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Estudo de Caso da Batalha dos Aflitos

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FACULDADE FACI/WYDEN 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
ALEX BARATA BARRA DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO DESPORTIVO BRASILEIRO: O CASO GARFADA DOS 
AFLITOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM – PA 
2021 
 
 
ALEX BARATA BARRA DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO DESPORTIVO BRASILEIRO: O CASO GARFADA DOS 
AFLITOS 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC 
apresentado à Faculdade FACI/WYDEN, 
como requisito parcial para obtenção do grau 
de Bacharel em Direito. 
 
Orientador Prof. Me. Tiago Martins. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM – PA 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 
 
CDD LIMA. Alex Barata Barra de Lima 
DIREITO DESPORTIVO BRASILEIRO: O CASO GARFADA DOS AFLITOS/ Belém-PA, 
2021. p. 01-20. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) -– 
Faculdade Ideal – FACI/WYDEN, 2018. 
Orientador: Me. Tiago Martins. 
 
1. STJD. 2. DIREITO DESPORTIVO. 3. ERRO 
DE DIREITO. 4. ERRO DE DIREITO. LIMA, A. B.B., 
Me. Tiago Martins. II DIREITO DESPORTIVO 
BRASILEIRO: O CASO GARFADA DOS AFLITOS. 
 
 
 
 
 
ALEX BARATA BARRA DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO DESPORTIVO BRASILEIRO: O CASO GARFADA DOS 
AFLITOS 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC 
apresentado à Faculdade FACI/WYDEN, 
como requisito parcial para obtenção do grau 
de Bacharel em Direito. 
 
Orientador Prof. Me Tiago Martins. 
 
 
 
Aprovada em: ___ / ___ / _____ 
 
 
 
_____________________________________ 
Prof. Me Tiago Martins (Orientador) 
FACI/WYDEN 
 
 
_____________________________________ 
Prof. Titulação e nome completo 
Instituição a Qual pertence 
 
 
 
_____________________________________ 
Prof. Titulação e nome completo 
Instituição a Qual pertence 
 
DIREITO DESPORTIVO BRASILEIRO: O CASO GARFADA DOS 
AFLITOS 
BRAZILIAN SPORTS LAW: THE GARFADA DOS AFLITOS CASE 
 
Alex Barata Barra de Lima 
 Orientando - FACI/WYDEN 
Alexbarata15@gmail.com 
 
Tiago Martins 
Orientador - FACI/WYDEN 
Tiago.martins@professores.faculdadeideal.edu.br 
 
 
RESUMO 
 
Este artigo apresenta os resultados da pesquisa, cujo objetivo é examinar o impacto do 
direito do esporte brasileiro sobre os erros factuais e jurídicos por meio da análise do 
Paysandu, bem como compreender a legislação relacionada ao tema. No dia 8 de setembro 
de 2019, no Eládio de Barros Carvalho (vulgo Aflitos), Náutico e Paysandu disputaram 
uma vaga na segunda divisão brasileira, duelo efetivo nas quartas de final da liga inferior. 
Faltando menos de um minuto para o término do jogo, o árbitro Leandro Pedro Vuaden 
(Leandro Pedro Vuaden) fez o lance livre mais alto a favor do clube Pernambuco vinha 
sendo derrotado pelo placar de 2 a 1. Eliminado. Os jogadores do Náutico marcaram um 
pênalti com sucesso, igualaram o placar e incluíram o pênalti como uma disputa de 
pênaltis, e o clube foi promovido o time Pernambucano à Série B. Como metodologia, 
primeiramente, realizamos um levantamento bibliográfico com base nos principais 
fundamentos acadêmicos e legislativos, selecionamos os autores que melhor expressam 
os conceitos que fundamentam esta pesquisa e realizamos uma revisão bibliográfica como 
base deste artigo, de forma a podermos analisar. os objetos apresentados. O STJD atua 
com imparcialidade e não favorece nenhum clube, mas para este jogo, nós entendemos 
mal, causando danos ao time Paraense. Portanto, podemos inferir que mesmo com todas 
as regras e órgãos reguladores do esporte, erros ainda podem ocorrer. 
 
Palavras-chave: STJD – DIREITO DESPORTIVO - ERRO DE DIREITO -ERRO DE 
FATO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This article presents the results of the research, which aims to examine the impact of 
Brazilian sports law on factual and legal errors through the analysis of Paysandu, as well 
as to understand the legislation related to the subject. On September 8, 2019, at Eládio de 
Barros Carvalho (aka Afiltos), Náutico and Paysandu competed for a place in the 
Brazilian second division, effective duel in the quarterfinals of the lower league. With 
less than a minute to go before the end of the game, the referee Leandro Pedro Vuaden 
(Leandro Pedro Vuaden) made the highest free throw in favor of the Pernambuco club, 
which had been defeated by a score of 2-1. Eliminated. Náutico's players successfully 
scored a penalty, equalized the score and included the penalty as a penalty shootout, and 
the club was promoted to the Pernambucano team to Série B. As a methodology, first, we 
carried out a bibliographic survey based on the main academic foundations and 
legislative, we selected the authors that best express the concepts that underlie this 
research and we carried out a bibliographical review as the basis of this article, so that we 
can analyze it. the objects presented. The STJD acts impartially and does not favor any 
club, but for this game, we misunderstood, causing damage to the team from Pará. 
Therefore, we can infer that even with all the rules and regulatory bodies in the sport, 
mistakes can still occur. 
 
Keywords: STJD – SPORTS LAW - LAW ERROR - FACT ERROR. 
 
7 
 
1 INTRODUÇÃO 
O presente artirgo apresenta os resultados alcançados a partir da pesquisa cujo 
objetivo foi examinar a luz do direito desportivo brasileiro acerca do instituto do erro de fato 
e erro de direito bem como conhecer da legislação pertinente ao tema, por meio da análise do 
estudo do caso Paysandu e Náutico, julgamento ocorrido em 20 de setembro de 2019. 
Destaca-se que os estudos foram permeados por meio de jurisprudências, normatização do 
direito, bibliografias e material jornalístico sobre o caso concreto. 
Desta forma, este trabalho foi estruturado em três partes. Em primeiro lugar, traz-se 
os conceitos centrais desta pesquisa, e a criação dos órgãos legislativos desportivos, 
posteriormente apresentamos a influencia midiatica nas decisões legistativas desportivas, e 
por fim apresentamos o estudo de caso baseado na partida entre Paysandu e Naútico. 
Primeiramente realizamos um levantamento bibliografico nas principais bases 
academicas e legislativas, selecionamos os autores que melhor apresentavam os conceitos 
que embasam esta pesquisa, realizamos uma revisão bibliografica sendo a base central deste 
artigo, que possibilitou a analise do objeto apresentado. 
Buscou-se a explanação de caráter analítico-expositiva de forma que além da 
apresentação das mais diversas doutrinas abordadas sobre o assunto, traçou-se conceitos para 
a melhor explicação. Compondo este trabalho optou-se pela manifestação da realidade de 
nossa sociedade através de exemplos reais de como o tema em questão é pertinente para ser 
estudado. 
Posteriormente, traz- se a tona a evolução da normatização jurídico brasileira 
desportiva, com destaque para a Lei 9615/1988 e a abordagem constitucional bem como os 
princípios que colacionam o direito desportivo. Por fim, adentra-se ao estudo do caso 
concreto que relaciona Direito, onde se discute erro de fato e de direito, o esporte e fato 
jornalístico, como será abordado a seguir. 
Realizada no dia 8 de setembro de 2019, no Estádio Eládio de Barros Carvalho, 
popularmente conhecido como Afiltos, Náutico e Paysandu disputavam uma vaga de acesso 
para o Campeonato Brasileiro da Série B, em duelo válido pelas quartas de final da divisão 
inferior, a Série C. 
Restando menos de um minuto para o final do jogo, o árbitro Leandro Pedro Vuaden 
assinalou penalidade máxima em favor do clube pernambucano, que aquela altura estava 
sendo derrotado pelo placar de 2 x 1 e sendo eliminado da competição. A cobrança de pênalti 
foi realizada com sucesso pelo jogador do Náutico, que empatou a partida e levou a decisão 
8 
 
da vaga para a decisão nos pênaltis, queclassificou o clube pernambucano para a Série B. 
O lance que mudou os rumos da classificação da partida ocorre após cruzamento do 
atleta do Náutico, Wallace Pernambucano, cuja bola foi cabeceada pelo jogador Caíque 
Oliveira em direção ao braço ao companheiro de time Anderson Uchoa, ambos do Paysandu, 
dentro da área da equipe paraense o que ocasionou a marcação da infração. 
O caso foi para julgamento, e o time favorecido foi o Náutico, uma vez que foi decidido 
que o pênalti foi corretamente marcado. Compreendemos que a legislação e a justiça desportiva 
mesmo sendo imparcial, e analisando todos os casos em suas individualidades, contando com 
uma equipe capacitada, pode ainda cometer alguns equívocos. Por conta disso, reformulações 
poderiam ser feitas para que a incidência de resultados equivocados procedesse. 
 
1 O DIREITO DESPORTIVO: as principais implicações legais do direito sobre o esporte 
Quando falamos em Leis desportivas no Brasil, compreendemos que as mesmas são 
recentes, tendo sido instituídas no Governo de Getúlio Vargas a partir da criação do Conselho 
Nacional de Cultura (Decreto-Lei 526/38). 
 Um ponto importante a ser levantando, é o crescimento econômico do esporte em nosso 
país, principalmente o futebol, que incentivou tanto iniciativas privadas a investirem no esporte, 
quanto o próprio Estado, que passou a intervir, seja economicamente ou politicamente. 
 Socialmente também o esporte tem grande impacto, sendo visto como instrumento 
transformador de realidades em torno do nosso país. Para Amaral e Santos (2018, p.4), 
A visibilidade alcançada ao longo dos anos, tornando-se um fenômeno de massa, 
atraído pelos olhares de todos, a prática do desporto transcende a uma atividade 
sistemática e coordenada, por meio de regras e regulamentos. Assim, revelou-se a 
necessidade da criação de um ordenamento jurídico próprio, surgindo então o Direito 
Desportivo, com o intuito não somente de elaborar normas de conduta, como também 
punições aos infratores das mesmas, ou seja, direitos e deveres para a sociedade 
desportiva. 
 Para que fosse possível organizar o esporte em suas diferentes modalidades, afim de 
torna-lo justo para todos os envolvidos – atletas, técnicos, torcidas, etc – foi instituída a 
legislação desportiva, comportando uma série de normas legais que regem os diferentes 
esportes. 
 Podemos observar os direitos do desporto a partir da Lei 9.615/98 no Art. 2º, conforme 
vemos a seguir, 
Art. 2º O desporto, como direito individual, tem como base os princípios: 
I - da soberania, caracterizado pela supremacia nacional na organização da prática 
desportiva; 
II - da autonomia, definido pela faculdade e liberdade de pessoas físicas e jurídicas 
organizarem-se para a prática desportiva; 
9 
 
III - da democratização, garantido em condições de acesso às atividades desportivas 
sem quaisquer distinções ou formas de discriminação; 
IV - da liberdade, expresso pela livre prática do desporto, de acordo com a capacidade 
e interesse de cada um, associando-se ou não a entidade do setor; 
V - do direito social, caracterizado pelo dever do Estado em fomentar as práticas 
desportivas formais e não-formais; 
VI - da diferenciação, consubstanciado no tratamento específico dado ao desporto 
profissional e não-profissional; 
VII - da identidade nacional, refletido na proteção e incentivo às manifestações 
desportivas de criação nacional; 
VIII - da educação, voltado para o desenvolvimento integral do homem como ser 
autônomo e participante, e fomentado por meio da prioridade dos recursos públicos 
ao desporto educacional; 
IX - da qualidade, assegurado pela valorização dos resultados desportivos, educativos 
e dos relacionados à cidadania e ao desenvolvimento físico e moral; 
X - da descentralização, consubstanciado na organização e funcionamento 
harmônicos de sistemas desportivos diferenciados e autônomos para os níveis federal, 
estadual, distrital e municipal; 
XI - da segurança, propiciado ao praticante de qualquer modalidade desportiva, 
quanto a sua integridade física, mental ou sensorial; 
XII - da eficiência, obtido por meio do estímulo à competência desportiva e 
administrativa. (BRASIL, 1998). 
 Em complemento a esta Lei, a Lei 10.672/2003 apresenta algumas alterações, sendo 
estas: 
Parágrafo único. A exploração e a gestão do desporto profissional constituem 
exercício de atividade econômica sujeitando-se, especificamente, à observância dos 
princípios: I - da transparência financeira e administrativa II - da moralidade na gestão 
desportiva; III - da responsabilidade social de seus dirigentes; IV - do tratamento 
diferenciado em relação ao desporto não profissional; e V - da participação na 
organização desportiva do País.” (BRASIL, 1998) 
 Portanto, a alteração tem como escopo orientar a gestão esportiva Profissional, atuando 
de forma transparente e ética, promovendo o desenvolvimento do esporte brasileiro. Desta 
forma, a importância dos princípios orientadores do Direito Desportivo, tem com características 
básicas de evolução e desenvolvimento dos esportes, melhorando a reputação deste ramo na 
sociedade, e de seus praticantes (AMARAL e SANTOS, 2018). 
 Para acompanhar o direito desportivo, instituiu-se a Justiça Desportiva, a qual pode ser 
definida como um conjunto de instituições nas quais, personalidades jurídicas, autônomas e 
independentes, aplicando a legislação desportiva a questões disciplinares durante os jogos 
esportivos. Conforme apontamos no subtópico seguinte. 
1.1) A JUSTIÇA DESPORTIVA E O STJD 
A justiça esportiva é especial e cobre o que a Constituição chama de “interesse público”, 
mesmo que seja uma entidade de direito privado. Como outros tipos de tribunais arbitrais, os 
tribunais de esportes não fazem parte do judiciário. Na formulação das regras de competição, 
as associações desportivas e os atletas devem respeitar essas regras. Caso isso não aconteça, 
10 
 
devem ser previamente regulamentadas pela Comissão Disciplinar e, em caso de recurso, o 
Tribunal Desportivo será responsável pelas atividades desportivas da sua área, podendo, 
eventualmente, reportar-se ao STJD - Tribunal Superior da Justiça1. 
De acordo com Ramos (2007, p. 3), 
Constata-se, então, que a Justiça Desportiva, opondo-se à visão estatocêntrica do 
mundo jurídico, sem comprometer as garantias inafastáveis das partes no processo 
desportivo, categoriza-se como uma justiça ágil, dinâmica, transparente e ajustada à 
contemporaneidade dos problemas e demandas referentes à disciplina e competições 
desportivas. 
 Sendo assim, compreende-se que a estrutura administrativa do Tribunal Desportivo 
Brasileiro está fora do Judiciário e está associada a entidades gestoras do esporte (sejam 
federações, federações ou ligas), embora todas as execuções internas sejam legais e baseadas 
principalmente na Legislação Esportiva Pública, como os dispositivos constitucionais 
(RAMOS, 2007). 
 Importante destacar que existe um Tribunal de Justiça diferente para cada tipo de 
esporte, além disso, divididos entre tribunais regionais, federais, podendo também recorrer a 
entidades internacionais quando necessário. A legislação varia dependendo das especificidades 
de cada modalidade. 
 Em todos os processos e tribunais existe uma composição composta por um plenário, 
uma comissão disciplinar e respectivos advogados. Para os processos judiciais esportivos, a 
CBJD determinou a existência de três, assim dispostos: É a Comissão Disciplinar, a quem 
compete processar e julgar as infrações disciplinares de matéria submetida à CBJD, exceto nos 
casos de competência da quadra esportiva. 
A segunda instância do recurso é da competência dos tribunais do STJD e do TJD, que 
julgam recursos de decisões da Comissão Disciplinar. Por fim, o terceiro julgamento pertence 
apenas ao STJD e, esgotado o caso, o STJD também receberá recurso da decisão final do TJD2. 
 Compreendemos destaforma, que o STJD, geralmente se limita a avaliar se os 
princípios básicos estão em conformidade e a justiça esportiva é respeitada. Podendo ser 
públicos ou privados, variando de acordo com o evento a ser acompanhado. 
 Para Lyra Filho (1978), 
O desporto resguarda-se no Estado de Direito que o inspira a ser dentro de cada país, 
com ramificações universalmente entrelaçadas sob a égide de um organismo central, 
uma coluna de suporte da vida social de cada povo, senão mesmo uma válvula de 
escape por muitos, procurada para atenuar as pressões de suas angústias. A pluralidade 
 
1 STJD: Entenda como funciona o Tribunal de Justiça Desportiva | Jurídico Certo Blog (juridicocerto.com) 
2 STJD: Entenda como funciona o Tribunal de Justiça Desportiva | Jurídico Certo Blog (juridicocerto.com) 
11 
 
jurídica contrapõe-se a absorção, pelo Estado, das franquias humanas. O Estado não 
é o único fator normativo do direito. O Direito Desportivo, tal como o Direito 
Canônico, perderia seu caráter ecumênico se participasse do elenco jurídico de cada 
Estado. A intervenção estatal na construção do Direito Desportivo só se explica para 
regular as relações entre as atividades públicas e as do deporto, jamais para desfigurá-
las em proveito de qualquer filosofia avessa aos seus objetivos sociais. 
 Precisamos compreender, que mesmo com as legislações vigentes, e com o 
acompanhamento pelos profissionais capacitados, ainda somos passiveis de erros, 
principalmente durante as partidas. Diante disso, levantamos a questão o erro de fato e o direito 
de bem no esporte, conforme apresentamos no subtópico a seguir. 
1.2) ERRO DE FATO E ERRO DE BEM NA LEGISLAÇÃO DESPORTIVA 
Uma confusão comum no campo do direito esportivo é a confusão entre erros factuais 
e erros jurídicos e suas reais consequências. Erros factuais incluem interpretações incorretas de 
ações ou jogos porque o árbitro não viu corretamente o que aconteceu, ou porque considerou 
os fatos dados de uma forma diferente da exigida pela norma (RODRIGUES, 2009). 
Por exemplo, quando o árbitro não aplica um pênalti, mesmo que cometa uma falta na 
sua frente, ou use um cartão vermelho por engano e prejudique a equipe, isso prejudicara o 
jogo. 
Miranda (1976, p. 341) afirma que, “[...] a falta de coincidência entre a ideia e o 
estado verdadeiro da coisa ou fato. O erro ou é erro em sentido estrito (ideia falsa, 
em lugar de ideia verdadeira), ou é falta de ideia (o erro é ignorância)”. 
Por outro lado, um erro de direito é não seguir as regras do esporte, por exemplo, o 
árbitro permite que o time de vôlei jogue com 7 jogadores ou o time de futebol jogue com 2 
goleiros. O erro não é causado pela interpretação ou comportamento subjetivo do árbitro, mas 
pela não aplicabilidade das regras do esporte (RODRIGUES, 2009). 
Erros reais não devem ser punidos por lei. No domínio desportivo, tendo em conta que 
as pessoas estão sujeitas ao insucesso, não está previsto que os resultados dos jogos ou ações 
dos árbitros possam ser revistos por erros factuais. 
São tantos que é comum ver comentaristas de programas de esportes profissionais 
discutindo licitações durante horas, lances que passam muitas vezes e em câmera lenta. 
O Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), tem suas decisões na maioria das 
vezes questionada pela mídia e pelos respectivos telespectadores. Como exemplo, no jogo entre 
Vasco e Internacional, no qual um jogador do Internacional estava na condição de impedimento 
no momento em que fez o gol, contudo o mesmo foi validado pelo Juiz durante a partida, e 
acusando a infuncionabilidade do sistema VAR. 
12 
 
Em julgamento realizado nesta quinta-feira (25/03), o Superior Tribunal de Justiça 
Desportiva (STJD) decidiu não conhecer da ação do Club de Regatas Vasco da Gama 
em que o Clube questionou o não funcionamento do VAR (fato incontroverso) no 
jogo contra o SC Internacional e, portanto, o tribunal não enfrentou o mérito da ação. 
A maioria dos julgadores entendeu que não cabe revisão da decisão do Presidente do 
STJD que nega seguimento à impugnação de partida, nos termos sustentados pelo 
Vasco, muito embora o relator do caso tenha votado por conhecer da ação. Foi a 
primeira vez que um clube combateu a decisão do Presidente do STJD que nega 
seguimento a pedido de impugnação de partida, e por isso não havia jurisprudência 
sobre o tema no tribunal. Apesar de ciente das dificuldades que seriam enfrentadas, o 
Vasco lamenta a decisão do STJD, sobretudo por não ter apreciado o mérito de 
questão inédita no direito pátrio, qual seja, as consequências desportivas do uso de 
sistema VAR defeituoso em partida oficial de futebol. Diante do resultado do 
julgamento, o Vasco informa que analisará cuidadosamente os caminhos a serem 
seguidos em relação ao tema3. 
Mesmo que a ação termine com a desistência do autor, porque o árbitro réu admitiu o 
erro, o juiz certamente não o condenará, pois é óbvio que não há ato ilícito, ou mesmo dano 
efetivo, pois não se sabe se a punição levará a um objetivo. 
 De acordo com Machado (2007, p. 203), 
Há erro de direito quando o lançamento é feito ilegalmente, em virtude de 
ignorância ou errada compreensão da lei. O lançamento, vale dizer, a 
decisão da autoridade administrativa, situa-se, neste caso, fora da moldura 
ou quadro de interpretação que a Ciência do Direito oferece. 
 Em suma, vale ressaltar que os erros são, na verdade, mal-entendidos sobre o que está 
acontecendo no campo ou na quadra, enquanto os erros jurídicos são distorções das regras ou 
regras do esporte. 
 Além dessas questões, ainda devemos levar em consideração as influencias para além 
da legislação vigente, como a intervenção Estatal e a influência midiática. Conforme 
apresentamos na próxima seção. 
 
2 A INFLUÊNCIA DA MIDIA NAS DECISÕES JUDICIAIS DESPORTIVAS 
Ao longo dos anos, a imprensa conquistou as massas, principalmente desde a 
promulgação da Constituição em 1988, mas durante o governo militar brasileiro surgiram 
algumas restrições à expressão da imprensa. 
Até então, como todos sabem, nesse período histórico, o governo monitorava a mídia. 
Naquela época, a meta do regime militar ainda é assunto de muitos debates hoje. O privilégio 
dos jornalistas é amparado pela Constituição Federal e pela Lei de Imprensa. Ele representa a 
 
3 Fonte: Em nota, Vasco lamenta decisão do Pleno do STJD sobre partida contra o Internacional: 'Ciente 
das dificuldades' (globo.com) (acessado em: 07/06/2021). 
13 
 
conexão entre informação e população. Nesse caso, um princípio básico que nunca será 
esquecido é considerado: não deve haver revisão prévia. 
 De acordo com Silva e Santos (2020, p. 2), 
A mídia é chamada e considerada o Quarto Poder, ou seja, o quarto maior segmento 
econômico do mundo, sendo a maior fonte de informação e entretenimento que a 
população possui. O poder de manipulação da mídia pode atuar como uma espécie de 
controle social, que contribui para o processo de massificação da sociedade, 
resultando num contingente de pessoas que caminham sem opinião própria. 
Subliminarmente, através da televisão, das novelas, jornais e internet, é transmitido 
um discurso ideológico, criando modelos a serem seguidos e homogeneizando estilos 
de vida. Diante disso surgem questões a se pensar: onde está o sujeito e sua 
subjetividade? Será que em prateleiras midiáticas estão sendo ofertados modos de ser, 
de pensar e agir? Interessante apontar, aqui, que por ser apresentada, muitas vezes, 
como uma maneira de comunicação de massa, preocupa-nos a utilização da mesma 
para a massificação, colocando os humanos no lugar do indivíduo, dificultando ou até 
mesmo, impossibilitando o reconhecimento do sujeito de direito e o assumir do 
exercício de cidadania, uma vez que a mesma incentiva e provoca atitudes reificadas. 
 A mídia é uma ferramenta importante em nossa sociedade. Atualmente, tem capital e 
dimensões centrais em todas as áreas da sociedademoderna, seja na política, esportes, escolas 
e economia. A influência da mídia nas massas, principalmente devido ao avanço da tecnologia, 
que faz com que as informações sejam passadas de forma rápida e verdadeira, e o campo da 
mídia está se expandindo de forma exacerbada. 
 Para as massas o acesso à informação através das mídias digitais tem sido um importante 
fator que influencia na opinião, na cultura, dos mais diferentes grupos sociais. Variando de 
classe para classe social. 
 Ainda de acordo com Silva e Santos (2020, p. 4), 
Nesse cenário globalizado de amplas modificações sociais, com influência crescente 
da mídia na transmissão de mensagens de forma homogênea, torna-se afanoso 
vislumbrar a formação de uma sociedade onde os indivíduos sejam agentes 
autônomos, dotados se consciência política, responsáveis e aptos de juízos de valor. 
Vemos como resposta a esse panorama uma opinião pública redondamente 
naturalizada, formada e conformada pela mídia. Por exemplo, a atenção dada à 
aparência e à imagem corporal. As mensagens da mídia reforçam, valorizam e 
impõem um estereótipo de beleza inalcançável, discriminando de maneira sutil aquele 
que não se enquadra no padrão estético magro. 
 Com o acesso à informação mais rápido e fácil, acessível a praticamente todos, mesmo 
que de forma desigual, a mídia passou a ter grande influência também em determinadas 
decisões. No que diz respeito ao esperte, onde todas as movimentações são noticiadas, 
percebemos uma influência ainda maior. 
 Para Campos, Ramos e Santos (2015, p. 3), 
É bem característico aos jornalistas esportivos que estão a frente de mecanismos de 
comunicação de grande repercussão, como a rede globo, exagerar no que diz respeito 
a empolgação. Sua tentativa é fazer com que o telespectador se encha ainda mais com 
14 
 
o sentimento de fazer parte daquele espetáculo. Muitos desses posicionamentos 
acabam fugindo a regra do jornalismo, já que é de fundamental importância o 
distanciamento das emoções pessoas em detrimentos da seriedade no repasse das 
notícias. Isso porque a custo de altos preços pagos pela concessão das transmissões 
de jogos e campeonatos de futebol, como a Copa do Mundo da Fifa, e de grandes 
eventos esportivos, como as olimpíadas de verão e inverno. Os referidos jornalistas se 
sentem na obrigação de chamar um público ainda maior para obter um nível de 
audiência razoável para justificar seus patrocinadores. 
 Os programas esportivos hoje, concentram grande parte da audiência das emissoras de 
televisão, além disso os jogos de futebol dos grandes campeonatos televisionados fazem parte 
da rotina da maioria dos telespectadores. 
 Os narradores, em conjunto com as câmeras distribuídas por todo estádio, aos quais os 
torcedores acompanham pelas suas televisões, computadores ou celulares conseguem ter o 
acesso completo a tudo que acontece nos jogos. 
 É comum a mídia enfatizar os erros cometidos, sobretudo pela arbitragem durante os 
jogos de futebol, entrando aqui no debate do erro de direito e erro de fato. Contudo, boa parcela 
da população não compreende tais termos, então, de forma leiga (e muitas vezes levado pela 
raiva por ver seu time ser prejudicado), e sob a influência das notícias não consegue aceitar e 
assimilar os fatos ocorridos de uma maneira mais completa. 
 Para Rúbio (2002, p. 130), 
Uma das justificativas para o esporte usufruir da condição de um dos principais 
fenômenos culturais da atualidade reside no fato dele congregar valores de sua gênese 
como o elemento integrador mente-corpo e a função pedagógica praticada na 
“Paidéia”, na Grécia Helênica, como por outro lado a sua porção competitiva se 
integra perfeitamente à condição pós-moderna, justificada pela relação de 
dependência estabelecida com os meios de comunicação de massa e o consequente 
ajustamento de sua prática em função das exigências e necessidades desses meios. A 
transformação do papel social do atleta e da organização da instituição esportiva como 
um todo vem possivelmente satisfazer ao conjunto de novos valores esportivos, aos 
quais denominamos pós-Olimpismo, onde o amadorismo é abolido do conjunto de 
ideais e o “fair-play” é adequado à necessidade de convivência com patrocinadores, 
espaço comercial e novas regulamentações. 
 A relação entre a mídia e o esporte se tornou tão profunda, que se compreende que um 
tem influência direta sobre o outro. Contudo, não se pode afirmar que em questões jurídicas a 
mídia teria grandes implicações, uma vez que a legislação existe para ser cumprida. 
 Mas a resposta apresentada peça mídia a partir das decisões judiciais envolvendo os 
esportes, influencia também na opinião da população, que na maioria das vezes se opõe a tais 
decisões. 
 Além disso, através do acesso as mídias socias, torna-se mais fácil para o telespectador 
compreender os fatos – uma vez que este estude os mesmos. Existem diversos exemplos do erro 
15 
 
de direito e erro de fato no futebol brasileiro, enfatizaremos no próximo capitulo o exemplo 
ocorrido no jogo Paysandu e Náutico. 
 
3 RELATO DE CASO: Paysandu e Náutico 
3.1) O Jogo 
Divididos em dois grupos, com dez times cada, a Série C da temporada 2019, classificou 
quatro equipes para a Série B do ano seguinte. A fórmula do torneio classificava os quatro 
melhores de cada chave para posteriormente se enfrentarem em jogos eliminatórios até a 
decisão da competição. 
Paysandu e Náutico integravam grupos diferentes no torneio, enquanto o time paraense 
participou do grupo B, se classificando como a quarta melhor campanha do entre os dez times 
da chave, a equipe pernambucana liderou o grupo A, o que ocasionou o cruzamento entre as 
equipes na fase de quartas de finais, fase que determinava quem ascenderia para a Segunda 
Divisão. 
Composta de dois jogos, a fase começou a ser disputada em 1 de setembro de 2019, em 
partida realizada no Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão. Na ocasião os times não 
marcaram gols, finalizando a partida no placar de 0 x 0. Com essa configuração, o vencedor da 
segunda partida a ser realizada em Recife, avançaria na competição. Nova igualdade no 
resultado, penalidades definiriam o vencedor da eliminatória. 
Realizada no dia 8 de setembro de 2019, no Estádio Eládio de Barros Carvalho, 
popularmente conhecido como Aflitos, Náutico e Paysandu se reencontravam para definir o 
acesso. O Paysandu abriu dois gols de vantagem, com gols dos jogadores Nicolas e Vinicius 
Leite. O Náutico conseguiu diminuir a diferença no placar com o gol do jogador Alvaro. 
Restando menos de um minuto para o final do jogo, o árbitro Leandro Pedro Vuaden 
assinalou penalidade máxima em favor do clube pernambucano, que naquela altura sendo 
eliminado da competição. 
A cobrança de pênalti foi realizada com sucesso pelo jogador do Náutico, Jean Carlos, 
que empatou a partida e levou a decisão da vaga para a decisão nos pênaltis, que posteriormente 
classificou o clube pernambucano e garantiu o acesso. 
O lance que mudou os rumos da classificação da partida ocorre após cruzamento do 
atleta do Náutico, Wallace Pernambucano, cuja bola foi cabeceada pelo jogador Caíque Oliveira 
em direção ao braço ao companheiro de time Anderson Uchoa, ambos do Paysandu, dentro da 
área da equipe paraense o que ocasionou a marcação da infração. 
16 
 
Contudo no momento em qual bola atinge o atleta do Paysandu, o braço do jogador 
estava junto ao seu corpo e não interferiu na trajetória da bola, o que costumeiramente não é 
caracterizado como pênalti. O árbitro do jogo interpretou de maneira diferente, o que gerou a 
discussão entre o erro de fato e erro de direito. 
3.2) Analises e Inferências 
Salvaguardado pela Constituição Federal, o desporto é de suma importância para a 
construção social, trazendo bem estar e impulsionando transformações e integrações entre 
não só os envolvidos na prática do esporte, mas também para aqueles que o assistem. 
O lanceem questão gerou um debate sobre a diferença de erro de fato e erro de direito. 
O presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Leandro Gaciba, admitiu em entrevista 
a meios de comunicação a marcação errada da penalidade. Esse foi o ponto de partida para o 
presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul, acionasse a justiça desportiva alegando erro de 
direito na interpretação da regra do futebol. 
O erro de direito da regra caracteriza-se quando há eventuais erros quanto à aplicação 
da lei esportiva. Como por exemplo, a aplicação de um cartão vermelho de maneira 
equivocada, que posteriormente pode ser revertido, perante o Tribunal Desportivo. 
Em contrapartida o erro de fato trata-se de eventuais marcações equivocadas da 
arbitragem, oriundas de interpretações equivocadas, como por exemplo, a marcação ou não 
de uma penalidade máxima. 
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) tem em seu entendimento que não 
são possíveis de análise posterior os erros de fato, por entender que não interferir na 
interpratação do árbitro, autoridade máxima em uma partida de fato. Somente poderá haver 
intervenção nos erros de direito. Com base nesse entendimento, o Paysandu acabou por não 
ter sucesso em seu pleito de anulação do resultado do jogo. 
No julgamento, a decisão desfavorável ao clube paraense, foi decidida por 
unanimidade, uma vez que os sete auditores determinaram que o resultado feito dentro de 
campo de jogo fosse mantido. 
Votaram no caso o presidente do STJD, Paulo Cesar Salomão Filho e os auditores 
Mauro Marcelo Lima e Silva, Otávio Noronha, Ronaldo Piacente, José Perdiz, Antônio 
Vanderler e Rodrigo Raposo. 
A decisão foi noticiada atraves de varios meios de comunicação, como exemplo os 
jornais, cujas manchetes estampavam o desfavorecimento do STJD em relação ao time 
Paraense, alguns apontavam o erro da arbitragem como prejudicial ao time, outros 
demonstravam as comemorações do Naútico com a vitoria sobre a equipe. Conforme constam 
17 
 
nas imagens a seguir, 
IMAGEM 1 
 
Fonte: Ídolos, saídas, novas polêmicas de Vuaden... Personagens de Náutico x Paysandu, um ano depois | 
futebol | ge (globo.com) 
IMAGEM 2 
 
Fonte: STJD nega anulação de Náutico x Paysandu, e time tira sarro: 'Ganhamos no campo e no tapetão' 
(espn.com.br) 
 
 Mesmo após três anos do ocorrido, os torcedores do time Paraense não aceitam a decisão 
do STJD em validar o gol de pênalti que favoreceu o time do Náutico. 
 Contudo, a justiça desportiva foi imparcial enquanto a este caso, uma vez que a diretoria 
bicolor recorreu até mesmo a justiça comum para conseguir vitória jurídica a respeito desta 
situação. 
 O STJD age de forma imparcial, não buscando favorecer nenhum clube, contudo, no 
que diz respeito a este jogo, compreendemos que houve um equívoco na interpretação, o que 
causou danos ao time Paraense. Desta forma, podemos inferir que mesmo com todas as normas 
e os órgãos gestores dos desportos, ainda podem ocorrer enganos. 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Esta pesquisa buscou apresentar conceitos centrais utilizados na Justiça desportiva que 
fundamentam e embasam as decisões tomadas a partir dos mais diferentes tipos de esportes, 
enfatizando neste artigo o futebol. 
18 
 
 Apresentamos incialmente estes conceitos, e para além disso a criação da legislação 
competente aos desportes e os órgãos que tem como funcionalidade administrar e acompanhar 
essas normas. 
 Apresentamos o Tribunal Desportivo, apontando seu funcionamento, sua ligação com 
os demais tribunais, sua natureza jurídica. Enfatizamos que os tribunais desportivos variam de 
um esporte para o outro, a legislação será de acordo com as especificidades de cada uma das 
modalidades. 
 Apontamos também a influência da mídia sob essas decisões, principalmente no que diz 
respeito a recepção do pública em relação as mesmas, apontando casos concretos e exemplos 
de manchetes jornalísticas – conforme constam no ultimo capitulo deste artigo. 
 Por fim, apresentamos nosso caso central, o jogo ocorrido entre Paysandu e Náutico, o 
qual garantia o acesso a série B, relatando que no ultimo minuto da partida, o time Paraense foi 
penalizado, sendo marcado pênalti para o rival. Mesmo recorrendo a justiça desportiva, a 
interpretação foi a mesma dada pelo arbitro, o que manteve o resultando dando a vitória ao 
Náutico, e causando prejuízos ao Paysandu. 
 Diante disso, inferimos que a legislação e a justiça desportiva mesmo sendo imparcial, 
e analisando todos os casos em suas individualidades, contando com uma equipe capacitada, 
pode ainda cometer alguns equívocos. Por conta disso, reformulações poderiam ser feitas para 
que a incidência de resultados equivocados procedesse. 
 Ressaltamos que este trabalho possibilita o entendimento a cerca de outros casos 
semelhantes, possibilitando assim a continuação desta pesquisa e contribuindo com pesquisas 
posteriores. 
 
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