Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Desafios no combate à ansiedade na sociedade brasileira O livro “As vantagens de ser invisível”, do escritor norte-americano Stephen Chbosky, retrata a história de Charlie, um garoto que, ao perder o seu melhor amigo, desenvolveu alguns transtornos, entre eles a ansiedade. Fora da ficção, é evidente que, assim como o personagem, grande parcela da sociedade brasileira sofre com a ansiedade, haja vista que a ocorrência de casos de pessoas diagnosticadas com essa vem crescendo de forma significativa no país. Dessa forma, cabe pontuar dois fatores desafiantes no combate dessa problemática: a tentativa da sociedade de descredibilizar a terapia e o receio da busca por ajuda por medo da condenação social. Nesse contexto, é preciso salientar que, na maioria dos casos, a terapia é descredibilizada e tratada como inútil. Na série “This is us”, da emissora NBC, é revelado que Randall Pearson, um dos protagonistas da obra, tem crises de ansiedade desde a sua infância e, devido a isso, busca a terapia e centros de apoio, o que, por conseguinte, contribui para a sua melhora e para o seu bem-estar psicoemocional. No entanto, apesar de ser um meio de tratamento bastante eficaz, diferente de Randall, muitos indivíduos que são diagnosticados com ansiedade e, mais ainda, pessoas que convivem com esses e parte da população em geral consideram a terapia e a busca por profissionais especializados como “coisas de loucos” e não como uma forma de cuidar da saúde mental e de procurar apoio em situações de transtornos psicossomáticos, o que faz com que a busca por caminhos para combater a ansiedade seja menosprezada e posta de lado. Logo, com o intuito de ampliar a busca por tratamentos eficazes, é necessário que esses tabus sejam rompidos. Além disso, é válido ressaltar que inúmeras pessoas que apresentam sintomas de ansiedade possuem medo de pedir ajuda, uma vez que parte do corpo social trata o transtorno com desdém e falta de empatia. Na música “Exhale”, da cantora Sabrina Carpenter, é exposto o peso que é se sentir sufocado pela própria mente e o receio de conversar sobre isso devido à enorme falta de compreensão. À vista disso, pode-se afirmar que a canção exibe um cenário semelhante ao de parte população, já que essa não entende que existem pessoas que necessitam de amparo psíquico e, por, muitas vezes, serem condenadas, sufocadas, erroneamente vistas como pessoas fracas e por não encontrarem espaço para desabafar, essas deixam de procurar auxílio no meio em que convivem e de buscar apoio de profissionais especializados, o que, consequentemente, faz com que carreguem consigo uma enorme sobrecarga emocional e esgotem os seus limites. Assim, a fim de auxiliar pessoas com ansiedade, faz-se necessário ampliar o debate acerca dessa temática. Portanto, para que as questões negativas e os desafiantes que envolvem essa problemática sejam amenizadas, o Ministério da Saúde, em ação conjunta com o Conselho Federal de Psicologia e com profissionais especializados, a exemplo dos psiquiatras e dos psicólogos, deve, por de campanhas nas mídias sociais e televisivas – Facebook, Instagram e Youtube –, tendo em vista a grande visibilidade e facilidade de acesso às informações veiculadas por esses canais de comunicação, promover projetos e propagandas que explicitem a importância de tratamentos psicológicos, entre eles terapias e grupos de apoio. Concomitantemente, a fim de ampliar a promoção de atendimentos psicológicos gratuitos, o governo federal, por intermédio de verbas governamentais, deve investir na maior contratação de profissionais relacionados à saúde mental e psíquica. Somente assim, a procura por apoio psíquico em casos como o de Randall serão mais frequentes e o estigma associado à terapia e à busca por ajuda serão rompidos.
Compartilhar