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OXIGENOTERAPIA CONVENCIONAL A oxigenioterapia consiste em oferecer oxigênio sob uma pressão maior que a encontrada no meio ambiente objetivando corrigir hipoxemia Saturação de Oxigênio (SatO2): SaO2 é a porcentagem de oxigênio que seu sangue está transportando, comparada com o máximo da sua capacidade de transporte. Idealmente, mais de 89% das suas células vermelhas devem estar transportando oxigênio. Saturação periférica de Oxigênio (SpO2): percentual de hemoglobina oxigenada em relação à soma de oxiemoglobina e desoxiemoglobina (saturação funcional do oxigênio arterial). Fração inspirada de O2 (FiO2): porcentagem de oxigênio no ar inspirado. Em ar ambiente, ao nível do mar, temos uma FiO2 de 21%. Obs.: A cada 1 L/min corresponde a um acréscimo de 3-4% na FiO2 do ar ambiente Indicações PaO2 < 60 mmHg ou SpO2 < 90 % (em ar ambiente).; ➢ Sat O2 < 88% durante a deambulação, exercício ou sono em portadores de doenças cardiorrespiratórias; ➢ IAM; ➢ Intoxicação por gases (CO) ➢ Envenenamento por cianeto RESUMINDO: HIPOXEMIA Contraindicações Não há um contra indicação para o uso de oxigenoterapia, já que, sua aplicação está bem fundamentada na literatura, o que existe, são efeitos tóxicos e deletérios do uso de oxigênio, que devemos ficar atentos. Obs.: Pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), ao longo de suas vidas, acabam passando por adaptação da hemoglobina à carboxihemoglobina e apresentam saturação de oxigênio abaixo de 90%. Obrigar esses pacientes respirarem por longos períodos com altas frações de oxigênio, poderá causar depressão do centro respiratório causando maior retenção de CO2. Importante saber: O oxigênio é prescrito em relação ao fluxo ou à concentração, dependendo das necessidades do paciente e da capacidade do dispositivo de administração; O fluxo de oxigênio é expresso em litros/minuto. A concentração é expressa como um percentual ou como uma fração de oxigênio inspirado (FiO2); Usar a concentração mínima ou o menor fluxo possível para alcançar um nível de oxigênio sanguíneo adequado. Classificação Sistemas de baixo fluxo: Fornecem oxigênio suplementar diretamente às vias aéreas com fluxos de até 6 l/min ou menos. Como o fluxo inspiratório de um indivíduo adulto é superior a este valor, o oxigênio fornecido por este dispositivo de baixo fluxo será diluído com o ar, resultando numa FiO2 baixa e variável (cânula nasal, cateter nasal). Sistemas de alto fluxo: Os sistemas de alto fluxo fornecem uma determinada concentração de oxigênio em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente, assim asseguram uma FiO2 conhecida (máscara de Venturi) Materiais necessários para oxigenoterapia: 1- Fonte de O2; 2- Fluxômetro; 3- Látex ou traquéia; 4- Umidificador ou nebulizador (água destilada); 5- Dispositivo: Cateter, máscara, máscara de Venturi, capacetes, Ambu. Cateter nasal -Tubo plástico macio, flexível e descartável, em sua extremidade possui vários orifícios; -Deve ser colocado na nasofaringe; -Depois de inserido deve ser fixado com esparadrapo na face; -Não esqueça de trocar pelo menos a cada 8 horas; -Retirar o cateter e verificar se há obstrução em sua extremidade; -Baixo fluxo (máximo 5 L/min); Máscara facial simples -Oferta altos fluxos de oxigênio (até 10L/min) -Deve ser colocada na nasofaringe -Observar possíveis lesões por pressão da máscara Tenda facial -Oferta altos fluxos de oxigênio (até 15 L/min) -<5l/min favorece a reinalação de CO2 Máscara de Venturi -É um sistema que fornece um fluxo elevado de gás com uma fração inspirada de oxigênio conhecida, porém constante; -Vários dispositivos coloridos (adaptadores a jato) são ajustados entre a máscara e a fonte de oxigênio; -São esses dispositivos coloridos que permitem a passagem constante de oxigênio, assim estabelecida pelo fabricante. Reanimador Manual RACIOCÍNIO CLÍNICO Qual a causa? - - - - - Tratar a causa Quanto ofertar? - - - - Mínimo necessário FiO2: (4 X FLUXO) + 21% Terapia fisioterapêutica coadjuvante: 1-Pressão positiva 2-Técnica de remoção de secreção 3-Terapia de Expansão pulmonar VM e VNI não fazem parte da oxigenoterapia? NÃO: Ventilação: entrada e saída de ar entre as unidades funcionais dos pulmões, alvéolos, e o meio externo. Oxigenação: participação do oxigênio molecular no processo de obtenção de oxigênio. Uma novidade A oxigenoterapia por cânulas nasais de alto fluxo (High flow nasal cannula) representa um importante avanço nas alternativas para o suporte ventilatório não-invasivo em doentes com insuficiência respiratória aguda. OXIGENOTERAPIA PARA COVID-19 Considerando os prejuízos da hipóxia e de valores elevados de SpO2 (próximas a 98- 100%), o aumento de custo em relação a maior demanda de oxigenioterapia pelos pacientes com COVID-19, e o aumento da mortalidade nessa população com hipoxemia, recomenda-se manter, durante oxigenioterapia, SpO2 entre 92 e 96%. Em relação à pandemia da COVID-19, a doença pode apresentar 3 grandes fenótipos relacionados ao comportamento pulmonar: • Fenótipo 1, com opacidades múltiplas em vidro fosco, focais e possivelmente com baixa perfusão; • Fenótipo 2, com atelectasias com distribuição heterogênea e opacidades peribrônquicas; • Fenótipo 3, padrão compatível com a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Alguns pacientes apresentam hipoxemia sem outros sinais de insuficiência respiratória, como tiragens, aumento da frequência respiratória e uso de musculatura acessória da respiração. Essa situação é denominada de happy hypoxemia ou silent hypoxemia . Essas características apresentadas levam a um desequilíbrio da relação ventilação/perfusão e, consequentemente, à hipoxemia. Para iniciar a oxigenoterapia, podemos seguir o fluxograma da Figura. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) , indica-se o início da oxigenioterapia com fluxo de 5L/min com o alvo de SpO2 ≥ 94% para pacientes com algum sinal de instabilidade clínica, como insuficiência respiratória, hipoxemia ou choque; e alvo de SpO2 ≥ 90% quando o paciente estiver estável ou SpO2 ≥ 92% para gestantes. Considerando-se o nível de evidência, recomenda-se início da oxigenoterapia quando a SpO2 for menor que 90% (forte recomendação com moderada evidência) e sugere-se iniciar oxigenoterapia caso a SpO2 esteja abaixo de 92% (recomendação fraca, com baixo nível de evidência). Em ambas as situações, recomenda-se SpO2 alvo de até 94% (forte recomendação com moderada evidência). Em relação a interface, não se recomenda a utilização de máscaras de Venturi para oxigenoterapia a esses pacientes (moderada recomendação com moderada evidência). Recomenda-se a utilização de cateter nasal de oxigênio com até 5L/min sem necessidade de umidificação para reduzir produção de aerossóis e o risco de infecção por outros patógenos (forte recomendação com moderada evidência) para início da terapia. Pode-se utilizar a máscara cirúrgica sobre o dispositivo (fraca recomendação, com fraca evidência). Se o paciente não atingir a SpO2 alvo, recomenda-se ajustar o fluxo de O2 entre 10 e 15 L/min com máscara reservatório não-reinalante. COMO AGIR ENTÃO? 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