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DERMATITE SEBORREICA

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Práticas Médicas II – 5º período Dermatologia Denise Matos – Turma 108 
Aula dia 24/02/2021 Prof. Taciana 
DOENÇAS 
ERITEMATODESCAMATIVAS - 
DERMATITE SEBORREICA 
CONCEITO 
• Dermatite seborreica: dermatite crônica de caráter 
constitucional; doença inflamatória crônica com predileção por 
couro cabeludo, sobrancelhas, bordos palpebrais, sulco nasolabial 
e região pré-esternal (áreas seborreicas) 
 Associada a elementos fisiopatológicos de hiperproliferação 
epidérmica e eventual participação do Malassezia spp. 
 Dermatose eczematosa crônica e redicivante 
 Lesões morfologicamente variáveis 
 Distribuição por áreas típicas (áreas seborreicas): região 
centro facial, couro cabeludo, tronco superior 
EPIDEMIOLOGIA 
• Prevalência na população: 5% 
• Portadores de HIV: maior prevalência; tendência ao 
desenvolvimento de lesões mais inflamatórias, extensas e 
rebeldes ao tratamento. 
• Homens são mais acometidos, principalmente quando há história 
familiar 
• Sem predileção racial ou por faixa etária 
• Mais comum em homens 
• Em sua forma mais leve, frequentemente associada com 
estresse e ansiedade 
• Condições sistêmicas associadas: 
 HIV (85%) 
 Doenças neurológicas (Parkinson/epilepsia) 
 Alcoolismo/tabagismo 
 DII (ma absorção) 
 Obesidade (alimentação hipercalórica) 
 Higiene precária 
 Hospitalização 
• Incidência aumentada em: AIDS, doença de Parkinson e outras 
neurológicas, uso de medicamentos (cimetidina, metildopa e 
neurolépticos), infarto agudo do miocárdio, má absorção, 
epilepsia, obesidade e alcoolismo. 
ETIOPATOGENIA 
• Caracterizado por: alterações na dinâmica epidérmica 
semelhantes às da psoríase e de menor intensidade. 
 Epiderme: aumento do índice de mitoses e do transito 
transepidérmico 
• Malassezia spp: fungo saprobo da pele; seu papel 
etiopatogenético ainda é discutido 
 Aumento do numero de fungos nas lesões como secundário 
ao aumento dos nutrientes lipídicos nas escamas, ou 
 Papel do fungo como agente etiológico, pois: 
• Medicamentos utilizados na DS só tem em comum ação 
antifúngica (exceto coaltar) 
• Redução do numero de fungos é seguida da melhora das 
lesões 
• Lesões semelhantes às da DS podem ser reproduzidas 
por uma colonização abundante 
• Incidência aumentada de DS nos portadores de HIV (que 
têm maios suscetibilidade a infecções fúngicas) 
• Antifungicos sitemicos melhoram a DS 
• Defeito na resposta mediada por células ao fungo nos 
portadores de DS 
• Capacidade do fungo de ativar complemento, com 
possível participação no mecanismo fisiopatogenético. 
• Glândulas sebáceas: ocorrem discretas alterações na 
composição do sebo com aumento de triglicerídeos e colesterol 
e redução do esqualeno e ácidos graxos > controverso 
 Distribuição preferencial das lesões em áreas de grande 
numero e atividade das glândulas 
 Épocas de maior ocorrência das DS alinhadas às fases de 
maior atividade das glândulas (recém-natos e pós-puberais) 
 Embora a maturação das glândulas sebáceas possa ser um 
fator permissivo, o papel da seborreia é controverso, pois 
está ausente em alguns casos e pode ocorrer sem 
manifestação da DS. 
• Vemurafenibe: utilizado no tratamento do melanoma 
metastático, é capaz de desencadeá-la com apresentação 
intensa e ceratósica na face. 
QUADRO CLÍNICO 
• Lesões: maculopapulosas, eritematosas ou amareladas, sem 
brilho, delimitadas e recobertas por escamas de aspecto 
gorduroso, que se distribuem pelas áreas seborreicas. 
• Simetria das lesões é regra; excepcionalmente, por lesão em 
troncos nervosos, a doença é unilateral. 
• Áreas seborreicas: couro cabeludo, face, regiões pré-esternal, 
interescapular, flexuras axilares de anogenitais 
. 
Práticas Médicas II – 5º período Dermatologia Denise Matos – Turma 108 
Aula dia 24/02/2021 Prof. Taciana 
 Couro cabeludo: quase sempre comprometido, muitas vezes 
isoladamente. 
• Regiões flexurais mais atingidas: axilares, anogenitais e 
inframamárias, além da região umbilical, com aspecto 
intertriginoso, eritematodescamativo, mais acentuado no 
centro, onde as vezes ocorrem fissuras. 
 Infecção secundária por cândida e bactérias. 
• Prurido: quando presente, é discreto, exceto no couro cabeludo 
• Pitiríase capitis (caspa): fase inicial da DS no couro cabeludo; 
pode progredir com surgimento de eritema, aumento da 
quantidade e espessura das escamas até alcanças um quadro 
franco de DS. 
• Coroa seborreica: frequente; transgressão da orla do couro 
cabeludo, com comprometimento da pele adjacente. 
• Queda de cabelo: pode haver aumento progressivo em casos 
crônicos. 
• Pseudotínea amiantácea: apresentação muito gordurosa e 
espessa das escamas que aderem ao pelo; se ocorrência 
eventual. 
• Crosta láctea/capuz de leite: escamas aderentes, espessas, 
amareladas e gordurosas, principalmente no vértice do couro 
cabeludo de RN 
• Dor: pode ser causada por escoriações (exulcerações 
autoinflingidas) 
• Eritema, descamação e fissuras retroauriculares e do ouvido 
externo são comuns 
• Lesões petaloides: pápulas eritematodescamativas, inicialmente 
foliculares que, por confluência, originam lesões de aspecto 
figurado, com descamação fina central e bordas mais elevadas 
e eritematosas (lembram dermatofitose) 
 Manifestações mais comuns no tronco, quando bem 
desenvolvidas: regiões interescapular e pré esternal. 
• Face: envolvimento característico da parte interna dos 
supercílios, glabela, suco nasolabial, asas do nariz e região 
paranasal. 
• Blefarite marginal: eritema e descamação ciliar 
 Faz diagnostico diferencial com rosácea 
QUADRO CLINICO ESPECÍFICO 
• Lesões 
• 2 picos de incidência, com duas apresentações distintas: 
 Infância (3 meses) 
 Adulto (4ª e 7ª décadas de vida) 
• Tende a cronicidade e recorrência, podendo evoluir para 
eritrodermia esfoliativa 
• Agravamento ou desencadeamento por estresse emocional, 
físico, ou pelo frio 
• Exposição ao sol: diminui sua intensidade, em geral 
• Seboríase: casos limítrofes com a psoríase, especialmente o 
tipo invertido. 
DERMATITE SEBORREICA INFANTIL 
• Não parece existir relação entre a apresentação infantil e a 
adulta 
• Surgimento precoce: inicia-se entre a 1ª e 2ª semana de vida, 
desaparecendo em semanas ou meses 
• Crosta láctea: base eritematosa com escamas gordurosas, 
amareladas e aderentes 
 
 
• Prurido variável e, se presente, discreto 
• Áreas de acometimento: áreas de fraldas, face, couro 
cabeludo, reg. Cervical, podendo haver disseminação para 
outras áreas seborreicas (tronco superior e áreas de dobras). 
 
Práticas Médicas II – 5º período Dermatologia Denise Matos – Turma 108 
Aula dia 24/02/2021 Prof. Taciana 
 
• Infecção secundária: Estafilococos aureus, Candida albicans 
• Sem comprometimento do estado geral 
• Diagnostico diferencial: considerar crosta láctea, intertrigo, 
dermatite das fraldas por irritante primário, dermatite atópica, 
psoríase, síndrome de Leiner, langerhose (histiocitose), 
imunodeficiências primárias (doença granulomatosa), ataxia-
telangiectasia, síndrome de Omenn e infecção pelo HIV. 
• Tratamento: semelhante ao da dermatite da área das fraldas; 
deve-se evitar uso de acido salicílico. 
DERMATITE SEBORREICA DO ADULTO 
• Lesões eritematoescamosas mal delimitadas 
• Distribuição típica 
• Pitiríase Esteatóide 
• Períodos de exacerbação: calor/sudorese; fricção; estresse 
emocional; álcool; alimentos condimentados e hipercalóricos; 
infecções secundárias. 
 
 
 
 
SEBORÍASE 
• Sobreposição da DS com psoríase 
• Forma do adulto 
• Placas eritematoescamosas infiltradas em áreas seborreicas 
• Ausência de lesões típicas da psoríase 
 
PITIRÍASE AMIANTÁCEA 
• Escamas secas, prateadas e compactas 
• Extensão para os cabelos 
• Pele sobrejacente normal 
• Qualquer faixa etária; crianças e jovens 
• Exacerbação da condição pré-existente 
• Recorrência frequente• Infecção fúngica junto 
Práticas Médicas II – 5º período Dermatologia Denise Matos – Turma 108 
Aula dia 24/02/2021 Prof. Taciana 
 
 
• Doença de Leiner: manifestação rara; lesões tornam-se 
extensas e generalizadas; associadas com diarreia, anemia, 
vômitos e deficiência da fração C3 do complemento; 
DIAGNÓSTICO 
• Essencialmente clínico 
• Considerar infecção por HIV nos casos mais intensos e 
abruptos ou não responsivos ao tratamento 
• Diagnostico diferencial: 
 Couro cabeludo: psoríase, pediculose e tinea capitis 
 Flexuras: candidíase, dermatofitose, eritrasma e dermatite 
de contato a componentes do vestuário 
 Lesões úmidas na face, interescapulares e pré-esternais: 
pênfigo foliáceo 
 Lesões axilares, interescapulares e inguinais: com doença de 
Hailey-Hailey, também com pitiríase rósea, pitiríase 
versicolor, rosácea, lúpus eritematosos, doença de Darier 
acrodermatite enteropática e farmacodermias. 
TRATAMENTO 
• Tratamento: 
 Xampu de enxofre, coaltar, ácido salicílico, zinco, selênio ou 
antifúngico 
 Corticosteroides ou antifúngicos em creme 
 Prednisona oral: casos graves 
CRIANÇAS 
• Remoção delicada das crostas 
• Limpeza com xampus 
• Tratar infecção secundaria 
• Corticoides e/ou antifúngicos tópicos 
 
ADULTOS 
• Orientações: usar anticaspa, lavar o cabelo com frequência 
• Higiene, hidratação e fotoproteção adequadas 
• 1ª linha: corticoides e antifúngicos 
• 2ª linha: imunomoduladores, metronidazol, calcipotriol 
• Resgate: antifúngicos e retinoides sistêmicos; fototerapia 
• Esclarecimento quanto a natureza crônica da doença; não 
sendo possível a cura e sim controle do processo. 
• Inicialmente, usar diariamente o tratamento proposto e 
espaçar a medida que o paciente melhora. 
• Abordagem inicial: creme que associa cetoconazol à 
betametasona a 0,05% por poucos dias, seguido de 
cetoconazol ou outro azol em creme. 
• Couro cabeludo: xampus à base de LCD (liquor carbonis 
detergens) de 5 a 8% associado ou não ao ácido salicílico de 1 a 
3%, piritionato de zinco de 1 a 2,5%, sulfeto de selênio de 1 a 
2,5%, coaltar de 2 a 3%, cetoconazol de 1 a 2%, 
octopiroxolamina a 1 %, enxofre e ácido salicílico 
• Infecção secundaria: antibióticos sistêmicos ou tópicos 
• Face e no tronco: além dos xampus e sabões, loção ou gel de 
Kummerfeld, cremes com cetoconazol e, eventualmente, 
cremes com corticoide de baixa potência 
• Casos extensos: podem beneficiar-se com cetoconazol 
(preferentemente) ou itraconazol oral durante 2 a 3 semanas 
• Imunomoduladores: tacrolimo pomada a 0,1 % e pimecrolimo 
creme, por sua ação anti-inflamatória, têm se mostrado 
bastante efetivos no tratamento da DS da face.

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