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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA BAIANO CAMPUS BOM JESUS DA LAPA BACHARELADO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA Atividade Avaliativa Bom Jesus da Lapa - BA, Julho/2021 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA BAIANO CAMPUS BOM JESUS DA LAPA BACHARELADO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA Componente Curricular: Manejo da Salinidade Docente: Prof. Dr José Eduardo Santos Barboza da Silva Discente: Kesia Carolina Amorim Neves. http://moodle.lapa.ifbaiano.edu.br/user/view.php?id=1528&course=444 http://moodle.lapa.ifbaiano.edu.br/user/view.php?id=1528&course=444 ATIVIDADE 1) Como as características dos solos do semiárido influenciam no processo de salinização das áreas agrícolas? Os solos da região semiárida possuem tendências ao acumulo de sais em decorrência do material de origem desses solos onde, são liberados dos mesmos, minerais predominantes sendo estes os cátions Ca+2, Mg+2, Na+2, K+ e os ânions Cl- , SO4 2 , HCO3- e CO3 -2. Dessa forma a erosão das rochas nessa região é uma das fontes do acumulo de sais solúveis no solo, sem ao menos ter sido utilizados métodos antrópicos que contribuam para a salinização. Além das propriedades químicas e físicas do solo, a salinidade apresenta variabilidade temporal e espacial natural em função da profundidade do lençol freático, das práticas de manejo utilizadas, da taxa de evapotranspiração, da salinidade da água, a precipitação pluviométrica limitada nessas regiões, associada à baixa atividade bioclimática, menor grau de intemperização, drenagem deficiente e a utilização de água de má qualidade, conduzem à formação de solos com alta concentração de sais. 2) Como podemos observar o efeito dos sais nos cultivos agrícolas? Descreva os mecanismos de defesa dos vegetais. A presença de sais em áreas de cultivo agrícola pode resultar em efeitos diferentes nas relações solo-agua-planta, ocasionando dificuldades nas atividades fisiológicas e consequentemente na produtividade das culturas. Tais efeitos podem ser observados desde a germinação onde a presença dos sais interfere no potencial hídrico, ou seja, na absorção de agua do solo, reduzindo assim o gradiente de potencial entre o solo e a superfície da semente, restringindo a captação de água pela mesma e em consequência reduzem as taxas de germinação onde o metabolismo germinativo também é influenciado, levando à inibição da mobilização das reservas e distúrbios nos sistemas de membranas do eixo embrionário. Além disso, em áreas com altos índices de sais solúveis, pode-se observar no vegetal a expansão da superfície foliar. Em síntese o metabolismo do carbono primário de muitas culturas é afetado negativamente devido ao efeito osmótico, déficit hídrico, toxicidade de íons e desequilíbrio nutricional. A toxidade ocasionada pela presença de íons na agua utilizada para irrigação ou por íons já existentes nos solos, provocam um grande acumulo do mesmo no tecido das plantas provocando assim, reduções no rendimento, independentemente da concentração total de sais. Este excesso, a princípio, promove um desbalanceamento osmótico celular e, posteriormente, uma toxidez iônica que causa danos ao citoplasma, resultando em danos visíveis nos cultivos agrícolas principalmente na bordadura e no ápice das folhas mais velhas onde o acúmulo é maior. O acumulo de sais torna-se excessivo para a folha, levando aos sintomas visíveis de toxidez salina, quando se tem elevada quantidades de sódio é perceptível a presença de queimaduras ou necrose ao longo das bordas das folhas. As concentrações de sódio nas folhas alcançam níveis tóxicos após vários dias ou semanas e os sintomas aparecem, de início, nas folhas mais velhas e em suas bordas e, à medida que o problema se intensifica, a necrose se espalha progressivamente na área internerval, até o centro das folhas. Algumas culturas podem apresentar tolerância a tais fatores, podendo variar entre espécies e cultivares. Depende ainda das condições climáticas da região do tipo de solo e do manejo e métodos utilizados para a implantação da cultura. A sobrevivência em ambientes salinos pode resultar de processos adaptativos que envolvem absorção, transporte e distribuição de íons em vários órgãos da planta. Umas das estratégias utilizadas pelas plantas é a extrusão do Na+ para a solução do solo retirando o cátion da planta e a expulsando o NA+ de alguns tecidos, especialmente do xilema, como forma de evitar o acumulo do cátion no limbo foliar, minimizando os efeitos deletérios da salinidade sobre o metabolismo foliar, em especial sobre o processo fotossintético. Outra estratégia é a adaptação das plantas aos elevados níveis de salinidade as denominadas plantas halófitas, nas quais apresentam a capacidade de acumular quantidades elevadas de sais em seus tecidos, extraido do solo e sendo também utilizada na fitorremediação desses solos. existem ainda algumas espécies que apresentam capacidade de acumular íons no vacúolo e solutos orgânicos de baixo peso molecular no citoplasma, o que lhes permitem um ajustamento osmótico a esse tipo de condição. 3) Diferencie o efeito osmótico e iônico dos sais na planta. Em que situações eles podem ocorrer? Em solos salinos, os sais solúveis na solução do solo aumentam as forças de retenção de água devido ao efeito osmótico, ocorrendo assim redução na absorção de água pela planta. Em decorrência disso, favorece o aumento da pressão osmótica (PO), causado pelo excesso de sais solúveis, podendo atingir um nível em que as plantas não terão forças de sucção suficiente para superar o aumento da pressão osmótica, em consequência, a planta não irá absorver água, mesmo em solo úmido contribuindo também para a não absorção dos nutrientes, esse processo pode ser denominado de seca fisiológica. O efeito osmótico favorece também a plasmólise processo onde a planta ao invés de absorver, perde a agua que se encontra em suas células e tecidos. Já o efeito iônico ocasiona a toxidez da planta, proveniente das concentrações de íons específicos como o cloreto, sódio e boro. Tal efeito promove a inativação de enzimas e inibe a inativação de síntese proteica das plantas, sendo notória a presença de sintomas de queimaduras, manchas e necroses. Os referentes efeitos ocorrem na maioria das vezes em situações de altas quantidades de sais no solo, decorrentes da baixa pluviosidade sendo necessária a utilização de irrigação como meio de produção das cultivares o qual intensifica a salinização. 4) Por que a irrigação e a adubação podem prejudicar as plantas ao longo dos cultivos. Disserte. A irrigação é um meio utilizado pelos produtores para a produção de alimentos, sendo esta uma forma eficiente que trás lucros e facilidade aos mesmos, principalmente nas regiões semiáridas onde a pluviosidade é baixa, no entanto o manejo inadequado desse método tem contribuído para o aumento de áreas agricultáveis, com problemas de salinização, dessa forma o uso continuo de irrigação, provoca o aumento de sais solúveis no solo os quais prejudicam o desenvolvimento das plantas diminuindo as suas atividades fisiológicas, morfológicas e bioquímicas diminuindo assim a produtividade em decorrência da diminuição da fotossíntese e transpiração,. Esse processo se intensifica com o passar do tempo, podendo provocar a desertificação da área. Em conseguinte a adubação constante nas áreas de cultivos, trás prejuízos significativos com o passar do tempo, a intensificação do uso de fertilização pode ocasionar problemas no cultivo, prejuízos ao solo e aomeio ambiente, pode ocorrer queda na produtividade da safra, podendo comprometer as safras seguintes e a própria área de cultivo. As plantas não conseguem assimilar e desenvolver suas funções, O desequilíbrio nutricional no solo promove dificuldades para as plantas na absorção de nutrientes. Em outras palavras, o excesso de um nutriente no solo pode promover a redução na absorção de outros. Ou então, os nutrientes podem competir pelo mesmo sítio de absorção e aquele que estiver em excesso pode bloquear a absorção dos outros, através da chamada inibição competitiva. Alguns fertilizantes, quando aplicados em grande quantidade ou muito concentrados na base da planta, aumentam a salinidade do ambiente radicular e levam a planta a condições de estresse, ocorrendo o estresse osmótico onde a cultivar sente a necessidade de agua, mesmo a tendo no ambiente e o estresse iônico onde os elementos em excesso causam a toxidez. Referências Dias, N. S., Blanco, F. F., Souza, E. R., Ferreira, J. F. S., Neto, O. N. S., & Queiroz, Í. (2016). Efeitos dos sais na planta e tolerância das culturas à salinidade (Salinity effects on plants and tolerance of crops to salinity). Book Chapter, 151-162. Gheyi, H. R., da Silva Dias, N., & De Lacerda, C. F. (2010). Manejo da salinidade na agricultura: Estudos básicos e aplicados Fortaleza: INCTSal. Pedrotti, A., CHAGAS, R. M., Ramos, V. C., Prata, A. D. N., Lucas, A. A. T., & Santos, P. D. (2015). Causas e consequências do processo de salinização dos solos. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, 19(2), 1308- 1324. Schossler, T. R., Machado, D., Zuffo, A. M., Andrade, F., & Piauilino, A. (2012). Salinidade: efeitos na fisiologia e na nutrição mineral de plantas. Enciclopédia Biosfera, 8(15).
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