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O comportamento sedentário do brasileiro do século XXI Durante o Paleolítico, primeiro período da Pré-História, os seres humanos viviam em constante movimento e vagueavam por diferentes territórios, sendo considerados nômades. Em contrapartida, ao decorrer do Neolítico, conhecido como Idade da Pedra Polida, a humanidade se tornou sedentária, uma vez que, com o surgimento de técnicas agrícolas, deixou de sair para caçar recursos para produzir o seu próprio alimento. À vista disso, percebe-se que o sedentarismo – presente na sociedade desde os primórdios da civilização brasileira – é fruto de mudanças que ocorreram ao longo do tempo. Dessa forma, cabe pontuar dois fatores que não podem ser menosprezados: o comodismo associado ao desenvolvimento da globalização e os problemas de saúde ocasionados a partir disso. Nesse contexto, é válido ressaltar que, com o avanço da globalização e das novas tecnologias, a sociedade passou a viver a “era do comodismo” e, com isso, atividades que antes eram praticadas frequentemente foram extintas. No desenho animado “Os Simpsons”, Homer, protagonista da obra, evita praticar qualquer tipo de exercício físico e demonstra um comportamento bastante sedentário. Com essa abordagem, a animação revela um caso semelhante ao de muitos indivíduos, haja vista que grande parte do corpo social se recusa a praticar atividades físicas ou esportes, situação que foi agravada com a intensificação dos meios de comunicação e com o desenvolvimento global, já que, ao fazer ações que demandavam tempo se tornarem fáceis e instantâneas, esses fatores fizeram com que a população desenvolvesse uma vida monótona, em que mínimos esforços físicos e tecnológicos sobressaem uma rotina saudável e repleta de bem-estar. Assim, é evidente que esse modo de se comportar foi agravado com o avanço mundial e, dessa maneira, ocasiona inúmeros prejuízos para a vida e a saúde do ser humano. Além disso, é preciso salientar que a inatividade física traz consigo fatores de risco para a saúde populacional. No filme Wall-E, animação norte-americana, é retratada uma população que vive em 2700 e demonstrada a vida dessa inteiramente ligada à tecnologia, o que faz com que os indivíduos se tornem obesos, sedentários e acomodados o suficiente para sequer conseguirem fazer coisas simples, como, por exemplo, se levantarem de uma cadeira. Fora da ficção, grande parcela da sociedade adquire prejuízos relacionados à saúde, tendo em vista que, ao abdicar de atividades físicas pelo simples ato de ficar inerte diante de computadores, televisões, tablets e celulares, opta por um estilo de vida sedentário, um dos principais propulsores de vários malefícios, entre eles estão a obesidade, a maior incidência de queda e debilidade física, a depressão, a ansiedade, as atrofias musculares e, até mesmo, a diminuição da expectativa de vida. Logo, pode-se afirmar que o comportamento sedentário do brasileiro do século atual afeta o funcionamento do seu metabolismo e, também, o seu desenvolvimento motor e emocional. Portanto, para que as questões negativas que envolvem essa problemática sejam amenizadas, o Ministério da Saúde, em ação conjunta com as secretarias municipais de esporte e lazer e com profissionais especializados, a exemplo dos educadores físicos e de nutricionistas, deve, por meio de campanhas nas mídias sociais e televisivas – Facebook, Instagram e Youtube –, tendo em vista a grande visibilidade e facilidade de acesso às informações veiculadas por esses canais de comunicação, promover projetos e propagandas que explicitem a importância da prática de atividades físicas, entre elas caminhadas, ciclismo e natação. Concomitantemente, a fim de ampliar a promoção de exercícios gratuitos e eficazes, faz-se necessário que o governo federal, por intermédio de verbas governamentais, promova a criação de centros de treinamento e de ambientes que proporcionem a realização de recreação ativa, musculação, yoga, jogos ao ar livre e muito mais para a população usufruir. Somente assim, o comportamento de Homer não será perpetuado e a sociedade será saudável e não habituada a conviver com o sedentarismo.
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