) Deve ser garantido vestuário adaptado às condições climatéricas e de saúde a todos os reclusos que não 
estejam autorizados a usar o seu próprio vestuário. Este vestuário não deve de forma alguma ser degradante ou 
humilhante. 
2) Todo o vestuário deve estar limpo e ser mantido em bom estado. As roupas interiores devem ser mudadas e 
lavadas tão freqüentemente quanto seja necessário para manutenção da higiene. 
3) Em circunstâncias excepcionais, sempre que um recluso obtenha licença para sair do estabelecimento, deve 
ser autorizado a vestir as suas próprias roupas ou roupas que não chamem a atenção. 
18. Sempre que os reclusos sejam autorizados a utilizar o seu próprio vestuário, devem ser tomadas disposições 
no momento de admissão no estabelecimento para assegurar que este seja limpo e adequado. 
19. A todos os reclusos, de acordo com padrões locais ou nacionais, deve ser fornecido um leito próprio e roupa 
de cama suficiente e própria, que estará limpa quando lhes for entregue, mantida em bom estado de 
conservação e mudada com a freqüência suficiente para garantir a sua limpeza. 
4.5.8 - Alimentação 
No que atine à alimentação devem ser asseguradas alimentação e água potável. 
20. 
1) A administração deve fornecer a cada recluso, há horas determinadas, alimentação de valor nutritivo 
adequado à saúde e à robustez física, de qualidade e bem preparada e servida. 
2) Todos os reclusos devem ter a possibilidade de se prover com água potável sempre que necessário. 
4.5.9 - Exercício e desporto 
Aos presos deve ser assegurado, ao menos, uma hora de atividades físicas, caso não exerçam 
atividades ao ar livre. 
21. 
1) Todos os reclusos que NÃO efetuam trabalho no exterior devem ter pelo menos UMA HORA DIÁRIA de 
exercício adequado ao ar livre quando o clima o permita. 
2) Os jovens reclusos e outros de idade e condição física compatíveis devem receber durante o período reservado 
ao exercício, educação física e recreativa. Para este fim, serão colocados à disposição dos reclusos o espaço, 
instalações e equipamento adequados. 
4.5.10 - Serviços médicos 
Em relação aos serviços médicos são estabelecidos como mínimo o atendimento por médico – com 
formação em psiquiatria – e por dentistas. Durante todo o período que permanecerem custodiados 
os presos serão acompanhados por equipe médica. 
Em relação às mulheres grávidas, o estabelecimento deve possuir instalações especiais para 
atendimentos às futuras mães. 
Ao ingressa no estabelecimento, os detentos devem ser avaliados com brevidade por equipe médica. 
22. 
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1) Cada estabelecimento penitenciário deve dispor dos serviços de pelo menos um médico qualificado, que 
deverá ter alguns conhecimentos de psiquiatria. Os serviços médicos devem ser organizados em estreita ligação 
com a administração geral de saúde da comunidade ou da nação. Devem incluir um serviço de psiquiatria para 
o diagnóstico, e em casos específicos, o tratamento de estados de perturbação mental. 
2) Os reclusos doentes que necessitem de cuidados especializados devem ser transferidos para 
estabelecimentos especializados ou para hospitais civis. Quando o tratamento hospitalar é organizado no 
estabelecimento este deve dispor de instalações, material e produtos farmacêuticos que permitam prestar aos 
reclusos doentes os cuidados e o tratamento adequados; o pessoal deve ter uma formação profissional suficiente. 
3) Todos os reclusos devem poder beneficiar dos serviços de um dentista qualificado. 
23. 
1) Nos estabelecimentos penitenciários para mulheres devem existir instalações especiais para o tratamento 
das reclusas grávidas, das que tenham acabado de dar à luz e das convalescentes. Desde que seja possível, 
devem ser tomadas medidas para que o parto tenha lugar num hospital civil. Se a criança nascer num 
estabelecimento penitenciário, tal fato não deve constar do respectivo registro de nascimento. 
2) Quando for permitido às mães reclusas conservar os filhos consigo, devem ser tomadas

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