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Centro Universitário Belo Horizonte - UniBH NEUROLOGIA 2 NEUROFISIOLOGIA Tipos celulares do sistema nervoso Neurônios são células que vão perceber as modificações do meio ambiente. Os neurônios eferentes percebem. Células da glia são dez vezes maior que o número de neurônios e são responsáveis por isolar eletricamente um neurônio do outro; através a bainha de mielina; são responsáveis também por sustentar e nutrir os neurônios vizinhos, através dos astrócitos. Oligodendrócitos e células de Schwan são responsáveis por formar a bainha de mielina. A diferença é que os oligodendrócitos mielinizam os axônios do SNC e as células de Schwan aos do SNP. Cada célula de Schwan forma uma bainha de mielina em um único axônio, o Oligodendrócito também, porém ele mieliniza vários axônios ao mesmo tempo. A lesão de oligodendrócitos é mais grave, dividido a isso, desmieliniza vários axônios. Macrófagos também são células da glia e tem função protetora. Os astrócitos além de proteger os espaços entre os neurônios possuem proteínas em sua membrana que removem ativamente os neurotransmissores que estão em excesso na fenda sináptica. Degradam e fagocitam o neurotransmissor com a ajuda de enzimas como a acetilcolina em excesso na fenda sináptica. Os astrócitos também regulam a concentração de substâncias que tenham potencial para interferir na função. Sistema nervoso central é o conjunto de células que está contido totalmente dentro do encéfalo e do canal vertebral. Sistema nervoso periférico é o conjunto de células nervosas que estão localizadas fora do arcabouço ósseo. Neurônio motor alfa está localizado no corno ventral da medula, que vai inervar a musculatura esquelética. Neurônio motor gama é um pequeno neurônio, localizado no corno ventral da medula que inerva as fibras intrafusais. Neurônio motor superior tem toda sua estrutura dentro do SNC. Neurônio motor inferior é aquele que tem parte da sua estrutura no SNC e parte no SNP. Como exemplo tem-se o NM alfa e gama, pares cranianos do 3º ao 12º também 3 são considerados neurônio motor inferior, pois são mielinizados por células de Schwan. O núcleo do corpo neural está localizado exatamente no centro do corpo do neurônio. Dentro do núcleo tem as fitas do DNA que são responsáveis pela síntese protéica que é extremamente importante. Se o núcleo desloca para a periferia é sinal de degeneração. É comum em lesão de nervo periférico. Para regenerar o axônio, precisa ser rápido. As mitocôndrias são as moedas energéticas do neurônio. Na síndrome mitocondrial ela perde a função e degenera. O retículo endoplasmático rugoso é o principal sítio de síntese protéica. Está presente no corpo dos neurônios, ou seja, o neurônio não sobrevive sem seu corpo. Além do retículo estão presentes outras organelas. Axônio possui o cone de implantação que é a primeira parte do neurônio e é desprovida de bainha de mielina para que o potencial de ação (PA) seja iniciado e propagado. A porção final é o terminal axonal, é estruturamente diferente do restante do axônio, pois é mais dilatado contendo vesículas sinápticas e mitocôndrias. Sinápse = membrana pré-sináptica, fenda sináptica e membrana pós-sináptica. Quando o PA chega ao terminal, os canais de Ca se abrem e vai haver um grande influxo de Ca que irá transportar as vesículas sinápticas para se aderirem a membrana pré-sináptica liberando neurotransmissor na fenda, processo chamado de exocitose. No momento que os neurotransmissores forem liberados, os canais de Ca se fecham e as vesículas vão se desaderir da membrana pré-sináptica, processo chamado de endocitose. Quando a vesícula volta para o neurônio é chamada de endosoma, que tem como função ou voltar vazio para o corpo ou levar para o corpo do neurônio fragmentos de neurotransmissores para serem refagocitados. Esse transporte de substâncias de organelas do corpo do neurônio para o axônio ou vice- versa é chamado de transporte axoplasmático, do corpo para o axônio é chamado de anterógrado, que tem como proteína carreadora a cinesina. Quando esse transporte é comprometido, deixa de levar o fator tráfico do nervo no músculo, levando a uma alteração importante do trofismo muscular. O segmento tipo de transporte é o axoplasmático retrógrado, usa-se a proteína dineína. Quando se tem a membrana pré-sináptica, fenda sináptica mais membrana pós sináptica, isso é igual a uma sinápse, que é uma área de junção/ligação entre duas células. Existem vários tipos de sinapses no SNC, sendo elas: * Axo-axônica: É quando o axônio faz sinápse 4 com outro axônio. * Axo-somática: Quando o axônio faz sinápse com o corpo de um neurônio. * Axo-dendrítica: Axônio faz sinápse com o dendrito. Chamar atenção para esse tipo: Junção Neuromuscular: É a sinápse do axônio com uma fibra muscular. Nem todos os potenciais de ação conseguem prolongar pelas células, ou seja, vai precisar de uma somação de efeitos que é chamada de Somação Temporal: É a quantidade de potenciais de ação chegando a uma célula ao mesmo. Quem vai prevalecer ao passar o potencial de ação, vai ser o estímulo que está chegando com uma maior freqüência no neurônio. Não é somente a freqüência que vai dizer se o neurônio vai ser excitado ou inibido, além disso, temos a Somação Espacial: É o número de sinápses do mesmo estímulo em um mesmo local. Em todo o SNC prevalecem as sinápses excitatórias, mas as inibitórias podem trabalhar mais em um determinado local a acabarem ganhando das excitatórias. Anatomicamente as excitatórias possuem maior prevalência no SNC. Para que ocorra o potencial de ação, tenho que ter uma somatória de potenciais de ação na mesma hora e mais várias sinápses com o mesmo estímulo desencadeando a mesma freqüência para as células serem excitadas, não basta ter somente um. Na junção neuromuscular não se tem esse mesmo raciocínio. Na junção neuromuscular, um único potencial de ação que chega na fibra muscular, ele é suficientemente potente para provocar contração muscular, mesmo que seja numa intensidade baixa. Mesmo baixa ele consegue ativar a célula pós sináptica. Esse estímulo vem de um neurotransmissor excitatório chamado de Acetilcolina que sua enzima carreadora chamada de Acetilcolinesterase. ● Raticida: Primeiro meio de auto-extermínio na sociedade. O mecanismo: O chumbinho inibe a ação da Acetilcolinesterase no SNC. Nas mucosas, vai causando queimaduras. Se eu não tenho a ação da Acetilcolinesterase em ação na junção neuromuscular, o neurotransmissor Acetilcolina vai ficar em excesso na fenda sináptica. Assim não vai haver período de repouso na despolarização da fibra muscular. Começa a ter contração tetânica, que leva a morte por dois motivos: - Quantidade grande: Morre porque perde o ciclo ins e expiratório pela contração tetânica do diafragma e por fim se tem insuficiência respiratória. – Quantidade menor: Morre por IR, mas que é provocada pela fadiga muscular, porque a despolarização vai acontecendo, se tem um período de repouso pequeno, mas o músculo não pára de entrar em contração. Chega uma hora que o diafragma fadiga e morre. 5 Ainda da junção neuromuscular, temos: ● Miastenia Gravis: É raro levar a óbito. Evolução lenta. É a diminuição da força muscular de forma grave/difusa/ampla. É a fraqueza muscular generalizada. É uma doença de etiologia não esclarecida/desconhecida. Mecanismo: Existe o fator auto-imune. O sistema imunológico (anticorpos) do indivíduo começam a atacar os receptores pós-sinápticos da junção neuromuscular. No início da doença, os anticorpos se acoplam e fecham os receptores pós-sinápticos. Com o passar do tempo, além de se acoplarem, eles começam a destruir os receptores pós-sinápticos. Quando os anticorpos fecham os receptores pós-sinápticos, a Acetilcolina não tem onde se acoplar ao receptor pós-sináptico, ela não consegue gerar potencial de ação na fibra muscular. Assim, não promove contração muscular,por isso que se tem uma fraqueza muscular generalizada. Só que eu não tenho todos os anticorpos acoplados em todos os receptores pós-sinápticos ao mesmo momento. Ex: Sem eu tenho 1000 receptores, vou ter 800 anticorpos atacando no momento. A Acetilcolina se acopla a esses 200, mas o número de fibras que vão despolarizar e promover contração é um número muito pequeno em relação ao normal e gera a fraqueza muscular. O tratamento: - Plasmaférese/Plasmaferase: É a filtração do plasma sanguíneo do indivíduo. Com a filtração, retira as células do sistema imunológico que estão atacando a junção neuromuscular e depois repõe o sangue “limpo” com doação de sangue. Daí a algum tempo voltam a atacar novamente. – Medicamento: Inibe a ação da Acetilcolinesterase. Com isso vai haver um acúmulo de Acetilcolina na junção neuromuscular. Os receptores que não foram atingidos/fechados pelos anticorpos começam a receber Acetilcolina um em cima da outra, ou seja, o tempo de repouso no processo de despolarização é extremamente reduzido, quase que entra em contração tetânica. Como vou ter várias contrações, a contração final gerada estimula uma força muscular maior. Isso vai ser benéfico até quando o músculo esquelético começar a fadigar. Não existe tratamento eficaz para a Miastenia Gravis. Unidade Motora: Um neurônio motor alfa e todas as fibras por ele inervadas. Placa Motora ou ponto motor: É a região de convergência de junções neuromusculares na fibra em um mesmo local. Temos dois tipos de unidade motora: 1) Grandes: Um neurônio motor alfa inerva uma grande quantidade de fibras musculares. Prevalecem em músculos que geram grande força muscular. Ex: Quadríceps, Ísquios, Tríceps, Dorsoflexores. Estão nesses grandes músculos, porque você não precisa de um controle tão acentuado do sistema 6 nervoso sobre aquela contração. 2) Pequena: Um neurônio motor alfa inerva um número pequeno de fibras musculares. O controle da contração muscular tem que ser muito específico pelo sistema nervoso. Ex: Prevalência, mm da mão, face, onde o movimento tem que ser muito preciso. Com o treinamento tenho como transformar uma unidade motora grande em uma unidade motora pequena, mas o contrário não é possível. NÂO transforma a pequena em grande, pois não tem como fazer com que um axônio gere outros prolongamentos para agir em outras fibras musculares. Eu consigo inibir algumas fibras (no caso do grande para o pequeno), mas produzir novas conexões não (no caso de pequeno para o grande). Controle Espinhal do Movimento: Movimentos Reflexos = Os movimentos ocorrem através da medula, mas de forma alguma são gerados sem a ação o encéfalo, pois ele verifica o que está acontecendo no movimento e controla para mais ou para menos esse movimento reflexo e automático. Uma vez que eu tenho lesão no cérebro, o reflexo vai estar alterado. Existe um circuito neuronal localizado na medula lombar: Na medula lombar existe um grupo de neurônios responsáveis por controlar os movimentos automáticos ligados a locomoção. Esse grupo é chamado de Padrão gerado Interno de Movimento. Todo o automatismo da marcha é medular. Porém o primeiro e o último passo que eu realizo NÃO é medular. O primeiro e o último passo, o comando vem do Encéfalo (núcleos da base, córtex motor, medula). Entre eles, são comandados pelos neurônios lombares. Para que ocorra o movimento, é necessário ter o sistema motor e o sistema sensitivo íntegros comunicando um com o outro constantemente. Não existe um bom funcionamento motor sem um bom funcionamento sensorial, e assim vice e versa. Os dois têm de estar com conexão direta e constante. O sistema sensorial é o que vai transformar energia física em sinal neural e vai ser interpretado no córtex sensitivo. O sistema motor diz o contrário: transforma o sinal neural em força contrátil para produzir o movimento. Porque é necessário o bom funcionamento e a boa relação desses dois sistemas quando se refere ao movimento gerado? Para que eu consiga enviar comandos para vários grupos musculares ao mesmo tempo. Quem vai informar o tempo inteiro a necessidade da mudança no planejamento de movimento é o sistema sensorial. Isso pode ocorrer de forma lenta e de forma mais rápida. Qualquer problema com o sistema motor, ele vai sofrer e vai ficar com déficit ao realizar a atividade. No corno anterior ou ventral estão localizados os neurônios motores. No corno dorsal estão os neurônios sensitivos. Esses neurônios motores (NM) são agrupados em núcleos motores. Não existe na medula uma área exclusiva para NM de um determinado grupo muscular. Esses neurônios não estão no mesmo segmento transversal e sim estão 7 dispostos em colunas longitudinais. Significa dizer que se eu lesar uma determinada região de T1, os flexores de punho não vão estar totalmente lesados, ou seja, ainda existem alguns que vão fazer algum grau de flexão dos dedos. Isso ocorre devido ao posicionamento longitudinal dos NM. Os NM não estão dispostos de forma aleatória no corno ventral, existe um padrão: A maior parte dos NM destinados a musculatura flexora dos membros, está localizada na região posterior do corno ventral. A maior parte dos NM destinados a musculatura extensora dos membros, está localizada na região anterior do corno ventral. Quando se diz isso, fala da maior parte. Não quer dizer eu não vou ter NM do tríceps braquial no corno ventral. A maior parte dos NM destinados a inervação da musculatura proximal e axial (tronco) estão localizados na região medial do corno ventral. A maior parte dos NM destinados a musculatura distal está localizado na região lateral do corno ventral. Resuminho: Flexores = Região posterior. Extensores = Região anterior. Proximal e axial = Região medial. Distal = Região lateral. De acordo com determinada lesão na medula que vou ter o comprometimento de acordo com essa distribuição. Esses núcleos motores não estão dispersos de forma homogênea no corno ventral. Existem determinadas áreas da medula espinhal que tenho um acúmulo maior de NM. Essas áreas são onde o corno ventral é mais dilatado. Essa dilatação é chamada de intumescência. Temos duas intumescências: Torácica ou Cervical ou cérvico-torácica (C3 – T1) e Lombar ou lombo-sacra (L1 – S3). Porque que essas áreas possuem maior acúmulo de núcleos motores? Porque são as áreas de origem do plexo braquial e do plexo lombo sacral. Dentro da medula espinhal, temos a mesma regra de um único neurônio que recebe vários estímulos ao mesmo tempo, excitatórios ou inibitórios. Porém, toda via aferente ela é excitatória (100%). NÃO EXISTE VIA AFERENTE INIBITÓRIA. Com isso, tenho a conclusão que os NM do SNC são submetidos a estímulos excitatórios, inclusive os NM da medula espinhal (alfa e beta). Se eles recebem constantemente estímulos excitatórios, a contração da musculatura tende a ser permanente. Mas para que isso não ocorra existem os mecanismos que vão modular o excesso de estímulos excitatórios sobre os NM medulares. Esses mecanismos são chamados de MECANISMOS DE NEUROMODULAÇÃO. Principais mecanismos 1) Potencial Inibitório pós-sináptico 2) Potencial Inibitório pré-sináptico 3) Inibição Recorrente 4) Ativação das células de Ranshaw por uma via descendente direta 8 1) Potencial Inibitório pós sináptico. Também conhecida com PIPS: Está no lugar errado, pois jamais poderia ser chamado de mecanismo neuromodulador, pq? Pq o PIPS é a lei do tudo ou nada. Significa dizer que se um NM estiver com excesso de excitação, quando ocorre um PIPS todo o NM do excesso de excitação passa para a ausência total de excitação. Por isso que não pode ser chamado de modulador, pois possui essa lei do tudo ou nada. PIPS OCORRE DIRETAMENTE SOBRE O NM ALFA. Rever o PEPS para entender o PIPS = Potencial Excitatório Pós Sináptico: Vai acontecer porque naquele lugar tenho uma sinápse excitatória. O PEPS se avalia no processo de despolarização na membranapós sináptica que vai resultar no PA daquela célula, por isso é excitatória. O PEPS normalmente está em excesso. De repente vem o estímulo para o PIPS. O que seria o PIPS? Nesse neurônio que estava tendo um excesso de PEPS entra em atividade aqueles neurônios que carreiam o neurotransmissor inibitório. Eles começam a entrar em atividade e eles liberam na fenda sináptica neurotransmissor inibitório. Esses neurotransmissores vão se acoplar na membrana pós sináptica e vão hiperpolarizar a membrana pós sináptica. Com essa hiperpolarização, leva a membrana na direção oposta ao limiar de disparo. Se ela está indo na direção oposta, ela vai impedir o PA de acontecer. Inibiu completamente a célula. Isso não é ruim, pois as vezes temos que proteger nossa musculatura, com o objetivo de não lesar. Como por exemplo, quando for lesar a musculatura do bíceps, vou ativar o PIPS, com o objetivo de manter a integridade da musculatura esquelética e para não deixar um excesso de contração. 2) Potencial Inibitório pré sináptico: É modulatório propriamente dito. O SNC recebe informação da periferia de que a fibra aferente está agindo de forma muito intensa sobre o alfa provocando uma contração muito grande. O córtex coloca em atividade a via descendente direta e ela é excitatória. Essa via vai ativar o interneurônio na medula. Esse interneurônio é chamado de interneurônio IA e é inibitório. Ele é chamado de inibitório, pois ele tem um terminal axonal neurotransmissor chamado de GABA. Uma vez que a via descendente ativou esse interneurônio, ele faz sinápse com o neurônio da via aferente. É uma sinápse axo-axônica. No momento que ele libera neurotransmissor inibitório, ele não inibe totalmente o PA. Apenas diminui a intensidade do PA. Se ele diminui, quando o PA chegar no lugar correto, vai liberar pouco neurotransmissor. O NM alfa vai ficar pouco excitado, pois tem pouco neurotransmissor. Se ele tá pouco excitado, a contração que ele vai provocar vai ser pouca. Acaba de inibir o excesso de contração através desse mecanismo. É chamada de pré sináptica, pois ele vai inibir o excesso de excitação antes da 9 sinápse com o NM alfa. ATUA ANTES DA MEMBRANA DO NM ALFA, DIMINUINDO A INTENSIDADE DO PA QUE ESTAVA MTO GRANDE, DIMINUINDO A ATIVAÇÃO DO ALFA E DIMINUI A CONTRAÇÃO MUSCULAR. 3) Inibição Recorrente ou Alça de Ranshow: O NM alfa estava numa máxima excitação. Quando ele chega no seu limiar máximo de excitação, ele coloca em atividade um ramo colateral dele mesmo e faz uma sinápse com um interneurônio que está do lado do alfa. Esse interneurônio é chamado de célula de Ranshow. A célula de Ranshow é um neurônio inibitório, ou seja, o axônio dele vai fazer uma sinápse que vai virar neurotransmissor inibitório. Esse interneurônio faz sinápse com o corpo do NM alfa, ou seja, faz sinápse com o NM que o excitou. Uma vez que ela está ativada, ela vai inibir o próprio NM alfa que ela excitou e ativou. Por fim, diminui a contração muscular. Toda vez que a célula de Ranshow está ativa (ON), é sinal que ela tem um controle sobre a contração muscular. Toda vez que ela está desligada, não tenho controle sobre a contração muscular, então vou ter altos níveis de força muscular gerada por alfa. Quando o SNC vai optar pelas células de Ranshow ou pelo Potencial inibitório pré sináptico? Na maioria das vezes eles estão funcionando concomitantemente. Porém, a Inibição recorrente só acontece quando o NM alfa tá próximo ao limiar máximo de disparo. Se ele estiver muito excitado só, é o potencial inibitório pré sináptico que prevalece. Mas se ele estiver excessivamente excitado, próximo ao máximo que ele pode agir além do potencial inibitório pós sináptico também tenho em ação a inibição da corrente ou alça de Ranshow. 4) Ativação da célula de Ranshow por via descendente direta: A célula de Ranshow é um interneurônio e é inibitória e que sempre faz conexão com o NM alfa e na maioria do tempo ela está desligada. Quem pode ligar essa célula seria o NM alfa ou a via descendente direta. No momento em que essa via ativa a célula de Ranshow, ela vai diminuir o PA sobre o NM alfa e assim diminuindo a contração muscular. Ela não provoca um PIPS, simplesmente diminui a intensidade de contração do NM alfa e assim diminui a contração muscular. Como é um interneurônio, é pequena demais, por isso que não age igual ao PIPS, pois no pips é bem grande. Vai ser ativada pelo alfa, quando estiver em excitabilidade máxima. Quando o alfa estiver trabalhando muito, mas não estiver próximo ao alfa, a única via que ativa ranshaw vai ser a via descendente direta. Ou seja, para ativar a via descendente direta não precisa está no máximo para ser ativada. 10 Quando vou ativar célula de Ranshow ou pré sináptica? É aleatório ou as duas ao mesmo tempo. TODOS ESSES DOIS MECANISMOS TÊM COMO OBJETIVO DIMINUIR O EXCESSO DE EXCITAÇÃO SOBRE O NM ALFA. ORGANELAS SENSORIAIS OTG / FUSO MUSCULAR: Têm o objetivo de planejar e refinar o movimento. FUSO MUSCULAR: Organela sensitiva localizada paralela as fibras musculares tendo como função informar ao SNC sobre o comprimento do músculo (se ele está encurtado ou alongado). Possui fibras sensitivas e motoras. As motoras são chamadas de fibras musculares intrafusais. As intrafusais são de dois tipos: - Bolsa Nuclear: Mais dilatada na região central, porque os núcleos estão concentrados na região central. Dentro do fuso, tem em torno de 3 ou 4 fibras. - Cadeia Nuclear: Tem seus núcleos posicionados longitudinalmente no centro da fibra. É como se fosse um atrás do outro. Tem em torno de 2 fibras. A única região contrátil das fibras musculares vão está localizada na periferia ou na região polar superior e inferior. O centro das intrafusais não tem atividade contrátil. O NM GAMA que vai inervar as intrafusais. Então o NM gama vai fazer sinápse somente com a periferia. Como é uma organela sensitiva, tem que ter também fibras sensitivas. São classificadas em dois tipos: Aferentes = 1) Aferente tipo IA: Enrolam em torno da região central das intrafusais. A tipo IA vai inervar as duas intrafusais (em bolsa e em cadeia). 2) Aferente tipo II: Inerva apenas a fibra em cadeia nuclear. A IA é muito mais veloz na condução nervosa do que a tipo II. Quando elas vão despolarizar para informar ao SNC sobre o comprimento do músculo? Quando elas se aderem nas fibras musculares intrafusais. As fibras aferentes IA e II se aderem as intrafusais quando estas estiverem alongadas. Quando o músculo contrai, ele encurta. Se ele encurta, a intrafusal vai ficar relaxada (encurtada). A aferente vai estar toda frouxa, assim ela não vai trabalhar, pois para trabalhar ela precisa estar aderida. Toda vez que tem uma contração muscular a aferente está 11 silenciosa e o cérebro não recebe informação do músculo. Isso é hipotético, pq se isso acontecesse teria um grande problema no controle motor. Esse silêncio do fuso ele não pode existir. O que é feito? Para que o fuso nunca se encurte existe o motoneurônio gama ou NM gama que tem a função de contrair a intrafusais. Toda vez que vem um estímulo para o NM alfa pra ele contrair o músculo (extrafusal), ao mesmo tempo chega o estímulo do NM gama ser ativado com o objetivo de manter durante a contração muscular as intrafusais alongadas, ou seja, em atividade. Esse mecanismo é chamado de CO-ATIVAÇÃO ALFA-GAMA. Toda vez que o NM gama contrai, promove a contração superior e inferior da fibra. Com essa contração de superior e inferior, o centro da fibra vai ser alongado. Toda vez que eu tenho ativação muscular tenho alongamento da intrafusal através do mecanismo de contração muscular. Existem situações que quando estou no repouso, o músculo está encurtado e o NM alfa não está sendo excitado. Então não tem como ter co ativação alfa- gama. Assim não vai excitar, pois não tem contração. Mas o músculo está encurtado no repouso. Se ele está encurtadoo fuso tende a encurtar e ficar silencioso. Porque que isso não acontece? Pq o SNC recebe a informação que o músculo está encurtado e em repouso. Na mesma hora ele ativa uma via descendente direta que vai agir exclusivamente sobre o NM gama. Então, mesmo que o músculo esteja sem contração e encurtado, a intrafusal vai está contraída seguida da ativação do gama por uma via descendente direta. Temos dois mecanismos que impedem o silêncio do fuso: Primeiro= Durante a contração muscular é chamado de co ativação alfa gama: Ao mesmo tempo os dois são ativados. Segundo= Ativação direta no NM gama: Acontece quando o músculo está encurtado e em repouso, ou seja, sem a ativação do alfa. O GAMA SÓ É ATIVADO QUANDO A VIA DESCENDENTE DIRETA É ATIVADA. A via descendente direta vem do córtex ou do tronco encefálico. Então, em um paciente com AVE não possui mais a ligação. O sistema nervoso deixa de receber informação de como o músculo está. A pessoa perde todos os neuromoduladores depois de um AVE. FIBRAS SENSITIVAS: Existem duas fibras sensitivas, pois cada uma age de uma forma. Quem vai informar para o sistema nervoso que o bíceps está sendo alongado é a fibra tipo IA. Quando eu paro e o comprimento é mantido, a tipo IA diminui sua atividade e entra a tipo II. Então falamos que a tipo IA é dinâmica porque ela informa sobre a dinâmica e mudança de comprimento muscular. A tipo II é uma fibra estática, pois ele informa sobre a manutenção do comprimento muscular. 12 NO PACIENTE HEMIPLÉGICO NÃO PODE FAZER ALONGAMENTO BALÍSTICO. TEM QUE FAZER ALONGAMENTO LENTO E MANTIDO. A velocidade de condução da fibra tipo IA é muito mais rápida que a tipo II na condução nervosa. OTG: É uma organela sensitiva. Está localizado na junção musculotendínea ou miotendínea, significa dizer que ele está entre a fibra muscular e o tendão do músculo. Tem como principal função informar ao SNC sobre o grau de tensão muscular, ou seja, é ele que informa ao SNC o quanto que o músculo está contraindo. Está conectado em série com as fibras musculares, o que quer dizer isso? Ele está em continuidade com as fibras musculares. Terminou o músculo, no mesmo sentido está o OTG e depois termina no tendão. Ele é inervado por fibras sensitivas chamadas AFERENTES TIPO IB. IB porque elas são mais lentas do que a tipo IA na condução nervosa, mas são mais rápidas do que a tipo II do fuso muscular. O fuso muscular é formado por fibras de colágeno e os axônios tipo IB vão entrar no OTG e vão se enroscar em torno das fibras de colágeno. Toda vez que se tem uma contração muscular, o músculo contrai, o OTG é estirado para cima. Quando ele é estirado, ocorre com as fibras de colágeno o seguinte: Elas vão se aproximar. No momento que elas se aproximam, elas vão comprimir as aferentes tipo IB e as aferentes IB disparam o potencial de ação, levando informação sobre o grau de tensão muscular. REFLEXO É uma resposta induzida por um estímulo externo. Esse reflexo é constantemente controlado pelas vias descendentes do córtex ou do tronco encefálico, sendo modulado de acordo com a tarefa. Utilizamos os reflexos espinhal para organizar o padrão de coordenação motora, que é mediado por um movimento de inibição recíproca. INIBIÇÃO RECÍPROCA: Quando o agonista é ativado, o antagonista é inibido. Isso é feito através de neurônios responsáveis pelos reflexos espinhais. Além disso, utilizo reflexo com o objetivo de proteger contra estímulo dolorido ou lesivo. REFLEXOS MAIS IMPORTANTES 1) REFLEXO DE ESTIRAMENTO DE ESTIRAMENTO OU MIOTÁTICO 2) REFLEXO MIOTÁTICO INVERSO 3) REFLEXO DE PROTEÇÃO OU DE FLEXÃO 13 4) REFLEXO CUTÂNEO 1) REFLEXO DE ESTIRAMENTO OU MIOTÁTICO É conhecido na prática clínica como: Reflexo patelar, aquileu, bicipital ou tricipital. O estímulo que desencadeia esse reflexo é o estiramento. Toda vez que eu tenho o estiramento muscular, o fuso alonga. Assim a aferente IA ou a II entra em atividade. Essa aferente IA é sempre excitatória. Essa aferente entra no corno dorsal da medula e ela vai se dirigir em dois pontos colaterais. O primeiro colateral sobe e vai informar para o tronco encefálico e córtex o tanto que esse músculo alterou seu comprimento, ou seja, o tanto que ele foi estirado. Se o estiramento for rápido, além dessa via ser acionada, uma segunda via da aferente desce ou descende em direção ao corno ventral e ai ela faz uma sinápse chamada de monosinápse (porque é uma sinápse direta de uma aferente sobre o NM alfa). É O ÚNICO REFLEXO QUE TEM MONOSINÁPSE. TODOS OS OUTROS SÃO POLISINÁPTICOS. Se estou fazendo uma sinápse sobre o NM alfa com uma via aferente, essa sinápse é excitatória, pois estou excitando o alfa. Se excito o alfa, o músculo que ficou estirado entra em contração. Só que ao mesmo tempo que a via aferente faz uma monosinápse com o NM alfa do músculo que ficou estirado promovendo a sua contração, no segundo colateral dessa aferente no corno ventral ativa o interneurônio IA que é um interneurônio inibitório que por sua vez vai inibir os NM alfa da musculatura antagonista promovendo seu relaxamento. Para essa parte do reflexo chamo de inibição recíproca. A inibição recíproca é mediada/feita a partir da ativação do interneurônio IA. Esse interneurônio IA também pode ser ativado por uma via descendente direta. Quando que ele vai ser ativado por essa via? Quando eu estiver realizando um movimento voluntário ou uma movimentação ativa. Ele vai ser ativado no reflexo, mas durante o movimento voluntário ele tmb vai ser utilizado para provocar inibição recíproca. ESTOU UTILIZANDO OS NEURÔNIOS DO CIRCUITO REFLEXO PARA UMA TAREFA QUE NÃO É REFLEXA, É VOLUNTÁRIA. Isso significa dizer que os neurônios do reflexo não são específicos para o reflexo, eles podem ser utilizados durante uma atividade ativa. INTERNEURÔNIO IA INIBE OS ANTAGONISTAS!! Durante nossas atividades diárias, quando não tenho a ativação do interneurônio IA, o que eu vou ter na articulação que está em atividade? Vou ter co-contração. Então, na inibição ou 14 durante a inibição do interneurônio IA, desenvolve-se um mecanismo chamado de co- contração (contrai agonista e antagonista ao mesmo tempo). Preciso disso no dia a dia? Quando eu preciso de uma grande estabilidade articular. Ex: De pé no ônibus e andar. A co-contração mantida é uma característica de lesão de NM superior, pois a lesão das vias descendentes não ativa interneurônio IA durante a funcionalidade do paciente. Podemos utilizar o reflexo de estiramento como uma técnica para ganhar a ativação muscular. O mais importante do reflexo miotático: É um dos mais importantes determinantes do tônus muscular normal. Tônus muscular: É uma resistência mínima mantida por um músculo durante o alongamento e a contração mínima necessária para nos manter contra a gravidade. Depende neurofisiologicamente da integridade do reflexo miotático e das propriedades viscoelásticas do músculo. O tônus muscular não possui dependência única e exclusiva do sistema neural, ele tem a propriedade viscoelástica. Se o reflexo miotático estiver elevado, vou ter problemas no tônus muscular, mas posso alterar através das atividades viscoelásticas. Como por exemplo: Através do treinamento. Técnica de tratamento seria o Kabat e FINP. 2) REFLEXO MIOTÁTICO INVERSO Toda vez que eu tiver uma grande e excessiva contração muscular em atividade máxima eu estiro o OTG. Estirando o OTG comprime as aferentes IB que são as sensitivas. Essas aferentes entram na medula e se dividem para cima e informam ao córtex que o bíceps de alguém chegou na intensidade máxima de contração. Chegando na intensidade máxima, ao mesmo tempo que essa via está informando que está em intensidade máxima, essa via descendente chega no corno ventral e da dois colaterais. O primeiro colateral faz uma sinápse que é aferente excitatória sobre o interneurônio inibitório e esse interneurônio inibitório vai inibir o NM alfana musculatura agonista, ou seja, da musculatura que está agindo em contração máxima. Se é uma sinápse inibitória, o NM alfa vai está inibido. Se tenho o alfa não funcionando, tenho o relaxamento muscular. Dentro do reflexo miotático inverso eu tenho PIPS. O resultado desse reflexo vai ser contração máxima gerando relaxamento muscular. A resposta reflexa vai ser relaxamento muscular. Conseguimos usar o reflexo miotático inverso como forma terapêutica: Contrai relaxa. Quando ele relaxa aproveita para alongar com o objetivo de flexibilidade muscular. Esse reflexo produz relaxamento do agonista e ativação do antagonista. 15 3) REFLEXO DE FLEXÃO OU PROTEÇÃO Reflexo de extensão cruzada: Toda vez que tiver estímulo acomete o membro inferior e concomitantemente vai ativar o reflexo de extensão cruzada. O objetivo desse reflexo seria defender o organismo do estímulo lesivo sem cair. ESSE REFLEXO SÓ OCORRE EM MMII COM O OBJETIVO PROTETOR! Vou ativar a musculatura contralateral do estímulo. NOS MMSS SÓ OCORRE A FLEXÃO! 4) REFLEXO CUTÂNEO Utiliza na paralisia facial com o objetivo da estimulação da pele. Promove contração reflexa logo abaixo do local que estimulou. Quando vou utilizar na fisioterapia? Como técnica terapêutica vou ter resposta: Contração da musculatura. Utilizo o tapping e a crioterapia para estimular. TRONCO ENCEFÁLICO Modula o NM e interneurônio da medula através de dois sistemas descendentes, seriam: Medial e Lateral. MEDIAL: Controla os músculos axiais e proximais. Possui 3 tratos: 1- Trato Vestibuloespinhal: Possui função do equilíbrio e postura. 2- Trato Reticuloespinhal: Manutenção da postura e modulação do reflexo miotático. 3- Trato Tectoespinhal: Coordenação dos movimentos dos olhos em relação a cabeça. Associa movimentos. LATERAL: Controla músculos distais dos membros. Possui o Trato Rubroespinhal: Sai do núcleo rubro ou vermelho e termina na parte medial da medula. Responsável por controlar movimentos das mãos e dos dedos. ÚNICO TRATO QUE NÃO DEPENDE DO CÓRTEX MOTOR SERIA O VESTIBULOESPINHAL. TODOS OS OUTROS DEPENDEM DA ATIVAÇÃO ÚNICA DO CÓRTEX MOTOR. Movimento voluntário: É o planejado de acordo com os objetos da tarefa e é formatado de acordo com aspectos específicos do ambiente. CÓRTEX MOTOR É dividido em duas áreas: 16 1) Córtex motor primário ou área 4 Brodmann 2) Córtex pré-motor ou área 6 Brodmann Estão localizados no giro pré-central. Porém, o córtex motor primário é mais posterior do que o córtex pré-motor (mais anterior). O córtex pré-motor é dividido em área motora suplementar e tem localização superior e medial. O córtex pré-motor é responsável pela parte preparatória do córtex motor. Através das projeções do córtex motor primário, existem estruturas subcorticais e medula espinhal. ÁREA MOTORA SUPLEMENTAR Função: Programar seqüências complexas de movimentos. Entra em atividade antes do movimento acontecer. Está responsável de estar ligada a atividade mental. Nos pensamos em movimentar com essa área. Se houver lesão, vai ter: APRAXIA = Incapacidade de realizar uma função devido a incapacidade de se programar uma sequência necessária de movimentos durante a mesma, mesmo que a produção do movimento esteja íntegra. O cérebro não consegue programar a sequência de movimentos para executar uma função. ÁREA PRÉ MOTORA Está localizado inferiormente no giro pré-central. Essa área vai controlar e orientar os movimentos proximais direcionado a um determinado objetivo. Controla o movimento proximal que prepara a área para a função. Além disso, é responsável pelo potencial de prontidão ou chamado de “BEREITSCHAFTPOTENTIAL”. Seria o trabalho de antecipação ao movimento. O corpo é preparado em torno de tronco para que o movimento distal aconteça. Então, antes do movimento acontecer, tenho todo o preparo da musculatura para que consiga realizar o movimento. Se houver uma lesão na área pré motora, não vai conseguir preparar o tronco antecipadamente para realizar o movimento. CÓRTEX MOTOR PRIMÁRIO É nele que ocorre a transição entre a programação para a execução do movimento. Toda programação é feita na área motora suplementar e área pré-motora. A transição dessa programação para informar a medula de quais NM devem ser ativados ocorrem no córtex motor primário. É ele que vai comandar, codificar a força que tem que ser gerada durante o movimento, além da direção e velocidade do movimento. Colocam os neurônios em alerta. Córtex motor como um todo: Seria o córtex motor primário e o córtex pré motor. Existe o Homúnculo de Penfield, ele diz que existem algumas regiões que possuem acúmulo/maior 17 concentração de neurônios de uma determinada região, isso significa dizer que ele não é fixo. Também não é rígido, significa dizer que ele pode modificar-se através do treinamento e da prática constante. Através do córtex motor tenho origem de duas vias motoras que vão atuar sobre os NM medulares. 1) Via Direta: Tenho o neurônio que tem seu corpo no córtex motor e seu axônio vai diretamente sobre neurônios motores e/ou interneurônios medulares. O mais importante trato da via direta seria: Trato Corticoespinhal = maior trato motor do corpo. Não é o único da via direta. Além dele, tenho o trato corticobulbar ou corticonuclear (esse é a exceção, porque seu corpo está no córtex motor, porém o axônio vai agir não na medula e sim sobre os núcleos motores dos nervos cranianos. Não chega até a medula, ele age e para sobre os núcleos motores dos nervos cranianos). 2) Via Indireta: É formada por tratos motores que se originam no córtex e terminam sobre os tratos motores que se originam no tronco encefálico, para que a partir daí siga o estímulo para a medula espinhal. É como se fosse um trato curto, ele tem que agir sobre a medula, mas ele é curto. Como ele age sobre a medula? Ele vai, ativa os tratos motores de origem do tronco encefálico, e esses tratos motores agem sobre a medula. Trato Corticoespinhal (TCE) é o mais importante, pois ele é o maior do corpo e possui cerca de um milhão de axônios. É um trato que não se origina só no córtex motor. Ele tem neurônios que vão sair do córtex motor e do córtex somatosensorial. Esse trato é dividido em dois: 1) Corticoespinhal Lateral e 2) Corticoespinhal Anterior ou Medial. - TCE Lateral: Origina no córtex, desce no tronco encefálico, decussa nas pirâmides bulbares e vai para a medula até terminar sobre os NM medulares que vão inervar a musculatura distal dos membros. 80% das vias do trato corticoespinhal vão formar TCE lateral. - TCE Anterior: Sai do córtex a esquerda, desce o tronco encefálico a esquerda, vai à medula a esquerda e quando chega na medula, ele vai dar um colateral para os NM daquele lado que surgiu e outro colateral do lado contrário. NM mediais vão inervar a musculatura cintura escapular, tronco e cintura pélvica do lado que se originou e do lado contrário. EX: Tive um AVE no hemisfério esquerdo. O córtex espinhal lateral foi lesado, então o paciente perde inervação distal tanto de mmss tanto de mmii. Também foi lesado o córtex espinhal medial/anterior, e a musculatura de tronco, cintura escapular e pélvica 18 não vai acontecer nada, pq? Porque o córtex espinhal do hemisfério do lado contrário desce pelo mesmo lado, da uma via contralateral e outra via para o mesmo lado, ou seja, continua fazendo a inervação, pois são inervadas pelos dois lados do cérebro. A MUSCULATURA AXIAL E PROXIMAL SÃO INERVADAS PELOS DOIS LADOS DO CÉREBRO, PELO TRATO CORTICOESPINHAL ANTERIOR. Ocorre no máximo perda de força muscular, mas JAMAIS ocorre plegia. A MUSCULATURA DISTAL É INERVADA SÓ PELO TRATO CORTICOESPINHAL LATERAL DO LADO CONTRÁRIO, devido à decussação das pirâmides. Hemisfério esquerdo é mais racional e o hemisfério direito é mais sentimental. Áreas Subcorticais seriam: CEREBELO E NÚCLEOS DA BASE = Vão trabalhar na formatação e refinamento do movimento. CEREBELO Está localizadoposterior ao tronco encefálico e é formado por três pares de núcleos profundos, que são considerados estruturas de saída no SNC. Os pares são: Fastígio, Intercosto e Denteado. Quer dizer ser uma estrutura de saída, pois a partir desses três pares todas as informações sobre a modificação sobre o movimento saem do cerebelo em direção ao córtex motor. - É considerado o grande centro comparador de movimento = Ele recebe informação do córtex sobre qual movimento foi solicitado e recebe a informação da periferia. Coloca os dois juntos para ver se tem como realizar a função. - Ajuda na manutenção do equilíbrio e da postura. - Responsável pelo controle do tônus muscular. - Auxilia no planejamento de reformatação do movimento voluntário. - Coordenação motora. - É considerado o grande centro da aprendizagem e reaprendizagem motora = Não faz conexão com a medula. Tem que passar pelo córtex motor. Não age no movimento diretamente com a medula. Todo ação do cerebelo tem que passar pelo córtex motor ou tronco encefálico. NÚCLEOS DA BASE 19 Responsável pela inicialização e finalização do movimento voluntário, pelo controle e modulação das reações de retificação de proteção, responsável juntamente com o córtex motor pelo controle da velocidade e amplitude de movimento e auxiliam no comando dos movimentos sinérgicos. Também vão ajudar na formatação da modulação do movimento voluntário e da mesma forma que o cerebelo, não atua diretamente sobre os NM medulares. Toda atuação para modificar um movimento voluntário tem que passar pelo córtex motor. Seqüência: Núcleos da base – tálamo - córtex motor - medula. NÃO AGE DIRETAMENTE SOBRE A MEDULA ESPINHAL! O cerebelo possui 3 pares de núcleos profundos e são estruturas de saída. Os núcleos da base possuem 2 núcleos que são considerados núcleos de entrada. O que quer dizer ser um núcleo de entrada ou componente de entrada de um sistema? Quer dizer que por esses núcleos chegam todas as informações referentes ao movimento que está sendo realizado. Os dois componentes de entrada dos núcleos da base são: Núcleo Caudado e Putâmem. Os dois juntos são conhecidos como Núcleo Estriado ou Estriatum. Os núcleos da base, além dos núcleos de entrada, também possuem dois núcleos de saída, que são: Substância Negra Pars Reticulada ou Reticulata e Globo Pálido Interno. Os de saída são por onde saem os comandos para o movimento voluntário. Revisão do funcionamento do SNC para entrar em AVE Para que eu tenha o funcionamento adequado do sistema nervoso central, necessariamente preciso ter um funcionamento preciso do suprimento sanguíneo, circulação do licor e do sistema da barreira hematoencefálica. Todos esses três sistemas têm que estar íntegros, funcionando da melhor forma possível para que o SNC funcione de forma adequada. Porque preciso rapidamente do sistema de funcionamento íntegro? Porque no SNC, a partir do momento em que o neurônio entra em atividade, ele aumenta muito seu metabolismo e ele precisa de energia e toda fonte energética do neurônio vem através do sangue. O SNC, o parênquima encefálico, ele não consegue armazenar nenhuma moeda energética para o 20 neurônio; não consegue armazenar glicose e nem oxigênio. Ou seja, as duas moedas energéticas principais do neurônio chegam a ele através da circulação sanguínea. A circulação licólica é importante, principalmente para remoção do subproduto do metabolismo. Como foi dito, toda vez que o neurônio entra em atividade, ele aumenta o seu metabolismo e toda vez que eu tenho um aumento metabólico tenho liberação de subprodutos do metabolismo. É como se fosse um “lixo” que liberamos em todo nosso sistema. Por exemplo: Na alimentação = Preciso de energia para que meu corpo se movimente. Esse alimento vai me dar energia para aumentar meu metabolismo e gera um subproduto que são as fezes. E esse produto ou subproduto do metabolismo no SNC, os dejetos desse metabolismo são chamados de radicais livres. Então, toda vez que um neurônio entra em atividade, ele libera uma quantidade “x” de radicais livres no meio extracelular. Os Radicais Livres (RL) quando ele fica em quantidade excessiva e por um tempo grande em contato com as células, principalmente as células nervosas, eles lesam as células. Esses RL não podem ficar no meio extracelular, tem que ser removido rapidamente. Um dos responsáveis por essa remoção de partes dos RL é o licor. O licor circula e vai ele levando consigo os RL que estão no meio extracelular e depois vai liberar o licor para ele ser reabsorvido na dura-máter. Portanto, o próprio neurônio gerou o subproduto do metabolismo e esse subproduto “mata” os neurônios = Isso não acontece dentre outros motivos, porque o licor vai retirar esse subproduto do meio extracelular. Para que eu preciso ter um sistema de barreira hematoencefálica? Porque ela é um sistema de defesa. É o sistema de barreira entre o sangue e o parênquima encefálico. O que separa o sangue do tecido nervoso? A parede dos vasos sanguíneos. Se é uma barreira entre o sangue e o parênquima encefálico, posso concluir que onde ela está localizada? Na parede dos vasos sanguíneos, que tem dentre vários objetivos o de proteger o sistema nervoso de flutuações sistêmicas. Exemplo: Quando o indivíduo ingere muito doce, o nível de glicose vai no máximo. Essa glicose vai circular por todo o sistema, inclusive circular pelos vasos que nutrem o SNC. A glicose em excesso no SNC ela pode provocar um processo tóxico que leva ao indivíduo ao coma diabético. Por que isso não acontece com os indivíduos que não são portadores da Diabetes? Porque essa barreira de proteção observa imediatamente que a concentração de glicose no sangue está muito elevada. Essa barreira vai controlar o seguinte: a glicose vem passando e forçando os vasos sanguíneos para entrar no parênquima. Assim, a barreira deixa entra até ela ver que o que está dentro do sistema nervoso já é o suficiente para o seu funcionamento. O que a barreira faz? Imediatamente ela se fecha e não permite mais a entrada da glicose. É como se a glicose passasse e ela dissesse: “Circulando glicose, circulando, não cabe mais ninguém aqui.” Então essa barreira vai controlar o tempo todo a quantidade de glicose, cálcio, proteína que estão entrando e 21 íons, potássio que está saindo. É A BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA QUE VAI SER RESPONSÁVEL OU UMA DAS GRANDES RESPONSÁVEIS EM CONTROLAR O QUE ENTRA E O QUE SAI DE DENTRO DO PARÊNQUIMA ENCEFÁLICO. TEM COMO OBJETIVO NÃO DEIXAR QUE HAJA FLUTUAÇÕES DO AMBIENTE INTERNO. PORQUE ISSO? PORQUE TODO O SISTEMA TRABALHA VISANDO HOMEOASTASIA = É o processo que vai regular as variabilidades internas no sistema para não permitir que qualquer variação excessiva dentro daquele sistema altere o funcionamento daquelas células. CONCLUINDO: A circulação sanguínea, circulação licólica e a barreira hematoencefálica visam Homeostasia. Além do sistema nervoso, todos os outros sistemas do nosso corpo vão funcionar com o objetivo de regular essa variabilidade interna do sistema. No sistema nervoso para fazer esse processo de regulação precisa de suprimento sanguíneo adequado, circulação do licor adequado e o sistema de barreira hematoencefálica íntegros. SUPRIMENTO SANGUÍNEO O sistema nervoso não armazena oxigênio e nem glicose, por isso que tenho que ter o suprimento sanguíneo adequado e constante no SNC, pois qualquer atividade que o neurônio vá fazer necessita de oxigênio ou de glicose. Se não tem no meio extracelular precisa vir de algum lugar (e vem do sangue). Então tenho que ter o suprimento sanguíneo íntegro para que eu tenha O2 e glicose para o funcionamento normal. O sistema nervoso necessita de uma taxa relativamente alta de fluxo sanguíneo, mas na verdade não é relativamente alta, aproximadamente 30 a 40% do fluxo sanguíneo tem que permanecer no SNC, é muita coisa. É em torno dessa porcentagem quando o sistema está ematividade basal (deitado, relaxado e sem atividade motora nenhuma). Então, preciso ter uma taxa ALTA de fluxo sanguíneo para manter a atividade basal no sistema nervoso. Todas as áreas do sistema nervoso precisam ser muito bem nutridas, tanto as superficiais quanto as profundas. Por isso, os vasos que nutrem o SNC eles têm os ramos principais e milhares de colaterais para nutrirem as áreas mais profundas do sistema. Esses vasos colaterais vão demandar um fluxo sanguíneo alto, pois tem que atingir os ramos mais distais de uma artéria. O tempo todo tem que ter um fluxo sanguíneo que ele vai se alterar dependendo do que tiver acontecendo no determinado meio. IMPORTANTE: O FLUXO SANGUÍNEO TEM QUE SER CONSTANTE E RÁPIDO PARA NÃO CAUSAR LESÃO NEURONAL! 22 QUALQUER ALTERAÇÃO QUE TENHA DENTRO DO SISTEMA NERVOSO OU QUE POSSA ALTERAR O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA NERVOSO VAI DEMANDAR UMA ALTERAÇÃO NO FLUXO SANGUÍNEO, SENDO ASSIM, AS ARTÉRIAS PRECISAM AGIR DE UMA FORMA MUITO MAIS RÁPIDA DO QUE OUTRAS ARTÉRIAS DO NOSSO CORPO. Exemplos: - Se eu tenho uma queda da Pressão Arterial (PA) sistêmica, o que acontece com o vaso da periferia? Vão fazer uma vasoconstrição. O que acontece com os vasos que nutrem o sistema nervoso central? Vasodilatação, por quê? Porque ele tem que manter contínuo o fluxo sanguíneo para o neurônio não morrer, pois o neurônio é uma célula que reage de uma forma muito mal ao O2 (sente rapidamente falta e morre). Então, se eu tenho uma queda da PA os vasos que nutrem o sistema nervoso vão se dilatarem. - Se eu tenho um aumento da PA sistêmica, vai ser ao contrário: vai fazer uma vasoconstrição, por quê? Porque eu não posso perder sangue o SNC, mas também não posso aumentar em demasia o sangue. Faz vasoconstrição com o objetivo de manter contínuo o fluxo básico do funcionamento. - Toda vez que tenho uma atividade neuronal, o que vou ter naquela área? Um aumento do metabolismo e para isso preciso de energia e a energia vem através do sangue. Então, na área de atividade neuronal vou ter vasodilatação. - Se eu tenho uma queda na pressão de O2, o que vai acontecer com os vasos sanguíneos que nutrem o SNC? Vão vasodilatar para aumentar a pressão de O2. - O que vai acontecer quando tenho aumento da pressão de CO2? Vasodilatação. Porque que vai vasodilatar? O que consegue diminuir a pressão de CO2? O aumento do aporte/pressão de O2. Então quando eu tenho aumento da p (pressão) de CO2, tenho que aumentar a quantidade de O2 local para diminuir a p CO2. De qualquer forma vou ter que vasodilatar para regular a pressão de O2 e CO2. ARTÉRIAS QUE NUTREM (VASCULARIZAM) O SNC A vascularização do SNC parte de dois grandes ramos arteriais, sendo eles: ARTÉRIAS VERTEBRAIS E ARTÉRIAS CARÓTIDAS INTERNA. ARTÉRIAS VERTEBRAIS: Emergem das artérias subclávias. Tenho duas subclávias (direita e esquerda) e tenho duas artérias vertebrais (direita e esquerda). Essas artérias vertebrais vêm da região posterior do pescoço (cervical) e elas sobem acompanhando o sistema nervoso até que quando chegam ao sulco bulbocontínuo, essas duas vertebrais se unem. Vão se unir no sulco bulbocontínuo dando origem a primeira maior e mais importante 23 artéria não pareada do SNC que é a artéria basilar. Porque é a mais importante? Porque é a principal fonte de nutrientes para o tronco encefálico (onde é o nosso centro de controle vital). Quando a basilar chega à região do mesencéfalo, a basilar vai dar um primeiro ramo chamado de artéria cerebelar superior e que tem direita e esquerda e vai vascularizar parte do cerebelo. Logo depois da cerebelar superior, a basilar vai dar origem a artéria cerebral posterior (direita e esquerda). ARTÉRIAS CARÓTIDAS INTERNAS: São duas. Elas se originam das carótidas externas. Quais são os ramos que saem da carótida interna e que vão suprir o SNC? O primeiro ramo é um dos mais importantes: artéria cerebral média (são duas: direita e esquerda). É a mais importante, pois é uma das mais acometidas nos acidentes vasculares. É uma das mais acometidas no AVE, porque é a de maior calibre originada da carótida interna e é uma das que mais faz curvas sinuosas, sendo ângulos muito fechados. Mas, qual o problema de ter essas curvas muito fechadas? Fluxo turbulento naquele local, no qual a possibilidade de lesar a parede dessa artéria é muito grande. Com o fluxo muito turbulento, o sangue fica um tempo maior no local levando a formação de placas ateroscleróticas são muito maiores nesses locais. Além das cerebrais médias, tem-se outro ramo (fininho) que seria a artéria cerebral anterior (direita e esquerda) = também é um ramo da carótida interna. Unindo as duas cerebrais anteriores (direita + esquerda), origina uma artéria não pareada (não tem par e é pequenininha), é chamada artéria comunicante anterior. O último ramo da carótida interna seria Artéria comunicante posterior, que tem a função de ligar a carótida interna à cerebral posterior. Existe um anel de artérias conectado na base do encéfalo que é chamado de Polígono de Willis. Esse polígono é formado pelas carótidas internas, cerebrais anteriores, comunicante anterior, comunicantes posteriores e cerebrais posteriores. CEREBRAL MÉDIA NÃO FAZ PARTE DO POLÍGONO DE WILLIS. Qual a função do Polígono? Manter o fluxo sanguíneo contínuo na base do encéfalo, mesmo que haja uma obstrução no local do mesmo. O objetivo é manter constante o fluxo sanguíneo de base do encéfalo, mesmo que haja uma obstrução no local. Exemplo: - Se tenho uma lesão na comunicante posterior esquerda, o que acontece? O fluxo sanguíneo dela que está vindo da carótida interna, ele não consegue passar por essa obstrução. Então, toda a área teoricamente perde o fluxo sanguíneo. Porém, a partir desse momento tem uma reversão do fluxo sanguíneo para conseguir suprir essa área. Ou seja, ao invés de descer, o fluxo passa a subir para suprir a área. 24 REGIÕES QUE CADA ARTÉRIA VAI IRRIGAR Primeiro é importante falar: Quanto à cerebral média, quanto a anterior e a posterior, elas vão dar dois tios de ramos que são chamados de ramos corticais ou superficiais, que vão para a superfície do encéfalo. Também tem os ramos profundos ou centrais, que são ramos que vão penetrar no encéfalo. Os ramos profundos ou centrais vão irrigar áreas bem centrais como, por exemplo, a região do encéfalo, núcleos da base, cápsula interna; está bem no centro. ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR: Vai irrigar toda superfície medial e orbital do lobo frontal. Superfície superior e lateral ou súpero-lateral de cada um dos hemisférios. Essa parte súpero lateral é o local aonde a artéria cerebral anterior vai se limitar com a cerebral média. Isso é extremamente importante, por quê? Porque ma vez em que sem tem a obstrução distal de uma delas, a outra consegue suprir a vascularização local. É O ÚNICO LOCAL AONDE TEM SOBREPOSIÇÃO ARTERIAL. Essa sobreposição ocorre na parte súpero-lateral e é feita pela cerebral anterior e cerebral média. A artéria cerebral média vai irrigar a maior parte da face súpero-lateral de cada um dos hemisférios. Porque a maior parte e não toda a parte? Porque posterior ao occipital e inferior no temporal é irrigado pela cerebral posterior. Se a cerebral média irriga a maior parte da região súpero-lateral de cada um dos hemisférios, temos 3 áreas importantes que essa área vai irrigar, sendo elas: giro pré-central (motricidade do córtex motor), giro pós-central (córtex sensitivo) e no giro frontal inferior aonde tem a área de broca (centro cortical da palavra falada). ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR: Vai irrigar o lobo occipital (área visual), região inferior do lobo temporal (função relacionada a memória). A cerebral posterior juntamente com a comunicante posterior vão irrigar a região do hipotálamo, mesencéfalo, tálamo e córtex occipital. Se houver lesão da cerebral posterior, relacionamos com DÉFICIT VISUAL (tálamo). Além do déficit visual, essepaciente vai ter lesão/seqüela importante na função motora, por quê? Por causa da irrigação do tálamo. Sabemos que as vias que auxiliam na modulação do movimento voluntário que saem principalmente dos núcleos da base precisam passar pelo tálamo antes de chegar ao córtex motor. Então se tenho uma lesão talâmica, vou ter um déficit sensorial, mas também vou ter um déficit motor importante, por quê? Porque as vias motoras que saem dos núcleos da base ficam impedidas de chegarem ao córtex motor, então o movimento voluntário fica sem parte da modulação. Parte do controle sobre o movimento voluntário é perdida quando existe uma lesão no tálamo, sendo uma via de passagem. 25 LICOR OU LÍQUIDO ENCÉFALORRAQUIDIANO PRINCIPAIS FUNÇÕES Proteger como amortecedor o SNC. Como assim? Se eu tivesse o encéfalo dentro da calota craniana sem o licor, qualquer movimento que eu fizesse com a cabeça, haveria o movimento do encéfalo em relação à calota craniana e esse encéfalo se chocaria constantemente contra a calota craniana. Esse choque direto provocaria microlesões e seria incompatível a vida. O licor amortece esse impacto do encéfalo contra a calota craniana nas nossas funções diárias. Também é responsável por transportar nutrientes para as células nervosas. Como assim? O licor é produzido a partir da filtração do plasma sanguíneo. Se ele é formado pela filtração do plasma sanguíneo, posso concluir que os componentes do licor são os mesmos componentes do plasma sanguíneo. O que vai variar? A quantidade ou os níveis de substâncias do plasma sanguíneo e do licor. Ou seja, as substâncias são as mesmas, mas a quantidade vai variar de um para o outro. Se o plasma sanguíneo que nutre ou ajuda a nutrir as células nervosas e o licor é formado a partir da filtração do plasma sanguíneo, podemos concluir que ele auxilia na nutrição das células nervosas. Responsável pela remoção de produtos da degradação metabólica, ou seja, remoção de radicais livres. COMPOSIÇÃO DO LICOR Praticamente o licor não apresenta proteínas, sendo o contrário dos vasos sanguíneos. Os vasos sanguíneos apresentam alta concentração protéica e o licor tem baixíssima concentração protéica. Qual a importância dessa informação? Todas as vezes que for verificar um aumento da concentração protéica no licor, isso é indicativo de um processo infeccioso ou inflamatório do SNC. Exemplos: Meningite, encefalite e esclerose múltipla. O licor tem menor concentração de glicose, potássio e cálcio do que os vasos sanguíneos, porém maior concentração de sódio, magnésio e cloreto. A composição é a mesma, o que vai alterar vai ser a concentração. O volume total de licor circulante é em torno de 100 a 125 ml. Esses 125 ml são renovados a cada seis ou oito horas, ou seja, a cada seis ou oito horas o SNC está produzindo 125 ml de licor. Porque tenho que ter uma substituição do licor? Porque ele remove os radicais livres 26 do meio extracelular. Então não adiantaria ficar circulando com ele, pois se isso acontecesse iria provocar lesão. Tem que remover e jogar para fora, ser substituído. Onde o licor é produzido? A maior parte do licor é produzido principalmente nos ventrículos laterais (plexo coróide e ventrículos laterais), mas também é produzido no terceiro e quarto ventrículo. Uma vez que o licor está sendo produzido nos ventrículos laterais, passa para o terceiro e depois para o quarto ventrículo, vai acumulando. Dessa forma ele tem que sair para o espaço subaracnóideo para que ele possa circular em torno de todo o SNC. Quando o licor chega ao quarto ventrículo, ele (o licor) sai pelo forame central (forame de Magendie) e os outros dois laterais ou forame de Luschka. Portanto, o licor chega ao quarto ventrículo, sai e vai para o espaço subaracnóideo. No espaço subaracnóideo circula pela pressão intracraniana e pela gravidade em torno de todo o SNC (medula e encéfalo), até chegar ao seio sagital superior. No seio sagital anterior estão os vilos aracnóideos ou granulações aracnóideas. O que são esses vilos? São evaginações (quando sai) da aracnóide. Forma pequenas bolsas para fora e faz contato com a dura-máter. Assim, os vilos entram nos vilos aracnóideos e passa por difusão pela dura-máter. Porque que ele vai para a dura-máter? Porque é a região onde existe maior leito vascular venoso do SNC. Depois vai para o sangue venoso e volta e ser produzido. O plexo corióide é responsável por filtrar o plasma sanguíneo e produzir o licor. O que determina a maior ou menor filtração do plasma sanguíneo é a pressão intraventricular. Quanto menor a pressão intraventricular, maior a produção de licor. Existem alterações quanto na produção quanto na reabsorção do licor que vão determinar o quadro de hidrocefalia. Qualquer lesão no SNC não vão permanecer no encéfalo, ocorre a fagocitose (eliminação dos neurônios) imediatamente inicia-se um processo cicatricial, chamada de cicatriz glial (realizado pelas células da glia). A célula da glia é altamente retrátil (faz uma força contrátil centrípeta, tencionando a borda da lesão para dentro, repuxando o tecido). A cicatriz traciona a lesão da borda para região central e também o tecido adjacente, interferindo no diâmetro do ventrículo (aumenta o espaço), onde ocorre a diminuição da pressão ventricular, diminuindo a produção do licor e também uma diminuição da pressão ventricular. Pode-se concluir que todo paciente com AVE tem hidrocefalia. HIDROCEFALIA Existem dois tipos de hidrocefalia: 27 1 – Hidrocefalia compensada ou de pressão normal: O SNC se reorganiza ao aumento da produção de líquor para compensar a aumento de produção aumentando a reabsorção do líquor pelos vilos aracnoídeos. Vai produzir mais líquor, mas também vai reabsorver mais. 2- Hidrocefalia não compensada: Ocorre aumento da produção do líquor e com isso desencadeia o aumento da pressão intracraniana, pois o SNC não consegue reabsorver o líquor. Com isso, provoca sintomas que é caracterizado em chamar TRÍADE DE HIDROCEFALIA: 1- Alteração na marcha = Desenvolve a marcha cambaleante (incapacidade de andar em linha reta). Desenvolve, por quê? Ocorre compressão do cerebelo pelo aumento da pressão intracraniana. 2- Déficit Cognitivo = Distúrbio de atenção + distúrbio de memória + atenção. Ocorre devido à compressão do lobo frontal. 3- Alteração Vesical= Paciente passa apresentar incontinência urinária, por causa da compressão do centro de controle inibitório do esvaziamento vesical localizado no lobo frontal. DVP = O tratamento é a derivação ventrículo peritoneal (DVP) que é introduzido dentro do ventrículo lateral do crânio e pescoço e desce pela região abdominal e fica no peritônio. Existe uma válvula que de horas em horas drena uma quantidade certa de líquor. Ocorre aumento da viscosidade do líquor. Pode ocorrer a obstrução do dreno pelo aumento da viscosidade do líquor interrompendo o fluxo, que só é revertida com uma cirurgia. DVE = É a drenagem externa de líquor, o dreno é colocado no ventrículo e sai pelo crânio. Usado em casos passageiros onde a drenagem é transitória/passageira. BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA É um sistema de defesa do SNC e é a mais importante. Está entre o sangue e o tecido encefálico. Áreas onde não existe a barreira hematoencefálica: São áreas de função endócrina e que não apresentam a mesma permeabilidade em todas as áreas. A barreira é composta por 4 tipos de células: 1- Células Endoteliais = São aderidas umas as outras. Existe uma junção de hiato (que permite a entrada e a saída de substâncias). 2- Lâmina Basal = Aumenta a distância entre a luz do vaso e o parênquima cerebral. 28 3- Células especializadas chamadas de Pericitos = Ficam na periferia. 4- Prolongamentos de Astrócitos. As substâncias não lipídicas (glicose, aminoácidos) dependem de transportadores ativos que utilizam ATP para entrar no cérebro. Não é uma barreira para células migratórias (células de defesacomo leucócitos, eosinófilos, macrófagos), porém não impõe resistência a passagem de células metastáticas (cancerígenas). Exames que avaliam a integridade da barreira: Ressonância Magnética (RM) e Tomografia Computadorizada (TC) que devem ser feitas com contraste radioativo (gadolíneo), realizado em casos de vítimas de TCE, EM, AVC hemorrágico. ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) É definido como o início abrupto ou em forma de crise de sintomas neurológicos focais ou globais causados por isquemia ou hemorragia no cérebro ou a sua volta, causando lesão celular e danos às funções neurológicas. Início súbito: O paciente está bem, se movendo e de repente não consegue mais mover um lado do corpo. Início em crise: O paciente acorda mal (não se sente muito bem), ao longo do dia sente um peso de um lado do corpo e a noite já não consegue realizar mais movimento. A nomenclatura correta de se usar é AVE (Acidente Vascular Encefálico), pois envolve cerebelo, tronco encefálico e cérebro. CLASSIFICAÇÃO AVE Quanto a duração dos sintomas clínicos - AIT (ataque isquêmico transitório): por pouco tempo a sintomatologia é revertida, pois o fluxo sanguíneo é capaz de voltar ao normal (mais ou menos 24 horas de duração dos sintomas). NÃO DEIXA SEQUELA NO PACIENTE. - DNIR (déficit neurológico isquêmico reversível): É a obstrução por um tempo maior, porém que se reverte antes de uma grande lesão neuronal; a sintomatologia dura mais ou menos de 24 horas até 3 semanas, até que o edema seja drenado (reabsorvido) que surge como resposta a um espasmo, onde extravasa líquido do vaso. NÃO DEIXA SEQUELA NO PACIENTE. - AVE (acidente vascular encefálico): Isquemia prolongada ou obstrução gerando lesão com conseqüência seqüela. Pode ocorrer desde a diminuição da força muscular ou a perda de 29 movimento de um dimídio. Não necessariamente tem que comprometer todo um hemicorpo. DEIXA SEQUELA NO PACIENTE. Quanto ao tipo Primeiro tipo - Hemorrágico: É mito falar que um AVE hemorrágico é mais nocivo (pior), que o isquêmico. Isso não existe, vai depender da extensão da hemorragia e da localização. As alterações são devido ao mesmo problema da isquemia. Nenhum neurônio morre afogado na hemorragia, os neurônios morrem, pois o sangue extravasou e não consegue chegar longe para levar oxigênio. O que ficou banhado de sangue não acontece nada com ele, pois a oxigenação para ele está chegando. O problema é do local para frente. No AVE hemorrágico, a grande preocupação é verificar quais são as características clínicas. A hemorragia pode acometer dois locais distintos: PARÊNQUIMA ENCEFÁLICO (ocorre a hemorragia dentro do tecido encefálico), chamado de hemorragia intracerebral ou intraparinquematosa, e pode ter também um AVE quando a hemorragia acontece dentro do ESPAÇO SUBARACNÓIDEO (mesmo sendo no espaço subaracnóideo, é considerado hemorrágico – chamado de hemorragia subaracnóidea). No caso da hemorragia subaracnóidea, o paciente perde a consciência imediatamente, ou tem alteração da consciência (fica confuso e sonolento). Agora, posso falar em prognóstico pior, ou melhor: A hemorragia no espaço subaracnóideo é pior, ou seja, é mais nocivo, o prognóstico é reservado. A possibilidade de óbito é muito grande. Por quê? Porque tem um sangramento que acontece no espaço onde o licor circula e com isso tem-se o aumento do volume líquido circulante neste espaço. Isso faz com que haja um aumento abrupto da pressão intracraniana. Quando tem o aumento súbito e extenso da pressão intracraniana, pode acontecer uma herniação do tronco encefálico em direção ao forame magno, ou seja, a pressão intracraniana empurra o encéfalo para baixo. Assim, o tronco encefálico entra no forame magno e o centro de controle respiratório é comprimido, levando ao paciente a morte súbita. Segundo tipo – Isquêmico: Um neurônio consegue sobreviver no máximo em torno de 4 minutos sem oxigenação nenhuma. A partir daí ele vem a óbito. O que acontece quando tenho um AVE? Depois da obstrução de 3 a 4 minutos, existe uma área onde já tem morte neuronal. Porém, a área adjacente a área de lesão primária, no momento que ela percebe que houve uma área com lesão neuronal, os neurônios da área principal diminuem drasticamente seu metabolismo trabalhando no nível mais basal possível, ou seja, só para sintetizar proteínas para manter sua sobrevida. Essa diminuição do metabolismo faz com que esses neurônios dessa área adjacente eles consigam trabalhar com apenas 40% do aporte de oxigênio habitual por até 2 horas. Essa área é chamada de ZONA PENUMBRA. 30 Se no prazo de 2 horas essa isquemia (obstrução) for resolvida, o aporte sanguíneo volta ao normal e os neurônios da área de penumbra passam a funcionar normalmente. Porém, se demorar mais de 2 horas para esse paciente ser atendido, os neurônios da área de penumbra eles vêm a óbito, aumentando ainda mais a lesão. Na grande maioria dos pacientes com AVE isquêmico, eles não perdem a consciência, a não ser que seja em tronco encefálico. 70 a 80% dos AVE são isquêmicos. Somente 20% são hemorrágicos. ETIOLOGIA do AVE 1) Formação de placa aterosclerótica: Posso ter uma AVE isquêmico por causa de um infarto aterosclerótico = Tem-se a formação de uma placa aterosclerótica, essa placa vai obstruir a luz do vaso, vai provocar uma estenose prolongada e uma diminuição da perfusão do vaso, faltando oxigênio. Quais são os locais mais comuns da formação de placas? Nas bifurcações dos grandes troncos arteriais, porque como o fluxo é muito turbulento, tem-se uma estase maior do sangue (fica mais tempo no local, na bifurcação), faz com que tenha a formação de placa de forma mais acentuada do que em qualquer outro local. 2) Devido a uma embolia: O êmbolo pode ser oriundo de artérias extracranianas, com úlceras ou estenose. ENDOCARDTITE BACTERIANA = É a principal fonte de êmbolo em pacientes adultos jovens. A fonte do processo infeccioso numa endocardite normalmente são dente e garganta. Com esse acúmulo de bactérias, provoca a embolia, levando ao AVE isquêmico. 3) Infarto lacunar de pequenos vasos: É quando você tem uma isquemia que compromete os ramos que são mais profundos e se são mais profundos, vão irrigar as estruturas mais profundas do encéfalo. Quando tem uma obstrução nos vasos arteriais que vão penetrar no cérebro, ou seja, aqueles vasos que vão inervar as estruturas mais internas, como por exemplo, cápsula interna, núcleos da base, tálamo e região paramedial do tronco cerebral. Como são estruturas mais internas, normalmente vai determinar uma sintomatologia motora pura (síndrome motora), pouco ou nenhum comprometimento ou alteração sensorial. Hemorragia INTRACEREBRAL: Aquele quadro onde tenho uma hemorragia dentro do tecido encefálico é chamada de hemorragia intracerebral ou intraparinquematosa. Quais são as principais causas dessa hemorragia? 1) Quadro de hipertensão (pode provocar a formação de placa aterosclerótica e também lesão do vaso sanguíneo, ficando extremamente fina e delgada e se dilata. Com o aumento de pressão, pode ter rompimento dessa parede tendo sangramento no local). 2) Angeopatias (alterações nos vasos sanguíneos que ocorrem principalmente nos idosos). A parede do vaso sanguíneo de uma pessoa mais idosa é uma parede que perde elasticidade, fica mais endurecida. Se tem um 31 fluxo sanguíneo aumentado por uma atividade exercida, a pressão é tão grande que rompe a parede do vaso que está endurecida. A ANGIOPATIA NÃO PRECISA ESTAR ASSOCIADA COM HIPERTENSÃO, ou seja, a própria angiopatia pode ser considerada sozinha uma causa de hemorragia intracerebral. Se estiver associada com a hipertensão por alguma coisa, a chance de obter um AVE é muito maior. 3) Má formações arteriovenosas: O indivíduo vai ter uma veia, uma artéria próxima e devido a má formação, você tem comunicação entre uma veia e uma artéria. O sangue misturado que flui para essa região,é um sangue extremamente turbulento, e a parede da má formação é uma parede delgada e fina (facilmente rompível). Doença da moya-moya: É uma doença onde existe a presença de inúmeras má formações arteriovenosas. Sempre, o indivíduo vai ter sangramento, que pode ser medular ou encefálico. Geralmente esse sangramento ocorre na infância ou na adolescência. 4) Aneurisma: Não obrigatoriamente vai sangrar. O que vai determinar se precisa fazer uma clipagem vai ser o tanto que ela está dilatando. Se não tiver mudança de diâmetro, não tem necessidade de clipagem ou estente. Nem todo mundo precisa fazer a cirurgia. 5) Distúrbios hemorrágicos ou anticoagulação. 6) Traumatismo craniano. 7)Tumores: Para a célula tumoral crescer e multiplicar, elas precisam de irrigação sanguínea. Essa angiogênese surge a partir da ramificação das artérias já existentes. Então o tumor dependendo da velocidade de crescimento, provoca laceração do vaso sanguíneo. 8) Discrasias sanguíneas: São alterações na composição do sangue que favorecem o sangramento (como por exemplo, anemia falciforme, anemia aplásica, leucemia aguda). Locais mais comuns de ocorrer a hemorragia intracerebral Região do Núcleos da Base, núcleo caudado, putâmem, ponte, cerebelo, tálamo ou substância branca profunda. É de pior prognóstico mais nocivo, de pior prognóstico do que isquemia, pois acometem áreas mais profundas do encéfalo, sendo áreas nobres, como responsável pelo controle motor ou sobrevida. Quadro clínico no momento que o paciente tem a hemorragia intracerebral Vai depender do local e do tamanho do hematoma. A maioria dos pacientes vão ter no momento da hemorragia cefaléia intensa (moderada a intensa), vômito em “curvinha” (não é em jato), presença de sinal motor ou sensorial (na hora apresenta uma hemiplegia ou monoplegia). Normalmente não apresenta o quadro de inconsciência, a alteração da consciência dele vai ser branda, tipo sonolento, confuso e pouco responsivo = obinubilado. 32 Hemorragia SUBARACNÓIDEA: É a pior de todas e causa um aumento intenso da pressão intracraniana, ou seja, tem o sangramento dentro do espaço subaracnóideo (por onde circula o licor). As causas da hemorragia subaracnóidea são as mesmas da hemorragia intracerebral. Quadro clínico da hemorragia subaracnóidea O paciente vai ter uma forte cefaléia = chamada de cefaléia lancinante = provoca um urro alto devido a cefaléia, vômito em jato, perde a consciência no momento da hemorragia. Como está inconsciente, não vai apresentar sinal focal, motor e nem sensorial. Mortalidade alta devido a herniação do tronco encefálico pra dentro do forame magno. Determinantes do AVE (fatores de risco), modificáveis e não modificáveis do AVE Dentre todos os fatores modificáveis e não modificáveis, o principal fator de risco para o AVE é a idade (quanto mais avançado a idade maior o risco, por causa das alterações fisiológicas ao envelhecimento, como por exemplo, a rigidez da parede do vaso sanguíneo, composição sanguínea, formação da placa é mais veloz). A partir de 65 anos de idade a incidência e muito maior. Hoje em dia, essa média abaixou para 55 a 60 anos, por causa da qualidade de vida geral que caiu muito devido a globalização. Contribuição familiar, sexo e idade são fatores não modificáveis (ex: todos os irmãos hipertensos, a chance é enorme de ter AVE). AVE com o sexo: Os homens possuem uma linha contínua ao passar a idade com os riscos. Já a mulher, até os 50 anos possuem essa linha linear, mas a partir dos 50 anos, devido aos fatores que são alterados (hormonal – menopausa), a linha tem um pico muito alto e rápido. O problema é que a cada dia que passa existe mais casos com menopausa precoce, aumentando o risco das complicações como AVE. Em relação aos fatores de risco modificáveis (podemos intervir), hipertensão (2º maior fator de risco) (acelera a formação das placas ateroscleróticas). = O pior é o paciente que tem a hipertensão crônica, a pressão se mantém constantemente (tem possibilidade muito maior do que tem os picos hipertensivos). Cardiopatias e Diabetes. Diabetes é considerado fator de risco para o AVE devido ao favorecimento a formação das placas, altera a composição da parede dos vasos e altera o metabolismo favorecendo o rompimento dos vasos. Normalmente o diabético possui mais uma ou várias patologias associadas, são raros os pacientes que são exclusivamente diabéticos. Hipercolesterolemia, uso de cigarros (aumenta a viscosidade sanguínea, aumentando a agregação plaquetária e, além disso, a nicotina é extremamente tóxica, favorecendo o rompimento. Uso de drogas ilícitas pesadas (principalmente a hemorrágica e as vezes isquêmica). Essas drogas provocam aumento da pressão arterial, provocando arritmia cardíaca podendo gerar o quadro de embolia levado a lesão do sistema nervoso. 33 Uso de anticoncepcional oral de forma crônica (acima de 5 anos sem nenhum intervalo). Estresse. Ataque isquêmico transitório (AIT) = Pacientes com AIT, aproximadamente 30% que tiveram vão evoluir para um quadro de AVE em torno de 1 ano ou 1 ano e meio. Existe a importância do diagnóstico é para verificar que existem outros fatores de risco que estão provocando a isquemia, dando a possibilidade de controlar antes de ter o AVE. A possibilidade do AIT se transformar em um AVE é muito pequena quando o paciente tem como sintoma do AIT o quadro de Aneurose ocular ou cegueira monocular transitória = É quando a visão fica embaçada, isso, significa dizer que a artéria oftálmica foi comprometida. Como essa artéria possui um ramo muito superficial e distal da cerebral média, indica que o grande tronco está livre de obstrução. Está obstruindo somente a periferia. Isso é um bom indicativo para intervir de forma precoce e preventiva. SÍNDROME TOPOGRÁFICA Existem variações da sintomatologia devido aos locais de lesão de determinadas artérias. ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA = É a artéria mais acometida no AVE. Sintomas: Hemiplegia ou Hemiparesia contralateral. É o quadro de paralisação ou perda do movimento da metade do corpo (não tem nada do movimento). Hemiparesia é quando tem a diminuição do movimento da metade do corpo (tem pelo menos um pouco do movimento). Parestesia: Distúrbio da sensibilidade, tais como: dormência, formigamento, queimação, choque. São sensações que não conseguem ser fidedignos na hora de relatar. Porque que a hemiplegia é contralateral? Por causa da decussação dos tratos motores nas pirâmides bulbares. Porque o comprometimento é maior distal? Por causa dos dois grandes tratos motores, sendo o principal o cortico espinhal anterior contralateral que não decussa nas pirâmides devido a “reconstituição” do outro lado não acometido. Área de irrigação da artéria cerebral média vai irrigar toda a parte lateral e a cerebral anterior, a face medial. Dentre as áreas que a cerebral média vai irrigar, ela irriga o giro pré central e o pós central (córtex sensorial). Só que o giro pós central continua na região medial e também vai ser irrigado pela cerebral anterior. Portanto, o paciente que tem comprometimento da artéria cerebral média, vai apresentar alteração sensorial, mas jamais vai ter ausência de sensibilidade, porque a cerebral anterior supre a parte medial do córtex sensitivo e mantém a função sensorial. Quanto a alteração sensorial, o paciente vai ter uma DIMINUIÇÃO na sensibilidade. Vai ter o quadro de Hipoestesia (diminuição da sensibilidade tátil), Hipoalgesia (diminuição da sensibilidade dolorosa), diminuição da sensibilidade térmica, de vibração, diminuição da sensibilidade proprioceptiva, ou seja, profunda (utiliza o 34 teste do espelho ou espelhamento para avaliar sensibilidade profunda do paciente hemiplégico) = O teste avalia cinestesia (sensação do movimento) e a sensação de amplitude final de movimento. Como é feito? Indivíduo com os olhos vendados. Terapeuta realiza movimento com o membro plégico e
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