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Casos Concretos 01 ao 08 - DPC II

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Caso Concreto 01 – Processo Civil II 
Jorge Lourenço procura um advogado e informa que comprou uma televisão de ultima 
geração (R$ 8.500,00) para sua residência, mas o equipamento não funciona 
corretamente. Apesar de inúmeros contatos e promessas do fabricante TVJÓIA e seu 
serviço autorizado de garantia, nenhuma visita técnica foi realizada. Na conversa com o 
advogado procurado, Jorge Lourenço informa que gostaria de ter o aparelho (ou outro 
equivalente) funcionando, além de danos materiais e morais pelo ocorrido. O advogado 
informa a Jorge Lourenço que irá elaborar a Petição Inicial e que o caso seguirá o 
procedimento comum sumário em Vara, pois de acordo com o CPC, este caso não 
poderia mais ir aos Juizados Especiais Cíveis da Lei 9099/95. 
a) Está correta a orientação prestada pelo advogado no tocante ao rito ou procedimento 
adequado ao caso? 
b)Sem prejuízo da resposta no item a), qual seria a outra opção para Jorge Lourenço 
pleitear em perante o Poder Judiciário uma reparação de seus danos? 
Resposta: 
a) A informação do advogado não está correta de acordo com o que afirma o novo 
CPC, no artigo 318 é instituído um único procedimento que é comum no 
processo de conhecimento. Com isso, o postulante não é impedido de demandar 
a Lei de Juizados Especiais 9.099/95 que institui os JECs, competente para 
julgar a causa de menor complexidade cujo valor não exceda a 40 salários 
mínimos vigentes conforme descrito no art. 3º, I, Lei 9.099/95. 
 
b) A outra alternativa seria demandar perante ao JEC já que o valor não ultrapassa 
a 40 salários e a causa é de menor complexidade. 
O QUE ENTENDE A DOUTRINA SOBRE A QUESTÃO APRESENTADA: 
“Saber se determinada demanda pode ou não ser proposta perante os juizados especiais 
não é tema de competência, mas de procedimento. A Lei n. 9.099/95, que trata dos 
juizados especiais, criou um novo tipo de procedimento, muito mais rápido e informal 
que o tradicional, apelidado de “sumaríssimo”. O art. 3º, que indica as causas que 
podem correr perante o juizado especial, emprega a expressão “competência” de forma 
pouco técnica (correto o emprego, no § 3º desse art. 3º, da palavra “procedimento”). O 
que ele faz é enumerar em que situações o interessado poderá valer-se do procedimento 
previsto na lei, aforando a sua demanda perante o Juizado Especial Cível. Um exame 
das hipóteses do mencionado art. 3º da Lei n.9.099/95, bem como do art. 3º da Lei n. 
10.259/2001, que trata dos Juizados Especiais Federais, permite concluir que, em regra, 
os critérios usados pela lei para identificar quando é possível se valer do procedimento 
do juizado são o valor da causa (até quarenta salários mínimos nos juizados estaduais, 
salvo os da Fazenda Pública, até sessenta; e até sessenta nos federais) e a matéria. 
Também a qualidade de alguns dos litigantes deve ser levada em conta (por exemplo, 
não podem ter o procedimento do juizado as ações propostas por pessoas jurídicas). 
(...) 
O procedimento do Juizado Especial Cível é opcional, pois ainda que a matéria ou o 
valor da causa o permitam, o interessado pode preferir os procedimentos tradicionais.” 
(Gonçalves, Marcos Vinícius Rios, Direito Processual Civil Esquematizado, 2020, 11. 
Ed., p. 261-262) 
 
 
 
Caso Concreto 02 – Processo Civil II 
Uma animada conversa entre dois estudantes de graduação em Direito a respeito de uma 
decisão judicial de 1 a instância que julgou liminarmente improcedente o pedido (antes 
mesmo da citação do demandado) por estar frontalmente contrária a enunciado de 
súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal chamou 
atenção de um terceiro estudante, representante de turma do 6 o período que achou por 
bem intervir na conversar. Em dado momento, os três alunos fizeram as seguintes 
manifestações categóricas: 
Aluno do 4 o Período - O Princípio da Inafastabilidade do Poder Judiciário está acima 
de qualquer lei ou código, de modo que não pode haver indeferimento liminar de 
Petição Inicial sem antes ocorrer a citação do demandado, futuro réu. 
Aluno do 5 o Período - O Juiz pode sim decidir pela Improcedência Liminar do Pedido, 
mas apenas nos casos de súmula vinculante do STF. 
Aluno do 6 o Período -O Princípio da Inafastabilidade do Poder Judiciário está acima de 
qualquer lei ou código, mas isto não torna inconstitucional determinado artigo do CPC, 
ou mesmo decisão judicial devidamente fundamentada em casos concreto no âmbito do 
Processo Civil brasileiro. 
a) Existe alguma manifestação correta acima? 
b) Existe diferença entre Improcedência Liminar do Pedido e Indeferimento da Petição 
Inicial? 
Resposta: 
a) Sim, a colocação do aluno do 6º período está correta pelo Princípio da 
Inafastabilidade do Poder Judiciário e do acesso à Justiça (art. 5º, XXXV da 
CF/88). De acordo com o NCPC, art. 332, trata-se dos casos de improcedência 
liminar do pedido, sem citação do réu. O espírito da lei é que não se mova a 
máquina judiciária para tratar de temas já resolvidos pelos tribunais locais e 
superiores, dependendo do caso. É o aproveitamento de casos anteriores, onde 
causa de pedir/objeto/pedido podem ter sua análise estendida a outras partes que 
se encontrem em situações jurídicas equivalentes. É o trato coletivo de temas de 
direito já analisados (e na maioria dos casos simulados) pelos tribunais e não há 
razão para respostas diferenciadas, ao menos em regra. 
 
b) Existe sim o art. 332 autoriza o juiz a proferir sentença de mérito julgando 
improcedente o pedido, no início do processo, sem que o réu tenha sido citado. 
Esse é um efeito processual para dar mais celeridade ao processo e não ofende 
consagrado princípio constitucional da inafastabilidade e do exercício da ampla 
defesa e do contraditório, pois está assentado no norteamento da lei processual. 
No indeferimento da petição inicial tratada no art. 330, NCPC quem é rejeitada é 
a peça, será indeferida por falta de condição dos pressupostos processuais, como 
por exemplo quando a petição for inepta, a parte manifestante for ilegítima, etc. 
 
O QUE ENTENDE A DOUTRINA SOBRE A QUESTÃO APRESENTADA: 
“As hipóteses de improcedência liminar não estão mais associadas aos precedentes 
do próprio juízo, mas à existência de entendimento pacificado sobre a questão de 
direito em que se funda o pedido, nas hipóteses supramencionadas. A solução dada 
pelo art. 332 favorece o princípio da isonomia e segurança jurídica, pois determina que 
todos os juízes julguem liminarmente improcedentes as pretensões, desde que presentes 
as hipóteses acima, todas elas – exceto a de prescrição e decadência – associadas à 
jurisprudência pacificada dos órgãos superiores. As hipóteses dos incisos I, II e III do 
art. 332 mantêm coerência com as hipóteses do art. 927, II, III e IV, consideradas como 
de jurisprudência vinculante (devendo-se incluir também a hipótese do art. 927, I). 
(...) 
No curso do processo, e a qualquer tempo, o juiz pode, constatada a existência de 
alguma das hipóteses do art. 485, extinguir o processo sem resolução de mérito. Mas a 
expressão “indeferimento de inicial” deve ficar reservada à hipótese em que o juiz põe 
fim ao processo antes de determinar que o réu seja citado, no momento em que faz os 
primeiros exames de admissibilidade. As hipóteses do art. 330, de indeferimento da 
inicial, resultam todas na extinção do processo sem resolução de mérito. As hipóteses 
são as seguintes: 
■ Inépcia: é a inaptidão da inicial para produzir os resultados almejados, seja por falta 
de pedidos seja por falta de fundamentação (...) 
■ (...) O “manifestamente” foi utilizado pelo legislador para expressar que a 
ilegitimidade de parte há de ser indubitável (...) 
■ Quando ao autor carecer de interesse processual. Essa hipótese, somada à anterior, 
completa o quadro relacionado às condições da ação, cuja falta, se detectável desde 
logo, ensejará o indeferimento da inicial (...) 
■ Quando, postulandoem causa própria, o advogado não cumprir as determinações do 
art. 106, e quando o autor não emendar a inicial, na forma do art. 321.” 
(Gonçalves, Marcos Vinícius Rios, Direito Processual Civil Esquematizado, 2020, 11. 
Ed., p. 683, 686) 
Caso Concreto 03 – Processo Civil II 
Juan é advogado e está terminando seus estudos complementares de pós-graduação fora 
do Brasil, razão pela qual resolveu contratar um advogado para a defesa de seus 
interesses em processo judicial no qual fora citado dias antes da viagem, de forma 
inesperada e, segundo ele, sem qualquer nexo de causalidade com as pessoas, fatos 
narrados na petição inicial. Segundo Juan, trata-se de pedido de reintegração de posse 
realizado por Jurema, tendo por objeto um sítio em Maricá, município do Rio de 
Janeiro, onde Juan afirma apenas frequentar em propriedades de seus primos e tios. O 
advogado contratado, Dr. Rafael, tranquiliza Juan e afirma ter descoberto em 
documentos cartorários na municipalidade o verdadeiro possuidor (ao menos de fato) do 
referido sítio e que irá realizar a resposta do réu, na modalidade de Contestação, tudo 
nos termos do CPC. 
a)Está correta a modalidade de defesa (resposta) indicada pelo Dr. Rafael ? Caso o Juiz 
entenda pela ilegitimidade passiva de Juan, o processo será extinto sem resolução do 
mérito? 
b)Quais os significados dos Princípios da Eventualidade e Ônus da Impugnação 
Específica para fins do momento processual dos artigos 335 e seguintes do CPC ? 
Resposta: 
a) A resposta do advogado está correta, pois ofereceu contestação, conforme o Art. 338, 
NCPC onde é facultado ao autor substituir o réu na petição inicial em um prazo de 15 
dias, além disso o autor terá que que custear as despesas e honorários ao procurador do 
réu excluído. O processo não seria extinto pela ilegitimidade passiva de Juan, pois 
segundo o que consta no Art. 338, NCPC, o autor poderá promover a substituição do 
réu quando este se declarar parte ilegítima. 
b) Princípio da Eventualidade nada mais é a definição do ato processual denominado 
contestação onde é concentrada toda a matéria de defesa (art. 336, NCPC). Além disso, 
uma vez que a contestação é apresentada irá se consumar a preclusão. O princípio da 
Impugnação Específica devemos entendê-lo como a obrigação que o réu tem de se 
manifestar precisamente sob os fatos e fundamentos, articulados pelo autor na Peça 
Inicial. A inobservância deste princípio conduz a presunção de veracidade. 
O QUE ENTENDE A DOUTRINA SOBRE A QUESTÃO APRESENTADA: 
“(...) o mecanismo do art. 338 aplica-se sempre que o réu alegar que é parte ilegítima ou 
que não é o responsável pelo prejuízo invocado. Nesse caso, o autor será ouvido, 
podendo requerer, no prazo de 15 dias, o aditamento da inicial com a substituição do réu 
originário pelo indicado na contestação, pagando ao advogado dele honorários 
advocatícios entre 3% e 5% do valor da causa (art. 338 do CPC). Para que isso se 
viabilize, manda a lei que o réu indique o nome do sujeito passivo da relação jurídica 
discutida, sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas 
processuais e prejuízos que causar ao autor pela falta de indicação. Aceita a indicação, o 
autor procederá à alteração da inicial para substituir o réu. O novo mecanismo tem 
amplitude muito maior do que a nomeação à autoria, pois permite a regularização do 
polo passivo em qualquer caso de ilegitimidade, e não apenas nos casos em que a 
nomeação era cabível, previstos nos arts. 62 e 63 do CPC de 1973. 
(...) 
Preclusão é mecanismo de grande importância para o andamento do processo, que, sem 
ele, se eternizaria. Consiste na perda de uma faculdade processual por: 
■ não ter sido exercida no tempo devido (preclusão temporal); 
■ incompatibilidade com um ato anteriormente praticado (preclusão lógica); 
■ já ter sido exercida anteriormente (preclusão consumativa). 
(...) 
O réu tem o ônus de impugnar especificamente os fatos narrados na petição inicial, 
sob pena de presumirem-se verdadeiros. Cada fato constitutivo do direito do autor 
deve ser impugnado pelo réu. É o que dispõe o art. 341 do CPC: “incumbe também ao 
réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, 
presumindo-se verdadeiras as não impugnadas (...)”. Todavia, há exceções à regra do 
ônus da impugnação especificada. O parágrafo único do art. 341, parágrafo único, 
estabelece que tal ônus não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao 
defensor público. Estes podem contestar por negativa geral, sem impugnar 
especificamente os fatos, tornando-os ainda assim controvertidos, sem presunção de 
veracidade. 
(Gonçalves, Marcos Vinícius Rios, Direito Processual Civil Esquematizado, 2020, 11. 
Ed., p. 523, 699, 702) 
Caso Concreto 04 – Processo Civil II 
Marisa promove ação judicial de indenização por danos materiais e morais em face 
de Tinoco, seu vizinho. Segundo Marisa, Tinoco tem insistentemente atitude ilícita e 
desrespeitosa com seu animal preferido, um cavalo de estimaçãochamado "Ventania". 
Tais atitudes fez com que o mesmo ficasse em estado de grande agitação, vindo 
inclusive a se cortar na cerca da propriedade no último mês, o que gerou internação 
veterinária com cirurgia e medicamentos. Tinoco citado, não ofereceu contestação, o 
que foi certificado pelo cartório, conforme consta nos autos. Marisa, eufórica e, 
acompanhando seu andamento processual na internet, liga para seu advogado, informa 
da revelia e pergunta se com isso, o juiz irá proferir sentença de procedência do seu 
pedido. 
a) Sempre que houver Revelia, haverá procedência do pedido? 
b) Caso Tinoco tivesse oferecido Contestação alegando que apenas se defendia de 
Ventania, pois o animal ameaçava ataca-lo quando passava rente à cerca, qual deveria 
ser a atitude do Juiz? 
Resposta: 
a) Não, nem sempre. A revelia quando de natureza relevante conduz a uma 
presunção relativa de veracidade. O artigo 345, inciso IV diz que a revelia pode 
não produzir o efeito de presunção da veracidade se “as alegações de fato, 
formuladas pelo autor, forem inverossímeis ou estiverem em contradição com as 
provas constantes dos autos” com isso percebemos a relatividade da presunção 
de veracidade. 
b) Conforme previsão do art. 350, NCPC o réu alegando fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo em relação ao direito do autor este será ouvido dentro 
do prazo de 15 dias (réplica) e lhe será permitida a produção de provas. 
 
 
 O QUE ENTENDE A DOUTRINA SOBRE A QUESTÃO APRESENTADA: 
“Ora, se o réu é revel, não apresentou contestação válida, o juiz, em princípio, há de 
presumir verdadeiros todos os fatos narrados na petição inicial, e, se estes forem 
suficientes para o acolhimento do pedido, estará autorizado a julgar de imediato, 
conforme art. 355, II, do CPC. 
Sendo a presunção de veracidade dos fatos consequência assaz gravosa, o juiz deve 
aplicá-la com cuidado. Tal presunção não é absoluta, mas relativa, e sofre atenuações, 
que devem ser observadas. 
Disso decorre que a falta de contestação não levará sempre e automaticamente à 
procedência do pedido do autor. Há casos, por exemplo, em que a questão de mérito é 
exclusivamente de direito, e a falta de contestação não repercutirá diretamente no 
resultado. Além disso, é preciso que os fatos sejam verossímeis, possam merecer a 
credibilidade do juiz e não estejam em contradição com a prova constante dos autos. Ele 
não poderá, ao formar sua convicção, dar por verdadeiros os que contrariam o senso 
comum, ou que são inverossímeis. Em síntese, só dará por verdadeiros os fatos que não 
contrariarem a sua convicção, como expressamente dispõe o art. 20 da Lei n. 9.099/95, 
que pode ser aplicado aos processos em geral.” 
(Gonçalves, Marcos Vinícius Rios, Direito Processual Civil Esquematizado, 2020, 11. 
Ed., p. 715-716) 
Caso Concreto 05 – Processo Civil II 
Pablo exerceu seu direito de ação em face de Rodrigopara obter a rescisão contratual de 
determinado negócio jurídico firmado entre as partes. Na Petição Inicial Pablo afirma 
que Rodrigo descumpriu três cláusulas contratuais distintas, causando danos materiais e 
morais e por tais razões, não mais deseja manter o vínculo contratual, requerendo ainda, 
além de seu desfazimento, o pagamento de multa contratual prevista em cláusula 
específica. Junta apenas documentos comprobatórios e afirma não necessitar de outros 
meios para sustentar o alegado. Rodrigo devidamente citado oferece Contestação, 
reconhece o fato em que se funda a ação, mas aponta razões e fatos não informados por 
Pablo para tentar justificar seu comportamento contratual em não cumprir o previsto em 
apenas uma das cláusulas citadas, não se manifestando sobre as demais suscitadas na 
Petição Inicial. Requereu ainda depoimento pessoal e de testemunhas que poderão 
confirmar os fatos por ele narrados. Após a certificação da tempestividade da defesa 
apresentada, os autos vão conclusos ao juiz. Releia e interprete o texto acima para 
responder aos seguintes questionamentos: 
a) Caso o Juiz considere pertinente a defesa apresentada por Rodrigo será possível 
o julgamento antecipado do mérito? 
b) Caso o Juiz entenda que existe fato incontroverso poderá haver julgamento 
antecipado parcial do mérito. 
Resposta: 
a) Não é possível, pois o réu apresentando sua defesa conforme art. 350, NCPC é 
assegurado o prazo de 15 dias ao autor para que apresente sua réplica e junte 
novas provas. 
b) É possível desde que antecipadamente o magistrado assegure o prazo de 15 dias 
para o autor conforme previsão do art. 350. 
JURISPRUDÊNCIA: 
0111152-21.2018.8.19.0001 – APELAÇÃO 
 
Des(a). JDS MARIA CELESTE PINTO DE CASTRO JATAHY - Julgamento: 
27/11/2019 - VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL 
 
Apelação Cível. Direito do Consumidor. Ação Indenizatória por Danos Materiais e 
Morais. Cartão de débito com tecnologia de chip. Autor que alega a ocorrência de 13 
(treze) débitos indevidos em sua conta corrente, perpetrados por terceiros fraudadores, 
realizados na madrugada do dia 23/12 para 24/12/2007 e, concomitantemente, em cidades 
diversas em dois estados da federação; transações, essas, fora do perfil do autor. Sentença 
que julga parcialmente procedente o pedido para condenar a ré a pagar ao autor a quantia 
de R$ 10.000,00 (dez mil reais) pelos danos morais; R$ 4.859,18 (quatro mil, oitocentos 
e cinquenta e nove reais e dezoito centavos), de forma simples, referentes aos valores que 
foram descontados na conta bancária do autor e ao pagamento das custas e honorários de 
10% (dez por cento) sobre o valor da condenação. Recurso interposto pelo réu alegando 
preliminar de cerceamento de defesa, ante o julgamento antecipado da lide e, no mérito, 
postula a reforma integral da sentença para que sejam julgados improcedentes todos 
pedidos autorais. Subsidiariamente, requer seja reduzido o valor da indenização por 
danos morais. 1. Rejeição da preliminar de cerceamento de 
defesa. Julgamento antecipado da lide que encontra amparo na lei processual civil (art. 
355 do CPC). Juiz é o destinatário das provas (art. 370 do CPC) cabendo ao magistrado 
indeferir aquelas que forem inúteis ao deslinde da questão. Desnecessária a produção da 
prova oral, consubstanciada no depoimento pessoal do autor. 2. A questão versa sobre 
relação de consumo, enquadrando-se o autor na figura de consumidor e o réu na figura 
de fornecedor de produtos e serviços (artigos 2º e 3º do CDC). 3. Impossibilidade física 
de a mesma pessoa estar às 23:19 h na cidade de São Paulo; às 23:49 h na cidade de São 
Jose; à 01:17 h no Rio de Janeiro; às 05:06 h no Rio de Janeiro; às 08:34 h em São Paulo 
e às 10:58 h no Rio de Janeiro, tudo na madrugada no dia 23 para 24/12. 4. 
Responsabilidade objetiva. Fortuito Interno. Verbetes nº 94 da Súmula do TJRJ e 479 do 
STJ. Aplicável a Teoria do Risco do Empreendimento. Ademais, é notório que os cartões 
mesmo contendo chip, podem ser objeto de clonagem. 5. Ressarcimento dos valores 
descontados da conta corrente do autor, de forma simples, que se impõe. 6. Dano moral 
que não restou configurado. Mero aborrecimento da vida cotidiana. Ausência de mácula 
a direito da personalidade do autor. 7. Sentença parcialmente reformada para afastar a 
condenação por dano moral. Sucumbência recíproca. 8. PARCIAL PROVIMENTO DO 
RECURSO DO RÉU. 
 
 
Caso Concreto 06 – Processo Civil II 
André e Lívio figuram respectivamente como autor e réu em ação de cumprimento 
contratual que tem como objeto a prestação de serviços de manutenção de aparelhos de 
ar condicionado. O contrato foi firmado pelas partes e vinha sendo cumprido 
normalmente, até que em determinado mês, sem nenhuma razão específica, Lívio 
deixou de realizar o serviço. Após realizar duas notificações, André optou pelo Poder 
Judiciário para tentar resolver seu problema. O advogado de André distribuiu a petição 
inicial com a opção de não realizar audiência de conciliação ou mediação. Após a 
citação e apresentação de defesa, o Juiz determina a realização de Audiência de 
Instrução e Julgamento e intima as partes envolvidas. Releia e interprete o texto acima 
para responder aos seguintes questionamentos: 
a) Considerando que a audiência a ser realizada tem por finalidade instruir e 
proporcionar condições técnicas para o julgamento do Juiz, é possível ainda haver 
espaço para a conciliação ou mediação? 
b) O que significa dizer que a audiência de instrução e julgamento é una e indivisível ? 
Resposta: 
a) Podem. A mediação e a conciliação podem ser tentadas em qualquer tempo no 
momento em que o magistrado vislumbre a possibilidade de êxito. O art. 359, 
NCPC aborda que o juiz pode tentar conciliar as partes independentemente de 
outros métodos de solução consensual de conflitos empregados anteriormente. 
 
b) Conforme o art. 365, NCPC a audiência deve acontecer de forma ininterrupta, 
apenas podendo ser cindida em caráter excepcional com a concordância das 
partes e devidamente justificada. 
 
O QUE ENTENDE A DOUTRINA SOBRE A QUESTÃO APRESENTADA: 
“Não se trata, propriamente, de um requisito da inicial, mas da oportunidade que o autor 
tem de manifestar desinteresse na audiência inicial de tentativa de conciliação, que se 
realiza no procedimento comum, antes da contestação do réu. Essa audiência deve, 
obrigatoriamente, ser designada, salvo se o processo for daqueles que não admite 
autocomposição, ou se ambas as partes manifestarem desinteresse na sua realização. A 
inicial é a oportunidade que o autor tem para manifestá-lo. Mas ainda que ele o faça, o 
juiz deve designá-la, pois somente se o réu também o fizer, ela será cancelada. Ele deve 
fazê-lo por petição, apresentada com 10 dias de antecedência, contados da data marcada 
para a audiência. Se o autor silenciar a respeito de sua opção, presume-se que ele 
concorda com a realização, já que ela só não será marcada se o desinteresse for 
expressamente manifestado por ambas as partes (art. 334, § 2º).” 
(Gonçalves, Marcos Vinícius Rios, Direito Processual Civil Esquematizado, 2020, 11. 
Ed., p. 675) 
 
 
Caso Concreto 07 – Processo Civil II 
Raphael consulta Arthur (seu advogado de confiança) a respeito de uma questão jurídica 
envolvendo a compra de um veículo Zero Quilômetro que realizou recentemente, a 
menos de 3 (três) meses. O veículo apresenta defeitos que intermitentes, aparentemente 
relacionados à parte elétrica ou eletrônica do veículo. Rafael informa ao seu advogado 
que já tentou por todos os meios convencer os responsáveis da concessionária onde foi 
adquirido, assim como o próprio fabricante do problema. O máximo que conseguiu foi a 
marcação de mais uma visita e vistoria técnica do veículo e os resultados foram um 
gentil café em sala de espera refrigerada e a posição de que ele (Raphael) é quem 
deveria provar que o veículo está com problemas, pois, na vistoria, nadafoi detectado. 
Assim, Raphael pergunta ao advogado se é possível levar o caso ao Poder Judiciário, já 
que ele não tem como provar tecnicamente o defeito, pois é mero consumidor e não 
conhece de componentes técnicos do veículo. Raphael também informa que pesquisou e 
encontrou outros casos similares, onde pessoas naturais e jurídicas conseguiram provar 
o mesmo problema em seus veículos de mesma marca e modelo. Arthur tranquiliza 
Raphael e informa que irá requerer em Juízo as medidas processuais necessárias para a 
melhor e mais rápida defesa de seus interesses. Releia e interprete o texto acima para 
responder aos seguintes questionamentos: 
a) A quem incumbe, ordinariamente, o ônus da prova em juízo no processo civil 
brasileiro? 
b) É possível alguma inversão no caso concreto? 
Resposta: 
a) Ordinariamente o ônus da prova incumbe ao autor em relação ao fato 
constitutivo do seu direito (art. 373, I, NCPC). Porém no mesmo artigo, em seu 
inciso II verificamos a informação de que se a prova for referente a fato 
impeditivo, modificativo ou extintivo de direito o ônus é incumbido ao réu. 
 
b) Sim, é possível se aplicarmos o que prega o art. 6º, VIII, CDC que relata como 
um dos direitos básicos do consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, 
inclusive com a inversão do ônus da prova a seu favor, quando, a critério do 
juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as 
regras ordinárias de experiências. 
 
JURISPRUDÊNCIA: 
0248849-84.2018.8.19.0001 - APELAÇÃO 
Des(a). ODETE KNAACK DE SOUZA 
Julgamento: 28/01/2020 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO 
INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. 
INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO NÃO 
CONTRATADO. DESCONTOS INDEVIDOS NOS PROVENTOS DE 
APOSENTADORIA DO AUTOR. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. 
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. BANCO RÉU QUE NÃO SE 
DESINCUMBIU DE SEU ÔNUS PROBATÓRIO, NÃO DEMONSTRANDO 
A EXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU 
EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR, CONFORME ART. 373, II, DO 
CPC. AUSÊNCIA DE PRODUÇÃO DE PROVAS CABAIS QUANTO À 
ALEGAÇÃO DE FATO EXCLUSIVO DA VÍTIMA. EVENTUAL ATUAÇÃO 
DE TERCEIRO FRAUDADOR NÃO ISENTA O RÉU DO DEVER DE 
REPARAÇÃO, EIS QUE FRAUDES PRATICADAS POR TERCEIROS 
INTEGRAM OS RISCOS DO EMPREENDIMENTO NAS RELAÇÕES 
CONSUMERISTAS. SÚMULAS 479 DO STJ E 94 DO TJ/RJ. DANO 
MORAL CONFIGURADO. SITUAÇÃO QUE EXTRAPOLA O MERO 
ABORRECIMENTO. CONDUTA DA RÉ, QUE MANTEVE AS 
COBRANÇAS INDEVIDAS DE VALORES SEM A ADEQUADA 
COOPERAÇÃO ADMINISTRATIVA, GERA O DEVER DE INDENIZAR. 
TEORIA DA PERDA DO TEMPO ÚTIL. QUANTIA FIXADA QUE DEVE 
OBSERVAR AS ESPECIFICIDADES DO CASO, AS CONSEQUÊNCIAS DO 
EVENTO E A CAPACIDADE DAS PARTES. VALOR DE R$ 10.000,00 
(DEZ MIL REAIS) QUE ATENDE AOS PARÂMETROS DA 
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. SÚMULA Nº 343 TJ/RJ. 
PEQUENO AJUSTE NA SENTENÇA EM RELAÇÃO À DEVOLUÇÃO DA 
COBRANÇA INDEVIDA. RESTITUIÇÃO DE VALORES DEVE SER 
SIMPLES, E NÃO DOBRADA, EIS QUE NÃO SE CONFIGUROU A MÁ-FÉ, 
TAMPOUCO QUE AS REFERIDAS TRANSAÇÕES FORAM FEITAS PELO 
APELANTE, OU POR ALGUM DE SEUS PREPOSTOS. PRECEDENTE DO 
STJ. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 
 Caso Concreto 08 – Processo Civil II 
Carla está desesperada e conversa com Dra. Suzana (sua advogada) que a principal 
testemunha de seu caso e que deverá comparecer em audiência de instrução futura (mês 
seguinte) foi hospitalizada para passar por procedimento cirúrgico de alto risco em no 
máximo 3 (três) dias, conforme atestou o médico em documento próprio. Existe sério 
risco de morte, ou mesmo de vida com sequelas cerebrais diversas. O tempo de espera é 
apenas para os trâmites técnicos e administrativos para a cirurgia, pois trata-se de evento 
futuro e certo. Dra. Suzana lamenta o ocorrido com Carla, mas informa que nada pode 
fazer, pois o NCPC não prevê mais a medida cautelar existente no CPC/73, talvez no 
máximo peticionar nos autos informando do ocorrido e requerendo o adiamento da 
audiência para aguardar a melhor recuperação da testemunha enferma, ou mesmo 
conseguirem uma testemunha substituta. Releia e interprete o texto acima para 
responder aos seguintes questionamentos: 
a) Está correta a informação jurídica prestada pela Dra. Suzana? 
b) É possível que Atas Notariais possam atestar ou documentar a existência de fatos 
jurídicos materiais e servirem de meio probatório em Juízo? 
Resposta: 
a) Não. Embora correta a informação de que não mais existe a cautelar de produção 
antecipada de provas o novo CPC estabeleceu procedimento próprio para estes 
casos, conforme artigo 381, NCPC. 
b) Sim, o artigo 384, NCPC, estabelece a existência de atas notariais. 
O QUE ENTENDE A DOUTRINA SOBRE A QUESTÃO APRESENTADA: 
 
“A ata notarial é o documento lavrado por tabelião público, que goza de fé pública e que 
atesta a existência ou o modo de existir de algum fato. Para que o tabelião possa atestá-
lo, é necessário que ele tenha conhecimento do fato. Por isso, será necessário que ele o 
verifique, o acompanhe ou o presencie. Ao fazê-lo, deverá descrever o fato, 
apresentando as circunstâncias e o modo em que ele ocorreu, com as informações 
necessárias para que o fato seja esclarecido. A ata notarial não é a atestação de uma 
declaração de vontade, como são as escrituras públicas, mas de um fato cuja existência 
ou forma de existir é apreensível pelos sentidos (pela visão, pela audição, pelo tato etc.). 
Ela não é produzida em juízo, mas extrajudicialmente, com a atuação de um tabelião. 
No entanto, como ele goza de fé pública, presume-se a veracidade daquilo que ele, por 
meio dos sentidos, constatou a respeito da existência e do modo de existir dos fatos.” 
 
(Gonçalves, Marcos Vinícius Rios, Direito Processual Civil Esquematizado, 2020, 11. 
Ed., p. 789)

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