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EDUCAÇÃO BÁSICA E A SOCIEDADE
BASIC EDUCATION AND SOCIETY
Naldiene Maria santana[footnoteRef:1] [1: Acadêmico do Curso de Segunda Licenciatura em Matemática; E-mail: nicolleruana@hotmail.com] 
Ana Paula da Silva [footnoteRef:2] [2: Tutor Externo do Curso de Segunda Licenciatura em Matemática – Polo Bonito; E-mail: anapaula6@hotmail.com] 
Resumo
O presente papaer tem como tema: Educação e Sociedade e o subtema Diversidade étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa e de faixa geracional. O texto tem como objetivo estudar os conceitos de educação e sociedade e as relações entre si, com uma proposta investigação dasa questões do bullying nas escolas de Educação Básica e suas consequências, promovendo uma reflexão sobre como a educação pode mudar as prática de violência entre os estudantes. A metodologia relacionada à pesquisa qualitativa interpretativa é de natureza descritiva bibliográfica, embasada através de leituras e pesquisas de referenciais teóricos e a Lei nº 13.185 de 06 de novembro de 2015, que Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática. As entrevistas foram realizadas com adolescentes que frequentam a Educação Básica e participam do Núcleo de Cidadania dos Adolescentes, situado na cidade de Bonito, estado de Pernambuco. Analisando este conjunto de pesquisas aqui apresentadas é possível observar pontos importantes sobre o contexto educação, família e sociedade, onde o ponto que mais se destaca é que as instituições família e escola tem como função participar da formação acadêmica das crianças e jovens, bem como a evolução das suas respectivas competências socioemocionais, depois que o espaço escolar é o local onde há maior ocorrência de bullying, como a exclusão; ameaças; agressões psicológicas, fisicas ou materiais; dentre outros abusos. Assim esses pontos direciona ao entendimento que, é a educação é de fundamental importância no processo de formação dos estudantes, não apenas de caráter acadêmico, mas principalmente na formação social do indivíduo. 
Palavras Chave: Educação; Sociedade; Diversidade; Bullying.
Abstract 
The present paper has as its theme: Education and Society and the sub-theme Ethnic-racial, gender, sexual, religious and generational range. The text aims to study the concepts of education and society and the relations between them, with a proposal to investigate the issues of bullying in Basic Education schools and their consequences, promoting a reflection on how education can change the practices of violence among students. The methodology related to qualitative interpretative research is of a descriptive bibliographic nature, based on readings and research of theoretical references and Law No. 13,185 of November 6, 2015, which institutes the Program to Combat Systematic Intimidation. The interviews were conducted with adolescents who attend Basic Education and participate in the Adolescent Citizenship Center, located in the city of Bonito, state of Pernambuco. Analyzing this set of research presented here, it is possible to observe important points about the context of education, family and society, where the point that stands out most is that the family and school institutions have the function of participating in the academic formation of children and young people, as well as evolution of their respective socio-emotional competences, after the school space is the place where there is a greater occurrence of bullying, such as exclusion; threats; psychological, physical or material aggressions; among other abuses. Thus, these points lead to the understanding that education is of fundamental importance in the process of training students, not only of an academic nature, but mainly in the social formation of the individual.
Keywords: Education; Society; Diversity; Bullying.
INTRODUÇÃO 
Este trabalho trata sobre a temática: Educação Básica e Sociedade e aborda o subtema: Diversidade étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa e de faixa geracional. Sabendo da importância do convívio familiar e da educação como processo contínuo de desenvolvimento intelectual e moral do indivíduo, os objetivos deste trabalho acadêmico é promover uma reflexão através dos estudos bibliográficos de como a educação pode transformar comportamentos, a importância da participação da família na escola.
O estudo bibliográfico foi dividido em três etapas. A primeira parte esclarece conceitos como educação e sociedade e suas ligações. A segunda parte aborda o subtema Diversidade étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa e de faixa geracional e como estas diferenças são vividas no contexto educacional. A terceira parte fala sobre a Lei 13.185, e de como pode ser usada para repudiar e sanar as práticas de bullying nas escolas. A instituição campo da pesquisa foi o Núcleo de Cidadania dos Adolescentes (NUCA), localizado na cidade de Bonito, estado de Pernambuco, um orgão que tem parceria com o UNICEF e é palco de discursos, rodas de conversas sobre vários temas contemporânes e de apoio aos jovens que vivem em situação de vulnerabilidade. Esse contexto oportuniza descobertas de como a educação pode influciar na formação da sociedade, observando a sua importância sobre ela. 
REFERENCIAL TEÓRICO 
A educação é um processo social e está diretamente ligado à concepção de mundo, desta forma estabelece os objetivos a serem alcançados no processamento educacional. A partir das ideias principais em uma determinada sociedade. Pensando a partir deste princípio, a educação não pode ser entendida de forma fragmentada, nem como um conceito abstrato válido em qualquer tempo e lugar, sendo esta uma prática social que existe na históricidade da humanidade.
Com relação ao contexto político, científico, econômico e cultural de uma determinada sociedade, a educação está assim relacionada desde as suas origens, destacando também os seus objetivos e funções, seja uma prática imutável na história de todas as sociedades, o processo educativo tem suas especificidades, pois não é o mesmo em qualquer momento ou em qualquer lugar do mundo, mesmo estando vinculado ao projeto de cidadania. Quando se fala da relação política e cultural reforsasse mais ainda a importãncia que tem para um grupo de indivíduos o acesso à educação, seja em espaço formal ou não. 
Uma sociedade que emerge do aspecto educacional não será a mesma, caso não estivesse inserida neste processo. Ao longo da história da humanidade, o comportamente educativo vem se estendendo essencialmente à uma sociedade consciente dos seus direitos e deveres, oportunizando viver a cidadania em sua plenitude, este é uma exemplo do impacto que a educação tem para a sociedade. A instituição campo da pesquisa foi o Núcleo de , situada no município de Bonito, estado de Pernambuco, onde foi feita a abordagem sobre a temática deste paper com o intuito de esclarecer os objetivos da pesquisa e assim fazer os questionamentos sobre a prática docente na perspectiva das metodologias ativas.
1- A contribuição da educação para o desenvolvimento social
Todos os aspectos de nossas vidas são transformados quando temos acesso à uma educação de qualidade, este fato reflete do menor aspecto ao maior, seja ele individual ou coletivo quando se diz que, uma nação que vive a educação em seu cotidiano é uma nação emancipada. 
Por ser um direito básico garantido por lei, e que todos deveriam ter uma formação educacional de excelência, a sua contribuição reflete para o desenvolvimento de um país, e também para todos, o mercado de trabalho exige do trabalhador conhecimentos técnicos, ou específicos, mas na maioria das vezes não há qualificação da força de trabalho, e muitas empresas precisam treinar seus funcionários ou promover situações de acesso à educação como forma de manter o funcionário no emprego, assim aumenta a renda pessoal do trabalhador, o qualifica, e futuramente lhe promove à cargos melhores. 
A importância da educação se dá quando crianças e jovens são preparados para a vida, pois o objetivo da educação não é mais o mesmo de formarpessoas apenas para o mundo do trabalho, vai além do ensino científico, na educação contemporânea é considerado o conhecimento prévio do aluno, a contrução da sua identidade, sua autonomia e protagonismo, o aluno passa a ter voz e encontra dentro do processo de ensino e aprendizagem informações sobre direito à saúde e bem-estar, ao meio ambiente sadio, a condições adequadas de trabalho, a ser tratada com dignidad, etc..
2- Diversidade étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa e de faixa geracional
Com o passar do tempo, o papel da escola tem se refletido em outros aspectos. A escola é um dos primeiros grupos que a criança faz contato fora do convívio familiar e é uma continuação do seu lar, neste grupo de pessoas diferentes a participação se dá em várias atividades, aprende-se assim hábitos de vida, coniver com as diferenças, respeitar o próximo como ele é, e principalmente, essa integração ocorre dentro de um contexto educacional formal. 
Para as escolas modernas o projeto de respeito as diversidades visa permitir que os alunos se adaptem às diferenças entre si, e sejam capazes de conviver de forma saudável com todos . Essa abordagem não é que a diversidade crie obstáculos, seja ela ético-racial, de gênero ou outras, nem seja causa de constrangimento ou insatisfação para ambas as partes, porque nossas características são diferentes, mas nossos direitos são iguais, mesmo que ainda a sociedade seja “dividida” em classes, estamos tentando estabelecer uma ordem social mais justa e menos exclusiva.
Na Declaração Universal dos Direitos Humanos a garantia de que é por meio do ensino e da educação que se promove o respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais. 
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
As escolas contemporâneas devem viver a inclusão e incentivar entre seus alunos o compartilhamento de experiências, o respeito e a admiração entre as disparidades, sejam elas de raça, físicas, religiosas, sexuais, de gênero, classe social ou origem. “ O certo, porém, é que os alunos jamais deverão ser desvalorizados e inferiorizados pelas suas diferenças, seja nas escolas comuns, seja nas especiais” (MANTOAN, 2006, p.190), tendo em vista que ainda passamos por um trabalho de ressignificação, não só da escola, mas de todos nós. Carvalho (2000, p.170), diz: “As escolas inclusivas são escolas para todos, o que implica num sistema educacional que reconheça e se prepare para atender as diferenças individuais, respeitando as necessidades de todos os alunos”.
De caráter preocupante nos espaços escolares, as práticas de bullying é a primeira etapa de resposta vinda do preconceito, que desencandeia em situações mais sérias de comportamento. De acordo com Avilés Martínez (2006), entende-se por preconceito:
 “[…] um julgamento apressado, superficial e muito perigoso, pois ao invés de melhorar a vida da sociedade, traz muitas situações complicadas e até mesmo violentas” (ÁVILES MARTÍNEZ, 2006, p. 27). Quando o autor fala sobre a vida da sociedade, sugere que o preconceito em sua origem desencandeia ações que transcedem os limites da sala de aula, pois as práticas de bullying que são mais frequentes entre jovens e crianças em idade escolar são o racismo e a discriminação (sexual, religiosa e social). A palavra bullying é de origem inglesa que variando com o termo bully “valentão” é frisado pelo autor como “[…] a prática que envolve, repetidamente, e mantida no tempo, a intimidação e o maltrato entre escolares, com o intuito de humilhar e submeter de forma abusiva uma vítima indefesa, sempre longe de supervisão adulta”. Avilés Martínez (2006, p. 82).
 Vários fatores são responsáveis por ocorrências de práticas preconceituosas no ambiente escolar , e uma delas e que mais chama a atenção é a convivência familiar do educando . A falta de diálogo, a inflexibilidade nas opiniões, os castigos físicos e psicológicos usados como ferramenta de educação, os tabus, os abusos e maus tratos,entre tantas outras coisas influênciam diretamente na vida escolar dos educandos. A família é a principal detentora dos princípios éticos e valores que nortearão as ações desse cidadão no mundo. O individualismo, a intolerância, a influência dos grupos e comunicação incapaz entre a família e a escola são ainda fatores de potencialização para as práticas de bullying.
2.1- A Lei nº 13.185
Datada de 06 de novembro de 2015 e sancionada pela presidenta da república Dilma Rousseff, a Lei nº 13.185 instituí o Programa de Combate à Intimidação Sistemática ( Bullying ) em todo o território nacional. É um dispositivo que tem como um de seus objetivos orientar fundamentações à vários ógãos de todas as esferas, como exemplo o Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, bem como de outros órgãos. Segundo o Art. 2º caracteriza-se a intimidação sistemática ( bullying ) quando:
 Há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda:
 I - ataques físicos;
II - insultos pessoais;
III - comentários sistemáticos e apelidos pejorativos;
IV - ameaças por quaisquer meios;
V - grafites depreciativos;
VI - expressões preconceituosas;
VII - isolamento social consciente e premeditado;
VIII - pilhérias.
Estes atos são caractizados de forma rela e direta como também virtual na rede mundial de computadores, com o uso de instrumentos digitais que servem de ferramentas para a depreciação, incitação a violência, adulteração de fotos e dados pessoais criando meios de constrangimento psicossocial. Esta modalidade de crime é chamada de cyberbullying muito conhecida no univesos dos jovens. 
Diversas propostas de intervenções educativas podem ser desenvolvidas nas escolas, que possam envolver todos os agentes da comunidade escolar, deste modo promovendo ações de capacitação de professores e outros membros sobre o tema, de forma que todos se sintam capazes e seguros de lidar com situações que envolvam qualquer tipo de violência. Importante destacar que o Plano de Combate à Intimidação Sistêmica está direcionado a violência entre alunos e também combate a discriminação entre professores ou funcionários das escolas, sendo a instituição responsável em oferecer assistência psicológica, social e se necessário jurídica às vítimas. Sobre os objetivos do programa, a Lei nº 13.185 é clara quando diz:
Art. 4º Constituem objetivos do Programa referido no caput do art. 1º :
I - prevenir e combater a prática da intimidação sistemática ( bullying ) em toda a sociedade;
II - capacitar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema;
III - implementar e disseminar campanhas de educação, conscientização e informação;
IV - instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis diante da identificação de vítimas e agressores;
V - dar assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores;
VI - integrar os meios de comunicação de massa com as escolas e a sociedade, como forma de identificação e conscientização do problema e forma de preveni-lo e combatê-lo;
VII - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros, nos marcos de uma cultura de paz e tolerância mútua;
VIII - evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores, privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de comportamento hostil;
IX - promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência, com ênfase nas práticas recorrentes de intimidação sistemática ( bullying ), ou constrangimento físico e psicológico, cometidas por alunos, professores e outros profissionaisintegrantes de escola e de comunidade escolar.
Art. 5º É dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática ( bullying ).
Art. 6º Serão produzidos e publicados relatórios bimestrais das ocorrências de intimidação sistemática ( bullying ) nos Estados e Municípios para planejamento das ações.
 O texto atenta para implementação de ações que envolvem prevenção, discussão, orientação e principalmente meios de solução dos problemas, também há uma maior preocupação em identificar as vítimas e agressores por parte dos pais, familiares ou responsáveis.
No Brasil, os números deste tipo de violência demonstra que um a cada dez alunos é vítima de bullying. Esses dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foram publicados no ano de 2015. De acordo com o relatório da pesquisa, são os adolescentes as principais vítimas de bullying que sofrem perseguições, constrangimentos, agressões físicas ou psicológicas, e as investidas dos agressores vão de que variam piadas e comentários maldosos, até a exclusão pelos colegas, sendo totalmente desligados de festas ou reuniões (BUROCHOVITH; SANTOS, 2008). Os grupos mais vulneráveis a esse tipo de abordagem são os negros, pobres, homossexuais, bissexuais e transgêneros, pessoas portadoras de deficiência física ou mental. Geralmente as pessoas que se isolam socialmente são as mais atingidas, ou seja, intimidadas mais do que as outras. A Lei nº 13.185 atende à pluralidade institucional, de forma micro e macro, e garante que todos que façam parte do grupo educacional possa zelar e cumprir com o seu papel de agente colaborador para uma sociedade justa.
A ressignificação das políticas na vida das escolas e em outras instituições educacionais passa a ser percebida como aquela em que os potenciais de todos são incentivados, focalizando os atores educacionais como protagonistas de um movimento que desafie preconceitos, assédios e quaisquer formas de violência, racismos, sexismos, bullying e outros abusos, de modo a que se contribua para a formação de identidades comprometidas com direitos humanos, com a pluralidade e com valores democráticos de cidadania. (IVENICKI, 2019,p. 1-8).
 É notório a importãncia das intervenções por ter o potencial de melhorar as ações comportamentais dos estudantes, além de promover condições de aprendizado saudável. A Educação ocupa lugar de destaque na sociedade, e não há progresso social por outro meio. A participação de outros setores é importante, como parcerias na construção de uma sociedade igualitária, fraterna, justa, politizada, humanizada e cidadã, mas é através da educação que transforma-se vidas e sucessivamente nações. 
METODOLOGIA 
O referido trabalho acadêmico foi realizado mediante estudo bibliográfico sobre a temática Educação Básica e a Sociedade, referenciando autoras como Carvalho e Manton, e a Lei 13,185 que atende ao subtema deste. A pesquisa de campo foi realizada com jovens participantes do Núcleo de Cidadania dos Adolescentes (NUCA), localizado na cidade de Bonito, estado de Pernambuco. É um espaço de discussão sobre temas relacionados à crianças e adolescentes, tem por objetivo apoiá-los e contribuir no desenvolvimento de suas competências. A formação do Núcleo se consolida também como uma importante etapa para que a cidade de Bonito-PE conquiste novamente a aprovação do Selo UNICEF.
Foi realizada através de questionário 4 (quatro) perguntas a 2 (dois) adolescentes participantes do NUCA, que também são alunas da rede pública de ensino, cursando oo 9º ano do Ensino Fundamental Anos Finais. 
1-	Alguma vez você já se sentiu diferente de seus colegas da escola?
2-	Sobre bullying, você já teve experiência de ver essa prática acontecer com alguém na escola ou já aconteceu com você?
3- Como você se sentiu diante dessa experiência ?
4- A escola, enquanto instituição lhe deu algum apoio para juntos superar essas situações de bullying?
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
As abordagens foram realizadas numa roda de conversa com as adolescentes A que tem a idade de 13 anos e adolescente B com a idade de 14 anos, participaram ativamente falando sobre suas experiências enquanto alunas e como participantes do NUCA. Como resultado do questionário observou-se que:
Adolescente A: Em sua fala , ela aponta que se considera parda, mas esse detalhe nunca foi motivo para se sentir diferente. Era estudante de escola privada e naquela época sofria bullying por ter os cabelos crespos, muito diferente das meninas brancas e de cabelos lisos, e aos 7 anos de idade passava por processos químicos de alisamento do cabelo, pois se sentia diferente de suas amigas. “ eu implorava à minha mãe para alisar, mas não falava que era para me sentir melhor na escola”. Outro fato importante foi a mudança para a escola pública quando ela já tinha 12 anos, mudando totalmente a sua realidade cultural e socioeconômica, e foi nesta época que entrou também para o NUCA, “ Comecei a conviver com outras meninas parecidas comigo, de pele mais escura, cabelos crespos e também pobres, eu me senti parte daquilo e fui muito bem aceita na nova escola”. Exatamente neste período que ela entendeu que sofria bullyng na primeira escola. Sobre o NUCA: “ Entrar para o Nuca fez com que eu me sentisse importante em poder compartilhar meus anceios de adolescente em um grupo de pessoas tão diferentes”. Foi justamente nesta época que ela passou por um processo de ressignificação, deixou o cabelo crespo crescer e perdeu o medo de falar em público. “ A escola pública me salvou, a Educação para Todos existe e a dor do meu colega é a minha dor”. 
Adolescente B : A vida desta jovem não foi fácil, desde muito pequena sentia já na pele a dor de ser negra. Suas palavras vieram com um pouco de tristeza, mas também com um encorajamento de saber que é uma menina forte e que tem voz na sociedade. “ sempre me chamaram de macaca, de negrinha e muitas vezes me deixaram de fora nas apresentações escolares, por parte inclusive dos preofessores”. 
Nota-se claramente que o preconceito não é apenas entre alunos, ele pode vir de todas as parte, de um adulto para uma criança, e deste modo é mais difícil aceitar. Na pergunta de nº 3, ela foi categórica quando afirmou: “ me sentia um lixo e sentia muita tristeza em ser negra”. Foi com a pergunta de nº 4 que a adolescente relata sobre os projetos desenvolvidos na escola sobre bullying, que se chamava: Ninguém solta a mão de ninguèm”, este foi desenvolvido durante todo o ano de 2019 com parcerias de vários profissionais como assistente sociais, enfermeiros, psicológos, nutricionistas, etc.. “ Com o projeto começamos a falar o que sentíamos, falamos muito sobre o respeito, sobre o número de suicídios praticados por jovens vítimas de bullying”.
A conclusão que se dá é que os jovens são muito vulneráveis à opinião de outros jovens, muitos praticam atos de violência por incitação de colegas e que as vítimas muitas vezes não compartilham com a escola ou com sua família os abusos que sofrem e sucessivamente se isolam, faltam aulas para não conviver com os abusos, faz atividades escolares sozinhos, dormem e se alimentam mal, tiram notas baixas ou repetem de ano. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 O presente trabalho abordou a ligação da educação com a sociedade, de como esta pode interferir na vida das pessoas, de forma individual e coletiva, e também questões de âmbito educacional quando fala sobre o bullying nas escolas.
 O referencial teórico foi de grande importância para a construção desta pesquisa, com destaque para a Lei 13.185 que tratar de um dispositivo de subsídio aos direitos e garantias aos agentes educacionais, sabendo-se que a realidade da intransigência, intolerância e outros tipos de violência ocorre dentro e fora dos portões das escolas e que a família como primeiro grupo social é o principal responsável enquanto sua participação nos cuidados socioemocionais dos indivíduos,bem como suas concepções de valores, moral e ética, assim é no ambiente familiar onde se aprende as primeiras noções de responsabilidade e civilidade.
 O aluno é a extensão de um indivíduo que vem de outro grupo social, ou seja, a família, traz consigo suas peculiaridades, sua herança educacional e cultural. Na escola o papel desta é oportunizar situações de melhoramento dessa bagagem, podendo transformar vidas. Desta forma, o contexto afetivo de uma pessoa é diretamente influenciado pelas ações de seus familiares, seja de forma positiva ou negativa. O vínculo entre família e escola se dá por serem duas instituições que formam crianças e jovens para o mundo e são capazes de também transformar a realidade de muitos adultos. 
Os estudos teóricos evidenciam a importância do desenvolvimento das competências emocionais que refletem no convívio social e no processo de formação como um todo. Sabemos que é na Educação Básica que ocorrem os maiores números de bullying nas escolas, dificultando as questões de ordem e de ensino e aprendizagem, esses casos além de interferir na aquisição dos conhecimentos podem influenciar em desistências ou repetências de ano letivo. 
Quando a escola expõe os alunos à práticas que possibilitem o progresso de habilidades, ou competências, está assim desenvolvendo o seu papel na sociedade contemporânea o que faz parte dos objetivos da educação, que visa preparar sujeitos aptos para viver dentro dos padrões aceitáveis dentro do contexto social.
REFERÊNCIAS 
AVILÉS MARTÍNEZ, J. M. Bullying: el maltrato entre iguales. Agresores, víctimas y testigos en la escuela. Salamanca: Amarú, 2006.	
BRASIL. Lei nº 13.185, de 6 de novembro de 2015. Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). Secretaria-Geral. Subchefia para Assuntos Jurídicos, 2015.
BUROCHOVITH, E.; SANTOS, A. A. A. Inventário de Depressão Infantil (CDI): análise dos parâmetros psicométricos. Fractal: Revista de psicologia, v. 20, n. 2, p. 473-489, 2008.
CARVALHO, Rosita Edler. Temas em educação especial. Rio de Janeiro, WVA, 2000.
IVENICKI, A. A escola e seus desafios na contemporaneidade. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro , v. 27, n. 102, p. 1-8, mar. 2019 .
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Igualdade e diferenças na escola – como andar no fio da navalha. Inter- Ação. Ver. Fac. Educ. UFG, 31 (2): 185-196, jul. /dez. 2006.

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