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CURSO: DIREITO PROFESSOR( A ) : RICARDO THOMAZ SANTOS DISCIPLINAALUNO(A): : JOSÉ AUGUSTO OLIVEIRA SILVA PRÁTICA SIMULADA CONSTITUCIONALMATRÍCULA: 201902562331 TURMA: CCJ026 1 TURNO: NOTURNO DATA: 17 / 11 / 202 1 AV2 Nota dos trabalhos: _______________ Nota da Prova: _______________ Nota Final: _______________ Assinatura Prof (ª ) .: ________________________ INSTRUÇÕES Esta avaliação deve ser respondida pelo(a) aluno(a) e devolvida em formato PDF; A postagem da avaliação deve ser feita no TEAMS, na aba “Trabalhos da Disciplina”; O prazo limite para a postagem é até 18/11/2021, às 22h20; A avaliação é constituída de 01 (uma) peça processual. Não serão aceitos os envios feitos em desacordo com estas orientações. BOA PROVA! COMPOSIÇÃO DA AV2 PROVA (VALOR 10 PONTOS) Questão 01 - Peça processual (Valor: 10 pontos): Diante dos indícios de irregularidade nas obras do TRF da 2.ª Região, foi instaurada uma CPI na Câmara dos Deputados para investigar as irregularidades na obra. Segundo o que apontou o relatório final da CPI, a obra que estava orçada em R$ 10.000.000,00, na prática, não custaria mais que R$ 6.5000.000,00, sendo parte da obra destinada a instalações de paredes de mármore e estátuas de bronze na entrada do tribunal. Apesar do relatório da CPI, constatando fraude de R$ 3.500.000,00, o MPF e o TCU não tomaram medidas a fim de suspender as obras nem os gastos abusivos que a CPI apurou. Essas informações foram divulgadas em toda a imprensa e chegaram aos ouvidos de dona Zuleica Rocha, uma ex-funcionária do Tribunal que estava pasma e inconformada com o que acontecia no TRF. Consultando-se com alguns outros ex-funcionários e colegas advogados que ela fez durante os anos em que foi funcionária no tribunal, Zuleica Rocha procura você, advogado(a), para que tome as medidas cabíveis a fim de assegurar que o erário não seja onerado e que tais imoralidades não ocorram Como advogado de José Silva, redija a peça processual cabível para o caso. Obs1: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. Obs 2: Não é possível criar qualquer dado ou fato novo do processo. AO EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO FEDERAL DA ____VARA DO ESTADO _______. COM PEDIDO DE SUSPENSÃO LIMINAR ZULEICA ROCHA, nacionalidade, estado civil, profissão, INCRITA NO Cadastro de pessoas Físicas sob - CPF sob o nº 000.000.000-00, RG, Título de Eleitor nº - Zona, Seção, residente e domiciliada: endereço completo, CEP:___, endereço eletrônico, vem, com fundamento no inciso LXXIII, do artigo 5º da CF/88 e na específica Lei nº 8.717/65, propor a presente AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE SUSPENSÃO LIMINAR contra o TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2.ª Região – TRT2, autarquia federal, Pessoa Jurídica de Direito Público cadastrada no Cadastro Nacional de pessoal Jurídicas - CNPJ sob o nº _____, com endereço completo, CEP ____-__, endereço eletrônico, devendo ser citado na pessoa do seu presidente, nome do (a) presidente (a), e o faz pelos fundamentos de fato e de direito a seguir: 1. DOS FATOS Diante dos indícios de irregularidade nas obras do TRF da 2.ª Região, foi instaurada uma CPI na Câmara dos Deputados para investigar as irregularidades na obra. Segundo o que apontou o relatório final da CPI, a obra que estava orçada em R$ 10.000.000,00, na prática, não custaria mais que R$ 6.5000.000,00, sendo parte da obra destinada a instalações de paredes de mármore e estátuas de bronze na entrada do tribunal. Mas grave é ainda que, apesar do relatório da CPI, constatando fraude de R$ 3.500.000,00, o MPF e o TCU não tomaram medidas a fim de suspender as obras nem os gastos abusivos que a CPI apurou. Essas informações foram divulgadas em toda a imprensa, motivo pelo qual a Autora tomou ciência e, indignada e munida do conhecimento jurídico necessário a respeito do instrumento capaz de sanar aquele malefício social, resolveu entrar com o presente instrumento a fim de dar um basta no suposto esquema de desvio de erário daquele Órgão Público no qual Ela trabalhou por anos afinco. 2 - DO DIREITO 2.1 – DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR Consoante ao art. 5º, inciso LXXIII, da Cata Magna de 88, admite a impetração da ação popular, por qualquer cidadão, visando anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente, bem como ao patrimônio histórico e cultural. Sobre a mesma matéria também consta no ordenamento Jurídico brasileiro a Lei 4.717/65 que estabelece o rito da presente ação. Tem-se que acordo a redação da Constituição, a edição de ato e de edital público é ato lesivo à moralidade administrativa. Não obstante, José Homem Corrêa Teles, define: “dizem-se populares as ações que podem ser intentadas por qualquer pessoa do povo, para conservação ou defesa de coisas públicas… nada obsta a qualquer pessoa do povo poder demandar de outro que usurpou o terreno baldio público, ou embargar-lhe a obra prejudicial ao lugar público, como a rua, rio etc. (CORRÊA TELES, 1918, p. 44)”. Assim, o ajuizamento do presente feito é cabível. 2.2 - DO SUJEITO ATIVO – LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM Muito meticuloso, o Constituinte de 88, ainda teve o cuidado na tratativa dessa matéria, no sentido de ampliar as hipóteses de cabimento da presente tutela popular, preceitua em seu art. 5º, LXXIII, o seguinte, in verbis: “Qualquer cidadão é parte legitima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus de sucumbência”. Portanto, de acordo com o Texto Constitucional, qualquer cidadão pode figurar como sujeito ativo na Ação Popular, todavia, é claro, considerado o que se encontra apto a exercer os direitos políticos, votar e ser votado, cujo exercício dos direitos políticos depende do alistamento eleitoral e prova da cidadania, para ingresso em juízo, tem de ser feita com o título eleitoral, conforme o disposto no art. 1º, § 3º da LAP, prova esta que se faz com a juntada do título do autor em anexo. 2.3 - DO SUJEITO PASSIVO De acordo com o caput do artigo 6[, da Lei nº 4.717/65, são sujeitos passivos da ação popular: as pessoas jurídicas de que tenha emanado o ato lesivo e referidas no art. 1º, daquele diploma legal, dentre eles, sobressai o ente que editou o ato impugnado, no caso concreto, o Tribunal Regional federal da 2ª Região. É relevante que se fale que, a regra da Lex Máxima, no seu artigo 37, caput, exige que os atos da administração pública deva obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, dentre outros nele enumerados. Ademais, é preceito constitucional que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a Direito (art. 5º, XXXV da CF). Daí épossível inferir que, havendo direitos subjetivos feridos, é desnecessário que o judiciário indague de onde vem a lesão, para conhecer o caso concreto. Tampouco terá que deter diante de qualquer Poder, órgão ou autoridade responsável pelo agravo ao direito individual ou coletivo. Outrossim, resta claro que devem figurar no polo passivo da presente demanda o ente que editou o ato impugnado, aqui, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que possui natureza de autarquia federal. 2.4 - DOS FINS DA AÇÃO POPULAR E DO SEU OBJETO Hely Lopes Meirelles, em sua obra: “MANDADO DE SEGURANÇA, AÇÃO POPULAR etc., p. 128-126, define “A Ação Popular tem fins preventivos e repressivos da atividade administrativa ilegal e lesiva ao patrimônio público...”. Em última análise, a finalidade da Ação Popular é obtenção da correção nos atos administrativos...” “Os direitos pleiteáveis na ação popular são de caráter cívico-administrativo, tendentes a repor a Administração nos limites da legalidade e a restaurar o patrimônio público do desfalque sofrido. Por isso mesmo, qualquer leitor é parte legítima para propô-la, como também, para intervir na qualidade de litisconsorte ou assistente do autor ...” objetivando, assim, o ato ilegal, imoral ou lesivo ao patrimônio público, portanto sujeito à anulação por Ação Popular. 2.5 – DOS ATOS LESIVOS AO PATRIMÔNIO PÚBLICO Na situação em questão, é manifesta a lesividade dos atos impugnados, após uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI, restou constatado, em relatório final daquela CPI, irregularidades lesivas ao patrimônio público pois, uma obra que foi orçada em R$ 10.000.000,00, na prática, não custaria mais que R$ 6.5000.000,00. Não há como se fazer interpretação diversa que não o vislumbre de possível superfaturamento de obra com eventual desvio de erário público na casa dos 3,5 milhões de reais. Então ruge que se brade que, são anuláveis os atos praticados, nos termos do art. 3º da Lei 4.717/65: Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou privado, ou das entidades mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se compreendam nas especificações do artigo anterior, serão anuláveis, segundo as prescrições legais, enquanto compatíveis com a natureza deles. Assim, requer a Autora, a anulação do ato lesivo. 3 – DO PEDIDO DE SUSPENSÃO LIMINAR Há que se falar que, o fundamento invocado é relevante porque os argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, e ainda conforme relatório, em anexo, da CPI que flagra o alegado aqui, os quais dão conta de que existe o bom direito ora vindicado - fumus boni iuris, é notório o evidente e flagrante violação ao princípio da moralidade pública. O “periculum in mora”, por outro lado, afigura-se patente, uma vez que a demora da tutela ao fim da presente ação, pode materializar dano grave ou de difícil reparação aos cofres públicos. Assim, a autora requer a concessão de liminar, a fim de que sejam imediatamente suspensos todos os efeitos dos atos lesivos impugnados, qual seja, a obra no prédio do TRF da 2ª Região, citada ao norte, e o edital que a autoriza, com fulcro no artigo 5º, § 4º, da Lei n. 4.717/1965. 4 - DOS REQUERIMENTOS Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência: a) determine a suspensão liminar dos atos lesivos impugnados, quais sejam, a obra no prédio do TRF da 2ª Região, citada ao norte, e o edital que a autoriza, com fulcro no artigo 5º, § 4º, da Lei n. 4.717/1965; b) a citação do TRT demandado, para que, no prazo legal, conteste ou abstenha-se de contestar a presente Ação Popular, ou ainda, para que manifeste adesão expressa ao pedido inicial, conforme estabelece o artigo 6º, § 3º, da Lei 8.817/1965; c) seja finalmente confirmada a liminar e julgado procedente o pedido, para declarar a anulação definitiva dos atos lesivos impugnados, que são é claro: a obra no prédio do TRF da 2ª Região, citada ao norte, e o edital que a autoriza, com fulcro no artigo 5º, § 4º, da Lei n. 4.717/1965; d) a intervenção do Ilustre Representante do Ministério Público Federal - MPF, para apreciar e acompanhar a demanda no que lhe couber, notoriamente sobre a eventual necessidade apresentação de denúncia à esfera penal para que se puna os responsáveis e quiçá se consiga a devolução o erário já afanado, haja vista o instituto da colaboração premiada prever acordos que possibilitam tal feito; e) a citação do Ilustre Representante do Tribunal de contas da União - TCU, para que figure na presente ação como lhe convir, couber e permita o ordenamento jurídico vigente, f) a isenção de custas, na forma da lei; g) provar o alegado por todo o gênero de prova admitida em Direito. Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00, apenas para fins fiscais. Termos em que, Espera Deferimento. Estado, cidade -, 18 de novembro de 2021. NOME DO ADVOGADO OAB/UF
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