ÉTICA 03 - OAB - Tipos de inscrição

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1.5 Tipos de inscrição

Nesse momento, já ocorreu a aprovação no exame de ordem, a prestou compromisso solene personalíssimo e agora irá se inscrever no quadro de advogado, receberá a carteira de advogado e o cartão de advogado.

1.5.1 Identificação Profissional do Advogado

O advogado pode se identificar pelo cartão de identidade ou pela carteira de trabalho do advogado. O cartão de identidade é retangular, conhecido popularmente como carteirinha da OAB. A carteira da OAB é um documento similar à CTPS, inclusive em relação à função. No dia a dia o advogado costuma portar o cartão de identidade. Se o indivíduo é empregado/advogado em um escritório, devem estar anotados na carteira de trabalho do advogado: jornada de trabalho, regime trabalhista, férias, etc. Os arts. 13 e 14 do EOAB e o regulamento geral dispõem que o uso do cartão de identidade dispensa o uso da carteira de trabalho e que é obrigatório que o advogado se identifique quando estiver no exercício da profissão .

Obs.: no DF já foi institucionalizado o cartão de identidade online/digital.

O estagiário faz a inscrição nos quadros da OAB e recebe o cartão de estagiário. O Estatuto institui que quando esse estagiário é aprovado no Exame de Ordem e adquire a carteira de advogado, a carteira de estagiário perde a validade.

1.5.2 Tipos de inscrição como Advogado

Existem três tipos de inscrição: principal, suplementar e por transferência.

I) Principal (art. 10, § 1º, EOAB):

a. Para requerer a inscrição principal é necessário cumprir todos os requisitos previstos no art. 8º do EOAB (capacidade civil, diploma ou certificado de conclusão de curso com histórico escolar devidamente autenticado, quitação das obrigações eleitorais e militares, aprovação no exame de ordem, idoneidade, não exercício de atividade incompatível, e prestação de compromisso solene e personalíssimo).

b. Como regra, a inscrição será requerida no local do domicílio profissional, ou seja, onde se deseja exercer a profissão com habitualidade. Em caso de dúvida do domicílio profissional, é possível pedir a inscrição no domicílio pessoal, de residência habitual. Se cair na prova: a inscrição principal será requerida no domicílio profissional? Verdadeira. A inscrição principal sempre será requerida no domicílio profissional? Falso, pois na dúvida do domicílio profissional, poderá ser requerida no domicílio habitual/residencial.

Obs.: o local do domicílio profissional não deve ser confundido com o local em que a pessoa estudou ou fez o exame de ordem .

c. Se a inscrição principal estiver viciada, a inscrição por transferência ou suplementar também estará viciada, art. 10, §4º do Estatuto. Teoria do Fruto da Árvore Envenenada.

d. Um advogado com inscrição principal localizada no DF, por exemplo, pode advogar em todo o território nacional. O art. 7º, § 1º, do EOAB, dispõe que a inscrição da OAB é válida em todo o território nacional e até mesmo em Portugal, por tratamento recíproco, sem necessidade de validar o diploma e de aprovação no Exame de Ordem. A advocacia é plena em todo o território nacional, porém, se o advogado tiver mais de cinco causas judiciais ao ano fora da sua seccional, deverá ser requerida a inscrição suplementar .

II) Suplementar:

Ocorre em dois casos:

1) habitualidade no exercício da profissão em outra seccional, art. 10, §2º do EOAB.

Quando o advogado estiver com mais de cinco causas judiciais ao ano em outra seccional que não seja o local de sua inscrição principal, isso configura habitualidade de profissão e a necessidade de querer inscrição suplementar.

Exemplos: O advogado com inscrição principal no DF que tem quatro causas na seccional de SP no ano de 2030 e mais quatro causas na seccional de SP em 2031 não precisa requerer a suplementar, pois não se somam devido ser ao ano, e o requisito é que ele tenha mais de cinco causas ao ano.

Uma advogada com inscrição principal na seccional do DF tem 500 processos administrativos na seccional do MT no ano de 2030. Nesse caso, não será necessário que ela tire a suplementar, pois os processos administrativos não são judiciais.

Não é considerado como causa judicial para fins de suplementar:

i) Advocacia extrajudicial, como consultoria, assessoria e processo administrativos. Inclusive a Súmula Vinculante nº 5 traz o entendimento de que não é obrigatório advogado no processo administrativo, pois nenhuma lesão ou ameaça de lesão será excluída do Judiciário.

ii) Apresentação de parecer jurídico (ex.: Maria tem inscrição principal no DF, mas uma grande amiga é advogada na seccional do RJ, está com uma causa tributária em andamento, e pede que Maria faça um parecer técnico para juntar ao processo, este não contará como causa judicial).

iii) Impetração habeas corpus, pois não se trata de ato privativo de advogado (art. 1º do EOAB). O HC é um dos cinco remédios constitucionais, com legitimação universal, ou seja, qualquer pessoa pode impetrá-lo diante da violação da liberdade de locomoção em qualquer instância.

iiii) Acompanhamento de Carta Precatória (ex.: Maria tem inscrição no DF e uma amiga, também advogada, está com um processo de divórcio tramitando no TJRJ, porém o marido da cliente mora em Brasília, então o Juiz do RJ manda uma carta precatória para o TJDF para que este faça a citação. Por isso, a amiga de Mari pede para que esta acompanhe o cumprimento da carta precatória para citar a parte adversa).

iiiii) Advocacia em Tribunais Superiores ou interestaduais: o que interessa para fins de retirada de suplementar não é o local da sede física, mas a jurisdição do Tribunal. O STF é corte constitucional, defensor da aplicabilidade da Constituição, com jurisdição nacional, ainda que esteja sediado no DF, logo, a deslocação do processo para recurso no STF, STJ por exemplo, não conta como causa suplementar, pois o que interessa é a jurisdição e não o local físico do Tribunal. TRF2 abarca o Rio e ES, interestadual, isso não significa também a inscrição suplementar devido a jurisdição ser dos dois estados.

2) registro de filial do escritório em outra seccional (art. 15, §5º, EOAB)

Exemplo: Maria Cristina tem um escritório com sede no DF. Resolve abrir uma filial no RJ, mesmo não tendo nenhuma causa ou cliente, pelo simples fato de ter a filial em outro estado, todos os sócios terão que tirar a suplementar.

Logo, para realizar a inscrição suplementar, o advogado deve ter mais de cinco causas por ano em outro estado, deve ter habitualidade da atividade em outra seccional, causas devem ser judiciais, ou registrar um filial em outra seccional, independentemente de ter causas ou clientes e, havendo sócios, todos deverão ter inscrição suplementar.

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