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Dermatite Seborreica

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A dermatite seborreica ou eczema seborreico é uma doença
inflamatória crônica que acomete regiões cutâneas ricas em
glândulas sebáceas, como a face e o couro cabeludo e
algumas áreas intertriginosas. Em sua forma leve é conhecida
"caspa".
1.Epidemiologia
É uma doença muito frequente, com alguns estudos
mostrando incidência de 5% da população, número que pode
ser subestimado, pois muitos pacientes, com casos leves, não
procuram atendimento médico.
Incidência maior é vista em pacientes com HIV e doenças
neurológicas, como a doenças de Parkinson, os quais têm
manifestações mais intensas.
A prevalência nos homens é levemente maior, por provável
influência hormonal. Pode acometer qualquer faixa etária, com
pico em adultos jovens (quarta década).
Possui dois picos de incidência: recém-nascido, até os três
meses de vida, e fase adulta, entre os 30 e 60 anos de idade.
2. Fisiologia
Doença de causa desconhecida, que parece estar
correlacionada à hipersensibilidade devido a leveduras
comensais da espécie Malassezia furfur. Esse fungo possui
enzimas que hidrolisam os ácidos graxos, que se tornam
irritativos, levando à dermatite. A predisposição familiar é
fator importante nesta doença.
Não há aumento anormal da produção de sebo, tampouco
alteração qualitativa deste. Entretanto, a alteração sebácea,
como o aumento do colesterol, TG e parafina, além da
diminuição do esqualeno, ácidos graxos e ésteres de cera,
influenciam no aparecimento da doença.
3. Patogenia
Fatores associados: calor e umidade, tensão emocional,
doenças neurológicas, diabetes, obesidade, alcoolismo e
formas extensas de imunossupressão.
4. Quadro Clínico
Pode variar de acordo com a faixa etária.
Em recém-nascidos, a dermatite seborreica aparece logo nos
primeiros meses, devido à ação de hormônios androgênicos
maternos, apresentam áreas de eritema e descamação na
DERMATITE SEBORREICA
Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO
face, nas dobras e na área das fraldas; no couro cabeludo,
podem surgir escamas graxentas amareladas e aderidas.
Crosta láctea: escamas gordurosas e aderentes sobre a
base eritematosa no couro cabeludo.
Em adultos, além de eritema e descamação no couro
cabeludo, podem surgir as mesmas lesões em outras
regiões ricas em glândulas sebáceas, como centro da
face, região frontal, região esternal e dorso; às vezes, as
lesões possuem contornos bem definidos, sendo chamas
de dermatite seborreica figurada. Os sintomas mais
comuns são prurido e ardor.
Curso crônico, com fases de acalma e recaída, tendo
como fatores agraves o calor, estresse, ingesta
excessiva de carboidratos, alimentos condimentados e
álcool. Quadros extensos e intensos podem estar
associados ao HIV.
Couro cabeludo: pitiríase esteatoide ou capitis.
Em idosos, é uma das principais causas de eritrodermia.
Blefarite pode ser uma manifestação da doença. A
evolução é sempre crônica e recorrente, podendo haver
piora no inverno e ser desencadeada por fatores
emocionais.
4. Diagnósticos Diferenciais
Eczema atópico: estigmas atópicos, localização do eczema
Candidíase: infecção secundária
Dermatofitose (impingem)
Das doenças diferenciais, a histiocitose de Langerhans leva
a quadros dramáticos semelhantes aos da dermatite
seborreica, mas com manifestações sistêmicas; o pênfigo
foliáceo cursa com lesões em áreas seborreicas, e as placas
eritematosas na face podem surgir no lúpus eritematoso.
A síndrome de Leiner é uma entidade rara e grave de recém-
nascidos com deficiência do complemento C5, caracterizada
por erupção cutânea cujo diagnóstico diferencial é a dermatite
seborreica. No entanto, apresenta-se com diarreia e infecções
de repetição.
Nos adultos, o grande diferencial é com a psoríase, tendo, às
vezes, quadros tão semelhantes que são chamados de
seboríase. A dermatite de contato do couro cabeludo
também entra no diferencial.
5. Métodos Diagnósticos
O diagnóstico é puramente clínico, não sendo difícil nos
quadros clássicos; às vezes, o exame anatomopatológico é
preciso para melhor elucidação. Em recém-nascidos, o
principal diferencial é a dermatite atópica, que é mais
prevalente nas superfícies extensoras e poupa a área das
fraldas.
6. Tratamento
Raramente é necessária terapia sistêmica. Somente nos
casos de eritrodermia há necessidade de uso, sendo a
prednisosna a primeira escolha. Cetoconazol por via oral
também pode ser usado em alguns casos.
A maior parte dos pacientes obtém boa resposta ao usar
loções e xampus com princípios ativos, como corticoides de
baixa potência, a hidrocortisona e/ou antifúngicos como o
cetoconazol e a ciclopirox olamina. Os imunomoduladores
tópicos (tacrolimo e pimecrolimo) são boas opções para evitar
os efeitos colaterais dos corticoides.
Para lactente usa-se no couro cabeludo óleo mineral e
corticoide tópico de baixa/média potência. Nas demais
localizações, corticoides tópicos em creme (hidrocortisona) e
antifúngicos tópicos (cetoconazol) e tratamento de infecção
secundária.
Cetoconazol 200mg/dia por 14 dias
Itraconazol 100mg/dia por 14 dias
Terbinafina 250mg/dia por 14 dias
Isotretinoína
Na DS extensa e refratária a medicações tópicas, usa-
se, via oral:
DERMATITE SEBORREICA
Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO

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