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1 A importância da prática do exercício físico para um envelhecimento saudável Daniel Magno Lopes da Silva Prof. Rinaldo Adriano de Oliveira Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso (TURMA: EFL1160) – Trabalho de Graduação 28/10/2021 RESUMO Ao passar do tempo vem se tornado comum que o ser humano sobreviva até a terceira idade, porém geralmente com uma saúde delimitada, esse fator tem preocupado os órgãos responsáveis pela saúde e segurança do idoso. O presente trabalho trata-se de uma pesquisa explicativa com estudos embasado em uma revisão bibliográfica afim de mostrar as debilitações causadas pelo processo do envelhecimento, e diante dos dados da pesquisa, apontar a prática de atividade física regular e de maneira correta como uma das principais aliada na prevenção ou tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, proporcionando uma independência funcional, saúde e bem-estar ao idoso. Palavras-chave: envelhecimento, benefícios da atividade física, exercício físico e saúde. INTRODUÇÃO O envelhecimento, antes considerado um fator não muito comum, hoje faz parte da realidade da maioria das sociedades, a organização mundial de saúde (OMS) define como idoso todo indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos para países em desenvolvimento, ou a partir dos 65 anos em nações desenvolvidas, essa definição é influenciada por estudos que investigam duas teorias distintas para os aspectos do envelhecimento, em Shumway-Cook e Woollacott (2003), entendemos que o envelhecimento pode estar relacionado às características genéticas e à deterioração do sistema nervoso, como também a influência dos danos causados por fatores ambientais, como a radiação, a poluição, o estilo de vida, dentre outros. A velocidade do envelhecimento populacional no Brasil será significativamente maior do que a que ocorreu no século passado, Segundo a (OMS) para cada 10 indivíduos no mundo, um tem mais de 60 anos, idade acima da qual, um indivíduo é considerado idoso em nosso país, já em uma pesquisa feita pela, PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e divulgada na página de notícias do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que no Brasil a população manteve uma tendência de envelhecimento dentro do intervalo de 2012 a 2017 ganhando 4,8 milhões de idoso 2 chegando à marca de 30,2 milhões de idosos, assim entendemos que esse grupo de faixa etária acima dos 60 anos de idade vem crescendo cada vez mais como é mostrado em pesquisas. No Brasil é observado um processo acentuado e abrupto do envelhecimento. O indicador nacional do índice de envelhecimento aponta que, em 2000, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos, havia 18,3 idosos de 65 anos ou mais e para 2050, a relação poderá ser de 100 para 105,61. Pelo fato de o processo de envelhecimento humano sofrer declínios fisiológicos naturais, dos quais não são padrões devido a influência de fatores genéticos moleculares, celulares, sistêmicos, comportamentais, cognitivos e sociais, tal população é mais susceptível a ocorrência de doenças. (LEITE et al. 2018, p.58) O processo de envelhecimento é inevitável, mas com a prática de exercício físico é possível amenizar as debilitações que a velhice proporciona e até mesmo evitar possíveis doenças que o avanço da idade vulnerabiliza, o idoso que tem como hábito praticar exercício físico regulamente, consegue uma maior autonomia e a preservação da independência relacionada com a manutenção da capacidade funcional e com a promoção de saúde, consequentemente com o envelhecimento saudável e ativo. Assim fica nítida a importância da pratica do exercício físico para o idoso, porém devida as fragilidades e as mudanças fisiológicas acarretada pelo avanço da idade, existem cuidados especiais ou adaptações quando se trata de exercício para idoso principalmente se portador de alguma doença crônica não transmissível, isso faz de suma importância o acompanhamento de um profissional da área qualificado para que a pratica do exercício venha ser um aliada e não mais um fator de risco, com isso o seguinte trabalho pretende mostrar os benefícios que o exercício físico traz ao idoso e principalmente quando prescrito de maneira correta e voltado para suas reais necessidades. A NECESSIDADE DA ATIVIDADE FÍSICA PARA O IDOSO É notório que ao passar dos anos a estimativa de longevidade de vida tem aumentado consideravelmente, segundo, (OPAS) Organização Pan-americana da Saúde, “em 2019, as pessoas viveram seis anos mais do que em 2000, com uma média global de mais de 73 anos em 2019 em comparação com quase 67 no ano 2000”. Em, Leal (2018), mostra que em 2060 a população com 60 anos ou mais vai mais que dobrar em relação aos dias de hoje, já a faixa etária de 0 a 19 anos vai ter uma baixa de quase 10%. Segundo Spirduso (1995), o envelhecimento “é a somatória de diversos processos biológicos que ocorrem com o passar do tempo que levam a perca da capacidade de adaptação ao meio ambiente, as alterações morfofuncionais e a morte”. Já Shephard (2003), fala que o envelhecimento “é o declínio de variáveis de aptidão física que podem ser quantificadas como força, flexibilidade, equilíbrio, 3 função cardiorrespiratória que são importantes para vida diária de pessoas idosas”. Para Caetano (2006), “O envelhecimento pode variar de indivíduo para indivíduo, sendo gradativo para uns e mais rápido para outros”, é um processo biológico natural responsável por diversas mudanças fisiológicas no corpo humano, entre elas a diminuição progressiva das funções fisiológicas do organismo como por exemplo a diminuição da maça muscular, segundo, Resende-Neto et al. (2016); Adultos com idade mais avançada, sobretudo, após os 50 anos de idade, tendem a sofrer uma redução na ordem de 5% a 10% de massa muscular por década, o que corresponde a cerca de 0,4 kg por ano. Esse processo é conhecido como sarcopenia, caracterizado principalmente pela redução do número e tamanho de fibras musculares, em especial, as do tipo II, perda de unidades motoras, aumento da quantidade de tecidos não contráteis, diminuição da atividade de enzimas glicolíticas e da síntese de proteínas miofibrilares. (RESENDE-NETO et al., 2016, p. 169). Essa perca de massa muscular junto com a diminuição da frequência cardíaca máxima e da capacidade aeróbica, afeta de maneira negativa a tolerância ao exercício influenciando hábitos sedentários e com isso aumenta as chances para a obesidade e outras doenças com grande risco de morbidade, segundo, Carvalho et al. (2017), “dentre as principais doenças associadas ao processo de envelhecimento, pode-se citar o acidente vascular encefálico, as fraturas, as doenças reumáticas, cardiovasculares, entre outras”. Assim entendemos que as pessoas estão vivendo mais, porém o processo de envelhecimento geralmente traz com ele fragilidades e possíveis enfermidades principalmente as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). As doenças crônicas compõem o conjunto de condições crônicas. Em geral, estão relacionadas a causas múltiplas, são caracterizadas por início gradual, de prognóstico usualmente incerto, com longa ou indefinida duração. Apresentam curso clínico que muda ao longo do tempo, com possíveis períodos de agudização, podendo gerar incapacidades (BRASIL, MINISTERIO DA SAÚDE, 2013, p. 05). A (OMS) mostra que “As doenças crônicas não transmissíveis agora constituem sete das 10 principais causas de morte no mundo, de acordo com as Estimativas Globais de Saúde de 2019”, as doenças crônicas são responsáveis pela maior parte das mortes e incapacidades na atualidade, de acordo com, IBGE (2013), “70% das mortes em nosso país são causadas por doenças crônicas” isso representa um dado alarmante de saúde pública pelo fato de que, quando o indivíduo portador de doenças crônicasnão transmissíveis (DCNT) não chega a óbito, fica com sequelas gerando incapacidades que interferem significativamente na qualidade de vida do mesmo. As doenças crônicas que mais afetam os idosos podemos sitar, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), osteoartrite, as doenças neurodegenerativas, como, por exemplo, a doença de Alzheimer e a Doença de Parkinson, as pneumopatias crônicas, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e o câncer. Além das doenças crônicas, e ainda sofrem com doenças complexas como síndrome de fragilidade e síndromes geriátricas. 4 Em 2018, dados do Ministério da Saúde apontam que “39,5% dos idosos possuem alguma doença crônica e quase 30% possuem duas ou mais”, levando em consideração os números que as pesquisas vem mostrando a cada ano nas últimas décadas a tendência para o aumento desses números é de grande probabilidade e isso traz preocupações para Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa e para o Ministério da Saúde, responsáveis pela implementação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, pois é importante a longevidade de uma população porem é mais importante ainda se for um envelhecimento saudável e funcional. A presença de doenças crônicas condiciona o modo como o idoso vive. Uma doença pode gerar desconforto e o convívio com dores, influenciando na atividade e autonomia na terceira idade. Além do que a presença de comorbidades pode levar ao uso de medicações e a necessidade de acompanhamento contínuo dos serviços de saúde, promovendo a sensação de dependência e fragilidade (STIVAL et al., 2015). Quando se trata de longevidade com saúde e qualidade de vida, coloca sobre as organizações responsáveis pela saúde uma responsabilidade de desenvolver projetos voltados para a melhoria, manutenção e recuperação da saúde na população para que o indivíduo possa chegar a terceira idade saudável com suas capacidades funcional, física e mental ativas, à medida que um indivíduo envelhece, sua qualidade de vida é fortemente determinada por sua habilidade de manter autonomia e independência, geralmente a terceira idade já se apresenta precisando controlar prováveis doenças crônicas já presentes, por tanto uma meta à ser alcançada é uma população com longevidade porem sem precisar graves reparos na saúde, podendo assim manter a sua funcionalidade, exercendo normalmente as suas atividades de vida diária (AVD). A capacidade manter a condições de realizar as suas (ADV), é de suma importância para a vida de um idoso, esse tipo de atividade subdivide-se em atividades básicas de vida diária (ABVD), que envolvem as relacionadas ao autocuidado como alimentar-se, banhar-se, vestir-se, arrumar-se, já atividades instrumentais de vida diária (AIVD), que indicam a capacidade do indivíduo de levar uma vida independente dentro da comunidade onde vive e inclui a capacidade para preparar refeições, realizar compras, utilizar transporte, cuidar da casa, utilizar telefone, administrar as próprias finanças, tomar seus medicamentos. Segundo Parahyba; Veras (2008), a avaliação funcional dos idosos, mostra que nos países mais desenvolvidos, vem mostrando que há uma melhoria nas condições de funcionalidade dessa população devido a vários fatores: I) melhoria da tecnologia médica; II) mudanças comportamentais; III) desenvolvimento de aparelhagem específica para pessoas com problemas de saúde; IV) melhoria do da condição socioeconômica, principalmente em relação ao aumento do nível educacional dos idosos e da mudança na composição ocupacional; e V) mudanças no padrão epidemiológico da população, com diminuição substantiva das doenças infecciosas que muitas vezes ocorriam na infância e determinavam limitações e dificuldades funcionais na fase adulta da vida do indivíduo (PARAHYBA, VERAS, 2008, p. 1258). 5 Em um país em desenvolvimento a realidade é outra onde os recursos são mais escassos ou ultrapassados, onde maioria dos idosos vivem com renda igual ou inferior a dois salário-mínimo reduzindo as condições de adquirir um padrão adequado para uma vida saudável. Hoje em dia é comum a prescrição de exercícios para à manutenção da saúde e até mesmo para prevenção e tratamentos de doença, a atividade física/exercício físico é um dos métodos mais eficazes quando se trata de manutenção para uma vida com qualidade na saúde física, psicológica e no envolvimento social. De acordo com a OMS, (2005) a prática das atividades físicas tem sido consistentemente associada beneficamente para a manutenção da funcionalidade, reduzindo os efeitos degradantes ocasionados pelo envelhecimento, em Hakkinen (1998), podemos entender que benefícios relacionados ao aumento do nível de atividade física habitual se estendem desde a melhora da capacidade funcional, regulação da pressão arterial, redução do risco de doenças cardiovasculares, osteoporose, diabetes e certos tipos de câncer, em Neri (2001), percebesse estudos que mostram benefícios psicossociais advindos da atividade física que são o alívio da depressão, o aumento da autoconfiança, a melhora da autoestima. Considerando todos os benefícios promovidos pela prática regular de atividade física, tem sido sugerido que esta seria uma alternativa importante, prática e acessível para melhorar a qualidade de vida dos idosos, porém quando se trata de atividade física ou exercício físico para pessoas idosas diagnosticadas com uma ou mais (DCNT) é necessário cuidados e principalmente quando se trata de exercícios físicos onde exigi uma meta de resultado em período. Existe uma diferença entre os conceitos de atividade física e exercício físico, de acordo Caspersen (1985), “atividade física é qualquer movimento corporal produzido voluntariamente pela musculatura esquelética, que leve a um gasto calórico acima dos valores de repouso”. E sobre o exercício físico, Matsudo et al (2005), fala que “é um tipo de atividade física geralmente praticada no tempo de lazer que é estruturado, sistematizado, tem objetivos e metas claras”. COMO O EXERCÍCIO FÍSICO PODE TRAZER MELHOR RESULTADO PARA A SAÚDE DO IDOSO. Mesmo com tantos Benefícios adquiridos com a prática do exercício físico, pesquisas feitas nas últimas décadas apontam que somente 17% dos idosos acima de 60 anos praticam atividade física regular, mesmo esse sendo um dos principais aliado para melhoria da aptidão física, bem-estar e da aquisição e manutenção da saúde, (Feliciano et al, 2004). 6 Em Sallinen et al., (2009) entendemos que dentre os motivos da não procura ou da não permanência em atividades físicas pelos idosos, estariam o medo da queda ou da lesão, por se sentisse inseguro em relação a segurança pública em espaços aberto, a comum sensação de cansaço, a presença de morbidades, limitações físicas e dor, além da falta de companhia e de tempo para exercitar-se. Mas muito tem se trabalhado para que essa realidade venha a mudar com programas de saúde que envolve a prática de exercício físico, criações de métodos seguros para prescrição de exercício físico e formação de profissionais qualificados para assumir esse trabalho e trazer resultados com segurança. Sabemos que quando se trata de exercício físico é importantíssimo um acompanhamento profissional para mais segurança e melhores resultados, e quando se trata de pessoas idosas é reforçado essa necessidade de um acompanhamento qualificado, pois diante da fragilidade e de possíveis doenças que vem junto com o processo do envelhecimento se faz necessário cuidados adicionais que serão identificadas a necessidades diante de uma avaliação física e funcional completa junto com uma boa anamnese. A avaliação física é uma ferramenta essencial para a prescrição de exercício, segundo o (CONFEF) Concelho Federal de Educação Física, “Através dela é possível reunir elementos para fundamentar a sua decisão sobre o método, tipo de exercícioe demais procedimentos a serem adotados para a prescrição de exercícios físicos e desportivos”. A avaliação deve ser sistemática e a mais ampla possível, de acordo com os objetivos e as características do beneficiário, devendo conter anamnese completa, análise dos fatores de risco para coronariopatia, classificação de risco e verificação dos principais sintomas ou sinais sugestivos de doença cardiovascular e pulmonar, podendo ser composta também de medidas antropométricas, testes neuro motores, avaliação metabólica, avaliação cardiorrespiratória e avaliação postural. (CONFEF, 2012) A avaliação física geralmente começa com anamnese, o termo vem da palavra grega “anamnésis”, que significa “lembrança”. Dentro da medicina, isso significa fazer com que o paciente se lembre do que está sentindo e relate para o médico. Essa é uma das funções do profissional no momento do atendimento e é fundamental para que ele possa realizar o diagnóstico correto, do mesmo jeito serve para o profissional da área da educação física analisar identificar os cuidados e as necessidade a serem trabalhadas na prescrição do exercício. As principais etapas de um anamnese são: identificação do paciente, queixa principal, história da doença atual, histórico médico e familiar, com isso já direciona o profissional a tomar decisões de quais testes pode e quais deve fazer para descobrir as capacidades físicas e funcionais do indivíduo e quais cuidados tomar no caso houver diagnostico de alguma doença. Dentro da avaliação funcional é importante avaliar alguns fatores que poderão definir o nível funcional do indivíduo: 7 Quadro 1: Fatores relacionados na definição do nível de funcionalidade Capacidade fisiológica Capacidade funcional Estado funcional Capacidade aeróbica Velocidade de marcha Atividade física Débito cardíaco Resistência para caminhar Atividade de vida diária Massa muscular Subir escadas Exercícios resistidos Força muscular Levantar-se da cadeira Qualidade de vida Densidade óssea Teste de equilíbrio Autoeficácia Velocidade de condução nervosa Teste de aptidão física Riscos de quedas Fonte: quadro elaborado pelo altor (2021) Com a realização da avaliação física completa é possível identificar as reais necessidades e fragilidades do idoso, algumas literaturas internacionais nos ajuda a identificar o nível de capacidade funcional do idoso em Matsuto (2010), entendemos a capacidade funcional do idoso e suas principais necessidades em seis níveis: I. Não executa nenhuma (AVD) e depende completamente de auxílio externo possuindo incapacidade física, as capacidades a serem estimuladas são a força, flexibilidade e equilíbrio nas (AVD). II. Não executa algumas ou nenhuma (AVD) necessitando de cuidados domiciliar ou institucional e é fisicamente dependente, as capacidades a serem estimuladas são a força, flexibilidade e equilíbrio nas (AVD). III. Executa todas as (AVD), mas somente algumas (AIVD) considerado fisicamente frágil, as capacidades a serem estimuladas são a força, flexibilidade e equilíbrio nas (AVD) e (AIVD). IV. Executa as (AVD) e as (AIVD), possui baixa reserva funcional e grande susceptibilidade de migrar para o nível III, é um indevido visto como fisicamente independente, as capacidades a serem estimuladas são a força, resistência muscular, resistência cardiorrespiratória, flexibilidade, equilíbrio coordenação e agilidade nas (AAVD). V. Executa todas as (AAVD) e exercícios/esportes de intensidades moderadas, considerado fisicamente apto, as capacidades a serem estimuladas são a força, resistência muscular, resistência cardiorrespiratória, flexibilidade, equilíbrio coordenação e agilidade nas (AAVD). VI. Executa exercícios de alta intensidade e alto risco podendo competir em nível internacional, considerado da elite física, as capacidades a serem estimuladas são a 8 força, resistência muscular, resistência cardiorrespiratória, flexibilidade, equilíbrio coordenação e agilidade nas (AAVD) e atividades esportivas de alto nível. Feita a avaliação, identificado o nível de fragilidade do idoso, a prescrição dos exercícios será individual voltada para as principais necessidade do idoso podendo trazer melhores resultados que podem serem observados em termos: antropométricos, metabólicos, cognitivos, psicossociais e diminuição no risco de quedas. Em Nelson et al. (2007), entendemos que benefícios antropométricos estariam relacionados ao controle ou diminuição da gordura corporal, a manutenção da massa e força muscular, assim como da densidade óssea, o fortalecimento do tecido cognitivo e a melhora na flexibilidade, ainda na pesquisa do autor entendemos como benefícios metabólicos, o aumento da circulação do sangue, da resistência física e da ventilação pulmonar além disso, pode ocorrer diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial. Como benefícios cognitivos e psicossociais, Nelson et al. (2007) mostra que com a prática do exercício o idoso obtém melhoras na autoestima e estado de humor, que também podem apresentar melhoras nos níveis de tensão muscular e prevenção contra insônia, retarda a diminuição nas funções cognitivas, diminui o risco de depressão, estresse e ansiedade, contudo isso reduzindo a necessidade do consumo de medicamentos e melhora a socialização dos idosos. Ainda baseado nos trabalhos do autor podemos afirmar que o risco de queda é reduzido, pois o exercício físico ocasiona o aumento da força muscular dos membros inferiores e da coluna vertebral, além de melhorar a agilidade, corrige a postura e melhora a mobilidade e flexibilidade. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de um trabalho realizado dentro de uma pesquisa explicativa como objetivo de identificar fatores que contribuísse para o melhor entendimento sobre o tema abordado. Segundo Gil (1999), é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, pois tenta explicar a razão e as relações de causa e efeito dos fenômenos. Para Lakatos & Marconi (2001), a pesquisa explicativa estabelece relações entre a causa e o efeito por meio da manipulação direta das variáveis do estudo, buscando identificar as causas do fenômeno. Para alcançar os objetivos deste trabalho, foram feitas várias pesquisas com base em estudos bibliográficos, que prevê a consulta e análise de dados obtidos a partir de revistas, “sites”, artigos 9 científicos e alguns livros de autores renomados no assunto, norteando para uma melhor compreensão dando sentido e concretização para o assunto abordado ao percorrer do trabalho. Grande parte das informações desse trabalho foram baseada em estudo de artigos e periódicos originais, os materiais utilizados foram encontrados em pesquisas online direta no Google ou no (Google Acadêmico), as palavras-chave para encontrar os materiais foram: exercício físico para terceira idade, envelhecimento e saúde, benefícios da atividade física, doenças crônicas não transmissíveis, prescrição de exercício para idosos. RESULTADOS E DISCUSSÃO O Quadro 1 destaca cinco artigos de estudos que corrobora o estudo abordado neste trabalho. Referência Autor(es) Periódicos Ano Considerações Physical activity and public health in older adults NELSON, M.E.; REJESKI, W. J.; BLAIR, S.N.; DUNCAN, P.W.; JUDGE, J.O.; recommendation from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Medicine Science Sports Exercice. 2007, Aug; 39(8):1435-45. 2007 um idoso com condições médicas deve praticar atividade física da maneira que reduz o risco de desenvolver outras doenças crônicas Treinamento funcional para idosos RESENDE- NETO AG, SILVA- GRIGOLETTO ME, MARTA SILVA SANTOS, CYRINO ES Uma breve revisão. R. bras. Ci. e Mov 2016;24(3):167- 177 2016 Com basenos resultados dos estudos revisados, o TF parece ser uma alternativa de treinamento físico segura, de baixo custo e bastante interessante para idosos Efeitos do treinamento combinado sobre a força, resistência e potência aeróbica em idosas GUEDES, J. M., BORTOLUZZI, M. G., MATTE, L. P., ANDRADE, C. M., ZULPO, N. C., SEBBEN, V., & FILHO, H. T. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 484. 2016 Os resultados do nosso estudo indicam que o VO2pico em todos os grupos teve uma melhora significativa entre o pré e pós teste Prevalência da prática de exercícios físicos em idosos e sua relação com as dificuldades e a falta de aconselhamento profissional específico CARVALHO DA, BRITO AF, SANTOS MAP, NOGUEIRA FRS, SÁ GGM, OLIVEIRA NETO JG, MARTINS MCC, SANTOS EP. R. bras. Ci. e Mov 2017;25(1):29-40. 2017 Frente a isto, os resultados do presente estudo indicaram que os idosos, atendidos na Estratégia Saúde da Família da zona urbana do município de Floriano-PI, são predominantemente insuficientemente ativos ou inativos. 10 Número de passos despendido por dia como discriminante da percepção negativa do sono em mulheres idosas LEITE MAFJ, TRIBESS S, MENEGUCI J, SASAKI JE, SANTOS AS, RIBEIRO MCL, PINTO LLT, VIRTUOSO JÚNIOR JS. R. bras. Ci. e Mov 2018;26(1):57-64 2018 A quantificação do número de passos é particularmente sensível à detecção das recomendações de caminhada e a possíveis associações com uma série de resultados de saúde para idosos Fonte: dados do estudo Hoje em dia é comum ver na literatura estudos validando a eficácia da prática de atividade física para fins de tratamento ou prevenção de doenças, ou seja, para manutenção da saúde. Leite et al. (2018), fala que “Os benefícios da prática regular de atividade física para saúde, principalmente em relação às doenças crônicas não transmissíveis, é consenso na literatura. Especificamente para idosos, a caminhada tem sido destacada como principal atividade física realizada”, Em Nelson et al. (2007) mostra que “a atividade física regular, incluindo atividade aeróbica e fortalecimento muscular, é essencial para o envelhecimento saudável”, ainda no mesmo raciocínio do autor entendemos que a recomendação da prática de atividade física direcionada para o idoso podem reduzir o risco de doença crônica, prematura mortalidade, limitações funcionais e incapacidade. Sabemos que com o envelhecimento existe uma grande perca de força muscular que deriva da perca de massa muscular especificamente pela redução das fibras tipo II, em Resende-Neto et al. (2016), mostra que, “outros fatores podem contribuir de forma significativa para tais modificações, tais como a sensibilidade reduzida a absorção de cálcio pelo retículo sarcoplasmático, diminuição da ativação de unidades motoras, perda e desenervação de neurônios motores alfa”, porem em continuação o autor afirma que: O TF atua interagindo e integrando as estruturas corporais, podendo promover um reajuste neuromuscular positivo, aumentar o recrutamento de unidades motoras e a excitabilidade de moto neurônios espinhais, reduzir a co-ativação dos músculos antagonistas, aumentar a disponibilidade energética intramuscular, a densidade e a capacidade oxidativa mitocondrial (RESENDE-NETO et al, 2016, p.170). Podemos ver também em Guedes et al. (2016), que “a combinação de somente uma sessão na semana de treinamento de resistência aeróbica e uma vez na semana de treinamento de força pode ser válida para promover a resistência aeróbica em idosos”. Podemos ver no estudo do autor a importância dessa combinação de treinamento para o ganho de força muscular e potência aeróbica que são dois componentes importantes para aptidão e saúde do idoso contribuindo na realização das (ADV) preservando um estilo de vida independente. 11 Um envelhecimento com uma independência funcional e vida saudável é uma das metas de todo individuo, e a prática da atividade física/exercício físico tem sido uma ferramenta importante para a promoção desse objetivo, porém temos que entender que a prática do exercício ou atividade física de maneira “negligente” pode não trazer os resultados esperados ou até mesmo trazer prejuízos a saúde, Carvalho et al. (2017), fala que, “Apesar de ser extremamente necessário, os idosos passarem por uma avaliação médica antes de iniciarem uma atividade física, sua prática tem que ser bem estruturada e acompanhada pelo educador físico, para proporcionar uma vida saudável ao idoso”, no mesmo estudo do autor entendemos que sim, a um aumento da longevidade da população, mas é preciso fazer com que o processo do envelhecimento venha acarretado de “saúde, bem-estar, felicidade, prazer, satisfação e independência pessoal”, (Carvalho et al. 2017). CONCLUSÃO Conclui-se que, a tendência de uma vida longeva da população e nítida como visto em estudos e literaturas, porém grande parte dessa população chega a terceira idade de maneira que é preciso uma manutenção considerável na saúde, fazendo necessário a ampliação de projetos voltados para a saúde, e o bem-estar do idoso, a atividade física/exercício físico se mostra de grande eficácia para a prevenção e tratamentos de doenças que possa vir tirar a autonomia funcional do idoso, as doenças mais comum nessa faixa etária são as doenças crônicas não transmissível as (DCNT), e ainda são vítima de doenças complexas como, Síndrome de fragilidade e Síndromes geriátricas, no entanto entendemos que quando se trata de doenças ou fragilidade é preciso algumas precauções fazendo-se necessário um acompanhamento de um profissional qualificado que possa analisar e identificar as necessidade e cuidados a serem tomados na pratica do exercício tornando-o seguro e eficaz. REFERÊNCIAS Brasil. 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Ci. e Mov 2017;25(1):29-40. CONFEF. NOTA TÉCNICA CONFEF N° 002/2012. A avaliação física em programas de exercícios físicos e desportivos. Disponível em < https://www.confef.org.br/confef/conteudo/837> acesso em: 25 de outubro de 2021. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999. GUEDES, J. M., BORTOLUZZI, M. G., MATTE, L. P., ANDRADE, C. M., ZULPO, N. C., SEBBEN, V., & FILHO, H. T. (2016). Efeitos do treinamento combinado sobre a força, resistência e potência aeróbica em idosas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 484 HEIKKINEN, R. L.. O papel da atividade física no envelhecimento saudável. [S. l.]: Organização Mundial da Saúde, 1998. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE- (01 de 10 de 2018). Número de idosos cresce 18% em 5 anos e ultrapassa 30 milhões em 2017. (E. 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