Buscar

COSMETOLOGIA-SEMIOLOGIA-E-FARMACOLOGIA-APLICADA-A-ESTÉTICA-3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
COSMETOLOGIA, SEMIOLOGIA E FARMACOLOGIA 
APLICADA A ESTÉTICA 
1 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3 
2. FARMACOLOGIA GERAL: CONCEITOS FUNDAMENTAIS E 
FARMACOCINÉTICA ................................................................................. 4 
3. FARMACODINÂMICA ................................................................................ 7 
4. MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ............................................................. 9 
5. CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM COSMETOLOGIA .......................... 11 
6. IMUNOLOGIA CUTÂNEA E COSMETOTOXICIDADE: VISÃO GERAL .. 15 
7. ACNE: CUIDADOS COSMÉTICOS ......................................................... 22 
8. HIPERCROMIA CUTÂNEA IDIOPÁTICA DA REGIÃO ORBITAL ............ 28 
9. INGREDIENTES COSMÉTICOS DESPIGMENTANTES ......................... 30 
10. INTRODUÇÃO AOS PEELINGS .............................................................. 34 
11. COSMÉTICA ANTI-AGING E NEUROCOSMÉTICA ................................ 38 
12. CUIDADOS COSMÉTICOS INICIAIS COM A QUEDA CAPILAR ............ 44 
13. HIDRATAÇÃO CORPORAL E PRODUTOS ANTIPOLUIÇÃO ................. 47 
14. MANEJO COSMÉTICO DE CICATRIZES................................................ 49 
15. REFERÊNCIAS ........................................................................................ 54 
 
 
 
 
3 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Cosmetologia é a área da ciência farmacêutica dedicada a desenvolver, 
elaborar, produzir e acompanhar os efeitos e resultados de produtos cosméticos, além 
de realizar pesquisas e análises sobre esses produtos. Essa ciência estuda as 
diferentes formas e possibilidades de ação, aplicação e efeitos dos cosméticos, além 
de analisar como a matéria prima e seus componentes, de origem natural ou sintética, 
podem ser utilizados em tratamentos cosméticos. 
A cosmetologia tem três funções principais: A Função decorativa, também 
denominada estética, visa promover um aperfeiçoamento na aparência do local onde 
o produto é aplicado. A Função conservadora, é aquela relacionada com a proteção 
da pele e seus anexos diante dos efeitos de radiação, umidade, calor, frio intenso e 
outros de caráter físico e por último a Função corretiva, é aquela relacionada com o 
produto cosmético com finalidade de corrigir pequenas imperfeições relacionadas a 
estrutura orgânica da pele e seus anexos. Além disto também pode ser usada para o 
equilíbrio de pequenas alterações funcionais ou fisiológicas. 
A Farmacologia é uma ciência biomédica que estuda o comportamento de 
moléculas ativas com finalidade de diagnóstico, cura ou tratamento de doenças. A 
Cosmetologia é uma ciência farmacêutica que estuda o desenvolvimento de produtos 
para limpar, alterar a aparência, perfumar e/ou corrigir odores corporais. 
Basicamente, os conceitos de Farmacologia são aplicáveis em Cosmetologia: os 
ingredientes cosméticos possuem mecanismos de ação semelhantes aos da 
pesquisa com fármacos. Conhecimentos de Farmacologia são importantes para uma 
visão ampliada e segura durante o planejamento da prescrição cosmética, 
especialmente porque se trata de prontuários individualizados, já que cada paciente 
é único em suas necessidades estéticas. 
A semiologia, ou propedêutica, está relacionada ao estudo dos sinais e sintomas 
das doenças humanas. A semiologia é muito importante para o diagnóstico e 
acompanhamento das diversas enfermidades. Diferentemente, os sinais são 
alterações apresentadas pelos pacientes que podem ser observadas pelo 
examinador, seja a olho nu ou mesmo com o auxílio de algum equipamento, como 
um rash cutâneo ou mesmo um sopro cardíaco. É importante ressaltar que para uma 
semiologia de qualidade ser desenvolvida é de extrema necessidade o conhecimento, 
4 
 
 
por parte do farmacêutico, da fisiologia de órgãos e dos sistemas, pois a partir desse 
entendimento a avaliação semiológica poderá ser realizado com maior segurança. 
2. FARMACOLOGIA GERAL: CONCEITOS FUNDAMENTAIS E 
FARMACOCINÉTICA 
 
 
 
 
 
 
 
Conceitos fundamentais 
A Farmacologia é a ciência que estuda os mecanismos de ação das substâncias 
utilizadas para diagnóstico, tratamento ou cura de doenças, bem como seu 
comportamento no organismo. Um fármaco é um agente químico que proporciona 
efeito terapêutico ou preventivo. As formulações que levam fármacos em sua 
composição são denominadas medicamentos. 
O termo remédio, por vezes atribuído aos medicamentos, constitui-se, na 
realidade, qualquer recurso que tenha efeito terapêutico para o paciente. É o caso, 
por exemplo, das terapias manuais para pessoas estressadas ou depressivas ou um 
simples banho relaxante. As formas farmacêuticas são as formas como os 
medicamentos prontos são apresentados aos pacientes. Como exemplo: 
» Formas farmacêuticas sólidas: cápsulas, comprimidos; 
» Formas farmacêuticas líquidas: xaropes, suspensões, soluções; 
» Formas farmacêuticas semissólidas: géis, cremes, loções, pomadas. 
Cosméticos não possuem finalidade terapêutica, portanto, não são remédios. 
 
5 
 
 
Farmacocinética – visão geral 
A Farmacocinética é a parte da Farmacologia que estuda o comportamento do 
organismo em relação ao fármaco, isto é, o que o organismo faz com o fármaco, como 
ocorre seu processamento em termos de: 
1. absorção; 
2. metabolização; 
3. distribuição; 
4. eliminação do organismo. 
Absorção: é a passagem da substância ativa do local onde foi administrada para a 
corrente sanguínea, sem que se desintegre. 
Metabolização: consiste em um conjunto de reações químicas que tornam a 
molécula realmente ativa e/ ou mais facilmente absorvida, geralmente conferindo-lhe 
hidrossolubilidade. 
Os cosméticos de uso interno, torna-se relevante abordar alguns aspectos sobre o 
metabolismo hepático: 
1. O fígado possui uma rede de processamento de substâncias que chegam até ele 
via circulação, feito pelo sistema de enzimas do tipo mono-oxigenases, do citocromo 
P450. Essas enzimas podem sofrer aumento da atividade através do aumento do 
número de enzimas, o que chamamos de indução. Este efeito pode ou não causar 
toxicidade, a depender da substância que está sendo processada. 
2. O fígado também é responsável pelo efeito de primeira passagem: alguns fármacos 
sofrem metabolização tão extensa que a quantidade que chega na corrente 
sanguínea acaba sendo muito menor que a quantidade administrada e absorvida. 
Eliminação: É a saída dos fármacos do organismo. Geralmente analisa-se a 
eliminação em termos de Clearance, que é o volume de plasma sanguíneo livre do 
fármaco por unidade de tempo. 
Distribuição: é a passagem da substância ativa da corrente sanguínea para os 
tecidos que são oslocais de ação dos fármacos. Exemplo: produtos para dor de 
cabeça vão agir na vascularização do sistema nervoso central. É chamado de 
biodisponibilidade a estimativa da velocidade e tempo gasto para uma molécula 
chegar na corrente sanguínea, bem como qual a quantidade disponível. Alguns 
fármacos podem se acumular no tecido adiposo, nos ossos, dentes, olhos, atravessar 
6 
 
 
a barreira hematoencefálica (que protege o sistema nervoso central de substâncias 
circulantes) e, no caso das gestantes, podem atravessar a barreira placentária. Por 
isso, todo cuidado é pouco na seleção de fármacos para administração em qualquer 
tipo de paciente. 
São fatores que influenciam o sucesso terapêutico: 
» Forma farmacêutica administrada; 
» Como ocorreu a administração (via oral, via tópica, injetável – intramuscular, 
intravenosa etc.); 
» Forma de movimento do fármaco no organismo. 
A forma de movimento do fármaco no organismo está relacionada ao modo como a 
molécula ativa entra na célula. São os três movimentos principais: 
1. difusão (passagem) simples direta pela membrana, sem gasto de energia na forma 
de ATP, comum para moléculas lipossolúveis; 
2. difusão facilitada por canais iônicos (canais formados por proteínas carreadoras 
que levam a molécula de fora para dentro da célula), sem gasto de energia; 
3. transporte ativo através de canais proteicos, com gasto de energia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
3. FARMACODINÂMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Farmacodinâmica é a parte da Farmacologia que estuda o mecanismo de 
ação do fármaco, isto é, quais modificações gera no organismo, como, por que e 
quando ocorrem. Os fármacos agem no organismo através de interações com 
elementos que são chamados de alvos. Um alvo consiste no local específico, em nível 
molecular, onde o fármaco irá agir. Os principais alvos são: 
» Enzimas (podem ser inibidas ou ter sua atividade aumentada); 
» Moléculas transportadoras (podem ser bloqueadas ou ter sua atividade aumentada); 
» Canais iônicos (podem ser abertos ou fechados); 
» Receptores específicos: locais de ligação de substâncias endógenas onde fármacos 
com estrutura química semelhante às substâncias endógenas se ligam. 
Quanto à ação nos receptores, pode ocorrer ligação do fármaco para simular o 
efeito de uma substância endógena, no intuito de aumentar o efeito fisiológico 
causado por esta, ativando o receptor e cascatas de sinalização dentro da célula. A 
estes fármacos dá-se o nome de agonista. Exemplo: O corpo libera naturalmente 
adrenalina na corrente sanguínea, que se liga a seus receptores específicos em 
determinados órgãos. Existem moléculas para o tratamento da asma, por exemplo, 
que possuem estrutura semelhante à da adrenalina, para ligar-se aos mesmos 
receptores apenas nas vias aéreas e ativá-los, causando dilatação para maior 
passagem de ar. 
8 
 
 
O sinergismo entre fármacos acontece quando duas ou mais moléculas, quando 
associadas na administração, potencializam um único efeito, por mecanismos 
semelhantes ou diferentes. Exemplos em cosmetologia: controladores de oleosidade 
e adstringentes, quando associados, favorecem a eliminação de comedões, no 
tratamento da acne. Os fármacos que se ligam a um receptor para bloquear a ação 
das substâncias endógenas são chamados de antagonistas. Exemplo: Existem 
moléculas semelhantes à adrenalina que se ligam aos receptores para adrenalina no 
coração, visando reduzir a frequência cardíaca e a força de contração, no intuito de 
controlar a pressão arterial: sem a ligação de adrenalina, o coração não recebe 
estímulo para fazer mais força /contrações que o necessário, o que colabora para o 
abaixamento da pressão arterial. 
Natureza da atividade farmacológica: são diferenças existentes para receptores de 
ação reguladora sobre funções fisiológicas. São classificadas em: 
» Antagonismo competitivo: quando duas substâncias disputam a ligação pelo mesmo 
alvo. Vence a que tiver o melhor perfil químico para se ligar ao alvo; 
» Antagonismo químico: ocorre alteração da estrutura química de um fármaco, o que 
causa perda da função original; 
» Antagonismo fisiológico: ocorre alteração da função de um fármaco por outro, sem 
alteração da estrutura química; 
» Antagonismo farmacocinético: ocorre alteração dos parâmetros farmacocinéticos 
(absorção, metabolismo, distribuição, excreção) de um fármaco por outro. 
Se duas ou mais substâncias apresentam qualquer tipo de antagonismo, não 
devem, portanto, ser associadas na mesma formulação nem administradas 
simultaneamente. Quando um fármaco é administrado de maneira contínua ou 
repetida (não necessariamente por erros de medicação), existe o risco de 
desenvolvimento de taquifilaxia, que é a perda do efeito do fármaco por alterações 
causadas ou mesmo perda dos alvos no organismo. Diferentemente desta condição, 
enquadra-se o conceito de adaptação fisiológica, que é a redução do efeito de um 
fármaco por respostas do organismo que tendem à condição de homeostase, o que 
gera tolerância ao fármaco. 
9 
 
 
4. MEDIADORES INFLAMATÓRIOS 
 
O processo inflamatório é uma resposta do organismo que se inicia nos vasos 
sanguíneos em direção aos tecidos quando há lesão por qualquer agente etiológico. 
A finalidade da inflamação é proteger o organismo através de mecanismos para 
destruição e eliminação do agente etiológico, além de reparar a área afetada. Desta 
forma, pode-se entender que existem diversos tipos e intensidades de inflamação, 
variando o agente e a área afetada. Quando são exagerados, os processos 
inflamatórios causam doenças como processos dolorosos, alergias, autoimunidades 
e destruição tecidual. 
O controle da inflamação, atualmente, é feito principalmente com anti-
inflamatórios não esteroidais e corticoterapia, a depender do caso. Não existe uma 
sequência exata estrita para os eventos da inflamação, isto é, as etapas podem 
ocorrer simultaneamente, porém, três fases principais podem ser identificadas: 
Fase aguda de fenômenos vasculares: ocorre vasodilatação, aumento do fluxo 
sanguíneo e da permeabilidade vascular, com extravasamento de proteínas e outras 
biomoléculas. 
Fase tardia: ocorre infiltração de células do sistema imune como neutrófilos e outros 
fagócitos por diapedese e migração dessas células para o local da inflamação, para 
captura e destruição do agente causador da inflamação. 
Fase de degeneração tecidual com fibrose. 
O conhecimento das principais substâncias envolvidas na inflamação torna-se 
importante para os estudos de farmacologia e cosmetologia, considerando que, 
conhecendo como mediam os processos inflamatórios, pode-se planejar melhor os 
cuidados cosméticos para diversas condições inestéticas associadas à inflamação, 
como a acne e as cicatrizes. Os mediadores da inflamação são os responsáveis pelo 
caráter considerado uniforme dos processos inflamatórios, não importando se o 
agente etiológico é uma bactéria, um corpo estranho, radiação etc. 
A depender da doença (ex.: alergias, neoplasias malignas, psoríase), apesar 
dos mediadores serem quimicamente semelhantes, as associações fisiologicamente 
10 
 
 
programadas variam, inclusive em quantidade. Principais mediadores dos processos 
inflamatórios: 
» Histamina: encontrada pré-formada na maioria dos tecidos corporais, tem sua ação 
condicionada aos receptores onde se liga, a saber: 
› Receptores H1 (várias regiões corporais): contração da musculatura lisa, 
brônquios, bronquíolos; edema, eritema, prurido, aumento da secreção de muco e da 
permeabilidade de capilares; indução de vômito. 
› Receptores H2 (estômago): estimula a secreção de suco gástrico. 
» TXA2 (Trombxano A2): faz vasoconstrição e estimula a agregação plaquetária. 
» PAF (Fator de Agregação Plaquetária): estimula a agregação plaquetária, é 
vasodilatador, aumenta a permeabilidade vascular e tem ação quimiotática (atração) 
de células imunológicaspara o local da inflamação. 
» Bradicinina: ação vasodiltadora, aumenta a permeabilidade vascular, estimula a 
contração do intestino. 
Em casos onde há parasitoses intestinais envolvidas, a contração do intestino é 
importante para a eliminação do parasita nas fezes. 
Prostaglandinas 
» PGE2: reduz o limiar da nocicepção, tem ação sinérgica com substâncias que 
causam dor por estimulação das terminações nervosas, causa febre e 
broncoconstrição. 
» PGI2: tem ação vasodilatadora e antiagregação plaquetária. 
Leucotrienos 
» LTB4 (Leucotrieno B4): promove adesão, ativação e proliferação de células 
imunológicas. 
» LTC4 (Leucotrieno C4): broncoconstritor. 
» LTD4 (Leucotrieno D4): vasodilatador. 
» LTE4 (Leucotrieno E4): vasoconstritor. 
11 
 
 
5. CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM COSMETOLOGIA 
 
» Cosméticos: formulações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas para 
uso externo (cabelo, pele, unhas, lábios, dentes e mucosa da cavidade oral) com 
finalidade exclusiva de limpar, alterar a aparência, perfumar e/ou corrigir odores 
corporais, para proteger a pele ou mantê-la em bom estado (sadia). 
» Cosmecêuticos: termo não reconhecido pela Anvisa nem pelos órgãos regulatórios 
de produtos cosméticos e farmacêuticos internacionais. Indica cosméticos cujas 
fórmulas possuem propriedades terapêuticas associadas, sendo usados nos 
“tratamentos cosméticos”. São produtos para acne, caspa, esmalte para micoses etc. 
» Grau de risco I: produtos isentos de registro do Ministério da Saúde, oferecendo 
riscos mínimos ao usuário. Ex: shampoos/condicionadores comuns, hidratantes etc. 
» Grau de risco II: produtos que devem ter segurança e eficácia comprovadas, além 
do registro no Ministério da Saúde. Ex: produtos para acne, despigmentantes, 
anticaspa, para micoses, para área dos olhos, filtros solares, para uso nas mucosas 
(como as soluções para bochechos) e produtos de uso infantil. 
» Cosméticos naturais: estendem seus efeitos para todo o organismo. As fases 
oleosas são feitas com ceras e esqualeno naturais, além da lanolina e ésteres, 
fosfolipídios derivados 
biológicos. Não são 
usados produtos 
sintéticos nem 
conservantes 
sintéticos. Os ativos 
são todos naturais. Ex.: 
blend (mistura) de 
óleos naturais. 
» Produtos orgânicos: produtos com certificação diferencial conferida por órgão 
competente (como o EcoCERT), cuja formulação não leva itens sintéticos como 
silicones, fragrâncias, polietilenoglicol (PEG), corantes, derivados do petróleo nem 
produtos de origem animal. Todos os componentes da fórmula são exclusivamente 
12 
 
 
naturais e seguem rígidos padrões de produção (sem agrotóxicos, processamento em 
indústrias de padrão trabalhista ouro etc.) sendo, portanto, certificados. Não são feitos 
testes em animais. No mínimo, 95% dos produtos envolvidos (e a empresa) devem 
ser certificados. Os produtos são livres de metais pesados, toxinas e OGM 
(organismos geneticamente modificados – os transgênicos). 
Vias de penetração da pele e de hidratação 
É fundamental diferenciar: 
Óstio: local de saída da secreção gerada pela glândula sebácea e dos pelos. 
Poro: local de saída de glândula sudorípara. 
São vias de penetração dos princípios ativos na pele: 
» Transdérmica: substâncias de baixo peso molecular, caráter anfótero (isto é, são 
hidrossolúveis e lipossolúveis), passam pela pele e caem na corrente sanguínea. Uso 
exclusivo de medicamentos. 
» Transfolicular: passam entre o folículo piloso e a papila dérmica. Área com pouco 
pelo (especialmente idosos), tem hidratação mais difícil, por deficiência neste 
mecanismo, já que o folículo fica obstruído. 
» Transcelular: por difusão, os ativos passam de uma célula para a outra. Ocorre 
principalmente com ativos lipofílicos. O pH alcalino aumenta emoliência da pele por 
clivagem da queratina da camada córnea; por isso, o caráter alcalino tem maior 
permeabilidade da pele, um fator de risco para uso dos produtos. 
A importância da hidratação 
A redução da espessura da pele e do tecido subcutâneo, por ação química e/ou 
ambiental, são os principais mecanismos de desidratação, além da nutrição 
inadequada. A perda de água transepidermal, entendida como a evaporação da água 
dos tecidos mais profundos até a epiderme, ocorre naturalmente na pele, até mesmo 
para regulação de temperatura corporal. É importante que qualquer produto 
cosmético possa proporcionar hidratação, para garantir a integridade do tecido e para 
que o ativo exerça sua função corretamente. 
São vias de restauração da hidratação da pele por cosméticos: 
13 
 
 
» Oclusão: os poros são obstruídos e a água da pele não evapora. 
» Umectação: são usados ativos higroscópicos para reduzir a volatização da água da 
superfície da pele. 
» Restauração: feita através de elementos originais da pele como proteínas 
(hidrolizados – para maior absorção), colágeno, carboidratos e lipídeos que são 
inseridos nas fórmulas. Também podem ter filtro solar. 
Formas de apresentação dos cosméticos (variações de veículos) 
» Cremes: são emulsões óleo/água ou água/óleo de boa consistência (maior 
viscosidade). 
» Loções: microemulsões de baixa ou média viscosidade. 
» Géis: redes poliméricas hidratáveis (natrosol, carbopol, aristoflex, pemulen, sepigel, 
etc.) de boa consistência em geral. São os veículos mais escolhidos para peles 
oleosas. 
» Leites: microemulsões de pouca viscosidade, para limpeza de pele. 
» Tônicos: soluções vasodilatadoras, refrescantes, rubefacientes e cicatrizantes. São 
próprias para recuperar a nutrição, ph e tônus da pele (izotonizantes). Finalizam a 
etapa de limpeza. 
» Sticks: preparações sólidas de ácidos graxos e álcool etílico, solidificados por 
estearato de sódio. Podem ser hidratantes, despigmentantes etc. 
» Óleos: preparações de origem vegetal/animal, líquidos à temperatura ambiente. » 
Sabonetes: líquidos, glicerinados, barra (tradicionais), shower gel, esfoliantes, 
antissépticos (íntimos). 
» Shampoos: De pH alcalino, podem ser: hidratantes, anticaspa, antiresíduos, 
infantis, antiqueda etc. 
 
 
 
 
14 
 
 
Conceitos de Química 
» pH: índice de acidez tolerado por áreas corporais ou substâncias ativas. Varia de 0 
a 14, sendo que até 7 o pH é ácido, em 7 é neutro e de 7 a 14 é alcalino ou básico. O 
pH das diferentes áreas corporais está no quadro a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conhecer o pH das diferentes áreas corporais é fundamental para a escolha do 
cosmético: produtos muito ácidos ou muito alcalinos podem causar danos sérios às 
áreas onde são aplicados, como queimaduras e lesões. Além disso, observar o pH 
das substâncias é fundamental para que possam ser associadas sem que haja 
incompatibilidades. 
» Solubilidade: capacidade de uma substância se dissolver na presença de outra. 
Podem ser classificadas em: insolúveis (caráter hidrofílico/fábico), pouco solúveis, 
livremente solúvel, solúvel. 
» Fotossensibilidade: característica das substâncias que podem ser alteradas/ 
inativadas pela luz. 
» Higroscopicidade: capacidade de uma substância agregar água para sua 
estrutura. Ex.: as substâncias com sódio (Na+2). 
Alterações físicas e químicas dos cosméticos 
Os cosméticos podem, quando mal conservados ou se forem malformulados, 
apresentar alterações físicas e/ou químicas, que impossibilitam o uso do produto pelo 
15 
 
 
risco de causar algum efeito colateral no usuário ou mesmo nenhum efeito, pela 
inativação da substância ativa. As principais alterações são: 
» Alterações de cor (oxidação); 
» Alterações do odor (contaminação); 
» Separação de fases (tensoativo inadequado); 
» Formação de precipitado; 
» Presença de sobrecamada com mal cheiro/alteração de odor (contaminação 
bacteriana). 
 
6. IMUNOLOGIA CUTÂNEA E COSMETOTOXICIDADE: 
VISÃO GERAL 
 
A imunologia é uma ciência biológica que trata dos mecanismos e respostas 
complexas desenvolvidas pelo organismopara reconhecimento e consequentemente 
eliminar ou conter substâncias ou corpos estranhos que invadem o organismo, como 
vírus, microrganismos, proteínas e outras moléculas que podem alterar o 
funcionamento normal do corpo. Existe também o reconhecimento de substâncias 
próprias do organismo, para que não sejam inclusas nestas vias de defesa, o que 
aponta um alto nível de organização e segurança destes mecanismos. A este 
conjunto dá-se o nome de imunidade. 
A resposta imune é, na realidade, uma via integrada, composta por mecanismos 
complexos simultâneos de defesa. Contudo, para facilitar o estudo, divide-se a 
resposta imune em dois ramos: 
1. Resposta Imune Inata: é a imunidade que o indivíduo traz consigo quando 
nasce. Os mecanismos da imunidade inata se instalam de maneira rápida 
como componente de defesa e agem de maneira inespecífica para diferentes 
agressores, isto é, usam o mesmo mecanismo de defesa para qualquer agente 
reconhecido como estranho ao organismo. 
16 
 
 
A amamentação é importante para este mecanismo, uma vez que os anticorpos 
da mãe são transmitidos ao feto pelo leite, conferindo certa capacidade de defesa 
orgânica à criança. As respostas da imunidade inata são feitas por células chamadas 
de fagócitos, (células capazes de capturar o agente agressor e destruílo com 
substâncias presentes em grânulos no citoplasma), a saber: 
a) basófilos; 
b) eosinófilos (atuam principalmente em defesa contra parasitas); 
c) macrófagos (localizados nos tecidos internos); 
d) células NK; 
e) sistema de complemento (proteínas que complementam a defesa contra 
microrganismos de maneira geral). 
Alguns agentes agressores podem ser mais fortes que outros, tanto que, quando 
existe necessidade de tratamento por medicação, as dosagens e o tipo de 
medicamento costumam variar significativamente. A esta propriedade dos agentes 
agressores dá-se o nome de virulência. O fato de a imunidade inata não agir de 
maneira diferenciada para diferentes agressores, portanto, indica que os mecanismos 
inatos podem não ser eficientes em determinados casos, já que o nível da defesa 
deve ser proporcional ao da virulência (que podemos entender também como nível 
de periculosidade), e não existe esta variação na imunidade inata. 
Para desenvolver respostas mais eficientes e específicas, existem os mecanismos da 
imunidade adaptativa: 
2. A imunidade adaptativa é adquirida ao longo da vida do indivíduo através de 
contato direto com o agressor por exposição, vacinas, transfusão etc. Atua 
através de diversos mecanismos (propriedade de complexidade) de forma 
específica para o combate (propriedade de especificidade), sendo capaz de 
agir rapidamente caso um agente agressor previamente combatido entre no 
organismo novamente (capacidade de memória imunológica), como nas 
vacinas e reinfecções. 
A imunidade adaptativa realiza a vigilância imunológica, que é o monitoramento 
da entrada e presença de agentes agressores e substâncias relacionadas. Falhas 
17 
 
 
neste monitoramento podem causar neoplasias malignas. A imunidade adaptativa se 
desenvolve principalmente a partir de anticorpos e antígenos. Os anticorpos (também 
conhecidos por imunoglobulinas) são glicoproteínas que reconhecem os agentes 
agressores (antígenos) de maneira específica e ligam-se a estes (para cada antígeno 
é produzido um tipo de anticorpo). Esta ligação funciona como um mecanismo de 
marcação do antígeno, avisando aos demais componentes do sistema imune que há 
algo de estranho no organismo que deve ser eliminado. 
Os antígenos são moléculas que possuem a capacidade de serem reconhecidas 
pelas células e moléculas do sistema imune, ou seja, são capazes de se ligarem aos 
receptores celulares e anticorpos. O antígeno pode ser uma fração da estrutura de 
bactérias, vírus, fungos, protozoários, helmintos ou substâncias solúveis produzidas 
por microrganismos e outras células. A maioria dos antígenos são proteínas, porém, 
alguns são polissacarídeos, lipídeos ou glicolipídeos. 
Os antígenos normalmente possuem vários locais onde o anticorpo pode se ligar 
que são chamados de epítopos. Existem epítopos que podem induzir uma resposta 
imune mais forte, como podem ter resposta mais fraca. Esta resposta depende da 
sua estrutura química, que definirá o nível da força de ligação (complexação) ao 
anticorpo. Os antígenos são chamados de imunogênicos quando são capazes de 
induzir uma resposta imune, são chamados de alergênicos quando induzem reações 
de hipersensibilidade (alergias) e são chamados de tolerogênicos quando são 
capazes de inibir o desenvolvimento de uma resposta imune. 
Na imunidade adaptativa, o antígeno é capturado pelo linfócito B (célula 
imunológica) e processado para geração do epítopo. Este fragmento do antígeno é 
então apresentado ao linfócito T (os linfócitos possuem capacidade de memória e 
especificidade), que libera substâncias (citocinas) que estimulam o linfócito B a 
produzir anticorpos específicos para o antígeno capturado. Estes anticorpos se ligam 
a outras células imunológicas. Quando o antígeno se ligar ao anticorpo, a célula 
imunológica libera substâncias presentes no seu interior para eliminar o antígeno, 
através do rompimento da membrana celular, o que chamamos de desgranulação. 
Desta forma, se estabelecem os mecanismos de defesa. 
 
 
18 
 
 
Hipersensibilidades 
As hipersensibilidades são transtornos imunológicos caracterizados por erros na 
programação fisiológica do sistema imune, de modo que atuam de maneira 
inadequada, prejudicando a saúde do indivíduo. São tipos: 
Hipersensibilidade tipo 1 (alergias): é caracterizada pelo excesso de produção de 
anticorpos IgE para mínimas quantidades de antígenos, geralmente inertes para a 
maioria da população. Os fagócitos liberam o conteúdo dos seus grânulos, causando 
sinais e sintomas diversos, a depender do órgão afetado, como rinite, dermatite, 
conjuntivite e rinossinusite. 
Hipersensibilidade tipo 2: também chamada de citotóxica, ocorre quando o 
anticorpo se liga a uma superfície celular e não a reconhece como normal, 
estimulando o sistema imune a destruí-la. O caso mais clássico é a anemia hemolítica 
do recém -nascido, onde os anticorpos da mãe destroem as hemácias do feto em 
caso de variação do fator RH. 
Hipersensibilidade tipo 3: ocorre quando há a formação de imunocomplexos 
patogênicos com forte potencial inflamatório, por excesso de anticorpos ou por erros 
na programação da avidez. 
Hipersensibilidade tipo 4: chamada de tardia, envolve a participação de células 
imunológicas (linfócitos T, macrófagos etc.) sem anticorpos livres, na geração de 
resposta inflamatória. Os sinais são percebidos no mínimo 48h depois do início, por 
isso recebe o nome de tardia. 
Cosmetotoxicidade 
A Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das 
interações de substâncias químicas com o organismo. A toxicidade é a capacidade 
potencial de geração de danos às estruturas biológicas, o foco de estudo da 
Toxicologia. A Toxicologia de cosméticos trata das reações adversas e os efeitos 
decorrentes do uso inadequado ou da susceptibilidade individual aos produtos. 
Agente tóxico ou toxicante é a substância capaz de causar dano a um sistema 
biológico, em condições específicas de exposição. 
Os xenobióticos são substâncias que o organismo reconhece como estranho, 
através de mecanismos imunológicos. Intoxicação é um processo patológico causado 
19 
 
 
por substâncias endógenas ou exógenas, caracterizado por desequilíbrio fisiológico 
gerado pelas alterações bioquímicas no organismo. 
Na intoxicação aguda, os sintomas surgem geralmente em algumas horas após 
curto período de exposição ao agente tóxico. Poderá se manifestar de forma leve, 
moderada ou grave, dependendo da quantidade de substância absorvida e da 
sensibilidade do organismo. A intoxicação subcrônica indica exposição moderadaou 
pequena a produtos alta ou medianamente tóxicos e as conseqüências surgem mais 
lentamente. A intoxicação crônica tem surgimento em meses ou até anos, após 
exposição a agentes tóxicos, podendo causar danos irreversíveis à saúde do 
indivíduo. 
Principais vias de intoxicação por cosméticos 
» A via dérmica é a mais comum de intoxicações pela maioria dos agentes. A 
absorção depende principalmente da composição da formulação, tempo de 
exposição, solubilidade, grau de ionização, dimensão das moléculas, se ocorre 
hidrólise no pH da epiderme, estado de hidratação da camada córnea, umidade 
ambiental, temperatura do corpo e do ambiente e exposição à luz solar. 
Além das dermatites, são consequências da intoxicação por via dérmica: 
› Fotolergia: indução de resposta alérgica da pele semelhante à mediada pela 
radiação UV. 
› Fototoxicidade: potencial do material induzir uma resposta irritante da pele mediada 
por irradiação UV. 
› Teratologia: toxicidade potencial para o feto. Mais comum para produtos de uso 
interno. 
São elementos fundamentais na toxicologia cutânea: composição e dosagem da 
formulação, nível de exposição, quantidade da substância permeada, classe do 
cosmético na qual o ativo pode ser utilizado, método, duração e frequência de 
aplicação, quantidade de produto em cada aplicação e possível exposição do produto 
à luz solar. 
» Via respiratória: As vias aéreas são revestidas de mucosas altamente irrigadas, 
portanto o potencial de absorção nesta área é considerado elevado. Produtos que 
20 
 
 
geram gases, fumaças, neblinas e poeiras, principalmente em espaços confinados ou 
com pouco arejamento, podem causar intoxicação. 
Embora não seja a unanimidade, pode-se afirmar que os cosméticos são produtos 
seguros quando utilizados de maneira adequada e seguindo as recomendações do 
fabricante. As reações adversas com esses produtos não são frequentes, e, quando 
ocorrem, na maioria dos casos, é devido ao uso de forma inadequada ou a acidentes. 
Nas últimas décadas, muitos ingredientes foram banidos da composição de 
cosméticos em todo o mundo, como o hexaclorofeno (conservante), compostos de 
mercúrio e halogenados, propelentes de clorofluorcarbono e ingredientes geradores 
de nitrosaminas. Para garantir a segurança de produtos de higiene, cosméticos e 
perfumes, são necessárias comprovações que vão desde o histórico de segurança 
do produto e de suas matérias-primas até a realização de ensaios toxicológicos 
específicos. 
Em princípio, para todo produto cosmético, seja ele de grau de risco 1 ou 2, o 
fabricante tem por obrigação dispor dos dados de segurança. São considerações a 
serem feitas por tipo de produto: 
» Produtos para uso infantil – irritação cutânea primária; 
» produtos para a área dos olhos – irritação ocular cumulativa; 
» Produtos para os cabelos, como tinturas e alisantes de cabelo – irritação dérmica e 
do couro cabeludo; 
» Produtos para proteção das radiações solares – testes de fototoxicidade e 
fotoalergia; 
» Produtos para a higiene íntima – testes clínicos de irritação de mucosa genital em 
humanos; 
» Produtos destinados à pele sensível – testes de irritabilidade acumulada, 
sensibilização, fototoxicidade e fotoalergia cutânea; 
» Produtos que no rótulo contenham as expressões “hipoalergênico”, “não 
comedogênico”, “não acnogênico”, “dermatologicamente oftalmológico + 
ginecologicamente testado”, “clinicamente testado”, “produto para gengiva sensível” 
e “produto para pele + couro cabeludo sensível” – testes comprobatórios dessas 
21 
 
 
propriedades. Também, sempre que a rotulagem mencionar atributos, tais como “não 
irritante”, “não arde os olhos” etc. 
São questões problemáticas em toxicologia dos cosméticos: 
Corantes: As moléculas tintoriais podem causar irritações à pele e ao ouro cabeludo, 
uma vez que são produtos sintéticos e geralmente misturas de variados polímeros. 
Muitos fabricantes têm optado por retirar os produtos coloridos do mercado quando 
há suspeitas de toxicidade, já que os altos custos para provar a sua segurança nem 
sempre justificam economicamente a permanência no mercado. 
Fragrâncias: também são produtos sintéticos, e o sintoma inicial mais comum é o 
aparecimento de rinite com a aplicação tópica do produto. 
Formaldeído: substância de elevado potencial carcinogênico, com o uso permitido 
pela Anvisa como conservante (até 0,2%) e até 5% para endurecer unhas. O uso nas 
concentrações permitidas não proporciona alisamento capilar, com risco de forte 
queda após o procedimento. 
Tensoativos: como são moléculas anfifílicas, o manto hidrolipídico pode ser removido 
e a perda de água transepidermal facilitada, especialmente os de cadeia pequena, 
que podem se instalar na pele com mais facilidade. Atualmente existe uma tendência 
para opção por fosfolipídios orgânicos, que são mais semelhantes aos lipídios da 
pele. 
Parabenos (sistema conservante): além do risco de dermatite de contato, existe o 
risco de lesão de queratinócitos em caso de exposição solar e potencial cancerígeno 
com uso prolongado. O uso de conservantes naturais tem sido uma opção 
interessante para a indústria cosmética e para a manipulação, especialmente os 
produtos orgânicos e de apelo green-concept. 
Metais: a toxicidade por metais pesados é um problema antigo. Além da indução de 
dermatites, o potencial tóxico se expande para a carcinogênese, por exemplo, no caso 
dos sais de alumínio usados em formulações antiperspirantes. 
Na prática, os produtos cosméticos são raramente associados com sérios danos à 
saúde. Entretanto, isto não significa que produtos cosméticos sejam sempre seguros, 
especialmente considerando os efeitos em longo prazo. Considerando que estes 
produtos podem ser usados extensivamente durante um amplo período de tempo, é 
22 
 
 
fundamental garantir sua segurança e eficácia, controlando a toxicidade do produto 
final e dos seus ingredientes. 
 
7. ACNE: CUIDADOS COSMÉTICOS 
 
 
 
 
 
 
A acne é uma patologia crônica de alta prevalência e de etiologia multifatorial: 
causas genéticas, hormonais, alimentares, climáticas, medicamentosas, cosméticas 
e o estresse podem desencadear a doença. É caracterizada pela hiperqueratinização 
e oclusão folicular, com hipersecreção sebácea e proliferação da bactéria 
Propioniumbacterium acnes. É mais comum entre adolescentes, mas pode se 
estender até os 30 anos, acometendo os homens com mais severidade. A procura 
masculina por tratamentos estéticos constitui a maior parte dos casos. Os locais mais 
afetados são a face, a região peitoral e o dorso. Aproximadamente 80% das pessoas 
a desenvolvem em algum momento da vida, representando mais de 30% das causas 
de consultas dermatológicas. 
O uso de cosméticos pela população leiga é irracional, com alta incidência de 
reações adversas. O sucesso do tratamento depende da seleção correta dos produtos 
e procedimentos, da disciplina e da adesão do paciente às medidas planejadas. 
Alergias e seleção de cepas resistentes de bactérias, em especial do 
Propionibacterium acnes, após uso prolongado bactericidas tópicos são as principais 
causas de falhas do tratamento de boa adesão. Patogenia: ocorre processo 
inflamatório crônico do folículo pilossebáceo, com quatro fatores considerados 
principais: 
23 
 
 
1. obstrução do folículo piloso, secundário à descamação anormal dos queratinócitos 
foliculares; 
2. aumento da oleosidade e produção sebácea; 
3. proliferação da bactéria anaeróbica Propionibacterium acnes (P. acnes) e seu 
metabolismo, gerador de produtos irritantes; 
4. desencadeamento de respostas imunes e inflamatórias induzidas pelo P. acnes ou 
Staphylococcus aureus (bactéria da foliculite). 
Os queratinócitos se descamam formando um tampão que obstrui o folículo. 
Essa alteração pode estar associada a mudanças na composição sebácea por defeito 
na proliferação celular controlada porhormônios andrógenos.A partir daí, ocorre a 
formação do microcomedão (lesão microscópica), a fase inicial da acne. Os 
comedões são essencialmente saturações dos folículos pilossebáceos por sebo e 
queratina. A dor, comum nas acnes graus 2 e 3, vem do processo inflamatório gerado 
pelo sebo. São tipos de comedões: 
» Comedão fechado: pequena estrutura que bloqueia o fluxo do sebo, obstruindo o 
folículo e levando ao acúmulo de fragmentos celulares, bactérias e lipídeos na luz do 
folículo. Inflama com facilidade (o conteúdo do sebo é altamente inflamatório). 
» Comedão aberto: se vasos linfáticos forem pressionados até a saída da linfa, o 
local pode ficar com acúmulo de melanina como mecanismo de resposta, constituindo 
o comedão aberto, a lesão enegrecida por depósito de melanina, que sofre oxidação 
pela luz e pelo ar. 
O aumento na produção do sebo pode ser devido ao aumento de andrógenos 
circulantes (caso da maioria dos adolescentes), por maior resposta da glândula aos 
andrógenos ou ambas as causas. 
A influência da testosterona na acne: na pele e no couro cabeludo, verifica-se a 
presença da enzima 5α-redutase, que converte testosterona em 5-
dihidroxitestosterona (5-DHT). A 5-DHT tem ação cem vezes mais potente que a 
testosterona no tocante à produção de sebo, obstruindo os folículos, causando a 
inflamação da acne e também a queda capilar. Como a testosterona é predominante 
em homens, a acne ocorre com mais severidade, por causa deste mecanismo. 
24 
 
 
Ingredientes cosméticos para uso tópico 
Ácido azelaico: diminui a síntese de melanina inibindo as tirosinases e também inibe 
a 5α-redutase, impedindo o progresso da acne. Uso de 10 – 20% em pH 6,5. 
Ácido glicólico: acelera a renovação celular. É usado de 5 a 10% para acne e 
clareamento, em pH 3 a 4. O uso excessivo ou inadequado pode causar lesões, 
pigmentações e cicatrizes. 
Ácido glicirrízico: obtido do alcaçuz, é anti-inflamatório e antialérgico. Usado de 0,1 
a 2% em pH 3. 
Ácido lático: antipruriginoso em baixos teores (0,5 – 2%), acelera a remoção celular 
em 5 – 15%. pH 3,8 a 4. 
Lactato de amônia desodorizado: derivado do ácido lático, é usado de 12 – 20% 
para o tratamento da acne, foliculite e para diminuir compactação da camada córnea, 
melhorando também a hidratação. 
Ácido salicílico: principal ácido do tratamento da acne. Tem ação clareadora suave 
e antioleosidade até 2% e queratolítica acima de 2%, sendo usado em calos, por 
exemplo. Uso em faixa de pH até 4,5. 
» Glicosan salicílico: ciclodextrinas de liberação prolongada. Uso de 1 a 5%. 
Gluconolactona: renovador celular com potencial similar ao ácido retinoico e ação 
antiacneica similar ao peróxido de benzoíla. Uso de 3 a 10% em pH 3,5 a 4,5. Pode 
ser usada em tônicos faciais. 
Biotina (Vitamina B6): usada de 0,1 a 1%, em ampla faixa de pH. A associação com 
chá verde e sulfato de zinco promove alto efeito secativo. 
Peróxido de benzoíla: libera oxigênio contra as bactérias anaeróbias e possui ação 
queratolítica. O uso contínuo por 1 ou 2 semanas pode causar descamação. 
Dermatites de contato ruborizadas são o efeito colateral mais comuns, sendo 
desconfortáveis. Uso de 2 a 5% em ampla faixa de pH. 
Nicotinamida (Vitamina B3): tem ação anti-inflamatória suave, sendo usado a 4%, 
em ampla faixa de pH. Resorcina: queratolítico, antisséptico e antisseborreico, é 
25 
 
 
usado de 2 a 5%, especialmente em soluções hidroalcoólicas, em ampla faixa de pH 
(geralmente ácido). 
Antibióticos de uso tópico 
Óleo de melaleuca (Tea tree oil): antifúngico, antisséptico e cicatrizante, é atóxico e 
levemente adstringente, com odor característico. Usado de 2 a 5%. 
» Epicutin: forma microencapsulada do óleo, que permite que o produto seja 
praticamente inodoro. Usado de 3 a 5%. 
Óleo de copaíba: usado de 2 a 5%, ampla faixa de pH. Praticamente inodoro. 
Irgasan: produto sintético que pode ser usado em diversas apresentações 
cosméticas. Uso de 0,1 a 1%, em ampla faixa de pH. 
Eritromicina: antibiótico sintético de pH neutro. Usado de 1 a 3%. ATENÇÃO: 
VENDA EXCLUSIVA COM RECEITA MÉDICA. 
Clindamicina: produto sintético considerado o mais potente para acne. Usado de 1 
a 2% em pH 4. ATENÇÃO: VENDA EXCLUSIVA COM RECEITA MÉDICA. 
Ext. Glic. Própolis: possui compostos antioxidantes, cicatrizantes e bactericidas. Uso 
de 3 a 10% em ampla faixa de pH. 
Sulfato de cobre: antiséptico geralmente associado ao sulfato de zinco. Utilizado em 
geral a 1%. 
Derivados do enxofre 
Enxofre precipitado: tem ação queratolítica, antioleosidade e antisséptica. Por ser 
insolúvel, é mais bem aproveitado em gel. É usado de 2 a 10%, em ampla faixa de 
pH. 
Biosulphur / Tiolisina Complex: possuem as mesmas funções do enxofre ppt, sendo 
o biosulphur usado de 0,5 a 2% em gel, creme e shampoos, e a tiolisina, uma forma 
orgânica do enxofre, usada de 2 a 5%. 
Cicatrizantes, calmantes e regeneração celular 
 Alantoína 
 Alfabisabolol 
 Ext. glic. Camomila/Calêndula/Aloe 
Vera 
26 
 
 
 Drieline Depantenol 
 Óleo de rosa mosqueta 
 Vitaminas A, E 
Hidratantes 
 PCA-Na 
 Algasan 
 Hidroviton 
 Ac hialurônico 
 Elastina 
 Aquaporine Active 
Controle da oleosidade: seborreguladores 
Espironolactona: atua inibindo a 5α-redutase, diminuindo a conversão de 
testosterona em 5-DHT. Usada a 0,4; 0,6 e 1% em gel e solução hidroalcoólica. 
Matipure / Anti-oil spheres: são ativos da classe dos silicatos, que promovem alta 
adsorção da oleosidade excessiva, sem deixar a pele ressecada, promovendo o efeito 
“mate”. O uso em filtros solares pode diminuir o fator de proteção. 
Adstringentes 
Chá verde ext. glic. / Hamamelis ext. glic. Possuem alto poder de fechamento dos 
poros por precipitação de proteínas. Também podem ser utilizados em tônicos. Uso 
de 3 a 10%. 
» A associação do chá verde com vitamina B6 e sulfato de zinco reduz muito a 
oleosidade, com forte efeito seborregulador e adstringente. 
Sulfato de zinco/ Gluconato de zinco: além de adstringentes, têm ação antisséptica, 
sendo usados de 0,5 a 2% em cremes, loções e géis, em ampla faixa de pH. 
Controlam a oleosidade por inibir a 5α-redutase. Por serem solubilizados em água, 
podem aumentar a fluidez das fórmulas. 
Produtos avançados 
Sepicontrol A5: antiacneico que atua sinergicamente sobre as cinco principais causas 
do desequilíbrio visto nas peles oleosas: 
1. diminui a ação da enzima 5α-redutase; 
2. diminui a proliferação bacteriana; 
27 
 
 
3. diminui a síntese de lipases (minimiza a formação de ácidos graxos livres 
peroxidáveis); 
4. diminui a ação das elastases (reduz a propagação da inflamação); 
5. Combate radicais livres (reduz a inflamação). 
Azeloglicina: ácido azelaico ligado a duas moléculas do aminoácido glicina. Possui 
ação menos agressiva que o ácido azelaico. pH de 5 a 11, uso de 5 a 10%. 
ATENÇÃO: INCOMPATÍVEL COM ALGUNS FILTROS SOLARES. 
Acnebiol: composto de ácido salicílico associado ao salicilato de dimetilsilanodiol 
(anti-inflamatório, antioxidante, queratolítico e antiedema), acetilmetionato de zinco, 
colágeno e elastina hidrolizados e extratos vegetais cicatrizantes e hidratantes. Usado 
de 4 a 8% em pH de 4,5 a 7,5. 
AcneControl: adstringente, anti-inflamatório, inibidor da lipogênese e da 5α-redutase, 
antioxidante, renovador celular e antimicrobiano contra o P.acnes. É capaz de reduzir 
o tamanho dos poros em até 60% e reduzir em até 16% o número de glândulas 
sebáceas ativas. Usado de 3 a 8%. 
Acnacidol: seborregulador, queratolítico e antimicrobiano, composto por um lend de 
AHA derivados da geleia real. É capaz de reduzir a secreção sebácea em quase 
400%, e o número de glândulas sebáceas ativas em quase 200%. 
Aqualicorice PU: extrato obtido do alcaçuz com ação antioxidante e seborreguladora 
por inibição da 5α-redutase. Tem ação antimicrobiana contra fungos e P.acnes. 
Usado de 0,5 a 1% em pH 5 a 7.Trikenol: comedolítico, seborregulador e antimicrobiano, é composto de extrato de 
Manuka (planta da família da melaleuca), ácido salicílico e extratos vegetais derivados 
do salgueiro, a fonte dos derivados salicílicos. Usado de 0,2 a 0,8% em ampla faixa 
de pH. 
 
 
28 
 
 
8. HIPERCROMIA CUTÂNEA IDIOPÁTICA DA REGIÃO 
ORBITAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
A hipercromia cutânea idiopática da região orbital (ou pigmentação da região 
infraorbital) é uma manifestação cosmética facial desagradável, cujo aspecto 
escurecido da região orbitária dá aspecto cansado à face. Os tratamentos clínicos 
atuais apresentam dificuldade de melhora, porém resultados duradouros. 
As causas não são totalmente conhecidas, mas cogitam-se como causas 
primárias: tendência hereditária, depósito de melanina na derme por transtornos 
locais de pigmentação e danos à grande vascularização superficial visível. Entre as 
causas secundárias estão tumores pituitários, distúrbios tireoidianos, síndrome de 
Cushing (causada pelo uso excessivo de corticoides, gerando alterações nos 
eletrólitos e nos lipídeos: ocorre elevação do teor de melanina basal da epiderme e 
derme superficial), doenças autoimunes e neoplasias. 
Também ser pós-inflamatória, pós-traumático, ou causado por medicações 
fotossensibilizantes. Patologia: Existem processos superficiais e angiológicos 
(relacionado aos vasos sanguíneos) envolvidos: os primeiros envolvem o excesso de 
produção e transferência de melanina para células imunológicas (macrófagos 
teciduais). Já os angiológicos envolvem a deposição de compostos de ferro 
(principalmente a hemossiderina) contido no interior das hemácias (glóbulos 
vermelhos) nos finos vasos sanguíneos da região orbital e periorbital, que sofrem 
rompimento após extravasarem da circulação para a derme por ação mecânica ou 
29 
 
 
química (processo inflamatório local): depois de oxidados, os compostos adquirem a 
coloração característica na área dos olhos. Os sais de ferro também se acumulam 
nas células imunológicas, podendo ser depositados na derme com a morte destas 
células, aumentando o grau da hipercromia. 
A presença de trombo residual no interior dos vasos tratados determina 
periflebite, que favorece a eritrodiapedese (vazamento das hemácias pelos vasos 
sanguíneos) e a estimulação dos mastócitos perivasculares, que liberam histamina. 
Isto provoca a contração das células endoteliais formando fendas que favorecem a 
saída das hemácias e consequente a pigmentação. Pacientes alérgicos, além de 
todas as causas já citadas, ainda têm mais um agravante: a estase venosa causada 
pela congestão nasal, de modo que, além dos sais férricos precipitados na área dos 
olhos, existe também a presença de histamina, um dos principais mediadores 
químicos das alergias. 
Portanto, este paciente deve ser encaminhado ao médico ou ao farmacêutico 
para os cuidados medicamentosos com a alergia. Ao longo do tratamento, com a 
redução da congestão nasal, a estase tende a diminuir, facilitando o clareamento 
local. A piora ocorre por influenciar na microcirculação local, especialmente na 
distribuição de oxigênio, o que piora o aspecto. É importante ressaltar que os 
resultados dos tratamentos cosméticos são lentos, devendo estar associados a 
procedimentos faciais. Massagens locais para favorecer a circulação e a drenagem 
prévias aos cosméticos são de grande importância. São princípios ativos indicados 
para a hipercromia cutânea idiopática da região orbital: 
» Vitamina K1: substância importante na cascata de coagulação capaz de eliminar o 
sangue extravascular. Usada a 1% em pH de 4 a 5. 
» Beta-escina: usada a 1% em ampla faixa de pH. É adstringente, anti-inflamatório e 
descongestionante venoso, usado em cremes, loções ou géis. 
» Biorusol: uso de 0,5 a 1% em pH 5 a 8. É anti-inflamatório e antiedema. 
» Bioskinup Contour: reduz a produção de mediadores da inflamação, causando 
vasodilatação local com extravasamento de líquidos responsáveis pela alteração da 
coloração e formação do edema da região periorbital, reduzindo as olheiras e 
minimizando a deposição anormal de hemossiderina na área dos olhos. 
30 
 
 
» Ácido tioglicólico a 2% em bastão: Sua afinidade pelo ferro é alta, sendo capaz 
de quelar a hemossiderina, reduzindo a pigmentação. Contudo, por ser um ácido em 
uma região sensível, oferece risco de sensibilização. Neste caso, o uso do ácido deve 
ser suspenso, e produtos calmantes devem ser utilizados até a melhora. 
» Melscreen Coffee Skin: Composto por 3 potentes antioxidantes naturais que 
normalizam o equilíbrio celular e conferem uma proteção avançada. Extrato de café 
rico em ácido ferúlico; rutina, flavonoide anti-inflamatório; carcinina, peptídeo de 
potente ação antioxidante atuam contra a glicação do colágeno e na proteção da 
fragmentação do DNA. Uso: 1 a 4%. 
 
9. INGREDIENTES COSMÉTICOS DESPIGMENTANTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patologia geral das hiperpigmentações 
Os melanócitos são células dendríticas (tipo de células do sistema imune) 
produtoras do pigmento melanina. Correspondem a 13% das células da epiderme e 
estendem os seus filamentos para as camadas mais superficiais, de modo que a 
pigmentação atinja camadas mais superficiais. A glândula hipófise, do SNC, em 
resposta à luz do sol, fabrica o hormônio melanoestimulante. Após a síntese de 
melanina nos melanócitos, esta é transferida para as células das camadas mais 
superficiais através dos filamentos que se projetam para o citoplasma das demais 
células. Este mecanismo protege o material genético das células contra os danos da 
radiação UV, isto é, a pigmentação é um mecanismo fisiológico de defesa. O exagero 
31 
 
 
desta produção por ação hormonal, exposição ao sol ou agressões à pele como 
ferimentos, depilação e processo inflamatório local, gera a hipermelanose, que pode 
evoluir com diferentes tonalidades do marrom ao castanho escuro. 
A rota de síntese da melanina envolve as enzimas tirosinases 1,2 e 3, que 
convertem a tiroxina até a melanina. A inibição destas enzimas e a dispersão da 
melanina acumulada (a depender da região corporal, melhora da drenagem, ou por 
descamação) são as opções atuais de tratamento. A maioria dos transtornos de 
hiperpigmentações são de comportamento refratário e recidivante, por isso entende-
se que a despigmentação é um processo difícil. 
O tratamento com os produtos tradicionais e peelings é recomendado durante o 
inverno, quando a incidência solar é naturalmente menor. Os AHA em pH de 4 a 5 e 
em baixas concentrações são substâncias tradicionalmente usadas, além da 
hidroquinona, que não é um produto cosmético, mas um recurso medicamentoso para 
as desordens de pigmentação. Contudo, já estão disponíveis os despigmentantes 
avançados, de pH de 5 a 7, menos agressivos e de resultados satisfatórios. Um 
aspecto peculiar da relação hidratação e manchas: a hidratação reduz a produção de 
melanina e a quantidade de substâncias pró-inflamatórias na pele, que também tem 
ação pigmentante sobre a pele. Portanto, manter a pele hidratada colabora na 
prevenção de recidivas de hipercromias indesejadas. 
O fato de o tempo estar nublado não quer dizer que não há a radiação UVA/UVB! 
São ingredientes cosméticos tradicionais: 
» Ácido azelaico: diminui a síntese de melanina inibindo as tirosinases e também 
reduz a conversão de testosterosa em 5 – ∝ – testosterona, impedindo o progresso 
da acne. Uso de 10 – 20% em pH 6,5. 
» Ácido fítico: obtido do arroz, aveia ou gérmen de trigo, inibe as tirosinases e 
também tem ação antioxidante e anti-inflamatória. Uso de 0,5 a 2% em pH 4 a 4,5. 
» Ácido glicólico: acelera a renovação celular (dispensa a melanina), diminuindo a 
espessura e a compactação da camada córnea. Estimula a síntese de colágeno, 
sendo usado para atenuar linhas fixas de expressão e rugas. É usado de 2 a 10% 
para acne e clareamento, e de 30 a 70% para peelings, especialmentepara linhas de 
32 
 
 
expressão recentes, em pH 3 a 4. O uso excessivo ou inadequado pode causar 
lesões, pigmentações e cicatrizes. 
» Ácido glicirrízico: obtido do alcaçuz, é anti-inflamatório e antialérgico, uma boa 
opção de associações com outros ácidos utilizados para manutenção do tratamento, 
ou mesmo para o início. Usado de 0,1 a 2% em pH 3. 
» Ácido kójico: despigmentante obtido do arroz, tem baixo índice de irritação da pele. 
Atua inibindo a tirosinase. Uso de 1 a 3% em pH 3 a 5. 
» Ácido lático: antipruriginoso em baixos teores (0,5 – 2%), acelera a remoção celular 
em concentração de 5 – 15%, diminuindo a compactação da camada córnea. pH 3,8 
a 4. 
› O lactato de amônio desodorizado, um sal derivado do ácido lático, é usado de 12 – 
20% para o tratamento da acne, foliculite e para diminuir compactação da camada 
córnea, melhorando também a hidratação. 
» Hidroquinona: proibida em muitos países da Europa pelo potencial cancerígeno, a 
hidroquinona age bloqueando as tirosinases ativas e causando alterações na 
membana dos melanócitos, eliminando-os. Causa eritema com descamação e até 
erupções na pele, não devendo ser usada por mais de 3 meses. Usada de 2 a 10% 
em pH 4. Mediante as opções avançadas, é relevante evitar o uso de hidroquinona. 
Despigmentantes avançados 
Aqualicorice PT: extraído do alcaçuz, é antioxidante e despigmentante, por inibir a 
síntese de melanina. Usado de 0,5 a 1% em pH 5 a 7. 
Antipollon HT: é um silicato de alumínio sintético, que adsorve a melanina de 
liberação recente e a já fixada na pele, não agindo sobre a tirosinase e praticamente 
não oferece sensibilização à pele, podendo, portanto ser utilizado por gestantes. É 
um adjuvante útil no tratamento das efélides, podendo ser usado de 0,5 a 4% em pH 
de 4 a 10. 
Arbutim: derivado da hidroquinona, também atua sobre a tirosinase, mas tem menos 
efeitos adversos e faixa de pH mais flexível. Uso de 1 - 3% em pH 5 - 8. 
IDB light: idebenona lipossomada, inibe a tirosinase. Usado de 2,5 a 10% em pH 3 a 
8. 
33 
 
 
Isocell citrus: agente clareador baseado em citroflavonoides da casca do limão, com 
atividade antitirosinase. Associado a fosfolipídeos, tem aumento da 
biodisponibilidade, penetração e a atividade. 
Kinetin L: Associação de ácido alfa-lipoico, VC-PMG e Adenin. Usado 
padronizadamente a 10% em pH 4,8 a 8. 
Melawhite: glicopeptídeo que atua sobre a tirosinase, usado de 2 a 5% em ampla 
faixa de pH. 
VC-PMG: Fosfato de ascorbil magnésio: derivado hidrossolúvel da Vit C. Uso de 1 a 
3% em pH 7 a 9. 
Melfade: extrato obtido da uva-ursi que contem arbutim e metilarbutim, associado ao 
VC-PMG. Usado de 3 a 8%. 
VC-IP: Derivado lipossolúvel da Vit C. Uso de 0,05% a 1% em pH 4 a 6. O fato de ser 
lipossolúvel confere ao ativo certa fixação superior na pele, por isso é usado em 
menor concentração. 
Thalasferas de Vit. C: VC-PMG encapsulado em esferas de colágeno, para liberação 
gradual. Uso de 5 a 10% em pH 5,5 a 7. Em associação com o chá verde, reduz a 
degradação do colágeno. Uso interessante na área dos olhos. 
Radizen: complexo antioxidante composto de Vitaminas A, E, C e extrato de Ginkgo 
biloba. Uso de 2 a 10% em ampla faixa de pH. 
Whitessence: extrato de jaca de origem asiática livre de hidroquinona, uso em pH de 
6 a 8, de 1 a 3%. 
 
34 
 
 
10. INTRODUÇÃO AOS PEELINGS 
 
 
 
 
 
 
 
 
A palavra peeling vem do inglês que significa descamar. Consistem em recursos 
de esfoliação acelerada induzida produtos específicos, resultando na remoção 
controlada de porções da epiderme e/ou derme com posterior regeneração de novos 
tecidos. Com a ação dos ativos, ocorre estímulo da liberação de mediadores do 
processo inflamatório, resultando em espessamento da epiderme, depósito de 
colágeno, reorganização dos elementos estruturais da pele e aumento do volume 
dérmico. 
Objetivo dos cuidados pré-peeling: 
» Preparo para o peeling: iniciar a descompactação do extrato córneo; 
» Aumentar o poder de permeação dos ativos aplicados durante o peeling; 
» Acelerar a resposta inflamatória e a descamação da pele. 
Objetivo dos cuidados pós-peeling: 
» Recuperar o manto hidrolipídico, pH, nutrição e a hidratação; 
» Prevenir repigmentações indesejadas; 
35 
 
 
» Potencialização e manutenção dos resultados obtidos. 
 
Ingredientes cosméticos para o pré-peeling 
» Alfa-hidroxi-ácidos (AHAs): são os ácidos tradicionais: ácido glicólico, lático, 
mandélico, tioglicólico, tricloroacético e glicirrízico. Em baixas concentrações, 
aceleram a taxa de renovação celular e estimulam a síntese de novas fibras de 
colágeno. 
A diferença entre queratolíticos típicos como a resorcina e o ácido salicílico e os AHAs 
é que estes atuam sobre os as células maduras e superficiais da camada cónea, isto 
é, de fora para dentro; os AHAs atuam sobre as células germinativas profundas, 
(formação do estrato córneo), ou seja, de dentro para fora. Sugestão para o preparo 
do paciente: 
 Ácido glicólico __10% 
 Ácido lático __ 5% 
 Ácido kójico __2% 
 Gel base qsp 30g 
 Ácido glicólico ___ 6% 
 Ácido salicílico ___2% 
 Propolis ext._____5% 
 Sabonete gel base qsp 60ml 
 
 
Ingredientes cosméticos para o pós-peeling 
36 
 
 
» Ácido ascórbico (vitamina C): recupera a elasticidade, firmeza e hidratação da pele, 
melhora a textura cutânea e reduz a síntese de melanina, além de ser um antirradical 
livre. 
» Vitamina P: atua regulando a permeabilidade e fragilidade capilar. 
» Ácido glicirrízico: anti-inflamatório, antiedematoso. 
» Hamamélis: adstringente, vasoconstritor. 
» Drieline/Alfabisabolol: calmantes, anti-inflamatórios. 
Atenção: produtos pós-peeling devem ser exclusivamente de pH 7. 
Sabonete: 
 Chá verde ext. glic. ____5% 
 Calêndula ext. glic.____5% 
 Camomila ext. glic.____5% 
 Azuleno _________0,02% 
 Sabonete LÍQUIDO qsp 
Aplicar com movimentos circulares suaves e deixar agir por 30 segundos. 
 Hidratantes 
 Alfabisabolol ___2% 
 Drieline____1% 
 Vegelip___8% 
 Aloe-vera ext. __10% 
 Loção hidratante qsp 
 Thalasferas de Vitamina 
C____10% 
 Ácido Hialurônico 
__________8% 
 Adenin _______0,1% 
 Aquaporine Active _____5% 
 Vitamina E _________1% 
 Sérum qsp 
Etapas da execução do peeling 
1. Higienização da pele com sabonete: o uso de ácidos no sabonete (ex: salicílico ou 
glicólico) seguida de álcool 70% ou acetona para ação desengordurante, facilitando 
uma ação homogênea do produto. Em cabine, pode-se utilizar, por exemplo, um 
sabonete gel com ácido glicólico de 10% e ácido salicílico a 5%. Usar em pH mínimo 
de 4. 
2. Aplicação do produto para o peeling, observando a melhor técnica e o tempo de 
permanência na pele do paciente; 
37 
 
 
3. Neutralização (caso necessário) e remoção manual do produto restante. 
Peeling de ácido tioglicólico 
Usado no tratamento de hiperpigmentações de várias origens, como as dos 
membros inferiores, decorrentes de problemas vasculares. Utilizado de a 10-20%, 
apresenta a vantagem de não provocar edema ou eritema, porém pode produzir leve 
esfoliação. Pode ser usado a 10%, em veículo gel, a cada 15 dias, num total de 5 
sessões iniciais. A 1ª aplicação pode ter duração máxima de 2 min., podendo-se 
acrescentar tempo aos poucos (ex.: 1 min.) nas seções seguintes. 
Ainda com o paciente deitado, o produto é retirado com gaze e, em seguida, 
completada sua remoção com água em abundância. Pode-se usar sabonete líquido 
neutro para auxiliar a remoção. Existe a manipulação deste ácido a 2% em bastões 
para o uso na área dos olhos, contra a hiperpigmentação da região infraorbital. 
 Peeling de ácido glicólico 
O ácido glicólico possui a menor molécula entre os AHAs, tendo grande emprego 
na indústria cosmética. Atua reduzindo a coesão entre os corneócitos por interferir na 
ligação da proteína filigrina que une um corneócito ao outro.Uma hipótese de como 
o ácido glicólico atua atenuando as rugas é pelo fato de aumentar a síntese de 
glicosaminoglicanos, proteínas multiramificadas que tem a propriedade de fixar a 
molécula de água em suas ramificações. Por este fato é possível reter água no interior 
da derme, o que contribui para diminuição das rugas superficiais e médias. 
Em exposições mais curtas (tempos normalmente utilizados nos peelings 
convencionais de ácido glicólico, variando entre 1 e 3 min.) o ácido glicólico, nas 
concentrações padrão de 30%, 50% e 70%, pode causar menos danos que o ATA 
em concentrações convencionais. O ácido glicólico pode ser utilizado em gel ou em 
solução hidroalcoólica. Quando se faz o peeling com ácido glicólico em nível corporal, 
visando tratar a flacidez da pele ou recuperar lesões produzidas por estriamento da 
pele (estrias), são vistas algumas dificuldades naturais como a excessiva dificuldade 
de penetrar o gel de ácido glicólico a 70%. Utilizar solução hidroalcoólica composta 
por ácido glicólico, ácido láctico e ácido salicílico, respectivamente a 20, 15% e 15%. 
Essa solução pré-peeling queratolítica abre a camada córnea para a penetração do 
38 
 
 
ácido glicólico gel 70%, que é aplicado sobre a solução pré-peeling após três a cinco 
minutos de permanência na região. 
Peeling de ácido salicílico 
O ácido salicílico é um β-hidroxi-ácido de aplicação cosmética especialmente 
em acne. Também pode ser utilizado nos pés associado a ureia, para melhorar o 
aspecto e a textura. 
O peeling de ácido salicílico geralmente é feito em solução hidroalcoólica de 20 
a 30%. Como geralmente não se solubiliza totalmente, deve-se ter cuidado na 
aplicação para que os cristais não atinjam os olhos e nem as fossas nasais. Como os 
demais outros, age das seguintes formas: 
1. Estimulação do crescimento epidérmico mediante a remoção do estrato córneo, 
induzindo a epiderme a espessar-se. 
2. Destruição de camadas específicas de pele lesada, dependendo do tipo de agente 
utilizado e sua concentração, obtendo melhor resultado estético. 
3. Indução de uma reação inflamatória no tecido mais profunda que a necrose 
provocada pelo agente esfoliante para induzir a produção de colágeno novo na 
derme. 
Peeling de ácido mandélico 
Mais indicado para peles morenas a negras e para acne, é um ácido de elevado 
peso molecular, sendo considerado o mais seguro para aplicação mesmo em solução 
hidroalcoólica. Geralmente é utilizado de 20 a 30%, em seções quinzenais ou 
semanais. 
11. COSMÉTICA ANTI-AGING E NEUROCOSMÉTICA 
 
Conceitos 
» Queratina: camada celular morta que confere rigidez à pele e cabelo. 
» Colágeno: fibras proteicas ativas que conferem resistência aos tecidos. 
39 
 
 
» Elastina: proteína fibrosa que forma, com o colágeno, a estrutura proteica fibrosa 
do tecido conjuntivo, garantindo elasticidade à pele. 
» Fibroblastos: atuam produzindo glicosaminoglicanos, essenciais para manter a 
hidratação da pele. 
» Ceramidas: frações de proteínas e lípides que ocupam os espaços intercelulares. 
 Eventos do envelhecimento 
» Perda gradativa de funções orgânicas: produção de radicais livres, exposição solar 
(gera alta carga de ROS), exposição à poluição e outros agentes tóxicos. 
» Diminuição do potencial metabólico: processamento lento das reações bioquímicas 
no organismo, lesões no material genético. 
» Pele: perda do turn-over celular, com perda da espessura da pele e de proteínas 
estruturais. 
» A partir dos 23 anos: fotoenvelhecimento: (hidratação/fotoproteção/renovação 
celular). 
» 35 anos: foto e cronoenvelhecimento (todos+despigmentantes /antioxidantes). 
» 50 anos: fotocronoenvelhecimento e queda da produção hormonal 
(todos+antiglicantes). 
› Hidratação reforçada após os 45 anos: perda maior da capacidade de retenção de 
água por fatores nutricionais, hormonais, e produção de radicais livres, que agem nas 
membranas celulares. 
Ações dos cosméticos tradicionais 
» Antioxidante » Despigmentante 
» Hidratante 
» Renovação celular 
» Promotores de firmeza e elasticidade 
(tensores) 
Ações inovadoras dos cosméticos 
» Antioxidantes universais 
» Linha antiglicante 
» Efeito Lifting 
40 
 
 
» Estimulantes dos fatores de 
crescimento e da síntese de colágeno 
» Inibidores de metaloenzimas 
» Peptídeos sinalizadores 
O que não pode faltar nos produtos cosméticos anti-aging: 
» Hidratação 
» Fotoproteção 
» Renovação celular 
» Antioxidantes 
Hidratação e silício orgânico 
» O silício é um dos principais componentes da formação e organização da matriz 
extracelular, cuja presença garante a manutenção da hidratação e da elasticidade. 
» Com o passar dos anos, pelas ações do clima e pela ação dos radicais livres, o teor 
de silício decresce, gerando sinais típicos como rugas e flacidez. 
» A perda da hidratação e do manto hidrolipídico levam à sensibilidade excessiva da 
pele, com vermelhidão, ressecamento e descamação: ocorre processo inflamatório 
em resposta ao baixo nível de hidratação. 
 
Substâncias hidratantes 
» Ácido hialurônico: usado de 1 a 10% em pH 5,5 a 7. Altamente hidrofílico, adsorve 
90% do seu peso em água, melhorando a elasticidade da pele, sendo indicado já nos 
primeiros cuidados anti-aging. A falta de ácido hialurônico (normal em abundância na 
pele) dá aspecto de pele seca, mas não aumenta a sensibilidade. Suaviza linhas de 
expressão e marcas de cicatrizes. 
» Alantoína: cicatrizante e hidratante, especialmente usado em fórmulas para as 
mãos. Uso: 0,5-2%. 
» Aquaporine active: aumenta a quantidade de canais proteicos responsáveis pela 
circulação de água entre as células. Uso de 2 a 5%. pH 5 a 7. 
» Depantenol: pró-vitamina B5, regenera o epitélio (cicatrizante) recuperando a 
nutrição e a taxa de renovação celular. Uso de 0,5 a 5%. pH 3,5 a 7,5. 
» Elastina: mimetiza a elastina corporal, repondo-a na pele. Uso de 1 a 3%. pH 5 a 7. 
41 
 
 
 » Hidroviton: uso de 1 a 2%. Conhecido como fator de hidratação natural (NMF), 
contém ureia, alantoína, lactato de sódio e aminoácidos, sendo altamente nutritivo. 
Aumenta a ação da elastina quando associados. 
A ureia, está em baixa concentração, não sendo comedogênica neste caso. 
» Iris iso: aumenta a tonicidade, hidratação e elasticidade da pele, especialmente em 
mulheres menopausadas. Inibe a colagenase e a elastase, melhorando o aspecto das 
linhas de expressão. Uso de 3 a 5%. pH de 5 a 10. » Óleo de silicone: uso de 3 a 
10%. Cuidado: sensação pegajosa se uso superior a 5% (shampoos) 
» Óleos vegetais: macadâmia, amêndoas, semente de uva, girassol, rosa mosqueta, 
oliva, germen de trigo, prímula, etc. Uso de 3 a 10%. Cuidado com os excessos em 
pele oleosa. 
» Pca-Na (sal sódico do ácido pirrolidônico): agrega água à sua molécula, depositada 
na pele ou nos cabelos. Pode ser usado para qualquer tipo de pele. Uso: 1 a 2%. 
Silipearl: silício orgânico associado a proteínas, oligominerais e aminoácidos das 
pérolas. Repões a hidratação e a nutrição da pele. Uso de 1 a 10%. 
» Structurine: usado em pH menor que 8, favorece a síntese de proteínas e lipídeos 
epidérmicos. Uso de 2 a 5%. ATIVO DE REFORÇO DA HIDRATAÇÃO. 
Tensores 
» Tensine: extraído das proteínas do trigo, reduz o efeito das rugas por horas através 
da formação de filme elástico resistente. Uso de 3 a 10% em pH 6,5. 
» Raffermine: derivado as soja, contem glicoproteínas e polissacarídeos de efeito 
tensor sobre a pele. Uso de 2 a 5%. pH 4,5 a 7. 
» DMAE: ativo tradicional no tratamento das linhas de expressão. Uso de 1 a 5%. 
(odor forte). 
Antioxidantes universais 
Combatem os radicais livres em todos os tecidos, atuando em alvos celulares 
hidrofílicos e lipofílicos. 
» Melscreen Coffee Skin: composto por três potentes antioxidantes naturais que 
normalizam o equilíbrio celular e conferem uma proteção avançada. (Extrato de Café- 
42 
 
 
rico em ácido ferúlico;rutina, flavonoide anti-inflamatório; carcinina, peptídeo de 
potente ação antioxidante, atua contra a glicação do colágeno e na proteção da 
fragmentação do DNA) Uso: 1 a 4% (área dos olhos). 
» Alistin: pseudopeptídeo que protege a membrana celular, proteínas e enzimas 
cutâneas contra o estresse oxidativo. Protege o DNA celular contra os danos 
causados pela radiação UV e previne a ligação cruzada das proteínas. 
» Anti-ox Night: atua nos danos celulares causados por radicais livres, sendo 
importante para a etapa de primeiros cuidados (ação preventiva superior). Como 
também apresenta efeito reparador com o uso regular, pode ser indicado para o uso 
após os 35 anos. 
» Vitamina A: uso de 0,1 a 1%. Melhora a elasticidade da pele e a renovação celular, 
por estimular seu metabolismo e a multiplicação celular (repitelizante). O baixo teor 
da vitamina facilita a formação de comedões acneicos e leva ao ressecamento da 
pele. pH 4,5 a 7. 
› Utilizar ácido hialurônico e vit.A nos cosméticos dos primeiros cuidados antiaging 
promove prevenção eficaz de linhas de expressão. 
» Vitamina E: uso de 0,5 a 5%. Melhora a nutrição da pele e proporciona bronzeado 
mais suave quando usado nos filtros solares. pH 3,5 a 8. 
» Ascorbosilane C: silanol associado a vit.C, com ação regeneradora e hidratante, 
impede a formação de radicais livres e peróxidos. Uso de 3 a 4%. pH 3,5 a 6,5. 
Anti-inflamatórios 
» Alfabisabolol: anti-inflamatório obtido da camomila, útil em ampla faixa de pH. Uso: 
0,1 a 2%. 
» Drieline: polímero da glicose extraído do levedo de cerveja (Saccharomyces 
cerevisiae) que estimula síntese de colágeno nos fibroblastos. Uso de 1 a 2%. 
» Bioskinup Contour: reduz a produção de mediadores da inflamação, causando 
vasodilatação local com extravasamento de líquidos responsáveis pela alteração da 
coloração e formação do edema da região periorbital, reduzindo as olheiras e 
minimizando a deposição anormal de hemossiderina na área dos olhos. 
43 
 
 
› Alantoína, D Pantenol e o Óleo de Melaleuca também são opções de ativos 
calmantes para procedimentos pós-barba/pós-depilatórios. 
Inibidores de metaloenzimas 
Metaloenzimas são enzimas (com grupos metálicos funcionais) que degradam outras 
proteínas e renovam a matriz extracelular. Inibir a atividade das metaloenzimas 
proporciona melhoria de firmeza, elasticidade, resistência e integridade da pele. São 
ações das metaloenzimas na pele: 
» Remodelamento dos componentes da matriz extracelular (MEC) por meio da 
degradação do colágeno, elastina e fibronectina. 
» Ativação das células inflamatórias e indução da angiogênese. 
MDI Complex® (Glicosaminoglicanas de origem marinha): inibe a Gelatinase A 
(MMP-2), Gelatinase B (MMP-9) e Metaloelastase (MMP-12), que degradam 
colágeno e elastina. 
Inibidores da reação de glicação 
(Proteína/Lípideo + glicose = Produtos de Glicação Avançada – PGA) 
» Os PGA levam à formação de ligações irreversíveis entre diferentes moléculas, 
alterando suas propriedades bioquímicas e iniciando respostas fisiológicas anormais. 
A glicação de proteínas do colágeno contribui para a rigidez e a perda de elasticidade 
dos tecidos cutâneos. 
» Adenin: N6-furfuriladenina - Fitormônio sintético. Diminui a perda transepidérmica 
de água, mantendo a hidratação e umidade da pele. Com ação clareadora, promove 
brilho, reduz rugas finas e a aspereza da pele, melhorando o aspecto de áreas 
fotocronodanificadas. Possui pH neutro. Uso de 0,01% a 0,1% em cremes, filtros 
solares, géis e loções. Pode ser usado por gestantes com segurança. 
Sinalizadores e regeneradores 
» Matrixyl: uso de 2 a 5%, pH 5,5 a 7. Tensor, estimula os fibroblastos dérmicos a 
sintetizar colágeno, polissacarídeos (GAGs e ácido hialurônico) e fibronectina. 
Apresenta grande afinidade pelos fibroblastos, além de aumentar a resposta celular 
ao TGFβ (citocina antiinflamatória). 
44 
 
 
» Pro-Collasyl: alta concentração de silanetriol associado a colágeno marinho e 
peptídeos de arroz. Atua diretamente sobre os fibroblastos, estimula a biossíntese de 
colágeno, intensificando a reparação e renovação celular. O uso suaviza linhas finas 
além de conferir efeito tensor similar ao aspecto natural. Atua também como agente 
nutriente para a pele, melhorando a textura e a hidratação. pH 2,5 a 4,5. Uso de 2 a 
4%. 
» Biodynes TRF: derivado de leveduras, é rico em aminoácidos, minerais e vitaminas, 
sendo as últimas classes de ativos complexados a aminoácidos, o que facilita a 
permeabilidade pela pele. Citoestimulante, aumenta a síntese de colágeno e elastina, 
sendo útil em fórmulas pós-peeling e para a área dos olhos. Usado em pH 3 a 10% 
em ampa faixa de pH. 
12. CUIDADOS COSMÉTICOS INICIAIS COM A QUEDA CAPILAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
O cabelo tem como funções principais à proteção do couro cabeludo, o aumento 
da função sensorial e pode se apresentar em três diferentes estágios: anágeno 
(crescimento), catágeno (estágio de transição ou repouso) e telógeno (estágio de 
queda). Acima de 6 meses, na maioria das vezes, representa uma queda dentro da 
normalidade, pois o ciclo capilar envolve fases de crescimento (anágena), repouso 
(catágena) e queda (telógena) ou pode representar uma alopecia androgenética, 
principalmente nos homens. A queda de cabelo quando ocorre além dos limites 
normais (cerca de 100 fios diários) exige atenção, considerando o efeito negativo 
provocado a longo prazo na qualidade de vida dos pacientes. 
45 
 
 
A alopecia é condição genética comum de queda dos cabelos, produzida pela 
ação dos hormônios andrógenos circulantes. É caracterizado pela perda e afinamento 
progressivo dos cabelos com redução da fase anágena, geralmente acompanhado 
de alterações dos folículos pilosos no couro cabeludo, sendo influenciada pelo uso 
inadequado de produtos tópicos, fumo, uso de medicamentos para o tratamento de 
neoplasias malignas e por fatores emocionais (fator questionado na comunidade 
científica). 
No homem, a alopecia é geneticamente determinada; na mulher, além do fator 
genético, associa-se também à presença de problemas endócrinos, fatores 
nutricionais como a carência de ferro e zinco e fatores ambientais. A importância dos 
hormônios está muito vinculada à ideia de que a testosterona circulante seria a 
principal fonte de problemas relacionados à calvície. Sabe-se hoje o item que mais 
importa é a taxa de conversão de testosterona em 5-DHT pela 5α-redutase, que 
aumenta ainda mais a oleosidade local, acelerando a obstrução do folículo. A 
presença da testosterona em excesso no corpo feminino causa a síndrome SAHA 
(seborreia, acne, hirsutismo e alopecia). Como homens têm naturalmente níveis mais 
altos de testosterona, a alopecia tende a ser mais grave, além da acne e seborreia. 
A enzima aromatase é responsável pela conversão de testosterona e seus 
derivados em estradiol. Localmente, este mecanismo funciona como proteção do 
folículo piloso contra a alopecia, pois diminui a quantidade de testosterona e 
consequentemente de 5-DH. As áreas afetadas pela alopecia em homens e mulheres 
se diferenciam principalmente por este aspecto: mulheres possuem maior quantidade 
de aromatase nas áreas mais afetadas em homens, além de, na maioria dos casos, 
maior volume e extensão capilar, o que contribui para manter o aspecto capilar por 
tempo maior. 
Os cosméticos para os cuidados da alopecia têm caráter paliativo: não 
necessariamente irão eliminar a queda capilar, uma vez que existem fatores genéticos 
e hormonais envolvidos. Para tanto, é necessário encaminhamento ao médico para 
adequação hormonal. A seguir as principais vias do tratamento cosmético da queda 
capilar. 
Controle da oleosidade e caspa (dermatite seborreica) 
» Cetoconazol: tem ação anti-fúngica. É usado a 2% (shampoo). 
46 
 
 
» Piroctone Olamina (Octopirox): usado de 0,5 a 1%. Potente antisseborreico. 
» Piritionato de Zinco: usado de

Outros materiais