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03_Conhecimentos_Gerais

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1 
 
 
 
 
 
 
 
Prefeitura de Itaguaí-RJ 
Auxiliar de Educação Infantil, Auxiliar de Serviços Escolares, 
Almoxarife, Cozinheiro e Inspetor de Alunos 
 
 
Temáticas relacionadas geografia, economia, história e população do município de Itaguaí
 ......................................................................................................................................... 1 
Questões referentes à educação, meio ambiente e a fatos políticos, econômicos, sociais e 
culturais, nacionais e internacionais, ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2019, divulgados na 
mídia local e/ou nacional. ......................................................................................................... 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1619969 E-book gerado especialmente para JOELMA DOS SANTOS ROCHA
 
1 
 
 
 
História de Itaguaí - RJ1 
 
Ao caminhar pelas ruas do centro de Itaguaí e conversar com seus moradores, não é difícil ouvir 
chavões como “este lugar não tem História”, “na época dos meus pais era tudo mato”, “tudo começou 
com a vinda da NUCLEP” e outros, às vezes, até proferidos por pessoas instruídas, mas que revelam um 
total desconhecimento sobre o passado da cidade. 
Cremos que tal visão tenderá a desaparecer diante de tantas fontes, governamentais ou particulares, 
orais ou escritas, que provam o contrário. O município, desde suas mais remotas origens, há quase 
quatrocentos anos, construiu uma trajetória das mais relevantes. 
As terras que compunham Itaguaí, conforme pudemos expor, abrigaram no espaço entre 1688 a 1850, 
aproximadamente, um aldeamento administrado pelos jesuítas, culturas de subsistência destinadas ao 
abastecimento do Rio de Janeiro, um engenho de açúcar que figurou entre os mais modernos da América 
Portuguesa, plantações de café ainda raras no solo brasileiro, um complexo portuário movimentado, onde 
atuaram negociantes das mais variadas nacionalidades, e um estabelecimento pré-industrial que mereceu 
a atenção e os investimentos de muitos homens eminentes. 
Os mais de dezessete mil residentes com que Itaguaí contava em 1840, não obstante a denominação 
de vila que se aplicava à sua sede, eram um contingente bastante significativo para a época. Muito mais 
gente, por exemplo, do que os 9.897 habitantes de uma capital provincial como Maceió, em 1842, ou os 
9.871 que viviam na estratégica localidade litorânea de Santos, já pelo Censo de 1872. 
Atingida pelo esvaziamento do porto, pelas epidemias, pela evasão inevitável da mão-de-obra e pelo 
abandono de áreas antes cultivadas, Itaguaí chegou a perder quase tudo, inclusive a maior parte de sua 
memória. Entretanto, apesar de todas as dificuldades, conservou-se como município e empreendeu, ao 
longo do século XX, uma marcha de recuperação, conseguindo diversificar sua economia e multiplicar, 
novamente, seu quantitativo humano. Hoje, o município dispõe da mesma vantagem que garantiu sua 
ascensão no Período Regencial: a estratégica localização na confluência dos principais centros 
econômicos do país. 
 
Construção De Uma Igreja No Aldeamento De Itaguaí Pelos Jesuítas 
Antes do descobrimento do Brasil, os povos indígenas Tupinambás habitavam a futura cidade de 
Itaguaí. Em 1567, Mem de Sá expulsou os Tupinambás da região, trazendo povos indígenas Tupiniquins 
e Carijós, aliados dos portugueses. Porém, a fundação do aldeamento, que originou a atual cidade de 
Itaguaí, foi alvo de diversas polêmicas quanto à localização inicial, naturalidade dos índios e identidade 
dos fundadores. Enquanto há relatos de que a iniciativa da fundação da aldeia foi dos padres que atuavam 
nas vizinhanças, o historiador Monsenhor Pizarro aponta para o governador do Rio de Janeiro Martim de 
Sá, que teria mandado alguns índios para a ilha, atualmente conhecida como Jaguanum. Reforçando que 
a ideia de que a construção da aldeia de Itaguaí fez parte de um processo amplo e bem articulado pelas 
autoridades coloniais, podemos citar o fato de que a vizinha Mangaratiba foi fundada pelo mesmo Martim 
de Sá. 
A procedência do termo Itaguaí é igualmente controvertida. Uma publicação realizada pela Câmara 
Municipal, em 1979, informa que essa expressão indígena significa “fogo entre pedras”. Entretanto, a 
maioria dos autores afirma que a palavra Itaguaí resultou da junção entre os vocábulos togoa (amarela) 
e hy (água), em referência ao rio de mesmo nome, que nasce numa serra de solo argiloso, que lhe confere 
uma coloração amarelada. Esta versão é bem mais consistente, se verificarmos que os documentos do 
período colonial contêm a grafia “Tagoahy”, sem o prefixo “ita”, que indicaria, neste caso, pedra. 
 
Conclusão Da Construção Da Igreja De São Francisco Xavier 
Os jesuítas mudaram-se para a Fazenda Santa Cruz para ficarem mais próximos do oceano. Nesse 
novo local, em 1718, foi iniciada a construção do novo templo dedicado a São Francisco Xavier. Concluída 
em 1729, a igreja teve a imagem deste santo colocada em seu altar único. É a mesma igreja que continua 
sendo a matriz de Itaguaí. 
A Igreja foi o primeiro prédio de Itaguaí, remanescente do aldeamento de jesuítas, configurando um 
marco na história e na ocupação do Município. Depois de dar o grito de independência às margens do 
 
1https://itaguai.rj.gov.br/200anos/ 
Temáticas relacionadas geografia, economia, história e população do município 
de Itaguaí 
 
1619969 E-book gerado especialmente para JOELMA DOS SANTOS ROCHA
 
2 
 
Rio Ipiranga, em 1822, D. Pedro I seguiu com sua comitiva para o Rio de Janeiro, onde na Praça da 
Aclamação, localizada em frente à igreja, foi novamente proclamado Imperador do Brasil. 
 
O Engenho Do Facão Moeu Pela Primeira Vez 
O período compreendido entre os últimos anos do século XVIII e os primeiros do XIX se caracterizou 
pelo fortalecimento da agricultura voltada para a exportação no Brasil. Esta fase favorável resultou do 
crescimento populacional que se verificava não apenas nos países europeus, como também nos próprios 
domínios portugueses da América do Sul, aliado à intensificação das atividades comerciais em todo o 
mundo. 
O Engenho de Itaguaí ficou conhecido como Engenho do Facão (Engenho de Nossa Senhora da 
Conceição de Taguahy) devido ao Sítio do Facão, onde foi instalado. Feito com madeira, pedra e cal, ele 
contava com dois ternos de moendas movidas a água, tido pelos contemporâneos como a mais bela e 
rica peça do Brasil no gênero. Começou a ser construído em 1790 e moeu pela primeira vez em setembro 
de 1794, produzindo açúcar. 
Além da alta produtividade comum às terras da Fazenda de Santa Cruz, a abundância de matas 
fornecedoras de lenhas e a existência de um porto poronde era possível exportar o açúcar e demais 
derivados da cana contribuíram para o sucesso do Engenho, que recebeu duzentos escravos da Fazenda 
para o seu funcionamento. Sua construção, juntamente com o Engenho de Piraí, inaugurado em 1976, 
contribuiu para dinamizar a economia regional. A cultura da mandioca cresceu com a abertura de duas 
fábricas de farinha, sendo uma no “Sítio do Facão” e a outra perto de Piraí. Outras plantações, como 
arroz, feijão, milho e café, também se expandiram. 
 
Itaguaí Foi Elevada À Categoria De Paróquia 
Com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal, em 1759, a aldeia ficou sem sua escola e 
perdeu também a organização base do aldeamento, que era feita pelos jesuítas, mas o povoado subsistiu. 
Itaguaí passou à categoria de Paróquia em 22 de dezembro de 1795, por força do alvará, aplicável a 
todas as aldeias do Brasil. A atividade econômica de praticamente toda região costeira, incluindo Itaguaí, 
eram as plantações de cana-de-açúcar. Suas terras férteis proporcionaram uma vida rural e comercial 
bastante vigorosa durante todo o século XIX. 
 
O Engenho Do Facão É Vendido 
A carta régia de 7 de novembro de 1803 determinou que os engenhos de Itaguaí e Piraí fossem 
vendidos, fato que teria se concretizado no ano seguinte. Os argumentos apresentados pelos defensores 
da operação foram a possibilidade de redução das dívidas do Tesouro na província do Rio de Janeiro e 
a má gestão daquela propriedade como um todo. 
Há controvérsias a respeito da negociação do Engenho. Segundo uma das versões, o engenho foi 
comprado, sem concorrência, por Antônio Gomes Barroso, em 1806, por uma quantia pouco superior a 
duzentos e quarenta e um contos de réis. Todavia, documentos com mais credibilidade, segundo a 
Professora Titular do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal 
do Rio de Janeiro, Fania Fridman, assinalam um valor ainda menor, na casa dos cento e setenta e nove 
contos, sendo o verdadeiro comprador a sociedade integrada por Antônio José da Silva Braga, Amaro 
Velho da Silva e os irmãos João Alexandre Gomes Barroso e Antônio Gomes Barroso. Entretanto, este 
último viria a se tornar o único dono de Itaguaí, falecendo em 1825 aos 85 anos. 
 
Itaguaí Foi Elevado À Condição De Vila 
O alvará de 5 de julho de 1818 elevou Itaguaí à condição de Vila, fundada oficialmente com a 
denominação de Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí. 
O município surgiu com a reunião de terras antes subordinadas a Angra dos Reis e ao Rio de Janeiro. 
Apenas entre 1808 e 1822, oito novos municípios receberam sua autonomia. Para se ter ideia do ocorrido, 
somente dez municípios tiveram tal benefício entre 1565 a 1808. 
A área original de Itaguaí era bem maior do que a atual, pois abrangia as áreas das futuras freguesias 
de São Pedro e São Paulo de Ribeirão das Lajes (atual Paracambi) e Nossa Senhora da Conceição do 
Bananal (atual Seropédica), além de Mangaratiba. 
 
Itaguaí Na Rota Da Independência 
A história do Brasil também está registrada em Itaguaí. Dom Pedro I, primeiro Imperador do Brasil 
(1822-1831), na época ainda Príncipe Regente, passou por Itaguaí, pela Estrada da Calçada, a caminho 
de São Paulo, onde proclamaria a independência do Brasil. 
1619969 E-book gerado especialmente para JOELMA DOS SANTOS ROCHA
 
3 
 
A Estrada Real da Serra da Calçada foi o primeiro caminho construído em 1822 pela corte portuguesa 
para ligar o Rio de Janeiro a São Paulo. Localizada em Raiz da Serra, talvez seja uma das mais antigas 
estradas do país. A estreita via é revestida com pedras pé-de-moleque que foram transportadas até o 
local por escravos. Dom Pedro a usava com frequência nas suas viagens à capital paulista. A sinuosidade 
da estrada é acompanhada por lindas árvores nativas e pelo ar fresco da floresta. 
Após dar o grito da independência às margens do Rio Ipiranga, Dom Pedro I, juntamente com sua 
comitiva, voltaram para Itaguaí, sendo novamente proclamado Imperador do Brasil e aclamado em praça 
pública, na Praça da Aclamação, no Centro. 
 
Foi Criada A Primeira Escola Pública Na Vila 
A primeira escola pública da Vila de São Francisco Xavier foi criada em meados de 1830. É bastante 
provável que, antes dessa época, a vila já possuísse estabelecimento de ensino funcionando por iniciativa 
particular. O Inspetor de Ensino era o Padre Antônio Dias Rello, Vigário da Vila, que permaneceu em 
atividade até junho de 1837. Em 1888, Itaguaí possuía 243 alunos matriculados. 
 
Entra Em Operação O Complexo Portuário Imperial Da Vila De Itagoahy 
Projetado pelo engenheiro do exército Frederico Guilherme Von Hoonholtz (pai do Barão de Teffé) e 
pelo negociante Antônio Vicente Danemberg, as atividades do porto foram iniciadas em 22 de março de 
1841. Porém, em 1830 já tinham projetado um porto de mar, que ficou conhecido como Porto Real de 
Itaguaí ou Imperial Porto da Vila de Itaguaí, que contribuiu para o desenvolvimento da navegação e do 
comércio no local. Em 1836, por exemplo, a exportação anual de café, que girava em torno de 50.000 
arrobas, passou para 400.000. Refletindo a nova conjuntura, o número de casas da vila passou de 36 
para 132. 
A conjuntura favorável não era, contudo, isenta de problemas. Os gêneros que precisavam ser 
embarcados em Itaguaí atingiam a vila conduzida sobre o lombo de animais, ou por carros, que percorriam 
uma estrada ruim até seu destino no ancoradouro fluvial, denominado Trapiche do Barroso. Para piorar 
a situação, tendo em vista a pouca profundidade do rio Itaguaí, os barcos maiores eram carregados com 
apenas metade de suas capacidades para não encalharem na barra. O restante das mercadorias seguia 
em lanchas até o saco da Ilha da Madeira. Esse problema encontrado pelos navegantes foi solucionado 
com a construção de um canal, que mais tarde ficaria conhecido por Canal de São Pedro de Alcântara, 
sendo de grande utilidade à província. 
 
Inauguração Do Chafariz 
O Chafariz, semelhante a uma pequena casa, encontra-se na antiga “Estrada Real”, que fazia parte 
do caminho para São Paulo. A obra foi inaugurada pela Câmara Municipal a fim de abastecer de água a 
população. Foi ponto de parada dos viajantes que iam em direção a Minas e a São Paulo. 
 
Inauguração Da Casa De Caridade Da Vila De São Francisco Xavier 
Fundada em 31 de outubro de 1858, a Casa de Caridade, juridicamente, era mantida por uma 
associação denominada "Associação de Caridade de São Francisco Xavier de Itaguaí”, sendo uma das 
poucas instituições que, estruturadas durante a monarquia, se mantiveram funcionando em Itaguaí ao 
longo do século XX. No local, hoje funciona o Hospital Municipal São Francisco Xavier. 
O acontecimento mais memorável da Casa de Caridade, verificado em suas instalações, foi o implante 
de mão realizado pelo Dr. Gílson Braga, o primeiro realizado no Brasil, ocorrido em 1968. Em razão deste 
fato, a Rainha do Reino Unido, Elizabeth, doou uma sala de cirurgia para a Casa de Caridade. Também 
em 1968, ela visitou o Brasil como parte de um programa de integração econômica com a América Latina. 
Em agradecimento, agricultores fizeram uma homenagem para a Rainha com um desfile no aniversário 
da cidade. 
 
Inaugurada A Biblioteca Municipal De Itaguaí 
A biblioteca foi instalada por incentivo do Imperador D. Pedro II. A "Casa de Leitura" foi inaugurada no 
dia 02 de dezembro de 1880 (feriado nacional), data em que se comemorava o 50º aniversário natalício 
do Imperador D. Pedro II. A biblioteca, ao ser inaugurada, já contava com um acervo bastante 
considerável, em função do local e da época: cerca de dois mil títulos, mapas geográficos, um grande 
globo terrestre e mobiliário apropriado, tudo obtido por doação de beneméritos cidadãos e até mesmo do 
próprio imperador D. Pedro II. Hoje, a biblioteca localiza-se na Casa de Cultura. 
 
 
 
1619969 E-book gerado especialmente para JOELMA DOS SANTOS ROCHA
 
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Inaugurada A Estação Ferroviária Em Itaguaí 
O governo Nilo Peçanha, vice-presidente daRepública, teve como uma de suas prioridades a abertura 
de novas estradas de ferro e a ampliação das já existentes. A Estrada de Ferro Central do Brasil, em 
particular, recebeu um grande impulso com a construção de muitos ramais, entre os quais se destacaram 
os de Pirapora, Santa Luzia, Montes Claros, Mangaratiba e Itacuruçá. 
Relatórios do Ministério da Viação e Obras Públicas apontam que os trilhos da Estrada de Ferro Central 
chegaram a Itaguaí entre 1909 e 1910. A Estação Ferroviária da cidade foi inaugurada em 14 de 
novembro de 1910. Em 1980, quando foram suspensos os trens de passageiros para além da estação de 
Santa Cruz, a linha naquele trecho, entre essa estação e Brisamar, foi abandonada. Em 2005 foi 
reformada para o funcionamento da Casa de Cultura. 
 
Inauguração Da Energia Elétrica 
A energia elétrica em Itaguaí chegou durante a Era Vargas. O capitão de corveta Ary Parreiras, que 
atualmente dá nome a uma das ruas do centro de Itaguaí, governou o estado realizando grandes obras, 
tais como escolas, abrindo estradas e construindo pontes por todos os municípios. Itaguaí recebeu 
observações favoráveis de Parreiras. 
Para aprofundar ainda mais o otimismo, as obras na estrada de rodagem, ligando o centro de Itaguaí 
à capital da República e os serviços da União para levar água ao Rio de Janeiro, concorreriam para que 
fossem bem promissores os dias futuros do município. O Rio de Janeiro continuava crescendo, o que 
também fez com que e energia elétrica fosse ampliada. Desde que o Complexo de Lajes começou a ser 
construído, em 1903, na cidade de Piraí, houve investimentos buscando melhorias nas usinas 
hidrelétricas. 
 
Chegada Dos Primeiros Imigrantes Japoneses Em Itaguaí 
O Núcleo colonial de Santa Cruz teve uma grande influência para a ida de grandes japoneses para as 
regiões adjacentes a essa iniciativa. A notícia do sucesso com o tomate, já no seu primeiro ano, espalhou-
se rapidamente entre os imigrantes. Aos japoneses, que até então trabalhavam no sistema de 
arrendamento em São Paulo e que adquiriram alguma economia, reacendeu a chama da esperança de 
realizar o sonho que os trouxera ao Brasil: o de ser dono de uma grande porção de terra. Foi para 
concretizar esse sonho que vieram verificar a região da baixada fluminense. 
Cinco famílias já estavam em Itaguaí: Saichi Kawaguchi, Akio Wada e Moeto Okasaki, no final de 1939. 
Já estavam, também, Masaji Kosaki e Matsugoro Hoshina, que já haviam iniciado suas atividades 
agrícolas. Também chegaram, em agosto do mesmo ano, os irmãos Okasaki, Harukiti Takamine e Fudeo 
Hatakeyama. 
A primeira entrada coletiva de japoneses em Itaguaí foi decidida após a pesquisa de campo, em abril 
de 1939, feita por oito homens vindos de Lins. Entre eles, estavam: Guenji Matsunaga, Yoshio Fukamachi 
e Matsugoro Hoshina. Matsunaga veio pesquisar o campo e logo decidiu adquiri-lo devido à boa 
localização, pelo terreno ser plano, cercado de serras e cortado bem ao meio pelo rio Arapucaia, 
conhecido também como rio Mazomba, pela grande extensão de terra e toda ela bastante fértil e próxima 
ao grande centro. Porém, Itaguaí era conhecido como um local de grande risco de contaminação pela 
febre amarela, o que fez os amigos de Matsunaga desistirem. 
Como responsável do grupo de inspeção, Matsunaga retornou a Itaguaí sozinho em março de 1940. 
Havia o risco da doença, mas a terra era muito boa. Ele visitou o posto de saúde de Santa Cruz, pensando 
na possibilidade de alguém adoecer, recebendo palavras de encorajamento e promessas de apoio 
médico. Então, o grupo tomou a decisão de ir, chegando na cidade dia 24 de junho de 1940. Além do 
próprio Matsunaga, foram: Manji Arai, Shinsaku Fukamachi, Yoshio Watanabe, Katsuki Nomura, Takeo 
Nomura e respectivas famílias. 
 
Inaugurado O Coreto Municipal 
Inaugurado nas proximidades da Igreja Matriz de São Francisco Xavier, o coreto é peça importante na 
arquitetura histórica do município. Na época, foi utilizado para pequenos discursos políticos e por 
religiosos. Algumas pessoas da cidade também utilizavam informalmente, além das bandinhas populares 
de carnaval. 
 
Ano Em Que Foi Composto O Hino De Itaguaí 
O hino de Itaguaí é de autoria de Mário Figueiredo Cicarino, que hoje dá o nome a uma rua do bairro 
Engenho. Como podemos comprovar no decorrer dos 200 anos da nossa cidade, Mario disse: “A cidade 
é berço de nomes históricos... Terra de homens heróicos”. Inicialmente, foi composto como marchinha de 
carnaval, se tornando hino décadas depois. 
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5 
 
Inaugurado O Itaguaí Bunka Club 
Em 29 de abril de 1952 foi inaugurado o principal reduto de japoneses de Itaguaí. Hoje, a cidade possui 
a maior colônia de japoneses do Estado do Rio de Janeiro. 
 
Inaugurado O Patronato São José 
Itaguaí foi o primeiro local fora do estado do Rio Grande do Sul que recebeu uma obra guanelliana 
(referência a Luís Guanella, importante sacerdote católico italiano), que foi a Escola Católica Patronato 
São José. Apesar de ter ocorrido mais intensamente no Rio Grande do Sul, o carisma guanelliano também 
recebeu um forte impulso em outras regiões do país. 
 
Emancipação De Paracambi 
Em 8 de agosto de 1960, através da lei 4.426, foi criado o Município de Paracambi, fruto da junção do 
sétimo distrito de Vassouras e do terceiro distrito de Itaguaí, denominado Paracambi, que deu o nome à 
cidade por ser mais antigo. 
O progresso da região ganhou força com a inauguração da Estrada de Ferro Central, então chamada 
Dom Pedro II, em 1861 e com a instalação de uma fábrica de tecidos, em 1895. O crescimento econômico 
proporcionado pelas indústrias impulsionou os desejos pela emancipação. 
 
Criação Do Brasão De Itaguaí 
O Brasão de Armas de Itaguaí é de autoria do heraldista Alberto Lima e foi criado pela Deliberação de 
n.º 332, de 1.º de dezembro de 1965, sancionada pelo Prefeito Isoldackson Cruz de Brito, que dá o nome 
a uma importante avenida da cidade. 
 
Construção Do Relógio Solar 
O Relógio Solar foi construído por um andarilho paraguaio chamado Gutierrez. Para se ver a hora, 
basta fixar a vista na sombra da espátula, que fica ao centro do relógio. Sua localização é em frente ao 
Cemitério São Francisco Xavier. 
 
Reinauguração Do Porto De Itaguaí 
O Porto de Itaguaí (antes chamado de Porto de Sepetiba), foi reinaugurado em 7 de maio de 1982, 
quando foram iniciadas as atividades do Terminal de Carvão e Alumina. Está localizado na costa norte 
da Baía de Sepetiba, no município de Itaguaí. 
 
Realização Da Primeira Grande Festa Do Aniversário De Itaguaí 
Nos anos de 1989 e 1990 foram realizadas as primeiras grandes festas em comemoração ao 
aniversário da cidade, organizadas pela Prefeitura na região de Piranema e denominadas "Festa do Peão 
e Boiadeiro e de Exposições Agropecuárias". 
A festa foi levada para o Parque Municipal em 1993, local que recebeu todas as demais edições. Hoje, 
recebe o nome de Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de Itaguaí (a famosa Expo Itaguaí), 
um mega evento que oferece workshops de projetos sustentáveis, shows musicais, exposições 
agropecuárias, feiras de artesanatos, lona cultural, parque de diversões, motocross, ampla praça de 
alimentação e muito mais. 
 
Criação Do Município De Seropédica 
Pela dificuldade de acesso, Seropédica era uma região inexpressiva, pois só existia uma linha férrea 
com pouca movimentação de trens. Em 1938, começou a ser construída a Universidade Federal Rural do 
Rio de Janeiro, dando início ao desenvolvimento urbano do local. A exemplo de Paracambi, com a lei n° 
2.446 de 12 de outubro, assinada pelo governador Marcelo Alencar, Seropédica tornou-se município 
independente de Itaguaí. 
 
Inauguração Do Teatro Municipal 
O Teatro Municipal de Itaguaí foi inaugurado em 19 de setembro de 1998, após funcionar por muitos 
anos como Departamento de Cultura, com uma vasta história artística. O Teatro recebeu diversos artistas 
famosos ao longo de sua existência,como Fabiana Karla, Flávio Migliaccio, Rogéria, Lady Francisco e 
Rogério Fróes, além de inúmeras apresentações com artistas locais e grupos de teatro de Itaguaí, como 
o grupo Ytingas, MGT, Cia Casa Verde, Grupo Poeria no Palco e Grupo GTAF, incluindo alunos da rede 
municipal de ensino, encontros de corais e peças teatrais. 
 
 
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Inauguração Da Casa De Cultura De Itaguaí 
A Casa de Cultura nasceu com uma nova missão: abrigar a história e a cultura do Município de Itaguaí. 
Entre as curiosidades e atividades do local, estão a visita de um rei de uma tribo da Nigéria, juntamente 
com sua comitiva, e a visita de índios do Amazonas, que apresentaram seus artefatos e seus costumes 
aos alunos da rede pública. 
Inaugurada em 13 de fevereiro de 2006, a Casa de Cultura, que já foi uma estação de trem, localiza-
se nas dependências da antiga estação ferroviária. Hoje, funciona com salas de aulas para cursos e 
exposições, prestigiando os artistas locais, além de abrigar a Biblioteca Municipal. 
 
Inauguração Do Cefet E Da Eterj 
O CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica) foi construído a partir do diálogo estabelecido 
pelo Cefet/RJ com representantes de governo e empresas públicas e privadas na região da Costa Verde, 
em especial a Prefeitura Municipal de Itaguaí e a empresa Vale. 
A ETERJ (Escola Técnica do Rio de Janeiro) foi inaugurada em agosto de 2008, atendendo à demanda 
de empregos gerados a partir dos investimentos projetados para Itaguaí. Em 2016, foi iniciado o Ensino 
Fundamental de 1º ao 9º ano na unidade Itaguaí para atender a clientela de alunos oriundos do Patronato 
São José. 
 
Início Das Obras Do Porto Sudeste 
O Porto Sudeste foi inaugurado em 2015. É um porto privado, projetado exclusivamente para o 
carregamento de granéis sólidos (minério de ferro). Instalado na Ilha da Madeira, em Itaguaí, sua 
localização representa a menor distância entre os produtores de minério de ferro de Minas Gerais e seus 
clientes. 
 
Início Das Obras De Estaleiro E Base Naval 
A Marinha do Brasil, investindo na expansão da força naval e no desenvolvimento da indústria da 
defesa, iniciou, em 2010, um conjunto de obras que constituiu a infraestrutura industrial de apoio ao 
PROSUB, cujo propósito foi capacitar o Brasil a produzir e operar submarinos convencionais e com 
propulsão nuclear. 
 
Inauguração Do Arco Metropolitano 
Os estudos do projeto do Arco Metropolitano iniciaram na década de 70, quando definiram o traçado 
da rodovia RJ-109. Até sua inauguração, em primeiro de julho de 2014, quando foi inaugurado o trecho 
que liga Itaguaí a Duque de Caxias, o projeto sofreu modificações e aperfeiçoamentos com a principal 
finalidade de fazer conexão rodoviária entre a BR-101/NORTE e a BR-101/SUL, sem que houvesse 
necessidade de trânsito pelas vias urbanas da Região Metropolitana. 
 
Descoberta De Jazida Arqueológica Em Itaguaí 
O Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro (IPHARJ), trabalhando no projeto 
As Fortalezas Perdidas do Rio de Janeiro, descobriu, em 2015, a existência de cinco importantes sítios 
arqueológicos na região de Itaguaí, comprovando que a Baía de Sepetiba está ligada à pré-história 
remota, como atesta a presença de sambaquis e sítios Tupi-Guarani com farta cerâmica na região. 
Em fevereiro de 2018, uma exploração foi realizada em uma antiga e estratégica fortificação militar, 
que foi dada como desaparecida já em 1885, quando os fortes foram vistoriados pelos militares a mando 
de D Pedro II. Na ocasião, a equipe do IPHARJ e a Prefeitura de Itaguaí verificaram o que sobrou do 
local, onde existiu um dia o Forte de Itaguaí, ou o Forte de Coroa Grande. No local, além de parte da 
fortaleza em taipa (antiga técnica construtiva), foi encontrada quantidade expressiva de restos de conchas 
e novamente cerâmica indígena. Quase tudo foi destruído pela ocupação de casas, mas uma parte da 
muralha permaneceu intacta e esquecida. 
Segundo pesquisas, o ano de construção do forte foi 1818, com base em uma planta de autoria 
desconhecida (hoje no arquivo militar de Portugal), e ainda como Forte de Itaguaí. Nesse sentido, os 
pesquisadores não descartam a possibilidade de ter existido uma Guarda no local bem mais antiga e 
datando do século XVII, como as pesquisas indicam atualmente. 
A maior parte das fortificações costeiras, certamente de faxina e taipa, revestidas de grama, como as 
demais fortificações na região erguidas no período, encontrava-se totalmente arruinada já em 1885, 
praticamente desaparecendo ao longo do século XX por saque de seu material construtivo. 
A equipe do IPHARJ, em março de 2018, enviou um ofício para a Prefeitura de Itaguaí em tom de 
celebração, encaminhando o registro da jazida arqueológica como parte de um conjunto de 12 estruturas 
militares Coloniais e Imperiais descobertas ou reconhecidas ao longo dos últimos anos. 
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Geografia de Itaguaí - RJ2 
 
O município de Itaguaí está localizado no estado do Rio de Janeiro, na região compreendida entre a 
Baixada Fluminense e a região da Costa Verde. Situa-se a uma latitude 22° 51' 07" S e 43° 46' 30" O, e 
a uma distância de 73 quilômetros da capital fluminense. 
Limita-se a oeste com o município do Rio de Janeiro e Seropédica, ao norte faz divisa com Piraí e 
Paracambi, a leste com os municípios de Rio Claro e Mangaratiba. Por fim, é banhado ao sul pela Baía 
de Sepetiba. Estende-se por uma área de 278 km² estando a uma altitude de 13 metros do nível do mar. 
Além do território continental, parte do seu território é compreendido por ilhas e ilhotas, entre elas a 
ilha dos Martins, ilha da Madeira, das Cabras, do Gado, das Ostras. Também faz parte do seu território a 
parte oeste da ilha de Itacuruçá e parte central da restinga da Marambaia. 
 
Relevo e hidrografia 
 
O relevo de Itaguaí é caracterizado por duas regiões distintas: a das montanhas e a das planícies. O 
município está totalmente inserido na Bacia da Baía de Sepetiba. Ao norte e a oeste, encontram-se as 
grandes elevações, estendendo-se a região plana ao sul e a leste onde predominam terrenos alagadiços 
e pantanosos. 
A Serra do Mar delimita o município com Rio Claro, Piraí e Paracambi. As principais serras são as de 
Itaguaí, Caçador, Guarda Grande, Pouso Frio e Mazomba. Nos limites com o município de Rio Claro, 
localiza-se o ponto culminante do município, com 1 136 metros de altitude. 
A região hidrográfica de Itaguaí abrange duas bacias, a do Rio Mazomba e a do Rio da Guarda. A 
Bacia do Rio Mazomba-Cação abrange cerca de 96 Km², confronta-se a leste com a Bacia do Rio da 
Guarda e a oeste com bacias da região hidrográfica do Litoral Oeste. O Rio Mazomba nasce há 1.080 
metros, na Serra da Mazomba, e corre por cerca de 26 km, passa a ser denominado de Rio Cação à 
montante de seu desvio pela margem esquerda, onde tem início o Canal de Arapucaia ou do Martins. O 
fluxo do rio segue pelo Rio Cação até desaguar em um manguezal situado na face oeste da ilha da 
Madeira. 
 
Vegetação 
 
Dentre os tipos de vegetação nativa remanescentes em seu território e os diferentes usos do solo estão 
floresta densa e em estágio médio de regeneração, floresta em estágio inicial de regeneração; 
comunidades vegetais de afloramento rochoso, comunidades vegetais de restinga; vegetação de 
mangue; vegetação de mangue degradado; campo/pastagem; áreas inundadas e inundáveis; 
reflorestamento; áreas agrícolas; solos exposto e áreas urbanas. 
O Parque Estadual Cunhambebe abrange parte do seu território. A unidade de conservação foi criada 
em 2008. 
 
Economia 
 
O Produto Interno Bruto - PIB - de Itaguaí é o primeiro maior de sua microrregião e o 18º do estado. 
De acordo com dados do IBGE, relativos a 2008, o PIB do município era de R$ 2 966 911 mil. 
O PIB per capita é de R$ 28 661 65 286 832 mil eram de impostos sobre produtos líquidos de subsídios 
a preços correntes.O setor terciário é o mais relevante da economia de Itaguaí. De todo o PIB da cidade 2 085 652 mil 
reais é o valor adicionado bruto da prestação de serviços. O setor secundário vem em seguida. 221 187 
mil reais do PIB municipal são do valor adicionado bruto da indústria. Por sua vez, a agropecuária rende 
13 550 mil reais ao PIB itaguaiense. 
No município destaca-se a produção de banana, cana-de-açúcar, feijão, mandioca e milho, além da 
criação de caprinos, galináceos, muares, ovinos e suínos. Segundo o IBGE, em 2010 o município possuía 
um rebanho de 11 277 bovinos, 510 equinos, 1160 suínos, 118 caprinos, 7 asininos, 138 muares, 40 
bubalinos, 205 ovinos, 4 000 galinhas, galos, frangos e pintinhos. Ainda no mesmo ano, Itaguaí produziu 
1.163 mil de litros de leite, 10 mil dúzias de ovos de galinha e 5 000 quilos de mel-de-abelha. 
 
 
 
 
2http://bit.ly/3bPHFQc 
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População3 
 
 
 
 
 
 
MPF pede suspensão dos calendários do Sisu, Fies e Prouni e revisão de todas as notas do 
Enem4 
 
Ministério Público Federal entrou nesta sexta-feira (24/01) com pedido de suspensão dos programas 
de acesso ao ensino superior. Erro em notas afetou quase 6 mil estudantes. 
O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta sexta-feira (24/01) à Justiça Federal que suspenda as 
inscrições do primeiro semestre de 2020 dos três programas de acesso ao ensino superior – Sistema de 
Seleção Unificada (Sisu), Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade para Todos 
(Prouni). 
O MPF informa ter solicitado que a suspensão seja aplicada até que seja feita uma auditoria no 
resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, sugerida por especialistas em avaliação 
educacional. 
O comunicado diz que "é solicitado que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 
Anísio Teixeira (Inep) realize nova conferência dos gabaritos de todos os candidatos que compareceram 
ao Enem 2019, de forma a garantir a idoneidade, a correção do resultado do exame e a correspondência 
entre o gabarito utilizado e a prova realizada pelo candidato". 
Na segunda-feira (20), o presidente do Inep, Alexandre Lopes, disse que o erro nas notas do Enem 
2019 já havia sido corrigido e que o problema afetou 5.974 estudantes. Eles representam 0,15% dos 3,9 
milhões de inscritos que fizeram as provas em 3 e 10 de novembro. Uma falha já admitida pela gráfica 
Valid fez com que essas provas fossem associadas a gabaritos trocados. 
A ação do MPF – coordenada pela Procuradoria Regional dos Diretos do Cidadão (PRDC) em Minas 
Gerais – pede ainda que seja apresentada resposta formal a todos os pedidos de revisão feitos pelos 
estudantes, com eventual correção da nota final. 
Além disso, o MPF prevê ainda multa diária no valor de R$ 10 milhões caso as medidas não sejam 
cumpridas. 
 
 
3 https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/itaguai/panorama 
4 G1. MPF pede suspensão dos calendários do Sisu, Fies e Prouni e revisão de todas as notas do Enem. G1 Educação. 
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/01/24/mpf-pede-suspensao-dos-calendarios-do-sisu-fies-e-prouni.ghtml. Acesso em 27 de janeiro de 2020. 
Questões referentes à educação, meio ambiente e a fatos políticos, econômicos, 
sociais e culturais, nacionais e internacionais, ocorridos a partir de 1º de janeiro 
de 2019, divulgados na mídia local e/ou nacional 
Educaçã
o 
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Questionamento judicial 
Nesta quarta-feira (22/01), o MPF já tinha recomendado ao Ministério da Educação (MEC) que 
as inscrições do Sisu 2020 fossem suspensas e que o cronograma da seleção unificada fosse modificado. 
Questionado pelo G1 sobre as recomendações o Ministério afirmou que "já prestou esclarecimentos 
ao Ministério Público Federal". 
Além dessa recomendação, o MEC chegou a ser acionado diretamente na Justiça. De acordo com 
levantamento feito pela Procuradoria-Geral Federal (PGF), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU), 
foram identificadas quatro ações referentes ao Enem 2019 ajuizadas desde 17 de janeiro em Goiás, no 
Distrito Federal e no Maranhão. 
Duas dessas ações são populares – ações ajuizadas por um conjunto de pessoas. Uma delas pede a 
suspensão e a outra pede a prorrogação do prazo do Sisu, além de revisão das notas do Enem. 
As outras duas são: uma ação individual que pede esclarecimentos sobre o gabarito e um mandado 
de segurança pedindo nova correção e retificação da nota do Enem. 
 
Erros nas notas do Enem 
Na última sexta-feira (17/01), assim que as notas individuais do Enem 2019 foram divulgadas, 
começaram a aparecer nas redes sociais relatos de avaliações diferentes entre candidatos que tiveram o 
mesmo número de acertos ou notas próximas a zero mesmo com número alto de acertos. 
No sábado (18/01), Weintraub e Alexandre Lopes afirmaram que houve falhas na correção das provas 
do segundo dia, o que atingia "um grupo muito pequeno". No domingo (19/01), o Inep informou que estava 
revisando as notas dos dois dias de provas do Enem 2019. 
Ao fim da revisão das notas, foram identificados problemas em 5.974 provas – 96,7% estavam 
concentrados em 4 cidades: Alagoinhas (BA); Viçosa (MG); Ituiutaba (MG) e Iturama (MG). 
Em entrevista na segunda, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que o erro ocorreu na 
gráfica Valid Soluções S.A. 
Lopes explicou que a gráfica imprime o caderno de questões do candidato, que é identificado com um 
código de barras do aluno. Depois, imprime o cartão de respostas (gabarito), que também tem um código. 
Outra máquina une estes dois documentos. O erro ocorreu nesta união e na geração do código de barras. 
 
MEC estuda descartar 2,9 milhões de livros didáticos nunca usados, diz jornal5 
 
Material nunca foi entregue aos alunos das escolas públicas e custou cerca de R$ 20 milhões. Edições 
compradas em gestões anteriores estariam desatualizadas para uso. 
O Ministério da Educação (MEC) pretende descartar 2,9 milhões de livros que nunca foram entregues 
aos alunos de escolas públicas. As informações foram publicadas pelo jornal “O Estado de São Paulo” 
neste sábado (11/01). 
Comprado em gestões anteriores do MEC, o material tem edições que teriam vencido, entre 2005 e 
2019, e estariam desatualizadas para o uso. O custo de todos esses livros seria de cerca de R$ 20 
milhões. 
O processo para se desfazer do material começou no fim do ano passado. Na época, o Fundo Nacional 
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) alertou para a necessidade de reduzir o estoque de livros, que 
está armazenado em um depósito alugado dos Correios, em Cajamar, em São Paulo. 
O FNDE não respondeu diretamente sobre o descarte. O órgão informou que publicará na semana 
que vem uma norma sobre a chamada "reserva técnica" do Programa Nacional do Livro e do Material 
Didático (PNLD). 
 
Leia a nota do FNDE: 
"O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) informa que a atual gestão da pasta 
está desde o final de dezembro do ano passado analisando alternativas para otimizar a reserva técnica 
do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). 
O texto de uma normativa sobre o assunto foi concluído na última sexta-feira, 10 de janeiro, e será 
publicado na próxima semana. A portaria vai instituir uma comissão formada por técnicos do FNDE que 
deverão levantar eventuais falhas nos processos de anos anteriores e discutir a futura destinação dos 
livros didáticos. A reserva técnica é gerenciada pelo governo federal desde 2014. Antes, ficava a cargo 
das secretarias de Educação. 
 
5 G1. MEC estuda descartar 2,9 milhões de livros didáticos nunca usados, diz jornal. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/01/11/mec-estuda-
descartar-29-milhoes-de-livros-didaticos-ainda-nao-utilizados-diz-jornal.ghtml. Acesso em 13 de janeiro de 2020. 
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O FNDE destaca ainda que todas as aquisiçõesfeitas em 2019 já levaram em consideração o 
quantitativo da reserva técnica, a fim de permitir uma compra mais racional, ou seja, repondo apenas os 
3% exigidos na legislação. 
Além disso, vale ressaltar que em 2019 houve uma melhora no remanejamento das obras: 49% maior 
do que em 2018. Isso possibilitou a redistribuição dos materiais de forma mais efetiva entre escolas do 
país.". 
 
Livros viram papel higiênico 
Em dezembro de 2019, o Fantástico mostrou como os livros didáticos estão sendo descartados pelo 
Brasil. Alguns são reciclados e acabam virando papel higiênico. 
 
Desigualdade entre alunos ricos e pobres no Brasil está entre as maiores do mundo, diz 
estudo6 
 
Levantamento do Mapa da Aprendizagem, do Portal Iede, com dados do Pisa 2018 mostra que Brasil 
tem a quinta maior desigualdade em matemática e a terceira maior em leitura e em ciências. 
O Brasil é um dos países com maior desigualdade de aprendizagem entre os estudantes considerados 
ricos e pobres, segundo os critérios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE). Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) mostram 
que, em todas as provas, o grupo de brasileiros entre os 33% dos alunos de todo o mundo com nível 
socieconômico (NSE) mais alto teve nota média mais de 100 pontos acima dos 33% de alunos com nível 
socioeconômico mais baixo. 
Considerando todos os 80 países participantes do Pisa 2018, a desigualdade brasileira é a quinta 
maior em matemática, e a terceira maior em leitura e em ciências. 
A análise dos dados foi feita pelo Mapa da Aprendizagem, mantido pelo Instituto Interdisciplinaridade 
e Evidências no Debate Educacional (Portal Iede), pela Fundação Lemann e pelo Itaú BBA, e obtida com 
exclusividade pelo G1. 
O Pisa é realizado a cada três anos. Os resultados da edição mais recente, que teve a participação de 
80 países, foram divulgados em 3 de dezembro. Entre 2015 e 2018, o Brasil caiu no ranking mundial de 
educação. 
 
Metodologia 
O nível socioeconômico (NSE) é determinado segundo diversos critérios de renda e escolaridade da 
família dos estudantes. As comparações de desempenho do estudo foram feitas em três etapas: 
Primeiramente, o Iede considerou o universo de participantes da prova em todo o mundo – cerca 
de 600 mil estudantes de 15 anos; 
Depois, esse universo foi dividido em três partes iguais, de acordo com o NSE de cada aluno. A 
comparação considera o terço com NSE mais alto e o terço com o NSE mais baixos, cada um com cerca 
de 200 mil estudantes. Países mais pobres, como o Brasil, ficaram com representação maior entre o 
grupo dos mais pobres, e menor entre o grupo de mais ricos; 
O próximo passo da análise foi separar esses dois grupos de estudantes por país. Então, eles foram 
avaliados de acordo com uma série de características, como o índice de repetência e a nota média nas 
provas de leitura, matemática e ciências. 
Em todas elas, os estudantes da elite brasileira tiveram média de mais de 100 pontos acima dos 
brasileiros classificados como o terço mais pobre entre os participantes do Pisa. Esse resultado colocou 
o Brasil no "top 5" da desigualdade mundial nas três disciplinas. 
O estudo avaliou ainda a desigualdade de cada região brasileira – algumas delas tiveram disparidade 
maior do que os países mais desiguais. Veja abaixo a comparação em cada uma das três provas: 
 
Matemática 
Em matemática, os estudantes com nível socioeconômico baixo apresentaram média de 360,8 pontos, 
enquanto os de alta renda tiveram média de 461,8. A diferença foi de 101 pontos entre elas. 
O Brasil é o quinto pais do ranking com maior diferença entre alunos dos extremos dos níveis sociais. 
Neste quesito, o país com mais desigualdade é Israel, com 112 pontos de diferença, seguido por Bélgica 
(104 pontos), Hungria (102) e Eslováquia (102). 
 
6 Ana Carolina Moreno e Marcelo Valadares. Desigualdade entre alunos ricos e pobres no Brasil está entre as maiores do mundo, diz estudo. G1 Educação. 
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/19/desigualdade-entre-alunos-ricos-e-pobres-no-brasil-esta-entre-as-maiores-do-mundo-diz-estudo.ghtml. Acesso 
em 19 de dezembro de 2019. 
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Quando avaliadas as regiões do Brasil, o Nordeste é a que apresenta a maior desigualdade, com 107 
pontos de diferença, seguida pela região Centro-Oeste (104); Sul (103,9); Sudeste (91,6) e Norte (81,7). 
Mas Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Portal Iede, explica que uma desigualdade menor nem 
sempre é um bom sinal. Nos casos da Região Norte e de alguns países com a menor desigualdade, essa 
equidade é o resultado do baixo desempenho tanto dos estudantes pobres quanto dos mais ricos (veja 
no gráfico abaixo). Ela não garante, segundo Faria, que todos os alunos, independentemente de sua 
renda familiar, tenham o aprendizado adequado na escola. 
Do outro lado da lista, os países ou regiões com menor desigualdade foram Macau (China), 
Cazaquistão, Kosovo, Albânia e Hong Kong (China). 
 
Leitura 
Em leitura, o Brasil ficou em terceiro lugar na lista de países mais desiguais entre alunos de família de 
alta e baixa renda (veja abaixo). A diferença foi de 102,6 pontos, abaixo apenas de Israel (121) e Filipinas 
(107). Os alunos brasileiros de alta renda, tiveram média de 492,2 pontos, enquanto os de baixa tiveram 
389,6 pontos em média. 
Nas regiões brasileiras, o Nordeste apresentou a maior desigualdade, com 112,2 pontos de diferença, 
seguido pelo Sul, com 107,5; Centro-Oeste, com 101,2; Sudeste, com 89,9 e Norte, com 83,9 pontos de 
diferença entre as médias. 
 
Ciências 
Na disciplina de ciências, o Brasil é novamente o terceiro país mais desigual, ficando atrás apenas de 
Israel e Bélgica. Assim como em leitura, os alunos com altos índices socioeconômicos também tiveram 
em média 102,6 pontos a mais que os com NSE baixo. Em Israel, essa diferença foi de 107,6 pontos e 
na Bélgica, de 105,6. 
Nas regiões brasileiras, o Centro-Oeste foi o mais desigual, com 110,5 pontos de diferença, seguido 
por Nordeste (108), Sul (107,5), Sudeste (92,3) e Norte (78,2). 
Por outro lado, os países ou regiões com menor diferença entre as notas médias foram Macau (China), 
Cazaquistão, Kosovo, Montenegro e Hong Kong (China): 
 
Os ricos e pobres no Brasil 
Segundo Faria, no Brasil há uma elite muito pequena em relação à quantidade de pessoas pobres, e 
que isso reflete a desigualdade do país na comparação internacional. 
"É importante dizer que o Brasil tem conhecimentos e que temos boas escolas. Mas muito do nosso 
conhecimento está destinado a uma pequena elite." – Ernesto Martins Faria (Portal Iede) 
Faria defende que o país foque as políticas públicas de educação na redução dessa desigualdade. "A 
condição social é muito determinante na formação do aluno. Poderíamos pensar como outros países, que 
oferecem melhores escolas para alunos de baixa renda, e oferecem melhores salários para que 
professores lecionem em escolas de baixa renda", ressaltou ele. 
 
Repetência 
O estudo do Mapa da Aprendizagem também comparou o índice de repetência, que avalia quantos 
alunos nunca repetiram no ensino fundamental. O Brasil, neste quesito, ficou em 11º lugar na 
desigualdade: 91% dos alunos com família de alta renda nunca repetiram de ano, contra 75% dos alunos 
de baixa renda. A diferença entre os dois grupos foi de 16 pontos percentuais (p.p.). 
O Marrocos foi o país com a maior diferença neste quesito, com 34,5 pontos percentuais separando 
os alunos ricos e pobres. 
Os demais países com desigualdade maior que o Brasil foram Espanha (31.2 p.p.), Bélgica (30,8 p.p.), 
Luxemburgo (27,5 p.p.), Uruguai (25 p.p.), Argentina (23 p.p.), Portugal (21 p.p.), Líbano (20,6 p.p.), 
França (18,8 p.p.) e Macau (18,6 p.p.). 
 
Escolaridade das mães 
Outro índice importante para avaliar a desigualdade entre os alunos de baixa e alta renda é o nível de 
escolaridade das mães. Esse é um dosprincipais fatores do cálculo do nível socioeconômico. Segundo 
especialistas, há uma forte relação indicando que, quanto maior é a escolaridade da mãe, melhor é o 
desempenho escolar do filho ou filha. 
Nesse quesito, o estudo mostra que o Brasil está na 28ª posição entre os 80 países do Pisa 
2018. Apenas 38% dos alunos de baixa renda têm mães que concluíram o ensino médio, enquanto 
91,19% dos alunos de famílias com rendas mais altas têm mães com o diploma. A diferença, nesse caso, 
é de 52,6 pontos percentuais. 
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Portugal foi o país que teve a maior diferença neste índice: 16,32% dos alunos de baixa renda têm 
mães com diploma do ensino médio, contra 92,29% dos alunos da elite do país. 
 
Brasil cai em ranking mundial de educação em matemática e ciências; e fica estagnado em 
leitura7 
 
País teve novamente um dos 10 piores desempenhos do mundo em matemática no Pisa 2018, a 
avaliação mundial de educação. 
O Brasil não conseguiu registrar avanços significativos no desempenho dos estudantes em leitura, em 
matemática e em ciências no mais importante ranking mundial de educação. O resultado do Programa 
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira (03/12) 
aponta ligeiro aumento da nota média, mas os estudantes brasileiros seguem entre os últimos 10 
colocados na prova de matemática. 
O exame, cujas provas foram aplicadas no ano passado, é realizado pela Organização para 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os resultados negativos para a educação brasileira 
foram verificados mesmo com a expansão da lista dos países participantes, que passaram de 70 para 80. 
Em leitura, o Brasil conseguiu manter sua posição de 2015, mas ainda está atrás de mais de 50 países 
e regiões econômicas. Já em ciência, o país caiu algumas posições, para uma colocação abaixo de pelo 
menos 65 participantes. 
 
 
 
O que é o Pisa? 
O Pisa é uma avaliação mundial feita em dezenas de países, com provas de leitura, matemática e 
ciência, além de educação financeira e um questionário com estudantes, professores, diretores e escolas 
e pais; 
Ela é realizada a cada três anos – a mais recente foi aplicada em 2018 com uma amostra de 600 mil 
estudantes de 15 anos de 80 países diferentes. Juntos, eles representam cerca de 32 milhões de pessoas 
nessa idade; 
A cada ano, uma das três disciplinas principais é o foco da avaliação – em 2018, o foco foi na leitura; 
O Brasil participou de todas as edições do Pisa desde sua criação, em 2000, mas continua muito 
abaixo da pontuação de países desenvolvidos e da média de países da OCDE, considerada uma 
referência na qualidade de educação. 
 
Tendência de estagnação 
Os resultados seguem muito abaixo da média dos países da OCDE, que foi de 487 em leitura, 489 em 
matemática e 489 em ciências. Esses valores são usados como referência de educação de qualidade 
pelo Brasil e demais países. 
A OCDE concluiu que o Brasil mantém uma tendência de estagnação ao analisar os resultados de 
sete edições do Pisa em leitura, seis em matemática e cinco em ciências. Embora as notas médias 
tenham variado alguns pontos para cima e para baixo, no decorrer da última década essa variação não 
foi considerada estatisticamente relevante para ser considerada uma evolução de patamar. 
 
Ampliação das matrículas sem queda 
Apesar de se manter num patamar estável, a OCDE destacou que o Brasil foi um dos países que 
conseguiu aumentar consideravelmente o número de adolescentes de 15 anos matriculados na escola, 
sem que isso fizesse cair sua nota média no Pisa. 
 
7 Ana Carolina Moreno e Elida Oliveira. Brasil cai em ranking mundial de educação em matemática e ciências; e fica estagnado em leitura. G1 Educação. 
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/03/brasil-cai-em-ranking-mundial-de-educacao-em-matematica-e-ciencias-e-fica-estagnado-em-leitura.ghtml. Acesso 
em 03 de dezembro de 2019. 
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"Entre 2003 e 2018, Brasil, Indonésia, México, Turquia e Uruguai matricularam muito mais pessoas de 
15 anos na educação secundária sem sacrificar a qualidade da educação oferecida", diz o relatório. 
 
 
 
Atualmente, o patamar do Brasil deve ser comparável em leitura com a Bulgária, a Jordânia, a Malásia 
e a Colômbia. Em matemática, com a Argentina e a Indonésia. Já em ciências, os países que estão no 
mesmo grupo do Brasil no ranking mundial são Peru, Argentina, Bósnia e Herzegovina e a região de 
Baku, no Azerbaijão. 
 
Regiões da China superam Singapura 
Já no topo do ranking internacional, a China, embora não participe como um único país, mas sim 
apenas com regiões específicas, conseguiu liderar o ranking nas três provas. A região compreendendo 
Pequim-Xangai-Jiangsu-Guangdong (chamada de P-X-J-G pela OCDE) ficou nas primeiras colocações. 
Mas Macau e o território semiautônomo de Hong Kong conseguiram entrar no top 10 em todas as provas, 
e Taipei ficou entre os dez melhores em matemática e ciências. 
Outras duas potências asiáticas, Coreia do Sul e Japão também figuram entre os melhores países do 
mundo no Pisa 2018. As demais posições são ocupadas por países europeus e o Canadá 
 
 
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Tema da redação do Enem 2019 é 'Democratização do acesso ao cinema no Brasil'8 
 
Professores dizem que tema é 'inesperado', mas não necessariamente difícil. Eles dizem que 
estudante pode abordar tanto a produção quanto o acesso da população. 
O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2019) é "Democratização do acesso 
ao cinema no Brasil". 
Segundo professores ouvidos pelo G1, o tema não estava entre as principais apostas e discussões 
nos cursinhos ou redes sociais durante o ano, e a área de cultura há anos não aparecia no Enem. Mas a 
surpresa não chega a fazer do Enem 2019 uma prova difícil para os candidatos. 
Já os cineastas ouvidos pelo G1 afirmaram que a democratização do acesso ao cinema no Brasil ainda 
está longe da realidade. Eles citaram argumentos que poderiam ser usados pelos candidatos, como 
diversidade de temas nas telas, variedade de produtores na execução dos projetos e até o valor do 
ingresso, que em geral é caro no país. 
Nas redes sociais, alguns internautas elogiaram o tema, enquanto outros ficaram felizes de não 
estarem entre os candidatos neste ano. Muitos perceberam que, há cinco dias, as redes sociais do 
Ministério da Educação deram um "spoiler" do tema, anunciando uma parceria do ministério com a 
Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) para que salas de cinema sejam adaptadas a pessoas com 
deficiência. 
Os estudantes tiveram acesso a textos de apoio para compor a argumentação, como: 
- um trecho do artigo "O que é cinema", de Jean-Claude Bernardet; 
- um trecho do texto "O filme e a representação do real", de C.F.Gutfreind; 
- um infográfico do periódico "Meio e a Mensagem" sobre o percentual de brasileiros que frequentam 
as salas de cinema; 
- um trecho do texto "Cinema perto de você", da Ancine. 
 
Análise dos professores 
O professor de redação do Sistema de Ensino pH Thiago Braga, do Rio de Janeiro, disse ao G1 após 
o anúncio que o tema é inesperado e não houve discussão tão grande sobre ele nesse ano. 
"Mas é uma discussão importante porque a gente tem o cinema como uma arte que é muito deixada 
de lado no Brasil, embora muito bem produzida no Brasil", afirmou Thiago Braga, do pH. 
Segundo ele, sem os textos motivadores não é possível saber que enfoque o Enem vai dar ao tema. 
Braga sugere algumas abordagens possíveis, desde a produção audiovisual no país até o acesso de 
todos os setores da população ao audiovisual, inclusive as famílias de baixa renda. 
A professora Isabela Arraes, do CPV Vestibulares, de São Paulo, afirmou que, apesar de inusitada, a 
proposta da redação do Enem 2019 não pode ser considerada difícil. 
"Foi compatível com o que oexame costuma cobrar dos candidatos, se considerarmos que o tema 
sempre traz uma questão de viés social que deverá ser analisada criticamente pelos alunos. A questão 
foi alvo de discussões na internet, principalmente devido aos últimos cenários envolvendo a Ancine e os 
cortes na cultura do país" - Isabela Arraes, professora de redação 
Ainda de acordo com Isabela, a democratização do acesso ao cinema é uma questão social muito 
pertinente. 
"Inclusive, dava margem a algumas análises polêmicas, na contramão do clima de tensão do momento 
político que o país está vivendo: assim, o Enem optou por solicitar uma discussão extremamente 
importante no que diz respeito à aquisição dos conhecimentos proporcionados pela indústria 
cinematográfica", afirmou a professora. 
Para o professor de redação Rogi Almeida, do Curso de Redação, em Teresina, o estudante pode se 
surpreender porque o tema não foi abordado em provas mais recentes. 
“Eles pegaram um eixo temático que há muito tempo não era abordado, que é cultura. O aluno tem 
que fazer a problematização para o acesso à cultura e ao cinema e como a partir de um filme se tira várias 
discussões sociais." - Rogi Almeida, professor de redação 
Rogi Almeida ainda diz que é possível usar exemplos na abordagem. "Um exemplo é o Coringa, um 
filme a partir do qual se discute a violência, as doenças psíquicas, entre outros temas.” 
 
 
 
 
 
8 Ana Carolina Moreno. Elida Oliveira. Fabio Manzano. Tema da redação do Enem 2019 é 'Democratização do acesso ao cinema no Brasil'. G1 Educação. 
https://g1.globo.com/educacao/enem/2019/noticia/2019/11/03/redacao-do-enem-2019-e-sobre-democratizacao-do-acesso-ao-cinema-no-brasil.ghtml. Acesso em 04 
de novembro de 2019. 
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Argumentos de cineastas 
Bruno Barreto, diretor de filmes como "Dona Flor e seus dois maridos" e "O que é isso, companheiro?", 
que foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, afirma que "estamos ainda muito longe da 
democratização do acesso ao cinema brasileiro". 
"A arte precisa de dinheiro, mas também de mecanismos para facilitar o acesso, para democratizar, 
fazer com que pessoas com baixo poder aquisitivo tenham acesso ao audiovisual. A maneira realista de 
isso acontecer é nas plataformas e na televisão" – Bruno Barreto, cineasta 
Para Marcelo Gomes, diretor de filmes como "Estou me guardando para quando o Carnaval chegar" 
(2019) e "Cinema, Aspirina e Urubus" (2005), a democratização do cinema leva o país a construir uma 
identidade. 
"O cinema é o espelho da nossa cultura. Já foi dito que um país sem cinema é uma casa sem espelhos. 
A gente tem que democratizar, fazer chegar a todas as camadas da população, não apenas em shoppings 
com ingressos caros. Milhares e milhares de cidades do Brasil não têm cinema. É uma forma de as 
pessoas acessarem mais conhecimentos, é fundamental ao país." – Marcelo Gomes, cineasta 
A cineasta Laís Bodanzki afirma que a democratização do acesso ao cinema precisa incluir a 
diversidade de temas abordados na tela e também ao ingresso à sala de exibição. Bodanzky é presidente 
da SPCine – empresa da prefeitura de São Paulo responsável pelo fomento, estímulo e difusão do 
audiovisual na cidade de São Paulo – e diretora de filmes como "Como nossos pais" (2017), "As melhores 
coisas do Mundo" (2010), "Bicho de Sete Cabeças" (2000), entre outros. 
"Quando falamos de democracia do cinema, falamos também sobre o que está na tela, quem tem 
direito de assistir a este filme e quem tem direito de fazer" - Lais Bodanzki, cineasta. 
 
Ensino superior a distância ofertou mais vagas que o presencial em 2018, aponta Censo da 
Educação Superior9 
 
Dados foram divulgados nesta quarta (18/09); tendência já era apontada em edições anteriores. 
Metade dos alunos não chega ao diploma; 'desperdício de recursos', diz ministro. 
O número de vagas ofertadas pelo ensino superior à distância (EAD) superou em 2018, pela primeira 
vez, o número de oportunidades em cursos presenciais. No ano passado, foram 7.170.567 vagas remotas 
contra 6.358.534 vagas locais, respectivamente. 
O dado é do Censo do Ensino Superior, divulgado nesta quarta-feira (19/09) pelo Ministério da 
Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 
O resultado das vagas em EAD é reflexo direto do aumento dos cursos de graduação a distância, 
constatado em edições anteriores. Em 2018, por exemplo, o Censo do Ensino Superior mostrou uma alta 
de 17,6% no número de alunos nesta modalidade. 
“É a primeira vez que você tem um maior ensino a distância do que presencial. Acho que é uma 
tendência nacional e mundial, só tende a se consolidar e ampliar”, declarou o ministro da Educação, 
Abraham Weintraub. 
 
Matrículas presenciais lideram 
Apesar disso, a rede presencial ainda recebeu mais alunos novos, em 2018, que a rede a distância. 
Segundo o censo, foram 2.072.614 matrículas em vagas presenciais (28,9% do total ofertado), 
e 1.373.321 nas vagas à distância (21,5% do total ofertado). 
Das vagas preenchidas em todas essas redes de ensino, 58% dos alunos se inscreveram em cursos 
de bacharelado. Outros 21% iniciaram cursos de licenciatura (formação de professores), e os demais 
21%, em cursos tecnológicos. 
Ao todo, 8,4 milhões de alunos estavam matriculados em alguma modalidade de ensino superior em 
2018. Desse total, 20% estudavam em instituições públicas, e o restante, na rede privada. 
 
Alta desistência 
Weintraub criticou, ao apresentar os dados, o elevado grau de desistência dos jovens que entram no 
ensino superior. Dados dos últimos anos apontam que, em média, só um terço dos alunos termina o curso 
“na época certa”, ou seja, no número de semestres previsto. Metade dos matriculados abandona a 
faculdade sem concluir o curso. 
 
9 Matheus Rodrigues. Ensino superior a distância ofertou mais vagas que o presencial em 2018, aponta Censo da Educação Superior. G1 Educação. 
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/09/19/ensino-superior-a-distancia-ofertou-mais-vagas-que-o-presencial-em-2018-aponta-censo-da-educacao-superior-
do-mec.ghtml. Acesso em 20 de setembro de 2019. 
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“Qualquer atividade econômica, e o ensino, mesmo público, é uma atividade econômica, tem que ter 
critérios de eficiência. A gente é muito ineficiente no Brasil, sendo que há um elevado grau também de 
pessoas que ficam muito mais tempo que o previsto”, declarou. 
“A conclusão óbvia é que, se a gente reduzisse significativamente essa ineficiência, a gente 
conseguiria dobrar o número de pessoas com ensino superior completo no Brasil utilizando os mesmos 
recursos disponíveis. Antes de investir mais, temos que olhar para eficiência. Não adianta jogar mais 
dinheiro em lugar onde a gente tem tanto desperdício, público ou privado.” 
Assim como nas últimas apresentações à imprensa, o ministro deixou o local do anúncio sem 
responder às perguntas de jornalistas. O MEC não informou como pretende atuar para reverter esse 
cenário. 
 
Sem crise 
Na apresentação, Weintraub também voltou a criticar o que chamou de “terrorismo da imprensa” sobre 
a crise financeira no ministério. Segundo ele, tanto a coleta de dados do Censo, quanto a realização das 
provas sob tutela do Inep (incluindo Enem e Encceja) vêm sendo concluídos sem problemas. 
“A primeira conclusão que eu gostaria de chamar atenção, mais importante de todas, é que a despeito 
de ilações que saíram em alguns veículos sobre risco de paralisia do Inep, a gente não vê nenhum 
problema na prática”, disse. 
 
Censo da Educação Superior 
O Censo da Educação Superior é feito todos os anos pelo Inep para levantar dados sobre as 
instituições de ensino, alunos e professores dos cursos de graduação e sequencias de formação 
específica. A ideia é fornecer informações sobre o setor e as tendências desenhadas. 
Os dados abrangem também o número de vagas oferecidas, inscrições,matrículas, ingressantes e 
concluintes e informações sobre os professores. 
 
Doria manda recolher apostila de ciência que fala sobre diversidade sexual: 'Não aceitamos 
apologia à ideologia de gênero'10 
 
Governador fala em 'erro inaceitável' e 'apuração dos responsáveis'. Livro é destinado a alunos do 8º 
ano do ensino fundamental das escolas estaduais de São Paulo. 
O governador João Doria (PSDB) mandou recolher nesta terça-feira (03/09) o material escolar de 
ciências para alunos do 8º ano do Ensino Fundamental da rede estadual de São Paulo. A apostila explica 
os conceitos de sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual. Também traz orientações sobre 
gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. 
Alunos do 8º ano têm, em regra, 13 e 14 anos. "Fomos alertados de um erro inaceitável no material 
escolar dos alunos do 8º ano da rede estadual. Solicitei ao Secretário de Educação o imediato 
recolhimento do material e apuração dos responsáveis. Não concordamos e nem aceitamos apologia à 
ideologia de gênero", escreveu Doria pelo Twitter. 
Em nota, a Secretaria da Educação de São Paulo afirma que o termo "identidade de gênero" estaria 
em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular do MEC e com o Novo Currículo Paulista aprovado 
em agosto, e que a apostila é complementar ao estudo dos alunos. 
Em 2017, o Ministério da Educação tirou o termo "orientação sexual" da terceira e última versão da 
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino infantil e fundamental, que passou a valer em 
2019. 
De acordo com o documento, o Conselho Nacional de Educação (CNE) emitiria orientações 
específicas sobre orientação sexual e identidade de gênero. 
Para a professora FGV Cláudia Costin e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas 
Educacionais (CEIPE), “[A base] não só não menciona, mas ela não proíbe. Ao traduzir a base em 
currículos estaduais, os currículos podem ou não introduzir uma questão sobre isso, o que não impede 
que professores ou até escolas abordem o tema.” 
“A base estabelece aprendizagens mínimas que todos os alunos brasileiros têm que ter na educação 
básica", completa. 
A BNCC é considerada fundamental para reduzir desigualdades na educação no Brasil e países 
desenvolvidos já organizam o ensino por meio de bases nacionais. O documento define a linhas gerais 
do que os alunos das 190 mil escolas do país devem aprender a cada ano. 
 
10 G1 SP. Doria manda recolher apostila de ciência que fala sobre diversidade sexual: 'Não aceitamos apologia à ideologia de gênero'. G1 São Paulo. 
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/09/03/doria-manda-recolher-livros-de-ciencia-que-fala-sobre-diversidade-sexual-nao-aceitamos-apologia-a-ideologia-
de-genero.ghtml. Acesso em 04 de setembro de 2019. 
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Ainda segundo a secretaria da Educação, "as apostilas do 'São Paulo Faz Escola' são elaboradas por 
servidores da rede estadual, desde 2009, que se utilizaram das fontes abertas que dispunham, no caso, 
de manual do Ministério da Saúde". 
Ao falar da identidade de gênero, a apostila reproduz conteúdo do Ministério da Saúde: "A identidade 
de gênero refere-se a algo que não é dado e, sim, construído por cada indivíduo a partir dos elementos 
fornecidos por sua cultura: o fato de alguém se sentir masculino e/ou feminino. Isso quer dizer que não 
há um elo imediato e inescapável entre os cromossomos, o órgão genital, o aparelho reprodutor, os 
hormônios, enfim o corpo biológico em sua totalidade, e o sentimento que a pessoa possui de ser homem 
ou mulher". 
Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que o tema é pautado pela Constituição Federal, mas que 
estados e municípios têm autonomia para implementar ações desde que não conflitem com disposições 
nacionais. 
"No âmbito do Ministério da Saúde, as temáticas da saúde sexual, reprodutiva, planejamento familiar 
e direito à reprodução, se pautam pelo disposto na Constituição Federal de 1988, e nas Leis 8.080 e 
8.142 de 1990, orientados para o acesso universal e igualitário para a atenção integral à saúde. 
Cabe esclarecer que estados e municípios possuem autonomia para construírem, destituírem, 
implementarem ou descontinuarem localmente ações, serviços e intervenções, desde que não conflitem 
com as disposições nacionais e constitucionais. 
Vale ressaltar ainda que ‘gênero’ é um termo que tem reunido discussões de amplo espectro, muitas 
vezes diferentes entre si, e que comumente tratam sobre identidade, manifestação da afetividade, 
discriminação, saúde sexual, direitos civis, desigualdade, principalmente no tratamento entre homens e 
mulheres, além de aspectos culturais, tradicionais e sociais. 
Trata-se de um conjunto amplo de debates, normalmente transversais ao Estado brasileiro, não 
situados especificamente em uma pasta ou setor, mas que demandam das políticas atenção para a 
manutenção dos direitos sociais assegurados na Constituição Federal, principalmente, no caso da saúde, 
na manutenção do direito ao acesso universal e igualitário para a atenção integral na Rede de Atenção à 
Saúde", diz a nota. 
Depois, em coletiva na tarde desta terça, Doria voltou a falar que seu governo "não faz ideologia de 
gênero". 
"Não é razoável que crianças e adolescentes tenham esse tipo de assunto na escola. Pela manhã fui 
informado sobre a existência dessa cartilha. Entrei em contato com o secretário Rossieli Soares, que se 
surpreendeu com o fato. Pedi que verificasse. Ele retornou dizendo que sim. Eu determinei que fosse 
recolhidas todas as apostilas e verificasse quem autorizou a produção e a distribuição sem prévia consulta 
ao secretário", afirmou. 
 
Veja a nota da Secretaria: 
"Nesta segunda-feira, a Secretaria da Educação tomou conhecimento de que os alunos do 8º ano do 
Ensino Fundamental (menos de 10% da rede) receberam as apostilas de ciências do São Paulo Faz 
Escola em que consta conteúdo impróprio para a respectiva idade e série e em desarranjo com as 
diretrizes desta gestão. Diante disso, a Seduc-SP esclarece: 
1- O tema de "identidade de gênero" está em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular, 
aprovada em 2017 pelo Ministério da Educação e também com o Novo Currículo Paulista, aprovado em 
agosto de 2019. Assim, o assunto extrapola os dois documentos, que tratam do respeito às diferenças e 
à multiplicidade de visões da nossa sociedade. 
2- A Secretaria da Educação iniciou imediatamente o recolhimento dos exemplares das escolas, nesta 
terça-feira, dia 3, assim como a apuração da responsabilidade pela aprovação do conteúdo. 
3- As apostilas do São Paulo Faz Escola são elaboradas por servidores da rede estadual, desde 2009, 
que se utilizaram das fontes abertas que dispunham, no caso, de manual do Ministério da Saúde. 
4- Não houve prejuízo material para a secretaria, uma vez que se trata da apostila complementar 
referente apenas ao 3º bimestre, além de se tratar de apostila consumível, ou seja, que já não seria 
reaproveitada por outros alunos. 
5- As apostilas são material complementar de apoio ao currículo e seu uso fica a critério de cada 
professor. 
6- A Seduc-SP decidiu reestruturar todo o processo de produção das apostilas e já está contratando 
serviço de revisão externa para todos os materiais." 
 
Sobre 'ideologia de gênero' 
O termo "ideologia de gênero" surgiu entre meados da década de 1990 e início dos anos 2000 no 
âmbito do Conselho Pontifício para a Família, da Congregação para a Doutrina da Fé, antigamente 
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conhecida como Santa Inquisição Romana e Universal, ala conservadora da Igreja Católica, segundo o 
Centro de Estudos Multidisciplinares Avançados da Universidade de Brasília (UnB). 
O termo foi formulado como uma reação ao feminismo por neofundamentalistas católicos, que 
acreditam que a luta feminista atinge a tradicional família cristã. Mas, de acordo com a UNB, o termo 
contraria, inclusive,disposições do Concílio Vaticano II, quando vários temas da Igreja Católica foram 
regulamentados na década de 1960. 
Depois, em 2000, a expressão apareceu em documento da Cúria Romana, com a publicação de 
“Família, Matrimônio e Uniões de fato”. 
A expressão "ideologia de gênero" não é reconhecida no mundo acadêmico e é usada por grupos 
conservadores, como as igrejas evangélicas, contrários aos estudos de gênero iniciados nas décadas de 
1960 e 1970 nos Estados Unidos e na Europa, que teorizam a diferença entre o sexo biológico e o gênero. 
Para esses estudiosos, ser um homem ou uma mulher não depende apenas da genitália ou dos 
cromossomos, mas de padrões culturais e comportamentais. Tais padrões, segundo os teóricos da área, 
são adquiridos na vida em sociedade. Já acadêmicos conservadores acreditam que as conclusões desses 
estudos sobre o gênero não obtiveram validação das ciências exatas e biológicas. 
Em 1994, o conceito de gênero foi adotado, pela primeira vez, em documento intergovernamental na 
Conferência de População do Cairo, na Assembleia Geral da ONU de 1994. 
Em 2004, no Brasil, surgiu o movimento "Escola sem Partido" para combater uma suposta doutrinação 
de esquerda que os professores praticariam nas escolas. 
Em abril de 2017, o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU enviou uma carta à embaixadora 
do Brasil na ONU, citando a exclusão do termo “orientação sexual” do currículo escolar após “membros 
do grupo Escola Sem Partido terem acusado professores de encorajar alunos a entrar em contato com 
sua natureza homossexual”. 
A carta lembra que o Comitê de Direitos da Criança recomendou, em 2015, que o Brasil “fortalecesse 
seus esforços para combater a discriminação e a estigmatização de crianças vivendo em situação de 
pobreza em áreas urbanas marginalizadas, como favelas, além de crianças em situação de rua, meninas, 
e crianças negras e indígenas. ” 
O Comitê também recomendou a criação de leis proibindo a discriminação e o incitamento da violência 
com base na orientação sexual e identidade de gênero. 
Pricila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação, afirma que o termo “ideologia de gênero” 
não existe na base da educação brasileira, mas sim, a discussão do tema. 
“É importante diferenciar, porque tem um grupo que rotula. Isso é um rótulo de grupo.” Ela explica que 
a discussão visa debater a construção de identidade e que um grupo de pessoas é a favor e outro é contra 
abordar isso nas escolas. 
 
USP sobe no ranking de Xangai das melhores universidades do mundo11 
 
A Universidade de São Paulo (USP) agora está entre as 150 mais bem avaliadas - em 2018, aparecia 
no bloco seguinte, de 151 a 200. 
A Universidade de São Paulo (USP), primeira universidade brasileira a aparecer na lista de melhores 
instituições do mundo no ranking de Xangai, subiu posições no quadro divulgado nesta quinta-feira 
(15/08), em relação ao ano passado. A USP agora está entre as 150 mais bem avaliadas - em 2018, 
aparecia no bloco seguinte, de 151 a 200. 
O Ranking Mundial Acadêmico de Universidades (ARWU, na sigla em inglês), da consultoria chinesa 
Shanghai Ranking Consulting, tem a particularidade de apresentar sequencialmente apenas as 100 
primeiras colocadas. Depois, a partir de 101, a lista se divide em blocos de 50 ou 100, sem especificar o 
lugar exato de cada uma. 
Na sequência divulgada nesta quinta-feira, aparecem ainda outras cinco universidades brasileiras, que 
não mudaram de colocação em relação ao ano passado. São elas: Universidade Federal do Rio de 
Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp), 
entre a 301ª e a 400ª posição, e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal 
do Rio Grande do Sul (UFRGS), no bloco entre o 401° e o 500° lugar. 
O ranking é um dos mais respeitados do mundo, ao analisar cerca de 1 mil instituições do planeta e 
selecionar as 500 melhores. Na avaliação, seis critérios são considerados: o número de professores ou 
diplomados que venceram prêmios Nobel ou medalhas Fields (o Nobel da matemática), o número de 
pesquisadores mais citados nas suas áreas e as publicações nas revistas científicas Science e Nature. A 
 
11 RFI. USP sobe no ranking de Xangai das melhores universidades do mundo. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/08/15/usp-sobe-no-ranking-
de-xangai-das-melhores-universidades-do-mundo.ghtml. Acesso em 15 de agosto de 2019. 
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classificação é criticada por excluir as ciências humanas e negligenciar os métodos de ensino, ao se 
concentrar apenas em parâmetros quantitativos. 
 
Americanas permanecem as melhores 
As universidades americanas continuam a dominar o ranking, com oito entre as 10 primeiras posições. 
A liderança é de Harvard, que ocupa a posição pelo 17º ano consecutivo. Vêm em seguida Stanford e a 
britânica Oxford. 
A primeira universidade francesa a aparecer é a Paris-Sud, na 37ª colocação, seguida pela Sorbonne, 
em 44º lugar. No total, 21 estabelecimentos franceses são citados na lista. 
 
MEC lança 'Future-se', programa para aumentar verba privada no orçamento das federais12 
 
O Ministério da Educação lançou oficialmente, nesta quarta-feira (17/07), um programa para 
reestruturar o financiamento do ensino superior público. A proposta, chamada “Future-se”, amplia a 
participação de verbas privadas no orçamento universitário. 
As instituições poderão fazer parcerias público-privadas (PPP's), ceder prédios, criar fundos com 
doações e até vender nomes de campi e edifícios, como em estádios. Antes da adesão, haverá consulta 
pública. 
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que alunos não terão de pagar mensalidade nas 
universidades públicas, independentemente da faixa de renda. "Sem mensalidade, sem nada", disse o 
ministro. 
O lançamento ocorre em meio ao contingenciamento de verbas das universidades, anunciado no fim 
de abril pelo governo. De acordo com a associação que representa os reitores das universidades federais, 
a Andifes, a medida atinge de 15% a 54% dos recursos que podem ser cortados das universidades 
federais. 
Com o programa, as universidades poderão: 
- celebrar contratos de gestão compartilhada do patrimônio imobiliário da universidade e da União. As 
reitorias poderão fazer PPPs, comodato ou cessão dos prédios e lotes; 
- criar fundos patrimoniais (endowment), com doações de empresas ou ex-alunos, para financiar 
pesquisas ou investimentos de longo prazo; 
- ceder os “naming rights” de campi e edifícios, assim como acontece nos estádios de futebol que 
levam nomes de bancos ou seguradoras; 
- criar ações de cultura que possam se inscrever em editais da Lei Rouanet ou outros de fomento. 
 
Antes da adesão das universidades, o MEC fará uma consulta pública sobre o Future-se nos próximos 
30 dias, pela internet. A área jurídica do ministério ainda estuda quais pontos terão de ser aprovados pelo 
Congresso Nacional para entrarem em vigor. 
“Às vezes, a crise, ela incomoda. Às vezes não, sempre. Ela incomoda, ela faz com que a gente 
repense as estruturas, a forma de trabalhar, agir, pensar. Mas se ela for bem conduzida, ela permite 
oportunidades, crescimento, desenvolvimento, revoluções”, declarou Weintraub. 
 
Soluções do mercado financeiro 
O Future-se, no modelo apresentado nesta quarta, se baseia em uma série de dispositivos do mercado 
financeiro. Segundo o MEC, essa “carteira de ações” inclui: 
 
Fundo de patrimônio imobiliário 
O MEC diz ter recebido R$ 50 bilhões em lotes, imóveis e edifícios da União. Esse patrimônio será 
convertido em um fundo, e os lotes, cedidos à iniciativa privada. A rentabilidade das construções volta 
para o fundo, que ficaria disponível para o financiamento. Como exemplo, o MEC citou um lote de 65 mil 
metros quadrados próximo à Ponte JK, um dos cartões-postais de Brasília. 
 
Microcrédito para startups 
O MEC quer incluir no financiamento universitário

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