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Ciência Política e Teoria do Estado - Material Utilizado nas Aulas

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Professor: Carlos Bráulio da Silveira chaves 
Componente Curricular: CIÊNCIA POLÍTICA E A TEORIA DO ESTADO 
Carga horária: 40 hs 
 1.0 Introdução à Ciência Política e à Teoria do Estado 
Se você está se perguntando por que precisa estudar Ciência Política e Teoria 
do Estado no início de um curso de Direito, saiba que essa pergunta vem sendo feita 
há muito tempo, por inúmeros estudiosos. Historicamente, segundo Bonavides (2011, 
p. 48), a Ciência Política levou muito tempo para se tornar uma ciência autônoma na 
França, por exemplo. Antes disso, suas discussões e temáticas eram todas abarcadas 
pelo Direito, principalmente o Direito Constitucional (e essa aproximação ainda existe, 
como vocês vão perceber quanto mais se aprofundarem). 
Até mesmo o nome “Ciência Política” precisou de tempo para se firmar e ser 
por todos reconhecido como algo específico e determinado. Isso porque, na cultura 
anglo-americana, por exemplo, o que se chamava “Ciência Política” era, na verdade, 
um acúmulo de relatos e experiências vividas por instituições (casos em que os 
interesses em jogo eram sempre ditados pelas forças políticas competitivas) ou 
análises técnicas que se constituíam ignorando os desenvolvimentos teóricos. 
(BONAVIDES, 2011, p. 46). 
 
Já na Alemanha, os juristas que se dedicavam a esse estudo, sempre envolvidos 
com o culto e a superstição do poder, só recentemente passaram a reconhecer uma 
“Ciência Política” propriamente dita, com contribuições e construções próprias, 
independentemente do condicionamento jurídico, sob a influência de correntes 
americanas excessivamente pragmáticas. Antes disso, esses estudos eram todos 
abarcados pela “Teoria Geral do Estado”, que apenas reconhecia variações de método 
e conteúdo dentro de sua amplitude. (BONAVIDES, 2011, p. 46). 
A denominação “Teoria Geral do Estado”, que foi forte na Alemanha, não teve 
a mesma força na França e só chegou ao Brasil na década de 1940, durante a ditadura, 
ingressando nos currículos dos cursos de Direito, por imposição do regime ditatorial e 
não por pertinência temática ou pedagógica. À época, a Constituição da República de 
1937 enfrentava grande resistência nas escolas pelos professores de formação 
democrática. (BONAVIDES, 2011, p. 46). 
O fato é que a evolução terminológica veio também acompanhada da evolução dos 
métodos e delimitações da Ciência Política enquanto ciência, ramo do saber. Assim, 
segundo Soares (2004, p. 5-7), a Ciência Política estuda “a realidade política, o 
fenômeno político, o mundo ou o universo político e a res publica” (expressão do 
latim que significa "coisa do povo" ou "coisa pública", e que deu origem à palavra 
“república”). Seu objeto de estudo, então, é “o conhecimento do universo político 
polarizado pelo fenômeno político do poder”, que ela analisa e transforma em um 
“conhecimento ordenado, racional, objetivo e metódico” que pode ser recepcionado 
pelos outros ramos do saber, inclusive a Teoria do Estado, que vai, a partir desse 
arcabouço de ideias, buscar entender se o Estado deve se colocar e atuar diante dos 
fenômenos atuais, além de como fazê-lo. Esse entendimento se dá a partir do 
conhecimento e da interpretação das relações de que eles possuem com a história e 
com a realidade global. 
 
1.1 Conceituação da Ciência Política e da Teoria do Estado 
Desde que Kant (em seu livro Elementos Metafísicos das Ciências da Natureza) 
definiu como “ciência” a “toda série de conhecimentos sistematizados ou coordenados 
mediante princípios”, a ação intelectual dos positivistas e dos evolucionistas 
desenvolveu esse conceito de forma a torná-lo cada vez mais preciso. 
Desenvolvimento esse que culminou na formulação de um conceito de “ciência” como 
sendo “o conhecimento das relações entre coisas, fatos ou fenômenos, quando ocorre 
identidade ou semelhança, diferença ou contraste, com existência ou sucessão nessa 
ordem de relações”. (BONAVIDES, 2011, p. 26). 
Como vimos, a Ciência Política precisou de muito tempo para se desvencilhar 
do Direito e ser reconhecida como uma ciência autônoma, com seus próprios métodos 
e objetos. Uma vez reconhecida, no entanto, vamos ver como ela é conceituada 
enquanto área de conhecimento a partir desses critérios estabelecidos e 
desenvolvidos ao longo das décadas de estudo. 
1.2 Ciência Política 
Para conceituar “Ciência Política” e “Teoria do Estado”, Pinto (2013) faz uma 
escolha interessante e recorre à filologia e ao estudo da linguagem em fontes 
históricas escritas, de forma a entender melhor os significados dos termos que 
compõem essas expressões e produzir conhecimento a partir dessas nomenclaturas. 
Primeiramente, então, ele recorre ao conceito de “ciência” disposto no 
dicionário mais famoso e tradicional da língua portuguesa: 
Atentos à objetividade desejada, lembramos que, para Aurélio Buarque de 
Holanda, ciência é “[...] saber que se adquire pela leitura e meditação; [...] Conjunto de 
conhecimentos socialmente adquiridos ou produzidos, historicamente acumulados, 
dotados de universalidade e objetividade que permitem sua transmissão, e 
estruturados com métodos, teorias e linguagens próprias, que visam compreender e 
[...] orientar a natureza e as atividades humanas [...]”. (PINTO, 2013, p. 3). 
Ciência: 
 pesquisa /conhecimento/ compreensão/estudo 
Em seguida, para complementar essa análise, recorre à conceituação de um 
filósofo: 
Para Régis Jolivet, o termo ciência pode ser encarado nos pontos de vista 
objetivo e subjetivo: “Objetivamente, a ciência é conjunto de verdades certas 
logicamente encadeadas entre si, de maneira que forme um sistema coerente [...]. 
Subjetivamente, a ciência é um conceito certo das coisas por suas causas ou por suas 
leis.” A ciência demanda, portanto, objeto, método e lei. (PINTO, 2013, p. 3). 
Trabalhada a análise do termo “ciência”, o autor segue sua análise 
terminológica dedicando-se, então, ao termo “política”, que é uma expressão bastante 
conhecida e discutida pela filosofia. 
Política: 
 politéia (πολιτεία), politiké (política em geral) 
 Polis – grego – cidades 
Os autores, normalmente, separam o conceito clássico e conceito moderno de 
política. Assim é, por exemplo, no Dicionário de Política, de Norberto Bobbio, Nicola 
Matteucci e Gianfranco Pasquino. Para o conceito propagado por Aristóteles em sua 
obra Política, o termo significa a “Arte de Governar”, abrangendo a natureza, as 
funções e as várias formas de governo. O termo política consagrou-se classicamente 
no âmbito acadêmico como sendo estudo de atividades humanas referentes à 
existência do Estado, do poder soberano e de seu exercício. (PINTO, 2013, p. 4). 
A este significado, o autor acrescenta considerações sobre a utilização 
atualizada do termo “política”, que tem hoje inúmeras outras acepções, podendo ser 
utilizado para denominar “um conjunto de atividades estatais”, como a atuação do 
Estado em busca de um resultado determinado. Acepção essa que dá origem às ideias 
de “política eleitoral”, “política partidária” ou até “políticas públicas”, por exemplo. 
Nesse sentido, a “política” assume um conceito bastante popularizado e amplamente 
utilizado em várias esferas e temáticas do Poder Estatal. (PINTO, 2013, p. 4). 
A partir, então, dessas reflexões, Pinto (2013, p. 4) passa a construir uma 
conceituação de “Ciência Política” que respeite a filologia dos termos que compõem a 
expressão e combine esses significados. A "Ciência Política”, assim, seria um estudo 
metódico (com a metodologia e os procedimentos sólidos e específicos que 
constituem uma ciência) cujo objeto seria a política enquanto conjunto de atividades 
do Estado em suas mais diversas atuações e ramificações ligadas ao exercício do poder 
soberano, na busca por abranger todo o fenômeno estatal. 
Definir a atuação estatal como objeto de estudo da Ciência Política, no entanto, 
pode parecer uma simplificação, mas não é. A força estatal é marcada pelo poder, e o 
poderperpassa todas as estruturas sociais. O poder é histórico e geral, esteve e está 
presente em todos os momentos e em todos os grupos sociais, mas se manifesta de 
formas variadas que precisam ser entendidas e discutidas. Nesse sentido, o autor 
destaca a amplitude dos objetos de estudo a partir da grande e dispersa presença do 
poder nas estruturas sociais. 
Dessa forma, podemos conceituar ciência política como uma das áreas das 
ciências sociais, tendo como objeto de estudo o ESTADO, mediante a análise de seus 
elementos estruturais, sendo eles: Povo, Território e Poder. 
Cabe à ciência política, portanto, o estudo de todo o processo histórico do 
exercício do poder, desde as estruturas mais rudimentares até as mais complexas e as 
mais modernas; do matriarcalismo instintivo ao patriarcalismo, como natural 
expressão de força. Cabe, do mesmo modo, a análise da estruturação ideológica do 
poder, dos pré-socráticos aos pensadores da atualidade. Cabe ainda o estudo 
detalhado da família como célula de poder, passando pelos clãs, tribos e as polis 
gregas, o Império Romano, o Império da China e as civilizações pouco conhecidas como 
os incas, astecas e maias, chegando mesmo ao Estado Moderno como hoje é 
conhecido. No campo filosófico, portanto, muito há o que se estudar em relação à 
política, e o mesmo se diga quanto aos campos sociológico, antropológico, econômico 
e até o religioso. Não serão poucos, desse modo, os objetivos deste estudo e não serão 
poucos os autores a serem consultados. (PINTO, 2013, p. 4). 
Formas de estado: a unitária, a federação e a confederação. 
Formas de governo: a monarquia e a república. 
Sistema de governo: presidencialismo e o 
parlamentartismo. 
2.1 A Ciência Política e suas três dimensões: a filosófica, a sociológica e a 
jurídica 
Inúmeros e reconhecidos teóricos e juristas acompanham a tendência universal 
de estudar a Ciência Política a partir de um aspecto tríplice ou tridimensional que 
compreenda as dimensões filosófica, sociológica e jurídica. (BONAVIDES, 2011, p. 45-
46). 
 
Esse entendimento é consequência direta da multiplicidade e da grande 
abrangência do objeto de estudo da Ciência Política, que se detém, como vimos, sobre 
o Estado, o poder e as relações que deles decorrem em todas as suas esferas e 
âmbitos. Os fatos e realidades que se constroem e são discutidos pela Ciência Política 
são também apreendidos por outros ramos do saber e essas compreensões se 
alimentam. Aqui, vamos analisar como se constituem essas dimensões dentro da 
Ciência Política e de que forma elas se aproximam. 
2.2 Dimensão Filosófica 
 
Os assuntos políticos são temáticas que interessam os seres humanos desde os 
tempos mais remotos, principalmente desde Sócrates, Platão e Aristóteles. 
(BONAVIDES, 2011, p. 40). É natural, então, que a filosofia enquanto ciência tenha 
sempre acompanhado a sucessão de fatos históricos e a evolução da construção dos 
modelos que hoje naturalizamos na sociedade, na tentativa de discutir as origens, a 
ideologia e a justificação do Estado enquanto fenômeno político-cultural. Nesse 
sentido: 
A Filosofia conduz para os livros de Ciência Política a discussão de proposições 
respeitantes à origem, à essência, à justificação e aos fins do Estado, como das demais 
intuições sociais geradoras do fenômeno do poder, visto que nem todos aceitam 
circunscrevê-lo apenas à célula máter, embriogênica, que no caso seria naturalmente o 
Estado, acrescentando-lhe os partidos, os sindicatos, a igreja, as associações 
internacionais, os grupos econômicos, etc. 
Convive o debate filosófico ademais com a investigação sociológica com a 
fixação jurídica dos fatos, normas e instituições políticas... (BONAVIDES, 2011, p. 41). 
Uma vez que a Ciência Política se proponha a analisar os acontecimentos, as 
instituições e as ideias políticas (bem como os seus históricos e desenvolvimentos), 
essas questões podem ser discutidas a partir da análise do passado (como foram ou 
deveriam ter sido), do presente (como são ou deveriam ser) ou do futuro (como serão 
ou deverão ser). (BONAVIDES, 2011, p. 40). 
2.3 Dimensão sociológica 
Se a Ciência Política estuda fatos sociais, como vimos, sua aproximação com a 
Sociologia é inevitável e indiscutível. Sendo o fenômeno político um fato social por 
excelência, como ensina Durkheim, a análise de um fato político vai fundamentar uma 
Sociologia Política, que vai compartilhar com a Ciência Política noções e discussões 
sobre grupos, classes, ideologias, etc. 
E esses são aspectos fundamentais que precisam ser considerados em qualquer 
análise da evolução do Estado. Bonavides (2011, p. 42-43), citando a obra de 
Vierkandt, destaca o caráter classista do Estado e da sociedade, as dinâmicas de luta 
pelo poder nas sociedades, os partidos como representação de interesses e as 
tendências e movimentos reformistas que se constituem considerando as relações de 
trabalho, a educação, a saúde espiritual da juventude, e o papel da igreja, por 
exemplo. 
Também aproximam Sociologia e Ciência Política o forte caráter histórico 
necessário para a análise da evolução política. (BONAVIDES, 2011, p. 42). 
2.4 Dimensão jurídica 
A dimensão jurídica da Ciência Política tem como grande expoente o trabalho 
de Kelsen, considerado o “Pai do Positivismo”, para quem o Estado e o Direito seriam 
uma única coisa. O Direito, para Kelsen, seria a lei. E a lei seria o que definiria e 
constituiria o Estado. Nesse raciocínio, o papel do Estado seria o de realizar a 
positivação do Direito. Seguindo essa abordagem, Kelsen propõe também uma Teoria 
Geral do Estado com bases fundamentalmente jurídicas, que assimilam o Estado ao 
Direito. 
Ainda segundo Kelsen, o Estado pertenceria ao mundo do “dever-ser” (que ele 
chama de “sollen”) e seria explicado pela “unidade das normas de direito de 
determinado sistema”. Assim, para o autor, “quem elucidar o direito como norma 
elucidará o Estado”, porque a força coercitiva do Estado é o mesmo que o grau de 
eficácia da norma jurídica. (BONAVIDES, 2011, p. 44). Essa valorização do Direito é 
também o que faz com que a Ciência Política tenha sido (e ainda seja um pouco) 
reduzida a um simples corpo de normas, objeto de estudo do Direito Político 
(BONAVIDES, 2011, p. 43). 
O Estado, na teoria de Kelsen, é esvaziado de toda substantividade e de todas 
as implicações de ordem moral, ética, histórica, sociológica. Território e população, 
elementos materiais que compõem o Estado, assumem aqui as faces de “âmbito 
espacial” e “âmbito pessoal” de validade do ordenamento jurídico. O que resta é o 
Estado como puro conceito, retintamente jurídico. A valorização descomunal (e 
desproporcional) do poder (seu elemento formal) aproxima-o da “santidade inviolável 
de normas concebidas como direito puro”. (BONAVIDES, 2011, p. 44). 
4. ORIGEM DO PENSAMENTO POLÍTICO 
Prevalece o entendimento, os gregos como os primeiros a pensar sobre 
a prática política organizada. 
 
Filósofos clássicos: Sócrates, Platão e Aristóteles. 
foram os primeiros a se perguntar como deveria ser a organização política para 
resguardar o bem coletivo 
Entre o Renascimento e a modernidade 
 Filósofos que também deixaram significativas contribuições para a constituição 
do pensamento político, sendo eles: 
1. Nicolau Maquiavel – O Príncipe. Nessa obra, o autor buscou estabelecer as 
bases para que um governante consiga se manter em um governo estável. 
2. Jean Bodin e Thomas Hobbes - dedicaram-se a defender o absolutismo 
como forma de governo legítima nos séculos XVI e XVII. 
3. John Locke – nova forma de pensamento político na modernidade: o 
liberalismo político. Defensor de um sistema de governo parlamentar, 
Locke passou a defender um sistema político que não aturasse os abusos de 
um governo centralizado. 
executivo será exercido pelo chefe de Estado (o rei ou o 
Presidente) e pelo Chefe de Governo (Primeiro Ministro), 
 
o parlamentarismo é o sistemasensível às exigências sociais e políticas da 
sociedade; 
 o governo depende da confiança do parlamento. 
 os ministros prestam contas de seus atos políticos ao parlamento 
As contribuições dos filósofos iluministas 
1. Voltaire - a liberdade religiosa e a liberdade de expressão. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma 
da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
2. Montesquieu- divisão de “poderes” - o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
Legislativo – 
 Atribuições Típicas – Inovar o ordenamento jurídico e fiscalizar 
 No âmbito da União - Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo 
Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal. 
 Câmara dos Deputados - Representantes do povo 
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de 
representantes do povo, eleitos, pelo sistema 
proporcional, em cada Estado, em cada Território 
e no Distrito Federal. 
Senado Federal- representantes dos Estados e do 
Distrito Federal. 
 No Âmbito estadual : Assembleia Legislativa 
 No Âmbito Municipal: Câmara dos vereadores 
 
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de 
representantes dos Estados e do Distrito Federal, 
eleitos segundo o princípio majoritário. 
 
Executivo – atribuição típica: administrar o Estado nos limites da lei. 
Judiciário – exercer a jurisdição – julgar no caso concreto as lides. 
 
5.0 A Teoria do Estado e o Direito: a teoria monística, dualística e paralelística 
Não foi só Kelsen quem se dedicou a estudar e discutir a relação entre o Estado 
e o Direito. Essa é uma questão que há muito ocupa os pensadores. Maluf (2010, p. 1) 
inicia a sua obra já chamando atenção para essa questão: 
O Estado é uma figura abstrata e estruturada política, social e juridicamente, 
ocupando um território e destinada a manter, pela aplicação do Direito, as condições 
universais de ordem social. Ainda, o Estado é uma organização destinada a manter, 
pela aplicação do Direito, as condições universais de ordem social. 
Já o Direito é o conjunto normativo que regulamenta o comportamento do ser 
humano em sociedade, que ao Estado cumpre assegurar. Podemos ainda conceituar o 
Direito como o conjunto das condições existenciais da sociedade, que ao Estado 
cumpre assegurar. 
Para o estudo do fenômeno estatal, tanto quanto para iniciação na ciência 
jurídica, o primeiro problema a ser enfrentado é o das relações entre Estado e Direito. 
(MALUF, 2010, p. 1). 
Como se pode ver no trecho reproduzido, essa já é uma concepção bem 
moderna, que reconhece a separação entre as ideias de Estado e de Direito sem 
ignorar a relação de interdependência. O Estado, para Maluf, se orienta e se mantém 
pelas normas criadas pelo Direito, e ao mesmo tempo é responsável por garantir o seu 
cumprimento. É justamente por isso que a compreensão dessa relação é importante 
desde já, no início da formação jurídica. 
Os estudos que se dedicaram a compreender as relações entre Estado e Direito 
dividem-se principalmente em três teorias: a monística, a dualística e a paralelística, 
que vamos conhecer brevemente a seguir. 
TEORIA MONÍSTICA ou Estatismo Jurídico 
Teóricos precursores do monismo jurídico: Hegel, Thomas Hobbes e Jean Bodin. 
Desenvolvida pelos seguintes teóricos - Rudolf von Ihering, Jellinek, e Hans Kelsen. 
O Estado é a fonte única do direito, pois não admitem eles a idéia de qualquer 
regra jurídica fora do estado. 
O Estado e o Direito confundem-se em uma só realidade. 
A Teoria Monística é também chamada de “estatismo jurídico” e reúne os 
pensadores que acreditam que o Estado e o Direito se confundem em uma só 
realidade. Para os monistas, o Estado é a única fonte do Direito e não existe qualquer 
regra jurídica fora do Estado, somente o “direito estatal”. É o Estado quem dá vida ao 
Direito quando a ele empresta a “força coativa” de que detém o monopólio. Só o 
Estado pode agir por meio da coação e uma regra jurídica sem coação seria uma 
“contradição em si, um fogo que não queima, uma luz que não ilumina”. (MALUF, 
2010, p. 1). 
TEORIA DUALÍSTICA ou Pluralística 
Teóricos precursores: Gierke e Gurvitch, ganhou terreno com a doutrina de 
Léon Duguit 
Estado não é a fonte única do Direito nem com este se confunde. 
O Direito é criação social, não estatal. O Direito, assim, é um fato social em 
contínua transformação. 
O Estado e o Direito duas realidades distintas, independentes e inconfundíveis. 
A Teoria Dualística, também chamada de “Teoria Pluralística”, por sua vez, 
sustenta que o Estado e o Direito são duas realidades “distintas, independentes e 
inconfundíveis”. Para os dualistas, o Estado não se confunde com o Direito e nem 
mesmo é sua única fonte. O que o Estado detém é apenas o Direito Positivo (e o poder 
de positivar o Direito), mas o Direito não é e não pode ser visto como criação estatal. 
Trata-se de uma criação social que carrega em si os frutos do desenvolvimento e das 
mudanças que se operam na vida de cada povo sob a constante influência de fatores 
sociais, como as questões éticas, psíquicas, biológicas, e econômicas, por exemplo. 
(MALUF, 2010, p. 2). Nesse sentido: 
O direito, assim, é um fato social em contínua transformação. A função do 
Estado é a de positivar o Direito, isto é, traduzir em normas escritas os princípios que 
se firmam na consciência social. Normas jurídicas têm sua origem no corpo social. 
(MALUF, 2010, p. 2). 
TEORIA DO PARALELISMO 
Teórico Defensor: Giorgio Del Vecchio. 
Estado e Direito são duas realidades distintas que se completam na 
interdependência. 
A Teoria Monista, como vimos, é a que não vê separação entre Estado e Direito, 
já que os dois são tão próximos e dependentes que se confundem, e que acredita que 
o Estado é a única fonte do Direito. A Dualística, no sentido contrário, vê diferenças e 
separações claras entre o Direito e o Estado, reconhece outras fontes de Direito e 
concebe o Direito enquanto fato social. 
É nesse terreno que se desenvolve a Teoria Paralelística, uma corrente eclética, 
situada em uma posição de relativo equilíbrio entre os extremos e que, segundo Maluf 
(2010, p. 2-5), vê Estado e Direito como “realidades distintas, porém necessariamente 
interdependentes”. 
A Teoria Paralelística, então, reconhece a existência de Direito fora do Estado 
ao mesmo tempo que admite ser o Estado o detentor da “vontade social 
predominante” e, portanto, o único capaz de positivar o Direito. (MALUF, 2010, p. 3). 
Assim: 
A teoria do pluralismo reconhece a existência do direito não estatal, 
sustentando que vários centros determinação jurídica surgem e se desenvolvem fora 
do Estado, obedecendo a uma graduação de positividade. Sobre todos estes centros 
particulares do ordenamento jurídico, prepondera o Estado como centro de irradiação 
da positividade. O ordenamento jurídico do Estado representaria aquele que, dentro 
de todos os ordenamentos jurídicos possíveis, se afirmaria como o “verdadeiramente 
positivo”, em razão da sua conformidade com a vontade social predominante. A teoria 
do paralelismo completa a teoria pluralista, e ambas se contrapõem com vantagem à 
teoria monista. Efetivamente, Estado de Direito são duas realidades distintas que se 
completam na interdependência. (MALUF, 2010, p. 3). 
6.0 A sociedade: origem e seus elementos característicos 
Soares (2004, p. 14), ao discutir os inúmeros conceitos de sociedade, começa 
pelo mais “genérico”, a sociedade como “o gênero humano,considerado o conteúdo 
abstrato e todas as formas de convivência humana ou a união entre os homens em 
geral”, ou, nas palavras de Bonavides (2011, p. 57), “todo o complexo de relações do 
homem com seus semelhantes”. Esse conceito genérico, no entanto, é bastante 
primário, uma vez que as sociedades se constituem de formas cada vez mais 
complexas em razão do aperfeiçoamento de mecanismos como a divisão do trabalho 
humano, o aproveitamento e controle de recursos naturais, as descobertas e 
invenções. 
Verifica-se que, no decorrer do processo histórico, grupos sociais passaram a 
executar tarefas específicas, atingindo um amplo e intricado pluralismo social, que 
exige que recorra o jurista à Ciência Política como condição para o desenvolvimento de 
estudo aprofundado dessas relações sociais e jurídicas. 
Assim, faz-se necessário estabelecer uma caracterização geral das complexas 
sociedades, delineando os pontos em comum por meio de análise do conjunto de 
regras de atuação de cada sociedade. (SOARES, 2004, p. 15). 
Citando Dallari, Soares (2004, p. 15) elenca os elementos considerados 
necessários pelos estudos dessa natureza para que os agrupamentos humanos sejam 
reconhecidos como sociedades. os seguintes: 
 A finalidade ou valor social 
As manifestações de conjunto ordenadas (ordem social e ordem jurídica) 
O poder social 
Cada um destes tópicos poderá ser compreendido a seguir. 
 
 
Fonte: Michael D Brown, Shutterstock, 2020 
#PraCegoVer: imagem pictórica de pessoas em forma de desenho, em cima de um 
disco ou círculo, sendo que uma delas está do lado de fora e sendo ajudada por outra a 
subir nele. 
6.1 Finalidade ou valor social 
Sobre a finalidade (ou valor social) da sociedade, é importante destacar que se 
trata de um elemento bastante discutido pelas mais diversas teorias (ou concepções). 
Pela concepção determinista, então, o homem é totalmente submetido às leis naturais 
e ao princípio da causalidade, não podendo escolher um objetivo ou orientar a sua 
vida social pois esta estará sempre condicionada a fatores que ele não pode controlar. 
(SOARES, 2004, p. 15). 
De acordo com a concepção finalista, o homem deve ser sujeito de sua própria 
história e, assim, contribuir para transformações sociais. Já a concepção tomista 
acredita que o homem tem consciência de que deve viver em sociedade e, por isso, 
busca fixar como objetivo da sua vida social uma finalidade condizente com o que lhe 
parece mais valioso e com as suas necessidades fundamentais. (SOARES, 2004, p. 15). 
Já Tomás de Aquino refere-se ao bonum commune (bem comum) como a 
finalidade principal da sociedade organizada. Nesse raciocínio, é responsabilidade do 
Estado garantir aos membros da sociedade as condições necessárias para que 
alcancem o bem-estar material e cumpram o instinto humano de conservação. A 
finalidade social escolhida pelo homem, então, seria o bem comum, que consistiria no 
“conjunto de todas as condições de vida que configurem e favoreçam o 
desenvolvimento integral da personalidade humana”. (SOARES, 2004, p. 15-16). 
Foi o Papa João XXIII que formulou esse conceito de “bem comum”, tido como 
a finalidade das sociedades. Segundo ele, "o bem comum consiste no conjunto de 
todas as condições de vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento 
integral da personalidade humana" (Encíclica "Pacem inm Terris", II, 58) 
6.2 Manifestações de conjunto ordenadas 
A simples reunião de um grupo de pessoas em busca de um mesmo objetivo 
não é suficiente para garantir que esse objetivo seja alcançado. Para isso, é preciso, 
antes, que esse grupo esteja organizado para agir em busca desse fim. É disso que se 
trata a manifestação de conjunto ordenada: a ação de um grupo em conjunto 
orientada para um fim específico. E, para isso, é preciso que essas ações tenham 
reiteração, ordem e adequação. 
A reiteração vem da ideia de que as manifestações de conjunto em busca de 
um objetivo devem ser realizadas permanentemente, e os atos individuais devem se 
conjugar em um todo coletivo. A ordem, que alguns autores dividem entre natural e 
humana e outros em social e jurídica, diz respeito à produção das manifestações para 
que se alcance o objetivo planejado, seja por causalidade ou por imputação. E, por fim, 
a adequação é a necessária preocupação com as exigências e possibilidades da 
realidade social. 
6.3 Poder Social 
O poder social é uma realidade verificável em diversas modalidades de 
relacionamento humano e consiste na faculdade de alguém impor a sua vontade ao 
outro sem necessariamente precisar recorrer ao uso da força. (SOARES, 2004, p. 18). 
O poder social sempre existiu na sociedade humana, apresentando, em 
qualquer grupo social, traços característicos de sociabilidade — o poder é um 
fenômeno social — e de bilateralidade — o poder é a correlação de duas ou mais 
vontades, sendo que uma predomina. (SOARES, 2004, p. 18). 
7.0 Teorias sobre os fundamentos da sociedade: a interpretação organicista e 
mecanicista da sociedade 
As sociedades organizam-se de formas variadas, que se distinguem pelos fins, 
pela amplitude e pelo grau de intensidade dos vínculos que envolvem os membros do 
grupo social aos tipos de associação existentes. Assim, a partir da análise das 
finalidades, pode-se distinguir dois tipos de sociedades: as de fins particulares, que 
possuem objetivos definidos voluntariamente escolhidos por seus membros, e as de 
fins gerais, que possuem objetivos indefinidos e genéricos que se destinam a 
possibilitar aos indivíduos que busquem atingir seus fins particulares. (SOARES, 2004, 
p. 19). 
O Estado é uma forma de sociedade que Soares (2004, p. 19) denomina como 
“sociedade política”, que é a que se ocupa da “totalidade das ações humanas, 
coordenando-as em função de um objetivo comum”, coexiste com outras estruturas 
sociais, tais como a família, as tribos e os clãs, delas se diferenciando pelo monopólio 
legítimo da coação física para fazer valer as suas determinações. 
A interpretação organicista compreende a sociedade como “o conjunto de 
relações por intermédio das quais vários indivíduos vivem e atuam solidariamente, de 
forma ordenada, visando estabelecer entidade nova e superior”. Os principais teóricos 
que se destacaram nessa corrente foram Aristóteles, Platão, Comte (organicismo 
materialista), Savigny (organicismo ético e idealista) e Del Vecchio. (SOARES, 2004, p. 
13). 
Bonavides também relembra Aristóteles e Platão e os apresenta como o 
“tronco milenar da filosofia grega” de onde procedem os organicistas. E destaca já na 
produção aristotélica a ideia de que os homens são partes de um todo que é social. 
(BONAVIDES, 2011, p. 58). 
Na doutrina aristotélica assinala-se, com efeito, o caráter social do homem. A 
natureza fez um homem um “ser político”, que não pode viver fora da sociedade. 
Se a sociedade é o valor primário fundamental, se a sua existência importa 
numa realidade superior, subsistente por si mesma, temos o organicismo. 
Reunião de várias partes que preenchem funções distintas e que, por sua ação 
combinada, concorrem para manter a vida do todo. (BONAVIDES, 2011, p. 58). 
Mas é importante anotar a observação de Bonavides, que apontou que os 
organicistas apresentavam tendências a adotar posições ideológicas reacionárias em 
relação ao poder. (SOARES, 2004, p. 13). 
Entende esta que o homem jamais nasceu na liberdade e, invocando o fato 
biológico do nascimento, mostra que desde o berço o princípio de autoridade o toma 
nos braços, rodeando-o, amparando-o, governando-o. Vinte e quatro horas fora da 
proteção dos pais bastariam para acabar com o ser que chega ao mundo tão frágil e 
desprotegido. Dependência, autoridade, hierarquia, desamparo, debilidade, eis já no 
núcleo familiar os vínculos primeiros que envolvem a criatura humana e dos quais 
jamais logrará desatar-se inteiramente. Fazem os organicistas a apologia da 
autoridade. Estimam osocial porque veem na Sociedade o fato permanente, a 
realidade que sobrevive, a organização superior, o ordenamento que, desfalcado dos 
indivíduos na sucessão dos tempos, no lento desdobrar das gerações, sempre persiste, 
nunca desaparece, atravessando o tempo e as idades. Os indivíduos passam, a 
sociedade fica. (BONAVIDES, 2011, p. 59). 
Os mecanicistas, por sua vez, atacam a Teoria Organicista sempre negando que 
exista alguma espécie de identificação entre os organismos biológicos e a sociedade, 
pois a sociedade experimenta fenômenos que não encontram equivalência na 
realidade do sujeito, tal como migrações, mobilidade social e suicídios, por exemplo. 
No organismo individual, as partes não vivem por si mesmas, nem podem estar fora do 
ser que integram ou em outra posição que não aquela que a natureza lhes 
determinou. (BONAVIDES, 2011, p. 60-61). 
A teoria mecanicista é predominantemente filosófica, com especial destaque 
para os filósofos jusnaturalistas, segundo os quais a “sociedade é um grupo derivado 
de um acordo de vontades formalizado por seus próprios membros” que se unem por 
um “mesmo interesse comum”, que depende da conjugação de seus esforços para que 
seja alcançado. De acordo com essas ideias, o fundamento da sociedade é, então, o 
consentimento dos cidadãos firmado por meio do pacto social. (SOARES, 2004, p. 13-
14). 
A teoria mecânica é predominantemente filosófica e não sociológica. Seus 
representantes mais típicos foram alguns filósofos do direito natural desde o começo 
da idade moderna. Seus corolários, com rara exceção, e Hobbes é aqui uma dessas 
exceções, acabam, sob o aspecto político, na explicação e legitimação do poder 
democrático. 
Das teses contratualistas, da postulação que estas fazem, infere-se que a base 
da Sociedade é o assentimento e não o princípio de autoridade. 
A democracia liberal e a democracia social partem desse postulado único e 
essencial de organização social, de fundamento a toda a vida política: a razão, como 
guia da convivência humana, com apoio na vontade livre e criadora dos indivíduos. 
(BONAVIDES, 2011, p. 61). 
De acordo com a Teoria Mecanicista, são três as hipóteses que podem explicar 
o surgimento da sociedade: 
1- a sociedade originou-se da vontade humana formulada por meio de pacto; 
2- a sociedade é resultado da última etapa de evolução da primeira hipótese, 
em perspectiva material ou espiritual; 
3- a sociedade teria nascido da predisposição e das necessidades da natureza 
humana. (SOARES, 2004, p. 14). 
Os organicistas, então, são os que “se abraçam ao valor Sociedade” e se 
esquecem das liberdades individuais e da autonomia. Assim, com base nessas crenças, 
os organicistas tendem a assumir posições antidemocráticas, autoritárias e de direita, 
bem como defender justificações reacionárias do poder e autocracia. Os mecanicistas, 
ao contrário, são os que não reconhecem a sociedade como uma realidade suscetível 
de subsistir fora ou acima dos indivíduos, mas apenas como uma soma de partes. 
(BONAVIDES, 2011, p. 59). 
Se o organicismo e o mecanicismo foram as duas mais importantes formulações 
históricas sobre os fundamentos da sociedade, qualquer conceito que se desenvolva 
sobre “sociedade” vai trazer maior influência de uma ou de outra concepção. Assim, 
quando se diz que “a sociedade é o grupo derivado de um acordo de vontades, de 
membros que buscam, mediante o vínculo associativo, um interesse comum 
impossível de obter-se pelos esforços isolados dos indivíduos”, trata-se, na verdade, de 
um conceito bem alinhado ao mecanicismo. Todavia, quando se define a sociedade 
como “o conjunto de relações mediante as quais vários indivíduos vivem e atuam 
solidariamente em ordem a formar uma entidade superior”, estamos diante de um 
conceito fundamentalmente organicista. (BONAVIDES, 2011, p. 57-58). 
É ISSO AÍ! 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de: 
Compreender que a Ciência Política passou por algumas evoluções 
terminológicas e, principalmente, pela evolução dos métodos e delimitações enquanto 
ciência, para então conseguir ser reconhecida como ciência autônoma e se 
desvencilhar das outras ciências, principalmente do Direito. 
Saber que, apesar de ter se desvinculado do Direito, a Ciência Política e as 
Ciências Jurídicas têm muitos pontos de encontro e se alimentam em vários pontos. 
Ter sempre em mente que, conforme a Ciência Política possibilita, existe um 
caráter classista do Estado e da sociedade, bem como dinâmicas de luta pelo poder 
nas sociedades. 
Compreender que o bem comum, tido como a finalidade social escolhida pelo 
homem, consistiria no “conjunto de todas as condições de vida que configurem e 
favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana”. 
entender que qualquer conceito que se desenvolva sobre “sociedade” vai 
trazer maior influência d o organicismo ou do mecanicismo, já que estas foram as duas 
mais importantes formulações históricas sobre os fundamentos da sociedade. 
 
 
 
O PODER POLÍTICO NO PENSAMENTO DE NICOLAU MAQUIAVEL; O CONCEITO 
DE SOBERANIA EM JEAN BODIN; 
 
Trata-se de um dos elementos essenciais na formação do Estado. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, const itui -
se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa 
V - o pluralismo político. 
Estado e soberania: visão dos clássicos do pensamento político. 
É necessário compreendermos alguns pontos das teorias mais 
comentadas na doutrina clássica. 
1. Doutrina teocrática 
Soberania como um poder advindo de Deus. 
O poder soberano era legitimado sobre um elemento divino ou 
natural. 
Teólogos assumem um papel de destaque na teoria filosófica, 
política e social. 
 
Santo Tomás de Aquino fundamenta a soberania no 
poder divino, mas ressaltavam que este poder passava 
pelo povo. 
A síntese do pensamento de Santo Tomás de Aquino 
é expressada como: Omnis potestas a Deo per 
populum – Todo poder vem de Deus pelo povo. 
 
1.2 O poder político em Nicolau Maquiavel 
Nicolau Maquiavel escreveu o famoso livro O Príncipe, de 1513. 
Considerado como um dos textos que funda a Política como arte de 
governar o Estado. 
Maquiavel é inserido no contexto de uma Itália instável, formada por diversos 
estados assimétricos e com invasões constantes, daí a preocupação central 
em estabelecer um poder político que consiga perpetuar no tempo. 
O exercício do poder seria uma forma de manutenção do próprio poder e 
da estabilidade do Estado, sendo que a política “era precisamente a arte 
de conquistar o poder político, conservá-lo e exercê-lo” 
1.3 O conceito de soberania em Jean Bodin 
Jean Bodin foi o primeiro autor a descortinar o elemento da 
Soberania e a buscar sua justificativa. Esse poder soberano clássico, 
também chamado de summa potestas, não tinha relação como hoje a 
um direito internacional, mas em um âmbito interno. 
 
Era o poder absoluto e eterno que não conhecia limites por 
ninguém, pois não havia autoridade superior ao soberano (majestas 
est summa in cives ac súbditos legisbusque soluta postesta). Era 
exceção justamente aquele que legitimaria este poder: Deus e as 
leis divinas. 
 
No sentido de conferir legitimidade ao modelo absolutista 
 
Dos escritos de Bodin, podemos sintetizar que a soberania é esse poder perpétuo, 
inalienável e imprescritível que não tem limites senão em Deus. 
 
 
Montesquieu, os três poderes e as leis 
Obra: “o espírito das leis” 
A referida obra não se resume a tratar da Divisão orgânica de Funções – Divisão 
“Poderes”, sendo na verdade uma teorização sociológica dos governos, do direito e 
das organizações políticas. 
A Teoria da separação dos “poderes” foi pensada por Aristóteles, John Locke e 
Jacques Rousseau, apesar de que a definiçãoe divulgação se deu mesmo com 
Montesquieu. 
Atualmente – art. 2º, CF, in verbis: 
são poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
Características: independentes e harmônicos. 
Independência - ausência de subordinação, de hierarquia entre os 
“Poderes”. 
Harmonia - por sua vez, significa colaboração, cooperação; visando 
garantir que os “Poderes” expressem uniformemente a vontade da 
União. 
 
A independência entre os Poderes não é absoluta? 
Não. Ela é limitada pelo sistema de freios e contrapesos, de origem 
norte-americana. Esse sistema prevê a interferência legítima de um Poder 
sobre o outro, nos limites estabelecidos constitucionalmente. 
Exemplos: 
1. Quando o Poder Judiciário controla a constitucionalidade de leis 
elaboradas pelo Poder Legislativo. 
 
2. o Congresso Nacional (Poder Legislativo) fiscaliza os atos do Poder 
Executivo (art. 49, X, CF/88) 
Assim, com a teoria de Montesquieu atualizada nos tempos atuais, podemos 
dizer que temos o “Poder” Legislativo, “Poder” Executivo e o “Poder” Judiciário. 
A divisão entre as competências típicas/Precípuas dos órgãos estatais: 
O poder legislativo – lnova o Ord. jurídico e fiscaliza – art. 44 da 
CF/88. 
 O poder executivo - administrar o estado, nos termos da lei – art. 76 da 
CF/88. 
O poder judiciário – exercer a jurisdição - Julgar casos concretos – Art. 
92 da CF/88. 
Atribuições Atípicas: 
O poder executivo - inovar o ordenamento jurídico, mediante a edição de MP. 
O poder legislativo – julgamento do Presidente pela pratica de crime de 
responsabilidade art. 52, I 
O Judiciário – pratica dos atos e procedimentos administrativos. 
 
O Estado e seus Elementos Constitutivos do Estado 
 
É com o advento da modernidade e o fim da Idade Média que o Estado 
toma a forma conceitual que adotamos na Teoria do Estado atual. 
Personalidade jurídica do Estado. 
Estado é uma pessoa jurídica, 
 
o Estado seria uma pessoa em si, que ganharia um 
status jurídico em virtude de sua organização, com o 
elemento subjetivo composto pelo seu povo, em um 
território delimitado que é a representação 
corpórea e o governo soberano que exerce a 
manifestação de vontade dessa pessoa. 
 
Para que possamos chamar uma sociedade de Estado será necessária à 
cumulação destes três elementos: o território, a população e o governo 
soberano. 
 
Observação: É necessário tomar nota que alguns autores acrescentam um 
quarto elemento para a constituição do Estado, sendo ele: a finalidade 
“atualmente, a proteção da dignidade humana e a 
promoção dos direitos fundamentais prevalecem 
como fins do Estado.” 
 
 
 
2.1 Território 
O território é o próprio corpo físico do estado, um espaço físico que o 
compõe. 
É a partir deste limite que é, em regra, será reconhecida a soberania 
estatal e suas relações jurídicas internas podem ser formadas. 
Tratados entre os Estados de que há uma porção de terras que pertence a 
um deles, e que o outro não o violará, é de grande importância para a 
compreensão desta característica nos Estados modernos. 
 
Esse território é, portanto, um pedaço físico de terra com seu subsolo e 
também a atmosfera que o cerca. Inclui-se os rios, lagos e os mares, 
conforme tratados internacionais. 
É a partir deste limite que é, em regra, será reconhecida a soberania 
estatal e suas relações jurídicas internas podem ser formadas. 
2.2 Poder soberano 
 
A soberania, portanto, é o poder supremo do estado, que não tem 
poder semelhante em seu território competindo com ele. 
Soberania Interna: A relação do poder com aqueles que vivem 
no estado. 
 
Soberania Externa: A relação do estado com os demais estados 
no âmbito internacional. 
 
2.3 Povo 
 
Povo é o elemento humano, ou subjetivo, do Estado. 
 
A doutrina diferencia o povo da nação. 
Povo é a população do Estado considerada sob o aspecto 
puramente jurídico, sendo constituído por um grupo de pessoas 
entendidas em sua integração em uma ordem estatal determinada. 
Pode ser também compreendido como o conjunto de indivíduos 
sujeitos às mesmas ordem jurídica estatal. 
 
Uma nação é constituída por uma população que partilha a mesma 
origem, língua, religião e/ou cultura, ou seja, agrupamento humano 
que possui uma história e identidade comuns, seja ela quanto à 
origem, à língua, à religião e/ou cultura 
 
 
Formas de estado, sistema, forma e regime de governo 
 
1. FORMAS DE ESTADO 
 
1.1 – SIMPLES: Unitário e Federado 
 
 
A) Unitário: Possui um único centro dotado de 
capacidade Legislativa, Administrativa, Política, 
bem como a concentração de competência 
constitucionalmente estbalecida. 
 
B) Federação: Capacidade política, administrativa e 
Legislativa, são distribuídas para a competência de 
entes regionais, possuindo então autonomia. 
 
Art. 18, CF - A República Federativa do 
Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados 
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em 
Estado Democrático de Direito. 
 
Clausula pétrea – Art. 60, § 4º, CF 
§ 4º Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 
1.2 - COMPOSTOS: 
 
Confederação: Acordo em que os Estados unem-se visando um 
empreendimento comum e benéfico a ambos que, neste aspecto, 
confunde-se com a Federação. No entanto, é disponível a cada ente 
Politica tanto sua autonomia quanto sua soberania, além de prever a 
possibilidade de secessão (separação dos Estados), sendo estes 
últimos as características diferenciadoras entre Confederação e 
Federação. 
2.0 - FORMAS DE GOVERNO 
Meio pelo qual um Estado se organiza a fim de exercer o seu poder sobre 
a sociedade, bem como as relações entre os detentores do poder e 
demais membros da sociedade. 
 
a. – Monarquia 
O cargo de chefe é vitalício e hereditário. 
O poder político está concentrado nas mãos de uma só pessoa. Ou seja, é 
um Estado dirigido, comandado, administrado por uma só pessoa conforme 
sua arbitrariedade, independendo da vontade da população de querê-lo ou 
não como monarca. 
b. – República 
 
O Titular do poder - povo, tem o direito de escolher seus governantes, 
participando da administração de forma direta ou indireta, dependendo do 
sistema de governo. 
 
 
3.0 - SISTEMAS DE GOVERNO 
3.1 – Presidencialismo 
Há concentração do chefe de governo e o do chefe de Estado na figura 
de uma só pessoa, o Presidente. 
3.2 – Parlamentarismo 
Há Descentralização de chefia de governo e chefia de Estado numa só 
pessoa; 
O Poder Executivo será exercido por dois agentes, sendo um 
chefe de Estado (o rei ou o Presidente - relações externas e forças 
armadas), e o outro Chefe de Governo (Primeiro Ministro - 
administra o pais), 
 
o parlamentarismo é o sistema sensível às exigências sociais e políticas da 
sociedade; 
 o governo depende da confiança do parlamento. 
 os ministros prestam contas de seus atos políticos ao parlamento 
• Parlamento escolhe o chefe de Estado; 
• Dissolução do parlamento com convocação de novas eleições gerais, por 
injunção do Chefe de Estado.; 
 
 
 
 
 
 
 
Direitos Políticos 
 
1. Conceito: 
Conjunto de regras previstas no texto 
constitucional, disciplinando a participação do 
cidadão na organização e decisões politicas do 
estado. 
 
2. Matriz Constitucional: Arts. 14 até 16, CF 
 
3. Estruturação dos Direito Políticos 
 
3.1 Dir. Político Positivo: 
 
 
a) Capacidade Política Ativa – 
 
b) Capacidade Politica Passiva – 
 
3.2 Dir. Político Negativo: 
 
a) Causas de perda ou suspensão dos Direitos 
Políticos . 
 
b) Causas de inelegibilidade 
 
 
Dir. Político Positivo: Capacidade Política ativa e Capacidade Política 
Passiva 
 
Capacidade Política Ativa – 
 
 Direito de Votar e alistabilidade 
 
Categorias: 
 
Obrigatório(art. 14, § 1º, I, CF): 
 
+ 18 até 70 anos, quando alfabetizados. 
Facultativo (art. 14, § 1º, II, CF): 
+ 70 anos; 
 
os analfabetos; 
 
+16 e – 18 anos. 
Inalistáveis (art. 14, § 2º, CF): 
 
 
os estrangeiros; 
 
durante o período do serviço 
militar obrigatório, os conscritos; 
 
-16 anos 
 
 
 
Capacidade Política Passiva 
 
Direito de ser votado e Elegibilidade 
 
Condições de elegibilidade, na forma da lei – Art. 14, § 3º, CF 
 
I - a nacionalidade brasileira; 
Presidente e vice Presidente da Republica – Bras. Nato 
II - o pleno exercício dos direitos políticos; 
III - o alistamento eleitoral; 
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; 
Local – Município - Prefeito e vice + Vereadores 
Estadual - Estado – Governador e vice + 
Deputado estadual e federal + Senadores 
Nacional – Presidente e Vice 
V - a filiação partidária; 
Obs.: Proibição da candidatura avulsa 
VI - a idade mínima de: 
Presidente e Vice-Presidente da República e 
Senador- 35 anos 
Governador e Vice-Governador de Estado e do 
Distrito Federal – 30 anos 
Deputado Federal, Deputado Estadual ou 
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito – 21 anos 
Vereador – 18 anos 
3.2 Dir. Político Negativo: 
 
Conceito: 
 
São normas que impedem a participação do cidadão 
no processo político, abrangendo as causas de 
perda ou suspensão dos Direitos Políticos, bem 
como as inelegibilidades. 
 
Causas de inelegibilidade: 
 
Espécies: 
Absoluta: quando se aplica a 
todos os cargos eletivos 
Analfabetos (art. 14,§ 4º, CF) e 
Inalistáveis (art. 14, § 4º c/c o § 2º, 
CF) 
 
Relativa: quando se restringe a 
determinados cargos eletivos. 
 
1. Por vinculação funcional para o 
mesmo cargo (art. 14,§ 5º, CF) 
 
§ 5º O Presidente da República, os 
Governadores de Estado e do Distrito Federal, 
os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou 
substituído no curso dos mandatos poderão ser 
reeleitos para um único período 
subseqüente. 
 
 
 
2. Por vinculação funcional para o 
outro cargo (art. 14,§ 6º, CF) 
 
§ 6º Para concorrerem a outros 
cargos, o Presidente da República, os 
Governadores de Estado e do Distrito 
Federal e os Prefeitos devem 
renunciar aos respectivos 
mandatos até seis meses antes do 
pleito. 
 
3. Por vinculação funcional em razão 
de laços familiares (art. 14,§ 7º, CF) - 
 Inelegibilidade Reflexa 
 
§ 7º São inelegíveis, no território de 
jurisdição do titular, o cônjuge e os 
parentes consangüíneos ou afins, 
até o segundo grau ou por adoção, 
do Presidente da República, de 
Governador de Estado ou Território, 
do Distrito Federal, de Prefeito ou de 
quem os haja substituído dentro dos 
seis meses anteriores ao pleito, salvo 
se já titular de mandato eletivo e 
candidato à reeleição. 
4. Lei complementar estabelecerá outros casos de 
inelegibilidade – LC 64/90 (art. 14, § 9º, CF) 
 
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros 
casos de inelegibilidade e os prazos de sua 
cessação, a fim de proteger a probidade 
administrativa, a moralidade para exercício de 
mandato considerada vida pregressa do 
candidato, e a normalidade e legitimidade das 
eleições contra a influência do poder econômico 
ou o abuso do exercício de função, cargo ou 
emprego na administração direta ou indireta. 
 
LC 64/90 
 
 
 
 
 
 
Causas de perda ou suspensão dos Direitos Políticos. 
 
Perda dos Direitos Políticos ( Privação definitiva dos 
direitos políticos ativos e passivos) 
 
Art.15, I, CF - cancelamento da naturalização por 
sentença transitada em julgado; 
Art.15, II, CF - incapacidade civil absoluta. 
Suspensão dos Direitos políticos ( Privação 
temporária dos direitos políticos ativos e passivo) 
Art.15, III, CF - condenação criminal transitada em 
julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
Art.15, IV, CF - recusa de cumprir obrigação a todos 
imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, 
VIII; 
Art.15, V, CF - improbidade administrativa, nos termos 
do art. 37, § 4º. 
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 
Dos Partidos políticos 
1. Conceito: 
 
Trata-se de um grupo organizado de pessoas que formam 
legalmente uma agremiação, caracterizada como sendo PJ de 
Direito Privado, constituída com base em formas voluntárias de 
participação, tendo o seu ato constitutivo registrado no TSE. 
 
3. Criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos 
(art. 17, CAPUT) 
 
É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados: 
 
a soberania nacional; 
 
o regime democrático; 
 
o pluripartidarismo; 
 
os direitos fundamentais da pessoa humana. 
 
 
 
 
 
5. Preceitos obrigatórios: (art. 17, I até IV, CF) 
 
 I - caráter nacional; 
 II - proibição de recebimento de recursos f inanceiros de 
entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; 
 III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; 
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 
Recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão ( art. 
17, § 3º, CF) 
 Requisitos: os partidos políticos que alternativamente: 
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 
3% (três por cento) dos votos válidos, 
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da 
Federação, 
com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em 
cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 97, de 2017) 
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais 
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. 
 
Utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar (art. 17, § 4º, 
CF) 
 
É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Da Constituição 
 
Conceito: Norma hierarquicamente superior de um Estado Nação, trazendo consigo os 
seguintes elementos: a estruturação do Estado, a formação dos poderes públicos, forma 
de governo, aquisição do poder, distribuição de competências, direitos, garantias e 
deveres dos cidadãos 
Modif icação: Emendas Constitucionais 
Processo Legislativo 
 Iniciativa- 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das 
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela 
maioria relativa de seus membros. 
 Limitação Circunstancial: 
não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de 
estado de defesa ou de estado de sítio. 
 Quórum de aprovação: (art. 60, § 2º) 
A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em 
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
 Promulgação: 
Promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal. 
 Limitação Material: Clausulas Pétreas 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a 
abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais.

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