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PROCESSO CIVIL II

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CASO	CONCRETO	01		
Questão	Discursiva:	Jorge	Lourenço	procura	um	advogado	e	informa	que	
comprou	uma	televisão	de	ultima	geração	(R$	8.500,00)	para	sua	
residência,	mas	o	equipamento	não	funciona	corretamente.	Apesar	de	
inúmeros	contatos	e	promessas	do	fabricante	TV	JÓIA	e	seu	serviço	
autorizado	de	garantia,	nenhuma	visita	técnica	foi	realizada.	Na	conversa	
com	o	advogado	procurado,	Jorge	Lourenço	informa	que	gostaria	de	ter	o	
aparelho	(ou	outro	equivalente)	funcionando,	além	de	danos	materiais	e	
morais	pelo	ocorrido.	O	advogado	informa	a	Jorge	Lourenço	que	irá	
elaborar	a	Petição	Inicial	e	que	o	caso	seguirá	o	procedimento	comum	
sumário	em	Vara,	pois	de	acordo	com	o	novo	CPC,	este	caso	não	poderia	
mais	ir	aos	Juizados	Especiais	Cíveis	da	Lei	9099/95.	
a)	Esta	correta	a	orientação	prestada	pelo	advogado	no	tocante	ao	rito	ou	
procedimento	adequado	ao	caso?	
Resposta:	Está	errado	o	procedimento	adotado,	pois	a	lei	9099/95	continua	
em	vigor.	Sendo	assim	o	caso	em	questão	poderia	sim	ser	encaminhado	
aos	juizados	especiais	cíveis,	pela	referida	lei	9099/95.	A	luz	do	Art.	318	do	
novo	CPC,	quando	existir	legislação	própria,	a	parte	interessada	poderá	
optar	por	este	procedimento.	
b)	Sem	prejuízo	da	resposta	no	item	a),	qual	seria	a	outra	opção	para	Jorge	
Lourenço	pleitear	em	perante	o	Poder	Judiciário	uma	reparação	de	seus	
danos?	
Resposta:	Poderia	optar	pelo	procedimento	comum	na	vara	civil	ou	pelo	
procedimento	do	juizado	especial.	
CASO	CONCRETO	02		
Questão	Discursiva:	Uma	animada	conversa	entre	dois	estudantes	de	
graduação	em	Direito	a	respeito	de	uma	decisão	judicial	de	1a	instância	
que	julgou	liminarmente	improcedente	o	pedido	(antes	mesmo	da	citação	
do	demandado)	por	estar	frontalmente	contrária	a	enunciado	de	súmula	
do	Superior	Tribunal	de	Justiça	ou	do	Supremo	Tribunal	Federal	chamou	
atenção	de	um	terceiro	estudante,	representante	de	turma	do	6o	período	
que	achou	por	bem	intervir	na	conversar.	Em	dado	momento,	os	três	
alunos	fizeram	as	seguintes	manifestações	categóricas:	Aluno	do	4o	
Período	–	O	Princípio	da	Inafastabilidade	do	Poder	Judiciário	está	acima	de	
qualquer	lei	ou	código,	de	modo	que	não	pode	haver	indeferimento	liminar	
de	Petição	Inicial	sem	antes	ocorrer	a	citação	do	demandado,	futuro	réu.	
Aluno	do	5o	Período	–	O	Juiz	pode	sim	decidir	pela	Improcedência	Liminar	
do	Pedido,	mas	apenas	nos	casos	de	súmula	vinculante	do	STF.	Aluno	do	6o	
Período	–	O	Princípio	da	Inafastabilidade	do	Poder	Judiciário	está	acima	de	
qualquer	lei	ou	código,	mas	isto	não	torna	inconstitucional	determinado	
artigo	do	CPC,	ou	mesmo	decisão	judicial	devidamente	fundamentada	em	
casos	concreto	no	âmbito	do	Processo	Civil	brasileiro.	
a)	Existe	alguma	manifestação	correta	acima?	
Resposta:	A	alegação	do	aluno	do	6o	período	é	a	que	mais	se	aproxima	do	
Art.	332,	NCPC,	que	traz	a	previsão	legal	para	o	deslinde	da	questão	
formulada,	prevendo	a	possibilidade	de	julgar	liminarmente	improcedente	
um	pedido,	portanto	não	há	que	se	falar	de	inconstitucionalidade	neste	
ato.	
b)	Existe	diferença	entre	Improcedência	Liminar	do	Pedido	e	Indeferimento	
da	Petição	Inicial	?	
Resposta:	Sim.	Improcedência	trata	do	mérito,	portanto	na	improcedência	
liminar	ocorreu	a	inspeção	do	mérito.	Enquanto	que	o	indeferimento	da	
petição	inicial	trata	da	peça	processual	que	não	preenche	os	requisitos	
reclamados	pelo	lei,	levando	a	extinção	do	processo	sem	exame	do	mérito.	
CASO	CONCRETO	03	
Questão	discursiva:	Juan	é	advogado	e	está	terminando	seus	estudos	
complementares	de	pós-graduação	fora	do	Brasil,	razão	pela	qual	resolveu	
contratar	um	advogado	para	a	defesa	de	seus	interesses	em	processo	
judicial	no	qual	fora	citado	dias	antes	da	viagem,	de	forma	inesperada	e,	
segundo	ele,	sem	qualquer	nexo	de	causalidade	com	as	pessoas,	fatos	
narrados	na	petição	inicial.	Segundo	Juan,	trata-se	de	pedido	de	
reintegração	de	posse	realizado	por	Jurema,	tendo	por	objeto	um	sítio	em	
Maricá,	município	do	Rio	de	Janeiro,	onde	Juan	afirma	apenas	frequentar	
em	propriedades	de	seus	primos	e	tios.	O	advogado	contratado,	Dr.	Rafael,	
tranquiliza	Juan	e	afirma	ter	descoberto	em	documentos	cartorários	na	
municipalidade	o	verdadeiro	possuidor	(ao	menos	de	fato)	do	referido	sítio	
e	que	irá	realizar	a	resposta	do	réu,	na	modalidade	de	Contestação,	tudo	
nos	termos	do	CPC.	
a)	Está	correta	a	modalidade	de	defesa	(resposta)	indicada	pelo	Dr.	Rafael	?	
Resposta:	Sim,	pois	ofececeu	a	contestação,	conforme	o	Art.	338,	NCPC	
Caso	o	Juiz	entenda	pela	ilegitimidade	passiva	de	Juan,	o	processo	será	
extinto	sem	resolução	do	mérito?	
Resposta:	Não,	pois	pelo	Art.	338,	NCPC,	o	autor	poderá	promover	a	
substituição	do	réu	quando	este	se	declarar	parte	ilegitima.	
b)	Quais	os	significados	dos	Princípios	da	Eventualidade	e	Ônus	da	
Impugnação	Específica	para	fins	do	momento	processual	dos	artigos	335	e	
seguintes	do	CPC?	
Resposta:	Princípio	da	Eventualidade	consiste	na	concentração	de	toda	a	
matéria	de	defesa	em	um	único	ato	processual	denominado	contestação.	
Vale	lembrar	que	uma	vez	ofertada	a	constestação	irá	se	consumar	a	
preclusão.	Com	relação	ao	Princípio	da	Impugnação	Específica,	devemos	
entendê-lo,	como	obrigação	que	tem	o	réu	de	se	manisfestar	precisamente	
sob	os	fatos	e	fundamentos,	articulados	pelo	autor	na	sua	P.I	.	A	
inobservância	deste	princípio	conduz	a	presunção	de	veracidade.	
CASO	CONCRETO	04	
Questão	Discursiva:	Marisa	promove	ação	judicial	de	indenização	por	
danos	materiais	e	morais	em	face	de	Tinoco,	seu	vizinho.	Segundo	Marisa,	
Tinoco	tem	insistentemente	atitude	ilícita	e	desrespeitosa	com	seu	animal	
preferido,	um	cavalo	de	estimação	chamado	“Ventania”.	Tais	atitudes	fez	
com	que	o	mesmo	ficasse	em	estado	de	grande	agitação,	vindo	inclusive	a	
se	cortar	na	cerca	da	propriedade	no	último	mês,	o	que	gerou	internação	
veterinária	com	cirurgia	e	medicamentos.	Tinoco	citado,	não	ofereceu	
contestação,	o	que	foi	certificado	pelo	cartório,	conforme	consta	nos	
autos.	Marisa,	eufórica	e,	acompanhando	seu	andamento	processual	na	
internet,	liga	para	seu	advogado,	informa	da	revelia	e	pergunta	se	com	
isso,	o	juiz	irá	proferir	sentença	de	procedência	do	seu	pedido.	
a)	Sempre	que	houver	Revelia	haverá	procedência	do	pedido	?	
Resposta:	Não.	A	revelia	quando	de	natureza	relevante	conduz	a	uma	
presunção	relativa	de	veracidade.	Vale	destacar	o	inciso	IV	do	artigo	345	do	
NCPC	que	diz	“	as	alegações	de	fato,	formuladas	pelo	autor,	forem	
inverossímeis	ou	estiverem	em	contradição	com	as	provas	constantes	dos	
autos”	,	demonstrando	assim	a	relatividade	da	presunção	de	veracidade.	
De	outro	lado	quando	estivermos	diante	de	direito	indisponível	(por	
exemplo	interdição	de	uma	“velhinha”)	também	não	há	que	se	falar	em	
procedência	do	pedido.	
b)	Caso	Tinoco	tivesse	oferecido	Contestação	alegando	que	apenas	se	
defendia	de	Ventania,	pois	o	animal	ameaçava	atacá-lo	quando	passava	
rente	à	cerca,	qual	deveria	ser	a	atitude	do	Juiz?	
Resposta:	O	juiz	observando	a	regra	do	artigo	350,	NCPC,	deverá	conceder	
ao	autor	o	prazo	de	15	dias	para	manisfestar-se	a	respeito	da	nova	
situação.	
	
	
CASO	CONCRETO	05	
Questão	discursiva:	Pablo	exerceu	seu	direito	de	ação	em	face	de	Rodrigo	
para	obter	a	rescisão	contratual	de	determinado	negócio	jurídico	firmado	
entre	as	partes.	Na	Petição	Inicial	Pablo	afirma	que	Rodrigo	descumpriu	
três	cláusulas	contratuais	distintas,	causando	danos	materiais	e	morais	e	
por	tais	razões,	não	mais	deseja	manter	o	vínculo	contratual,	requerendo	
ainda,	além	de	seu	desfazimento,	o	pagamento	de	multa	contratual	
prevista	em	cláusula	específica.	Junta	apenas	documentos	comprobatórios	
e	afirma	não	necessitar	de	outros	meios	para	sustentar	o	alegado.	Rodrigo	
devidamente	citado	oferece	Contestação,	reconhece	o	fato	em	que	se	
funda	a	ação,	mas	aponta	razões	e	fatos	não	informados	por	Pablo	para	
tentar	justificar	seu	comportamento	contratual	em	não	cumprir	o	previsto	
em	apenas	uma	das	cláusulas	citadas,	não	se	manifestando	sobre	as	
demais	suscitadas	na	Petição	Inicial.	Requereu	ainda	depoimentopessoal	e	
de	testemunhas	que	poderão	confirmar	os	fatos	por	ele	narrados.	Após	a	
certificação	da	tempestividade	da	defesa	apresentada,	os	autos	vão	
conclusos	ao	juiz.	Releia	e	interprete	o	texto	acima	para	responder	aos	
seguintes	questionamentos:	
a)	Caso	o	Juiz	entenda	pertinente	a	defesa	apresentada	por	Rodrigo	será	
possível	o	julgamento	antecipado	do	mérito	?	
Resposta:	Não,	tem	em	vista	que	o	réu	apresentando	defesa	de	mérito	
indireta,	em	conformidade	com	o	Art.	350,	NCPC,	deverá	o	juíz	conceder	
ao	autor	o	prazo	de	15	dias	para	que	este	se	manifeste,	inclusive	podendo	
juntar	novas	provas,	sob	pena	de	violar	o	contraditório.	
b)	Caso	o	Juiz	entenda	que	existe	fato	incontroverso	poderá	haver	
julgamento	antecipado	parcial	do	mérito.	
Resposta:	Sim,	desde	que	antecipadamente	tenha	assegurado	ao	autor	o	
prazo	de	15	dias,	conforme	Art.	350,	NCPC,	caso	contrário,	não	será	
possível	admitir	o	julgamento	antecipado	parcial	do	mérito,	mesmo	que	
sob	determinado	fato	não	haja	controvérsia.	
CASO	CONCRETO	06	
Questão	discursiva:	André	e	Lívio	figuram	respectivamente	como	autor	e	
réu	em	ação	de	cumprimento	contratual	que	tem	como	objeto	a	prestação	
de	serviços	de	manutenção	de	aparelhos	de	ar	condicionado.	O	contrato	
foi	firmado	pelas	partes	e	vinha	sendo	cumprido	normalmente,	até	que	em	
determinado	mês,	sem	nenhuma	razão	específica,	Lívio	deixou	de	realizar	o	
serviço.	Após	realizar	duas	notificações,	André	optou	pelo	Poder	Judiciário	
para	tentar	resolver	seu	problema.	O	advogado	de	André	distribuiu	a	
petição	inicial	com	a	opção	de	não	realizar	audiência	de	conciliação	ou	
mediação.	Após	a	citação	e	apresentação	de	defesa,	o	Juiz	determina	a	
realização	de	Audiência	de	Instrução	e	Julgamento	e	intima	as	partes	
envolvidas.	Releia	e	interprete	o	texto	acima	para	responder	aos	seguintes	
questionamentos:	
a)	Considerando	que	a	audiência	a	ser	realizada	tem	por	finalidade	instruir	
e	proporcionar	condições	técnicas	para	o	julgamento	do	Juiz,	é	possível	
ainda	haver	espaço	para	a	conciliação	ou	mediação?	
Resposta:	Sim,	pois	a	mediação	e	conciliação	podem	ser	tentadas	não	só	
nas	audiências,	mas	a	qualquer	momento	que	o	juiz	vislumbre	a	
possibilidade	de	obtenção	de	êxito.	
b)	O	que	significa	dizer	que	a	audiência	de	instrução	e	julgamento	é	una	e	
indivisível?	
Resposta:	Significa	dizer	que	o	referido	ato	processual	é	único,	ainda	que	
por	qualquer	motivo	não	se	alcance	a	sua	conclusão	no	mesmo	dia	de	seu	
início.	
CASO	CONCRETO	07	
Questão	discursiva:	Raphael	consulta	Arthur	(seu	advogado	de	confiança)	a	
respeito	de	uma	questão	jurídica	envolvendo	a	compra	de	um	veículo	
“Zero	Quilômetro”	que	realizou	recentemente,	a	menos	de	3	(três)	meses.	
O	veículo	apresenta	defeitos	que	intermitentes,	aparentemente	
relacionados	à	parte	elétrica	ou	eletrônica	do	veículo.	Rafael	informa	ao	
seu	advogado	que	já	tentou	por	todos	os	meios	convencer	os	responsáveis	
da	concessionária	onde	foi	adquirido,	assim	como	o	próprio	fabricante	do	
problema.	O	máximo	que	conseguiu	foi	a	marcação	de	mais	uma	visita	e	
vistoria	técnica	do	veículo	e	os	resultados	foram	um	gentil	café	em	sala	de	
espera	refrigerada	e	a	posição	de	que	ele	(Raphael)	é	quem	deveria	provar	
que	o	veículo	está	com	problemas,	pois,	na	vistoria,	nada	foi	detectado.	
Assim,	Raphael	pergunta	ao	advogado	se	é	possível	levar	o	caso	ao	Poder	
Judiciário,	já	que	ele	não	tem	como	provar	tecnicamente	o	defeito,	pois	é	
mero	consumidor	e	não	conhece	de	componentes	técnicos	do	veículo.	
Raphael	também	informa	que	pesquisou	e	encontrou	outros	casos	
similares,	onde	pessoas	naturais	e	jurídicas	conseguiram	provar	o	mesmo	
problema	em	seus	veículos	de	mesma	marca	e	modelo.	Arthur	tranquiliza	
Raphael	e	informa	que	irá	requerer	em	Juízo	as	medidas	processuais	
necessárias	para	a	melhor	e	mais	rápida	defesa	de	seus	interesses.	Releia	e	
interprete	o	texto	acima	para	responder	aos	seguintes	questionamentos:	
a)	A	quem	incumbe,	ordinariamente,	o	ônus	da	prova	em	juízo	no	processo	
civil	brasileiro?	
Resposta:	Em	se	tratando	de	fato	constitutivo	do	direito,	incumbira	ao	
autor	o	ônus	da	prova.	Todavia	se	a	prova	for	referente	a	fato	impeditivo,	
modificativo	ou	extintivo	do	direito,	incumbirá	ao	réu	a	respectiva	prova,	
substanciado	nos	incisos	I,	II	do	Art.	373,	NCPC.	
b)	É	possível	alguma	inversão	no	caso	concreto?	
Resposta:	Sim,	se	aplicarmos	o	CDC,	Art	6o,	VIII.	Vale	registrar	a	
possibilidade	de	se	aplicar	a	chamada	carga	dinâmica	das	provas,	onde	o	
juiz	poderá	atribuir	o	ônus	da	prova	de	modo	diverso.	Atente	que	a	carga	
dinâmica	do	ônus	da	prova	não	se	aplica	em	inversão	do	ônus	da	prova	
CASO	CONCRETO	08	
Questão	discursiva:	Carla	está	desesperada	e	conversa	com	Dra.	Suzana	
(sua	advogada)	que	a	principal	testemunha	de	seu	caso	e	que	deverá	
comparecer	em	audiência	de	instrução	futura	(	mês	seguinte)	foi	
hospitalizada	para	passar	por	procedimento	cirúrgico	de	alto	risco	em	no	
máximo	3	(três)	dias,	conforme	atestou	o	médico	em	documento	próprio.	
Existe	sério	risco	de	morte,	ou	mesmo	de	vida	com	sequelas	cerebrais	
diversas.	O	tempo	de	espera	é	apenas	para	os	trâmites	técnicos	e	
administrativos	para	a	cirurgia,	pois	trata-se	de	evento	futuro	e	certo.	Dra.	
Suzana	lamenta	o	ocorrido	com	Carla,	mas	informa	que	nada	pode	fazer,	
pois	o	NCPC	não	prevê	mais	a	medida	cautelar	existente	no	CPC/73,	talvez	
no	máximo	peticionar	nos	autos	informando	do	ocorrido	e	requerendo	o	
adiamento	da	audiência	para	aguardar	a	melhor	recuperação	da	
testemunha	enferma,	ou	mesmo	conseguirem	uma	testemunha	substituta.	
Releia	e	interprete	o	texto	acima	para	responder	aos	seguintes	
questionamentos:	
a)	Está	correta	a	informação	jurídica	prestada	pela	Dra.	Suzana	?	
Resposta:	Não.	Embora	correta	a	informação	de	que	não	mais	existe	a	
cautelar	de	produção	antecipada	de	provas	o	novo	CPC	estabeleceu	
procedimento	próprio	para	estes	casos,	conforme	artigo	381,	NCPC.	
b)	É	possível	que	Atas	Notariais	possam	atestar	ou	documentar	a	existência	
de	fatos	jurídicos	materiais	e	servirem	de	meio	probatório	em	Juízo	?	
Resposta:	Sim,	o	artigo	384,	NCPC,	estabelece	a	existência	de	atas	
notariais.	
CASO	CONCRETO	09	
Questão	discursiva:	A	Administradora	Joia	Rara	Ltda	está	em	litígio	com	a	
empreiteira	Obra	Boa	Ltda,	contratada	para	reformar	apartamento	
específico	e	não	consegue	se	conformar	com	a	decisão	do	juiz	que	
indeferiu	requerimento	formulado	por	seu	advogado	para	realização	de	
prova	pericial	que	comprovasse	a	má	prestação	dos	serviços	prestados,	
além	da	não	prestação	de	outros.	O	juiz	indeferiu	o	pleito,	alegando	já	
existir	nos	autos	o	requerimento	tempestivo	(	e	deferido)	do	advogado	da	
Administradora	Joia	Rara	sobre	produção	de	provas	(documental	e	
testemunhal),	não	havendo	agora,	em	outro	momento	processual,	
possibilidade	de	novo	requerimento	para	meio	probatório	distinto.	O	
advogado	da	Administradora	Joia	Rara	Ltda	discorda	da	posição	do	juiz	e	
pretende	recorrer	da	decisão	de	qualquer	jeito,	pois	vislumbra	violação	
legal	e	constitucional	no	caso.	Releia	e	interprete	o	texto	acima	para	
responder	aos	seguintes	questionamentos:	
a)	Está	correta	a	posição	juiz	em	relação	ao	momento	requerimento	de	
produção	de	provas	?	
Resposta:	Em	regra	sim,	pois	segundo	análise	dos	artigos	destinados	a	
produção	de	provas,	existe	um	momento	oportuno	para	seu	requerimento.	
Contudo	o	próprio	NCPC	evidencia	situações	que	podem	ter	entendimento	
contrário.	Conforme	artigo	370,	NCPC,	que	permite	ao	juiz	de	ofício,	
requerer	da	parte	as	provas	necessárias	ao	julgamento	do	mérito.	Vale	
registrar	o	disposto	no	artigo	434,	NCPC,	no	sentido	de	que	a	parte	deverá	
instruir	a	petição	inicial	ou	constestação	com	os	documentos	mínimos	
destinados	a	provar	suas	alegações.	
b)	Quais	as	diferenças	entre	prova	pericial	e	inspeção	judicial	?	
Resposta:	A	prova	pericial	reclama	do	seu	executor	um	conhecimento	
técnico,	enquanto	a	inspeção	judicial	ocorre	diretamente	pelo	juiz,	não	
dependendo	de	um	interlocutor.	
CASO	CONCRETO	10	
Questão	discursiva:	Em	ação	de	rescisão	contratual,devolução	de	valores	
pagos	e	ainda	indenização	por	danos	morais	movida	por	Júlio	em	face	da	
Rei	dos	Móveis	Ltda.,	a	Juíza	proferiu	sentença	onde	julgou	integralmente	
procedente	o	pedido	autoral.	Júlio	questiona	seu	advogado	a	respeito	da	
sentença,	pois	ao	realizar	a	leitura	em	seu	acompanhamento	processual	na	
internet,	não	entendeu	o	que	seriam	os	termos	fundamentação	e	
dispositivo.	Júlio	também	queria	saber	quais	os	efeitos	práticos	que	a	
sentença	teria	no	caso	concreto	dele.	O	advogado	de	Júlio	respondeu	que	
toda	sentença	tem	como	elementos	ou	partes	obrigatórias	:	relatório,	
fundamentação	e	dispositivo.	Informou	também	que	o	referido	título	
judicial	poderia	constituir	uma	hipoteca	judiciária.	Releia	e	interprete	o	
texto	acima	para	responder	aos	seguintes	questionamentos:	
a)	Está	correta	a	informação	prestada	pelo	advogado	de	Júlio?	
Resposta:	Sim,	eis	que	a	sentença	realmente	ostenta	tais	requisitos	e	
quanto	a	seus	efeitos,	permite	a	instituição	de	hipoteca	judiciária.	Ver	
artigo	38	da	Lei	9.099/95	(Juizados	Especiais).	
b)	Qual	o	conceito	jurídico	de	sentença	de	acordo	com	o	NCPC/2015?	
Resposta:	Segundo	dispõe	o	artigo	203,	§	1o,	NCPC,	a	sentença	é	definida	
como	pronunciamento,	por	meio	do	qual	o	juíz	com	fundamento	nos	
artigos	485	e	487,	NCPC,	põe	fim	na	fase	cognitiva	do	processo	comum	ou	
extingue	a	execução.	
CASO	CONCRETO	11	
Questão	discursiva:	A	pessoa	jurídica	Show	da	Vida	Ltda	representa	os	
interesses	de	famosa	banda	nacional,	administrando	toda	sua	agenda	de	
shows,	turnês	e	respectiva	logística.	Em	razão	disto,	a	Show	da	Vida	Ltda.	
contratou	os	serviços	da	agência	de	publicidade	Comunication	Ltda.	para	
fins	de	divulgação	de	uma	série	de	espetáculos	que	ocorreriam	em	6	(seis)	
meses	em	Salvador,	capital	da	Bahia,	durante	os	festivos	de	carnaval.	A	
divulgação	deveria	ser	imediata	em	todas	as	mídias	sociais,	televisão,	rádio	
e	algumas	fontes	impressas	semanalmente.	Após	15	dias	da	contratação,	
nada	havia	sido	feito	e	a	Comunication	Ltda	foi	notificada.	Passados	mais	
15	dias,	a	Show	da	Vida	Ltda	ingressa	com	ação	judicial	com	pedido	de	
obrigação	de	fazer,	obtendo	inclusive,	tutela	de	urgência	para	o	pronto	
cumprimento,	sob	pena	de	multa	diária	de	R$	5.000,00	(cinco	mil	reais).	
Infelizmente,	mesmo	com	toda	dedicação	e	diligência	do	patrono	da	Show	
da	Vida,	a	divulgação	não	ocorreu,	assim	como	a	venda	antecipada	de	
ingressos	e	o	espetáculo	foi	cancelado.	Após	tal	comunicação	nos	autos	do	
processo,	a	revelia	e	posterior	não	manifestação	da	ré,	o	juiz	deu	
continuidade	e	proferiu	sentença	convertendo	a	obrigação	de	fazer	em	
perdas	e	danos.	Releia	e	interprete	o	texto	acima	para	responder	aos	
seguintes	questionamentos:	
a)	É	possível	o	juiz	proferir	sentença	condenatória	de	pagar	quantia	certa	
quando	o	pedido	inicial	era	de	condenação	de	obrigação	de	fazer,	tendo	
inclusive	ocorrido	deferimento	de	tutela	de	urgência?	
Resposta:Sim.	A	tutela	de	urgência	tinha	finalidade	de	proporcionar	ao	
autor	a	realização	da	obrigação	assumida	pelo	réu.	Contudo,	ao	momento	
de	proferir	a	sentença	o	juiz	percebe	que	tal	modalidade	de	prestação	
jurisdicional	e,	portanto,	poderá	mediante	requerimento	do	autor,	
converter	a	obrigação	principal	em	perdas	e	danos,	conforme	artigo	499,	
NCPC.	
b)	A	sentença	proferida	no	caso	está	sujeita	ao	Duplo	Grau	de	Jurisdição	
Obrigatório?	
Resposta:	Não	tendo	em	vista	que	a	situação	em	exame	não	se	enquadra	
em	nenhuma	das	hipoteses	do	artigo	496,	NCPC	
CASO	CONCRETO	12	
Questão	discursiva:	Um	espanhol	foi	condenado	em	segunda	e	última	
instância	por	um	tribunal	competente	de	seu	país	a	pagar	a	quantia	de	50	
mil	euros	por	conta	de	dívidas	oriundas	de	cheques	não	honrados	pelo	
sistema	bancário	ou	pelo	próprio	emitente.	O	caso	transitou	em	julgado	e	
quando	foi	iniciada	a	execução,	descobriu-se	que	o	devedor	tinha	se	
mudado	para	o	Brasil,	especificamente	para	Fortaleza,	capital	do	Ceará.	O	
credor	consulta	seu	advogado	a	respeito	da	possibilidade	de	cumprimento	
da	sentença	no	Brasil,	onde	está	claro	o	estabelecimento	de	nova	
residência	e	domicilio	do	espanhol	devedor,	inclusive	com	novos	negócios	
em	andamento,	conforme	relatos	e	documento	obtidos	pelas	redes	sociais.	
O	advogado	espanhol	contrata	os	serviços	do	escritório	onde	você	está	
estagiando	para	concretizar	o	direito	material	de	seu	cliente.	Releia	e	
interprete	o	texto	acima	para	responder	aos	seguintes	questionamentos:	
a)	Quais	os	requisitos	para	a	homologação	de	sentença	estrangeira	no	
Brasil?	
Resposta:	Todos	os	requisitos	do	artigo	963,	NCPC	
b)	Quais	os	órgãos	judiciários	competentes	para	e	homologação	e	
execução	no	Brasil	?	
Resposta:	Execução	pela	justiça	federal,	Art.	109,	X,	CF	e	homologação	do	
STJ,	artigo	960,	§	2o,	NCPC	
CASO	CONCRETO	13	
Questão	discursiva:	Joana	está	muito	feliz	pois	foi	informada	por	seu	
advogado	do	transito	em	julgado	de	sua	sentença.	Ela	obteve	uma	
sentença	condenatória	e	também	declaratória,	referente	à	problemas	de	
cumprimento	contratual	com	Fábio.	O	réu	foi	condenado	a	pagar	toda	a	
quantia	que	lhe	devia	e	ainda	foi	resolvida	uma	questão	prejudicial	que	
acabou	surgindo	nos	autos	após	a	resposta	do	réu,	que	realizou	defesa	
indireta	de	mérito,	suscitando	nulidade	de	cláusulas	contratuais	referentes	
justamente	ao	tempo	e	modo	de	pagamento.	No	entanto,	como	Joana	está	
cursando	graduação	em	Direito,	ficou	com	dúvida	a	respeito	do	conteúdo	
declaratório	da	sentença	e	seus	efeitos	após	o	transito	em	julgado.	Seu	
advogado	informou	que	de	fato,	apesar	da	vitória	no	caso,	a	coisa	julgada	
só	abrangeria	o	pedido	formulado	na	petição	inicial,	pois	eles	não	
demandaram	por	ação	declaratório	incidental	quando	deveriam,	no	
momento	de	manifestação	sobre	a	contestação	ofertada.	Releia	e	
interprete	o	texto	acima	para	responder	aos	seguintes	questionamentos:	
a)	Está	correta	a	orientação	do	advogado?	
Resposta:	Não,	segundo	o	Art.	503,	§	1o,	NCPC,	a	questão	prejudicial	será	
alcançada	pela	autoridade	da	coisa	julgada	como	um	todo,	desde	que	
sejam	observados	os	incisos	I,	II	e	III	
b)	No	caso	acima	ocorre	coisa	julgada	material	e	formal?	
Resposta:	Sim,	material	também	estabelece	a	imutabilidade	e	
indisponibilidade	da	questão	decidida	nos	autos,	não	admitindo	revisão	
processual,	seja	em	carácter	endoprocessual	(dentro)	ou	panprocessual	
(fora).	
CASO	CONCRETO	14	
Questão	discursiva:	Marcelo	foi	réu	em	ação	judicial	movida	pela	
Concessionária	Auto	Novo	S.A	onde	foi	proferida	sentença	de	procedência	
total	do	pedido	autoral.	Augusto	conseguiu	a	condenação	de	Marcelo	ao	
pagamento	de	R$	100.000,00	(cem	mil	reais)	por	danos	materiais	sofridos	
em	razão	de	uma	briga	generalizada	provocada	por	Marcelo	dentro	do	
estabelecimento	comercial	da	parte	autora,	após	negativa	de	crédito	
quando	o	réu	tentava	adquirir	um	veículo	financiado.	Após	a	sentença,	
houve	recurso	de	Apelação	que	apesar	de	admitido,	não	teve	provimento	
pelo	Tribunal	de	Justiça	de	São	Paulo,	sendo	mantida	a	sentença	de	mérito.	
Não	houve	mais	recurso	e	ocorreu	o	transito	em	julgado	e	após	2(dois)	
meses,	a	Concessionária	Auto	Novo	S.A.	iniciou	a	fase	de	execução	do	
julgado	em	face	de	Marcelo.	Neste	meio	tempo,	Marcelo	descobre	que	o	
juiz	do	caso	é	amigo	íntimo	dos	sócios	da	Concessionária	Auto	Novo	S.A	e	
pergunta	a	seu	advogado	se	existe	alguma	possibilidade	de	se	reverter	a	
decisão	transitada	em	julgado	e	obtém	resposta	negativa,	em	razão	da	
formação	de	coisa	julgada	material	nos	termos	da	lei	processual	civil	em	
vigor	que	visa	justamente	garantir	o	mínimo	de	segurança	jurídica	aos	
jurisdicionados.	Releia	e	interprete	o	texto	acima	para	responder	aos	
seguintes	questionamentos:	
a)	A	coisa	julgada	material	realmente	não	pode	ser	atacada	no	caso	
concreto	?	
Resposta:	Sim,	porém	em	razão	de	que	o	fato	destacado	por	Marcelo	se	
caracteriza	com	a	suspeição	e	não	impedimento,	artigo	145,	NCPC,	
afastando	o	artigo	966,	II,	NCPC.	
b)	A	autoridade	da	coisa	julgada	material	afeta	toda	a	sentença	proferida	
que	não	esteja	sujeita	a	recurso	.	Indaga-se:	
Resposta:Em	regra	sim,	ressalvadas	as	hipóteses	do	artigo	966,	§	4o,	
NCPC,	que	estarão	sujeitas	a	ação	anulatória	do	artigo	502,	NCPC.	
CASO	CONCRETO	15	
Questão	discursiva:	Temístocles	ingressou	com	ação	em	face	da	empresa	
de	Telefonia	Fone	Fácil	S.A	formulando	declaratório	de	inexistência	de	
relação	jurídica	combinado	com	condenação	por	danos	materiais	e	morais.	
Segundo	o	autor,	a	ré	teria	realizado	inscrição	indevida	de	seu	nome	no	
cadastro	de	inadimplentes	em	razão	de	suposta	dívida	de	contas	pretéritas	
de	titularidade	do	autor.	Após	contestação	da	ré,	o	juiz,	não	havendo	mais	
necessidade	de	realização	de	mais	provas,	resolveu	o	caso	com	julgamento	
antecipado	da	lide,	julgando	procedente	o	pedido	autoral	e	estipulando	a	
indenização	total	no	valor	de	R$15.000,00	(quinze	mil	reais),	entendo	ser	
este	valor	suficiente	para	reparar	os	danos	materiais	e	morais	suscitados	e	
provados	nos	autos.	A	decisão	transitou	em	julgado	e	Temístocles	inicia	a	
fase	de	execução	em	face	da	agora	executada,	Telefonia	Fone	Fácil	S.A.	Em	
diligências	internas	na	empresa,	o	advogado	da	Telefonia	Fone	Fácil	S.A	
descobre	que	já	havia	uma	decisão	judicial	transitada	em	julgado	em	face	
de	Temístocles,	envolvendo	os	mesmos	fatos	jurídicos	suscitados	na	ação	
atual.	Indignado,	o	advogado	resolve	ingressar	com	Ação	Rescisória.	Releia	
e	interprete	o	texto	acima	para	responder	aos	seguintes	questionamentos:	
a)	É	possível	Ação	Rescisória	no	presente	caso	?	
Resposta:Sim,	conforme	artigo	966,	IV,	NCPC,	uma	vez	que	existia	coisa	
julgada	anterior	que	deve	ser	respeitada	(protegida	pela	CF/88).	
b)	Qual	o	órgão	competente	para	conhecer	e	julgar	a	Ação	Rescisória.	
Resposta:	Competência	originária	dos	Tribunais,	na	forma	de	seus	
regimentos	internos.	
CASO	CONCRETO	16	
Questão	discursiva:	Em	Ação	Rescisória	proposta	por	Godofredo	em	face	
de	Silas	houve	requerimento	de	de	concessão	de	tutela	provisória,	
considerando	que	Godofredo	alega	que	em	razão	da	flagrante	nulidade	do	
julgamento	anterior	(	violação	manifesta	de	norma	jurídica	objeto	de	
súmula	de	jurisprudência	dominante	do	STF)	e	da	fase	em	que	se	encontra	
a	execução,	é	possível	que	seu	bem	imóvel	seja	levado	à	hasta	pública,	com	
demasiado	perigo	de	dano	irreparável	ou	mesmo	de	dificílima	reparação.	O	
relator	admite	a	petição	inicial	e,	incontinente,	defere	o	requerimento	de	
Godofredo	para	suspender	a	execução	até	a	decisão	final	da	Ação	
Rescisória.	Silas	inconformado,	afirma	que	decisão	antecipada	do	relator	
seria	uma	violação	constitucional	do	contraditório	e	da	ampla	defesa,	pelo	
que	não	se	conformará	com	a	decisão.	Releia	e	interprete	o	texto	acima	
para	responder	aos	seguintes	questionamentos:	
a)	A	Ação	Rescisória	poderia	ser	admitida	no	presente	caso?	
Resposta:	Sim.	Do	que	se	depreende	da	análise	do	texto,	a	situação	em	
exame	está	em	consonância	com	o	artigo	966,	V,	NCPC,	e,	portanto	em	um	
juízo	provisório	é	cabível	a	ação	rescisória.	
b)	Existe	a	possibilidade	de	concessão	de	tutela	provisória	em	sede	de	Ação	
Rescisória.	
Resposta:	Sim,	conforme	dispõe	o	artigo	969,	NCPC

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