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Gestão Ambiental - Gustavo Henrique Cepolini Ferreira

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Prévia do material em texto

Gestão Ambiental
LIVRO
Gustavo Henrique Cepolini Ferreira
Gestão ambiental
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Ferreira, Gustavo Henrique Cepolini 
 
 ISBN 978-85-8482-234-8
 1. Gestão ambiental. 2. Meio ambiente - Legislação. 3. 
Qualidade ambiental. I. Título.
 CDD 363.7 
Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2015.
 236 p.
F383g Gestão ambiental / Gustavo Henrique Cepolini Ferreira. – 
© 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente: Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava
Gerente Sênior de Editoração e Disponibilização de Material Didático: 
Emanuel Santana
Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna
Coordenação de Produção: André Augusto de Andrade Ramos
Coordenação de Disponibilização: Daniel Roggeri Rosa
Editoração e Diagramação: eGTB Editora
2015
Editora e Distribuidora Educacional S.A
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br 
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Unidade 1 | Aspectos da legislação ambiental 
Seção 1.1 - Aspectos da legislação ambiental
Seção 1.2 - Legislação ambiental
Seção 1.3 - Licenciamento ambiental
Seção 1.4 - Institutos e selos ambientais
7 
9
21
33
45
Sumário
Unidade 2 | Perícia e auditoria ambiental
Seção 2.1 - Família ISO 14000, NBR 14001 e certificações diversas
Seção 2.2 - Técnica de perícia
Seção 2.3 - Auditorias ambientais no sistema produtivo
Seção 2.4 - Estrutura do relatório ambiental
59
61
75
89
105
Unidade 3 | Qualidade ambiental
Seção 3.1 - Indicadores de qualidade ambiental
Seção 3.2 - Indicadores de resgate de carbono
Seção 3.3 - Indicadores de qualidade em emissões
Seção 3.4 - Avaliação dos impactos ambientais
121
123
137
151
165
Unidade 4 | Tratamento de resíduos
Seção 4.1 - Projetos de coleta de resíduos
Seção 4.2 - Projeto de reciclagem
Seção 4.3 - Tratamento de resíduos sólidos, ar e líquidos
Seção 4.4 - Estudo de casos: da influência dos impactos ambientais 
181
183
195
209
223 
Palavras do autor
Olá, aluno! Seja bem-vindo!
Ao longo de nossa trajetória acadêmica nos deparamos com teorias que 
buscam explicar determinada realidade. Na Gestão Ambiental isso não é diferente! 
Há inúmeras formulações que procuram desvendar a Gestão Ambiental a partir das 
ciências ambientais, ciências exatas e ciências sociais aplicadas. 
Dessa maneira, a Gestão Ambiental se constitui como uma ferramenta 
para entender, interpretar e regulamentar o meio ambiente nas suas múltiplas 
dimensões, ou seja, natural, cultural, artificial e do trabalho.
Num primeiro momento, você terá acesso às discussões sobre alguns aspectos 
gerais da legislação ambiental no âmbito brasileiro e mundial.
Já na segunda Unidade de Ensino, você poderá conhecer algumas dimensões 
da Perícia e Auditoria Ambiental. Dessa forma, irá interpretar alguns impactos 
ambientais das operações produtivas.
Na sequência, a Unidade de Ensino 3 trará alguns debates específicos inerentes 
à Qualidade Ambiental na Gestão Ambiental. Por isso, você terá alguns exemplos 
importantes sobre resgate de carbono e emissões que causam determinados 
impactos no ambiente. Nesse sentido será um panorama sobre regulamentações 
e algumas soluções para tais impactos.
Por fim, na Unidade de Ensino 4, você irá conhecer o tratamento de resíduos, 
sobretudo, aqueles relacionados à Política Nacional de Resíduos Sólidos no âmbito 
da Gestão Ambiental. Vamos lá!
Unidade 1
ASPECTOS DA LEGISLAÇÃO 
AMBIENTAL
Por que estudar a legislação ambiental?
O estudo da legislação ambiental permite a você, aluno(a), analisar e 
interpretar a questão ambiental no âmbito brasileiro e mundial. Dessa forma, 
pode-se afirmar que o homem, leia-se: a sociedade, sempre alterou a natureza. 
Mas, neste processo, passou a construir uma visão sobre o meio ambiente que, 
em tempos de globalização, deve reconhecer as limitações em relação ao uso 
dos recursos naturais/ambientais, seja em escala local ou global, principalmente, 
considerando as multinacionais de diferentes segmentos.
Deste modo, nesta unidade de ensino, iremos enfatizar o estudo de diferentes 
aspectos da legislação ambiental, relacionando-os ao Direito Ambiental e à 
Gestão Ambiental. 
Competência Geral:
• Conhecer os aspectos e fatores ambientais que impactam na operação da 
organização.
Objetivos:
• Conhecer os conceitos de ecologia, meio ambiente e sustentabilidade.
• Identificar alguns elementos da legislação ambiental.
Para auxiliar no desenvolvimento da competência supracitada e, atender 
Convite ao estudo
Aspectos da legislação ambiental 
U1
8
aos objetivos específicos do tema em questão, Legislação Ambiental, a seguir é 
apresentada uma situação hipotética que visa aproximar os conteúdos teóricos 
com a prática. Vamos lá!
Josué foi recentemente aprovado num processo seletivo de estágio numa 
empresa de saneamento ambiental e já recebeu algumas tarefas. Num primeiro 
momento, terá que conhecer alguns conceitos sobre meio ambiente e as 
legislações gerais sobre a área ambiental; posteriormente deverá pesquisar as 
leis que regem os impactos ambientais, saneamento, resíduos, entre outras 
que compõem a gestão ambiental. Nesse contexto, a empresa entende que o 
profissional qualificado pode atuar em diversas áreas. Em todas elas, a facilidade 
em lidar com pesquisa e problematização da realidade é muito importante. 
Para isso, Josué terá que construir uma autonomia ao pesquisar e fornecer 
elementos da legislação ambiental para várias áreas da empresa, facilitando, 
assim, os trabalhos em andamento, e, sobretudo, para execução de novos 
projetos de saneamento dentro do escopo da gestão ambiental.
Aspectos da legislação ambiental 
U1
9
Seção 1.1
Aspectos da legislação ambiental 
Olá! Seja bem-vindo!
A partir de agora iremos iniciar nossos estudos sobre alguns aspectos da legislação 
ambiental! Veremos, nesta seção, conhecimentos da temática ambiental no âmbito das 
legislações, ou seja, como essa subárea do Direito está presente em nosso cotidiano ao 
regulamentar os usos, gerenciamentos e as atividades que envolvem o meio ambiente.
Vamos retomar a situação hipotética apresentada no convite ao estudo? Uma 
das primeiras situações-problema apresentadas pela empresa para Josué sanar foi a 
seguinte: 
Precisa-se de um levantamento sistematizado sobre os conceitos de ecologia, 
meio ambiente e sustentabilidade aplicada ao saneamento ambiental. Dessa forma, 
será possível inseri-los no portfólio institucional de acordo com a legislação vigente 
sobre meio ambiente. Diante dessa situação, será que existem diferenças conceituais 
e práticas entre ecologia, meio ambiente e sustentabilidade? Como explicá-las e 
diferenciá-las com foco no saneamento ambiental sem perder de vista as legislações 
que as regem?
Diálogo aberto 
A leitura do LD irá ampliar sua compreensão sobre o conceito de meio 
ambiente e suas diversas possibilidades perante as diferentes abordagens 
e usos do termo. Para dar início ao estudo das legislações ambientais é 
importante conhecer e diferenciar o entendimento de meio ambiente.
Quando lemos um jornal, muitas vezes nos deparamos com inúmeras 
notícias sobre meio ambiente. Todavia, podemos classificar e identificar 
as seguintes definições: meio ambiente natural (ou físico), meio ambiente 
cultural, meio ambiente artificial e meio ambiente do trabalho.
Dica
Aspectos da legislação ambiental 
U1
10
Do que eu preciso para ser capaz de resolver a situação-problema? 
Você deve esboçar a situação-problema, ou seja, o quejá conhece sobre 
esse cenário, sistematizá-la para poder compará-la melhor e, assim, 
fornecer elementos importantes para as diferentes áreas da empresa.
Reflita
Muito se fala e se ouve em relação ao meio ambiente. No entanto, são poucos os 
que entendem de fato o que isso significa no dia a dia. Por isso, pergunta-se: será que 
você pode ser considerado uma pessoa “politicamente correta” apenas ao respeitar o 
meio ambiente?
Afinal, existem ou não diferenças entre ecologia, meio ambiente e sustentabilidade? 
A partir dessas indagações iniciais será possível analisar algumas respostas e propor 
novas questões sobre essa área tão intrigante que, de um modo ou de outro, está 
presente em todas as áreas do conhecimento. 
Para iniciar as reflexões sobre alguns aspectos da legislação ambiental deve-se ter 
clareza de que ela está inserida nas discussões inerentes à política ambiental brasileira 
e mundial. Por isso, é necessário retomar brevemente os conceitos de ecologia, 
meio ambiente e sustentabilidade, que constam em quase todos os documentos 
internacionais firmados pelos países participantes e que possuem, portanto, 
desdobramentos significativos na nossa legislação ambiental.
Sobre o Direito Ambiental você já deve ter ouvido muitas conceituações a partir 
dos problemas ambientais, certo? De modo direto trata-se de uma disciplina nova no 
direito brasileiro, ou seja, surgiu com a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Antes, 
constava como uma subárea do direito administrativo e do direito urbanístico. Nesse 
contexto, pode-se indicar ainda que o direito ambiental atua na esfera preventiva 
(administrativa), reparatória (civil) e repressiva (penal) (SIRVINSKAS, 2014). Dessa forma, 
utiliza-se dos debates e formulações sobre ecologia, meio ambiente e sustentabilidade.
Não pode faltar
Assimile
O surgimento da ecologia está baseado nos estudos do biólogo 
alemão Ernst Haeckel, em 1866, por meio da obra Morfologia geral dos 
organismos. Esse autor indica a ecologia como um ramo da Biologia, 
que possui a função de estudar as relações entre as espécies animais 
e o seu ambiente orgânico e inorgânico. Para isso, utilizou a palavra 
Aspectos da legislação ambiental 
U1
11
Na Constituição Federal do Brasil de 1988, consta no artigo 225 que: 
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para 
as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 2008, p. 127). 
Reflita
Os estudos sobre a ecologia, por meio da visão dos saberes da casa, portanto, 
do contato direto, são repletos de possibilidades e servem de respaldo para outras 
ciências. Nesse sentido, a ecologia vai além dos limites científicos de uma disciplina 
e em alguns casos é incorporada aos movimentos sociais e ganha expressividade 
política. 
Dessa forma, constatam-se alguns desdobramentos da ecologia, que são essenciais 
para a compreensão de meio ambiente como: um lugar determinado onde existem 
relações dinâmicas e interativas que transformam a natureza e a sociedade (REIGOTA, 
2009).
Já o conceito de meio ambiente pode ser entendido em quatro dimensões, ou 
seja: meio ambiente natural/físico, meio ambiente cultural, meio ambiente artificial e 
meio ambiente do trabalho.
Nesse contexto, é possível reconhecer o meio ambiente por meio da dimensão 
física, biológica e social. Meio ambiente é, portanto, o ambiente em que vivemos: 
nossa casa, nossa cidade, onde estão envolvidas as dimensões biótica e abiótica. Nas 
palavras do seringueiro e político brasileiro Chico Mendes (1944-1988), existe apenas 
o ambiente, ou seja, refere-se ao “ambiente inteiro”, e não ao ambiente pela metade, 
ou seja, está se referindo a todas as dimensões que compõem o ambiente, e num 
sentido mais amplo indica que não preservar em determinados locais, enquanto 
em outros há uma degradação cada vez mais veloz. No contexto em que vivia na 
Floresta Amazônica, mais especificamente no município de Xapuri, no Acre, isso é 
muito significativo, pois, sem a floresta, ele e sua família extrativista não conseguiriam 
sobreviver na terra e teriam que, provavelmente, migrar para as cidades. 
O último conceito nesse debate introdutório é o de sustentabilidade, que carrega muitas 
contradições e oculta alguns problemas de agressão à natureza em detrimento dos lucros 
exacerbados de algumas instituições que vendem o sustentável, ou seja, o greenwash (pintar 
de verde), para iludir o consumidor de que são produtos limpos/não tóxicos. 
grega oikos (casa) e cunhou o termo “ecologia” (ciência da casa), que, 
no mundo atual, é chamado de “economia” – ordenação da casa (LAGO; 
PÁDUA, 1984).
Aspectos da legislação ambiental 
U1
12
Essa falsidade ou esse eufemismo em relação à sustentabilidade é intensamente 
debatida pelo teólogo, filósofo e escritor Leonardo Boff desde o final da década de 
1980. Esse autor aponta algumas alternativas para a existência de uma sustentabilidade 
verdadeira, que integre de fato todos os seres humanos e todos os tipos de vida.
Segundo Boff (2012), o conceito de “sustentabilidade” não é da década de 1970 
como apregoa a literatura ambiental clássica; esse conceito já possui mais de 400 
anos. Nesse sentido, a palavra sustentável é originária do latim: sus-tenere, ou seja, 
sustentar, suportar ou manter, utilizada na língua inglesa desde o século XIII, e tendo 
assumido seu atual sentido a partir do final do século XX. 
Boff (2012; 2014) afirma que o nicho do conceito sustentabilidade é a silvicultura, 
ou seja, o manejo das florestas, visto que a madeira, desde o mundo antigo, até a Idade 
Moderna, foi utilizada como matéria-prima principal nas construções, em aparelhos 
agrícolas e como combustível. Dessa forma, pode-se afirmar que o consumo intensivo 
em países como Espanha e Portugal originou uma degradação das florestas. 
No entanto foi na Alemanha por volta de 1560 que se iniciou uma preocupação 
a favor do uso equilibrado das florestas. Nesse momento, surge a palavra alemã 
Nachhaltigkeit, que traduzida significa “sustentabilidade” (BOFF, 2012).
Para se aprofundar um pouco mais na dimensão ampla da sustentabilidade é 
importante conhecer o documento denominado Carta da Terra, que aponta 
alguns caminhos para pessoas, instituições e governos assumirem em prol 
de um verídico desenvolvimento. Saiba mais em: <http://www.mma.gov.br/
estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2015.
Pesquise mais
Exemplificando
A partir das ideias e formulações sobre a definição de sustentabilidade, 
indivíduos organizados ou não, empresas e governos passaram a 
incorporar a noção de desenvolvimento sustentável, que foi construída 
a partir da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CMMAD), criada em 1983 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a 
qual tinha como lema: “Uma agenda global para a mudança” e resultou, em 
1987, no relatório da primeira-ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland 
com o sugestivo título “Nosso futuro comum”, chamado simplesmente 
de Relatório Brundtland. Trata-se de um contexto muito relevante para as 
empresas ao assumirem uma responsabilidade ambiental por aquilo que 
produzem e são.
Aspectos da legislação ambiental 
U1
13
Nesse relatório, vemos claramente a expressão “Desenvolvimento Sustentável” 
como: "aquele que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer 
a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas necessidades e aspirações” 
(BOFF, 2012, p. 34). 
Para o autor, “esta definição se tornou clássica e se impôs em quase toda a literatura 
a respeito do tema” (BOFF, 2012, p. 34). Por isso reafirma-se que o conceito do 
Relatório Brundtland de 1987 possui pelo menos duas limitações: é antropocêntrico 
(só considera o ser humano) e não menciona a comunidade de vida (os demais seres 
vivos da biosfera). 
Nesse sentido, há uma formulação mais integradora que reconhece a 
sustentabilidadecomo fruto de todas as condições energéticas, informacionais, físico-
químicas que sustentam todos os seres vivos e atendem às necessidades atuais e 
futuras (BOFF, 2014). 
Por isso a compreensão de sustentabilidade está ancorada em todas as dimensões 
e tipos de vida que compõem a Terra viva, chamada de Gaia e Pacha Mama – Mãe 
Terra.
A partir desses conceitos é possível verificar que todos estão presentes em muitas 
legislações ambientais no Brasil e no mundo. Dessa forma, conhecê-los permitirá 
ampliar os debates e levantamentos necessários para interpretar as leis em vigor no 
país e que estão em constante diálogo com a prática, seja na empresa, no Estado e na 
nossa atuação cidadã. 
Nesse contexto, pode-se destacar o entendimento da tutela internacional do meio 
ambiente, ou seja, trata-se de um conceito da ciência jurídica que designa dado poder 
que a lei confere a uma pessoa ou instituição capaz de proteger, zelar, administrar 
ou executar determinada ação coletiva ou individual. No âmbito dos estudos desta 
seção, aplica-se aos Estados nacionais cumprir os acordos, tratados e convenções 
ambientais que foram firmados pelos países participantes de dada Convenção. 
A partir desse cenário, as leis ambientais possuem uma característica comum inalienável, 
ou seja, a proteção ambiental, enquanto um bem material e imaterial de diferentes povos, 
em diferentes localidades. Isso está presente também na Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 
2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico. 
Faça você mesmo
A partir desse debate sobre sustentabilidade, será que as formulações do 
Relatório Brundtland ainda atendem às necessidades da gestão ambiental 
no Brasil?
Aspectos da legislação ambiental 
U1
14
Dessa forma, legislação e políticas ambientais são indissociáveis. Por isso, a reflexão 
de Milton Santos continua válida ao afirmar que: “Certo, nós não mudaremos o 
mundo, mas podemos mudar o modo de vê-lo” (SANTOS, 2004, p. 40). Essa breve fala 
está baseada no conhecimento e, sobretudo, na forma que olhamos para a realidade. 
Diante disso, pode-se afirmar que a questão ambiental no âmbito das legislações e 
políticas ambientais está norteada por reflexões e estudos, efetivando, assim, uma 
construção colaborativa e permanente em relação à complexa, atual e grandiosa 
dinâmica ambiental.
A partir desse cenário é importante:
• Reconhecer como o meio ambiente pode ser dividido.
• Apresentar as diferenças entre as quatro definições de meio ambiente no âmbito 
do direito ambiental.
Após o estudo de alguns elementos da legislação ambiental e dos seus conceitos 
estruturantes, ou seja, ecologia e sustentabilidade, vamos resolver a primeira situação-
problema proposta ao Josué?
Vamos relembrar! A empresa propôs que Josué conhecesse e pesquisasse alguns 
conceitos sobre meio ambiente e também algumas legislações da área para, assim, 
fornecer elementos para outras áreas da empresa que necessitam dessas informações 
para execução dos trabalhos atuais e estruturar novos projetos. 
A partir dessa proposta inicial, é possível identificar os conceitos de:
• Ecologia.
• Meio ambiente.
• Sustentabilidade.
Sem medo de errar
Atenção!
Os três conceitos – ecologia, meio ambiente e sustentabilidade – estão 
interligados ao pensarmos a realidade. Todavia, no âmbito teórico há 
divergências. Por isso, a necessidade de reconhecê-las para melhor 
compreender as legislações ambientais.
Aspectos da legislação ambiental 
U1
15
Avançando na prática 
• Verificar o que a Constituição Federal do Brasil de 1988 menciona sobre meio 
ambiente e seus desdobramentos.
• Analisar o papel e as estratégias de empresas, movimentos sociais, instituições 
educacionais, governos, ONGs etc., no tocante à sustentabilidade.
A partir desses apontamentos, você poderá construir alguns caminhos significativos 
para execução da SP.
Cada conceito possui sua história, uma intencionalidade, e, sobretudo, 
um argumento que precisa estar articulado aos inúmeros interesses 
econômicos, sociais, ambientais etc.
Lembre-se
Pratique mais!
Instrução
Desafiamos você a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações 
que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com a de 
seus colegas.
“Desenvolvimento Sustentável para quem?”
1. Competência geral
2. Objetivos de aprendizagem
Reconhecer a influência do desenvolvimento sustentável na 
legislação ambiental.
3. Conteúdos relacionados
Aspectos da legislação ambiental, sustentabilidade e direito 
ambiental.
4. Descrição da SP
São inúmeras as conceituações e perspectivas inerentes à 
sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável que são 
integradas às legislações ambientais e devem ser conhecidas 
e utilizadas no âmbito coorporativo, seja na utilização de 
determinados recursos naturais, na reutilização, tratamento 
ou destinação dos mesmos. Todos possuem responsabilidade 
nessa cadeia produtiva. Diante desse cenário, pergunta-se: qual 
é o conceito de desenvolvimento sustentável?
5. Resolução da SP
A noção de desenvolvimento sustentável não é recente. 
Por isso, são muitas as formulações que remetem às várias 
interpretações sobre o futuro comum da humanidade. 
Dessa forma, empresas e governos podem reconhecer a 
sustentabilidade como uma estratégia de sustentar, suportar 
ou manter determinadas atividades com equilíbrio ao 
ambiente e também econômico e social. Tais ideias estão 
ancoradas no Relatório Nosso Futuro Comum de 1987, que
Aspectos da legislação ambiental 
U1
16
defi niu o desenvolvimento sustentável como: “aquele que 
atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer 
a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas 
necessidades e aspirações”. Trata-se da defi nição mais usual, 
mas que possui algumas limitações, pois é antropocêntrica (só 
considera o ser humano) e não menciona a comunidade de 
vida (os demais seres vivos da biosfera). Daí algumas críticas 
ao se analisar e interpretar separadamente o meio natural e 
social. O esquema a seguir sintetiza essas ideias.
Figura 1.1 – Desenvolvimento sustentável
Fonte: Disponível em: <http://infap.org.br/page1.php>. Acesso 
em: 22 jul. 2015.
A sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável devem ser 
compreendidos como uma construção histórica, social, política, 
econômica, ambiental etc., e, por isso, passível de alterações a partir 
da própria realidade analisada. Deve-se, portanto, reconhecer essa 
possibilidade para assim efetivarmos uma gestão ambiental mais próxima 
à realidade.
Lembre-se
Por que o conceito de Desenvolvimento Sustentável está no centro da 
tríade: social, econômico e preservação ambiental? 
Faça valer a pena
1. O texto, a seguir, foi extraído da Constituição Federal de 1988:
"Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
Ecoefi ciência
Inclusão 
social
Desenvolvimento 
Econômico
Desenvolvimento 
Social
Prevenção e 
Conservação 
Ambiental
Faça você mesmo
Aspectos da legislação ambiental 
U1
17
2. Sobre as definições e formulações de meio ambiente no âmbito das 
legislações temos:
I – Meio ambiente natural.
II – Meio ambiente cultural.
III – Meio ambiente artificial.
IV – Meio ambiente do trabalho.
V – Meio ambiente industrial.
Estão corretas apenas:
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Para assegurar a efetividade desse direito, cabem ao poder público 
algumas ações: 
I – Definir, em todos os estados, espaços territoriais e seus componentes 
a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão 
permitidas somente através de lei.
II – Proteger a fauna e a flora.
III – Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio. 
IV – Exigir, na forma da lei, para instalaçãode obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
estudo prévio de impacto ambiental, a que será dada publicidade. 
V – Promover o comércio internacional de material genético dos 
ecossistemas/biomas presentes no território nacional.
Estão corretas apenas:
a) I e II.
b) III e IV.
c) I, II e III.
d) II, III e IV.
e) I, II, III e IV.
Aspectos da legislação ambiental 
U1
18
3. A devastação ambiental decorrente do processo de desenvolvimento 
urbano-industrial poderia ser modificada a partir da defesa pública de 
um verídico desenvolvimento sustentável.
 
O uso desse conceito tem a finalidade de:
a) Sustentar a inevitável necessidade do desenvolvimento.
b) Garantir que o desenvolvimento contemporâneo se sustente por uma 
geração apenas. 
c) Garantir que o desenvolvimento contemporâneo não se sustente.
d) Sustentar o meio ambiente em detrimento do desenvolvimento 
econômico.
e) Propor a conciliação do desenvolvimento econômico e social em 
consonância com a preservação do meio ambiente.
4. Em relação à sustentabilidade, assinale a afirmação que não contempla 
as discussões teóricas e empíricas sobre esse conceito/prática: 
a) Esse conceito não é da década de 1970 como apregoa a literatura 
ambiental clássica; esse conceito já possui mais de 400 anos.
b) Surgiu na Alemanha por volta de 1560 como Nachhaltigkeit, a partir 
da preocupação a favor do uso equilibrado das florestas.
c) Refere-se ao atual sistema produtivo que une recursos naturais ao 
desenvolvimento econômico em escala planetária.
d) Originou-se na silvicultura, ou seja, no manejo das florestas, visto 
que a madeira, desde o mundo antigo até a Idade Moderna, foi utilizada 
como matéria-prima principal nas construções, em aparelhos agrícolas 
e como combustível. 
e) Originou-se do latim sus-tenere, ou seja, sustentar, suportar ou manter, 
é utilizada na língua inglesa desde o século XIII e passou a assumir seu 
atual sentido a partir do final do século XX.
c) I, II, III e IV.
d) I, II, III e V.
e) I, II, III, IV e V.
Aspectos da legislação ambiental 
U1
19
5. Em relação ao surgimento e às aplicações da Ecologia, está correta 
apenas a alternativa:
a) Surgiu com o biólogo alemão Ernst Haeckel, em 1866, através da 
obra “Morfologia geral dos organismos” e estuda as relações entre as 
espécies e seu ambiente. Trata-se da ciência da casa e visa entender a 
organização dos ambientes e suas múltiplas relações. 
b) Surgiu com o biólogo alemão Ernst Haeckel em 1866 para ilustrar a 
morfologia dos organismos e sua aplicação nas sociedades. 
c) Surgiu como estudo da casa, ou seja, das relações sociais e econômicas 
que as sociedades possuem com o ambiente natural. 
d) Limita-se ao estudo das espécies (fauna e flora) e da interação das 
mesmas.
e) Limita-se às interações da fauna e flora, desconsiderando a ação 
antrópica nos diferentes ambientes terrestres. Trata-se de um ramo do 
direito ambiental.
6. A partir do esquema, a seguir, faça uma descrição da análise com foco 
no DS – Desenvolvimento Sustentável:
7. Explique o que é tutela internacional do meio ambiente.
Fonte: Disponível em: <http://infap.org.br/page1.php>. Acesso em: 22 jul. 2015.
Ecoefi ciência
Inclusão 
social
Desenvolvimento 
Econômico
Desenvolvimento 
Social
Prevenção e 
Conservação 
Ambiental
Aspectos da legislação ambiental 
U1
20
Aspectos da legislação ambiental 
U1
21
Seção 1.2
Legislação ambiental
Na Seção 1.1, você teve contato com alguns conceitos inerentes à questão 
ambiental. Dessa forma, foi possível perceber como eles estão presentes nas 
legislações ambientais. A proposta desta seção é apresentar a você o que são e para 
que servem as legislações ambientais a partir do Direito Ambiental.
É importante reconhecer que a temática ambiental está presente no nosso 
cotidiano, ou seja, ela interfere, dinamiza e, em partes, regulamenta nossa vida.
Por isso, realizaremos um breve estudo dos tratados internacionais sobre o meio 
ambiente, conhecendo, ainda, o que se entende por Direito Ambiental. Dessa forma, 
vale salientar que tais discussões não se limitam à ciência ambiental, pelo contrário, 
trata-se de uma área ampla e interdisciplinar que perpassa o Direito, as Ciências 
Ambientais, Ciências Sociais Aplicadas, Engenharias etc. 
Assim, a leitura desta seção irá ampliar sua compreensão sobre a legislação 
ambiental e sua função na gestão ambiental. 
Diante isso, acompanhe a segunda situação-problema apresentada pela empresa 
para o estagiário:
A empresa precisa conhecer o que as constituições federais antigas e atual 
mencionam sobre meio ambiente, assim como compará-las a alguns tratados 
ambientais em nível internacional. Josué deve ajudar organizando uma tabela com tais 
informações e apresentar uma síntese sobre quais tratados ambientais internacionais 
estão relacionados com o saneamento básico.
Diálogo aberto 
Você pode encontrar algumas definições sobre direito ambiental em 
alguns livros especializados da área e também em obras relacionadas à 
gestão ambiental.
Dica
Aspectos da legislação ambiental 
U1
22
O estudo do direito ambiental enquanto uma subárea do Direito está 
em constante diálogo com a Gestão Ambiental, visto que essa área do 
conhecimento jurídico busca compreender e estudar as interações da 
sociedade com a natureza a partir dos mecanismos legais para proteção 
do meio ambiente. Trata-se, portanto, de uma ciência interdisciplinar 
em campos diversos, tais como: Antropologia, Biologia, Ciências 
Sociais, Engenharias, Geologia, além dos princípios fundantes do direito 
internacional.
Do que eu preciso para ser capaz de resolver a situação-problema? 
Reconhecer as constituições federais, bem como os principais tratados 
ambientais internacionais.
Reflita
As legislações ambientais estão inseridas no Direito Ambiental a partir da premissa de 
que é preciso e é dever de todos preservar e defender o meio ambiente de eventuais 
agressores. Com certeza, você já viu alguns crimes ambientais. Dessa forma, reafirma-
se que a Constituição Federal do Brasil de 1988, no artigo 225, prevê que: “Todos têm 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever 
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 2008, p. 127). 
Com essa disposição constitucional, o Direito Ambiental adquire uma dimensão 
infinita em todas as áreas do Direito, pois, nesse parágrafo e nos demais, fica clara 
a importância e relevância do Estado. Nesse sentido, o setor jurídico busca uma 
melhor identificação das atividades que afetam o meio ambiente e, como resultado, 
destaca quatro aspectos contidos na classificação de meio ambiente: Meio ambiente 
natural (ou físico), Meio ambiente cultural, Meio ambiente artificial e Meio ambiente do 
trabalho.
Não pode faltar
O Direito Ambiental adquiriu uma dimensão importante em todas as áreas 
do Direito. Mas como se define Direito? 
Reflita
Aspectos da legislação ambiental 
U1
23
A Constituição de um país é o documento jurídico mais importante de um povo, e 
revela o esforço para a democratização da sociedade e a redução das desigualdades. 
As demais leis, quando criadas, não podem contrariar o texto constitucional, sob pena 
de não poderem ser aplicadas no ordenamento jurídico.
Essa conceituação permite regular a “vida” e seu modo em diferentes lugares e 
épocas, ou seja, remete aos recursos ambientais existentes e a como as pessoas, 
indústrias e Estados devem utilizá-los. Dessa forma, é composta de um ordenamento 
jurídico que perpassa a moral, a política e a democracia. 
Ainda sobre o Direito Ambiental, pode-se afirmar que é uma disciplina nova no 
direito brasileiro, ou seja, surgiu apenas em 1981 com a Lei nº 6.938. Antes, constava 
como uma subárea do direito administrativo e do direito urbanístico. Nesse contexto, 
pode-se indicar ainda que o direito ambiental atua naesfera preventiva (administrativa), 
reparatória (civil) e repressiva (penal) (SIRVINSKAS, 2010; 2014). 
O Direito Ambiental está estruturado a partir da Constituição Federal de 1988, e 
como saber jurídico se desenvolveu rapidamente no país nos últimos anos e amplia-
se na esfera da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios a partir da 
jurisprudência produzida nas diversas cortes brasileiras.
Na figura a seguir é possível conhecer as normas jurídicas brasileiras que se iniciam 
com a Constituição da República Federativa do Brasil, ou seja, a Lei Fundamental (Lex 
Legum ou Carta Magna), até os contratos que são tidos como “lei entre as partes”. 
Acompanhe:
Entende-se por Direito o conjunto de normas, princípios e valores que 
o Estado cria para regular as relações sociais de determinado povo em 
determinada época (SIRVINSKAS, 2014).
Fonte: Adaptada de Sirvinskas (2014)
Figura 1.2 | Normas jurídicas brasileiras
- CONSTITUIÇÃO FEDERAL
- EMENDAS À CONSTITUIÇÃO
- LEIS COMPLEMENTARES
- LEIS ORDINÁRIAS
- MEDIDAS PROVISÓRIAS
- LEIS DELEGADAS
- DECRETOS LEGISLATIVOS
- RESOLUÇÕES
- ATOS ADMINISTRATIVOS
- CONTRATOS
Aspectos da legislação ambiental 
U1
24
Sirvinskas (2014) analisa as sete constituições federais que o Brasil já teve e informa 
que nas seis primeiras (1824, 1891, 1934, 1937, 1946 e 1967), há apenas menção sobre 
setor agrícola, mineração, elementos na natureza, caça, pesca, energia, uso do solo, 
água, patrimônio histórico, cultural e paisagístico, etc., que estão atrelados à condição 
e exploração econômica.
Apenas na Constituição Federal de 1988, em vigência, observa-se a palavra meio 
ambiente, colocando-a assim na ordem social através de um capítulo.
Com base nesse quadro geral da Constituição Federal aos contratos, chegamos 
aos princípios ambientais, que devem ser lidos e compreendidos de forma ampla para 
proteger o ambiente. 
Exemplificando
A Constituição Federal de 1988 é reconhecida por inserir a expressão 
meio ambiente nas discussões e elaborações. Ficou conhecida como a 
“Constituição Verde”, por ser a primeira a trazer uma abordagem inovadora 
em relação à temática ambiental. Nesse sentido, o direito ambiental utiliza-
se desse fato para elucidar inúmeras discussões para proteger o meio 
ambiente de forma equilibrada para todos. 
Assimile
Os princípios ambientais indicam o papel do Estado, conforme é possível 
identificar a seguir:
1) respeitar a comunidade dos seres vivos e cuidar dela; 
2) melhorar a qualidade da vida humana;
3) conservar a vitalidade e a diversidade do planeta Terra;
4) minimizar o esgotamento de recursos não renováveis; 
5) permanecer nos limites da capacidade de suporte do planeta Terra;
6) modificar atitudes e princípios do direito humano fundamental;
7) permitir que as comunidades cuidem de seu próprio meio ambiente; 
8) gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e 
conservação; 
9) constituir uma aliança global (SIRVINSKAS, 2014). 
Aspectos da legislação ambiental 
U1
25
Sobre os princípios ambientais dentro deste contexto, Sirvinskas (2014) diz que é 
possível identificar alguns princípios específicos do direito ambiental, que servem para 
facilitar a análise e estudo de certos fundamentos do direito. Dessa forma, salienta-se 
que o princípio existe em outras áreas, como matemática e biologia, que carregam 
a noção inicial de alguma coisa ou fenômeno. Por isso, o princípio é um valor 
fundamental em direito. É, portanto, indiscutível e aceito pela sociedade como um 
ordenamento jurídico. Acompanhe a seguir esses princípios ambientais:
1º Princípio: do direito humano 
2º Princípio: do desenvolvimento sustentável 
3º Princípio: democrático ou da participação 
4º Princípio: da prevenção (precaução ou cautela) 
5º Princípio: do equilíbrio 
6º Princípio: do limite 
7º Princípio: do poluidor-pagador 
8º Princípio: do não retrocesso ou da proibição do retrocesso 
9º Princípio: da responsabilidade socioambiental
Em relação aos tratados internacionais sobre o ambiente, o meio ambiente, por 
mais contraditório que seja, é um direito inalienável dos seres humanos, visto que 
esse faz parte do ambiente em diferentes momentos da história. Dessa maneira, 
pode-se dizer que a tutela internacional do meio ambiente está ancorada em diversos 
documentos firmados pelos países participantes, os quais estão materializados em 
tratados, convenções, acordos, protocolos, declarações, diretrizes, regras e normas 
que emergem a partir de determinado nível de degradação ao ambiente que não 
respeita fronteira e atinge níveis mundiais. 
Segundo o Procurador de Justiça de São Paulo, Dr. Luís Sirvinskas (2014), os tratados 
internacionais surgem no século XX com o objetivo de proteger o meio ambiente 
nacional mediante diretrizes e normas internacionais. Nesse sentido, entende-se o 
direito internacional do meio ambiente “como sendo o conjunto e regras e princípios 
que criam obrigações e direitos da natureza ambiental para os Estados, as organizações 
intergovernamentais e os indivíduos” (SIRVINSKAS, 2014, p. 897). Trata-se, portanto, de 
acordos de vontade entre os países soberanos. Por isso, as diferentes denominações 
também possuem especificidades que perpassam os direitos humanos, culturais, 
financeiros, militares, entre outros. 
Aspectos da legislação ambiental 
U1
26
Exemplificando
Os acordos e tratados ambientais estão atrelados a diferentes cenários e 
escalas. Ribeiro (2014), na obra “A ordem ambiental internacional”, indica 
que até 1995 existiam 95 convenções, acordos, tratados, protocolos e 
convênios, os quais estão divididos entre: Convenções sobre preservação/
conservação da flora e fauna; Convenções sobre o mar; Convenções 
sobre resíduos perigosos e substâncias tóxicas; Convenções sobre 
controle da qualidade do ar etc.
Tais conferências e tratados internacionais sobre o meio ambiente são realizados 
periodicamente para estabelecer regras mínimas para os Estados, organismos e 
empresas para combater, leia-se: reduzir, o aquecimento global, por exemplo.
A institucionalização da questão ambiental e o devido reconhecimento pela 
sociedade perpassam uma larga trajetória, cuja gênese está num processo 
de conscientização e, sobretudo, num compromisso político para a realidade 
contemporânea. 
A seguir você conhecerá alguns desses eventos que revelam o compromisso 
internacional e nacional para o despertar da conscientização ambiental, e, sobretudo, 
como um elemento norteador da política ambiental, acompanhe: 
1) 1900 – Convenção para a preservação dos animais selvagens, pássaros e 
peixes da África. 
2) 1902 – Convenção para proteção dos pássaros úteis à agricultura.
3) 1930 – Conferência sobre o mar.
4) 1968 – Conferência da biosfera. Contou com a participação de 64 países, 14 
organizações intergovernamentais e 13 ONGs, em Paris, para discutir as bases para uso 
e conservação racional dos recursos da biosfera. Como resultado, em 1970, foi criado 
o programa interdisciplinar – O Homem e a Biosfera (RIBEIRO, 2014).
5) 1972 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, em 
Estocolmo, na Suécia, a primeira do gênero que resultou, entre outras medidas, na 
criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
6) 1975 – Conferência de Belgrado, na ex-Iugoslávia, atual Sérvia, promovida sob 
a tutela da Unesco: no encontro de Belgrado foram formulados os princípios e as 
orientações para o Programa Internacional de Educação Ambiental – PIEA (IEEP). 
7) 1978 – Tratado de Cooperação Amazônica. 
8) 1983 – Criação da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CMMAD) pela Assembleia Geral da ONU.
Aspectos da legislação ambiental 
U1
27
9) 1987 – Relatório Brundtland, que difundiu a expressão “desenvolvimento 
sustentável”. Entre 1983 e 1987, a CMMAD realizou uma série de estudos sobre as 
relações entre meio ambiente, desenvolvimento e segurança, cujo resultado foi 
apresentado no Relatório “Nosso Futuro Comum”.
10) 1992– Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (RIO-92 ou ECO-92). Dentre os desdobramentos do evento, a 
Agenda 21 emergiu como um marco. Declaração sobre florestas. Convenção sobre 
Biodiversidade. Convenção sobre Mudanças climáticas. 
11) 1997 – Assinatura, no Japão, do Protocolo de Kyoto, sobre redução dos gases 
causadores do aquecimento global.
12) 2002 – Conferência de Joanesburgo, na África do Sul, conhecida, também, 
como Rio + 10, que discutiu as propostas da Agenda 21 e a diversidade biológica. 
13) 2007 – Painel Intergovernamental sobre as Mudanças do Clima (IPCC), que 
debateu as alterações climáticas e o papel da sociedade nesse processo.
14) 2011 – Conferência de Durban, África do Sul – Conferência das Partes das 
Nações Unidas sobre o Clima (COP 17).
15) 2012 – Rio + 20. Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento 
Sustentável (CNUDS), realizada no Rio de Janeiro, em junho de 2012, com o objetivo 
de discutir e renovar os compromissos políticos sobre o desenvolvimento sustentável.
Os eventos indicados não foram os únicos; houve inúmeras reuniões, 
conferências, acordos, tratados, leis, entre outros instrumentos que 
amplificaram a visão sobre as políticas ambientais na perspectiva ampla 
que a temática exige. Um desdobramento nítido nesse processo foi a 
Agenda 21, que nasceu na ECO-92 (Rio de Janeiro, Brasil), pois, por meio 
dos seus 40 capítulos, prevê um diálogo permanente sobre a questão 
socioambiental local e global, que interessa à sociedade civil, às empresas 
e aos governos.
Reflita
A partir desse amplo cenário de leis, políticas e tratados sobre o meio ambiente 
é possível afirmar que a gestão ambiental possui uma história que está ancorada na 
própria dimensão, organização e desorganização humana na superfície terrestre. Por 
isso, o Direito Ambiental aparece ora como proteção ambiental de forma segmentada 
ora como proteção dos recursos ambientais de forma sistêmica. Dessa maneira, 
Aspectos da legislação ambiental 
U1
28
reafirma-se que nenhuma lei é isolada, ou seja, cumpre um papel importante do 
contexto local ao global.
Para aprofundar os debates iniciados aqui, consulte a Constituição Federal 
do Brasil de 1988, especialmente o artigo 225. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.
htm>. Acesso em: 22 jul. 2015; e a reportagem do Portal Brasil, intitulada 
“Legislação ambiental no Brasil é uma das mais completas do mundo”. 
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2010/10/
legislacao>. Acesso em: 22 jul. 2015.
Pesquise mais
Faça você mesmo
A partir da reflexão sobre legislação ambiental, apresente em um breve 
relatório por que a Constituição Federal de 1988 é reconhecida como a 
Constituição Verde?
Após essa breve imersão sobre a legislação ambiental brasileira e mundial, vamos 
resolver a segunda situação-problema apresentada ao Josué? 
Vamos relembrar! A empresa precisa conhecer o que as constituições federais 
antigas e atual mencionam sobre meio ambiente, assim como compará-las a alguns 
tratados ambientais em nível internacional. Josué deve ajudar organizando uma 
tabela com tais informações e apresentar uma síntese sobre quais tratados ambientais 
internacionais estão relacionados ao saneamento básico. 
Parte das soluções está relacionada ao conhecimento e pesquisas sobre as sete 
constituições federais (1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988). Dessa maneira, pode-
se iniciar a organização de uma tabela ou quadro para sistematizar as informações.
Outro passo importante está relacionado à pesquisa da Agenda 21 no cenário 
internacional. Tal documento é um dos desdobramentos da Conferência das Nações 
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, denominada RIO-92 ou ECO-92, 
realizada em 1992 no Rio de Janeiro – Brasil, possui dois capítulos que indicam a 
necessidade do saneamento básico. São eles:
Capítulo 7: Promoção do Desenvolvimento Sustentável dos assentamentos 
humanos
Sem medo de errar
Aspectos da legislação ambiental 
U1
29
Avançando na prática 
Capítulo 18: Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos: 
aplicação de critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos 
hídricos
Nesse contexto, pode-se fornecer caminhos e respostas para os demais profissionais 
que irão necessitar dos dados inerentes à questão ambiental nas constituições federais 
do Brasil.
Pratique mais!
Instrução
Desafiamos você a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações 
que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com a de 
seus colegas.
“Constituição Verde”
1. Competência geral
2. Objetivos de aprendizagem
Conhecer as razões para a Constituição Brasileira ser 
denominada Verde. 
3. Conteúdos relacionados
Legislação Ambiental, Constituição brasileira, Política 
Ambiental e Tratados Ambientais. 
4. Descrição da SP
A Constituição Federal brasileira de 1988 ficou conhecida 
como a “Constituição Verde” pelas inovações na área 
ambiental, sobretudo com o artigo específico para o meio 
ambiente. Dessa forma, desde sua promulgação, outras leis 
e desdobramentos foram criados para atender às demandas 
nacionais e internacionais. Nesse sentido, quais são os 
princípios ambientais que o Estado deve utilizar? Será que 
tais princípios estão de acordo com os tratados ambientais 
internacionais?
5. Resolução da SP
Resposta: Os princípios ambientais são:
1º Princípio: do direito humano 
2º Princípio: do desenvolvimento sustentável 
3º Princípio: democrático ou da participação 
4º Princípio: da prevenção (precaução ou cautela) 
5º Princípio: do equilíbrio 
6º Principio: do limite 
7º Princípio: do poluidor-pagador 
8º Princípio: do não retrocesso ou da proibição do retrocesso 
9º Princípio: da responsabilidade socioambiental
Todos estão ancorados no direito ambiental e são considerados 
abrangentes e universais. Por isso, se estabelecem como 
parâmetros e valores constitucionais, os quais estão presentes 
em diferentes documentos ambientais no âmbito nacional 
e internacional e devem ser orientadores para o Estado. 
Dessa forma, pode-se acrescentar que existem inúmeras 
possibilidades no âmbito das empresas de diferentes setores 
ao prestarem serviços à comunidade e ao meio ambiente. 
Aspectos da legislação ambiental 
U1
30
A partir dos princípios ambientais o Direito Ambiental se materializa em 
diferentes frentes de atuação para melhor assegurar a qualidade ambiental 
em diferentes segmentos e escalas.
Lembre-se
Faça você mesmo
Em relação aos princípios ambientais, indique por que eles são 
considerados abrangentes e universais.
Faça valer a pena
1. O Direito pode ser definido como o conjunto de normas, princípios e 
valores que o Estado cria para regular as relações sociais de determinado 
povo em determinada época. O Direito Ambiental é definido como:
a) Uma subárea do Direito que estuda apenas o Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação.
b) Uma disciplina nova no direito brasileiro, que surge apenas no século 
XXI.
c) Uma subárea e disciplina nova no direito brasileiro, ou seja, surge apenas 
em 1981. Antes, constava como uma subárea do direito administrativo 
e do direito urbanístico. Tem por finalidade estudar e regular a “vida”, a 
partir da ampla relação sociedade-natureza. 
d) Uma subárea e disciplina nova no direito brasileiro, que surge em 
2014, com a finalidade de complementar a Constituição Federal. 
e) Uma subárea que trata apenas da zona costeira e da degradação 
urbana e hidrográfica.
2. Sobre o histórico da legislação brasileira é correto afirmar que: 
a) Na primeira Constituição, datada de 1824, é possível verificar o termo 
sustentabilidade florestal, agrícola e mineral.
b) A Constituição de 1937 já apresentava inúmeros elementos da 
preservação e conservação ambiental.
c) Somente na Constituição de 1988 há um capítulo específico sobre 
meio ambiente e seus desdobramentos. Por isso, a ideia e denominaçãoConstituição Verde. 
Aspectos da legislação ambiental 
U1
31
3. A partir da Constituição Federal de 1988, cabe ao Estado assegurar 
a efetividade do direito ao meio ambiente. Dessa forma, assinale a 
alternativa que não contempla as indicações Constitucionais:
a) Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o 
manejo ecológico das espécies e ecossistemas.
b) Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país 
e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material 
genético.
c) Definir, em todas as unidades da federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização 
que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção.
d) Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
estudo prévio de impacto ambiental, a que será dada publicidade.
e) Promover a educação ambiental nas escolas públicas para possibilitar 
a conscientização ambiental.
4. Em relação à Agenda 21, leia as assertivas a seguir: 
I – Trata-se de um documento exclusivo para os países subdesenvolvidos 
que degradam o meio ambiente.
II – Trata-se de um documento exclusivo para os países desenvolvidos 
que degradam o meio ambiente.
III – Trata-se de um documento elaborado durante a ECO-92 no Brasil.
IV – Trata-se de um documento com 40 capítulos que prevê um diálogo 
permanente sobre a questão socioambiental local e global, que interessa 
à sociedade civil, às empresas e aos governos.
Estão corretas apenas:
d) A Constituição Federal de 1988 apenas menciona a proteção do meio 
ambiente através do Sistema Nacional de Conservação. 
e) Na Constituição Federal de 1988 somente consta a perspectiva de que 
cabe ao poder público preservar e restaurar os processos ecológicos 
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas.
Aspectos da legislação ambiental 
U1
32
5. Segundo o Procurador de Justiça de São Paulo, Dr. Luís Sirvinskas 
(2014), os tratados internacionais surgiram no século XX com o objetivo 
de:
a) Proteger o meio ambiente nacional mediante diretrizes e normas 
internacionais.
b) Proteger o meio ambiente nacional a partir da normatização europeia.
c) Proteger o meio ambiente nacional a partir da normatização 
estadunidense. 
d) Proteger e salvaguardar o meio ambiente nacional para pesquisas 
futuras.
e) Proteger e salvaguardar o meio ambiente nacional para pesquisas e 
empreendimentos futuros.
6. Por que a Constituição Brasileira de 1988 ficou conhecida como 
“Constituição Verde”?
7. O que são e qual a importância dos tratados ambientais internacionais?
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) III e IV.
Aspectos da legislação ambiental 
U1
33
Seção 1.3
Licenciamento ambiental
Na Seção 1.2 você teve contato com alguns aspectos elementares da legislação 
ambiental brasileira em consonância com os acordos e tratados ambientais 
internacionais, os quais são assinados por diferentes países para atingirem determinadas 
metas para prevenir eventuais impactos ambientais. Dessa forma, é possível afirmar 
que as legislações representam algumas alternativas no tocante à normatização. 
Todavia, precisam estar continuamente aplicadas à gestão e fiscalização de diferentes 
atividades que de um modo ou de outro podem afetar o meio ambiente. 
Para iniciar os estudos sobre o licenciamento ambiental é preciso ter clareza de 
que ele possui um caráter preventivo! Isso significa dizer que é um procedimento 
administrativo feito pelo órgão ambiental competente frente à possibilidade de danos 
ambientais a partir de um empreendimento e/ou atividades que utilizam e/ou exploram 
os recursos ambientais. 
Por isso, é importante conhecer e, sobretudo, comparar os tipos de licenças 
ambientais para cada uma das atividades existentes, evitando assim impactos 
ambientais. 
Assim, a leitura desta seção irá ampliar sua compreensão sobre o licenciamento 
ambiental e sua intrínseca ligação com o Sistema de Gestão Ambiental (SGA). 
Diante isso, acompanhe a terceira situação-problema apresentada pela empresa 
para o estagiário:
Diálogo aberto 
Você pode encontrar algumas definições sobre o licenciamento 
ambiental em alguns livros especializados da área ambiental e também 
na página do Ministério do Meio Ambiente Disponível em: <http://www.
ministeriodomeioambiente.gov.br/>. Acesso em: 22 jul. 2015.
Dica
Aspectos da legislação ambiental 
U1
34
A empresa, em consulta aos documentos do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(Conama), percebeu a necessidade de atualizar todos os seus colaboradores sobre 
licenciamento ambiental e os tipos de licença. Dessa forma, solicitou ao Josué que 
sistematizasse algumas resoluções previstas pelo Conama, as quais estão inseridas na 
Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA).
No Licenciamento Ambiental são avaliados impactos causados por 
diferentes empreendimentos e a potencialidade ou capacidade desses de 
poluir, entre outros impactos. Por isso, dialoga diretamente com a Política 
Nacional do Meio Ambiente, que tem por objetivo a preservação, melhoria 
e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida.
Dessa forma, do que eu preciso para ser capaz de resolver a situação-
problema? 
Um caminho está justamente na análise das Políticas Ambientais por meio 
das Resoluções que regem o licenciamento ambiental no Brasil.
Reflita
Para entender o licenciamento ambiental é importante definir o que se entende 
por impacto ambiental, ou seja, refere-se a qualquer alteração nas características 
naturais de dada região, de um ambiente ou bioma/ecossistema, que afeta de maneira 
negativa as propriedades físicas, químicas e biológicas do ambiente, podendo causar 
problemas a curto, médio e longo prazo. Você provavelmente já deve ter visto impacto 
ambiental na sua cidade, certo?
Muitos impactos ambientais podem ocorrer desde uma escala doméstica até a 
escala industrial. Por exemplo, o derramamento de um produto tóxico no Rio Pomba, 
em Miraí, Minas Gerais, em 2007, que atingiu outros 39 municípios mineiros cortados 
pelo rio e, posteriormente, contaminou o Rio Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro. Todo o 
impacto relatado brevemente ocorreu em 24 horas, ou seja, é necessária a prevenção, 
o licenciamento e, sobretudo, uma constante fiscalização para evitar tais impactos que 
algumas vezes são irreversíveis (UOL, 2007).
Não pode faltar
A partir desse cenário inicial, entende-se o licenciamento como um 
“procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente 
Reflita
Aspectos da legislação ambiental 
U1
35
Essas duas conceituações permitem introduzir alguns cenários para nossos estudos. 
Por isso, costuma-se dizer que os impactos ambientais possuem várias escalas, e 
necessitam de uma ampla análise frente às legislações, que, além de regulamentar 
os impactos oriundos de determinadas atividades, possuem uma integração com a 
conservação e preservação de todos os tipos de vida. 
Nesse contexto, o licenciamento e as licenças ambientais emergem como um 
procedimento e ato administrativo, respectivamente. Isso significa dizer que o 
licenciamento ambiental é o mais importe instrumento jurídico que materializa o 
principio de prevenção, tão caro ao Direito Ambiental (SIRVINSKAS, 2014). Por isso, o 
licenciamento busca evitar a ocorrência de danos ambientais. 
Já a licença ambiental, como ato administrativo, remete a “toda manifestação 
unilateral de vontade da Administração Pública, que, agindo nessa qualidade, tenha 
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, 
ou impor obrigações aos administrados ou a si própria” (SIRVINSKAS, 2014, p. 228).
Nesse contexto, deve-se reforçar que o Licenciamento Ambiental é uma obrigação 
legal prévia que regulamenta a instalação de qualquer empreendimento ou atividade 
potencialmente poluidoraou degradadora do ambiente, e possui como uma de suas 
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as 
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao 
caso” (Conama, Res. n. 237/1997).
Exemplificando
Sobre os atos administrativos, eles são classificados como: a) atos 
normativos, b) atos ordinários, c) atos negociais, d) atos enunciativos, e 
e) atos punitivos. Para que tais atos administrativos possam ser utilizados 
validamente no âmbito jurídico é necessário atender aos seguintes 
requisitos: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Dessa forma, 
os estudos das licenças ambientais ganham legitimidade. 
Faça você mesmo
A partir da definição de licenciamento ambiental explique por que 
o mesmo é utilizado como um princípio da prevenção no âmbito do 
Direito Ambiental. 
Aspectos da legislação ambiental 
U1
36
principais características a ampla participação social na tomada de decisão, por meio 
da realização de Audiências Públicas como parte integrante de todo processo.
Para a certificação que dá permissão para instalação de determinada atividade e/
ou empreendimento, devem-se seguir algumas condições, restrições e medidas de 
controle de possíveis impactos ambientais, que deverão ser respeitadas integralmente 
pelo responsável pelo empreendimento ou pela atividade. Dessa forma, os instrumentos 
previstos na PNMA serão cumpridos, ou seja, a avaliação de impactos ambientais, o 
licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras.
Em relação ao licenciamento ambiental, destacam-se as seguintes etapas:
• Licença prévia (LP): Trata-se da primeira fase do licenciamento ambiental; essa 
licença não autoriza o início das obras, mas aprova o planejamento de implantação ou 
a ampliação de um determinado empreendimento.
• Licença de instalação (LI): Trata-se da autorização para a implantação (início das 
obras) de um empreendimento (indústria, hospital, comércio, condomínio, posto de 
combustível etc.) de acordo com determinadas especificações aprovadas em projetos 
arquitetônicos, hidráulicos e de saneamento básico, incluindo as diferentes medidas 
de controle ambiental. 
• Licença de operação (LO): Trata-se de uma das etapas do licenciamento 
ambiental; a licença de operação é a autorização para o início do funcionamento da 
atividade do empreendimento ou equipamento depois das obras finalizadas.
Pode-se notar ainda que as licenças intercambiáveis/licenças negociáveis são 
aquelas autorizações dadas pelo Poder Público às empresas poluidoras para que 
operem com base em limites estabelecidos para emissão de poluentes. Em outras 
palavras, se uma empresa polui menos que o limite máximo permitido, ela pode 
negociar com outras empresas para que possam “ter” o direito de emitir mais poluentes. 
Tal prática refere-se ao desprezo à consciência socioambiental de um modo geral, 
uma vez que um dos princípios gerais da ecologia é eliminar/reduzir os poluentes. 
A partir do contexto do licenciamento, é importante destacar também o papel da 
auditoria ambiental como um instrumento previsto na legislação ambiental, que visa ao 
controle da qualidade ambiental por meio da fiscalização, avaliação e documentação 
de determinada atividade econômica ou empreendimento (público ou privado), tendo 
como objetivos: verificar a obediência aos padrões de controle e qualidade ambiental, 
analisar os riscos ambientais e as medidas preventivas e fiscalizar o desempenho dos 
funcionários no cumprimento das ações de controle ambiental.
Aspectos da legislação ambiental 
U1
37
Assimile
O licenciamento é composto principalmente por três licenças: Licença 
Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). Nesse 
sentido, tais licenças ambientais estabelecem as condições para que 
a atividade ou o empreendimento cause impacto aceitável ao meio 
ambiente, em termos legais, sociais e econômicos.
Dessa forma, qualquer alteração deve ser submetida a novo licenciamento, 
com a solicitação de Licença Prévia.
O estudo dos impactos ambientais é fundamental para o licenciamento e possui 
inúmeros desdobramentos. Diante disso, observe o esquema a seguir que ilustra as 
etapas necessárias para a implantação e operação de um empreendimento hidrelétrico. 
Trata-se do AHE – Aproveitamentos Hidrelétricos Tabajara – a ser construído no Rio 
Ji-Paraná ou Machado, pois se localiza no município de Machadinho D´Oeste, no 
Estado de Rondônia (BRASIL, 2015).
Nesse esquema verificam-se estudos e ações essenciais para a obtenção das 
licenças ambientais, acompanhe:
Nesse caso, haverá um leilão público conduzido pela ANEEL – Agência Nacional 
de Energia Elétrica para execução da obra e futura concessão do empreendimento. 
Todavia, o leilão somente ocorrerá após a obtenção da LP – Licença Prévia, ou seja, da 
licença que não autoriza o início das obras, mas aprova o planejamento de implantação 
ou a ampliação de determinado empreendimento.
Disponível em: <http://rondoniareal.com.br/2014/05/machadinho-usina-tabajara-saiba-como-funciona-o-cadastro-
socioeconomico/>. Acesso em: 22 jul. 2015.
Figura 1.3 | Etapas de implantação de um aproveitamento hidrelétrico
ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DE UM APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO
Estudos
da Bacia Construção Operação
Projeto
Básico
Viabilidade
Técnica,
Econômica e
Socioambiental
LEGENDA:
LP - Licença Prévia
LI - Licença de Instalação
LO - Licença de Operação
Leilão
LP LI LO
Reuniões Públicas
Termo de Referências
Audiências
Públicas
EIA/RIMA
Aspectos da legislação ambiental 
U1
38
Exemplificando
O Ibama – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis juntamente com os Órgãos de Meio Ambiente estaduais são 
responsáveis pelo licenciamento ambiental, integrando assim o Sisnama 
(Sistema Nacional de Meio Ambiente). As principais diretrizes para a 
execução do licenciamento ambiental estão expressas na Lei nº 6.938/81 
e nas Resoluções Conama nº 001/86 e nº 237/97 e da Lei Complementar 
nº 140/2011, que menciona a competência estadual e federal para o 
licenciamento, a partir da localização do empreendimento.
Faça você mesmo
Tendo como referência os apontamentos sobre licenciamento e 
licenças ambientais, demonstre através de exemplos como podemos 
diferenciá-los. 
Após mencionar os exemplos diferenciando o licenciamento das licenças 
ambientais, indique quais os tipos de licenças existentes e para que elas 
servem.
Nesse contexto, deve-se ter clareza de que a avaliação da documentação necessária 
para cada licença e a emissão desta dependem do empreendimento. A licença pode 
ser conferida no órgão licenciador municipal, estadual ou federal. No Artigo 10º da 
Resolução Conama nº 237 de 1997, consta que o procedimento de licenciamento 
ambiental obedecerá às seguintes etapas:
I – Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação 
do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos 
ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento 
correspondente à licença a ser requerida;
II – Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, 
acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais 
pertinentes, dando-se a devida publicidade;
III – Análise pelo órgão ambiental competente, integrante 
do Sisnama, dos documentos, projetos e estudos ambientais 
apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando 
necessárias;
IV – Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo 
órgão ambiental competente, integrante do Sisnama, uma única 
vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e 
Aspectos da legislação ambiental 
U1
39
A partir desse escopo o licenciamento ambiental ganha fundamentação, e, 
sobretudo, suporte do âmbito das ações inerentes à Gestão Ambiental, entendida aqui 
como o principal instrumento para odesenvolvimento industrial sustentável, atrelado 
ainda às empresas ao utilizarem as normatizações oriundas dos setores públicos e 
privados que tratam do meio ambiente.
Ainda sobre os prazos das licenças ambientais, vale salientar que as licenças 
prévias e de instalação (LP e LI) são concedidas preliminarmente. Enquanto a licença 
de operação (LO) é concedida em caráter final, ou seja, após o cumprimento das 
exigências previstas em todas as licenças anteriores.
estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo 
haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos 
e complementações não tenham sido satisfatórios;
V – Audiência pública, quando couber, de acordo com a 
regulamentação pertinente;
VI – Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo 
órgão ambiental competente, decorrentes de audiências 
públicas, quando couber, podendo haver reiteração da 
solicitação quando os esclarecimentos e complementações não 
tenham sido satisfatórios;
VII – Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, 
parecer jurídico;
VIII – Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, 
dando-se a devida publicidade.
Segundo Sirvinskas (2014), seis hidrelétricas que deveriam ser construídas 
em 2008 no Brasil possuíam problemas ambientais para sair do papel, pois 
nenhuma tinha licença de instalação e três delas nem tinham a licença 
prévia de acordo com a própria ANEEL. Dessa forma, uma foi adiada para 
2009. Tal cenário permite apontar que os prazos para concessão das 
licenças devem ser considerados no planejamento e cronograma dos 
empreendimentos.
Reflita
Na página do Ministério do Meio Ambiente (MMA) é possível consultar a Lei 
nº 6.938/81 e as Resoluções Conama nº 001/86 e nº 237/97. Disponível 
em: 
Pesquise mais
Aspectos da legislação ambiental 
U1
40
<http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/46_10112008050334.
pdf>. Acesso em: 22 jul. 2015.
Indica-se também o acesso à página da Fapeam – Fundação Estadual 
de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler – RS, que apresenta 
alguns formulários para a solicitação de licença, de diferentes atividades. 
Disponível em: <http://www.fepam.rs.gov.br/central/formularios/>. 
Acesso em: 22 jul. 2015.
Após as análises sobre licenciamento e licença ambiental, vamos apontar alguns 
elementos estruturantes referentes à terceira situação-problema apresentada ao Josué? 
Vamos relembrar! A empresa, em consulta aos documentos do Conselho Nacional 
do Meio Ambiente (Conama), percebeu a necessidade de atualizar todos os seus 
colaboradores sobre licenciamento ambiental e os tipos de licença. Dessa forma, 
solicitou ao Josué que sistematizasse algumas Resoluções previstas pelo Conama, as 
quais estão inseridas na Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). 
As soluções estão ancoradas nos levantamentos e pesquisas sobre licenciamento 
e licenças ambientais. Por isso, é importante que você relacione tal temática a partir 
das seguintes informações: 
• Estão presentes na Política Nacional do Meio Ambiente, na Constituição Federal 
e no Direito Ambiental.
• Existem três tipos de licenças ambientais (LP, LI e LO). 
• Previnem eventuais impactos ambientais.
A partir desse cenário, você poderá consultar as Resoluções Conama nº 001/86 
e nº 237/97 bem como a Lei Complementar nº 140/2011, as quais permitem um 
entendimento amplo da temática e, sobretudo, sobre seus desdobramentos na Gestão 
Ambiental. Tais documentos visam respectivamente: 
- Estabelecer as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes 
gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos 
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. 
- Regulamentar os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política 
Nacional do Meio Ambiente.
Sem medo de errar
Aspectos da legislação ambiental 
U1
41
Avançando na prática 
- Fixar normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência 
comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio 
ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das 
florestas, da fauna e da flora. 
Pratique mais!
Instrução
Desafiamos você a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações 
que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com a de 
seus colegas.
“Licença Ambiental de uma estrada”
1. Competência geral
2. Objetivos de aprendizagem Conhecer o licenciamento e os tipos de licenças ambientais.
3. Conteúdos relacionados Licenciamento e Licença Ambiental.
4. Descrição da SP
A licença ambiental está inserida na Política Nacional do Meio 
Ambiente e dessa não se separa. A partir dessa premissa, 
imagine a construção de uma estrada que corta dois estados de 
duas regiões geográficas identificadas pelo IBGE. Quem poderá 
licenciar essa obra? Será que haverá um Sistema Integrado de 
Licenciamento? 
5. Resolução da SP
Resposta: 
Como a estrada atingirá dois estados de duas regiões 
geográficas do Brasil, o licenciamento ambiental está sob 
responsabilidade do Ibama. No entanto, se identificado que 
o impacto ambiental ocorrerá apenas em um estado, o 
licenciamento será realizado pelo órgão estadual. Imaginando 
que dentro desse estado há uma área federal, ou seja, uma 
terra indígena, que terá atingida pela estrada o licenciamento 
será realizado pelo Ibama em consonância com as demais 
legislações sobre os povos indígenas. 
Existem três tipos de licenças ambientais (LP, LI e LO), as quais podem 
ser fornecidas pelo Ibama e pelos Órgãos de Meio Ambiente estaduais. 
Em relação ao SIL – Sistema Integrado de Licenciamento o mesmo pode 
ser integrado por órgãos estaduais e municipais conveniados, como 
exemplo, a Cetesb em São Paulo.
Lembre-se
Aspectos da legislação ambiental 
U1
42
Faça você mesmo
A partir da análise dos tipos de licenças ambientais, discuta qual é o papel 
do Ibama e dos demais órgãos ambientais estaduais nesses processos 
de licenciamento. 
Faça valer a pena
1. Preencha corretamente as lacunas sobre os tipos de licenças 
ambientais:
( ) Trata-se da primeira fase do licenciamento ambiental; essa licença não 
autoriza o início das obras, mas aprova o planejamento de implantação 
ou a ampliação de determinado empreendimento.
( ) Trata-se da autorização para a implantação (início das obras) de um 
empreendimento (indústria, hospital, comércio, condomínio, posto 
de combustível etc.) de acordo com determinadas especificações 
aprovadas em projetos arquitetônicos, hidráulicos e de saneamento 
básico, incluindo as diferentes medidas de controle ambiental. 
( ) Trata-se de uma das etapas do licenciamento ambiental; a licença de 
operação é a autorização para o início do funcionamento da atividade 
do empreendimento ou equipamento depois das obras finalizadas.
A sequência correta é:
a) LI, LO e LP.
b) LI, LP e LO.
c) LO, LI e LP.
d) LP, LO e LI.
e) LP, LI e LO.
2. Sobre as siglas LP, LI e LO é correto afirmar:
a) Referem-se as três primeiras licenças ambientais em nível municipal. 
b) Referem-se as três primeiras licenças ambientais em nível estadual.
c) Referem-se as três licenças ambientais regulamentadas pelo Conama.
d) Indicam respectivamente: Licença Provisória, Licença Inicial e Licença 
Organizacional. 
e) Indicam respectivamente: Licença Prévia, Licença Inicial e Licença 
Operatória.
Aspectos da legislação ambiental 
U1
43
3. Em relação ao licenciamento ambiental, destacam-se as seguintes 
etapas:
I – Licença prévia (LP): Trata-se da primeira fase do licenciamento 
ambiental. Essa licença não autoriza o início das obras, mas aprova 
o planejamento de implantação ou a ampliação de determinado 
empreendimento.
II – Licença de instalação (LI): Trata-se da autorização para a implantação 
(início das obras) de um empreendimento (indústria, hospital, comércio, 
condomínio, posto de combustível etc.) deacordo com determinadas 
especificações aprovadas em projetos arquitetônicos, hidráulicos e 
de saneamento básico, incluindo as diferentes medidas de controle 
ambiental. 
III – Licença de operação (LO): Trata-se de uma das etapas do 
licenciamento ambiental; a licença de operação é a autorização 
para o início do funcionamento da atividade do empreendimento ou 
equipamento, depois das obras finalizadas.
IV – Licença de finalização (LF): Trata-se de uma das etapas do 
licenciamento ambiental, na qual ocorre a liberação final do 
empreendimento para o setor privado.
Estão corretas:
a) I e II.
b) I e III.
c) I, II e III.
d) II, III e IV.
e) I, II, III e IV.
4. Em relação à licença ambiental:
I – As licenças ambientais são fornecidas pelo Ibama conjuntamente 
com os órgãos ambientais estaduais.
II – Pode ser dividida em licença ambiental municipal, estadual e nacional.
III – Cada estado pode criar suas próprias licenças e aplicá-las.
IV – É dividida em licença prévia, de instalação e operação.
Estão corretas apenas:
Aspectos da legislação ambiental 
U1
44
5. Sirvinskas (2014, p. 228) afirma que: “Toda manifestação unilateral de 
vontade da Administração Pública, que, agindo nessa qualidade, tenha 
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e 
declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.” 
Essa citação refere-se à:
a) Política Municipal do Meio Ambiente.
b) Política Estadual do Meio Ambiente.
c) Política Nacional do Meio Ambiente.
d) Licenciamento Ambiental.
e) Licença Ambiental.
6. Diferencie licença ambiental do licenciamento ambiental.
7. Explique cada uma das licenças ambientais em vigor no Brasil. 
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e IV.
e) III e IV.
Aspectos da legislação ambiental 
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45
Seção 1.4
Institutos e selos ambientais 
Na Seção 1.3 você teve contato com o licenciamento ambiental, sobretudo com 
a análise dos tipos de licenças ambientais. Nesse sentido, foi possível relacionar com 
a Gestão Ambiental ao refletir a redução dos impactos ambientais em determinados 
empreendimentos e atividades que utilizam recursos ambientais. Nesse momento, 
iremos apresentar o debate sobre os institutos e selos ambientais em diálogo com a 
certificação tão importante para o SGA.
Para iniciar os estudos sobre os institutos e selos ambientais é necessário ter ciência 
de que esses estão inseridos no âmbito da certificação, entendida aqui como uma 
avaliação realizada por uma organização independente, muitas vezes denominada 
3ª parte, que determina a qualidade de determinado produto, serviço ou profissional 
com base na avaliação de conformidade. 
Você poderá perceber que a avaliação de conformidade está atrelada à avaliação 
de produtos, processos, serviços ou profissional para obter determinado grau de 
confiança adequado, ou seja, que atenda a requisitos preestabelecidos em normas e, 
sobretudo, regulamentações técnicas. Em outras palavras, tem o objetivo de informar 
e proteger o consumidor, em particular quanto à saúde, segurança e ambiente, 
propiciando assim a concorrência justa, estimulando a melhoria contínua da qualidade 
e facilitando o comércio internacional e fortalecendo o mercado interno. 
Assim, a leitura desta seção irá ampliar sua compreensão sobre os selos verdes ou 
ecológicos enquanto certificações presentes na Gestão Ambiental. 
Diálogo aberto 
Existem muitas certificadoras verdes no Brasil e no mundo. Dessa forma, 
é importante verificar seus registros, bem como a área de atuação para 
não cair no verde enquanto metáfora do consumo, e, portanto, da 
insustentabilidade.
Dica
Aspectos da legislação ambiental 
U1
46
Diante isso, acompanhe a quarta situação-problema apresentada pela empresa 
para o estagiário:
A empresa pretende conseguir mais um selo verde para os serviços e processos 
que está envolvida em diferentes projetos. Diante dessa demanda solicitou ao Josué 
que apresentasse alguns selos ambientais que possam ser utilizados pela empresa, de 
modo a efetivar sua responsabilidade socioambiental como um princípio e missão.
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre as instituições e selos ambientais é 
necessário salientar que tais discussões se enquadram no âmbito das políticas 
ambientais internacionais através das normatizações e também da gestão ambiental e 
gestão ambiental empresarial.
A primeira refere-se às diretrizes e atividades administrativas e operacionais, tais 
como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas 
com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou 
eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando 
que eles surjam (BARBIERI, 2007). Já a gestão ambiental empresarial é entendida 
como um processo contínuo que permite adaptações às empresas de acordo com 
suas características produtivas, podendo ser constantemente revistos seus objetivos e 
metas relacionadas à proteção ambiental, à saúde do trabalhador e ao atendimento 
das exigências do mercado (BARBIERI, 2007).
Dessa forma, fecha-se o tripé com o debate sobre a Agenda 21 enquanto um plano 
de ação para o século XXI visando à sustentabilidade global. Trata-se de uma estratégia 
de sobrevivência organizada em 40 capítulos, que abordam: a dimensão econômica e 
social, a conservação e manejo de recursos naturais, o fortalecimento da comunidade 
e os meios de implementação (DIAS, 2004).
Não pode faltar
A Certificação Ambiental comprova a conformidade de um 
empreendimento, produto, processo ou serviço aos requisitos ambientais 
prescritos na legislação. 
Dessa forma, do que eu preciso para ser capaz de resolver a situação-
problema? 
Um caminho importante está atrelado à consulta dos selos e certificadoras 
ambientais.
Reflita
Aspectos da legislação ambiental 
U1
47
Reigota (2009) aponta que devemos investir nos cidadãos e cidadãs do mundo, 
e esse comportamento recorda a frase tão apregoada pelos ambientalistas: “Pensar 
globalmente e agir localmente”. Essa reflexão revela a relação entre os contextos 
gerais e específicos, pois temos inúmeras responsabilidades com a sustentabilidade, 
entendendo-a como outro caminho que não coloque em risco a diversidade biológica, 
cultural, social, econômica, etc. 
Essas divisões propiciam o planejamento e, sobretudo, a ação local e global. Por 
isso, a conclusão da ECO-92 está baseada no fato de que a qualidade de vida poderia 
ser alcançada se tivesse um empenho e um compromisso político para distribuição 
da riqueza em consonância com a preservação dos recursos naturais. Dessa maneira, 
colocou-se um desafio gigante para as nações pobres/subdesenvolvidas, pois os 
ideais esboçados na ECO-92 são aplicados teoricamente nas políticas públicas locais, 
regionais e nacionais. 
Martins (2009) compartilha dessas ideias e reforça que é possível e necessário 
construir parcerias para conscientizar e, sobretudo, trazer melhorias na qualidade de 
vida. Outro passo importante no âmbito da efetivação enquanto política pública está 
no papel da empresa e de seus colaboradores, uma vez que esses assumem um papel 
gigantesco ao efetivar a gestão ambiental e consequentemente o SGA.
A partir desse cenário geral temos a perspectiva dos institutos e selos ambientais, 
os quais estão atrelados ao mercado, marketing e à conscientização socioambiental 
em todo o processo produtivo, serviços etc. Por isso, o debate da sustentabilidade 
é inegável aqui; e por vezes aparece como central, considerando as dualidades do 
conceito clássico que apregoa a satisfação das necessidades atuais sem comprometer 
as futuras gerações. Trata-se, portanto, do tripé – economia, sociedade e ambiente.
 Para ilustrar esse cenário observe a sequência que se inicia com a Gestão 
Ambiental, perpassa a Gestão Ambiental Empresarial, a SGA, a Gestão dos ciclos de 
vida e a Certificação. Acompanhe:
Todos os capítulos propostos na Agenda 21 revelam a diversidade 
existente e o cuidado que devemos estabelecer para

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