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Engenharia da Qualidade Prezados(as) alunos(as), Iniciamos à disciplina de “Engenharia da Qualidade”, no curso de Engenharia de Produção da UNIGRANet com o intuito de proporcionar ao aluno a capacidade de diferenciar os conceitos de características da qualidade e características da conformação. Além de compreender as causas e feitos que provocam a variação do processo e os tipos de ferramentas disponíveis para monitoramento de processo. Portanto, o curso expõe de forma abrangente o conceito qualidade, englobando seus conceitos, evolução e ferramentas de gestão. Atualmente, qualidade é um dos termos mais difundidos na sociedade e nas empresas, porém esse termo possui diferentes visões, sendo associado a sua interpretação em determinadas situações e lugares. Frequentemente, a qualidade está associada a atributos intrínsecos de um bem, como desempenho e durabilidade. Sendo assim, um produto com uma durabilidade maior possuiria mais qualidade do que um produto equivalente, porém com vida útil menor. Logo, em outro ponto de vista, qualidade está ligada à satisfação dos clientes quanto à adequação ao uso. Ou seja, qualidade é o grau de conformidade do produto atrelada às necessidades do usuário, no decorrer de seu uso (CARPINETTI, 2010, p.13). A Engenharia da Qualidade é uma disciplina que visa aprimorar os resultados das empresas por meio da utilização de ferramentas que irão proporcionar uma análise quantitativa da qualidade dos produtos e serviços ofertados pelas organizações. O engenheiro de produção determina o que será monitorado no processo, quais serão os padrões a serem seguidos e seu plano amostral. Para isso, é necessário também que se determinem quais ferramentas serão utilizadas para o controle estatístico do processo. Após essa determinação, os colaboradores de chão de fábrica deverão trabalhar conforme as métricas estipuladas, informando sempre que os limites forem excedidos. O intuito é monitorar o processo antes da ocorrência de não- conformidades e, caso elas ocorram, que sejam sanadas antes da chegada ao cliente final. Assim, quando bem gerida, a Engenharia da Qualidade cria a base necessária para a formação do engenheiro de produção, fornecendo os insumos necessários para as atividades de estabilização e melhoria da capacidade dos processos nas empresas. Para tanto, esta disciplina possui carga horária de 80 horas, dividida em oito aulas, nas quais vocês precisarão comprometer-se com os seus estudos, com a leitura dos conteúdos, com a aquisição de habilidades e competências que possa lhe permitir conduzir uma pequena ou média organização empresarial, de serviços, dentre outras. As aulas desenvolvidas nesta disciplina iniciam com uma introdução a Engenharia da Qualidade apresentando suas diferentes visões e definição global. Nesta aula, procuraremos entender também como os especialistas Juran, Taguchi, Deming, Feigenbaum definem o conceito qualidade. Na segunda aula será apresentado um histórico da gestão da qualidade. Veremos quais são os conceitos de qualidade e sua evolução, os procedimentos dessa evolução, as oito dimensões da qualidade de Garvin. O intuito será compreender que um produto ou serviço tem qualidade quando atende perfeitamente, de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo as necessidades dos clientes objetivando sua satisfação final (CAMPOS, 2004). Na terceira aula será abordado um breve histórico sobre a visão estratégica da qualidade, gerenciamento e suas ferramentas de gestão. Nesta aula, trataremos a Gestão Estratégica da Qualidade (GEQ) como um modelo atual de gestão a ser utilizado para gerir os negócios e a qualidade. O segredo do sucesso dessa gestão está na forma de uso de suas ferramentas, no seu uso combinado e na busca da melhor combinação das ferramentas com os objetivos organizacionais, ou seja, tudo deve estar amarrado sob a forma de uma metodologia de trabalho que permita a obtenção dos melhores resultados. Para Oakland (2007), a implantação de um programa de qualidade na organização requer um “Planejamento Sistemático” das ações. Sem essa ação, a eficácia do programa fica comprometida. Dentro dessa proposta de planejamento sistemático, é necessário que se realizem duas atividades distintas, porém igualmente importantes: o Planejamento da Qualidade Pretendida para a Organização e o Planejamento do Sistema de Qualidade. Na aula quatro, descreveremos as propostas de planejamento sistemático de forma a compreender sua importância. Na quinta aula será apresentada uma introdução sobre as sete ferramentas da qualidade, cuja função é priorizar a organização dos processos em uma empresa com foco na melhoria contínua, bem como o aumento do nível de qualidade oferecida aos clientes. As ferramentas da qualidade formam a base de qualquer programa de melhoria e deveria ser de conhecimento de todos que atuam nessa área. É de extrema importância saber para que serve cada ferramenta e como aplicá-la, pois somente assim será possível obter bons resultados (TOLEDO, 2015). Nesta aula também faremos uma revisão sobre estatística, com o objetivo de nivelar o conhecimento para aplicação de tais ferramentas. Na aula seis serão exploradas as ferramentas de: gráfico de histograma ou ramo-e-folhas, folha de controle, gráfico de Pareto. O gráfico de histograma é utilizado para saber quantas vezes determinado evento ocorreu ao longo de um processo. Trata-se de uma ferramenta que mostra, por meio de um gráfico de barras, a frequência Conversa Inicial 82 com que algo acontece. Para isso, é necessário fazer uma coleta e medição de dados e, em seguida, representá-los graficamente. Para auxiliar no processo de coleta de dados pode-se utilizar uma folha de controle a qual possibilita a ordenação deles no momento em que são coletados, de modo que no encerramento das medições o histograma já esteja construído (WERKEMA, 2014). Frequentemente não é possível intervir em todos os defeitos ou problemas de um determinado processo ou serviço, sendo relevante o uso de ferramentas de priorização (TOLEDO, 2015). Segundo Slack, Chambers e Johnston (2009) o gráfico de Pareto é uma ferramenta direta de técnica relativamente direta de ordenação, por ordem de importância, de itens de informação quanto aos seus tipos de problemas ou causas. A análise de Pareto parte do princípio de que, muitas vezes, poucas causas explicaram a maioria dos defeitos. O gráfico de Pareto organiza-se por ordem de frequência, da mais frequente para a menos frequente e teve sua origem para estudar as perdas na indústria. Sendo assim, esse gráfico determina prioridades em que as causas das perdas devem ser resolvidas, podendo também ser usada em serviços e na implantação de melhorias (TOLEDO, 2015). Na sétima aula serão mostradas as ferramentas de: diagrama de causa-e-efeito, diagrama de concentração de defeitos, diagrama de dispersão, carta de controle para variáveis e carta de controle para atributos. O diagrama causa- e-efeito, também conhecido como diagrama de Ishikawa, tem como principal objetivo analisar os problemas de um ou mais processos - identificando por meio de classificação e em forma de ramos cada uma das causas e efeitos destes problemas e se tornou muito utilizado em programas de melhoria (TOLEDO, 2015 apud SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). A localização do problema ou defeito, muitas vezes, é importante e, para isso, um diagrama de concentração de efeitos pode ser utilizado. Esse diagrama é um retrato da unidade, apresentando todas as vistas relevantes, onde os diferentes tipos de defeitos são desenhados. O diagrama é examinado para definir se a localização dos defeitos na unidade dispõe de alguma informação útil sobre as causas potenciais dos defeitos. Quando utiliza-se uma quantidade satisfatória de unidades na elaboração de um diagrama de dispersão, regularmente padrões são surgidos, e a localização desses padrões contém, normalmente, bastanteinformação sobre as causas dos defeitos (MONTGOMERY, 2013). Em alguns problemas anseia-se identificar as relações potenciais entre duas variáveis. O diagrama de dispersão é um gráfico útil para se detectar essas relações (TOLEDO, 2015). O objetivo maior do controle estatístico de processo é detectar rapidamente a ocorrência de causas atribuíveis das mudanças de processo, de modo que a investigação do processo e a ação corretiva possam ser realizadas antes que muitas unidades não conformes sejam fabricadas (TOLEDO, 2015 apud MONTGOMERY, 2013). Para o monitoramento dos resultados de amostras, por períodos extensos de tempo, pode-se utilizar o controle estatístico de processo, o qual é feito por meio de gráficos de controle para averiguar se o processo está sendo executado dentro dos padrões, ou, alternativamente, se está saindo de controle (TOLEDO, 2015 apud SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). A variabilidade de um processo independente de quão bem controlado ele seja, sempre está presente (MONTGOMERY, 2013). Há uma série de fatores que podem influenciar em um processo, quando somente causas inerentes ou comuns estão exercendo influencia é dito que ele encontra-se sob controle estatístico (WERKEMA, 2014). Além dessas causas, eventualmente, fatores não convencionais presentes geram variabilidade adicional. Entre os fatores mais comuns estão às condições ambientais, variabilidade na matéria-prima, mau funcionamento de máquinas, erro do operador, entre outros (NAVIDI, 2010). Quando comparada aos fatores comuns tal variação é, normalmente, muito grande, e demonstra, geralmente, um nível inaceitável do desempenho de processo. Esses fatores que causam variação e que não englobam parte do padrão de causas aleatórias são denominados de causas atribuíveis ou especiais (TOLEDO, 2015 apud NAVIDI, 2010; MONTGOMERY, 2013). Finalmente, na última aula, refletiremos um pouco sobre Quality Function Deployment (QFD). Veremos um breve histórico sobre QFD e seus conceitos de modo a garantir que as necessidades do consumidor dirijam o processo de projeto e produção de um produto. Ao final desta aula, vocês serão capazes de manter uma interpretação fiel dos objetivos do projeto, baseados nas necessidades dos clientes, ao longo de todas as etapas do ciclo de vida do produto. Esperamos que, até o final da disciplina vocês possam: ampliar a compreensão sobre o conceito qualidade e sua evolução no decorrer do tempo; conhecer sobre as ferramentas de gestão; identificar e diferenciar os conceitos de características da qualidade e características da conformação; compreender as causas que provocam a variação do processo e os tipos de ferramentas disponíveis para monitoramento de processo. Vale salientar que a proposta desse material não é esgotar o estudo da qualidade e suas ferramentas de gestão, mas instigar vocês na busca da construção do conhecimento para sua formação como engenheiro(a) de produção, bem como contribuir para a compreensão do estudo de outras disciplinas do curso, necessárias à engenharia de produção. Durante os estudos desta disciplina, recomendamos a leitura e a busca incessante de materiais sugeridos, a dedicação em responder as questões (atividades) de cada aula, procurando construir as respostas e o conhecimento, não se conformando apenas com os conteúdos dos livros e das aulas. Então, vamos começar a caminhada pelo universo da Engenharia da Qualidade? Afinal, a Engenharia de Produção compreende um escopo de conhecimento fundamental para a formação do engenheiro de produção! Desejamos a todos(as) uma boa leitura e um ótimo aprendizado! Esperamos ainda que a cada dia possamos aprender mais juntos! 83
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