Custeio por Absorção

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ANÁLISE DE CUSTOS 
PROF.FÁBIO BRUSSOLO 
 
CUSTEIO POR ABSORÇÃO 
 
Ao se fazer a contabilidade de custos o grande objetivo de qualquer empresa é conhecer o custo de cada produto 
que fabrica. Para isso existem algumas metodologias que podem ser utilizadas chamadas de sistemas de custeio. 
 
O Custeio por Absorção é o sistema aceito pelo Imposto de Renda e pelas Auditorias por atender aos princípios 
fundamentais da contabilidade. 
 
Neste sistema os produtos absorvem todos os custos que a empresa teve no período, sejam eles fixos ou 
variáveis, diretos ou indiretos. 
 
Para esse sistema as despesas são alocadas diretamente ao resultado não sendo alocadas aos produtos. 
 
EXEMPLO 
 
Determinada empresa apresenta os dados abaixo em sua contabilidade e quer saber qual o custo de cada 
produto. Ela produz dois tipos de produtos diferentes que utilizam a mesma matéria-prima. 
 
 
 
Total de Matéria Prima Consumida R$ 300.000,00 
Total de Mão de Obra Direta R$ 200.000,00 
Custos Indiretos de Fabricação R$ 150.000,00 
Despesas Diversas R$ 100.000,00 
 
Dados preliminares: 
 
DESCRIÇÃO Consumo total de Mat Prima – Kg Total de Horas de Produção 
Produto A 3.000 quilos 15.000 horas 
Produto B 2.000 quilos 5.000 horas 
 
Para os custos fixos a empresa fez cálculos no seu departamento de engenharia e decidiu apropriá-lo em 30% 
para o Produto A e 70% para o produto B. 
 
Com base nos dados aponte o custo de cada produto pelo Custeio por Absorção: 
 
Conforme informado anteriormente, por tratar-se do Custeio por Absorção, as despesas não serão consideradas 
para fins de cálculo do custo de cada produto, devendo entrar todos os custos do período, portanto a primeira 
coisa a se fazer é separar as despesas dos custos. 
 
Como segundo passo a empresa deve apropriar os CUSTOS DIRETOS aos produtos, que são aqueles que possuem 
uma base objetiva para sua apropriação: 
a) APROPRIAÇÃO DO CUSTO DE MATÉRIA-PRIMA 
 
Valor Total da Matéria Prima Consumida R$ 300.000,00 
(/) Consumo total de Mat. Prima 5.000 quilos 
(=) Custo Unitário de Mat Prima R$ 60,00 / quilo 
 
Sabendo-se o custo de cada quilo consumido de matéria-prima e o consumo unitário de cada produto, acha-
se o valor de matéria prima consumida em cada produto. 
 
Produto A – 3.000 quilos x R$ 60,00/quilo = R$ 180.000,00 
Produto B – 2.000 quilos x R$ 60,00/quilo = R$ 120.000,00 
TOTAL – 5.000 quilos x R$ 60,00/quilo = R$ 300.000,00 
 
b) APROPRIAÇÃO DO CUSTO DE MÃO DE OBRA DIRETA 
 
Valor Total da Mão de Obra Direta R$ 200.000,00 
(/) Horas totais de MOD 20.000 horas 
(=) Custo Unitário de MOD R$ 10,00 / hora 
 
Sabendo-se o custo de cada hora trabalhada e sua aplicação em cada produto, acha-se o valor de Mão de 
Obra Direta de cada produto. 
 
Produto A – 15.000 horas x R$ 100,00/hora = R$ 150.000,00 
Produto B – 5.000 horas x R$ 100,00/hora = R$ 50.000,00 
TOTAL – 20.000 horas x R$ 100,00/hora = R$ 200.000,00 
 
 
Após a apropriação dos custos diretos aos produtos a empresa deve fazer a apropriação dos CUSTOS INDIRETOS, 
que são aqueles que necessitam de um critério de rateio para serem alocados aos produtos. Neste exemplo a 
empresa determina que o rateio seja feito em 30% para o Produto A e 70% para o Produto B. A apropriação 
ficaria assim: 
 
Valor do Custo Fixo a ser apropriado R$ 150.000,00 
Produto A – 30% R$ 45.000,00 
Produto B – 70% R$ 105.000,00 
 
Após a apropriação de todos os custos (diretos e indiretos) chega-se a custo total de cada produto: 
 
DESCRIÇÃO PRODUTO A PRODUTO B 
Matéria-Prima R$ 180.000,00 R$ 120.000,00 
Mão de Obra Direta R$ 150.000,00 R$ 50.000,00 
Custos Fixos R$ 45.000,00 R$ 105.000,00 
TOTAL R$ 375.000,00 R$ 275.000,00 
 
 
Portanto, neste caso, todos os custos foram apropriados e as despesas não passaram pelos produtos. 
 
A principal crítica a esse sistema de custeio é o rateio dos custos indiretos pois trata-se de um valor subjetivo que 
talvez não seja o melhor critério. Uma vez mudado o critério, altera-se totalmente a análise dos produtos 
baseados em custos. 
 
 
Bibliografia 
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens – Gestão de Custos e Formação de Preços – 3ª Edição – Ed.Atlas – São Paulo – 2004. 
MARTINS, Elizeu – Contabilidade de Custos – 9ª Edição – Ed.Atlas – São Paulo – 2009. 
NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo E. V. – Contabilidade de Custos: um enfoque direto e objetivo – 6ª Edição – Ed.Frase 
– São Paulo – 2000