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DIREITO PENAL IV - ANÁLISE DOS TIPOS PENAIS

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DIREITO PENAL IV
AULA 18/08/2021
Realizar a decomposição do tipo penal em 10 itens. 
Não precisa responder sempre as perguntas, mas eu devo me perguntar se eu sei do que se trata. Isso serve para eu realizar uma auto avaliação
1) Bem jurídico tutelado: alguns autores falam em “objeto jurídico”. As vezes podem coincidir objeto jurídico como objeto material. Objeto jurídico é sinônimo de bem jurídico tutelado. A doutrina clássica fala que é O BEM JURÍDICO TUTELADO. 
O doutrinador dividiu o código na parte geral e parte especial. Na parte geral trabalha com títulos e capítulos. 
Estudar o capítulo, depois o título penal. A facilitação da compreensão seja do tipo penal, seja do fato concreto é mais fácil. Se o título diz que os crimes contra pessoa e o capitulo diz sore os crimes específicos contra a vida – o OBJETO JURÍDICO É A VIDA DA PESSOA 
2) SUJEITOS DO CRIME
Quem é o sujeito ativo do crime? O sujeito ativo é aquele que age primariamente no tipo penal, aquele que propriamente realiza a conduta. 
· Dentro dos sujeitos ativos, pode ter o: autor, coautor e partícipe. O autor é aquele que realiza diretamente a conduta do tipo penal, o coautor é aquele que realiza em conjunto com o outro a conduta do tipo penal, já o partícipe é aquele que meramente instiga, induz ou auxilia a realização da conduta.
Na presença de um fato criminoso, para saberem o envolvimento da pessoa no tipo penal, basta analisar O ART. 29 do código penal. 
“Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.”
O concurso de pessoas é para isso. Tem a figura do autor que realiza o tipo penal diretamente. Existe também o autor intelectual, que é o autor do crime, mas não realiza a conduta fisicamente. Essa é o participe. Pensar em 3 verbos no caso de participe. Induzir, instigar e auxiliar.
Sujeito ativo é aquele que concorre para o crime. Concorrer abrange o autor e o participe. 
Quem é o sujeito passivo do crime? Sujeito passivo é aquela pessoa que teve seu patrimônio jurídico, sem bem jurídico violado. O sujeito passivo para se identificar basta ver o bem jurídico tutelado. 
3) ELEMENTOS DO CRIME
a. ELEMENTOS OBJETIVOS são todos aqueles que não envolvem a vontade do agente e são subdivididos em dois grupos. Elementos descritivos e normativos: 
i. Elemento descritivo: são os componentes do tipo passíveis de reconhecimento por juízos de realidade. Isto é, são as coisas que se materializam na realidade. Ex: homicídio – matar alguém. Se materializa que alguém está morto em decorrência da conduta de alguém. 
ii. Elemento normativo: é aquele que não se pode tatear, não se pode sentir, pegar, meramente ver na realidade sobre o tipo penal. O elemento normativo é um algo a mais da realidade. Que exige um juízo de valor para ser apreciado.
PARA O PROFESSOR MURILO, O ELEMENTO OBJETIVO É O ELEMENTO DESCRITIVO – LOGO CONSIDERAR APENAS ELE COMO ELEMENTO OBJETIVO E NÃO O ELEMENTO NORMATIVO JUNTO.
iii. Para o professor o ELEMENTO NORMATIVO É SEPARADO.
b. ELEMENTO SUBJETIVO: remete a intenção e vontade do agente em realizar a conduta. Em vi ade regra os tipos penais são dolosos, ou seja, o seu elemento subjetivo é o DOLO, que remete a intenção do agente em praticar a conduta. Há a possibilidade de o elemento subjetivo do crime ser a CULPA que nada mais é do que a conduta realizada pelo agente, mas o tipo penal já prevê que não havia a intenção especifica de realizar aquilo, houve a pratica de um ato que resultou naquilo. 
i. O art. 18 do CP disserta mais sobre o elemento subjetivo. 
 Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        I - Doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo. Excepcional. Depende de expressa previsão.
 	 Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
“Para se” / “a fim de “– elemento subjetivo especial (Dolo específico).
Implicitamente – crimes contra a honra (minoria). Maioria sustenta que os elementos subjetivos especiais devem ser expressos.
4) CONSUMAÇÃO: a consumação dependente do tipo penal. Pode ser que o crime se consume no simples ato realizado pela parte, no momento em que se praticou a conduta. A consumação em via de regra ocorre quando todos os elementos do tipo são reunidos, isso formalmente. 
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
5) Tentativa: A tentativa, são circunstancias estranhas ao autor, o sujeito ativo do crime, que o impediu de cometer integralmente o crime, reunir todos os elementos do tipo penal e consumar a prática delitiva. Ex: no crime de homicídio, atirou mas a arma falhou. Não pode vir do próprio agente. Depende do início da execução (não previne atos preparatórios, como regra).
   Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
6) Pena
Institutos despenalizadores. Lei 9099. Composição civil. Transição penal. Suspensão condicional do processo. Alguns institutos só pegaram “carona” na lei dos juizados, pois se aplicam a todos os processos.
7) Ação penal.
Regra: ação penal de iniciativa pública incondicionada.
Inciativa pública condicionada / iniciativa privada (crimes contra honra).
8) Classificação jurídica: para compreender a classificação jurídica dos tipos penais, basta analisar A QUANTIDADE DE BENS JURÍDICOS que estes tem envolvidos.
Crime Simples – protege só um bem jurídico 
Crime Complexo – protege mais de um bem jurídico.
	
Ao analisar o tipo do SUJEITO ATIVO DO CRIME, se conclui se é um tipo penal de comum ou especifico.
Comum – qualquer um (ex: homicídio)
Especial – agente específico (ex: infanticídio)
Ao analisar o TEMPO DO CRIME, quanto tempo ele demora, consegue se concluir o momento de consumação dele e o tipo de classificação jurídica quanto a isso:
Instantâneo – em um momento só.
Permanente – consumação se protrai.
AULA 23/08/2021
HOMICÍDIO – ART. 121, CP
Sujeito ativo é qualquer pessoa, independente das suas classificações. Dependendo do tipo penal, existe uma qualidade especial do sujeito ativo. 
Sujeito passivo é a pessoa quer perdeu a vida, qualquer pessoa. 
Elemento objetivo/descritivo: o verbo que traz o crime é o núcleo do tipo penal. O verbo matar indica o crime de “ação livre” de “forma livre”. Contudo existem crimes com uma previsão fechada, isto é, o código penal já prevê explicitamente como deve ocorrer a conduta para ser tipificada.
O homicídio pode ser praticado de uma forma omissiva. Desde que o agente esteja no art. 13, §2º do Código Penal. 
  Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitaro resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Elemento subjetivo: somente exige o dolo, que é a vontade livre consciente de querer matar. Não exige nada além disso. Existem vários tipos de dolo que podem incorrer, sendo eles: 
Dolo direito de primeiro grau – queria aquele resultado obviamente.
dolo direto de segundo grau – dolo de consequência necessária: se o agente quis aquele meio, quis o resultado que o meio trouxe. 
Dolo eventual – dois caminhos – um que da causa ou outro que não dá causa ao resultado. O agente tinha outra possibilidade de realizar uma coisa diversa daquela prevista 
Consumação e tentativa: o crime de homicídio se consuma em um momento só, que é A MORTE DA VÍTIMA. No momento em que faleceu e o médico atestou, o crime se consuma. É um crime que se consuma instantaneamente. 
O crime de homicídio, é um tipo penal que aceita a forma TENTADA. 
Como discernir entre tentativa de homicídio e lesão corporal? A tese majoritária, inclusive no STF e STJ, é a qualificação como tentativa de homicídio. 
Isto é, com aquela ação poderia ter chego a consumação. A ação nuclear do sujeito, se for objeto central do tipo penal, deve-se concluir que é uma tentativa daquele crime. 
Homicídio privilegiado - §1º - Art. 121
“§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.”
Caso de diminuição da pena. Minorante.
Não é uma faculdade do juiz. Preenchido os requisitos deve ser minorado. É um direito subjetivo do réu.
Três causas subjetivas de diminuição da pena:
1) Relevante valor social ou moral. 
a. Relevante = importante/nobre. 
b. Social – sociedade / moral – a partir do próprio agente (eutanásia).
Eutanásia – homicídio privilegiado. Mata alguém que está fazendo um tratamento.
Ortotanásia –interrompe um tratamento que estava sendo feito para prolongar a vida. Não é bem um dolo de matar, mas um de evitar o prolongamento do sofrimento.
2) Sob o domínio de violenta emoção.
Para o privilégio exige a lei que o agente esteja dominado pela violenta emoção e não meramente influenciado, como mencionado no caso da atenuante; b) determina a causa de diminuição de pena que a reação à injusta provocação da vítima se dê logo em seguida, enquanto a atenuante nada menciona nesse sentido. Portanto, estar tomado pela emoção intensa, causada pela provocação indevida do ofendido, pode provocar uma resposta imediata e violenta, terminando em homicídio. A causa especial de diminuição da pena é reconhecida, tendo em vista que o ser humano não pode ser equiparado a uma fria máquina, que processa dados ou informações, por piores que eles sejam, de modo retilíneo e programad 
3) Injusta provocação da vítima.
Nesse caso, é fundamental considerar o cenário onde estão inseridos ofensor e destinatário da ofensa. Este, somente pode alegar domínio de violenta emoção quando a agressão verbal fugir completamente ao seu cotidiano e à sua expectativa. Pessoas que estão habituadas à troca de injúrias, com relativa frequência, não podem, de um momento para outro, sentir-se violentamente emocionadas com algum insulto que lhes seja dirigido. 
Não se comunica em concurso de crime. Não é elementar ao tipo.
 Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
Como regra, não há possibilidade de comunicação entre os coautores e partícipes do motivo de relevante valor moral, por exemplo, porque o sentimento exacerbado é individual. Não se tem motivos coletivos ou violenta emoção grupal. Além disso, o art. 30 do Código Penal, corretamente, estabelece a incomunicabilidade de circunstâncias e condições de caráter pessoal, salvo quando elementares 
AULA 25/08/2021 
Continuação ART. 121 
A doutrina entende que o crime pode ser qualificado e privilegiado, mas não pode o privilegio ser compatível com a qualificadora.
O entendimento que tem prevalecido é no sentido de admitir a forma privilegiada-qualificada, desde que exista compatibilidade entre as circunstâncias, ou seja, a existência concomitante de qualificadoras objetivas com as circunstâncias do privilégio que são de ordem subjetiva.[footnoteRef:1] [1: https://jus.com.br/artigos/65493/homicidio-privilegiado-qualificado ] 
	Ex: motivo fútil ou torpe – qualificadora – não pode ao mesmo tempo ser privilegiado, como por exemplo motivo nobre. Isto é, o privilegio não pode coincidir com as qualificadoras SUBJETIVAS.
Contudo, as qualificadoras OBJETIVAS, presentes no inciso III e IV, do CP, permite que o homicídio seja privilegiado e qualificado.
Basicamente, não pode ser aceito que as atenuantes motivo fútil ou tor, privilegiadoras, sejam conflitantes com as qualificadoras de modo de execução. 
As primeiras são motivo fútil e torpe; já as segundas se referem ao modo e meio de execução.
Tipo penal misto, eclético não é considerado hediondo. Isso a partir do art. 67:
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência
HOMICÍDIO QUALIFICADO
§ 2° Se o homicídio é cometido:
 I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo
torpe;
Homicídio mercenário, aquele feito e pago por outro. Homicídio uni subjetivo, é aquele que apenas uma pessoa pratíca. Paga ou promessa recompensa, faz com que seja PLURISUBJETIVO, no qual há um mandante e um executor. O “outro motivo torpe”, pode ser praticado por um agente só, mas o mediante pagamento exige mais de uma pessoa como agente. 
“Motivo torpe” é um motivo vil, repugnante por todas as pessoas. As vezes o mero prazer de ver uma pessoa morrer. A torpeza é o filho que mata os pais para receber a herança, é algo que afronta todo ser humano. 
“mediante paga” é um verdadeiro pagamento, valor, dinheiro. 
“promessa de recompensa” é aquele que recebe após o ato. A doutrina discute se há uma recompensa de natureza econômica. O código penal não narra sobre ter uma finalidade econômica. 
STF, na década de 90, tinha que a o motivo torpe constituía elementar do tipo e, portanto, comunicam-se (tanto executor quanto o mandante).
Professor: só o executor responde. O motivo do mandante, não necessariamente, é torpe. A qualificadora não é elementar ao tipo. Motivação é subjetiva / individual e, portanto, não se comunica (assim entende a 6a Turma do STJ).
Elementares só estão no tipo penal básico (“matar alguém”).
Motivo do mandante não é necessariamente igual ao do executor.
Mas nada impede que ambos tenhas motivos torpes (iguais ou diferentes).
Ciúme é um motivo torpe? Depende do caso concreto.
Vingança não é, por si só, exemplo de motivo torpe. Depende do caso concreto.
 II - por motivo fútil;
Motivo fútil? Desproporcional, insignificante.
Tem um motivo, mas ele é desarrazoado.
Ausência de motivo é um motivo fútil? Não. Se não há motivo, não há como ele ser fútil.
 III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
Meio insidioso ou cruel ou de que possa resultar perigo comum. Meio.
Interpretação analógica – forma casuística (exemplos) + forma genérica. 
1) Venenos – meio insidioso. Meio disfarçado / dissimulado. A vítima precisa desconhecer o veneno.
2) Fogo, explosivo – meio que possa resultar perigo comum (perigo a um númeroindeterminado de pessoas ou bens). Ex: inundação, desabamento. Arts. 250-256, do CP.
3) Asfixia, tortura – meio cruel (gera sofrimento à vítima).
Asfixia – impedimento das vias respiratórias (tóxica ou mecanicamente).
Tortura. Art. 1o, Lei n.o 9455:
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
Venefício – homicídio com emprego de veneno (substância que leva a morte da pessoa). Pode ser que esse veneno só seja “veneno” à vítima (açúcar ao diabético).
Qualificadora deve integrar o dolo. Consciência e vontade que é um meio cruel, por exemplo.
Dolo – quer torturar e acaba matando 1o, § 3º, Lei 9455 // quer matar mediante tortura art. 121, §2º, III, do CP.
“se resulta morte” / “se sobrevém a morte” / “se ocorre a morte” – crime preterdoloso. Dolo no antecedente, culpa no resultado. Queria torturar (dolo) e a vítima morre.
Três exceções – arts. 157, 158 e 159 – roubo, extorsão e extorsão mediante sequestro.
 IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
	Emboscada é na espera. Mediante dissimulação, por exemplo para não perceber que está se aproximando. 
Recurso que dificulte: embriagar a vítima antes.
Interpretação analógica.
Formas que dificultam a defesa da vítima.
Traição – vítima pega pelas costas.
Emboscada – espera a vítima.
Dissimulação – disfarça o agir.
 V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
É taxado pela finalidade. Mata para assegurar a execução de outro crime. quer sequestrar a pessoa e para ocultar isso, acaba matando. Quando o código se refere a crime, é sempre crime, nunca contravenção. Para assegurar a impunidade, o agente já cometeu um crime conhecido, mas mata para ficar impune: matar a testemunha que te viu cometendo um furto. Vantagem de outro crime tem muito em sede pós roubo.
Mata para assegurar a execução de outro crime – mata para sequestrar.
Latrocínio. Finalidade específica. Mata para subtrair. Aplica-se a especificidade.
“Crime” – sempre crime e não contravenção penal.
Assegurar impunidade – crime já é conhecido pela autoridade (mata a pessoa que 
testemunhou o furto).
Vantagem de outro crime – mata o companheiro que ajudou na prática do crime.
AULA 30/08/2021
FEMINICÍDIO
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
A doutrina traz diferença entre homicídio e feminicídio. Este (homicídio) é aquele que envolve a violência doméstica, a mulher que está na sua casa, a mulher que mantém vinculo com o agressor. É a mãe, a vó, a filha, a sobrinha e demais. 
O FEMINICÍDIO É UMA CONDIÇÃO OBJETIVA – EM SENDO OBJETIVO, ELE PODE TER UMA QUALIFICADORA DA NATUREZA SUBJETIVA, COMO POR EXEMPLO MOTIVO TORPE – ISSO É O ENTENDIMENTO DO STF/STJ
As circunstancias subjetivas não se comunicam, salvo quando elementares ao tipo penal. A melhor orientação é de que os elementares somente estão no tipo básico, fundamental. 
Se entender que o feminicídio tem natureza objetiva é uma coisa. Se entender que tem natureza subjetiva é outra. Se for isso, o motivo ao mesmo tempo não pode ser taxado com a futilidade e torpeza. O STJ e o STF vem entendendo o crime de feminicídio como de natureza objetiva. Explicação: matar o delator -> matou pq delatou -> matou pela circunstância de traição.
	Matar a mulher: matou motivo fútil estava dentro da condição de natureza doméstica esposa natureza objetiva.
	Natureza de parentesco, afinidade e assim vai gerar a lógica objetiva de feminicídio. Se tem uma relação doméstica com o sujeito, cabe a qualificadora. TEM QUE MANTER UM VÍNCULO DE FAMILIARIDADE.
	Não há demais exigências como mesma residência e outras coisas. 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
	
Aqui há a nominação de pessoas taxadas. É objetivo. Toda vez que ver na norma um ROL DE PESSOAS, nunca pode haver uma ampliação deste. 
	É o caso de agentes penitenciários, juízes, promotores e afins, com a finalidade de proteção desses, já que estavam correndo risco. 
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
	Atualmente o rol de armas restritas é muito especifico, assim é necessário destrinchar a norma
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
 HOMICÍDIO CULPOSO
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
	A norma penal não diz especificamente o que é culposo. Entende-se que é culposo aquele crime praticado por conta de NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA OU IMPERÍCIA DO AUTOR. 
AUMENTO DE PENA
§ 4º - No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo DOLOSO o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Em caso de regra técnica, se trata por exemplo do caso de um médico ou dentista que não esteriliza o material utilizado em pacientes. Por não fazer isso, acaba passando uma doença de uma pessoa para outra. 
Se a vítima morrer na hora, não cabe a majorante. 
No homicídio culposo, não há razão da pessoa fugir, pois a pena é muito pequena. Não cabe a majorante no caso de agente que está fugindo para não morrer por conta do ato dos demais. 
Se for o caso de uma pessoa completar 61 anos ao 12:00, horário do seu nascimento, mas 00:00 ele foi assassinado. Nesse caso, tem sim a majorante. 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
	Isso se chama perdão judicial por conta da gravidade do que ocorreu com o autor. Ou seja, é algo tão ruim que ocorreu com o agente que a pena passa a ser desnecessária.
 MACETE: toda vez que ver numa NORMA PENAL: “o juiz poderá”, isso é um direito SUBJETIVO DO RÉU. Assim, o juiz é obrigado a fazer isso.
	
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
	Majorante variável. 
Milícia privada é um agrupamento de pessoas que fazem a segurança de uma comunidade que é controlada pela criminalidade. 
Grupo de extermínio é aquele grupo que matam seguimento da sociedade por participarem de certo grupo. Matam por conta da categoria de que pertencem. Isso é de natureza objetiva.
	
§ 7º - A pena do feminicídio é aumentadade 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - Durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
	O agente tem que ter conhecimento da gestação. No entanto se houve a morte do feto, é necessário saber se assumiu o risco de produzir o resultado que obteve. Se tinha, foram praticados dois crimes, homicídio e aborto (dolo direto de segundo grau no mínimo).
O denominado dolo direto de segundo grau é aquele que decorre do meio escolhido para a prática do delito, em outras palavras, diz respeito a um efeito colateral típico decorrente do meio escolhido e admitido, pelo autor, como certo ou necessário. 
II - Contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
	Existe uma norma específica que trata de deficiência. Menos de 14 e mais de 60 como majorante. 
II - Contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018)
	Existe lei sobre essas deficiências. 
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
	Essa majorante surgiu porque muitas crianças ou pais assistiam a morte de seu familiar. Aqui não se fala da presença física, portanto não se limita o alcance. A maioria da doutrina vem sustentado que por áudio, vídeo, seja lá qual for um meio ao vivo, este pode ser considerado como na presença. 
IV - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018)
	Ver o anterior.
V - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018)
		Se trata das hipóteses previstas na Lei Maria da Penha. 
SOBRE O ART. 122, O PROFESSOR TRATARÁ, MAS NÃO CAÍ NA PROVA DELE.
INDUZIR: 
INSTIGAR:
AUXILIAR: 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019)
		Automutilação é falar para a pessoa se depreciar. É induzir alguém a se foder literalmente. 
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
AULA 01/09/2021
INFANTICÍDIO
O legislador quis dar um tratamento diferenciado, porque não é uma espécie de homicídio já que é previsto em artigo próprio (basicamente)
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
O crime fala de um elemento normativo TEMPORAL, sobre o parto ou logo após. O código fala durante o parto ou logo após. 
O bem jurídico penal deste tipo é NASCENTE OU NEONATO.
O SUJEITO DO CRIME: esse crime é chamado de CRIME PRÓPRIO, que se trata de uma qualidade especifica do agente. Assim, o agente é A MÃE em ESTADO PUERPERAL. A doutrina chamava de “crime da puérpera”.
SUJEITO PASSIVO: como diz durante o parto ou logo após, SOMENTE PODE SER O NEONATO. “Durante o parto”, se trata quando é feita a primeira incisão no corpo da mulher.. Ser nascente ou recém-nascida (o). 
ELEMENTO SUBJETIVO: pode ser de um meio direto ou indireto. Assim, o elemento subjetivo é o DOLO. DOLO DIRETO E EVENTUAL. 
ESTADO PUERPERAL:
O Estado puerperal são alterações psicossomáticas que eventualmente alteram o estado psicológico. 
É obrigatório haver uma relação de nexo causal entre o Estado puerperal e a morte do filho, para que assim seja qualificado como feminicídio. 
Há a possibilidade de a mulher ser condenada como semi-imputável em decorrência da gravidade do Estado, bem como é possível ser taxada como inimputável. 
CIRCUNSTÂNCIA ELEMENTAR TEMPORAL: A circunstância “logo após”, vem recebendo uma variação de interpretação muito grande, tendo em vista que não há um padrão de quanto tempo este estado pode perdurar.
	Ex: Matar sobre influência do Estado puerperal mesmo após 20 dias, pode ser considerado como Estado puerperal. 
	Se matar o filho de outra pessoa, não sabendo disso e estando durante o estado puerperal, o elemento subjetivo do DOLO ainda é mantido.
O crime de infanticídio é um crime próprio, com circunstâncias próprias, condições próprias e especificidades. Faltar um elemento, como o ELEMENTO SUBJETIVO do DOLO, faz com que o crime seja caracterizado como atípico.
	Ex: caso de dar tapas nas costas e matar o filho. A doutrina majoritária entende como tipificação de homicídio culposo. 
CONCURSO DE PESSOAS: Se alguém induz, instiga, auxilia uma mãe em Estado puerperal a matar o seu filho, responde como concurso de crime. 
Autoria ou co-autoria. 
Uns entendem que o autor que é a mãe deve responder por homicídio.
A participação de terceiro em sentido estrito, não é tão discutível. 
	É um crime de mão própria da mãe em estado puerperal que mata o filho. 
	Há uma parcela da doutrina, Flávio Monteiro, que leciona aplicar o art. 121 do CP, por não ser elementar. 
	Hoje está sedimentado que UM TERCEIRO QUE AUXILIA A MÃE A MATAR O SEU FILHO, RESPONDE POR INFANTICÍDIO. 
AULA 13/09/2021
ABORTO
Discussão no STF sobre aborto de “feto anencefálico”. Foi declarado com fato atípico – o fundamento está na lei 9434, §3º, no qual diz que quando o cérebro parou de funcionar, é permitido retirar os órgãos, por conta da morte cerebral, o que dirá de uma “pessoa” que não tem nem ao menos calota cerebral. Se não tem bem jurídico tutelado, não tem aborto. 
	“Aborto” é um elemento normativo do tipo penal. Em decorrência disso ele exige um conhecimento a mais do interprete. 
	A proteção penal do aborto vai até o INÍCIO DO PARTO. A primeira incisão de uma faca, é a que muda o tipo penal aplicado, passando a ser infanticídio. 
	Alberto Aranha, desembargador aposentado, dizia que a medicina ainda não tinha condições de dizer que o feto era anencefálico ou não. 
No anencefálico, não tem tipicidade;ou existe crime, mas não tem punibilidade, não tem culpabilidade. Agora se entender que nem WELSSEl, a culpabilidade é um elemento de crime.
O professor acha a melhor, a ausência de crime por ausência de tipicidade e caso haja crime, não haverá culpabilidade. 
A proteção do crime de aborto, se dá ATÉ O INÍCIO DO PARTO. 
O BEM JURÍDICO: Nestes tipos, protege-se não somente o feto, mas também a gestante. Tanto que o CP traz majorantes no caso de a gestante sofrer agressões ou dores maiores. Logo, o BEM JURÍDICO DO TIPO É A PESSOA. 
O SUJEITO ATIVO DO CRIME: também é um crime de mão própria, o qual ninguém mais, a não ser ela pode fazer. A segunda parte do tipo “consentir...”, também é um tipo penal de crime de mão própria. 
	O código penal adotou a teoria pluralística, no qual no concurso de crimes, a gestante responde em um tipo penal e o agente que apoiou o por outro. 
	Logo, o art. 124 NÃO ACEITA A CO-AUTORIA, mas aceita a coparticipação em sentido estrito (induzir, instigar ou auxiliar).
SUJEITO PASSIVO: o ser em evolução de forma imediata e a gestante de forma mediata. 
ELEMENTO SUBJETIVO: pode ser feito de várias formas, mas todas estas exigem o DOLO. Basta a consciência de que está provocando um aborto em si ou de que outro está provocando. 
É uma condição sine qua, na qual o causador do aborto, tenha conhecimento do estado de gravidez da mulher.
Quando o código fala de pratica o aborto “com o consentimento”, este é o elemento do crime. (art. 126)
Quando o código penal fala sobre “sem consentimento”, este é o elemento do crime. (art. 125).
Hipótese: mãe e filho. Tentativa de homicídio da mãe (se não matar), já o filho é o caso de aborto consumado, em relação àquela criança. (teoria minoritária) --- há a hipótese de tipificação como homicídio, no caso da criança recém-nascida. 
CIRCUNSTÂNCIA ELEMENTAR TEMPORAL: TEM QUE SER PRATICADO ENQUANTO ESTIVER EM GESTAÇÃO. 
A CONSUMAÇÃO SE DÁ, PELA INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ, DENTRO OU FORA DO ÚTERO.
CONCURSO DE PESSOAS: em todos os casos, se trata de um crime de mão própria, assim todas as pessoas podem ser participes no sentido estrito, que são aquelas que induzem, instigam ou auxiliam.
Regra – concurso de pessoas – monista (um crime pra todo mundo) ou pluralista (diferentes crimes – um crime pra cada um).
Aquele que auxilia responde pelo art. 126 ou seja, crimes diferentes.
Art. 124 não aceita coautoria. A mãe incidiria no art. 124 e o “coautor” no 126.
 Aceita participação em sentido estrito induzir, instigar ou auxiliar. Nesse caso vai ao art. 124.
ATUALMENTE HÁ A ADOÇÃO DA TEORIA PLURALISTICA – PARTICIPE 124
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento – tem duas espécies. O auto aborto e consentido.
        Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:  (Vide ADPF 54)
        Pena - detenção, de um a três anos. 
        Aborto provocado por terceiro – sem o consentimento / sem consentimento. 
        Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
        Pena - reclusão, de três a dez anos. 
        Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:  (Vide ADPF 54)
        Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
        Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. 
        Forma qualificada – PROFESSOR FALA QUE SÃO MAJORANTES E NÃO QUALIFICADORAS
        Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
        Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:  (Vide ADPF 54) - causas que afastam a antijuridicidade. 
	Aborto necessário/terapêutico. Se for um caso de interior, não se aplica o art. 128 e sim o estado de necessidade. 
        I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
        Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
        II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
AULA 15/09/2021
Omissão de socorro.
Periclitação da vida e da saúde – crimes de perigo – crimes subsidiários.
Dolo de perigo e não de dano.
CP trouxe essa figura no aspecto amplo. Dever de solidariedade de todos.
Omissão, por si só, não é crime. Salvo quando a norma impõe um dever de agir (normas imperativas) arts. 135, 244 e 269, CP.
    Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
      
  Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
A doutrina minoritária entende que só incorre no crime de omissão se deparar-se no perigo; a doutrina majoritária entende que não é necessário se deparar com o perigo, apenas ter conhecimento da situação de perigo.
O BEM JURÍDICO: o crime é periclitação da vida e da saúde, então o bem jurídico É A VIDA E A SAÚDE.
O SUJEITO ATIVO DO CRIME: a doutrina penal brasileira, tem sustentado que é um crime comum, aquele que qualquer pessoa pode praticar.
Aceita-se coautoria ou não? Divisão doutrinária:
1) Parcela que diz que “não”. Há autores e condutas isoladas (autoria é individualizada). Cabe a participação em sentido estrito – algum sujeito que, por exemplo, não estava no local e não tinha como ocorrer sua omissão. Há participação em sentido estrito.
2) Parcela que defende que não há participação em sentido estrito.
3) Parcela que diz caber tanto autoria quanto participação em sentido estrito. Crítica: coautoria deveria ser divisão de trabalho quando aqui há individualização.
O SUJEITO PASSIVO DO CRIME: O ECA estabelece o conceito de criança em seu artigo 2º. Logo, criança é aquela de 0 até 12 aos incompletos. O primeiro grupo é pessoa abandonada e extraviada. O segundo é aquela pessoa inválida (por conta da nascença, vida) ou pessoa ferida é aquela que sofreu um acidente. O terceiro grupo de pessoas, é aquele das pessoas que se encontram em grave e iminente perigo, no caso seria uma criança/adolescente se afogando, contudo a pessoa pode ajudar e nada faz. 
 
ELEMENTO SUBJETIVO: o agente constatando aquela situação, não presta socorro algum, não age realizando nada para tentar solver aquilo. Bittencourt fala: “o sujeito encontra uma pessoa ferida, mas ao ver ela, constata que a pessoa é sua inimiga. Deixa a pessoa lá ferida. A pessoa que se omite não pode receber o dolo pelo dano, pois não foi ela quem colocou aquele outro naquela situação. - DOLO SOMENTE DE PERIGO
ELEMENTO OBJETIVO DO CRIME: tem como única função descrever os elementos que devem ser constatados no plano dos fatos capazes de identificar e delimitar o conteúdo da proibição penal. Os elementos que compõem o elemento objetivo são: autor da ação, uma ação ou uma omissão, um resultado, nexo causal e imputação objetiva.
Crime omissivo puro.
Alternativa do omitente: prestar o socorro ou chamar a autoridade pública.
Autoridade pública – polícias, guarda municipal, conselho tutelar e etc.
Mas há casos que não é possível essa escolha.
- Parte da doutrina (minoritária). Emitente precisa se deparar com a situação de perigo. Ex: encontra uma criança abandonada. Só incorre se houver esse contato.
- Parte da doutrina (majoritária), não há necessidade de se deparar com a situação de perigo, bastando dela tomar conhecimento.
Ex: pessoa já está sendo socorrida outras que não prestam socorro não respondem. A menos que o socorro prestado seja insuficiente.
Se a pessoa já morreu, não há como socorrer. Não há omissão. 
- Situação de perigo não é causada pelo omitente.Se ele causou, responde pelo resultado (ex: lesão corporal).
CIRCUNSTÂNCIA ELEMENTAR TEMPORAL: a doutrina majoritária defende que o crime é instantâneo, que é aquele que se consuma no momento do ato de omissão e este tem que ser imediato. 
Se a vítima recusa ao atendimento, não há omissão. 
TENTATIVA: ou presta assistência e não existe crime ou não presta a assistência. Logo não pode ter a tentativa. Não há tentativa nos crimes omissivos PUROS, como este. 
CONCURSO DE PESSOAS: a coautoria ou participação penal em sentido estrito. Como o concurso é a divisão de trabalho em que cada pessoa tem um tipo de conduta que influência no resultado. Logo, o colega que também fica de braços cruzados e não realiza nada, não deve ser taxado como coautor, pois o outro praticou uma nova conduta. 
A corrente majoritária é aquela que entende haver a participação em sentido estrito, no caso daquele que induz, incentiva ou auxilia a pessoa a praticar a conduta. 
O parágrafo único narra sobre o aumento da pena, qualificadora. Ex: a morte de uma pessoa ocorreu por conta da omissão do outro. O resultado qualificador também pode ser a título de dolo.
“se resulta morte” – culpa – crime preterdoloso.
O resultado não foi gerado pelo omitente. Não foi ele quem criou a situação de perigo.
Condição sine qua non – situação de perigo não é criada pelo omitente, mas a própria vítima ou terceiro.
Pode haver dolo de perigo ou de dano. Quer que a pessoa morra?
- Crime do art. 135 é autônomo, mas subsidiário.
Quem causa o homicídio/ a lesão corporal (no trânsito ou não) e não presta socorro (ele mesmo provocou a situação de perigo) constitui omissão de socorro uma majorante. Não se confunde com o art. 135.
No art. 135 o agente se depara com algo que ele não provocou, neste ELE NÃO PODE TER O DEVER DE GARANTE. Se tiver, tem que responder pelo resultado (121 e 129), mas em via de regra não tem. 
No parágrafo único a pena da pessoa aumenta 
        Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
    
    Art. 135-A.  Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial:  (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
        Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
        Parágrafo único.  A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Maus-tratos
 Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
 Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
 § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos.
 § 2º - Se resulta a morte:
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
 § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos
Bem jurídico tutelado (objeto jurídico): 
Sujeito Ativo e 
Sujeito Passivo): 
Elemento objetivo do crime: 
Elemento normativo do crime: 
Elemento subjetivo do crime: 
Consumação (art. 14, I, CP): 
Tentativa (art. 14, II, CP):
 Classificação jurídica dos crimes: crime comum
AULA 20/09/2021
LESÃO CORPORAL
O consentimento do ofendido integra é elemento da tipicidade ou outras vezes afasta a tipicidade. Em sede de lesão corporal, como é a análise sobre tipificação? Como é análise de consentimento? 
	O princípio da insignificância é aquele que afasta a tipicidade. Logo, em sede de lesões corporais, lesões ínfimas não podem ser caracterizadas como significativas e tipificadas como tal tipo penal. 
	A cirurgia de retirada de órgão não é etiquetada como crime de lesão corporal. O dolo é corrigende, que é corrigir uma “anomalia” que a pessoa diz que traz consigo. Ai que o consentimento da vítima funciona como excludente em sede de lesões gravíssimas. 
	A excludente da antijuridicidade, presente no art. 23 do CP, impossibilita a tipificação de lesão corporal por decorrência do ato desportivo. Isso é um exercício regular de um direito. 
Bem jurídico tutelado (objeto jurídico): A integridade física da pessoa, a saúde. 
Sujeito Ativo: Em via de regra pode ser praticado por qualquer pessoa, um crime comum. Há a hipóteses de ser próprio, como em feminicídio ou infanticídio. 
Sujeito Passivo: pode ser do tipo comum também, no qual independe de quem for podendo o sujeito passivo ser qualquer pessoa. Há a exceção, como em aborto, que somente pode ser a mulher como sujeito passivo do crime. 
Pode haver participe de crime em sentido estrito ou outro.
Elemento objetivo do crime: o código fala em ofender a integridade corporal com a saúde de outrem. A integridade física corporal, se refere a todos os órgãos do ser humano. A lesão corporal é um crime de ação livre, no qual de qualquer forma pode ser causada uma lesão corporal contra a pessoa 
	Ex: soco, pedra, empurrar para o chão; puxar cabelo e várias outras formas, por isso é um crime do forma livre.
Elemento normativo do crime: 
Elemento subjetivo do crime: A lesão corporal, o elemento objeto é animus la idendi, que é o animus de ofender a integridade da saúde corporal da pessoa. 
	O DOLO É O ELEMENTO SUBJETIVO.
Consumação (art. 14, I, CP): crime instantâneo, que é aquele que se consume no momento do ato. No momento que ela sofre a lesão corporal, o crime está devidamente consumado. 
Tentativa (art. 14, II, CP): o crime do artigo 129 aceita a forma tentada. Um exemplo de forma de tentativa é alguém tentando dar um soco em outro, este desvia do soco e pronto. Tentativa. 
	A prova é a maior dificuldade, o que deve ser pelo processo penal. 
 Classificação jurídica dos crimes: crime comum
Lesão corporal 
        Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
        Lesão corporal de natureza grave  - TODAS AS QUALIFICADORAS DO §1º E 2º SOMENTE PODEM SER UTILIZADAS, SE TIVER NO MÍNIMO CULPA. 
 Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Agravação pelos resultados. Resultados apenados com maior gravidade. Em que há um resultado a mais (a título de dolo ou de culpa). Deve haver bno mínimo culpa.
Parágrafo primeiro comporta a suspensão condicional do processo.
§ § 1 º e 2º - todos os resultados qualificados depende de no mínimo culpa (art. 19). Sempre aceita a culpa. Dolo nem sempre. Precisa de culpa para responder pelos resultados qualificados.
TODOS EM FUNÇAO DO ART. 19 DO CP
        § 1º Se resulta: 
        I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
Incapacidade por mais de 30 dias é verificada após o trigésimo dia, por meio de perícia que verifica a incapacidade de realizar aquele ato que tinha hábito de praticar.
	As ocupações habituais somente devem ser de natureza lícita.
        II - perigo de vida; 
Não é uma mera possibilidade de a vida correr risco. Deve ser algo integralmente comprovado de que a vida esteve em perigo.
Não aceita o dolo, MAS APENAS A CULPA, pois se tiver o dolo de causar perigo à vida, será qualificado como tentativa de homicídio o ato do sujeito ativo. 
        III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
Enfraquecimento de membro; duradouro, que não significa perene, como infinito, mas sim de longa duração 
Aceita o DOLO, por conta da intenção de machucar especificamente algum sentido – aceita também a CULPA. 
A debilidade é o enfraquecimento,que é machucar, afetar aquela função. Debilita-se aquela função, sentido ou membro, logo não se perde ela inteira, apenas a reduz. 
Pode ser um crime PRETER-DOLOSO no qual teve a intenção de lesionar inicialmente, mas não a ocorrer a outra consequência, como por exemplo a pessoa fica paraplégica. 
        IV - aceleração de parto:
O agente deve ter a ciência de que a mulher estava grávida. O agente agrediu ela e queria aquilo.
        Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
   AULA 22/09/2021 – LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA
     § 2° Se resulta: 
        I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
Específico ao trabalho (diferente de ocupações habituais).
Trabalho da vítima ou qualquer trabalho (genérico)? Bitencourt – trabalho genérico. Professor – trabalho da vítima.
§1°, I – ocupações habituais da vítima.
§ 2°, I – trabalho da vítima.
Sempre vai sobrar outros trabalhos para dizer que não houve incapacidade.
Dolo na lesão. Culpa no resultado.
Dolo na lesão. Dolo no resultado.
        II - enfermidade incuravel; 
Enfermidade incurável – sífilis, lepra, HIV.
HIV – tentativa de homicídio ou lesão corporal? STJ – enfermidade incurável.
Pode ter dolo no resultado.
        III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
Perda ou inutilização do membro, sentido ou função.
Perda – ablação (amputação pelo médico ou mutilação pelo agente).
Dolo na lesão. Culpa no resultado (preterdoloso).
Dolo na lesão. Dolo no resultado.
        IV - deformidade permanente; 
Deformidades permanentes. Lesão de relativa monta que causa humilhação para quem a sofreu e desconforte a quem o olha. Lesão estética.
A lesão não precisa visível sempre.
Vítima não é obrigada a fazer cirurgia.
Cirurgia corretiva afasta ou não o resultado qualificador? Doutrina diverge. Professor entende que afasta.
Lesão não necessariamente no rosto (têm autores que defendem que precisa ser no rosto).
Correção por aparelho ortopédico ou similar – não afasta o resultado qualificado.
Aspectos sociais de vítima (gênero e etc.).
Aceita o dolo também.
        V - aborto: 
Feto precisa estar alojado na membrana uterina.
Precisa ser a título de culpa.
Se houver dolo é aborto.
Precisa conhecer o estado de gravidez.
        Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
        Lesão corporal seguida de morte 
        § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: 
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos. .
Ao mencionar que a morte não pode ter sido desejada pelo agente, e tampouco pode ele ter assumido o risco de produzi-la, está-se fixando a culpa como único elemento subjetivo possível para o resultado qualificador. Justamente por isso, neste caso, havendo dolo eventual quanto à morte da vítima, deve o agente ser punido por homicídio doloso. 
A tentativa, nesta hipótese, é inadmissível, pois o crime preterdoloso envolve a forma culposa e esta é totalmente incompatível com a figura da tentativa. Se o agente não quer, de modo algum, a morte da vítima, é impossível obter a forma tentada da lesão seguida de morte. Ademais, ou a morte ocorre e o crime está consumado, ou não ocorre e trata-se apenas de uma lesão corporal. 
        Diminuição de pena 
        § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Lesão corporal privilegiada.
Social – sociedade.
Moral – indivíduo.
Violenta emoção – perde os freios inibitórios (deve haver uma injusta provocação da vítima).
1/6 a 1/3.
Lesões corporais graves e gravíssimas aceitam a diminuição.
Obrigação do juiz- direito subjetivo do réu.
        Substituição da pena 
        § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: 
        I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
        II - se as lesões são recíprocas. 
Lesões do caput.
Sendo privilegiado – pode haver a substituição.
Graves e gravíssimas não podem.
        Lesão corporal culposa 
        § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
        Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
Culpa – inobservância do dever de cuidado em situação previsível.
Comporta todos os quatro institutos despenalizadores da lei 9099.
        Aumento de pena 
        § 7o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código.        (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
Perdão Judicial
        § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
Perdão Judicial
        Violência Doméstica    (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
        § 9o  Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:(Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
        Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Qualidade especial do sujeito ativo – relação familiar.
Qualidade especial do sujeito passivo.
Ex: ascendente descendente / descendente ascendente.
Crime bipróprio – qualidade especial de ambos os sujeitos.
Relações domésticas – empregadas.
Não necessariamente a vítima precisa ser do gênero feminino.
Primeira parte - Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro – a lesão pode ser fora ou dentro do âmbito doméstico.
Segunda parte - ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade – precisa ser no lar (local do crime).
Lesão corporal de natureza leve. Comparado com o caput: a mínima é igual.
Incoerência do legislador da violência doméstica. 
Lei maria da penha – art. 30.
Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
Alguns autores dizem que a violência doméstica exige que a vítima seja mulher. Professor discorda, pois o parágrafo 9º nada menciona sobre gênero.
        § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
Não fala “se a violência”, mas só “se a lesão”. Se não há lesão, aplica-se o art. 21, da LCP.
Ação penal.
Lei maria da penha.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Parte da doutrina. Crimes de violência doméstica do CP. A ação penal é condicionada a representação. Professor acha que é incondicionada. O art. 41 afasta apenas os institutos despenalizadores da lei 9.099. Leve – condicionada / grave – incondicionada.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Outra corrente. Art. 41. Predominante. Súmula do STJ. Leve – ação penal pública incondicionada.
Lesão culposa – ação condicionada.
Grave, gravíssima, se resulta morte – incondicionada.
        § 11.  Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridadeou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.  (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
§ 13.  Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código:    (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021) 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).    (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021) 
AULA 27/09/2021
DOS CRIME CONTRA A HONRA 
A honra é um conjunto de atributos que a pessoa tem que lhe conferem uma estima social e um auto respeito.
Noronha dizia que a honra objetiva (CALÚNIA E DIFAMAÇÃO) é o conceito que se tem perante a sociedade em razões dos atributos físicos, sociais, morais, aquilo que é externalizado. 
A honra subjetiva (INJÚRIA) é aquilo internalizado pela pessoa, os seus sentimentos. Aquilo que está dentro de si. Autoestima.
MACETE: usar a divisão de Noronha, por meio dela várias perguntas podem ser respondidas. Toda a vez que tiver pergunta sobre CALÚNIA E DIFAMAÇÃO – PARTIR DO PRINCÍPIO DO QUE ESTÁ SE PROTEGENDO NESSE DOIS CRIMES É A HONRA OBJETIVA.
A honra é um bem disponível. O consentimento do ofendido em sede de crime contra a honra deve se analisar a falta do DOLO. Quando a pessoa consente que alguém o ofenda, esse consentimento AFASTA A TIPICIDADE.
	É A AUSÊNCIA DE DOLO PARA TIPIFICAR. 
TODOS OS SEGUINTES PODEM SER ANALISADOS PELA LEI 9.099/95
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
        Calúnia
        Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
O BEM JURÍDICO: honra objetiva – reputação perante a sociedade – é a imputação de um crime contra alguém. 
O SUJEITO ATIVO DO CRIME: não há a exigência de uma pessoa específica, de por exemplo ser um crime de mão própria.
O SUJEITO PASSIVO DO CRIME: para imputar algo contra alguém, primeiro deve ser verificado se uma pessoa pode cometer crime. Isto é, se a pessoa é de maior ou não, se pode cometer um crime ou não.
1) problema: imputar uma conduta típica contra um menor de 18 anos –
Para a teoria clássica do direito penal os crimes são uma conduta típica jurídica e culpável. Para eles, os menores de 18 anos não podem ser caluniados, mas sim difamados. 
Se honra objetiva é o conceito que a pessoa tem perante a sociedade 
As pessoas jurídicas podem praticar crime contra a ordem econômica, tributária ou ordem ambiental. No entanto é uma corrente majoritária no STF e no STJ que a pessoa jurídica NÃO PODE SER SUJEITO DE NENHUM DOS CRIME DO CAPÍTULO V (DIREITO À HONRA) DO CÓDIGO PENAL.
	As razões: os tipos são protetivos à pessoa. Logo, em respeito ao princípio da legalidade, da reserva legal, não se pode estender a interpretação para a perspectiva para a pessoa jurídica. 
	Por exemplo, pessoa jurídica não pode brigar. No capítulo VI, que trata de violência individual, importante fixar que pessoa jurídica não pode ser machucada. 
	O terceiro exemplo é sobre o machucar outrem, que é aquele nascido de uma mulher. Como uma pessoa jurídica não nasce de uma mulher, fica claro que a pessoa jurídica NÃO PODE SER SUJEITA A NENHUM DOS TIPOS DE PENAIS DE DIREITO À HONRA.
	
ELEMENTO SUBJETIVO: além do dolo, exige o ELEMENTO SUBJETIVO ESPECIAL DO TIPO PENAL – É A VONTADE DE CAUSAR UM DANO PERANTE A SOCIEDADE. SEM ESSE ELEMENTO ESPECIAL DA VONTADE DE AGIR, NÃO HÁ COMO SE TRATAR SOBRE A CALÚNIA.
	Professor e uma parcela da doutrina diz que esse dolo especial deveria estar presente expressamente para ser aplicado.
	A DOUTRINA MAJORITÁRIA, EXIGE ESSE ELEMENTO SUBJETIVO ESPECIAL.
	ANIMUS CALUNIANDI
ELEMENTO OBJETIVO DO CRIME: Esse fato precisa ser determinado, não pode ser indeterminado. Tem que trazer minucias e não detalhes. A falsidade pode ser sobre o fato integralmente, como pode ser falsa a acusação de autoria. ex: o fato existiu, mas não era realmente aquela pessoa que estava lá ou que realizou a conduta. 
Elemento normativo do crime: a falsidade é o elemento normativo do dolo.
Consumação (art. 14, I, CP): se consuma no momento em que alguém da sociedade toma consciência do ato que não sabe que é calúnia. BASTA ALGUEM SABER – NÃO PRECISA SER EM UMA QUANTIDADE MAIOR – UM OUTRO SABENDO DESSA CALÚNIA, JÁ TIPIFICOU.
Tentativa (art. 14, II, CP): SE A CALÚNIA FOR VERBAL, NÃO SE ACEITA TENTATIVA. A HIPÓTESE É NARRADA POR QUASE TODO DOUTRINADOR. A doutrina como um todo entende que PODE HAVER A TENTATIVA DE CALÚNIA ESCRITA. 
	Por exemplo, foi feita uma carta que qualificava-se como calúnia, mas ela se perdeu. O objeto, essa carta, perde o seu poder. 
Tipo de crime: crime formal – não precisa haver o resultado naturalístico – basta a possibilidade de dano. O dolo é dano, de denegrir a imagem.
CONCURSO: crime UNISUBJETIVO – é um crime de conteúdo variado ou de ação múltipla – várias ações nucleares e um crime só.
        § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
Outras divulgações como postar no mural da faculdade, colocar lá fica como divulgação – lei 5260/57 – lei de imprensa – art. 20, 21 e 22 – sobre crimes de difamação e imprensa. 
        § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
É a única ofensa sobre um crime que afeta um morto – A razão é que quem é afetado é o seu legado, a sua família, o que não deveria.
A regra na calúnia é A PROVA DA VERDADE – portanto todas as pessoas que foram acusadas por outrem PODEM PROVAR A CALÚNIA, pois o Estado sempre tem interesse de ao caso de ser constituído um crime, esse ser punido.
        Exceção da verdade
        § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
        I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
O legislador veda a prova da verdade, ele não deixa que seja promovida a prova da verdade. SOMENTE PODE PROVAR, SE O CARA QUE INJURIU, FOI PROCESSADO E CONDENADO POR CRIME DE INJÚRIA CONTRA OUTRA PESSOA. SE A PESSOA NÃO DENUNCIOU OUTRO OU O PROCESSO ESTÁ CORRENDO, NÃO PODE FAZER A PROVA DA VERDADE. 
A RAZÃO É QUE UM CRIME DE AÇÃO PENAL PRIVADA O BEM JURÍDICO É DISPONÍVEL, PORTANTO A PESSOA PODE RENUNCIAR ELE. 
        II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
Qualquer chefe de governo estrangeiro. O código aqui veda a prova da verdade. A grande critica da doutrina penal brasileira. 
Ex: atribuir ao presidente a prática do crime de lesão corporal. Não pode ser feita a prova da verdade nesse caso. 
        III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
	Se atribuir a pratica de um crime contra alguém, e a pessoa já foi absolvida, não se pode trazer novas provas. Consequentemente, veda-se a prova da verdade.
TODAS AS VEZES QUE O LEGISLADOR FALA SOBRE UMA NORMA PENAL INCRIMINADORA, É SEMPRE CRIME.
        DIFAMAÇÃO 
        Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Bem jurídico tutelado (objeto jurídico): o que se tutela é a honra objetiva.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa pode cometer
Sujeito Passivo: os menores de 18 anos podem ser difamados – os doentes mentais podem ser difamados, as PJ não podem ser difamadas
Elemento objetivo do crime: É um acontecimento que afeita a reputação da pessoa. É um fato que ofende a reputação. 
Elemento normativo do crime: difamar
Elemento subjetivo do crime: elemento subjetivo especial do tipo penal. É o dolo e esse elemento, que é a intenção de atingir dentro da sociedade.
Consumação (art. 14, I, CP): quando alguém da sociedade toma conhecimento.
Tentativa (art. 14, II, CP): a doutrina diz que se for verbal não tem tentativa, hungria discorda 
 Classificação jurídica dos crimes: simples
        Exceção da verdade
        Parágrafoúnico - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
O ofender ou difamar um funcionário público no exercício da função dele. Isso se for o caso de um funcionário público. 
AULA 29/09/2021
Todas as pessoas, sejam na calúnia, difamação e injúria, ainda possuem uma parcela da honra que deve ser preservada. O código quando trata da calúnia, trata sobre um fato e acontecimento sobre uma vida que a pessoa levou. 
A mesma forma da injúria, quando presente o DOLO e o elemento especial do tipo – o adjetivo que se qualifica a pessoa pode ser verdadeiro. 
Na calunia e difamação, ocorre a imputação de um fato. ENQUANTO NA INJÚRIA O QUE OCORRE É UM CONCEITO IMPUTADO CONTRA OUTRO. 
        Injúria
        Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade (FÍSICOS E INTELECTUAIS) ou o decoro (ATRIBUTOS MORAIS):
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena (PERDÃO JUDICIAL):
        I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
O ofendido provoca o sujeito que injuriou. Aquele ajuíza um processo contra este e dai é provado que aquele provocou este.
        II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
É o caso de um xingar o outro. Uma agressão, retorsão, injúria encima da outra. 
        § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: (injuria real – protege a honra e integridade física)
O meio empregado pelo agente, é AVILTANTE. Além do físico, a honra é lesada. Aqui o crime é complexo. Protege a honra e a saúde física da pessoa.
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
        § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:        (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Também exige o elemento subjetivo especial, de saber que o que está dizendo irá causar um mal para a pessoa. Não se discute a razão pela qual levou o legislador penal a trazer essa regra. O que se discute é a intenção.    
    Pena - reclusão de um a três anos e multa.        (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
Bem jurídico tutelado (objeto jurídico): honra ou honra real (§2º)
Sujeito Ativo: qualquer pessoa pode cometer – crime comum
Sujeito Passivo: No crime de INJÚRIA, primeiramente A PESSOA PRECISA SER DETERMINADA, portanto, aquele que foi injuriado deve ser certo. Além disso, a pessoa deve ter capacidade de entender a ofensa. Capacidade mental é exigida. 
	É algo muito relativo. Portanto, dá-se a conclusão com a análise do caso concreto.
Elemento objetivo do crime: a forma de injúria, pode ser verbalmente, por escrito, através de objetos, seja lá como for. Pode ser de uma forma IMEDIATA (eu em falar) ou MEDIATA (por meio outro). De uma forma COMISSIVA em que se trata de fazer voluntariamente. 
Elemento normativo do crime: dignidade e decoro
Elemento subjetivo do crime: o dolo é o elemento subjetivo. Há também o dolo especial, de a pessoa querer ofender a honra da pessoa.
Consumação (art. 14, I, CP): Quando a pessoa se sente ofendida subjetivamente. Esse é o caso de injúria, no qual há uma ofensa contra a honra subjetiva. Logo, se o ofendido sentiu a ofensa, a coisa interna, qualificou a consumação. 
Tentativa (art. 14, II, CP): Diz que a tentativa, se for verbal, não existe. Na escrita, quando a carta é perdida, mas foi escrita, houve a tentativa. 
 Classificação jurídica dos crimes: crimes formais – a ofensa contra a autoestima. 
crime simples no CAPUT; crime complexo no §2º.
        Disposições comuns
MAJORANTE
        Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
        I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
        II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
Falar que determinado político pratica determinadas condutas, referenciando ao exercício das suas funções, cabe essa majorante. 
        III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
        IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.       (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
        § 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.              (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Paga é na hora, antes de realizar e promessa de recompensa é depois. Essas coisas pode ser em aspecto financeiro e qualquer outra promessa.    
    § 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena.        (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
Divulgado ou cometido atráves das redes mundiais de computadores
        Exclusão do crime
        Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
A corrente majoritária sustenta que é CAUSA QUE EXCLUI A ANTIJURÍDICIDADE. Normas permissivas. 
        I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
Aquele denominado como “parte” é o sujeito ativo da ação. Logo, durante o juízo, no tribunal, quando for proferida alguma ofensa que injúrie a honra objetiva, isso não constitui injúria. 
        II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
Obras literárias, cientificas e artísticas estão naturalmente sujeitas à criticas. O juízo de valor emitido por alguém não pode ser punida.
        III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
O funcionário público, por um acaso fala que é ruim certa coisa, no exercício da sua função. Não tem crime. 
        Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
Quem está imune é aquela pessoa que praticou, agora AQUELE QUE DEU PUBLICIDADE SERÁ PUNIDO
        Retratação
Retratar-se é desdizer-se, É CONFESSAR QUE ERROU. É AFIRMAR QUE AQUILO QUE FOI DITO ERA ERRADO. NÃO CABE RETRATAÇÃO NO CRIME DE INJÚRIA. 
        Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação (HONRA OBJETIVA), fica isento de pena.
Essa retratação é ALGO PERSONALÍSSIMO. A PLURALIDADE DE RÉUS, IMPORTA NO ATO DE CADA UM DELES.
O OFENDIDO NÃO PRECISA CONCORDAR COM AQUILO, É CAUSA EXTINTIVA DE PUNIBILIDADE. 
        Parágrafo único.  Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.     (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015)
        Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
Esse pedido nada mais é do que uma justificação. É um procedimento anterior a ação penal. Logo, o cara dá uma explicação sobre o que quis dizer.
Não é o caso de ser compreendida como uma produção de prova contra si mesmo, pois tem a lógica de confissão no processo penal. Todos podem se confessar do crime e isso é uma atenuante.
        Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Os crimes contra a honra exigem a queixa. Salvo no caso do art. 140, §2º - tem que combinar com o art. 88 da lei 9.099/95 – se for de natureza leve, a ação penal é condicionada a atuação do ofendido. Se resulta em natureza grave ou gravíssima, é de natureza publica incondicionada.Parágrafo único.  Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código.       (Redação dada pela Lei nº 12.033.  de 2009)
Contra o Presidente ou representante estrangeiro é o ministro da justiça que corre atrás. 
2º BIMESTRE – CONTEÚDO 
AULA 13/10/2021
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
CAPÍTULO I
DO FURTO
        Furto
        Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Bem jurídico tutelado (objeto jurídico): PATRIMONIO gênero, da qual são espécies: propriedade, posse e detenção. 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa – é um crime comum, não há a característica de nenhum agente especial. A pergunta que fica, é: o próprio proprietário pode realizar? 
	A corrente majoritária defende que não pode ocorrer isso. 
	Há uma corrente de que se defende a posse e depois a propriedade. Logo, uma pessoa por exemplo que penhorou um bem de ouro, não consegue pagar e fica com ele, pode ser classificada como sujeito ativo também, mesmo sendo proprietário. 
		Essa conduta é tipificada pelo art. 346
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:
		Logo, se o próprio subtrair objeto próprio, que esteja em poder de outro é pelo 346 e não pelo furto. 
CO PARTICIPAÇÃO: é aceita aquela em sentido estrito.
Sujeito Passivo: Pode ser qualquer pessoa, cujo patrimônio foi violado. Aceita-se o furto em cima do furto. Duas condutas diferentes. 
Se for de menor – tem o art. 249 do CP. 
TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:
 Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime.
 § 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.
 § 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.
SE FOR UM CORPO? É UM OBJETO MÓVEL? Se for um corpo pertencente à uma instituição de ensino, por exemplo é o caso de furtar. Se torna um objeto móvel.
TÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
        Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
        Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
	Só pode responder pela subtração de cadáver, SE A PESSOA REALMENTE SOUBER DAQUILO, QUE ESTÁ SUBTRAÍNDO UM CADÁVER. 
Elemento objetivo do crime: subtrair – coisa móvel. É um objeto móvel.
	Uma coisa móvel perdida, quando apropriada por outro não é tipificada como FURTO. Coisas perdidas são diferentes de coisas esquecidas. Essas (esquecidas) poderão ser objeto de crime de furto. 
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
        Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
        Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
        Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
        Apropriação de tesouro
        I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;
        Apropriação de coisa achada
        II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.
	
Objeto material: crime contra patrimônio. A coisa tem que ter VALOR ECONÔMICO, na medida em que viola/diminui o patrimônio de alguém. Quando o código diz sobre crimes contra patrimônio, não contempla a proteção de todo o patrimônio das pessoas.
	Coisas de valor sentimental podem ser objeto de crime de furto? Por exemplo, uma carta especial, uma mecha de cabelo em específico. Não importa o valor, se o objeto de valor sentimental existir ele tem um valor, mesmo integrando um patrimônio, ele terá um valor e pode ser tipificado como furto. 
	A coisa tem um valor sentimental pequeno, não importa e não será qualificada como furto. 
Elemento normativo do crime: 
Elemento subjetivo do crime: todos os crimes exigem o dolo. Alguns, além do dolo exigem a culpa. Elemento subjetivo especial do injusto – DOLO ESPECÍFICO. 
	O crime de furto, fala “para si e para outrem”, assim naquele momento quer-se utilizar o objeto. Além do dolo, o elemento subjetivo especial. 
Consumação (art. 14, I, CP): o crime de furto é um crime MATERIAL. Portanto, se consome no momento em que o agente subtrai o objeto. 
	Os clássicos diziam que se consumava com a posse, mansa e pacífica. 
Tentativa (art. 14, II, CP): totalmente possível, quando por circunstâncias alheias não consegue subtrair o objeto. 
 Classificação jurídica dos crimes: CRIME SIMPLES – somente um bem jurídico.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA.
        § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
O que é “repouso noturno”? É qualificado como o período em que a pessoa está dormindo em casa, o proprietário está em casa dormindo. De noite. 
Se o cara, proprietário não estiver em casa não cabe a majorante. Isso era antigamente. 
ATUALMENTE, NÃO SE ENTENDE ASSIM.
ATUALMENTE É ENTENDIDO QUANDO “A CIDADE DORME”, MOMENTO NO QUAL SE FACILITA A VIGILÂNCIA.
REPOUSO NOTURNO É QUANDO AS PESSOAS ESTÃO DESCANSANDO, ESTAO DORMENTES. NÃO NECESSARIAMENTE PRECISAM ESTAR EM CASA DORMINDO, BASTA QUE SEJA DE NOITE PARA TER ESSA MAJORANTE. 
        § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
FURTO PRIVILEGIADO – CLASSIFICADO PELA DOUTRINA NO MOMENTO. DOIS REQUISITOS. PRIMARIEDADE E PEQUENO VALOR DA COISA. 
PRIMARIEDADE – O sujeito foi condenado em 2021, não importa se teve condenação anterior. PARA ANALISAR, PRECISA VERIFICAR O ART. 64 DO CÓDIGO PENAL. ANALISAR O REINCIDENTE OU PRIMÁRIO. 
SEGUNDO REQUISITO: valor da coisa subtraída. Depois de muita discussão, no tribunal de alçada de SP – TJ – uma coisa até 1 salário mínimo nacional é qualificada como “de pequeno valor”. 
Esse mínimo deve ser analisado sobre o princípio da insignificância. Se esse estiver presente, AFASTA A TIPICIDADE MATERIAL. Por exemplo: algo de valor ridículo, como por exemplo um pote de manteiga de R$10,00 
AULA 18/10/2021
O sujeito passivo do furto não precisa ser identificado. 
        § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Qualquer energia que for tomada de alguém e consequentemente subtrair algo de alguém é considerado furto. 
Se energia de uma corrente direta for subtraída, é furto. Se mexer em um aparelho, medidor, com equipamentos, como chaves ou imã é o caso de estelionato. 
O FURTO é subtração. ESTELIONATO é o enriquecimento em face do outro mesmo induzindo o outro no erro. 
Há uma divisão jurisprudencial sobre qual a classificação jurídica do furto no caso de mexer em relógio. Alguns dizem que é furto simples outros dizem que é estelionato. 
Reprodução de sinal de TV a cabo, não é o caso de pirataria. O uso irregular de TV à cabo é que se trata de crime.
	Sinal de TV a cabo, não se quer pegar para si mesmo o material, mas tão somente utilizar. 
	Novamente há uma divergência jurisprudencial do entendimento de ser o caso de furto ou não o recebimento de informação de televisão. 
        Furto qualificado
        § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
Circunstâncias de natureza objetiva ou subjetiva. Coisas que são analisadas

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