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Relatório de Leitura Aula 11 - FLH0429 - Rodrigo Neto - 9318629 - Documentos Google

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Relatório de Leitura - Aula 11 
 Rodrigo Spinola Costa Neto. Nº USP 9318629. Noturno 
 Texto: DESCOLA, Philippe. A selvageria culta. In: A outra margem do ocidente, pp. 
 107-124. (Disponível em: https://artepensamento.com.br/item/a-selvageria-culta/ ) 
 “Cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós”, afirmou Bolsonaro em 
 coletiva sobre a nova gestão do Conselho da Amazônia. Retoma-se aqui Philippe 
 Descola e sua obra A selvageria culta . Descola buscou em seu texto explorar a 
 incapacidade do europeu colonizador de compreender a composição e vida social 
 dos Ameríndios do Sul e a partir desta, a construção de uma concepção de que o 
 indígena foram “expulsos da cena da humanidade”, nas palavras do autor. Com 
 isso, a fala do presidente ganha caráter preconceituoso e segue exatamente o que 
 fora levantado por Phillipe. 
 Ao longo do texto, o autor se valeu de diversas linhas argumentativas para 
 compreender a construção deste imaginário coletivo e ocidental que se estruturou 
 frente às comunidades ameríndias. O europeu “espanta-se” com a configuração 
 social (ou sua ausência, uma vez que valendo-se de seus princípios não desvenda 
 a complexidade comunitária nativa) do Índio, porém, não nega sua humanidade, por 
 ser humano que o é. Desta lógica se desenvolve o nome da obra; entendida por 
 Selvageria o caráter animalesco do ameríndio, destacando essa bestialidade que 
 promove guerras, movida por motivos desconhecidos ao europeu, e com todos seus 
 ritos antropofágicos; porém culta , resgatando então seu caráter humano, 
 destacando então essa dualidade do homem-selvagem. Por outro lado, o autor visa 
 não apenas explorar (e criticar) as correntes de pensamento sobre a estruturação 
 social ameríndia, mas também trazer visões que auxiliam na compreensão da vida 
 social dos nativos americanos. O ameríndio não é uma besta em forma humana, 
 mas sim sujeito de uma comunidade horizontal e em harmonia com a natureza, 
 estabelecendo um equilíbrio entre elementos humanos e não-humanos, como parte 
 de um único corpo. O autor destaca o papel indígiena em diversos aspectos, como 
 culturais, produções de gêneros agrícolas e preservação ambiental. E em oposição, 
 expõe outro dualismo, a incapacidade do homem ocidental moderno de 
 harmonizar-se com a natureza, lidando com essa de forma predatória e destrutiva. 
https://artepensamento.com.br/item/a-selvageria-culta/

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