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RESPOSTA A ACUSACAO

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Prévia do material em texto

REPOSTA A ACUSAÇÃO
LEI 11.719/08
DENÚNCIA
RECEBIMENTO 
/ ABSOLVIÇÃO 
SUMÁRIA
RESPOSTA À 
ACUSAÇÃO
RESPOSTA A ACUSAÇÃO – 396 e 396-A CPP
Endereçamento
Qualificação
fatos
tese
pedidos
• ART 41 CPP X ART.395 CPP
➢casos especiais – OPORTUNIDADE PRÉVIA
✓ LEI 11.343/06 – ART.55 – POSSO PEDIR ABSOLVIÇÃO?
✓ART.514 CPP (crime funcional -CP, arts. 312/326) = “resposta 
preliminar” pelo STJ (veja a Súmula 330)
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/código-penal-decreto-lei-2848-40
art. 396 do CPP (art. 406, no rito do júri)
oferecimento 
da acusação
recebimento 
da denúncia
resposta à 
acusação
arts. 396 e 406 do
CPP,
juízo de 
absolvição 
sumária
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641920/artigo-396-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641920/artigo-396-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636447/artigo-406-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca...
“Juiz de Direito da... Vara do Júri”
JF (CF, art. 109)
“Juiz Federal da... Vara Criminal da Justiça Federal da 
Seção Judiciária...”
“Excelentíssimo” “Doutor”. ????
RÉU, já qualificado nos autos, vem, por seu advogado, oferecer RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fundamento
no artigo 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir expostas:
FGV. 
Esta Foto de Autor 
Desconhecido está 
l i cenciado em CC BY-
NC-ND
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/1148741/artigo-109-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641920/artigo-396-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
http://blogdcadep.blogspot.com/2014_01_01_archive.html
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/
I. Dos Fatos
De acordo com a denúncia, no dia 20 de julho de 2015, o denunciado subtraiu 03 (três) linguiças do 
“Supermercado Araújo”, conduta presenciada pelo gerente, Manoel, e por dois caixas, Francisco e José.
Logo após consumi-las, o Sr. Réu foi preso em flagrante por policiais militares que passavam em frente 
ao estabelecimento no momento da conduta.
Na delegacia, ao ser interrogado, afirmou que a subtração ocorreu porque estava com “muita fome” 
(fl...), e que “teria morrido” (fl...) caso não comesse imediatamente.
O Ministério Público, então, ofereceu denúncia em seu desfavor, com fundamento no 
artigo 155 do Código Penal.
Observação: não perca tempo com o tópico “dos fatos”, pois não vale ponto. Limite-se a um resumo do 
enunciado, com menção ao que realmente importar para a peça.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619836/artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/código-penal-decreto-lei-2848-40
II. Do Direito
No entanto, a acusação não merece prosperar, pois falta justa causa, conforme exposição a seguir:
a) Preliminar
Da nulidade do recebimento da petição inicial: como se vê, o acusado praticou o fato amparado por causa de 
exclusão da ilicitude – estado de necessidade, prevista no artigo 24 do Código Penal -, visto que a subtração 
se deu como última medida para evitar a morte por inanição. Destarte, a denúncia não poderia ter sido 
recebida, com fundamento no artigo 395, III, do Código de Processo Penal.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637299/artigo-24-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/código-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642160/artigo-395-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642041/inciso-iii-do-artigo-395-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
b) Mérito
Além disso, ainda que recebida a petição inicial, deve ser absolvido sumariamente o denunciado. Como já 
exposto, a conduta foi praticada com amparo em causa de exclusão da ilicitude, sendo imperiosa a absolvição 
sumária, com fundamento no artigo 397, I, do Código de Processo Penal.
Ademais, é inegável que a conduta se deu nos moldes do instituto da insignificância, causa de atipicidade 
material da conduta, devendo o denunciado ser absolvido nos termos do art. 397, III, do Código de Processo 
Penal.
Observações: a FGV não exige a divisão em tópicos 
(preliminar, mérito etc.).
É preciso transcrever dispositivo????
alegue tudo o que for de interesse da defesa, ainda que 
pareça absurdo !!! 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641837/artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641786/inciso-i-do-artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641837/artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641724/inciso-iii-do-artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
III. Do Pedido
Diante do exposto, o réu requer a rejeição da petição inicial, com fundamento no art. 395, III, do Código de 
Processo Penal. Caso, no entanto, Vossa Excelência mantenha o recebimento, requer a absolvição sumária do 
réu, com fundamento no art. 397, incisos I e III, do Código de Processo Penal, em virtude do estado de 
necessidade e do princípio da insignificância. Por derradeiro, caso os pedidos não sejam acolhidos, pede a 
intimação das testemunhas ao final arroladas.
O PEDIDO É PROJETO DE QUE ?????
CUIDADO !!!!!!!! - FAÇA REACUNHO
Pede deferimento.
Comarca..., data...
Advogado,
OAB/..., n...
CRIATIVIDADE = ANULAÇÃO !!!!!!!!!!
Observação: em resposta, a FGV sempre cobra o rol de testemunhas ao 
final da peça. Não se esqueça!
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642160/artigo-395-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642041/inciso-iii-do-artigo-395-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641837/artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641786/inciso-i-do-artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641724/inciso-iii-do-artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
João, buscando saciar sua fome, subtrai uma coxinha da padaria “Pão da Manhã”. O fato foi presenciado por 
Maria e José. O MP o denunciou pela prática do crime de furto. Citado, João procura um advogado para 
defendê-lo.
No exemplo, duas teses estão bem claras: o estado de necessidade e o princípio da insignificância, causas de 
absolvição sumária, nos termos do art. 397, I e III. Ademais, como o problema menciona duas testemunhas, 
o examinando deve arrolá-las. Fácil, né? Contudo, é possível torná-lo mais difícil:
João, buscando saciar sua fome, dirige-se a casa de sua mãe e subtrai um saco de arroz e um de feijão. O 
fato foi presenciado por Maria e José. Em inquérito policial, ao ser ouvido, João confessou a prática da 
conduta, mas afirmou que, no dia anterior, havia deixado um saco de arroz na casa de sua mãe, e 
imaginou que estava, em verdade, apropriando-se do saco de arroz que o pertence. Ademais, disse ter 
subtraído o feijão porque sua mãe lhe deve a quantiade R$ 10,00. O MP o denunciou pela prática do 
crime de furto. Citado, João procura um advogado para defendê-lo.
O exemplo é absurdo, mas demonstra o quanto a peça pode se tornar complexa: 1ª tese: escusa absolutória, 
do art. 181, I, do CP; 2ª tese: estado de necessidade (CP, art. 24); 3ª tese: incidência do princípio da 
insignificância; 4ª tese: erro de tipo (CP, art. 21); 5ª tese: nulidade no recebimento da inicial, com 
fundamento no art. 395, III, do CPP; 6ª tese: desclassificação do crime de furto (CP, art. 155) para o de 
exercício arbitrário das próprias razões (CP, art. 345). Além disso, também devem ser arroladas as 
testemunhas Maria e José.
Considerando que o tempo de prova é curto, não me surpreenderia se alguém dissesse ter gasto duas ou três 
horas para a elaboração da peça acima. Ainda bem, a FGV não costuma pedir tantas teses de defesa ao 
mesmo tempo. No entanto, caso caia resposta à acusação, esteja preparado para enfrentar várias teses de 
defesa.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10615513/artigo-181-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10615480/inciso-i-do-artigo-181-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/código-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/código-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637299/artigo-24-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/código-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637584/artigo-21-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642160/artigo-395-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642041/inciso-iii-do-artigo-395-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/código-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619836/artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/código-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10595483/artigo-345-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
• FIUNDAMENTAÇÃO
art. 396 do CPP, e não no 396-A – no rito do júri, ela está 
no art. 406.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641920/artigo-396-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636447/artigo-406-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
Teses: as principais teses estão no art. 397 do CPP, que prevê a absolvição sumária do acusado. Caso 
caia resposta na segunda fase, asseguro: o gabarito pedirá mais de um dos incisos. Exemplo: o 
enunciado descreve um caso em que há legítima defesa e prescrição. Nesta hipótese, você deverá pedir 
a absolvição do réu com fundamento no art. 397, I e IV. Caso os dois incisos não sejam mencionados 
pelo examinando, a pontuação será parcial.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641837/artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
Pedido de rejeição da inicial: como vimos lá no começo, a resposta à acusação é a peça cabível
após o recebimento da petição inicial. Portanto, em tese, não seria possível pedir a rejeição da petição
inicial, como ocorre com a defesa prévia da Lei de Drogas. No entanto, veja o seguinte julgado do
STJ, publicado no informativo de n. 522: “O fato de a denúncia já ter sido recebida não impede o
juízo de primeiro grau de, logo após o oferecimento da resposta do acusado, prevista nos
arts. 396 e 396-A do CPP, reconsiderar a anterior decisão e rejeitar a peça acusatória, ao constatar a
presença de uma das hipóteses elencadas nos incisos do art. 395 do CPP, suscitada pela defesa.”.
Portanto, caso o enunciado traga hipótese de não recebimento da petição inicial, nos termos do
art. 395 do CPP, não deixe de alegá-la em sua resposta à acusação.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641920/artigo-396-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003939/artigo-396a-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642160/artigo-395-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642160/artigo-395-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
Exceções: as exceções estão no art. 95 do CPP: a) suspeição; b) incompetência; c) litispendência; d)
ilegitimidade da parte; e) coisa julgada. Segundo o art. 396-A, § 1º, as exceções devem ser processadas em
apartado. Portanto, deve o advogado oferecer a resposta e, separadamente, a petição da exceção. Por esse
motivo, não há razão para alegar, no corpo da resposta à acusação, tese de litispendência, por exemplo.
Na OAB, jamais será pedido para que o examinando elabore as duas peças em uma mesma prova. Então,
como proceder caso o problema deixe bem claro que se trata de uma resposta, mas também traga teses de
exceção? Elabore a resposta à acusação e, em seu corpo, alegue as teses que deveriam ser abordadas na
petição da exceção. É errado, mas é a melhor solução. Caso isso ocorra, penso que, em recurso, seja
possível reverter a situação. Mas, como não queremos confusão, faremos dessa forma, tá?
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10671471/artigo-95-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
Nulidades: as nulidades estão no art. 564 do CPP, e podem ser alegadas em resposta. Ressalto, 
contudo, que, neste caso, o leitor não pedirá a absolvição, mas a anulação do ato viciado.
Desclassificação: o STJ tem aceito que o magistrado altere a classificação do crime no momento do 
recebimento da denúncia. Portanto, é possível, em resposta, pedir a desclassificação de um crime para 
outro – por exemplo, de homicídio para lesão corporal.
Competência: a peça deve ser endereçada ao juiz da causa. Fique atento à competência do júri, pois 
a fundamentação da peça é diferente – art. 406 do CPP –, e aos crimes que devem ser julgados pela 
Justiça Federal – veja o art. 109 da CF.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10620716/artigo-564-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636447/artigo-406-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/1148741/artigo-109-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
Prazo: o prazo é de 10 dias, contado da citação do réu, e não da juntada do mandado aos autos. 
Como se trata de prazo processual, se o último dia cair em um feriado ou final de semana, deve ser 
prorrogado para o primeiro dia útil seguinte. Ademais, deve ser ignorado o primeiro dia, como em 
qualquer prazo processual. Exemplo: se citado no dia 20, o prazo deve ser contado a partir do dia 
21, tendo por fim o dia 30. A OAB costuma pedir para que o examinando informe, ao final da peça, 
o último dia de prazo.
Obrigatoriedade: a ausência de resposta à acusação é causa de nulidade do processo. Prova disso é o
art. 396-A, § 2º, que assim determina: “Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado,
citado, não constituirdefensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos
por 10 (dez) dias.”. Esta hipótese acontece bastante na prática. O réu é citado, não oferece a resposta e o
defensor público a oferece em seu lugar. Evidentemente, a atuação do defensor é bastante limitada,
pois, em regra, ele não tem contato com o réu para a elaboração de uma boa defesa – a não ser que o réu
o procure. Em alguns estados, os mandados de citação têm exigido que o oficial de justiça questione o
réu a respeito de testemunhas, para que o defensor possa arrolá-las. Ainda sobre o tema, um
interessante julgado do STJ: “Diante da ausência de previsão legal que ampara pedido de defensor
público de requisição do acusado preso para entrevista com finalidade de formular a resposta à
acusação (Art. 396, Código de Processo Penal - CPP), é correto o indeferimento do pleito pelo
magistrado.” (RHC 48873/RJ).
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641920/artigo-396-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
2.6. Citação por edital: caso o réu seja citado por 
edital, o processo permanecerá suspenso até que ele 
compareça em juízo ou constitua advogado, não devendo 
o juiz abrir prazo para o oferecimento de resposta à 
acusação – veja o art. 366 do CPP.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645869/artigo-366-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41
DEFESA PRELIMINAR
• EXEMPLO A SEGUIR
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XXA VARA CRIMINAL DA COMARCA DA
CAPITAL/XX
Processo nº
XXXXXXXXXXXXX.
Controle nº XXX/XX.
ELAINE MARIA MARTA, já qualificada nos autos do processo em epígrafe que lhe endereça a Justiça
Pública, por seu advogado subscritor, vem respeitosamente ante a ilustre presença de Vossa Excelência nos termos do artigo 514 do CP apresentar sua
DEFESA PRELIMINAR expondo e requerendo o quanto segue:
A Ré foi denunciada como incursa nas sanções do artigo 2000000 parágrafo único combinado com o artigo 71 e artigo 317 § 1o ambos inúmeras
vezes c. c o artigo 71, todos do Código Penal em concurso material,, pois esta sendo injustamente acusada de fazer inserir em documentos públicos,
de forma continuada, declaração falsa ou diversa da que deveria ser inserida, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação, alterando a verdade
sobre fato juridicamente relevante.
Consta ainda que no mesmo período e local, a denunciada costumava solicitar e receber para si em razão da
função que desempenhava no DETRAN, de forma continuada, vantagens indevidas, praticando ato de ofício infringindo dever funcional.
Segundo consta, Elaine é funcionária pública e à época dos fatos prestava serviços na divisão de registro e licenciamentos do DETRAN, setor de
desbloqueio de multas, possuindo códigos de usuário. Ao que se apurou, mediante contraprestação em dinheiro, paga por despachantes, proprietários
e ex proprietários de veículos, a denunciada desbloqueava provisoriamente nos cadastros de veículos, débitos de multas e IPVA, apagando referidos
registros do sistema, indevidamente, possibilitando o licenciamento do automotor, como se referidos débitos tivessem sido regularmente quitados. Em
suma, inseria declarações falsas nos cadastros de veículos, apagando indevidamente registro de débitos, a fim de possibilitar licenciamento naquele
ano, recebendo vantagens indevidas pela prática do ato criminoso. Indica a denúncia que inúmeros foram os desbloqueios criminosos e que somente no
mês de agosto de 1.000000000, a denunciada realizou 28.861 desbloqueios de débitos, sendo que 1000.455 retornarem ao sistema por não
acusarem o respectivo pagamento, ocasionando um prejuízo da ordem de R$ 2.130.375,61. A denúncia salienta também que, à época dos fatos, a
denunciada recebia salário líquido inferior a quatrocentos reais, contudo, apresenta movimentação bancária absolutamente incompatível com seus
vencimentos, registrando inúmeros depósitos em diversas contas, alguns de altos valores, em vários dias do mês, produto de corrupção, juntando aos
autos cópias de extratos bancários e de cheques nominais.
MM. Juiz
A Denúncia é inepta e não deve ser recebida.
Urge salientar que narra fatos, cujos indícios, inexistem nos autos. Quando do oferecimento da denúncia, já
havia prova certa de que a Ré jamais teria qualquer qualificação ou possibilidade técnica para desbloquear qualquer pagamento de Imposto
(IPVA), sendo que tal tarefa somente pode ser realizada por funcionários da própria Secretaria da Fazenda que nada têm haver com o
DETRAN, portanto leviana e ilegal a acusação e não poderá ser recebida sob pena de verdadeiro constrangimento ilegal.
É também dos autos, amplo convencimento de que a Ré somente fazia cumprir ordem emanada de autoridade superior, através do
Manual de Procedimentos do DETRAN, que a obrigava a desbloquear temporariamente as multas sem que pudesse arquivar qualquer guia de
multa apresentada por usuários e despachantes e por verdadeiros quadrilheiros, falsificadores de guias com
autenticação mecânica bancária fraudulenta, conforme se comprova pela juntada do aludido manual e cópias de
diversas reportagens.
A Administração Pública através da Implantação do MANUAL DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS, implantado pela
Portaria nº 1.057 de 10/12/0007, criou e implantou um sistema falho repassando aos funcionários, responsabilidades que jamais deveriam ser
suportadas por eles, não podendo se eximir em admitir os erros existentes, conforme passamos a narrar.
Os Procedimentos constantes do presente manual, mais especificamente às fls. 54 no item 5.2 que versa sobre o desbloqueio, dão conta de
que por força do cumprimento das ordens exaradas pela Administração Pública, aos acusados em processos da espécie do presente, NÃO FOI
ASSEGURADO O DIREITO DE REUNIR PROVA A SEU FAVOR, uma vez que não POSSIBILITAVA aos funcionários,
a oportunidade de exigir cópia das guias de infração para o arquivamento e posterior apresentação em caso de dúvida. Este fato, na verdade é que
propiciou o surgimento de verdadeiras quadrilhas de falsificadores de multas.
ATENTO JULGADOR
O citado dispositivo determinava:
5.2 desbloqueio
O desbloqueio é uma estratégia utilizada para possibilitar a conclusão de procedimentos como licenciamentos transferências e outros. O ato de
desbloqueio não garante a baixa completa e definitiva da multa. Portanto é preciso guardar o comprovante de pagamento da multa para eventuais
consultas posteriores.
Procedimento
Apresentar original da multa devidamente quitada (paga) no Setor de Desbloqueio. Este serviço é isento de taxa.
Neste contexto, é possível verificar que a ordem foi emanada para “permissa venia” – TAPAR OS BURACOS DO SISTEMA.
A expressão “O ato de desbloqueio não garante a baixa completa e definitiva da multa. Portanto é preciso guardar o comprovante de
pagamento da multa para eventuais consultas posteriores” é altamente esclarecedora no sentido de apontar as falhas do sistema geral de recolhimentos
de multas do Estado, englobando:
a) O Sistema Bancário que não informava à Fazenda o Recebimento da Multa.
a) As falhas no sistema de computação da PRODESP que não se encontravam compilados e alinhados, quer com o sistema bancário, quer com a
Secretaria da Fazenda.
a) Absurdamente determina que os próprios usuários (inclui-se aqui os falsificadores de guia), deveriam guardar os comprovantes da multas para
eventuais consultas posteriores.
a) Os funcionários, diga-se, todos que foram designados para prestar serviços naquela unidade de desbloqueio ficavam à mercê de um sistema infeliz e
inadequado sem qualquer chance de fazer prova documental de que desbloqueavam multas mediante apresentação de guias fraudulentas.
Portanto, a acusação levada a termo pela denúncia, padece de justacausa e não pode prosperar, reiterando, desta forma seja r ecusada a exemplo de 
como já foi decidido pela Justiça no processo penal n. 050.00.045271-8 controle 154/01 da 30a Vara Criminal deste Foro 
Criminal em caso em que em tudo se assemelha ao presente, conforme demonstra a inclusa denúncia e R. sentença, já transitada em julgado.
Douto Magistrado
O Dr. Delegado de Polícia Diretor do DETRAN expediu o Ofício Circular n. 003/2000-GD, cuja juntada se
REQUER, para a demonstração da inequívoca falha no Sistema cuja transcrição segue abaixo:
Comunico a Vossa Senhoria que o núcleo de informática deste Departamento ao efetuar um
rastreamento em toda a rede do DETRAN, constatou que alguns computadores estão com a opção de compartilhamento em
aberto, possibilitando o acesso a todos os arquivos e até mesmo a sua violação ou exclusão. (nossos grifos).
Desta forma, solicito atenção especial de todos e, colocando os técnicos do nosso núcleo à disposição
para informações, inclusive no que tange a estes problemas constatados.
No esforço de entregar à Vossa Excelência a mais ampla certeza sobre a facilidade encontrada
tanto por particulares como por despachantes em desbloquear multas mediante a apresentação de
guias fraudulentas, REQUEREMOS neste ato a juntada de vários Ofícios expedidos pela
Diretoria do DILI à Divisão de Crimes de Trânsito DCT, demonstrando a frágil situação dos
funcionários do setor de desbloqueio que ficavam à mercê de quadrilhas de falsificadores.
A guisa de ilustração verifica-se pelos documentos ora juntados, que usuários particulares chegavam a ser abordados e se evadiam do 
local deixando para traz a documentação, como também se comprova a existência de inúmeros despachantes que 
entregavam aos funcionários guias falsas com a maior desfaçatez, colocando-os em difícil situação, tudo com a 
permissão da Administração Pública que implantou o equivocado sistema. 
MM. Juiz
Esta farta documentação é capaz de comprovar que os 
dados meramente estatísticos com os quais o Ministério Público pretende demonstrar a autoria do delito, estão 
completamente equivocados, não havendo justa causa para recebimento da Denúncia.
Complementando as elucidativas alegações dos testemunhos supra, referendando seu inteiro teor. Em breve 
diligência à Divisão de Crimes de Trânsito do DETRAN, foi possível obter junto à 2a Delegacia da Divisão de Crimes 
de Trânsito (DCT), as cópias de algumas das inúmeras reportagens que noticiam a existência de pessoas e 
quadrilhas responsáveis pela falsificação de documentos e autenticações mecânicas, com apreensão de farto 
material destinado a esta finalidade, REQUERENDO a este Digno Juízo, a juntada aos presentes autos das cópias 
das reportagens colecionadas pela Divisão de Crimes de Trânsito e mais aquelas conseguidas diretamente, 
esclarecendo os fatos e demonstrando a cristalina inocência da funcionária e a ausência de indícios veementes de 
autoria e materialidade que autorizem o recebimento da denúncia.
Assim, impossível deitar culpa à funcionária, uma vez que é ampla a possibilidade de desbloqueio 
através de autenticações “frias”, sendo notória a presença de verdadeiras quadrilhas atuando dentro do DETRAN, 
conforme noticiado e comprovado.
Aliás as testemunhas que prestaram depoimentos durante a fase inquisitorial, com caráter altamente 
elucidativo, demonstram, não só terem sido vítimas das evidentes falhas no sistema, como também são unânimes 
em apontar a notoriedade da falsificação de documentos utilizados por quadrilheiros no interior do DETRAN de São 
Paulo.
Diante do exposto, com o costumeiro respeito REQUER à Vossa Excelência se digne a rejeitar a denúncia, por absoluta
ausência de justa causa para o prosseguimento do feito, inexistindo indícios suficientes de autoria e materialidade a justificar um
processo penal em face da funcionária, sendo esta, medida de inteiro direito.
Termos em que,
P. J e Deferimento.
São Paulo, ... de ............... de ..............
Lucas Gomes Gonçalves
OAB/SP 112.348
Gabriela, nascida em 28/04/1990, terminou relacionamento amoroso com Patrick, não mais suportando as agressões
físicas sofridas, sendo expulsa do imóvel em que residia com o companheiro em comunidade carente na cidade de
Fortaleza, Ceará, juntamente com o filho do casal de apenas 02 anos. Sem ter familiares no Estado e nem outros
conhecidos, passou a pernoitar com o filho em igrejas e outros locais de acesso público, alimentando- se a partir de
ajudas recebidas de desconhecidos. Nessa época, Gabriela fez amizade com Maria, outra mulher em situação de rua que
frequentava os mesmos espaços que ela.
No dia 24 de dezembro de 2010, não mais aguentando a situação e vendo o filho chorar e ficar doente em razão da
ausência de alimentação, após não conseguir emprego ou ajuda, Gabriela decidiu ingressar em um grande
supermercado da região, onde escondeu na roupa dois pacotes de macarrão, cujo valor totalizava R$18,00 (dezoito
reais). Ocorre que a conduta de Gabriela foi percebida pelo fiscal de segurança, que a abordou no momento em que ela
deixava o estabelecimento comercial sem pagar pelos bens, e apreendeu os dois produtos escondidos.
Em sede policial, Gabriela confirmou os fatos, reiterando a ausência de recursos financeiros e a situação de fome e risco
físico de seu filho. Juntado à Folha de Antecedentes Criminais sem outras anotações, o laudo de avaliação dos bens
subtraídos confirmando o valor, e ouvidos os envolvidos, inclusive o fiscal de segurança e o gerente do supermercado, o
auto de prisão em flagrante e o inquérito policial foram encaminhados ao Ministério Público, que ofereceu denúncia em
face de Gabriela pela prática do crime do Art. 155, caput, c/c Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, além de ter
opinado pela liberdade da acusada.
O magistrado em atuação perante o juízo competente, no dia 18 de janeiro de 2011, recebeu a denúncia oferecida pelo
Ministério Público, concedeu liberdade provisória à acusada, deixando de converter o flagrante em preventiva, e
determinou que fosse realizada a citação da denunciada. Contudo, foi concedida a liberdade para Gabriela antes de sua
citação e, como ela não tinha endereço fixo, não foi localizada para ser citada.
No ano de 2015, Gabriela consegue um emprego e fica em melhores condições. Em razão disso, procura um advogado,
esclarecendo que nada sabe sobre o prosseguimento da ação penal a que respondia. Disse, ainda, que Maria, hoje
residente na rua X, na época dos fatos também era moradora de rua e tinha conhecimento de suas dificuldades. Diante
disso, em 16 de março de 2015, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil em todo o país, Gabriela e o advogado
compareceram ao cartório, onde são informados que o processo estava em seu regular prosseguimento desde 2011, sem
qualquer suspensão, esperando a localização de Gabriela para citação.
Naquele mesmo momento, Gabriela foi citada, assim como intimada, junto ao seu advogado, para apresentação da
medida cabível. Cabe destacar que a ré, acompanhada de seu patrono, já manifestou desinteresse em aceitar a proposta
de suspensão condicional do processo oferecida pelo Ministério Público.
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de advogado(a) de Gabriela, a peça jurídica cabível, diferente
do habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas de direito material e processual pertinentes. A peça deverá ser
datada no último dia do prazo.
• ART.396 E/OU 396-A
• EXTINÇÃO DA PUNIBLIDADE – ART. 115 CP
• FURTO SIMPLES – 4 ANOS X 8 ANOS (ART.109, IV CP) => ½
• ÚLTIMO MARCO INTERRUPTIVO – 11 DE JANEIRO DE 2011 => 107,IV 
CP => ART.397, IV
• ATIPICIDADE
• EXCLUDENTE DE ILICITUDE ?? ART.24 CP + 397 ,I CPP.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIME DE SÃO LUIS-MA.
Processo n. ...
Gabriela, devidamente qualificada nos autos da ação em epígrafe, vem, muito respeitosamente diante de
Vossa Excelência, atravésde seu advogado infrafirmado, com procuração em anexo, oferecer RESPOSTA
À ACUSAÇÃO, com base nos arts. 396 ou 396-A do Código de Processo Penal, pelos fatos e
fundamentos jurídicos a seguir expostos:
1. DOS FATOS
Narra a denúncia que no dia 24.12.2010 Gabriela, então com 20 anos de idade, ingressou em um grande
supermercado da região e escondeu na roupa dois pacotes de macarrão, cujo valor totalizava R$ 18,00
(dezoito reais). Ocorre que a conduta de Gabriela foi percebida pelo fiscal de segurança, que a abordou no
momento em que ela deixava o estabelecimento comercial sem pagar pelos bens, e apreendeu os dois
produtos escondidos.
Em sede policial, Gabriela confirmou os fatos, reiterando a ausência de recursos financeiros e a situação de
fome e risco físico de seu filho. Juntado à Folha de Antecedentes Criminais sem outras anotações, o laudo de
avaliação dos bens subtraídos confirmando o valor.
Por tais razões, Gabriela foi denunciada pelo Ministério Público pela prática do crime do Art. 155, caput, c/c Art.
14, inciso II, ambos do Código Penal.
A denúncia foi recebida em 18.01.2011, entretanto, como ela não tinha endereço fixo, não foi localizada
para ser citada, sendo que o processo prosseguiu regularmente sem suspensão esperando a
localização de Gabriela para citação.
Gabriela compareceu no cartório no dia 16.03.2015, sendo consequentemente citada bem como
intimada para o oferecimento da resposta à acusação.
2. DAS PRELIMINARES
a) Da prescrição
Narra a denúncia que o fato imputado para Gabriela foi praticado em 24.12.2010, sendo que nesta data Gabriela
contava com 20 anos de idade, ou seja, menor de 21 anos de idade. O crime imputado à ré foi de furto simples,
com pena máxima cominada em 04 anos. Nos moldes do art. 109, IV, do Código Penal, os crimes cujas penas
máximas não excedem quatro anos prescrevem em 08 anos.
Ocorre que a ré à data do fato era menor de 21 anos de idade, e nas esteiras do art. 115 do Código Penal, o
prazo prescricional é reduzido pela metade quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e
um) anos. Desta forma, deve ser reconhecido que o crime imputado a Gabriela encontra-se prescrito, pois entre
a data do recebimento da denúncia (18.01.2011) e a data em que ela foi citada (16.03.2015) transcorreu lapso
temporal de mais de quatro anos, devendo ser declarada a extinção da sua punibilidade (art. 107, IV, do Código
Penal).
Assim, verificada a extinção de punibilidade em decorrência da prescrição, com base no art. 397, IV, do Código
de Processo Penal, deve o magistrado absolver sumariamente a ré.
3. DO MÉRITO
a) Do princípio da insignificância
Imperioso reconhecer que diante do valor dos bens subtraídos (dezoito reais) e do contexto do delito cometido
há a ocorrência do princípio da insignificância na ação delituosa da ré. Os requisitos elencados pelo Supremo
Tribunal Federal que fundamentam a aplicação do princípio da insignificância se encontram presentes na
situação, quais sejam, ausência da periculosidade social da ação, mínima ofensividade da conduta do agente,
ínfimo grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica causada. Gabriela agiu
motivada por não mais aguentar ver o filho chorar e ficar doente em razão da ausência de alimentação, o bem
subtraído foi restituído ao estabelecimento comercial. Além do mais, dois pacotes de macarrão jamais
ensejariam dano a uma grande rede de supermercado.
Sabe-se que a conduta da ré amolda-se ao tipo penal do furto, previsto no art. 155 do Código Penal. A
tipicidade ramifica-se em formal e material. A tipicidade formal é aquela conduta que se subsume ao tipo
penal. Gabriela subtraiu coisa alheia móvel, logo sua conduta é formalmente típica. A tipicidade material é
quando há efetiva lesão ao bem jurídico protegido pela norma penal, o que não se vislumbra na conduta de
Gabriela. Assim, há de se reconhecer que sua conduta foi atípica, não houve infração penal, devendo ser
absolvida sumariamente com base no art. 397, III do Código de Processo Penal.
b) Do estado de necessidade
Na conduta de Gabriela, há uma causa manifesta de exclusão de ilicitude, qual seja, o Estado de
Necessidade (art. 23, I, do Código Penal). Dispõe o art. 24 do Código Penal que se considera em estado de
necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia
de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
É de claridade cristalina que Gabriela não provocou por sua vontade a situação de fome e risco físico de
seu filho, sendo que ela ao terminar o relacionamento amoroso com Patrick, por não mais suportar as
agressões físicas sofridas, foi expulsa do imóvel que residia em comunidade carente. Ao ser expulsa com
seu filho, que à época do fato tinha dois anos de idade, pernoitava em igrejas e outros locais de acesso
público, alimentando-se a partir de ajudas recebidas de desconhecidos. Não possuía familiares no Estado
nem outros conhecidos. Dessa forma, não tendo a quem recorrer para ajudá-la com alimentos e sem
conseguir emprego, a sua situação se tornou de tal forma extrema que não era razoável exigir de Gabriela
que sacrificasse a integridade física de seu filho a fim não causar lesão de ínfimo valor a uma grande rede
de supermercado. Maria, sua amiga que também era moradora de rua, tinha todo o conhecimento de suas
necessidades.
Assim, deve ser a ré ser absolvida com base no art. 397, I, do Código de Processo Penal.
5. PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer:
a) absolvição sumária da ré com base no art. 397, IV, do Código de Processo Penal, em decorrência da
prescrição.
b) absolvição sumária da ré com base no art. 397, III, do Código de Processo Penal, em decorrência do
princípio da insignificância;
c) absolvição sumária da ré com base no art. 397, I, do Código de Processo Penal, em decorrência do
estado de necessidade;
d) arrolamento e intimação da testemunhaMaria.
Nestes termos,
Pede deferimento
São Luis - MA, 17 de agosto de 2020
Advogado
Número da OAB.
ROL DE TESTEMUNHAS:
1. Maria, residente na rua X

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