Buscar

LIVRO DE METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 183 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 183 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 183 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Eloíse Werle
Metodologia do ensino da 
natação
U
N
O
PA
R
M
ETO
D
O
LO
G
IA
 D
O
 EN
SIN
O
 D
A
 N
ATA
Ç
Ã
O
Metodologia 
do ensino da 
natação
Eloíse Werle
Metodologia do ensino da 
natação
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Werle, Eloíse 
 
 ISBN 978-85-8482-637-7
 1. Natação – Estudo e ensino. I. Título.
 CDD 797.21 
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017.
 184 p.
W489m Metodologia do ensino da natação / Eloíse Werle. – 
© 2017 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação
Mário Ghio Júnior
Conselho Acadêmico 
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Emanuel Santana
Grasiele Aparecida Lourenço
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Paulo Heraldo Costa do Valle
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
Márcia Cristina Aparecida Thomaz
Editorial
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Cristiane Lisandra Danna
Diogo Ribeiro Garcia
Emanuel Santana
Erick Silva Griep
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Unidade 2 | Adaptação ao meio líquido e apresentação da natação
Seção 1 - A água, um ambiente desconhecido
1.1 | Densidade
 1.1.1 | Densidade específica
1.2 | Massa e Peso
1.3 | Centro de massa (CM) e Centro de Gravidade
1.4 | Empuxo
1.5 | Centro de Volume
1.6 | Turbulência
1.7 | Fricção
1.8 | Pressão
1.9 | Velocidade
1.10 | Temperatura
Seção 2 - Aprendizagem da natação
2.1 | Equilíbrio aquático e orientação corporal
57
61
61
61
63
63
64
65
66
66
66
67
67
69
69
Unidade 1 | Histórico e propostas pedagógicas da natação 
Seção 1 - Histórico da natação
1.1 | Origens e história
1.2 | Surgimento dos estilos
 1.2.1 | Crawl
 1.2.2 | Costas
 1.2.3 | Peito
 1.2.4 | Borboleta
1.3 | Surgimento da natação no Brasil
1.4 | Fatos curiosos sobre a natação mundial
Seção 2 - Quem são nossos alunos
2.1 | Bebês
2.2 | Crianças
2.3 | Adolescentes
2.4 | Adultos
2.5 | Idosos
Seção 3 - Fundamentos psicomotores da aprendizagem da natação
3.1 | Introdução ao desenvolvimento psicomotor
3.2 | Alguns subsídios metodológicos para a aprendizagem da natação por crianças
Seção 4 - Propostas e estratégias pedagógicas para o ensino de natação
4.1 | Representação dos itens
9
13
13
14
14
16
17
18
19
21
25
25
27
28
29
30
33
33
35
41
41
Sumário
Unidade 3 | Nados crawl e costas
Seção 1 - Nado de lado
1.1 | Primeira etapa, virando-se na piscina
1.2 | Deslizando de lado
1.3 | Nado de lado
Seção 2 - Crawl
2.1 | Movimento de braço por cima
2.2 | Como executar o movimento de braço por cima
2.3 | Nado crawl
2.4 | Como nadar estilo crawl
2.5 | Fatores que atrapalham o sucesso no nado crawl
2.6 | Aperfeiçoando o nado crawl
 2.6.1 Como nadar o crawl de forma eficiente
Seção 3 - Nado de costas
3.1 | Batimento de pernas no nado costas
99
103
103
105
106
111
111
111
114
114
117
118
118
125
125
2.2 | Respiração
2.3 | Motivação
2.4 | Estrutura de aula
2.5 | Materiais pedagógicos
2.6 | Exercícios pedagógicos - educativos e corretivos
2.7 | Adaptação 
Seção 3 - Aprendizagem dos fundamentos: saídas, viradas e chegadas
3.1 | Saídas
 3.1.1 | Propostas metodológicas
3.2 | Viradas
 3.2.1 | Virada olímpica do crawl
 3.2.2 | Virada olímpica de costas
 3.2.3 | Virada do nado borboleta
 3.2.4 | Virada do nado peito
3.3 | Chegadas
71
75
76
77
78
78
81
81
82
84
84
87
88
90
92
Unidade 4 | Nados peito e borboleta
Seção 1 - Nado peito
1.1 | O movimento de braço do nado peito
1.2 | Pernada de peito
1.3 | O nado de peito
1.4 | Correções do nado peito
1.5 | Filipina do nado peito
Seção 2 - Nado borboleta
2.1 | Pernada do nado borboleta ou golfinho
 2.1.1 | Detectando erros do batimento de pernas de golfinho
2.2 | Braçada do nado borboleta
 2.2.1 | Detectando erros na braçada do borboleta
2.3 | Coordenando o nado borboleta
 2.3.1 | Detectando erros na coordenação do nado borboleta
141
145
145
147
148
149
150
153
153
157
157
160
161
163
Seção 3 - Regras da Federação Internacional de Natação (FINA)
3.1 | Principais regras da natação
 3.1.1 | Trajes de natação
3.2 | Regras do nado livre
3.3 | Regras do nado da costas
3.4 | Regras do nado peito
3.5 | Regras do nado borboleta
167
167
167
170
171
171
172
Apresentação
Caro, aluno!
Estaremos juntos na disciplina de Metodologia do Ensino da Natação. 
Neste livro, você vai encontrar uma diversidade de conteúdos, que vão desde a 
história desse esporte e de cada um dos nados, até as técnicas e regras específicas 
de cada um, além de estratégias pedagógicas para ensinar esse esporte. 
Você conhecerá, na Unidade 1, o histórico e as origens da natação. Analisaremos 
como surgiu a modalidade e cada nado, além de fatos históricos que marcaram 
esse esporte. Vamos analisar também, propostas e estratégias pedagógicas para o 
ensino da natação para os nossos alunos. 
Já, na Unidade 2, você verá um pouco das propriedades da água e como 
nosso corpo se comporta quando está submerso no meio líquido. Além disso, 
você conhecerá os processos de aprendizagem e de adaptação do aluno ao meio 
líquido, e, por fim, aprenderá os fundamentos da natação: saída, viradas e chegadas 
de cada nado. 
Na Unidade 3 e 4 deste livro, você conhecerá os quatro estilos de natação. 
Inicialmente, você aprenderá como é o nado de lado, uma proposta inicial para a 
aprendizagem de todos os outros nados. Saber virar-se na piscina é uma adaptação 
importante para se alcançar eficiência nos outros nados. 
Ainda na Unidade 3, você aprenderá os nados alternados da natação, e o 
primeiro será o nado crawl, o mais rápido desse esporte. O nado crawl e utilizado 
nas provas de livre por essa razão. Nesse nado, a coordenação da respiração é 
uma etapa importante e que você deve dominar. Em seguida, você conhecerá o 
nado costas, no qual o atleta fica o tempo todo com o rosto fora da água. 
Na Unidade 4, você conhecerá os nados simultâneos: o nado peito, que 
apresenta uma técnica mais complexa, e o nado borboleta, que exige mais força e 
por isso muitas vezes é o último a ser ensinado. 
Finalizando o livro, você conhecerá as principais regras da Federação 
Internacional de Natação. Essas regras regem a natação competitiva e padronizam 
o nado dos atletas. Nessa parte do livro, você compreenderá a importância dessas 
regras para que ensinemos aos nossos alunos as técnicas corretas dos nados. 
Esperamos que você possa aproveitar ao máximo a leitura desse conteúdo para 
melhor compreender como são os estilos da natação e como se dá o processo 
de adaptação ao meio líquido, que é uma etapa importantíssima e fundamental da 
aprendizagem desse esporte diferente e interessante para os nossos alunos.
Desejamos a você uma ótima leitura! 
Unidade 1
HISTÓRICO E PROPOSTAS 
PEDAGÓGICAS DA NATAÇÃO
Objetivos de aprendizagem: 
Nesta unidade iremos conhecer o histórico e as origens da natação. Iremos 
analisar como surgiu a modalidade e cada nado, além de fatos históricos que 
marcaram esse esporte. Além disso, iremos analisar propostas e estratégias 
pedagógicas para o ensino da natação para os nossos alunos.
Eloíse Werle 
Nesta seção estudaremos a origem da modalidade e de cada nado e 
conheceremos alguns fatos históricos que marcaram a modalidade. 
Nesta seção estudaremos as características dos grupos de alunos com 
quem poderemos trabalhar. 
Nesta seção trataremos de alguns subsídios metodológicospara a 
aprendizagem na natação. 
Nesta seção trataremos de uma forma mais prática e simplificada os 
conceitos teóricos discutidos na Seção 3 – fundamentos psicomotores da 
aprendizagem da natação. 
Seção 1 | Histórico da natação
Seção 2 | Quem são nossos alunos
Seção 3 | Fundamentos psicomotores da aprendizagem da 
natação
Seção 4 | Propostas e estratégias pedagógicas para o ensino 
da natação
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
10
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
11
Introdução à unidade
Nesta unidade veremos inicialmente que a natação surgiu da necessidade do 
homem sustentar-se e deslocar-se na água. No momento histórico em que surgiu, o 
homem precisava fugir de animais, ou até mesmo caçar sua alimentação. 
 Com o passar do tempo a natação foi tendo outros fins, como saúde, lazer, 
necessidade e esporte. A partir daí foram surgindo os quatro nados: crawl, peito, 
costas e borboleta. Conheceremos como surgiram os quatro nados e também os 
atletas brasileiros e do resto do mundo de grande destaque nesse esporte.
Cada grupo etário tem diferentes características e com isso os objetivos e a forma 
de aprender a natação podem ser diferentes. Mas independentemente da idade, 
aprender a natação não é um processo natural do ser humano. É necessária uma 
intervenção mediatizada para o desenvolvimento das habilidades aquáticas.
Com isso, veremos formas práticas de como realizar essa intervenção de uma 
maneira adequada e que vise ao desenvolvimento psicomotor relacionado ao 
desenvolvimento de habilidades aquáticas.
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
12
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
13
Seção 1
Histórico da natação
Introdução à seção
1.1 Origens e história
Nesta seção iremos conhecer a origem da modalidade e alguns fatos históricos 
que marcaram esse surgimento. Além disso, também iremos explorar a origem de 
cada nado e como a prática desse esporte se iniciou em nosso país.
Relatos da literatura apontam que a natação é quase tão antiga quanto o homem, 
que aprendeu a sustentar-se na água por necessidade e instinto de sobrevivência 
ou também por observação dos animais. O homem primitivo precisava saber se 
deslocar na água, já que vivia às margens de rios e mares.
Com a evolução do homem, sua postura passou de horizontal para bípede. Para 
nadar, ele precisava voltar a adaptar-se à postura de quadrupedia, que em alguns 
animais facilita a permanência estável na água (VELASCO; BERNINI, 2011). 
Além disso, naquele momento, muitas vezes o homem era “obrigado” a nadar 
por situações de fuga ou ataque a animais, ou pela busca de alimentos. E esse fator 
de sobrevivência e as quedas acidentais na água despertaram no homem uma 
habilidade latente que era nadar.
Fonte: <https://universidadedanatacao.wordpress.com/2008/10/03/o-surgimento-da-natacao/>. Acesso em: 11 jul. 2016.
Figura 1.1 | Surgimento da natação
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
14
Desenho descoberto numa das grutas do deserto da Líbia. É a mais antiga 
ilustração atualmente conhecida da arte de nadar. Os arqueólogos calculam que ela 
remonta a 9.000 anos antes da nossa era.
Alguns dados históricos nos apresentam que os gregos já conheciam a natação 
3.000 anos antes da nossa era. Tinham muito apreço por esse esporte e pela corrida, 
que segundo a literatura grega era sinônimo de força e beleza física. Na Idade Média, 
após a queda do Império Romano, a natação praticamente desapareceu, pois 
acreditavam na proliferação de epidemias. Com o Renascimento essa ideia perde 
força e em muitos países surgem as piscinas para banhos públicos.
Na Segunda Guerra Mundial, aeronautas e militares aprendiam na escola a 
natação para evitarem morrer afogados, quando alguma embarcação viesse a cair 
no mar. Só o fato de saber flutuar já lhes dava a chance de sobreviver.
Atualmente, discute-se que a aprendizagem da natação se faz pela repetição, 
que logo vira um hábito, e assim descobre-se em um determinado momento que 
se pode nadar. Para o homem moderno, aprende-se a nadar por quatro motivos 
principais (VELASCO, 1997):
- Saúde: produção de efeitos benéficos ao organismo e ao físico.
- Lazer: oportunidade de satisfações emocionais.
- Necessidade: sobrevivência ou reabilitação.
- Esporte: performance e resultados.
1.2 Surgimento dos estilos
1.2.1 Crawl
Não existe um consenso na literatura quando e a ordem em que os estilos 
surgiram, no entanto, algumas bibliografias apontam ter sido o nado crawl (com 
pinturas rupestres) o primeiro a surgir e outros acontecimentos apontam ter sido o 
nado peito (VELASCO, 1997).
No século XIX foram realizadas as primeiras provas em Londres (1837), onde 
os nadadores realizavam a braçada de peito, só que na lateral. Depois, devido à 
resistência imposta pela água, os atletas começaram a levar um dos braços à frente 
na superfície da água. Esse nado passou a ser nomeado de single overarm stroke 
(braçada única sobre a água). Mais tarde, outra modificação foi aplicada e os braços 
passaram a ser levados à frente alternadamente. A esse nado modificado foi dado o 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
15
nome de double overarm (braçada dupla sobre a a água). 
Esse estilo foi aperfeiçoado for um inglês chamado J. Arthur Trudgen, no ano 
de 1893, por meio das experiências com nativos da América do Sul. O movimento 
dos membros inferiores passou a ser de tesoura. Este estilo, por sua vez, foi ainda 
adaptado e evoluiu quando outro inglês, Frederick Cavill, foi para a Austrália, e 
observou os movimentos de indígenas, que movimentavam muito bem suas pernas 
na superfície da água. Esse estilo foi nomeado crawl australiano. O filho de Frederick, 
Richard, bateu o recorde mundial em 1900 das 100 jardas com esse estilo. 
O crawl moderno surgiu com o havaiano Duke Kahanamoku, vencedor da prova 
dos 100 metros nado livre, nas Olimpíadas de 1912 e 1920. No ano de 1924, nas 
Olimpíadas de Paris, um nadador chamado Johnny Weissmuller bateu o recorde 
de Duke, nadando o mesmo estilo crawl, consagrando-o como o estilo mais veloz 
(VELASCO, 1997).
Fonte: <http://chroniclingamerica.com/lccn/sn83025121/1912-07-09/ed-1/seq-3/image_681x721_from_0,294_to_1984,2395.
jpg>. Acesso em: 11 jul. 2016.
Figura 1.2 | Duke Kahanamoku, recordista mundial do 100 m livre 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
16
1.2.2 Costas
Inicialmente, o nado costas era realizado com o movimento simultâneo dos 
braços para trás e a pernada era um forte golpe de tesoura com o abdômen 
voltado para cima. Os braços eram levados para trás da cabeça com as mãos juntas 
e, ao encontrarem a água, iniciava-se a puxada em um semicírculo, em torno da 
articulação da cintura escapular até a palma da mão chegar próxima à coxa.
Em 1912, nos Jogos Olímpicos, o norte-americano Harry Habner venceu os 100 
m costas utilizado este tipo de puxada, denominada “crawlada”. Mais tarde, Adolph 
Kiefer altera o nado de costas, que já tinha movimentos de pernada “crawlada”, e 
modifica a entrada do braço na água, estendendo-o para melhor flutuação. Em 1935 
seu estilo já era completo, com braçadas alternadas, e foi consagrado como um dos 
maiores nadadores de nado costas do mundo (VELASCO, 1997).
Fonte: <http://www.notinat.com.es/images/noticies/Image/2007-05/AdolphKiefer_100Back_1936.jpg>. Acesso em: 11 jul. 
2016.
Fonte: <http://footage.framepool.com/shotimg/320632231-adolf-kiefer-100-metre-backstroke-olympia-schwimmstadion-
berlin-olympic-stadium-berlin.jpg>. Acesso em: 11 jul. 2016. 
Figura 1.3 | Adolph Kiefer ganhando prova de 100 m nado costas nas Olimpíadas de 1936 
Figura 1.4 | Adolph Kiefer, grande nadador de nado costas
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
17
1.2.3 Peito
Em meados do século XVI, na Alemanha, Inglaterra e Suécia, foram escritos os 
primeiros trabalhos sobre natação. Nestes trabalhos era bastante citado o ensino do 
nado peito, já uma tradição, pois, naquela época, os soldados precisavam atravessarrios carregando seus armamentos e roupas, e deviam fazê-lo na cabeça ou nas 
costas.
O nado peito foi a primeira forma encontrada pelo homem para ter propulsão na 
água. Principalmente a braçada era realizada com grande amplitude para os lados e 
para trás. Até 1837, em um campeonato de natação na Inglaterra, o movimento dos 
braços era chamado de “braçada inglesa”.
Nos Jogos Olímpicos de Paris, em 1924, o alemão Erich Rademacher assumiu 
uma posição baixa dos joelhos, arredondando o movimento dos membros inferiores 
e também usava o mesmo processo para a braçada. Com as constantes mudanças 
no nado peito, surgiu a necessidade de regulamentação desse nado, até para a ideal 
designação do verdadeiro nome. O museu de Belas Artes, em Paris, tem em seu 
acervo uma estátua de um nadador grego, na posição do nado peito.
Como esse nado vinha sendo realizado submerso, em 1957, novamente a regra 
foi modificada, permitindo-se apenas a submersão total apenas na saída e nas viradas, 
utilizando um movimento chamado “filipina” (VELASCO, 1997).
Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000002294/md.0000027382.jpg>. Acesso 
em: 6 set. 2016.
Figura 1.5 | Nado peito
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
18
1.2.4 Borboleta
Em 1933, na cidade de Nova Iorque, o nadador Henry Myers, que apresentava 
certa dificuldade em realizar a braçada do nado peito, resolveu tirar seus braços por 
cima dos ombros, à frente, e manteve o movimento de pernas. Seu movimento de 
braços se tornou semelhante à figura de uma borboleta, dando assim este nome ao 
seu novo nado (VELASCO, 1997).
No ano seguinte, 1934, o nadador Jack Silg, na Universidade de Lowa, realizava 
de maneira despretensiosa algumas ondulações, sem movimento de braços. Seu 
técnico, David Armbruster, a partir dessas ondulações, foi agrupando movimentos 
até encontrar a coordenação ideal para que o estilo fosse aceito, lembrando-se da 
braçada de Myers.
Apesar de nas regras da FINA (Federação Internacional de Natação) constar a 
nomenclatura “borboleta”, esse estilo também é mundialmente conhecido como 
golfinho. Além disso, apesar do nado ser considerado cansativo em sua origem, é 
hoje utilizado, como os outros, nas sessões de aula e treinamento (VELASCO, 1997).
Fonte: <http://corpoequilibrado.com.br/wp-content/uploads/2016/06/nata%C2%BA%C3%BAo-para-emagrecer.jpg>. Acesso 
em: 14 set. 2016.
Figura 1.6 | Nado borboleta
Para conhecer mais sobre a história da natação, e visualizar os quatro 
nados: crawl, costas, peito e borboleta, assistam ao vídeo no link:
<https://www.youtube.com/watch?v=nkB-o2661I4>. Acesso em: 11 jul. 
2016.
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
19
1.3 Surgimento da natação no Brasil
No Brasil a natação foi oficializada em 31 de julho de 1987, no Rio de Janeiro, 
com a fundação da União de Regras Fluminense, que hoje é a Federação Brasileira 
das Sociedades de Remo. 
No ano de 1898 foi realizado o primeiro campeonato brasileiro, entre a fortaleza 
de Villegaignon e a praia de Santa Luzia, no Rio de Janeiro, com a distância de 1500 
metros nado livre e somente com a participação masculina. No ano de 1914, foi 
fundada a Confederação Brasileira de Desportos, que ficou com a responsabilidade 
da organização das competições nacionais (VELASCO, 1997).
Fonte: <http://tudosobrenatacao.blogspot.com.br/2016/03/natacao-antes-durante-e-atraves-dos.html>. Acesso em: 11 jul. 2016. 
Figura 1.7 | Primeiro campeonato brasileiro
A primeira piscina para competição foi construída em 1919, no Fluminense Futebol 
Clube, também no Rio de Janeiro. Em São Paulo, a primeira piscina foi construída no 
ano de 1923, na Associação Atlética de São Paulo.
O primeiro grande nadador vencedor brasileiro foi Abraão Salíture, nos anos de 
1901 a 1920. A partir de 1935 iniciou-se a participação feminina em competições de 
natação. Maria Lenk foi o grande destaque, vencendo todas as provas: 100 m nado 
livre, 400 m nado livre, revezamento 4x100 nado livre, 200 m nado peito e 100 m 
nado costas. 
Nos Jogos Olímpicos de 1936, a nadadora brasileira Piedade Coutinho conquistou 
o quinto lugar nos 400 m livre, e repetiu esta colocação em 1948. No ano de 1939, 
Maria Lenk foi recordista mundial das provas de 200 m e 400 m nado peito.
Nas Olimpíadas de 1952, o nadador brasileiro Tetsuo Okamoto ganhou medalha 
de bronze nos 1500 m nado livre e em 1960, Manoel dos Santos trouxe o bronze nos 
100 m nado livre. No ano seguinte, Manoel estabeleceu o recorde mundial dessa 
prova.
Em 1982, Ricardo Prado bateu o recorde Mundial nos 400 m nado medley (prova 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
20
com todos os estilos) e 10 anos depois houve a grande explosão do fenômeno 
Gustavo Borges, um dos maiores nadadores do nosso país, que conquistou medalha 
de prata nos 100 m nado livre nas Olimpíadas de Barcelona (VELASCO, 1997).
Fonte: <http://imguol.com/blogs/87/files/2015/01/mulheres.jpg>. Acesso em: 11 jul. 2016.
Fonte: <http://images.jovempan.uol.com.br/-upEeH21B8CXRPXoIlLuyOsLU54=/media.jovempan.uol.com.br/archives/2015/12/02/25014957-.
jpg>. Acesso em: 11 jul. 2016.
Figura 1.8 | Maria Lenk, grande nadadora brasileira, que deu nome ao complexo de piscinas 
em que foram realizados os Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio de Janeiro
Figura 1.9 | Gustavo Borges, com a medalha de prata nos 100 m livre nas Olimpíadas de 
Barcelona
Para conhecer além da história da natação e outras características 
interessantes dessa modalidade, leia o livro O que é natação.
VIEIRA, Silvia; FREITAS, Armando. O que é natação? Rio de Janeiro: Casa 
da palavra, 2006.
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
21
Atualmente, discute-se que a aprendizagem da natação se faz 
pela repetição, que logo vira um hábito, e assim descobre-se em 
um determinado momento que se pode nadar (VELASCO, 1997).
Discuta e hipotetize com os demais colegas em sala de aula 
as maneiras que considerem mais adequadas para o ensino 
da natação.
1.4 Fatos curiosos sobre a natação mundial
→ Mark Spitz foi o primeiro nadador a conquistar mais medalhas de ouro em 
uma mesma edição dos Jogos Olímpicos. Durante os Jogos Olímpicos de Munique, 
em 1972, ele conquistou sete medalhas de ouro em diversas provas da modalidade, 
quebrando o recorde mundial em todas elas. Esse recorde (mais medalhas de ouro 
conquistadas numa mesma olimpíada), que parecia imbatível, foi superado apenas 
por Michael Phelps, que conquistou oito vitórias e quebrou sete recordes mundiais 
nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
Fonte: <http://www.history.com/s3static/video-thumbnails/AETN-History_VMS/21/137/History_Spitz_After_5th_Gold_Medal_
Speech_SF_still_624x352.jpg>. Acesso em: 23 jul. 2016.
Figura 1.10 | Mark Spitz
→ Michael Fred Phelps nasceu no ano de 1985 na cidade de Baltimore, nos 
Estados Unidos. Ele é considerado um dos maiores nadadores de todos os tempos. 
Tem em seu currículo trinta e sete recordes mundiais. Além disso, é o atleta com 
o maior número de medalhas de ouro (oito) olímpicas em uma única edição, 
conquistadas nos Jogos de Pequim, na China, em agosto de 2008. Diante de seus 
resultados, Phelps superou as sete medalhas de ouro do compatriota Mark Spitz 
conquistadas nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
22
Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, ganhou sua 19ª medalha olímpica 
e se tornou o atleta mais medalhado da história dos Jogos Olímpicos, batendo o 
anterior recorde que pertencia a Larissa Latynina, ginasta da União Soviética, que 
detinha um total de dezoito.
Ainda, quando ganhou os 200 metros medley, nos Jogos Olímpicos de 2012, 
tornou-se o primeiro nadador do mundo a conquistar o tricampeonato olímpico 
consecutivo em um prova individual, feito que já tinha realizado em prova coletiva, 
o revezamento 4 x 200 metros livres. Michael Phelps bateu todos os recordes que 
tinha a bater.
Fonte: <https://goo.gl/MlGIcT>. Acesso em: 23 jul. 2016.
Figura 1.11 | MichaelPhelps
→ Nos Jogos Olímpicos de Sidney, no ano 2000, o atleta guinéu-equatoriano 
Eric Moussambi Malonga conquistou fama internacional quando nadou sozinho a 
eliminatória dos 100 metros livres, já que os outros dois competidores, o nigerino 
Karim Bare e o Tajique Farkhod Oripov, queimaram a largada e foram desclassificados. 
Mesmo nadando sozinho conseguiu apenas o tempo de 1 minuto, 52 segundos e 
72 centésimos, afinal ele tinha aprendido a nadar seis meses antes e nunca tinha 
competido em uma piscina olímpica, pois não havia alguma em seu país. Naquela 
edição dos jogos o medalhista de ouro da prova, Pieter Van Den Hoogenband, bateu 
o recorde mundial com o tempo de 47 segundos e 84 centésimos.
Fonte: <http://pgb51.typepad.com/.a/6a00d8341c59dc53ef014e86bc2d1d970d-800wi >. Acesso em: 28 set. 2016.
Figura 1.12 | Eric Moussambi Malonga
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
23
→ César Cielo é considerado por parte da imprensa e por alguns comentaristas 
esportivos o maior nadador brasileiro dos últimos tempos. Nos Jogos Olímpicos de 
Pequim, em 2008, conquistou a medalha de ouro na prova dos 50 metros nado 
livre e bronze nos 100 metros nado livre. Foi campeão e recordista mundial nessas 
provas, 50 e 100 metros livre, e ganhou três medalhas de ouro e uma de prata nos 
Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio de Janeiro.
Fonte: <http://www.noticiasbr.com.br/atletas-brasileiros-entre-as-12-principais-figuras-do-pan-24111.html>. Acesso em: 23 
jul. 2016.
Figura 1.13 | César Cielo
1. O nado de costas é basicamente um crawl invertido, e único 
estilo em que o nadador faz o movimento olhando para cima 
(decúbito dorsal). Para uma boa execução, o tronco e as pernas 
devem estar bem alinhados.
 Inicialmente, o nado costas era realizado com o movimento 
____________ dos braços para trás e a pernada era um forte 
golpe de tesoura com o abdômen voltado para __________.
Complete as lacunas e assinale a alternativa que corresponde 
aos termos corretos.
a) simultâneo / cima
b) simultâneo / baixo
c) alternado / cima 
d) alternado / baixo
e) único / baixo
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
24
2. Totalmente diferente dos outros estilos, o nado peito exige 
muita coordenação e técnica do praticante. Ele pode ser um 
estilo muito gostoso de nadar quando não aplicada tanta força 
e técnica, como acontecia no estilo clássico, que surgiu há 
décadas e servia apenas para o “lazer”. Hoje, a modalidade se 
tornou competitiva e sofreu modificações que a tornaram mais 
eficiente. 
O nado peito foi a primeira forma encontrada pelo homem para 
ter propulsão na água. Principalmente a braçada era realizada 
com __________ amplitude para os lados e para trás.
Complete a lacuna e assinale a alternativa que corresponde ao 
termo correto.
a) reduzida
b) força 
c) limitada
d) grande
e) lateral
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
25
Seção 2
Quem são nossos alunos
Introdução à seção
2.1 Bebês
Para que o professor de educação física possa trabalhar o conteúdo de natação 
adequadamente, é preciso conhecer informações sobre o nível de desenvolvimento, 
os aspectos de personalidade, os objetivos e dados físico-socioemocionais dos 
seus alunos. Além disso, como o meio aquático produz uma grande quantidade 
de estímulos, é importante que o professor conheça seu aluno integralmente, 
para que possa aproveitar essas informações no enriquecimento do processo de 
aprendizagem.
Sendo assim, nesta seção estudaremos as características dos grupos de alunos 
com quem poderemos trabalhar.
Muitas vezes as atividades psicomotoras no meio terrestre-aéreo do bebê 
não são plenamente conhecidas nem exploradas ao máximo. Sabendo que um 
desenvolvimento harmonioso do bebê depende da quantidade e qualidade dos 
estímulos proporcionados pelo seu meio ambiente, as experiências aquáticas são 
atividades muito valiosas para progresso no plano psicomotor. Além disso, vivenciar 
experiências variadas pode tornar o corpo do bebê mais operacional.
Situações que proporcionem diferentes posicionamentos e que utilizem 
diferentes partes do corpo na exploração das atividades motoras globais e finas são 
experiências importantes para consciência e noção corporal. As noções espaciais 
são vividas na exploração do meio aquático, utilizando o corpo do bebê estático 
ou em diferentes deslocamentos, em pequenas ou grandes quantidades de água, 
próximo ou longe de alguém.
As noções temporais serão adquiridas conforme as ações em aulas realizadas. Estas 
se adaptarão ao ritmo e o tempo próprio do bebê. Por exemplo: para compreender 
o significado de “antes”, o bebê deverá vivenciar uma situação antes e depois de 
imergir, que pode ser uma situação qualquer. Essas experiências estimularão áreas 
cognitivas e promoverão a aquisição da noção de tempo.
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
26
Com a movimentação produzida em contato com a água, surgirão relações 
sociais por meio de jogos dramáticos entre o bebê, a mãe, as outras crianças e o 
professor; por meio de estímulos visuais, sonoros, táteis, cinestésicos; por meio das 
cores do ambiente e dos materiais; do som da água e músicas utilizadas, do suporte 
da mãe e até da própria água.
Nesse processo, os reflexos, que são as respostas automáticas do organismo, vão 
sendo gradativamente substituídos por movimentos voluntários e condicionados 
(VELASCO, 1997).
Fonte: <http://www.circolare.com.br/uploads/2014/09/bebe-embaixo-d%C3%A1gua-2.jpg>. Acesso em: 14 set. 2016. 
Figura 1.14 | Natação para bebês 
Assim, é possível concluir que não temos natação para bebês, e sim um processo 
profilático e terapêutico para o desenvolvimento da psicomotricidade (coordenação 
geral e fina) para saúde, ajustamento e adaptação social (VELASCO, 1997).
Para assistir a alguns momentos de uma aula de natação para bebês, e 
visualizar a adaptação deles, assista ao vídeo Natação para bebês no link:
<https://www.youtube.com/watch?v=BlwcqHtDubw>. Acesso em: 20 
jul. 2016.
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
27
2.2 Crianças
A criança pode ser caracterizada e definida como “ação”. O aprendizado se dá 
pelas brincadeiras, imitações e também fantasiando situações. Portanto, na natação, 
cabe ao professor respeitar as limitações de seu aluno e utilizar jogos e brincadeiras 
como estratégias de aprendizagem. 
A partir dos quatro anos de idade, todas as situações podem ser consideradas 
como estímulos para aprendizagem. Até os sete anos ainda é importante manter 
a variedade de experimentação corporal. A partir dessa idade até os dez anos as 
crianças já entendem e respeitam regras e dão feedback positivo ou negativo das 
propostas oferecidas. 
A percepção das crianças é bastante autêntica, já que ela não sofre interferências 
externas. Já nos adultos a percepção, muitas vezes, é prejudicada por circunstâncias 
sociais. O ato de nadar para uma criança é muito mais perceptível que qualquer 
outra faixa etária, pois ela está em constante movimentação e descobre diferentes 
formas de deslocamento. A técnica ocorrerá posteriormente e a competição nessa 
idade deve acontecer em forma de lazer.
Fonte: <http://www.istockphoto.com/br/foto/felizes-crian%C3%A7as-nadando-debaixo-d-%C3%A1gua-na-piscina-gm538602500-
95822425?st=_p_criana%20natao>. Acesso em: 14 set. 2016.
Figura 1.15 | Natação para crianças
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
28
2.3 Adolescentes
Em nosso contexto histórico e social, a adolescência vem começando mais cedo 
e terminando mais tarde. No século passado, por exemplo, as mudanças físicas da 
puberdade se iniciavam por volta dos 13 anos. Hoje, a pré-adolescência, que marca 
o fim da infância e o início da adolescência acontece por volta dos nove e dez anos 
de idade. 
Na pré-adolescência há uma melhor receptividade ao diálogo, por isso nessa fase 
é importante que o adulto busque conversar e compreender todas as mudanças 
psicofísicas que ele está enfrentando. Nessa fase ocorrem:
- Primeiras alteraçõesfísicas, como o rápido crescimento em estatura, aumento 
dos seios e testículos, mudança do timbre de voz, dentre outras. Os adolescentes 
tendem a ter mais atenção para o próprio corpo e para questões de sexualidade;
- Os conceitos de certo e errado são relativos e não rígidos como acreditavam;
- Possuem novos interesses, o que às vezes pode atrapalhar o rendimento escolar;
- Colocam em questão muitas das regras impostas pelos pais, questionando-as 
e criticando-as.
Além disso, nesse momento os adolescentes querem e precisam ter seus 
segredos e sua privacidade respeitados. Em grande parte dos casos, os adolescentes 
reforçam os conflitos de comportamento porque os adultos os tratam como adultos 
diante de certas exigências e deveres e como criança na hora de terem direitos. Por 
isso o comportamento de adultos, como pais e professores não deve ser autoritário 
para não gerar rebeldia em seus filhos e alunos.
A paixão é um ponto interessante nos adolescentes. Pode ser positiva para o 
desenvolvimento da afetividade e da capacidade de se relacionar. Então, a turma em 
que o aluno nessa idade se inserir é muito importante. Existirá troca de experiências 
com colegas da mesma idade, que estão vivenciando os mesmos tipos de emoções 
e descobertas.
Baseados em todas essas características mencionadas podemos concluir que, 
durante a adolescência, toda aprendizagem adquirida poderá ser transformada 
em aperfeiçoamento, pois o jovem está em uma idade mental e cognitiva que lhe 
permite atitudes positivas e duradouras em relação às atividades esportivas regulares. 
O seu nível de maturidade já está adequado pelas experiências anteriores. Poderá 
ocorrer, além do aperfeiçoamento técnico, o nível competitivo.
No entanto, devemos iniciar as competições com o espírito de lazer, participação 
das próprias capacidades, sem pressões e responsabilidades. Dessa forma, iremos 
preparar nossos alunos para vitórias e derrotas, pois estarão mentalmente produtivos 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
29
para melhores resultados e para a aceitação dos fracassos (VELASCO, 1997).
2.4 Adultos 
Na maturidade a fantasia é sobreposta pela realidade. A acomodação vence a 
disposição, o sentimento e o gosto pela aventura perde intensidade. Existe quem 
diga que não se envelhece simplesmente pelo passar dos anos, mas sim quando se 
abdica de sonhos e ideais. Assim como o envelhecimento biológico e cronológico 
se reflete no organismo, a falta de empolgação pode se refletir na mente e na alma. 
É importante que estimulemos os adultos a manter a admiração pelo belo, pelas 
novas ideias e acontecimentos. 
Praticar um esporte, como a natação, para o adulto deverá envolver as mesmas 
estratégias do professor em relação à criança. Lembrando apenas que o adulto 
quer e precisa saber “como” e o “porquê” de cada desempenho no meio líquido. 
É necessário sempre o diálogo explicativo, com incentivo e estímulo para que ele 
continue acreditando em suas potencialidades.
Fonte: <http://www.istockphoto.com/br/foto/mulher-nadando-freestyle-gm517381843-49148278?st=_p_adultos%20natao 
>. Acesso em: 14 set. 2016.
Figura 1.16 | Natação para adultos 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
30
Para conhecer mais sobre a natação para os adultos, que fazem parte da 
categoria máster, e seus benefícios, assista ao vídeo:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oMfHsHH9XZI>. 
Acesso em: 26 jul. 2016.
2.5 Idosos
A terceira idade é a fase da vida na qual a autoestima é um ponto fundamental para 
um bom desempenho em todas as atividades. A sociedade atual privilegia a parcela 
mais produtiva da população, desvalorizando, algumas vezes, os idosos. Esta situação 
pode enfatizar o sentimento de impotência dessas pessoas.
É importante que não só os jovens, mas também os idosos saibam que estar 
nessa faixa etária não significa apenas o aumento de limitações. Mesmo que o vigor 
físico não seja o de jovem, as experiências de vida e a maturidade tornam os idosos 
sábios. Portanto, cabe a nós, professores, a proposta de atividades nas quais eles 
possam se sentir capazes e valorizados. Ainda, os profissionais de educação física 
têm uma missão primordial com essas pessoas: reativar o corpo e fazer com que 
redescubram sua autoestima. A prática de um esporte pode ser um bom meio para 
esse fim (VELASCO, 1997).
Fonte: <http://www.jomi.org.br/noticias_imgs/26.jpg>. Acesso em: 26 jul. 2016.
Figura 1.17 | Natação para idosos
À medida que os anos passam, é impossível evitar que o 
organismo sofra alterações de ordem física e cognitiva. 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
31
Embora envelhecer seja um processo natural, manter-se em 
atividade é uma opção ao alcance de todos.
Alguns exercícios auxiliam na adaptação ao novo estilo de vida, 
tornando o dia a dia mais agradável e proporcionando benefícios 
ao organismo. É o que ocorre, por exemplo, com a prática da 
natação para terceira idade.
Discuta e hipotetize em sala de aula os benefícios que a prática 
da natação pode trazer para a terceira idade.
1. A criança pode ser caracterizada e definida como “ação”. 
O aprendizado se dá pelas brincadeiras, imitações e também 
fantasiando situações. Portanto, na natação, cabe ao professor:
a) Respeitar as limitações de seu aluno e utilizar exercícios 
técnicos e educativos para aprendizagem.
b) Respeitar as limitações de seu aluno e utilizar músicas para 
aprendizagem. 
c) Respeitar as limitações de seu aluno e utilizar jogos e 
brincadeiras como estratégias de aprendizagem.
d) Impor as limitações para seu aluno e utilizar jogos e 
brincadeiras como estratégias de aprendizagem. 
e) Deixar seu aluno livre para adquirir experiências e 
aprendizagem.
2. Da puberdade à adolescência, toda aprendizagem 
já adquirida (ou não) poderá ser transformada em 
aperfeiçoamento, pois o jovem está numa idade mental que 
lhe permite atitudes positivas e duradouras em relação às 
atividades esportivas regulares. O seu nível de maturidade já 
está adequado pelas experiências anteriores. Poderá ocorrer, 
além de aperfeiçoamento técnico, o nível competitivo.
 A paixão é um ponto interessante nos adolescentes. Pode 
ser positiva para o desenvolvimento da _________ e da 
__________. Então, a turma em que o aluno nessa idade se 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
32
inserir é muito importante. 
Complete as lacunas e assinale a alternativa que corresponde 
aos termos adequados.
a) maturidade / força
b) maturidade / capacidade de se relacionar
c) afetividade / capacidade de se relacionar
d) afetividade / força
e) afetividade / capacidade de evoluir
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
33
Seção 3
Fundamentos psicomotores da aprendizagem da 
natação
Introdução à seção
3.1 Introdução ao desenvolvimento psicomotor
A aprendizagem da natação para o ser humano, ao contrário de outras espécies, 
não é uma situação natural, que está geneticamente inscrita. As competências para 
a aprendizagem desse esporte serão adquiridas com a prática.
Nesta seção trataremos de alguns subsídios metodológicos para a aprendizagem 
na natação.
Algumas espécies de animais, como os peixes, anfíbios e répteis têm em suas 
competências inatas a adaptação ao meio aquático. Já na espécie dos primatas, 
na qual se inclui o ser humano, algumas pesquisas demonstram falta de afinidade 
com o meio líquido. Tendo em consideração essas ideias, ainda que o ser humano 
permaneça em meio líquido durante seu desenvolvimento intrauterino e possua o 
reflexo natatório (reflexo que faz com que os bebês consigam ficar debaixo da água 
sem se afogar, abrindo os olhos, trancando a respiração e batendo os braços e 
pernas para sair do lugar), ele precisa de algum tempo para aprender a nadar.
A motricidade aquática exige que nosso organismo crie uma nova arquitetura 
psicomotora, diferente da motricidade terrestre. O contato com a água e a postura, 
que passa a ser horizontal, podem desencadear um conjunto de informaçõesvestibulares que podem criar estímulos cinestésicos diferenciados. Além disso, 
a mudança espacial e do padrão respiratório exige também novos esquemas de 
adaptação. 
Assim, quando se fala de comportamento aquático, entende-se que o cérebro 
da criança deve organizar inúmeras fontes de informação sensorial em um 
comportamento motor e em uma experiência integrada. As sensações percebidas 
na água convergem ao cérebro, que comunica ao corpo o que deve ser feito. 
A todo momento, na água, entram informações no cérebro provindas dos olhos, 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
34
dos ouvidos, da pele, dos músculos, da gravidade, da flutuação, da propulsão, dentre 
outros estímulos, que terão que ser organizados em termos de “tráfego” neurológico, 
para que se observe um resultado final adaptável e seguro. Caso contrário, a sua 
desorganização ou “engarrafamento”, vão produzir um comportamento aquático 
inadequado e desajustado (VELASCO, 1994). 
Dado que a densidade da água é maior que a densidade do ar, a motricidade 
aquática rege-se também por novas reorganizações posturais (flutuação) e 
locomotoras (propulsão). Essa reorganização pode ser complexa, já que andar e 
deslocar os braços assimetricamente na água e debaixo da água, ou produzir, inibir e 
reorientar novos padrões motores espontaneamente pode não ser uma tarefa fácil.
Equilibrar, voltar, virar, baixar, levantar, saltar, correr ou apoiar, apanhar, prender 
na água implica uma expansão e uma ampliação do repertório motor da criança 
nadadora. Portanto, é significativa a intervenção pedagógica que ocorre com as 
crianças em sua fase de aprendizado da natação. Neste momento, eles ainda são 
inconclusos em sua organização psicomotora, os fatores da autoconfiança ainda 
não estão consolidados, nem nos movimentos em terra. E mesmo que o estejam, 
tais fatores não são suficientes para garantir segurança e disponibilidade na água. 
A experiência da aprendizagem mediatizada na água assume assim uma grande 
importância, quando se pretende preservar condições de segurança e conforto em 
um meio instável e inseguro. A qualidade dessa experiência pedagógica e interativa 
é, portanto, de extrema relevância, uma vez que as dificuldades inerentes ao meio 
devem ser geridas de forma segura e intencional.
Assim, a aprendizagem da natação em bebês ou crianças não pode ser orientada 
como uma simples iniciação esportiva, na medida em que ela deve ser baseada no 
desenvolvimento psicomotor, no qual os fatores emocionais, motores e cognitivos 
devem ser respeitados para o desenvolvimento de uma dinâmica e ambiente onde 
os padrões de movimento são muito diferentes (VELASCO, 1994).
Fonte: <http://www.caldense.com.br/UserFiles/Image/04-2010/Clinica_de_Natacao_para_Capacitacao_de_Professores_165.
jpg>. Acesso em: 26 jul. 2016.
Figura 1.18 | Aprendizagem de natação mediatizada
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
35
Para saber mais sobre o desenvolvimento psicomotor no meio aquático 
e a influência da faixa etária nesse desenvolvimento, leia o texto 
Desenvolvimento psicomotor em atividades aquáticas no link:
<http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/4mostra/
pdfs/223.pdf>. Acesso em: 26 jul. 2016.
3.2 Alguns subsídios metodológicos para a aprendizagem da 
natação por crianças
De acordo com as perspectivas da psicomotricidade, há três fases para a 
aprendizagem da natação por crianças.
Na primeira fase da aprendizagem da natação é importante ressaltar a questão 
da segurança e da adaptação a um novo meio, reforçando o papel crucial da 
mediatização nas primeiras experiências de aprendizagem na água.
Não basta que as crianças estejam em segurança, é necessário que se sintam 
seguras, e este pressuposto de estabilidade emocional é indispensável a uma 
autonomia afetiva antecipadora da autonomia motora, que deve caracterizar os 
primeiros passos da aprendizagem num meio estranho, como é o aquático. 
Ganhar adaptabilidade na água não é o mesmo que reproduzir movimentos dos 
membros que permitam a manutenção à superfície ou o deslocamento na água.
Adaptação na água, que se pode conseguir mesmo antes da adaptação à 
gravidade, implica a emergência de uma integração polissensorial complexa e de 
uma série de padrões motores adaptativos, subaquáticos, aquáticos e respiratórios 
que só podem ser alcançados em uma experiência mediatizadora, isto é, numa 
integração social intencional, que traga segurança, ludicidade e conforto (VELASCO, 
1997).
Apesar da água ser suportadora, saber pegar e dar suporte na água é algo complexo 
que os professores devem cuidar nessa fase. Atenção ao suporte à cabeça, atenção 
à segurança, vigiar as reações faciais e mímicas, segurar a criança face a face, tocar 
com as mãos, dar suporte vertical e horizontal e dar apoio à flutuação dorsal, são 
manobras essenciais da fase de adaptação ao meio líquido.
Concebendo a aprendizagem da natação como uma estimulação precoce e 
como um processo facilitador do desenvolvimento neuropsicomotor da criança, 
exige que o mediatizador (professor, mãe, pai...) se inteire que a natação é um 
pretexto para atingir encorajamento, reforço, autoconfiança, além de adequar 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
36
o envolvimento e adaptá-lo às necessidades específicas de desenvolvimento da 
criança.
Em suma, na primeira fase de aprendizagem da natação, o professor deve 
interagir com a criança em termos simples e didáticos, ou seja, explorar o meio 
aquático vestibular, tátil, cinestésica, proprioceptiva, visual, auditivamente etc. Deve-
se buscar construir na criança um processamento sensorial diferenciado, que lhe 
coloque respostas adaptativas às diferentes condições e situações do meio aquático, 
proporcionando o ajustamento do seu corpo e do seu sistema nervoso na água 
(VELASCO, 1997).
A resposta adaptativa é uma resposta intencional a uma experiência sensorial. 
Nadar é uma resposta adaptativa formada ao longo de um processo, no qual o 
sistema nervoso se desenvolve e se organiza.
A criança aprende a nadar e organiza-se em termos neuropsicomotores, isto 
é, cria significados para as sensações proporcionadas pela motricidade aquática. A 
criança inicialmente não possui pensamentos ou ideias sobre as experiências na 
água. Ela está mais centrada em sentir a água e sentir o movimento do seu corpo 
nela. A sua resposta adaptativa é mais motora que emocional ou relacionada ao 
sistema nervoso.
A integração sensorial inicial que ocorre na primeira fase de aprendizagem da 
natação é semelhante à do jogo. Trata-se de um suporte para uma integração 
sensorial mais complexa que vai ser necessária para a flutuação, a respiração e a 
propulsão na água. Se essa fase de aprendizagem for bem organizada, a criança terá 
uma autonomia motora aquática mais facilitada, mais eficiente, mais satisfatória e 
mais criativa.
Nessa fase crucial de aprendizagem da natação, o prazer, o conforto, a segurança, 
a confiança e a satisfação na água devem ser persistentemente alcançados em 
termos dos objetivos pedagógicos. Desfrutar dessa experiência sensorial é, nem 
mais nem menos, promover o desenvolvimento psicomotor da criança (VELASCO, 
1997). 
A segunda fase da aprendizagem da natação deve promover o enriquecimento 
adaptativo às provenientes do meio aquático. Antes que se observem os 
deslocamentos ativos e autônomos na criança nadadora, o corpo pode produzir 
respostas adaptativas desde que organize as sensações proprioceptivas e as 
sensações proporcionadas pelo ambiente do envolvimento aquático (VELASCO, 
1997).
A criança só poderá se adaptar ao meio líquido se o seu sistema nervoso conhecer 
que problemas e situações se colocam quando está mergulhada ou submersa. 
Quando a criança nada de uma forma adaptativa, sabemos que o seu cérebro está 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
37
organizado eficientemente às múltiplas sensações da gravidade, da impulsão, da 
respiração, dos membros, do corpo etc. Se tal resposta não for expressa,ou se for 
produzida de forma muito lenta, a criança experimentará desconforto, insegurança, 
bloqueios respiratórios, engolirá água e pode até engasgar-se ou afogar-se.
O processo de aprendizagem da natação na criança é a conquista de segurança 
e independência no meio líquido inicialmente, para depois, com a evolução do 
nadador, o aprendizado do processo propulsivo dos nados.
Além disso, aprender a nadar não significa simplesmente o aprendizado da 
técnica dos estilos, mas antes harmonizar movimentos relacionados a respiração, 
com movimentos dos nados e equilíbrio dentro da água para garantir à criança 
uma propulsão contínua, econômica e eficaz.
É importante ainda ressaltar que no processo de aprendizagem da natação 
a organização dos espaços e materiais é fundamental, como a profundidade da 
piscina, a plataforma ou tablado que será necessário, os equipamentos lúdicos 
utilizados em aula. Também a organização pedagógica é imprescindível pelo 
professor, que precisa identificar o perfil de seus alunos, suas necessidades e 
potencialidade para adequar os procedimentos de ensino e motivação. O terceiro 
ponto é a preparação técnica, como a estruturação dos componentes de nado: 
flutuação, respiração e propulsão; compreensão dos movimentos relacionados 
aos quatro nados. (VELASCO; BERNINI, 2011). 
A sua demonstração supõe uma continuidade e uma frequência de experiências 
qualitativas e quantitativas, que visam à modificação do comportamento para com 
as relações da criança com o meio aquático.
A terceira fase de aprendizagem da natação deve visar à realização da integração 
sensorial e a apropriação de um corpo transformador, que implique desenvolvimento 
de deslocamentos aquáticos coordenados. Isto é, um enriquecimento crescente da 
criança, no qual a dimensão e a profundidade lúdica das competências aquáticas 
sejam entendidas como prioritárias a uma iniciação esportiva e a uma plataforma 
pedagógica.
Em síntese, a aprendizagem da natação é uma função do sistema nervoso. 
Consequentemente, a natação desde que tenha em atenção os pressupostos do 
desenvolvimento psicomotor da criança acima abordados, promove e concretiza a 
capacidade do seu cérebro para aprender. Esse princípio é, em uma última análise, a 
primeira finalidade de qualquer aprendizagem (VELASCO; BERNINI, 2011).
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
38
O desenvolvimento psicomotor é um processo contínuo 
durante o qual se dá a evolução da inteligência, da 
comunicação, da afetividade, da sociabilidade e da 
aprendizagem de forma global e simultânea. Decorre por 
etapas e depende da maturação do sistema nervoso central.
Reflita sobre a individualidade das crianças nesse processo 
de desenvolvimento, e como isso pode interferir no ensino 
das habilidades de adaptação aquática.
Para saber mais sobre o desenvolvimento psicomotor de uma maneira 
geral, leia o livro Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem.
FONSECA, Vitor da. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. 
Porto Alegre: Artmed, 2007. 584p.
1. Crianças são encontradas em todas as partes: em cima 
de, embaixo de, dentro de, subindo em, balançando-se 
no, correndo em volta de, pulando para... Nessa fase, nós 
professores temos que ensiná-las sem nos esquecermos da 
parte lúdica, ela aprende brincando, imitando. Fantasiando 
situações.
 Na primeira fase da aprendizagem da natação é importante 
ressaltar a questão da segurança e da adaptação a um 
novo meio, reforçando o papel crucial da __________ 
nas primeiras experiências de aprendizagem na água. A 
segunda fase da aprendizagem da natação deve promover o 
__________________ às provenientes do meio aquático.
Complete as lacunas e assinale a alternativa que corresponde 
aos termos corretos.
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
39
2. Na natação cabe aos professores, durante o processo de 
ensino da natação, respeitar as limitações dos alunos e utilizar 
jogos e brincadeiras como estratégias de aprendizagem. 
A terceira fase de aprendizagem da natação deve visar à 
realização da ________________ e a apropriação de um 
corpo transformador, que implique desenvolvimento de 
deslocamentos aquáticos coordenados.
Complete a lacuna e assinale a alternativa que corresponde ao 
termo correto.
a) Integração social
b) Integração cognitiva
c) Integração aquática
d) Integração sensorial
e) Integração comunicativa
a) Intervenção / enriquecimento adaptativo
b) Mediatização / enriquecimento adaptativo
c) Intervenção / interesse
d) Mediatização / interesse
e) Mediatização / enriquecimento cognitivo
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
40
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
41
Seção 4
Propostas e estratégias pedagógicas para o 
ensino da natação
Introdução à seção
4.1 Representação dos itens 
Nesta seção trataremos de uma forma mais prática e simplificada os conceitos 
teóricos discutidos na seção anterior. Faremos um planejamento de aula, no qual 
para cada proposta, teremos as fases e os objetivos e para cada estratégia, os 
procedimentos e as variantes. 
Ainda, teremos uma observação, com os cuidados e critérios adotados do ensino 
dessa habilidade. E finalizaremos cada proposta com exemplos simples para que 
possamos entender todo o planejamento.
Propostas: diz respeito ao que será ensinado.
Fase: etapa que o aluno se encontra.
Objetivo: o que o aluno deverá atingir.
Estratégias: que recursos serão utilizados.
Procedimentos: experimentação corporal do aluno junto à água, respeitando-se 
as potencialidades de cada um e as condutas psicomotoras em relação ao corpo.
No ensino de diversas modalidades coletivas existem 
estratégias para o ensino de habilidades relacionadas a esse 
esporte.
Reflita sobre as possibilidades e estratégias que considera 
importante para o ensino da natação.
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
42
Variantes: recursos físicos e materiais que poderão ser utilizados e modificações 
em relação à posição do corpo e suas partes, do espaço e do tempo na execução 
dos movimentos.
Observações: preocupações especiais e importantes que o professor deverá ter 
em relação ao que está propondo ao aluno.
Exemplos: modelos para aguçar a criatividade de cada profissional.
Para saber mais sobre o ensino e a pedagogia do ensino da natação faça 
a leitura do texto:
Pedagogia da natação: um mergulho para além dos quatro estilos, no 
link:
<http://www.revistas.usp.br/rbefe/article/view/16609/18322>. Acesso 
em: 26 jul. 2016.
Após realizar a leitura do texto proposto e das seções 
anteriores, e antes de conhecer as propostas trazidas 
nesta seção, procure elaborar uma atividade prática para o 
desenvolvimento psicomotor voltado para as habilidades 
aquáticas.
Estratégias de Adaptação I
A – PROPOSTA: ADAPTAÇÃO
Fase
- Ambientação.
Objetivo
- Soltura e descontração no meio líquido.
- Exploração do meio aquático.
B – ESTRATÉGIAS
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
43
Procedimentos
- Deslocamentos dentro d’água (caminhar, saltar etc.).
Variantes
- Com e sem auxílios.
- Com e sem apoios.
- Diferentes direções.
- Diferentes ritmos.
C – OBSERVAÇÃO
Ao propormos ao aluno reconhecer o novo ambiente, como o aquático, devemos 
oferecer-lhe diferentes situações de experimentação corporal, modificando as 
propostas iniciais do simples caminhar pela piscina, até criando obstáculos, dando-
lhe ou não auxílio e intensificando ou não o ritmo de execução dessa ação. Enfim, 
diversificando o máximo essa vivência.
D – EXEMPLOS
1. Todos de mão dadas, formando uma roda, caminhando juntos para um 
lado, depois para o outro, com diferentes posições de perna (joelhos flexionados, 
elevando calcanhar até o quadril) modificando o ritmo dos movimentos.
2. Correr segurando uma bola, soltando-a assim que a água estiver na altura do 
ombro; seguindo então a exploração da piscina segurando na borda e voltando da 
mesma maneira.
 Estratégias de Adaptação II
A – PROPOSTA: ADAPTAÇÃO
Fase
- Adaptação polissensorial.Objetivo
- Descontração do aluno em relação à agua no rosto.
B – ESTRATÉGIAS
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
44
Procedimentos
- Espirrar e jogar água pelo rosto.
Variantes
- Com e sem auxílios.
- Com e sem materiais.
- Diferentes posições dos segmentos corporais.
C – OBSERVAÇÃO
Há duas situações importantes para que essa adaptação ocorra bem. A primeira 
seria criar situações, impedindo que o aluno limpe o rosto, sacuda a cabeça, feche 
os olhos etc., quando a água escorre pelo rosto. Isso é possível de ser realizado de 
forma lúdica, descontraída e sem cobranças. A segunda seria evitar (ou proibir) que 
o aluno utilizasse óculos nessa fase, pois ele é um limitador do espaço visual.
D – EXEMPLOS
1. Os alunos sentados na borda da piscina, o professor com um pequeno 
regador enche-o d’água, despejando-a sobre a cabeça do aluno de trás para frente, 
permitindo que a água escorra pelo rosto e demais partes do corpo.
2. O professor segura um bambolê na vertical, ao nível da água e o aluno terá 
como missão passar por dentro dele, em diferentes posições corporais.
3. O professor fará sinais subaquáticos com as mãos e caberá ao aluno 
identificar esses sinais, verbalizando ou demonstrando ao professor o que seria. Isso 
exigirá do aluno a abertura de seus olhos na água.
Estratégias de Adaptação III
A – PROPOSTA: ADAPTAÇÃO
Fase
- Processo respiratório.
Objetivo
- Respiração aquática.
- Conscientização e importância do diafragma.
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
45
B – ESTRATÉGIAS
Procedimentos
- Pegar o ar fora e soltá-lo dentro d’água.
Variantes
- Diferentes intensidades na expiração por boca, nariz e boca/nariz.
- Com e sem materiais.
C – OBSERVAÇÃO
É bastante interessante iniciarmos essa conscientização do processo ativo da 
inspiração e passivo da expiração, dando alguns pontos de referências visuais, como 
olhando para os pés, na piscina, observando as borbulhas e sentindo seu efeito 
no rosto. Quando esse processo não é bem elaborado, pode gerar desequilíbrio 
corporal e talvez medo, quando em diferentes níveis de água.
D – EXEMPLOS
1. O aluno com uma chupeta (especial) na boca irá assoprá-la tentando fazer 
com que ela vá ao fundo da piscina.
2. Com um canudo, o aluno começará assoprando fora da água, depois, 
flexionando o corpo, até o rosto e o canudo submersos. 
3. Em duplas, mão dadas, executando movimento de “gangorra”, um abaixa, 
solta o ar enquanto outro sobe, pega o ar e observa o companheiro, analisando as 
diferenças da expiração. 
Estratégias de Adaptação IV
A – PROPOSTA: ADAPTAÇÃO
Fase
- Imersão.
Objetivo
- O aluno deve permanecer por um pequeno tempo com o corpo imerso e 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
46
submerso na água.
B – ESTRATÉGIAS
Procedimentos
- Agachar.
- Sentar-se no fundo da piscina.
- Deitar.
Variantes
- Com e sem auxílios.
- Com e sem captura de objetos.
- Diferentes profundidades de água.
C – OBSERVAÇÃO
Para que a imersão seja bem vivenciada e possa ocorrer até uma submersão 
total, é fundamental que o aluno saiba modificar sua posição corporal na água, da 
vertical para horizontal ou vice-versa, e consiga lidar bem com braços e pernas e 
saiba realizar corretamente os apoios plantares ou palmares ao imergir.
D – EXEMPLOS
1. Com um material flutuante (por exemplo um cano de PVC), o aluno irá 
passar por baixo dele (imaginando-se passando sob uma ponte).
2. O aluno em pé, flexionará as pernas e tentará pegar os pés com as mãos.
3. O aluno irá caminhar submerso com apoios palmares no fundo da piscina.
 Estratégias de Adaptação V
A – PROPOSTA: ADAPTAÇÃO
Fase
- Flutuação.
Objetivo
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
47
- Dominar o corpo na água, horizontalmente, com certa descontração muscular.
B – ESTRATÉGIAS
Procedimentos
- Passar da posição vertical para a horizontal, mantendo o corpo na superfície da 
água em decúbito ventral e dorsal.
Variantes
- Com e sem auxílios.
- Com e sem apoios.
- Com e sem materiais.
- Com e sem deslize.
- Diferentes posições dos segmentos corporais.
- Diferentes tensões musculares.
C – OBSERVAÇÃO
Se respeitarmos as leis da Física, poucos terão dificuldades em vencer essa etapa. 
Mas há um fator muito importante: o emocional (o medo) e a falta de consciência 
de suas capacidades físicas e corporais. Caberá ao professor essa conscientização 
ao aluno para que este obtenha melhores resultados.
D – EXEMPLOS
1. Em pé, com uma das pernas flexionadas e o pé apoiado na parede, os 
pés estendidos à frente, o aluno irá empurrar a parede para um pequeno deslize e 
posteriormente uma flutuação.
2. O aluno deitado sobre um tapete (que poderá ser de espessuras e densidades 
diferentes) tentará deslizar sobre a água sentindo a possibilidade da sua flutuação.
3. Deitado em decúbito ventral, braços e pernas estendidos e afastados, em 
seguida aproximar e flexionar as pernas por baixo do corpo abraçando-as (tartaruga).
Estratégias de Adaptação VI
A – PROPOSTA: ADAPTAÇÃO
Fase
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
48
- Sustentação.
Objetivo
- Domínio corporal na água com movimentação livre.
B – ESTRATÉGIAS
Procedimentos
- Manter o corpo na posição vertical ou diagonal, com a cabeça fora da água, 
sem apoios plantares ou palmares.
Variantes
- Com deslocamentos do corpo em relação a água para diferentes direções.
- Com e sem materiais.
C – OBSERVAÇÃO
Seria interessante para vencer esta fase com mais eficiência, proporcionar ao 
aluno várias experiências de movimentos de membros superiores, pois estes serão 
mais eficazes e mais fáceis de serem utilizados, principalmente pelos iniciantes. Os 
movimentos de pernas poderão ser diferenciados, dependendo de cada aluno.
D – EXEMPLOS
1. O aluno com a cabeça fora da água executa o movimento de braços e 
pernas, tentando deslocar-se pela piscina (cachorrinho).
2. O aluno, na parte funda da piscina, irá afundar seu corpo, batendo o pé no 
chão, estando na posição vertical; quando estiver subindo fará movimentos com os 
braços, imitando as “asas dos passarinhos”.
3. Sentado sobre um material flutuante, o aluno executará movimentos com 
os braços, na forma de “limpar o fundo da panela” (braçada do peito), percebendo 
uma sustentação diferente.
Estratégias de Adaptação VII
A – PROPOSTA: ADAPTAÇÃO
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
49
Fase
- Propulsão de braços.
Objetivo
- Deslocamento no meio aquático com movimentos de braços.
B – ESTRATÉGIAS
Procedimentos
- Movimentos dos braços em decúbito ventral e dorsal.
Variantes
- Com e sem auxílios.
- Com e sem apoios.
- Com e sem materiais.
- Diferentes: ritmo, intensidade e amplitude.
- Diferentes posições dos segmentos corporais.
- Diferentes execuções dos movimentos (simultâneos, alternados e diferenciados).
C – OBSERVAÇÃO
Essa proposta será uma iniciação para o movimento preciso dos braços, 
em praticamente todos os nados. É o domínio de todas as possibilidades de 
movimentação dessa parte do corpo, objetivando uma boa propulsão na água.
D – EXEMPLOS
1. O professor, segurando no quadril (e/ou pernas) irá propor ao aluno 
movimentar os braços, livremente, em decúbito ventral.
2. O aluno deverá realizar movimentos amplos de braços, simultaneamente, à 
frente como se fosse um “gigante”, com o rosto na água, andando pela piscina.
3. O aluno andando de ré, isto é, para trás, realizará movimentos de braços 
alternadamente e sequencialmente (por exemplo: 3 vezes com o direito e depois 3 
vezes com o esquerdo, e assim por diante).
 Estratégias de Adaptação VIII
A – PROPOSTA: ADAPTAÇÃO
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
50
Fase
- Propulsão de pernas.
Objetivo
- Deslocamento no aquático com movimentos de pernas.
B – ESTRATÉGIAS
Procedimentos
- Movimentar as pernas em decúbito ventral e dorsal.
Variantes
- Com e sem auxílios.
- Com e sem apoios.
- Diferentes: ritmo, intensidade e amplitude.
- Diferentes posições dos segmentos corporais.- Diferentes execuções dos movimentos (simultâneos, alternados e diferenciados).
C – OBSERVAÇÃO
Um bom trabalho de pernas produz eficiência e equilíbrio corporal na execução 
completa do nado. Mas é necessário um bom embasamento desse movimento, 
pois realizá-lo corretamente facilitará ao aluno quando da respiração específica.
D – EXEMPLOS
1. Com o apoio de um tapete vazado, o aluno realizará movimentos de pernas 
livremente em decúbito dorsal.
2. Segurando um objeto flutuante, com os braços estendidos à frente o aluno 
realizará movimentos de pernas e a cada inspiração modificará a execução dos 
mesmos, isto é, “perna de sapo”, alternados “minhoca” etc.
3. O aluno modificará o decúbito de dorsal para ventral sem cessar a 
movimentação das pernas e vice-versa, ao comando do professor.
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
51
Assista ao vídeo para realizar uma reflexão sobre o aprendizado da 
natação.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=euGxLErKcFk>. 
Acesso em: 26 jul. 2016.
1. Na fase de imersão, cujo objetivo é o aluno permanecer por 
um pequeno tempo com o corpo imerso e submerso na água, 
para este fim alguns procedimentos devem ser adotados:
I – Agachar.
II – Sentar-se no fundo da piscina.
III – Deitar.
IV – Mudar da posição horizontal para vertical.
Assinale a alternativa que contempla os procedimentos 
corretos:
a) Somente I e II.
b) Somente I e IV.
c) Somente I, II e III.
d) Somente I e III.
e) Somente II.
2. Sobre a fase de sustentação, assinale a alternativa que 
corresponde ao objetivo dessa fase:
a) Deslocamento no aquático com movimentos de pernas. 
b) Deslocamento no meio aquático com movimentos de 
braços.
c) Dominar o corpo na água, horizontalmente, com certa 
descontração muscular. 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
52
d) Domínio corporal na água com movimentação livre.
e) Soltura e descontração no meio líquido.
Nesta unidade vimos aspectos importantes relacionados à 
natação:
 - Como surgiu a modalidade e cada um dos nados.
 - Cada grupo ou população que iremos ensinar a natação tem 
características diferentes. Portanto, devemos adequar o processo 
de ensino às necessidades do nosso grupo de alunos.
- O processo de aprendizagem pode ser dividido em fases nas 
quais os alunos devem adquirir determinados avanços motores.
- Existem estratégias e uma estrutura que pode ser seguida para 
a organização das nossas aulas.
Caro aluno, vimos nesta unidade pontos importantes da natação 
que podem nos auxiliar no ensino dessa modalidade.
A água é um ambiente diferente do que os alunos estão 
acostumados, então o processo de aprendizagem desse esporte 
merece muita atenção por parte de nós, professores.
Vocês podem buscar mais conhecimento em artigos científicos, 
como o link abaixo e também podem efetuar atividades práticas 
na água para vivenciarem a ambientação no ambiente aquático.
ZULIETTI, Luis Fernando; SOUSA, Ive Luciana Ramos. A 
aprendizagem da natação do nascimento aos 6 anos: fases de 
desenvolvimento. Revista UNIVAP, São José dos Campos, v. 9, n. 
17, p. 12-17, 2002. Disponível em: <http://www.aquabarra.com.
br/artigos/adaptacao/A_APRENDIZAGEM_DA_NATACAO_DO_
NASCIMENTO_AOS_6_ANOS.pdf>. Acesso em: 6 set. 2016.
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
53
1. Atualmente, discute-se que a aprendizagem da natação se 
faz pela repetição, que logo vira um hábito, e assim descobre-
se em um determinado momento que se pode nadar. Para 
o homem moderno, aprende-se a nadar por quatro motivos 
principais:
a) Saúde, lazer, necessidade e esporte. 
b) Saúde, alimentação, necessidade e esporte.
c) Saúde, lazer, cultura e esporte.
d) Saúde, lazer, necessidade e cultura.
e) Saúde, alimentação, cultura e necessidade.
2. Não existe um consenso na literatura quanto à ordem em 
que os estilos surgiram, no entanto, algumas bibliografias e 
pinturas rupestres apontam terem sido um dos dois nados: 
a) Crawl e costas.
b) Crawl e peito.
c) Crawl e borboleta.
d) Costas e peito.
e) Peito e borboleta.
3. Qual é o nadador recordista em medalhas de ouro em uma 
mesma edição dos Jogos Olímpicos:
a) Mark Spitz.
b) César Cielo.
c) Gustavo Borges.
d) Maria Lenk.
e) Michael Phelps.
4. Muitas vezes, as atividades psicomotoras no meio terrestre-
aéreo do bebê não são plenamente conhecidas nem 
exploradas ao máximo. Sabendo que um desenvolvimento 
Histórico e propostas pedagógicas da natação
U1
54
harmonioso do bebê depende da quantidade e qualidade 
dos estímulos proporcionados pelo seu meio ambiente, as 
experiências aquáticas são atividades muito valiosas para 
progresso no plano psicomotor. A partir disso, como devem 
ser as experiências do bebê na água?
a) Deve vivenciar experiências com auxílio para tornar o 
corpo do bebê mais operacional.
b) Deve vivenciar experiências repetitivas para tornar o corpo 
do bebê mais operacional.
c) Deve vivenciar experiências variadas para tornar o corpo 
do bebê mais operacional.
d) Deve evitar experiências aquáticas.
e) Deve vivenciar experiências independentes para tornar o 
corpo do bebê mais operacional.
5. Equilibrar, voltar, virar, baixar, levantar, saltar, correr ou 
apoiar, apanhar, prender na água implica uma expansão e uma 
ampliação do repertório motor da criança nadadora. Portanto, 
é significativa a intervenção pedagógica que ocorre com as 
crianças em sua fase de aprendizado da natação. Como deve 
ser a intervenção pedagógica com essas crianças?
a) Mediatizada.
b) Voluntária.
c) Involuntária.
d) Cantada.
e) Específica.
U1
55Histórico e propostas pedagógicas da natação
Referências
FERNANDES, Josiane Regina Pejon; LOBO DA COSTA, Paula Hentschel. Pedagogia da 
natação: um mergulho para além dos quatro estilos. Revista Brasileira de Educação 
Física e Esporte, v. 20, n. 1, 2006. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rbefe/ 
article/view/16609/18322>. Acesso em: 26 jul. 2016.
FONSECA, Vitor da. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. Porto Alegre: 
Artmed, 2007. 584p.
VELASCO, C. G. Natação segundo a psicomotricidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 
1997.
______. Habilitações e reabilitações psicomotoras na água. 1. ed. São Paulo: Harbra 
Ltda., 1994.
VELASCO, Cacilda Gonçalves; BERNINI, Regiane. Boas práticas psicomotoras 
aquática. São Paulo: Phorte, 2013.
ZULIETTI, Luis Fernando; SOUSA, Ive Luciana Ramos. A aprendizagem da natação do 
nascimento aos 6 anos: fases de desenvolvimento. Revista UNIVAP, São José dos 
Campos, v. 9, n. 17, p. 12-17, 2002. Disponível em: <http://www.aquabarra.com.br/ 
artigos/adaptacao/A_APRENDIZAGEM_DA_NATACAO_DO_NASCIMENTO_AOS_6_ 
ANOS.pdf>. Acesso em: 6 set. 2016.
WIKIPEDIA. Mark Spitz. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Mark_Spitz>. 
Acesso em: 23 jul. 2016.
______. César Cielo. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9sar_ 
Cielo>. Acesso em: 23 jul. 2016.
______. Michael Phelps. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Michael_
Phelps>. Acesso em: 23 jul. 2016.
Unidade 2
ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO 
E APRENDIZAGEM DA NATAÇÃO
Objetivos de aprendizagem: 
Nesta unidade vamos conhecer aspectos relacionados à física da água e 
como nosso corpo se comporta quando está submerso no meio líquido. 
Além disso, conheceremos os processos de aprendizagem e de adaptação 
do aluno ao meio líquido, e, por fim, aprenderemos os fundamentos: saída, 
viradas de cada nado e chegada de cada nado. 
Eloíse Werle
Nesta seção iremos conhecer as propriedades físicas da água para 
entendermos como o corpo se comporta nesse ambiente.
Nesta seção iremos conhecer aspectos fundamentais para a 
aprendizagem da natação: o equilíbrio e a orientação corporal e a 
respiração. 
Nesta seção iremos conhecer como deve ser realizado cada um dos 
fundamentos em cada nado.
Seção 1 | A água, um ambiente desconhecido
Seção 2 | Aprendizagem da natação
Seção 3 | Aprendizagem dos fundamentos: saídas, viradas e 
chegadas
Adaptação ao meio líquido e aprendizagem da natação
U2
58
Adaptaçãoao meio líquido e aprendizagem da natação Adaptação ao meio líquido e aprendizagem da natação
U2
59
Introdução à unidade
Nesta unidade veremos, inicialmente que a água é um ambiente desconhecido 
e com propriedades muito diferentes das propriedades do ar. Com isso, nosso 
corpo se comporta de forma diferente nesse ambiente. Forças atuam sobre o 
corpo submerso na água que faz com que precisemos nos adaptar para buscar e 
alcançar um equilíbrio nesse meio. 
Pensando nisso, veremos, em seguida, como é esse processo de adaptação ao 
meio líquido relacionado a dois aspectos mais importantes: equilíbrio e orientação 
corporal e a respiração. Na água e durante o nado, o padrão respiratório é 
completamente diferente da forma quando respiramos naturalmente. A inspiração 
acontece pela boca e a expiração deve ser forçada. Logo, teremos que ensinar ao 
nosso aluno como ele deve respirar enquanto nada. É um processo fundamental 
para que o aluno consiga aprender a natação.
Por fim, na última seção veremos os fundamentos da natação: saída, viradas e 
chegadas. Esses aspectos dizem respeito a regras específicas, além de permitir ao 
aluno conectar seu nado e fazê-lo de forma ininterrupta e competitiva.
Adaptação ao meio líquido e aprendizagem da natação
U2
60
Adaptação ao meio líquido e aprendizagem da natação Adaptação ao meio líquido e aprendizagem da natação
U2
61
Seção 1
A água, um ambiente desconhecido
Introdução à seção
1.1 Densidade
1.1.1 Densidade específica
Além de o processo de aprendizagem da natação ser complexo, o meio de ação 
para esse aprendizado também é rico em propriedades. Estar e agir no meio aquático 
é diferente de estar e agir no meio aéreo ou terrestre. Existem várias propriedades 
físicas da água que interferem nessas ações direta ou indiretamente. 
Nesta seção esclareceremos as propriedades da água para facilitar nosso 
conhecimento e justificar o que ocorre conosco quando imergimos nela.
“A densidade é uma grandeza que mede a quantidade de massa (m) de um corpo 
por unidade de volume (v). ” (DUARTE, 2004, p. 7). Um objeto com muita massa, 
ou muito pesado, não necessariamente é mais denso que um objeto leve ou com 
menor quantidade de massa. Por exemplo, 1 kg de ferro e 1 kg de penas tem a 
mesma massa. Mas como o ferro é mais denso que as penas, o volume de 1 kg de 
penas é muito maior que de 1 kg de ferro (DUARTE, 2004).
A densidade específica é a razão entre a densidade do corpo e a densidade da 
água. Podemos exemplificar esse conceito com uma situação comum: quando 
estamos dentro da água podemos perceber que ficamos mais leves. 
Isso acontece devido à ação de uma força vertical em direção para cima, chamada 
empuxo, que qualquer líquido exerce sobre um corpo nele mergulhado. 
O empuxo foi descoberto por Arquimedes (287 a.C. – 212 
a.C. aproximadamente). Matemático e engenheiro grego, 
Adaptação ao meio líquido e aprendizagem da natação
U2
62
Arquimedes nasceu em Siracusa, na região da Magna Grécia. 
Diz a história que ele foi convidado pelo rei da sua cidade para 
resolver um problema: descobrir se a coroa que fora enviada 
para ser confeccionada por um ourives era de ouro maciço ou se 
tratava de uma mistura de outro metal. Arquimedes, em banho 
de imersão, descobriu a solução e, verificando que se tratava de 
um princípio geral, enunciou o seguinte princípio que leva o seu 
nome. (SILVA, 2016, [s.p.])
A teoria acerca desse princípio estabelece que, quando um corpo é submerso 
na água, ele experimenta uma força de empuxo igual à força peso produzida pelo 
líquido que ele deslocou. Assim, todo corpo com densidade menor que 1 pode 
flutuar (desde que a densidade relativa da água seja aproximada a 1) (SILVA, 2016). 
Teremos mais informações sobre o empuxo nesta seção. 
A densidade do corpo humano varia entre os indivíduos e também entre as partes 
do próprio corpo. Cada tecido do nosso corpo tem uma constituição diferente que 
influencia diretamente na densidade desse tecido. Por exemplo, o osso compacto 
tem uma densidade de 1,8 g/cm3, já a gordura é menos densa que a água. Além 
disso, cada pessoa tem uma constituição de tecidos diferentes. Por exemplo, 
indivíduos que têm uma maior proporção de massa muscular ou de tecido adiposo. 
A densidade dessas pessoas será diferente (DUARTE, 2004, p. 8). 
As pessoas com maior quantidade de gordura corporal e ossos mais esponjosos 
têm menor densidade corporal. 
A Tabela 2.1 apresenta a densidade de alguns tecidos do nosso corpo.
Sólidos Densidade (g/cm3)
Ar 0,0012
Água 0,998
Água do mar 1,026
Osso compacto 1,8
Gordura humana 0,9
Massa humana sem gordura 1,1
Fonte: Duarte (2004, p. 7).
Tabela 2.1 | Densidade de tecidos humanos
Adaptação ao meio líquido e aprendizagem da natação Adaptação ao meio líquido e aprendizagem da natação
U2
63
Pensando que as densidades dos tecidos do nosso organismo 
são diferentes, será que todos os nossos alunos irão flutuar 
da mesma forma? Será que isso fará diferença no momento 
de adaptação do nosso aluno ao meio líquido?
1.2 Massa e peso
1.3 Centro de Massa (CM) e Centro de Gravidade (CG)
Massa é a quantidade de matéria de um corpo e será a mesma dentro ou fora 
da água, ou em qualquer outro ambiente. A unidade de medida da massa é o 
quilograma: 1 Kg = 1000g. 
Já a força peso constitui a força com que ele é atraído gravitacionalmente pela 
Terra. Assim, o peso, P, de um corpo de massa m é dado por: 
P = mg
onde g é a força da gravidade, que corresponde a 9,81 m/s2 e pode ser aproximada 
para 10 m/s2. A unidade de medida do peso é o Newton (N).
Por exemplo, se a massa de uma pessoa é 50Kg, seu peso será 500N, considerando 
que ela está em terra, e, portanto, a força da gravidade é 10 m/s2. 
É frequente a confusão entre essas duas medidas. No entanto, elas são diferentes 
uma da outra.
O Centro de Massa (CM) é a região do corpo em torno da qual a massa está 
distribuída em todas as direções. Já o Centro de Gravidade (CG) é o ponto em torno 
do qual o peso está igualmente distribuído. Essas forças podem ser consideradas 
iguais, já que a força da gravidade é a mesma para todos os pontos do nosso corpo 
(DUARTE, 2004).
Fonte: <http://fisicaevestibular.com.br/novo/wp-content/uploads/migracao/peso/i_fee20cabeb7c0bd9_html_acd55547.
png>. Acesso em: 2 jan. 2017.
Figura 2.1 | Massa e peso
Adaptação ao meio líquido e aprendizagem da natação
U2
64
1.4 Empuxo
Como percebemos anteriormente, o empuxo é a força que a água exerce sobre 
um corpo imerso. Sua intensidade será igual ao peso do volume de água deslocado 
por esse corpo, e o sentido dessas forças será oposto, sendo o peso para baixo e o 
empuxo para cima. Daí sua relação com a flutuação do corpo na água. 
Podemos exemplificar esse conceito com uma situação cotidiana: quando 
caminhamos em uma piscina com diferentes profundidades, temos a sensação que 
nosso peso diminui conforme vamos para uma parte mais funda. Ou se boiamos em 
uma piscina com maior profundidade nos sentimos mais leves. 
O empuxo pode ser expresso por:
E= d
H2O
 . V. g
Onde, 
d
H2O
 = densidade da água (fluido)
V = volume do objeto que está submerso (volume do fluido que está deslocado)
g = gravidade
Analisando essa teoria podemos entender situações curiosas: um grande iceberg 
flutua, enquanto uma moeda afunda. E isso acontece porque a intensidade do 
empuxo que um iceberg recebe é maior do que seu peso, enquanto a intensidade 
do empuxo que uma moeda recebe é menor que o seu peso. 
Sendo assim, para um objeto ser mantido sem equilíbrio na água, a resultante das 
forças exercidas sobre ele deve ser nula. Ou seja, o peso deve ser equilibrado pelo 
empuxo.
Fonte: <https://amigopai.files.wordpress.com/2015/06/drawing1.jpg>. Acesso: 16 ago. 2016.
Figura 2.2 | Empuxo
Adaptação ao meio líquido e aprendizagem da natação Adaptação ao meio líquido e aprendizagem da natação
U2
65
1.5 Centro de volume
O centro de volume (CV) é a região do corpo em torno da qual 
o volume está igualmente distribuído em

Outros materiais