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Como-Estudar-e-Aprender-1a-Edicao-v1 1-nhuumz

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1 
 
 
COMO ESTUDAR E 
APRENDER 
Neurociência, Psicologia e Filosofia Aplicadas ao Aprendizado 
4 FASES DO APRENDIZADO 
16 FATORES QUE IMPACTAM NO APRENDIZADO 
29 DICAS E TÉCNICAS DE ESTUDO 
MATHEUS PEDROSO 
1 ª EDIÇÃO 
2 
 
 
 
 
 
Matheus Pedroso 
Estudioso do aprendizado humano 
 
 
“A EDUCAÇÃO É O PONTO EM QUE SE DECIDE SE AMAMOS 
SUFICIENTEMENTE O MUNDO PARA ASSUMIR RESPONSABILIDADE 
POR ELE E, MAIS AINDA, PARA O SALVAR DA RUÍNA QUE SERIA 
INEVITÁVEL SEM A RENOVAÇÃO, SEM A CHEGADA DOS NOVOS E 
DOS JOVENS.” 
 - HANNA ARENDT 
 
 
 
 
@matheus.pedroso.oficial 
 
 
3 
 
ÍNDICE 
 
1. Para começar .................................................... 006 
2. Memórias ......................................................... 009 
2.1. Estruturas de memórias .............................. 010 
2.2. Memória de trabalho .................................. 011 
2.3. Memória de longo prazo ............................. 015 
2.4. Criando novas memórias ............................ 018 
2.5 Recuperando memórias ............................... 024 
3. As 4 fases do aprendizado ................................ 028 
3.1. Visão geral .................................................... 029 
3.2. Aquisição ...................................................... 031 
3.3. Organização e Estruturação .......................... 032 
3.4. Armazenamento ........................................... 033 
3.5. Recuperação ................................................. 034 
3.6. Processo contínuo e interativo ..................... 035 
 
4 
 
ÍNDICE 
 
4. Aquisição .......................................................... 039 
4.1. Visão geral ................................................... 040 
4.2. Fatores relevantes ....................................... 044 
4.3. Energia Mental ............................................ 045 
4.4. Recepção dos estímulos .............................. 056 
4.5. Atenção dividida .......................................... 063 
4.6. Atenção seletiva .......................................... 069 
4.7. Atenção sustentada ..................................... 075 
4.8 Foco da atenção ........................................... 081 
5. Organização e Estruturação ............................. 084 
5.1. Visão geral ................................................... 085 
5.2. Fatores relevantes ....................................... 087 
5.3. Habilidades e conhecimentos prévios ........ 088 
5.4. Categorização da informação ..................... 095 
5.5. Capacidade de alocação ............................. 109 
 
5 
 
ÍNDICE 
 
5.6. Aplicação clara ............................................ 126 
5.7. Variação do conteúdo ................................. 131 
6. Armazenamento ............................................... 135 
6.1. Visão geral ................................................... 136 
6.2. Fatores relevantes ....................................... 145 
6.3. Repetição espaçada ..................................... 146 
6.4. Carga emocional .......................................... 150 
6.5. Sono ............................................................. 154 
7. Recuperação ..................................................... 157 
7.1. Visão geral ................................................... 158 
7.2. Fatores Relevantes ...................................... 164 
7.2. Contexto ...................................................... 165 
7.3. Coerência emocional ................................... 176 
8. Conclusão e próximos passos ........................... 183 
9. Referências Bibliográficas ................................. 185 
 
6 
 
 
PARA COMEÇAR 
MOTIVAÇÕES E “LICENÇA POÉTICA” 
 
Meu objetivo com este livro é ajudar pessoas que não têm 
conhecimento em neurociências e/ou psicologia a como estudar e 
aprender de forma mais eficiente. 
Por isso, utilizo o máximo possível de linguagem simples e evito 
termos técnicos que possam dificultar a compreensão. 
Com isso em mente, fiz uso de algumas “licenças poéticas” ao 
utilizar palavras e termos mais simples ao invés de alguns nomes 
técnicos que pudessem dificultar o entendimento do conteúdo. 
 
 
7 
 
 
PARA COMEÇAR 
MOTIVAÇÕES E “LICENÇA POÉTICA” 
 
Os conhecimentos adquiridos neste livro poderão ser 
abstraídos e utilizados em qualquer tipo de aprendizado e estudo, 
no entanto, ele foi elaborado pensando principalmente no 
ambiente de aprendizado escolar e para quem pretende aprender 
e estudar para provas. 
 
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PARA COMEÇAR 
SUGESTÕES DE LEITURA 
 
Durante a leitura deste livro, vá imaginando como você 
aplicaria cada nova informação em sua rotina de estudo, isso irá 
lhe ajudar a compreender mais profundamente o conteúdo. 
Quando chegar nos “fatores relevantes” de cada fase do 
aprendizado, meu principal conselho é ler apenas um fator por dia 
e criar estratégias de como incorporá-lo em sua rotina de estudos. 
Este livro irá lhe apresentar fatores que impactam no 
aprendizado, mas caberá a você aplicar as dicas e ir testando 
formas para encontrar o que melhor funcione e seja adequado a 
sua realidade. 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEMÓRIA 
 
 Capítulo 2 
 
10 
 
 
MEMÓRIAS 
ESTRUTURAS DE MEMÓRIAS 
 
Para começar, vamos primeiro conhecer um pouco mais sobre duas 
das principais estruturas envolvidas em nosso aprendizado, a memória 
de trabalho e a memória de longo prazo, que neste livro iremos 
representar como ilustrado na figura abaixo: 
 
 
 
11 
 
 
MEMÓRIAS 
MEMÓRIA DE TRABALHO 
 
Na memória de trabalho é onde ficam as informações que estamos 
pensando conscientemente no momento, essas informações podem 
ser provenientes de várias fontes, como: 
• estímulos externos emitidos pelo ambiente ou pessoas ao nosso 
redor, como sons, imagens, cheiros, toques e assim por diante; 
• estímulos internos gerados pelo nosso organismo, como 
sensações, dores, alterações realizadas pelo sistema autônomo, 
entre outros; 
• informações recuperadas da memória de longo prazo; e 
• informações geradas na própria memória de trabalho por meio 
da junção e/ou decomposição de outras informações nela 
presentes. 
 
12 
 
 
MEMÓRIAS 
MEMÓRIA DE TRABALHO 
 
 
13 
 
 
MEMÓRIAS 
MEMÓRIA DE TRABALHO 
 
A memória de trabalho nos torna capazes de pensar 
estrategicamente, deixando-nos mais eficientes em resolver 
problemas do cotidiano. 
Um exemplo de atividade que só somos capazes de realizar por 
conta desta estrutura de memória é a formulação de estratégias e 
ferramentas de caça realizada por nossos antepassados pré-históricos, 
que tinham como principal objetivo lidar com o problema da fome de 
forma mais eficiente. 
Um outro exemplo, agora de um problema atual que exige a 
utilização da memória de trabalho, é estudar para ir bem numa prova. 
 
 
14 
 
 
MEMÓRIAS 
MEMÓRIA DE TRABALHO 
 
Algumas características da memória de trabalho são: 
• Duração: cerca de 15 segundos, mas pode ser maior ou menor a 
depender dos estímulos internos e externos que nos impactam e 
pode variar de pessoa para pessoa e ao longo de nossas vidas; 
• Capacidade: 2 a 9 informações diferentes, a depender do tipo de 
informação e podendo variar de pessoa para pessoa e ao longo 
de nossas vidas; 
• Tipos de informações armazenadas: podem ser mais simples, 
como a representação do número “1” e mais complexas como o 
conceito de filosofia; e 
• É possível juntar e “decompor” informações para criar novas 
informações mais simples ou mais complexas. Ex.: “Decompor” 
os corpos de um peixe e de um ser humano em duas partes, 
inferior e superior, e depois juntar a parte inferior do peixe com 
a superior do ser humano para criar uma sereia. 
 
15 
 
 
MEMÓRIAS 
MEMÓRIA DE TRABALHO 
 
Já na memória de longo prazo, é onde ficam armazenadas as 
informações que “esquecemos” momentaneamente, ou seja, as 
informaçõesque não estão sendo necessárias no momento, mas que 
podem vir a ser no futuro. Nessa estrutura, podem ser armazenados 
conceitos, habilidades, experiências pessoais e aprendizados em geral. 
 
 
 
16 
 
 
MEMÓRIAS 
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO 
 
O principal benefício que essa estrutura nos traz é o de nos tornar 
mais efetivos em lidar com problemas futuros a partir de experiências 
passadas. 
Um exemplo prático de utilização é quando estamos estudando 
para uma prova, onde temos como problema futuro “resolver a prova” 
e estamos gerando a experiência passada que é o “estudo da matéria”. 
Algumas características da memória de longo prazo são: 
• Duração: podem chegar a durar a vida toda; 
• Capacidade: virtualmente ilimitada, ou seja, apesar de ter um 
limite é praticamente impossível atingi-lo em vida; 
• Podem ser explícitas: memórias que conseguimos tornar 
conscientes. Ex.: Lembrar o nome de alguém, saber resolver 
equações matemáticas, lembrar de eventos passados, entre 
outros; e 
 
17 
 
 
MEMÓRIAS 
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO 
 
• Podem ser implícitas: memórias que não conseguimos verbalizar. 
Ex.: saber andar de bicicleta, saber dirigir um carro, ter uma 
“intuição” sobre algo e assim por diante. 
 
 
18 
 
 
MEMÓRIAS 
CRIANDO NOVAS MEMÓRIAS 
 
Agora que já conhecemos um pouco sobre nossas estruturas de 
memória, vamos entender como as memórias são criadas e 
armazenadas. Para facilitar será utilizada uma analogia com “bolinhas” 
e “traços”. 
Imagine que nossa memória de longo prazo é constituída por 
bolinhas e traços, onde as bolinhas representam informações e os 
traços são as relações entre elas. 
 
 
 
19 
 
 
MEMÓRIAS 
CRIANDO NOVAS MEMÓRIAS 
 
Com isso em mente, imagine que você está estudando o sistema 
nervoso na matéria de biologia e lê a seguinte frase em seu livro: “o 
cérebro humano contém cerca de 86 bilhões de neurônios”. Depois de 
lê-la, imagine que seu cérebro criou a representação das seguintes 
informações em sua memória de trabalho: “cérebro humano”, “86 
bilhões” e “neurônios”. 
 
 
 
20 
 
 
MEMÓRIAS 
CRIANDO NOVAS MEMÓRIAS 
 
Feito isso, você prosseguiu com seus estudos e leu novas 
informações as quais passaram a ocupar os espaços previamente 
ocupados por “cérebro humano”, “86 bilhões” e “neurônios”, fazendo 
com que você as “esquecesse”. 
 
 
 
 
21 
 
 
MEMÓRIAS 
CRIANDO NOVAS MEMÓRIAS 
 
Ao “esquecer”, nosso cérebro armazena essas informações em 
nossa memória de longo prazo, de forma que sejamos capazes de 
acessá-las no futuro. 
 
 
 
22 
 
 
MEMÓRIAS 
CRIANDO NOVAS MEMÓRIAS 
 
Além de armazená-las, uma outra estratégia utilizada por nosso 
cérebro é a de criar relações entre essas informações que estiveram 
presentes ao mesmo tempo ou em sequências próximas em nossa 
memória de trabalho. 
Em nossa analogia, essas relações serão representadas por traços. 
 
 
23 
 
 
MEMÓRIAS 
CRIANDO NOVAS MEMÓRIAS 
 
Aspectos importantes que iremos aprofundar mais adiante neste livro: 
• caso a informação já exista em nossa memória de longo prazo, 
ela fica mais forte, caso não exista, ela é criada. Da mesma forma, 
isso acontece com as relações entre as informações, se a relação 
já existia, ela fica mais forte, se não, ela é criada; 
• caso essas informações e relações parem de ser utilizadas, elas 
vão perdendo força, podendo chegar até o ponto de 
desaparecer; 
• as emoções que sentimos enquanto as informações estão em 
nossa memória de trabalho irão classificar essas informações e as 
relações entre elas em nossa memória de longo prazo, como se 
fossem etiquetas; e 
• é possível criar informações mais complexas a partir da criação 
de relações entre informações mais simples. 
 
24 
 
 
MEMÓRIAS 
RECUPERANDO MEMÓRIAS 
 
Por fim, vamos entender como recuperamos as informações 
armazenadas em nossa memória de longo prazo. 
É bastante comum, e ocorrem a todo momento, situações nas quais 
as informações presentes em nossa memória de trabalho não são 
suficientes para resolver o problema que estamos enfrentando. 
Nesses casos, nosso cérebro começa a enviar “sugestões” de 
informações que estão armazenadas em nossa memória de longo 
prazo, com o intuito de ajudar a resolver o problema em questão. 
Essas sugestões são “escolhidas” de maneira automática a partir 
das relações criadas entre as informações em situações passadas. 
Ex.: A informação “2x2” teve uma relação criada com a informação 
“4” durante aulas de tabuada, então, ao se deparar com o problema 
“Quanto é 2x2?”, a informação “4” pode ser enviada como sugestão. 
 
25 
 
 
MEMÓRIAS 
RECUPERANDO MEMÓRIAS 
 
Ao receber essas sugestões, avaliamos se elas podem ou não 
ajudar, se sim, elas são mantidas em nossa memória de trabalho, se 
não, elas são negadas e solicitamos mais sugestões de nossa memória 
de longo prazo. 
Esse processo se repete até que consigamos resolver o problema 
atual, desistamos dele, ele deixe de ser um problema ou que apareça 
outro problema mais urgente a ser resolvido. 
 
26 
 
 
MEMÓRIAS 
RECUPERANDO MEMÓRIAS 
 
Aspectos importantes sobre a recuperação das memórias que 
iremos aprofundar mais adiante neste livro: 
• Quanto mais forte for a relação entre duas informações em 
nossa memória de longo prazo, mais chances de uma ser enviada 
como sugestão caso a outra faça parte do problema; 
• Quanto mais aprendemos sobre algo, ou seja, quanto mais 
relações de qualidade temos formadas sobre algum assunto, 
mais certeiras serão as sugestões; 
• Quanto mais informações sobre o problema tivermos em nossa 
memória de trabalho, mais orientadas serão as sugestões 
enviadas; e 
• As emoções que estamos sentindo durante a resolução de um 
problema irão influenciar diretamente nas sugestões que serão 
enviadas por nosso cérebro. 
 
27 
 
 
MEMÓRIAS 
PRÓXIMOS PASSOS 
 
Tendo em vista o funcionamento de nossas memórias, no próximo 
capítulo vamos entender como elas estão inseridas no processo de 
aprendizado como um todo. 
 
28 
 
 
 
 
 
 
AS 4 FASES DO 
APRENDIZADO 
 
 Capítulo 3 
 
29 
 
AS 4 FASES DO 
APRENDIZADO 
VISÃO GERAL 
 
Com o intuito de facilitar nosso entendimento sobre o processo de 
aprendizado, foram propostos inúmeros modelos sobre como ele 
acontece em nossas mentes, cada um com seus prós e contras. 
Para este livro, vamos dividir o aprendizado em 4 fases: 
1. Aquisição; 
2. Organização e Estruturação; 
3. Armazenamento; e 
4. Recuperação. 
 
30 
 
AS 4 FASES DO 
APRENDIZADO 
VISÃO GERAL 
 
 
 
31 
 
AS 4 FASES DO 
APRENDIZADO 
AQUISIÇÃO 
 
Na fase de aquisição, é onde recebemos estímulos externos e 
internos do ambiente e de nosso próprio organismo, que são 
transformados em dados codificados por meio de nossos órgãos 
receptores dos sentidos, depois são traduzidos em informações que 
nossa mente consciente é capaz de compreender por intermédio de 
algumas estruturas de nosso córtex cerebral e, por fim, essas 
informações são encaminhadas para nossa memória de trabalho. 
 
 
32 
 
AS 4 FASES DO 
APRENDIZADO 
ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO 
 
Na fase de Organização e Estruturação, é onde juntamos, 
organizamos, estruturamos e reestruturamos informações a partir de 
nossa memória de trabalho, de forma que façam sentido juntas e nos 
possibilitem entender mais sobre algum determinado assunto e/ou 
criar planos de ação para resolver eventuais problemas que estejamos 
enfrentando. 
 
 
 
33 
 
AS 4 FASES DO 
APRENDIZADO 
ARMAZENAMENTO 
 
Na fase do Armazenamento, é onde as informações que estavam 
presentes em nossa memória de trabalho, que já não estão mais sendo 
necessárias no momento, são “esquecidas” e “guardadas” em nossa 
memória de longo prazo, o que possibilita sua recuperação no futuro. 
 
 
 
34 
 
AS 4 FASES DO 
APRENDIZADO 
RECUPERAÇÃO 
 
Na fase de Recuperação, é onde utilizamos de fato nossosaprendizados. Ela ocorre quando as informações presentes em nossa 
memória de trabalho não são suficientes para resolver o problema que 
estamos enfrentando no presente e, por isso, nosso cérebro começa a 
recuperar informações de nossa memória de longo prazo e enviá-las 
como sugestões para nossa memória de trabalho. 
 
 
 
35 
 
AS 4 FASES DO 
APRENDIZADO 
PROCESSO CONTÍNUO E INTERATIVO 
 
Tendo em mente o ato de estudar e as 4 fases do aprendizado 
descritas, é importante entender que o aprendizado é um processo 
contínuo e interativo e que as fases acontecem repetidas vezes e de 
forma simultânea. 
Outro ponto para termos em mente é que, a cada nova interação, 
onde as informações sobre o assunto que estamos estudando são: 
1) recuperadas; 
2) cruzadas com novas informações e reorganizadas; e 
3) “esquecidas” e armazenadas novamente. 
nosso aprendizado fica mais robusto. 
 
 
36 
 
AS 4 FASES DO 
APRENDIZADO 
PROCESSO CONTÍNUO E INTERATIVO 
 
Para ilustrar, imagine um quadro no qual vamos incrementando e 
acrescentando detalhes a cada nova sessão de pintura. 
 
 
 
Pois bem, agora imagine que cada tópico estudado é como se 
fosse um quadro e que as interações nas fases do aprendizado é como 
se fossem uma nova sessão de pintura. 
 
37 
 
AS 4 FASES DO 
APRENDIZADO 
PROCESSO CONTÍNUO E INTERATIVO 
 
A cada interação (bem feita) de estudo vamos acrescentando mais 
informações a esse aprendizado, deixando-o mais robusto, mais 
acessível e de mais fácil compreensão para nós mesmos. 
 
 
 
38 
 
AS 4 FASES DO 
APRENDIZADO 
PRÓXIMO PASSO 
 
Agora que já temos uma visão geral das 4 fases, vamos nos 
aprofundar em cada uma delas, sempre criando conexões entre teoria 
e prática e dando dicas para problemas comuns de estudo 
relacionados a cada tópico. 
 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
AQUISIÇÃO 
 
 Capítulo 4 
 
40 
 
AQUISIÇÃO 
VISÃO GERAL 
 
No capítulo “As 4 fases do Aprendizado” vimos que na fase de 
Aquisição é onde recebemos estímulos externos e os transformamos 
em informações que somos capazes de entender e tornar conscientes. 
Agora vamos aprofundar um pouco mais, conhecendo as etapas da 
aquisição. 
Recepção dos estímulos: a todo momento o ambiente que nos 
rodeia e nosso próprio organismo estão emitindo estímulos como 
sons, cheiros, imagens, toques, sabores, sensações, etc. Alguns desses 
estímulos chegam até nossos órgãos receptores de sentidos. 
Codificação dos estímulos: dentre esses estímulos, alguns são 
codificados em dados que nossa mente inconsciente consegue 
entender. 
Tradução dos dados: depois de codificados, parte desses dados são 
traduzidos e se tornam informações que nossa mente consciente é 
capaz de compreender. 
 
41 
 
AQUISIÇÃO 
VISÃO GERAL 
 
Informações conscientes: depois de traduzidas, algumas dessas 
informações podem ser transferidas para a memória de trabalho e se 
tornar conscientes. 
O que define, dentre todos os estímulos recebidos, quais serão 
codificados, dentre os codificados, quais serão traduzidos e, dentre 
estes quais se tornarão conscientes, é a nossa atenção, que atua de 
maneira similar a um filtro, selecionando o que julga ser ou não 
importante para o momento. 
 
 
 
42 
 
AQUISIÇÃO 
VISÃO GERAL 
 
A barreira da atenção pode ser tão forte que, em momentos de 
muito foco, é possível que não percebamos uma sirene de ambulância 
que passou na rua ao nosso lado. 
Esse efeito tende a ser bastante evidente em momentos de emoção 
intensa, como raiva ou medo excessivos por exemplo. Isso ocorre pois, 
com o intuito de maximizar as chances de superarmos as situações que 
nos geram essas emoções mais intensas, nosso cérebro, por 
intermédio da atenção, utiliza a estratégia de selecionar apenas 
estímulos, dados e informações que acredita terem relações com as 
causas dessas emoções, podendo barrar todo o resto. 
Dois aspectos relevantes sobre nossa atenção são: 
• a atenção é afetada diretamente por nossas emoções; e 
 
 
43 
 
AQUISIÇÃO 
VISÃO GERAL 
 
• somos capazes de induzir, de forma consciente, o foco de nossa 
atenção, como veremos mais à frente neste capítulo. 
 
44 
 
AQUISIÇÃO 
FATORES RELEVANTES 
 
Pois bem, vamos agora detalhar de forma prática alguns fatores 
relevantes para nosso aprendizado na fase de aquisição. São eles: 
1. Energia mental; 
2. Recepção dos estímulos; 
3. Atenção dividida; 
4. Atenção seletiva; 
5. Atenção sustentada; 
6. Foco da atenção. 
 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 
AQUISIÇÃO 
ENERGIA MENTAL 
 
 Capítulo 4.3 
 
 
46 
 
AQUISIÇÃO 
ENERGIA MENTAL 
 
Apesar de ainda não existir consenso entre os cientistas, existem 
estudos que indicam que possuímos uma quantidade limitada de 
energia mental diária e que atividades que exigem autocontrole e 
força de vontade (como atenção seletiva, atenção sustentada e 
resolução de problemas complexos) utilizam da mesma fonte de 
energia. 
Ou seja, ao utilizar muita energia para atividades que exigem 
autocontrole, teremos menos energia para resolver problemas 
complexos e vice-versa, o que pode piorar nosso desempenho nas 
atividades que realizamos com a energia mais baixa. 
Por outro lado, em alguns estudos, é possível verificar que pessoas 
que acreditam possuir uma energia mental menor tendem a ter um 
desempenho pior em atividades que a exigem, se comparado com 
quem acredita possuir uma energia mental mais alta ou que não 
acredite possuir um limite, o que indica que pode haver um fator 
psicológico importante nessa questão. 
 
 
47 
 
AQUISIÇÃO 
ENERGIA MENTAL 
 
Alguns exemplos de atividades que consomem energia mental: 
• Autocontrole; 
• Cognição; 
• Tomada de decisão; e 
• Força de vontade. 
 
 
48 
 
AQUISIÇÃO 
ENERGIA MENTAL 
 
Alguns exemplos práticos do dia a dia: 
• Manter-se focado em uma atividade por muito tempo; 
• Resolver exercícios de uma prova; 
• Fazer dieta baseada em restrições alimentares; 
• Realizar exercícios físicos de alta intensidade; e 
• Realizar atividades não prazerosas. 
 
 
49 
 
AQUISIÇÃO 
ENERGIA MENTAL 
 
Alguns aspectos relevantes sobre a energia mental: 
• Pode aumentar com treino; 
• É recuperada principalmente a partir de boas noites de sono; 
• Focar em uma coisa só por muito tempo pode aumentar o gasto 
de energia; 
• Quando estamos com a energia mental baixa temos a sensação 
de cansaço e esgotamento; 
• Motivação pode ajudar a superar os efeitos do esgotamento 
causado pela energia mental baixa; e 
• Parece existir um fator psicológico importante relacionado à 
quantidade de energia mental que cada indivíduo tem disponível 
para uso diário. 
 
 
50 
 
AQUISIÇÃO 
ENERGIA MENTAL 
 
Outro ponto relevante é que a motivação por si só, seja ela 
intrínseca ou extrínseca, parece ser capaz de nos fazer superar de certa 
forma os efeitos de esgotamento gerados pela baixa energia e de nos 
dar um “ânimo” extra para realizar atividades que utilizem energia 
mental. 
A motivação extrínseca é aquela que sentimos quando a realização 
de alguma atividade irá nos gerar algum benefício claro, seja 
psicológico ou físico. 
Ex.1: Estudar para passar no vestibular. 
Ex.2: Trabalhar para ganhar dinheiro. 
Quando o benefício que iremos ganhar ao finalizar a atividade é 
claro e valioso para nós, a motivação gerada para realizá-la pode 
contornar a sensação do esgotamento causada pela baixa energia. 
Uma outra questão é que, em geral, benefícios que despertam 
emoções fortes em nós tendem a ser mais efetivos em gerar 
motivação. 
 
 
51 
 
AQUISIÇÃO 
ENERGIA MENTAL 
 
Ex.: “Estudar pelo orgulho que vai sentir por passar no vestibular” 
é mais forte que apenas “estudar para passar no vestibular”. 
Já a motivação intrínseca é aquela que sentimos em relação a algo 
que gostamos muito de fazer, sem que seja necessário nenhum ganho 
extra. Realizar a atividade, por si só, já nos traz benefíciosuficiente, 
independente do resultado. 
Ex.: Estudar sobre aprendizado por gostar de saber como a mente 
humana funciona. 
Além de contornar a sensação do esgotamento causado pela baixa 
energia, quando estamos intrinsecamente motivados em relação a 
alguma atividade tendemos a economizar energia mental, pois não 
necessitamos de autocontrole para realizá-la, estamos fazendo-a 
porque queremos. 
 
 
52 
 
AQUISIÇÃO 
ENERGIA MENTAL 
 
Dica 1: Durma bem 
Alguns estudos recentes vêm mostrando que, além de outras funções, 
o sono é o principal agente de recuperação do cérebro, o que pode 
diminuir sua quantidade de energia disponível, afetando diretamente 
seu desempenho nos estudos. 
Algumas dicas para melhorar a qualidade do sono são: 
• Evitar refeições pesadas antes de dormir; 
• Praticar exercícios físicos regulares, mas evitar fazê-los próximo 
ao horário de dormir; 
• Melhorar o ambiente do sono, quanto mais escuro e silencioso 
melhor; 
• Evitar atividades na cama que não sejam dormir, como estudar, 
trabalhar e assistir TV. Prefira outros ambientes para realizar 
essas atividades; 
 
53 
 
AQUISIÇÃO 
ENERGIA MENTAL 
 
• Evitar executar atividades mentalmente estressantes antes de 
dormir. Reservar pelo menos 2 horas para relaxar a mente e 
prepará-la para descansar; 
• Se precisar utilizar computadores ou celulares durante a noite, 
utilize aplicativos que “barram” a luz azul de suas telas. 
Caso tenha problemas com seu sono, considere também procurar um 
especialista da área. 
 
 
54 
 
AQUISIÇÃO 
ENERGIA MENTAL 
 
Dica 2: Aumentando a energia mental disponível 
Uma prática que pode aumentar a quantidade de energia mental 
disponível ao longo do tempo, seja por fatores psicológicos ou físicos, 
é começar com períodos menores de estudo e ir aumentando o tempo 
conforme você vai chegando ao final do período com a sensação de 
que conseguiria estudar mais. 
Ex.: Começar com 30 minutos diários de estudo e ir aumentando aos 
poucos conforme for se sentindo apto ao final da sessão de estudos. 
 
 
55 
 
AQUISIÇÃO 
ENERGIA MENTAL 
 
Dica 3: Lembre-se da sua motivação 
Durante uma prova longa importante, sempre que se sentir 
mentalmente esgotado, tente se lembrar do principal benefício que irá 
alcançar e como vai se sentir caso consiga atingir seu objetivo de ir 
bem na prova. 
As emoções que você irá sentir podem lhe motivar e ajudar a superar 
a sensação de esgotamento gerada pela baixa energia. 
 
56 
 
 
 
 
 
 
AQUISIÇÃO 
RECEPÇÃO DOS ESTÍMULOS 
 
 Capítulo 4.4 
 
57 
 
AQUISIÇÃO 
RECEPÇÃO DOS ESTÍMULOS 
 
Para que sejamos capazes de transformar estímulos externos em 
informações úteis para nossas mentes, primeiro precisamos ser 
capazes de recebê-los, ou seja, os estímulos precisam chegar de forma 
clara aos órgãos responsáveis por nossos sentidos que, por sua vez, 
precisam ser capazes de recebê-los e encaminhá-los para os setores 
de nosso cérebro responsáveis por traduzi-los em informações que 
consigamos entender. 
Neste capítulo iremos focar em dois problemas comuns que podem 
ocorrer durante a recepção dos estímulos, que são a falta de clareza 
dos estímulos e o mau funcionamento dos nossos órgãos receptores. 
Vejamos como eles podem ocorrer. 
Clareza dos estímulos: Ocorre quando por algum motivo ficamos 
incapacitados de receber os estímulos do ambiente de forma clara, 
como por exemplo numa sala de aula escura onde fique difícil de 
enxergar a lousa, ou em uma que fique ao lado de 
58 
 
AQUISIÇÃO 
RECEPÇÃO DOS ESTÍMULOS 
 
uma construção barulhenta e dificulte escutar o que está sendo dito 
pelo professor. 
Órgãos receptores: Ocorre quando um ou mais de nossos órgãos 
receptores possuem problemas que dificultam ou impossibilitam a 
codificação dos estímulos, como por exemplo um aluno com miopia 
que não consegue enxergar o que está escrito na lousa. Um outro 
exemplo é um aluno com problemas de audição que precisa tentar ler 
os lábios do professor para entender o que está sendo dito. 
Tanto o problema da clareza dos estímulos quanto do mau 
funcionamento dos órgãos receptores podem deixar nosso estudo 
mais cansativo ou até mesmo inviável, pois precisamos utilizar energia 
mental extra para conseguir focar a atenção e para fazer inferências 
sobre o que está sendo ouvido ou visto, o que ao longo do tempo pode 
se tornar uma barreira na motivação para aprender e estudar sem que 
percebamos. 
 
59 
 
AQUISIÇÃO 
RECEPÇÃO DOS ESTÍMULOS 
 
É válido pontuar que problemas como os de visão e audição podem 
parecer óbvios, mas nem sempre são para quem os possui. 
 
60 
 
AQUISIÇÃO 
RECEPÇÃO DOS ESTÍMULOS 
 
Dica 4: Problemas na visão 
Alguns sintomas comuns e que podem passar despercebidos são: 
• Dor de cabeça frequente; 
• Sensação de vista cansada; 
• Dificuldade para enxergar à noite; 
• Vermelhidão e dor nos olhos; 
• Coceira nos olhos; 
• Necessidade de estreitar os olhos para enxergar os objetos mais 
focados; e 
• Necessidade de esfregar os olhos várias vezes por dia. 
Caso apresente alguns desses sintomas, desconfie de problemas na 
visão e procure um oftalmologista. 
 
61 
 
AQUISIÇÃO 
RECEPÇÃO DOS ESTÍMULOS 
 
Dica 5: Problemas de audição 
Alguns sintomas comuns e que podem passar despercebidos são: 
• Deixar volumes de eletrônicos muito altos para conseguir 
compreender sem fazer força; 
• Tentar fazer leitura labial durante conversas corriqueiras; 
• Não ouvir alarmes com frequência; e 
• Sensação de que todo mundo está falando baixo. 
Caso apresente alguns desses sintomas, desconfie de problemas na 
audição e procure um otorrinolaringologista. 
 
62 
 
AQUISIÇÃO 
RECEPÇÃO DOS ESTÍMULOS 
 
Dica 6: Dica óbvia, porém útil e pode fazer a diferença 
Procure sempre estudar em ambientes bem iluminados e com a menor 
quantidade de ruído possível. Isso exigirá menos esforço para focar a 
atenção e facilitará a compreensão, o que, por consequência evitará 
desperdício de energia mental. 
 
 
63 
 
 
 
 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO DIVIDIDA 
 
 Capítulo 4.5 
 
64 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO DIVIDIDA 
 
A atenção dividida é a capacidade que possuímos em prestar 
atenção em mais de uma coisa ao mesmo tempo. Ela é bastante 
importante para nosso dia a dia e também para nossa capacidade de 
aprender. 
Dois exemplos do que essa habilidade nos proporciona em relação 
ao aprendizado são: 
• Prestar atenção ao que o professor diz e anotar ao mesmo 
tempo; e 
• Prestar atenção ao que está lendo e criar aplicações mentais 
para o conteúdo ao mesmo tempo. 
No entanto, essa capacidade também pode prejudicar nosso 
aprendizado caso seja mal utilizada, como quando prestamos atenção 
à explicação do professor e fazemos outras atividades sem correlação 
com a aula ao mesmo tempo, como por exemplo mexer no celular. 
 
65 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO DIVIDIDA 
 
Sempre que dividimos nossa atenção, dividimos também o poder 
de processamento do nosso cérebro entre esses pontos de atenção, 
que por consequência pode nos levar a não perceber detalhes ou até 
mesmo partes inteiras do conteúdo, empobrecendo nosso 
aprendizado. 
Dois aspectos relevantes da atenção dividida são: 
• A capacidade da atenção dividida varia de pessoa para pessoa; e 
• É possível treinar e aumentar a capacidade da atenção dividida. 
Tendo em mente a capacidade de nossa atenção dividida e 
utilizando o exemplo de mexer no celular durante uma explicação, 
deparamo-nos com duas situações: 
 
66 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO DIVIDIDA 
 
• Pessoas que têm a atenção dividida com baixa potência ou 
destreinada podem ter o aprendizado bastante prejudicado por 
não conseguirem absorver informação suficiente do conteúdo; e 
• Pessoas que têm a atenção dividida bem treinada e/ou potente 
até conseguirão aprender, mas o grau de absorção e retenção 
será menor que seu potencial total. 
 
 
67 
 
AQUISIÇÃOATENÇÃO DIVIDIDA 
 
Dica 7: Para quem não consegue anotar e prestar atenção à aula ao 
mesmo tempo: evite sobrecarregar-se e comece a treinar sua 
atenção dividida aos poucos 
• Faça menos anotações; 
• Foque mais a atenção no que o professor está falando e menos 
na “necessidade” de anotar; 
• Faça anotações menores que irão funcionar apenas como 
gatilhos de memória para você lembrar do conteúdo e não que 
contenham o conteúdo todo; e 
• Ao anotar, tente de forma consciente continuar ouvindo o que 
está sendo dito pelo professor. 
Observação: Se você já consegue anotar e prestar atenção à aula sem 
problemas, provavelmente já possui uma atenção dividida satisfatória 
e não precisa se preocupar com essa questão. 
 
68 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO DIVIDIDA 
 
Dica 8: Dicas óbvias, mas úteis 
• Durante suas aulas ou sessões de estudo, coloque o celular no 
modo avião ou silencioso. 
• Evite conversar sobre assuntos paralelos durante as aulas ou 
enquanto estiver estudando. 
 
69 
 
 
 
 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO SELETIVA 
 
 Capítulo 4.6 
 
70 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO SELETIVA 
 
Capacidade que possuímos de selecionar de forma ativa e 
consciente informações e estímulos internos e externos. Essa 
habilidade nos permite ignorar informações e estímulos que não são 
uteis para o momento e focar apenas no que julgamos importante 
para resolver o problema que estamos enfrentando, aumentando 
assim nossa chance de sucesso. 
Ex.: O professor está dando uma explicação importante sobre a 
matéria de biologia, mas do lado de fora da sala de aula tem um grupo 
de alunos falando alto e jogando vôlei na quadra. Por meio da atenção 
seletiva, somos capazes de selecionar apenas os estímulos emitidos 
pelo professor dentro da sala de aula até chegar ao ponto de nem 
mesmo ouvirmos e nem lembrarmos que estava havendo um jogo de 
vôlei ao mesmo tempo. 
 
71 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO SELETIVA 
 
No entanto, apesar de sermos capazes de selecionar 
conscientemente nosso foco quando necessário, quanto menos 
precisarmos utilizar essa habilidade menos energia gastamos. Se 
estamos estudando em ambientes com muitas distrações, sejam elas 
quais forem, vamos precisar ficar selecionando nosso foco com mais 
frequência, o que irá nos cansar mais rápido, podendo prejudicar ou 
inviabilizar nosso estudo e compreensão. 
 
72 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO SELETIVA 
 
Alguns aspectos relevantes da atenção seletiva são: 
• O potencial de conseguir selecionar conscientemente em que 
prestar atenção varia de pessoa para pessoa e ao longo da vida, 
podendo ser mais alto ou mais baixo e diminuir ou aumentar; 
• É possível treinar e aumentar a capacidade da atenção seletiva; 
• Selecionar ativamente o foco de nossa atenção consome mais 
energia mental do que quando não precisamos selecionar 
ativamente; e 
• Estar motivado em realizar uma atividade pode potencializar a 
capacidade da atenção seletiva para aquela atividade e diminuir 
o gasto de energia mental. 
 
73 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO SELETIVA 
 
Dica 9: Treinando a atenção seletiva 
Escolha dois áudios ou vídeos que nunca ouviu, coloque-os para tocar 
em locais diferentes (dois celulares, tv e celular, tv e computador, etc.), 
selecione um deles para focar e um deles para ignorar. Comece 
fazendo isso por 30 segundos e vá aumentando o tempo conforme for 
ficando fácil. Quanto mais treinar e conseguir entender o que foi dito 
no áudio ou vídeo selecionado, melhor está ficando sua habilidade em 
selecionar o foco da sua atenção de maneira consciente. 
 
74 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO SELETIVA 
 
Dica 10: Prefira ambientes com a menor quantidade possível de 
estímulos visuais e auditivos que não tenham a ver com o estudo 
Ambientes com muitos ruídos, excessivamente decorados ou que 
possuam muitos elementos que você goste podem disputar sua 
atenção, gerando assim uma necessidade constante de selecionar o 
foco da atenção, que por consequência aumenta o consumo de 
energia mental, deixando o estudo mais cansativo. 
 
75 
 
 
 
 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO SUSTENTADA 
 
 Capítulo 4.7 
 
76 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO SUSTENTADA 
 
O foco de nossa atenção pode mudar de forma natural e 
inconsciente e seu tempo médio de duração, sem que exista um 
esforço consciente para mantê-lo, gira em torno dos 30 segundos, o 
que pode ser um problema quando estamos estudando. 
A atenção sustentada é a capacidade que temos de manter 
intencionalmente a atenção focada por períodos de tempo maiores do 
que ocorreriam naturalmente, mesmo que distrações externas e 
internas aconteçam. 
A diferença entre a atenção seletiva e a sustentada é que, na 
seletiva, você escolhe onde quer prestar atenção e, na sustentada, 
você escolhe manter por mais tempo a atenção focada no que foi 
escolhido pela seletiva. 
 
77 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO SUSTENTADA 
 
Ex.: João está na sala de sua casa estudando e nela a televisão está 
ligada e têm familiares conversando entre si. Como João possui uma 
atenção sustentada treinada, apesar das distrações, ele é capaz de 
manter o foco em seus estudos por longos períodos de tempo. 
Importante: mesmo João tendo uma atenção sustentada treinada, 
seria melhor ele estudar em algum lugar mais calmo e com menos 
distrações, pois assim ele economizaria energia, no entanto, caso ele 
não tenha outra opção, mesmo sendo mais cansativo, ele será capaz 
de aprender pela grande capacidade de sua atenção sustentada. 
 
78 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO SUSTENTADA 
 
Alguns aspectos relevantes da atenção seletiva são: 
• O potencial de conseguir sustentar a atenção conscientemente 
varia de pessoa para pessoa e ao longo da vida, podendo ser mais 
alto ou mais baixo e diminuir ou aumentar; 
• É possível treinar e aumentar a capacidade da atenção 
sustentada; 
• Sustentar ativamente o foco de nossa atenção consome mais 
energia mental do que quando não precisamos sustentá-lo 
ativamente; 
• Quanto mais distrações no ambiente, mais energia gastamos 
para sustentar nosso foco; e 
• Estar motivado em realizar uma atividade pode potencializar a 
capacidade da atenção sustentada para aquela atividade e 
diminuir o gasto de energia mental. 
 
79 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO SUSTENTADA 
 
Dica 11: Treinando a atenção sustentada 
• Estabeleça uma meta diária de estudo. Ex.: 2 horas por dia. 
• Divida esse tempo em subpartes contendo “tempo de estudo 
focado” e “intervalo”. 
• Defina o tempo de cada sessão de estudo focado e de intervalo. 
Ex.: Estudo focado 15 minutos e intervalos de 5 minutos. 
• Comece com tempos de estudo focado menores e vá 
aumentando conforme for ficando fácil manter o foco. Ex.: 
Quando ficar fácil manter o foco por 15 minutos, aumente o 
tempo de estudo focado para 20 minutos. 
• Intercale e execute os períodos de estudo focado e intervalo até 
completar sua meta de estudo diária. Ex.: 15 minutos estudando 
focado e 5 de intervalo repetidos 6 vezes para completar 2 horas 
de estudo. 
 
80 
 
AQUISIÇÃO 
ATENÇÃO SUSTENTADA 
 
• Tente não passar de 50 minutos de estudo focado sem intervalos. 
• Durante os intervalos faça algo que goste e te relaxe. 
• Tente encontrar o período de tempo de estudo focado no qual 
você mais se adapta. Mesmo pessoas com memória sustentada 
bastante treinadas podem preferir fazer períodos menores que 
50 minutos por ficarem mais produtivas. 
• Distrações podem e provavelmente vão surgir, o importante é 
que sempre que elas ocorrerem você faça um esforço para voltar 
ao foco anterior de estudo o mais rápido possível. 
 
81 
 
 
 
 
 
AQUISIÇÃO 
FOCO DA ATENÇÃO 
 
 Capítulo 4.8 
 
82 
 
AQUISIÇÃO 
FOCO DA ATENÇÃO 
 
Agora que sabemos como utilizar a atenção dividida de forma 
eficiente e que somos capazes de selecionar e sustentar o foco de 
nossa atenção, precisamos entender que saber “onde” ou “em que” 
focar nossa atenção também é algo necessário para quesejamos 
efetivos em nossos estudos. 
Ex.: João é um aluno muito dedicado e com atenção seletiva e 
sustentada bastante potentes, no entanto, ao estudar para uma prova 
de física ele resolve focar seus estudos apenas em decorar as fórmulas 
e não em entender como e quando utilizá-las. Ao chegar na prova, 
João sabia todas as fórmulas necessárias para tirar 10, mas errou todos 
os exercícios, pois não sabia como e qual fórmula utilizar para resolver 
cada exercício. 
 
83 
 
AQUISIÇÃO 
FOCO DA ATENÇÃO 
 
Dica 12: O tempo de estudo pode não significar muito se os aspectos 
estudados não batem com o que será cobrado, por isso, antes de 
começar e durante os estudos para uma prova procure entender qual 
o estilo de prova e quais aspectos de cada matéria são mais cobrados 
Ex.: Ao estudar para uma prova de física, tente entender qual o estilo 
do seu professor ou da instituição que elabora a prova. Seguem alguns 
pontos de atenção: 
• Em geral, as provas possuem mais exercícios teóricos ou 
práticos? 
• Dentre os exercícios práticos, eles tendem a exigir uma boa 
interpretação de texto ou são mais diretos? 
• Têm muitos exercícios que se dividem em subquestões? Essas 
subquestões em geral tem relação umas com as outras? O 
exercício “a” me dá alguma pista sobre como resolver o “b”? 
• Tem muita pegadinha ou os exercícios que parecem fáceis são 
fáceis mesmo? 
 
84 
 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
 
 Capítulo 5 
 
85 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
VISÃO GERAL 
 
Na fase de “Organização e Estruturação” é onde juntamos, 
quebramos, organizamos, estruturamos e reestruturamos 
informações por meio de nossa memória de trabalho. 
As informações utilizadas nessa fase são provenientes da fase de 
Aquisição, na qual estímulos internos e externos são traduzidos em 
informações que somos capazes de entender de forma consciente, e 
também da fase de Recuperação, em que recuperamos informações 
que “já sabemos” e estão armazenadas em nossa memória de longo 
prazo. 
 
 
86 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
VISÃO GERAL 
 
Em outras palavras, é nessa fase que podemos criar e adquirir 
novos conhecimentos a partir de novas informações e conhecimentos 
prévios. 
Quando não executamos bem essa fase, os novos aprendizados 
podem ficar de difícil acesso, perderem-se e até mesmo ficarem 
confusos ao ponto de atrapalhar mais do que ajudar no futuro. 
É também nessa fase onde podemos transformar informações que 
“já sabemos” em informações que “conseguimos utilizar de forma 
prática”, o que pode ser essencial em algumas situações. 
 
87 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
FATORES RELEVANTES 
 
Pois bem, vamos agora nos aprofundar em alguns fatores 
relevantes da Organização e Estruturação: 
1. Habilidades e conhecimentos prévios; 
2. Categorização da informação; 
3. Capacidade de alocação; 
4. Aplicação clara; 
5. Variação do conteúdo. 
 
88 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
HABILIDADES E CONHECIMENTOS PRÉVIOS 
 
 Capítulo 5.3 
 
 
89 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
HABILIDADES E CONHECIMENTOS PRÉVIOS 
 
Desde que nascemos, nosso cérebro já está pronto para adquirir 
novas informações e, para aprender, ele utiliza algumas estratégias, 
dentre elas podemos citar: 
• Juntar coisas que já sabíamos com novas informações; e 
• Reorganizar, dividir e criar novas conexões entre conhecimentos 
diferentes que já possuíamos. 
Essas estratégias permitem que, a partir de informações simples, 
consigamos aprender coisas cada vez mais complexas. 
No entanto, caso algum aprendizado exija que tenhamos alguma 
habilidade ou conhecimento prévio que ainda não possuímos, 
podemos ter dificuldades em adquiri-lo. 
 
90 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
HABILIDADES E CONHECIMENTOS PRÉVIOS 
 
Ex.: Se no início de nossa vida escolar deixarmos de aprender algum 
fundamento básico, como por exemplo a operação de divisão da 
matemática, podemos ter dificuldades para o resto de nossa vida 
acadêmica, pois a divisão será necessária e utilizada como ferramenta 
tanto na própria matemática como também em outras matérias como 
física, química e até biologia. 
 
91 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
HABILIDADES E CONHECIMENTOS PRÉVIOS 
 
É importante dizer que a falta de habilidade e/ou conhecimento 
prévio pode se manifestar de várias formas, dentre elas podemos citar: 
• Falta de conhecimentos específicos em alguma matéria, como a 
operação de divisão na matemática, a concordância verbal no 
português, o conceito de elétron na química e assim por diante; 
e 
• Falta de alguma habilidade específica, como interpretação de 
texto, raciocínio lógico, visão espacial, abstração de conceitos, 
etc. 
 
92 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
HABILIDADES E CONHECIMENTOS PRÉVIOS 
 
Dica 13: Identificando lacunas de conhecimento 
É muito comum ouvir a frase “sou ruim em tal matéria”, no entanto, 
uma frase mais adequada seria “estou ruim em tal matéria”, pois na 
maior parte das vezes o que está acontecendo é que existe uma lacuna 
de conhecimento que, com alguma investigação, pode ser identificada 
e preenchida. 
Ex.: Maria foi mal numa prova de física em que todos os exercícios 
envolviam encontrar a velocidade média de objetos, sendo alguns 
exercícios mais teóricos e outros mais práticos. 
No entanto, antes de assumir “Fui mal na prova pois sou ruim em 
física”, desta vez, Maria resolveu investigar mais a fundo qual era o 
motivo de ter ido mal fazendo algumas questões a si mesma: 
• Fui mal na prova porque não lembrava das fórmulas? 
 
93 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
HABILIDADES E CONHECIMENTOS PRÉVIOS 
 
• Fui mal na prova porque não entendi o conceito de velocidade 
média e, por isso, não entendi o que era para ser calculado? 
• Fui mal na prova porque não consegui interpretar o que as 
questões pediam e, por consequência, não consegui aplicar as 
fórmulas? 
• Fui mal na prova porque errei nas contas por não saber fazer 
operações matemáticas? 
• Fui mal na prova por mais de um dos motivos anteriores? 
 
94 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
HABILIDADES E CONHECIMENTOS PRÉVIOS 
 
Feita essa reflexão, Maria identificou que apesar de ter entendido 
o conceito de velocidade média e saber as fórmulas, sua dificuldade 
era entender o que as questões pediam e, também, ela errava muito 
nas contas por não ter aprendido direito multiplicação de números 
grandes, por isso, decidiu dedicar-se e treinar para melhorar sua 
habilidade de interpretação de textos e revisar a matéria de 
multiplicação. 
Portanto, da próxima vez que se deparar com alguma matéria que 
não costuma ir bem, antes de assumir que isso ocorre pois você é ruim, 
considere refletir sobre qual ou quais aspectos dessa matéria você tem 
dificuldade. Com alguma persistência você irá encontrá-los e será 
capaz de atacar o problema de forma mais efetiva, como no exemplo 
da Maria. 
 
95 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
 Capítulo 5.4 
 
96 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
A categorização é uma das estratégias que o nosso cérebro utiliza 
para nos ajudar a interpretar e entender o mundo. Alguns exemplos 
básicos de formas de categorização que realizamos todos os dias estão 
relacionados a tamanho, peso, utilidade, cor, velocidade, etc. Um 
exemplo prático de categorização de um objeto: “esse objeto é uma 
faca, é pequena, é leve e serve para cortar vegetais com mais 
facilidade”. 
Quando não categorizamos as informações que recebemos de 
forma eficiente, tendemos a armazená-las mais “soltas” e/ou de forma 
confusa, sem um contexto claro em nossa memória de longo prazo, 
isso pode dificultar a recuperação dessa informação no futuro e, 
mesmo que seja recuperada, pode estar confusa e não nos ajudar 
muito. 
 
97 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
Por outro lado, quando categorizamos asinformações de forma 
eficiente, criamos relações mais robustas, o que pode tornar o seu 
armazenamento, sua recuperação e utilização mais otimizados. 
De modo geral, uma boa prática quando estamos estudando algo 
novo ou revisando estudos anteriores é categorizar as informações 
que recebemos ou estamos revisitando de maneira objetiva. 
 
98 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
Algumas formas básicas e eficientes de categorização das 
informações de um estudo são: 
• A que parte da matéria a informação pertence; 
• O que é essa informação; 
• Para que serve essa informação; 
• Como posso utilizar essa informação na prática; 
• Quando devo utilizar essa informação; e 
• Quando não devo utilizar essa informação. 
 
99 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
Exemplo prático 
Informação: “v = d / t’’ 
A que parte da matéria a informação pertence: Cinemática, que é 
uma matéria da física mecânica. 
O que é essa informação: A fórmula da velocidade média 
Para que serve essa informação: Para calcular qual a velocidade média 
de um objeto que percorre uma determinada distância em metros 
num determinado período de tempo em segundos. 
Como posso utilizar essa informação na prática: Trocando a letra “d” 
pela distância percorrida pelo objeto em metros e “t” pelo tempo que 
demorou para percorrer essa distância em segundos. 
Ex.: um objeto percorreu 10 metros em 2 segundos, portanto, vou 
trocar “d” por 10, obtendo “v = 10 / t” e “t” por 2, obtendo “v = 10 / 
2”. 
 
100 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
Quando devo utilizar essa informação: Em exercícios que pedem para 
calcular a velocidade média e que me fornecem os dados da distância 
percorrida em metros e do tempo gasto em segundos. 
Ex.: Num treino de corrida, uma atleta de elite percorreu 400 metros 
em 40 segundos. Qual a velocidade média da atleta durante esse 
percurso? 
Nesse exercício foram fornecidos a distância percorrida, que é 400 
metros, e o tempo gasto, que é 40 segundos, portanto, encaixa-se nos 
requisitos de quando posso utilizar a fórmula “v = d / t”. 
Então, utilizando a categorização de “como utilizar de forma prática”, 
sei que posso trocar “d” por 400, obtendo “v = 400 / t”, “t” por 40, 
obtendo “v = 400 / 40”, chegando ao resultado que a velocidade média 
foi de 10 metros / segundo. 
 
101 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
Quando não devo utilizar essa informação: Quando o exercício não 
pergunta sobre velocidade média ou quando não me fornece dados 
suficientes para calculá-la. 
 
 
102 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
Algumas perguntas que levam a formas mais avançadas de 
categorização das informações para quem já tem prática em 
categorizar são: 
• Essa é uma informação chave do estudo? 
• Como essa informação se relaciona com o tópico estudado? 
• Como essa informação se relaciona com a matéria de forma mais 
ampla? 
• Consigo utilizar essa informação de forma prática ou preciso me 
aprofundar mais? 
• Essa informação é importante ou irrelevante para meus estudos 
no momento? Por quê? 
 
103 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
Dica 14: Treinar categorização das informações de forma eficiente 
Para quem não tem prática nenhuma, comece criando o hábito de 
categorizar conscientemente as informações dos estudos em relação 
a qual parte das matérias elas pertencem. Conforme essa prática for 
ficando natural, vá acrescentando mais categorizações como “Para 
que serve essa informação”, “Como posso utilizar essa informação na 
prática” e assim por diante. 
Para quem já possui o hábito e prática em categorizar, vá incluindo as 
categorizações avançadas citadas anteriormente neste capítulo. 
É claro que é inviável tentar categorizar toda informação que chega a 
todo o tempo de forma consciente, mas com alguma prática e 
persistência essas categorizações começam a ocorrer de forma natural 
e automática. 
 
 
104 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
Dica 15: Reserve alguns momentos para refletir sobre o que estudou 
e criar categorizações eficientes 
Uma boa prática a ser incorporada à sua rotina é, toda vez que finalizar 
uma sessão de estudos, reservar alguns momentos para refletir sobre 
o que foi estudado, fazendo-se questionamentos que irão lhe ajudar a 
categorizar e organizar melhor esse conteúdo em sua mente. 
 
105 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
Dica 16: Quanto mais você erra e entende porque errou, mais você 
está aprendendo 
Quanto mais erramos e entendemos os motivos dos nossos erros, 
melhor conseguimos categorizar as informações relacionadas a um 
determinado aprendizado, e, quanto melhor categorizadas, mais 
efetivos seremos ao utilizá-las em situações futuras. 
Portanto, não encare erros como algo ruim, e sim como uma 
oportunidade de aprender mais. 
Para melhores resultados em provas importantes, prepare-se 
expondo-se o máximo possível a situações em que você pode errar e 
aprender com seus erros sem grandes consequências, como na 
resolução de listas de exercícios e de simulados. 
 
106 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
Dica 17: Dê uma olhada rápida no material no dia anterior 
No dia anterior ao estudo ou da aula, dê uma olhada rápida no 
material focando apenas nos títulos e grandes tópicos da matéria que 
será estudada. 
Ao fazer isso, no dia do estudo ou da aula você já terá uma pré-
estrutura de categorização em sua mente do novo aprendizado, o que 
facilitará na estruturação durante o estudo. 
 
107 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
Dica 18: Considere utilizar mapas mentais ou anotações em tópicos 
para criar seus resumos 
O mindmap é uma ótima ferramenta de categorização das 
informações, na qual representamos de forma gráfica as relações 
entre as informações. 
 
 
108 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CATEGORIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
As anotações em tópicos são uma forma textual e de fácil 
implementação que, de maneira similar aos mapas mentais, nos ajuda 
a categorizar e organizar melhor as informações em nossas mentes. 
-------------------------------------------------------------------- 
Cérebro 
- Lobo Frontal: 
- Funções executivas, comportamento, raciocínio lógico. 
- Lobo Occiptal: 
- Especializado na visão. 
- Lobo Parietal: 
- Calor, toque, posição do corpo. 
- Lobo Temporal: 
- Audição, formação de memórias, aprendizado semântico. 
-------------------------------------------------------------------- 
 
109 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
 Capítulo 5.5 
 
110 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
Nossa memória de trabalho, que dentre outras funções, é 
responsável pela nossa criatividade e compreensão consciente de 
nossos estudos, possui capacidade de alocação limitada, que pode 
variar dependendo do que está sendo estudado, de pessoa para 
pessoa e ao longo de nossas vidas. 
 
 
111 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
Alguns aspectos relevantes da nossa capacidade de alocação: 
• Varia em média de 2 a 9 “espaços”; 
• Varia de pessoa para pessoa; 
• Varia dependendo do tipo de informação. Ex.: uma mesma 
pessoa pode ter uma capacidade mais elevada para matemática 
e mais baixa para português e vice-versa; 
• Varia ao longo de nossas vidas; e 
• Pode aumentar a capacidade mediante treino. 
112 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
O que parece ser uma diferença prática importante entre pessoas 
que possuem baixa e alta capacidade de alocação é que, quanto mais 
alta, maior a oportunidade de reter e manipular informações ao 
mesmo tempo, tendo assim um maior potencial de categorizaçãodessas informações, o que pode nos tornar mais eficientes no 
armazenamento, recuperação e utilização posterior dessas 
informações, como explicado no capítulo “Categorização da 
Informação”. 
 
 
113 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
Um outro aspecto relevante é que pessoas que possuem uma 
capacidade menor de alocação parecem ser mais suscetíveis a “perder 
informação” devido a distrações, enquanto que pessoas com uma 
capacidade de alocação mais elevada, por terem “mais espaço 
disponível”, parecem ser mais eficientes em classificar se a informação 
presente é relevante ou irrelevante para o momento, tendo assim 
mais chances de serem eficazes na escolha do seu foco de atenção. 
 
 
114 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
De maneira similar, quando existe uma grande quantidade de 
informações disponíveis, pessoas com capacidade de alocação menor 
podem ter mais dificuldades em distinguir quais informações são mais 
e menos importantes para o momento, e também em como elas se 
relacionam entre si, o que pode dificultar na compreensão do tópico 
estudado. 
 
 
115 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
Dica 19: Treinar capacidade de alocação 
Estudos vêm mostrando que alguns tipos de treinamentos para 
capacidade de alocação têm resultados mais localizados, ou seja, ao 
treinar capacidade de alocação para uma atividade específica você 
aumenta a capacidade para aquela atividade, mas não para as outras. 
Os estudos também mostram que podem haver treinamentos que 
melhoram a capacidade geral, no entanto, por conta da complexidade, 
para este livro vou focar nos que possuem resultado mais localizado. 
Uma boa forma de treinar sua capacidade de alocação é criar o hábito 
de categorizar as informações, descrito no capítulo “Categorização da 
Informação”, onde de forma consciente e ao longo do tempo, você vai 
incorporando mais categorizações às informações que está 
estudando. 
Com certa persistência, a quantidade de categorizações 
 
116 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
que você consegue fazer e manter em mente vai aumentando. 
 
117 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
Dica 20: Se você tem dificuldades, coloque as etapas no papel 
Tentar resolver de cabeça as etapas de exercícios mais complexos de 
matemática, física e química pode ser um bom treino para sua 
capacidade de memória de trabalho, no entanto, se ainda tem 
dificuldades nas etapas e erra muito, ao iniciar o estudo de uma nova 
matéria, revisar alguma matéria que ainda não entendeu direito e 
durante uma prova importante, considere colocar todas as etapas no 
papel. Essa prática pode evitar que sua memória de trabalho seja 
sobrecarregada, pois ao escrever você libera espaço de alocação em 
sua memória de trabalho para outras informações, é como se você 
ganhasse espaço extra de alocação. 
Essa prática também te ajuda a sistematizar o aprendizado em sua 
mente e pode economizar energia mental. 
 
118 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
Dica 21: Agrupe informações gatilho 
Uma prática que pode ajudar em algumas situações tanto para quem 
possui alta quanto baixa capacidade de alocação é o agrupamento de 
informações gatilho, que junta dois conceitos o “Agrupamento de 
informações” e “Informações gatilho” 
O agrupamento de informações, como o nome já diz, baseasse em 
agrupar informações. 
Ex.: Se você precisar manter em mente os números “3” “4” “9” “3” “6” 
“2” “5” “7” “3” nessa ordem, você irá precisar de 9 espaços, que já é 
mais do que a maioria da população possui. Agora, se você agrupar os 
números de 3 em 3, vai obter “349” “362” “573”, que ocupa apenas 3 
espaços em sua memória de trabalho. 
As informações gatilho são aquelas que lhe fazem lembrar de outras 
informações. 
 
119 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
Ex.: A informação “leite” me faz lembrar das informações “bebida” e 
“branca”. 
Juntando esses 2 conceitos, uma boa forma de aplicá-los em nossos 
estudos é criar pequenas frases ou palavras fáceis de guardar e que 
lhe darão gatilhos para mais informações. 
Ex.: Imagine que o exercício de uma prova exija que se lembre das 
formas de classificação dos seres vivos, que são "Reino”, “Filo”, 
“Classe”, “Ordem”, “Família”, “Gênero” e “Espécie“. Caso você ainda 
não possua as relações entre essas informações muito bem 
estabelecidas em sua memória de longo prazo, essa atividade exigirá 
um esforço mental grande e também ocupará boa parte ou totalmente 
sua memória de trabalho. Para facilitar a recuperação e otimizar a 
alocação de espaço em nossa memória de trabalho, podemos utilizar 
o termo inventado “ReFiCOFaGE 7” que é a junção das primeiras letras 
das classificações, 
 
120 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
está em ordem da mais abrangente para a menos abrangente e o 7 no 
final nos faz lembrar que são 7 classificações. 
É valido lembrar que o agrupamento de informações gatilho só irá 
ajudar caso você tenha ou crie relações fortes entre os gatilhos e as 
informações desejadas. 
 
121 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
Dica 22: Se você utiliza metas de tempo para estudar, use alarmes 
Quando possuímos metas de tempo de estudo determinadas, como 
por exemplo “estudar por 20 minutos e fazer uma pausa”, e não 
colocamos alarmes para nos avisar quando devemos parar, passamos 
a dividir nossa atenção entre o estudo e a atividade de ficar checando 
se já passou o tempo necessário. 
Essa atividade de checagem do tempo irá dividir seu foco e ocupar 
espaços em sua memória de trabalho o que pode diminuir a eficiência 
de seu estudo. 
Portanto, considere programar alarmes sempre que tiver metas de 
tempo. Essa prática fará com que sobre mais espaço disponível em sua 
memória de trabalho para o que realmente interessa, que são as 
informações do estudo. 
 
122 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
Dica 23: Entenda quando a música pode atrapalhar e quando pode 
ajudar nos estudos. 
Quando pode atrapalhar 
Ao ouvirmos música estamos a todo momento sendo impactados por 
estímulos externos que irão competir por espaço em nossa memória 
de trabalho. 
Para quem possui capacidade de alocação baixa, qualquer 
interferência pode ser prejudicial, pois espaços valiosos de informação 
poderão ser ocupados pelos elementos da música (letra, melodia, 
etc.). 
Caso a pessoa tenha uma capacidade de alocação elevada e o estudo 
for simples para ela, ouvir música pode não atrapalhar, pois toda 
informação necessária para o estudo pode estar presente na memória 
de trabalho e ainda “sobrar” espaço para elementos da música. 
 
123 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
No entanto, mesmo para pessoas com capacidade de alocação 
elevada, caso o estudo seja muito complexo para ela e/ou a música 
possua um grau de interferência muito grande, a música pode ainda 
assim prejudicar o aprendizado. 
Uma classificação generalizada de grau de interferência da música, da 
que mais interfere para a que menos interfere, temos: “Música com 
vocal num idioma que entendo” > “Música com vocal num idioma que 
não entendo” > “Música apenas instrumental com variações bruscas 
na melodia” > “Música apenas instrumental sem variações bruscas na 
melodia”. 
Quando pode ajudar 
Nosso cérebro possui um mecanismo que podemos chamar de 
habituação, no qual estímulos, mesmo que muito evidentes como “um 
trem passando” e “buzinas”, podem deixar de se tornar conscientes 
em nossas mentes. 
 
124 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
Esse efeito acontece quando um evento, como um alarme, ocorre 
repetidas vezes e nada importante acontece em seguida, como algum 
ganho ou perda. 
A cada vez que o evento ocorre e nada acontece,nosso cérebro vai 
diminuindo a importância dele, até chegar ao ponto de não enviar 
mais essa informação ao nosso consciente com o intuito de 
economizar energia e espaço. 
Em paralelo, se toda vez que algum evento ocorre, mesmo que não 
percebamos esse evento de forma consciente, e nós executamos um 
mesmo comportamento logo em seguida ou ao mesmo tempo, nosso 
cérebro cria um link de ação e reação entre o evento e o 
comportamento. Esse processo podemos chamar de 
condicionamento. 
 
125 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
CAPACIDADE DE ALOCAÇÃO 
 
Pois bem, juntando esses dois mecanismos de habituação e 
condicionamento e aplicando ao ouvir música durante o estudo, se 
toda vez que começarmos a estudar colocarmos a mesma música ou a 
mesma playlist, ao longo do tempo, poderemos ficar habituados e 
condicionados. 
Ou seja, as interferências geradas pela música podem parar de se 
tornar conscientes na maior parte do tempo, deixando de ocupar 
espaço em nossa memória de trabalho. Essa música ou playlist poderá 
também se tornar o gatilho para o comportamento de estudar, o que 
pode nos ajudar a focar mais rápido no estudo. 
 
126 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
APLICAÇÃO CLARA 
 
 Capítulo 5.6 
 
127 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
APLICAÇÃO CLARA 
 
Como visto no capítulo “Memórias”, nossa memória de trabalho 
evoluiu de maneira que nos tornou biologicamente capazes de, a 
partir da junção de informações que já sabíamos e novas informações, 
traçar e executar planos de ação visando solucionar problemas que 
estejamos enfrentando no presente. 
No entanto, ao longo do tempo e à medida que fomos evoluindo 
como indivíduos e como sociedade, passamos a utilizar essa estrutura 
também para nos preparar previamente para problemas futuros, o 
que hoje em dia chamamos de estudar. 
 
128 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
APLICAÇÃO CLARA 
 
Como o estudo é uma “invenção” humana e pouco compreendida 
por grande parte da população, é comum estudar de forma ineficiente, 
sem levar em conta o funcionamento natural de nossas memórias, que 
são: 
Memória de trabalho: juntar e utilizar novas informações, 
recebidas do ambiente e de nosso organismo, e informações 
recuperadas da memória de longo prazo para resolver algum 
problema no presente. 
Memória de longo prazo: armazenar informações que são úteis no 
presente para serem recuperadas em situações similares no futuro, 
aumentando nossas chances de sucesso. 
 
129 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
APLICAÇÃO CLARA 
 
Com isso em mente, uma boa prática para que sejamos mais 
efetivos em nossos estudos é sempre termos uma aplicação imediata 
e clara do que estamos estudando, desta forma transformamos nosso 
estudo em um problema do presente, utilizando assim nossas 
estruturas de memória de forma mais natural e eficiente. 
Quando não temos uma aplicação clara de nosso estudo em mente, 
nosso cérebro tem dificuldades em entender qual problema está 
sendo resolvido com as informações do estudo e, por consequência, 
terá dificuldade em recuperá-las, pois, como não existe um problema 
claro sendo resolvido, será complicado reconhecer problemas futuros 
semelhantes e para os quais essas informações poderiam ser úteis. 
 
130 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
APLICAÇÃO CLARA 
 
Dica 24: Criando aplicações claras 
Duas formas de criação de aplicações claras são: 
• Estudar projetando mentalmente como utilizar os novos 
aprendizados em situações futuras específicas. Essa projeção 
mental faz com que problemas futuros sejam vistos como 
problemas presentes em nosso cérebro. 
Ex.1: Ao estudar matemática, ir projetando mentalmente como 
utilizaria as novas informações para resolver exercícios práticos. 
Ex.2: Ao ler as dicas deste livro, ir projetando mentalmente como as 
aplicaria em suas sessões de estudo. 
Ex.3: Estudar projetando como ensinaria o novo aprendizado para 
outras pessoas; 
• Criar analogias com o novo aprendizado. Nesse caso, a própria 
criação da analogia torna-se a aplicação clara, ou seja, o 
problema a ser resolvido. 
131 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
VARIAÇÃO DE CONTEÚDO 
 
 Capítulo 5.7 
 
132 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
VARIAÇÃO DE CONTEÚDO 
 
É comum o desejo de querer aprender mais coisas em menos 
tempo, o que de fato é possível alcançar para a maioria das pessoas, 
por meio de autoconhecimento e conhecimento do funcionamento do 
cérebro. 
Para que tenhamos um melhor desempenho, precisamos estar 
cientes de nossas limitações e criar estratégias com o intuito de 
minimizá-las. 
Uma limitação importante que possuímos, é que ao estudarmos 
muitos tópicos diferentes de uma mesma matéria ou matérias muito 
próximas dentro do mesmo dia, podemos criar relações indesejáveis 
entre as informações desses tópicos, o que pode “bagunçar” o 
armazenamento delas, dificultando seu entendimento posterior. 
 
133 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
VARIAÇÃO DE CONTEÚDO 
 
Ex.: Estudar cálculo de velocidade média e de aceleração de um 
objeto no mesmo dia. Pôr as duas matérias tratarem de distância, 
tempo e velocidade, podemos misturar os conceitos se os estudarmos 
muito próximos um do outro. 
 
134 
 
ORGANIZAÇÃO E 
ESTRUTURAÇÃO 
VARIAÇÃO DE CONTEÚDO 
 
Dica 25: Diversifique seu estudo diário 
Ao preparar seu cronograma de estudos, prefira colocar matérias que 
sejam distantes umas das outras no mesmo dia. Ex.: Matemática, 
História e Química. 
Prefira também estudar mais matérias por menos tempo do que 
menos matérias por mais tempo. 
Ex.: Estudar 4 matérias diferentes por 30 minutos cada tende a ser 
mais produtivo que estudar apenas 1 matéria por 2 horas. 
 
135 
 
 
 
 
 
ARMAZENAMENTO 
 
 Capítulo 6 
 
136 
 
ARMAZENAMENTO 
VISÃO GERAL 
 
A fase de Armazenamento ocorre quando as informações 
presentes em nossa memória de trabalho deixam de ser conscientes, 
ou seja, quando “esquecemos” momentaneamente essas 
informações. 
Essas informações que possuem um potencial de nos ajudar a 
resolver problemas similares no futuro ao serem “esquecidas”, ativam 
o mecanismo de nosso cérebro, que é capaz de armazená-las em nossa 
memória de longo prazo, tornando-as acessíveis posteriormente. 
Tendo em mente o capítulo “Memórias”, no qual introduzimos a 
analogia de bolinhas e traços, vamos relembrar alguns aspectos 
relevantes do armazenamento das informações em nossa memória de 
longo prazo: 
 
 
137 
 
ARMAZENAMENTO 
VISÃO GERAL 
 
• Quando “esquecemos” e transferimos uma informação de nossa 
memória de trabalho e ela ainda não existia em nossa memória 
de longo prazo, uma bolinha que a representa é criada. 
 
 
138 
 
ARMAZENAMENTO 
VISÃO GERAL 
 
• Quando “esquecemos” e transferimos uma informação de nossa 
memória de trabalho e ela já existia em nossa memória de logo 
prazo, o armazenamento fica mais forte. 
 
 
139 
 
ARMAZENAMENTO 
VISÃO GERAL 
 
• Com o passar do tempo, caso não utilizemos mais a informação, 
não gerando mais “fortalecimentos”, a força de seu 
armazenamento vai diminuindo, podendo até desaparecer. Por 
isso, em geral, é mais fácil lembrar de coisas que estudamos no 
dia anterior do que coisas que estudamos tempos atrás e não 
utilizamos mais. 
 
 
140 
 
ARMAZENAMENTO 
VISÃO GERAL 
 
• Quando transferimos uma relação entre informações de nossa 
memória de trabalho e ela ainda não existia em nossa memória 
de logo prazo, ela é armazenada. 
 
 
141 
 
ARMAZENAMENTO 
VISÃO GERAL 
 
• Quando transferimos uma relação entre informações de nossa 
memória de trabalho e ela já existia em nossa memória de logo 
prazo, o armazenamento fica mais forte. 
 
 
142 
 
ARMAZENAMENTO 
VISÃO GERAL 
 
• Caso não relacionemos mais as informações em nossa memória 
de trabalho, não gerando mais “fortalecimentos”, a força de seu 
armazenamento vai diminuindo, podendo até desaparecer. 
 
 
143 
 
ARMAZENAMENTOVISÃO GERAL 
 
• Somos capazes de criar informações mais complexas por meio da 
junção de informações mais simples que possuem relações muito 
fortes. 
 
 
144 
 
ARMAZENAMENTO 
VISÃO GERAL 
 
• Ao armazenar informações e relações entre elas em nossa 
memória de longo prazo, as emoções que sentimos durante a 
fase de Organização e Estruturação vão funcionar como etiquetas 
que irão classificá-las em nossa memória de longo prazo. 
 
 
145 
 
ARMAZENAMENTO 
FATORES RELEVANTES 
 
Com isso em vista, vamos nos aprofundar em três fatores relevantes 
da fase de Armazenamento: 
1. Repetição espaçada; 
2. Carga emocional; 
3. Sono. 
 
 
146 
 
 
 
 
 
ARMAZENAMENTO 
REPETIÇÃO ESPAÇADA 
 
 Capítulo 6.3 
 
147 
 
ARMAZENAMENTO 
REPETIÇÃO ESPAÇADA 
 
Para nos aprofundar na fase de armazenamento, vamos primeiro 
listar três características importantes de nossas memórias: 
• As informações e relações entre informações armazenadas em 
nossa memória de longo prazo vão perdendo força conforme o 
tempo passa, caso não as revisitemos, podendo chegar ao ponto 
de ficarem tão fracas que seremos incapazes de recuperá-las. 
• Informações e relações entre elas ficam mais fortes em nossa 
memória de longo prazo a cada interação de recuperação e 
“esquecimento” delas. 
• O fortalecimento das informações e relações entre elas em 
nossa memória de longo prazo só ocorre quando de fato 
esquecemos essas informações, ou seja, quando ficamos 
repetindo mentalmente, mantemos essas informações em nossa 
memória de trabalho, o que não gera “esquecimento” e, por 
consequência, não fortalece o seu armazenamento e nem o das 
relações entre elas. 
 
148 
 
ARMAZENAMENTO 
REPETIÇÃO ESPAÇADA 
 
Com essas características em mente, uma boa estratégia para 
mantermos nossos aprendizados sempre disponíveis para quando 
precisarmos é a repetição espaçada, na qual revisamos o conteúdo 
estudado de tempos em tempos. 
Algumas formas eficientes de revisão, que podem ser utilizadas 
durante a aplicação da repetição espaçada, são: 
• Resolução de exercícios; 
• Leitura de resumos; e 
• Mentalizações e projeções mentais sobre o conteúdo em 
questão. 
 
149 
 
ARMAZENAMENTO 
REPETIÇÃO ESPAÇADA 
 
Dica 26: Crie um cronograma com revisões 
Não existe uma periodicidade certa de revisões, ela vai variar de 
pessoa para pessoa e vai depender também da matéria estudada e da 
quantidade de conteúdo que precisa ser coberto. 
Um bom ponto de partida é reservar um dia para revisar o que estudou 
durante a semana, que pode ser feita por meio de exercícios práticos; 
e programar uma revisão mensal de todo o conteúdo, que pode ser 
feita por meio de simulados e/ou leitura de resumos. 
Lembrando que esse espaçamento pode não funcionar para todo 
mundo e em todas as situações. É importante sempre testarmos e 
validarmos o que funciona para a gente. Um exemplo: caso a sugestão 
de espaçamento inicial não dê bons resultados ou seja inviável, tente 
alguma variação com revisões menos ou mais espaçadas. 
 
150 
 
 
 
 
 
ARMAZENAMENTO 
CARGA EMOCIONAL 
 
 Capítulo 6.4 
 
151 
 
ARMAZENAMENTO 
CARGA EMOCIONAL 
 
A principal função de nossa memória de longo prazo é armazenar 
informações que podem nos ser úteis no futuro. A criação de novas 
memórias é baseada na premissa de que, quanto mais importante é 
essa informação no presente, mais chances ela possui de ser 
importante no futuro. 
Por isso, nosso cérebro tende a criar armazenamentos mais fortes 
quando entende que as informações e relações entre elas são 
importantes no presente. 
Uma das estratégias evolutivas de nosso cérebro para classificar se 
uma informação é importante ou não são as associações que criamos 
entre as informações e as emoções que sentimos, que ocorrem ao 
experienciarmos uma emoção ao mesmo tempo que temos acesso a 
alguma informação. 
Ex.: Se estamos sentido felicidade ao estudar matemática nosso 
cérebro associará felicidade à matemática. 
 
152 
 
ARMAZENAMENTO 
CARGA EMOCIONAL 
 
De forma bem resumida, podemos classificar as emoções como 
sendo de alta ou baixa intensidade e de valência positiva ou negativa. 
As informações que são relacionadas com emoções de intensidades 
maiores e com valência negativa tendem a gerar armazenamentos 
mais fortes. 
Importante: Emoções de intensidade extrema podem gerar 
traumas, o que pode dificultar o acesso às informações associadas a 
elas. 
 
153 
 
ARMAZENAMENTO 
CARGA EMOCIONAL 
 
Dica 27: Coloque emoção em seus estudos 
Durante a fase de Organização e Estruturação, utilize as dicas de 
projetar aplicações claras mentalmente ou criar analogias com o 
estudo. Esses exercícios mentais já irão ativar emoções positivas e 
negativas. 
Ex.1: Você irá ativar emoções negativas quando estiver tentando criar 
uma analogia com o conteúdo e, durante o processo descobrir que ela 
não fará sentido. 
Ex.2: Você irá ativar emoções positivas quando conseguir projetar 
mentalmente a resolução de um exercício aplicando as novas 
informações aprendidas. 
Outra dica é, ao resolver exercícios, dê importância real a eles, não os 
resolva só por resolver. E ao corrigi-los, quando errar, sinta-se 
incomodado, quando acertar, sinta-se feliz. 
 
154 
 
 
 
 
 
ARMAZENAMENTO 
SONO 
 
 Capítulo 6.5 
 
155 
 
ARMAZENAMENTO 
SONO 
 
O sono além de auxiliar em outras fases do aprendizado, também 
possui um efeito direto no armazenamento, pois enquanto dormimos, 
as informações e relações elas classificadas como importantes por 
nosso cérebro são fortalecidas, e as classificadas como não 
importantes são enfraquecidas. 
Ou seja, dormir mal, além de nos gerar outros problemas, também 
faz com que não aproveitemos os efeitos benéficos do sono de 
potencialização do armazenamento, o que posteriormente facilitaria a 
recuperação das informações estudadas. 
 
156 
 
ARMAZENAMENTO 
SONO 
 
Dica (repetida, mas importante): Durma bem! 
Mesma dica dada no capítulo “Estruturação e Organização”. 
 
157 
 
 
 
 
 
RECUPERAÇÃO 
 
 Capítulo 7 
 
158 
 
RECUPERAÇÃO 
VISÃO GERAL 
 
A fase de recuperação inicia-se quando nos deparamos com 
problemas que não conseguimos resolver apenas com as informações 
presentes em nossa memória de trabalho. 
Quando isso acontece, ativamos o mecanismo de nosso cérebro 
que busca por informações que foram adquiridas, processadas e 
armazenadas em situações anteriores similares a que está sendo 
vivenciada no presente. Essa estratégia visa aumentar as chances de 
sucesso em resolver o problema atual. 
A seguir, iremos ilustrar como funciona o fluxo de recuperação de 
informações: 
 
159 
 
RECUPERAÇÃO 
VISÃO GERAL 
 
1) Alguns dos estímulos internos (corpo e mente) e externos 
(ambiente) que recebemos são codificados, traduzidos e tornam-se 
conscientes por intermédio da nossa atenção, que funciona como um 
filtro. 
 
 
160 
 
RECUPERAÇÃO 
VISÃO GERAL 
 
2) O conjunto dessas informações conscientes pode ser interpretado 
em nossa mente como um problema a ser superado. Ex.: Durante uma 
prova de física, nos deparamos com a pergunta “O que diz a 2ª lei de 
Newton?”, ou seja, um problema que precisa ser superado para 
conseguirmos uma boa nota. 
 
 
161 
 
RECUPERAÇÃO 
VISÃO GERAL 
 
3) Quando consideramos que as informações presentes em nossa 
memória de trabalho não são suficientes para superar o problema, 
recorremos às informações armazenadas em nossa memória de longo 
prazo, recuperando-as como sugestões. 
 
 
162 
 
RECUPERAÇÃO 
VISÃO GERAL 
 
4) O processo de recuperação com o intuito de resolver o problema 
em questão continua até que consigamos resolver o problema atual, 
desistamos dele, ele deixe de ser um problema ou que apareça outro 
problema mais urgente a ser resolvido. 
Quatro características relevantes durante a recuperação de 
informações são: 
• Quanto mais forte for a

Mais conteúdos dessa disciplina