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Larissa Figueiredo Dermatite Seborreica O QUE É? Dermatite crônica de caráter constitucional, associando elementos fisiopatológicos de hiperproliferação epidérmica a eventual participação do Malassezia spp. EPIDEMIOLOGIA • Distúrbio cutâneo recorrente que acomete de 1 a 3% da população adulta. • Em crianças a dermatite seborreica de couro cabeludo é frequentemente chamada de “tampa de berço” • É comum em indivíduos com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), ETIOPATOGENIA • Há nítida influência hormonal, pois a secreção sebácea é estimulada por hormônios androgênicos elevados no período puberal, sendo que em lactentes decorrem da ação de andrógenos maternos circulantes. • Alterações dinâmicas na epiderme, como o aumento do índice de mitoses e do trânsito transepidérmico. • • O papel do fungo Malassezia spp. na dermatite seborreica ainda não é bem definido, mas alguns autores argumentam que o seu aumento nas lesões é secundário ao aumento dos nutrientes lipídicos nas escamas, enquanto a maioria acredita num papel importante na etiologia da doença. QUADRO CLÍNICO • Possui características distintas dependendo da faixa etária acometida o Forma pediátrica: é autolimitada o For no adulto: a doença tem curso crônico. • As lesões são placas eritematosas e escamativas, de graus variáveis de extensão e intensidade. • As lesões são maculopapulosas, eritematosas ou amareladas, sem brilho, delimitadas e recobertas por escamas de aspecto gorduroso, que se distribuem pelas áreas seborreicas (couro cabeludo, face, regiões pré- esternal, interescapular, flexuras axilares e anogenitais). • O prurido, quando presente, é discreto, à exceção das lesões no couro cabeludo. DERMATITE SEBOREICA INFANTIL Larissa Figueiredo • Maior prevalência nos 3 primeiros meses de vida • A escamação do couro cabeludo é a forma clínica mais comum o Após o nascimento surge escamas amareladas, aderentes de extensão variável. o Além de lesões eritemodescamativas não pruriginosas, sem comprometimento do estado geral. o Pode ocorrer também na face e nas dobras (regiões retroauriculares, pescoço, axilas, região inguinal e área de fraldas) DERMATITE SEBORREICA DO ADULTO • Dermatose crônica, de curso recidivante, que varia desde um eritema leve a moderado até lesões papulosas, exsudativas e/ ou escamativas, com períodos de exacerbação relacionados ao estresse ou privação de sono. • Localizadas em áreas com alta densidade de glândulas sebáceas, apresentam-se com manchas eritematosas e escamosas, como nas laterais do nariz, dobras nasolabiais, glabelas, dobras retroauriculares e couro cabeludo. • A pitiríase capitis (caspa), que se apresenta como uma descamação pulvurulenta e difusa, parece ser a fase inicial da dermatite seborreica no couro cabeludo. Ela pode progredir gradualmente com surgimento de Larissa Figueiredo eritema, aumento da quantidade de escamas, bem como de sua espessura, até um quadro franco de DS. • Pode ocorrer ainda uma transgressão da orla do couro cabeludo, com comprometimento da pele adjacente, formando a chamada coroa seborreica DIAGNÓSTICO • CLÍNICO ! O diagnóstico de dermatite seborreica é feito clinicamente com base nas características e localização da lesão. • A biópsia não é rotineiramente necessária, mas pode ser indicada quando o diagnóstico for incerto. D Larissa Figueiredo TRATAMENTO • O tratamento depende de cada caso, podendo usar as seguintes terapias: o Sabonetes: com cetaconazol à 2% e com enxofre, com ou sem ácido salicílico. o Shampoos: antiproliferativos com antimitóticos e citostáticos, diminuindo a formação de escamas; com cetoconazol à 2%, com ciclopirox à 1% e com sulfeto de selênio e piritionato de zinco. o Antifúngicos tópicos: cetoconazol, bem como outros derivados imidazólicos e antifúngicos de outras classes, como o ciclopirox o Corticosteroides tópicos: melhora rápida dos sintomas (eritema, escamação e prurido), porém recidivas frequentes. Devem ser usados em menor tempo possível devido aos efeitos colaterais de uso a longo prazo o Antiinflamatórios inibidores de calcineurina: tacrolimus (0,03% e 1%) e pimecrolimus (1%), como alternativa aos corticosteroides tópicos, por possuírem efeitos semelhantes sem os efeitos colaterais daqueles. Podem ser usados uma ou duas vezes por dia. o Outras opções são: metronidazol 1% gel, comumente utilizado no tratamento da rosácea; tacalcitol, para tratamento de psoríase • Devem ser utilizados antibióticos tópicos ou sistêmicos em casos de infecção secundária. • Em casos de recidiva, antifúngicos via oral podem ser utilizados: o Cetoconazol 200mg/dia por 14dias o Itraconazol 100mg/dia por 21 dias o Terbinafina 250mg/dia por 4 semanas • Em formas disseminadas ou exacerbadas, indica-se prednisona, na dose inicial de 1 mg/kg/dia. A isotretinoína, na dose de 1 mg/kg/dia, é indicação para casos graves e resistentes.
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