Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO LUSÍADA Curso de Enfermagem Saúde do Adulto III MIRIÃ CRISTINE JESUS DOS SANTOS Avanços tecnológicos na terapia renal substitutiva SANTOS 2021 INTRODUÇÃO Os rins são órgãos pares que tem aproximadamente o tamanho de um punho e se localizam na parte posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral. Sua função primordial é livrar o sangue de substâncias indesejadas e prejudiciais ao organismos através da filtração, não deixando que níveis altos dessas substâncias existam no corpo. A insuficiência renal aguda ou lesão renal aguda é definida pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) como a perda súbita da capacidade dos rins de filtrar os resíduos, sais e líquidos presentes no sangue, podendo estes chegar a níveis que afetam a composição sanguínea levando a prejuízos na homeostase do organismo. Esse tipo de quadro é comum em pacientes internados em hospitais com alguma outra condição, pois esses indivíduos estão em risco de desenvolvê-lo. Pode ser fatal, mas é reversível. Já a insuficiência renal crônica, segundo o Manual MSD, é uma doença lenta e progressiva que ocorre devido a diminuição da capacidade dos rins de filtrar os resíduos metabólicos, sendo as principais causas doenças associadas como a diabetes e a hipertensão, bem como glomerulonefrites. De forma mais específica, o que acontece é uma perda irreversível, o que difere da lesão renal aguda, das funções do glomérulo, tubular e endócrina dos rins. Quando em fase mais avançada ou terminal, somente com a utilização das terapias substitutivas o equilíbrio consegue ser mantido, sendo estas a diálise peritoneal, hemodiálise ou com realização de transplante. Em 2004, o Brasil chegou a registrar 60 mil casos de pacientes em Terapia Renal Substitutiva (TRS), tendo em vista que esse número dobrou na última década e que no mesmo ano (2004) foi gasto aproximadamente um bilhão de reais em transferências para o SUS em função dessa terapia, sendo valor equivalente a 5% das transferências do Ministério da Saúde, a doença renal crônica configura efeitos sociais e econômicos devido sua prevalência. Apenas também em 2004, foi instituída uma política que tratava do portador de doença renal (Política Nacional de Atenção ao Portador de DRC); antes disso, existia uma legislação que tratava desse quadro de forma pontual, porém com o crescimento dos casos, importância e proporção social e econômica, uma atenção maior precisava ser voltada para esses pacientes. DIÁLISE PERITONEAL A Diálise Peritoneal (DP) é um procedimento fragmentado, possui algumas vertentes de si mesmo que foram surgindo através dos avanços durantes os anos. Procedimento alternativo à hemodiálise e geralmente usado no estágio 5 da insuficiência renal crônica, quando os rins perdem a capacidade de controle do meio interno e paciente apresenta-se bastante sintomático. A primeira diálise aconteceu em 1923 na Alemanha e, apesar das modificações que foram ocorrendo na forma que era aplicada, ocorriam muitas infecções peritoneais, uma complicação que se configurou como um grande obstáculo. Foi em 1968, quarenta e cinco anos mais tarde, foi desenvolvido da Inglaterra e aperfeiçoado nos Estados Unidos um cateter de longa permanência chamado Tenckhoff, que tornou a terapia possível, sendo mais simples e segura. Dessa forma, quase foi eliminada as incidências de peritonites e perfurações em outros órgãos da cavidade. DP requer colocação de um cateter de ramo único (Tenckhoff), o qual pode ser introduzido com técnica cirúrgica, como a mini-laparotomia, ou percutânea. O líquido dentro da cavidade é drenado e um novo é infundido. A permanência desse líquido no peritônio varia de 4 a 10 horas e permite a eliminação de substância uremicas, potássio e excesso de líquido corporal. A partir disso, em 1976 surge nos Estados Unidos a Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (DPAC), que foi amplamente difundida pelo mundo após a introdução de bolsas plásticas à técnica, que eram enroladas ou amarradas ao paciente durante a troca. Ainda foi criado na Itália um equipo em “Y” que unia duas bolsas, uma para drenagem e uma para a infusão da solução na cavidade peritoneal, que reduziu consideravelmente mais uma vez a incidência de peritonites. Esse tipo de terapêutica começou a ser feita no Brasil em 1980 através de Miguel Riella, um doutor do Hospital das Clínicas da Universidade do Paraná que realizou treinamento nefrológico nos Estados Unidos. Foi necessário que houvesse a participação dos fabricantes das bolsas usadas no procedimento para que, em 1983, a DPAC fosse de fato aprovada, sendo regulamentada pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Em 1981, outra modalidade alternativa da DP nasce: a Diálise Peritoneal Contínua Clínica. Essa era um tipo de diálise automática e, desde que foi introduzida, esse tipo de diálise vem passando por mudanças e aperfeiçoamentos que objetivam atender as necessidades de cada paciente de forma única. Em 2003, cerca de um terço dos pacientes doentes renais que passavam por diálise, usavam da terapia de Diálise Peritoneal Automática (DPA). A DPA foi introduzida no Brasil em 1990 com a comercialização dos equipamentos utilizados no procedimento pela empresa Baxter Hospitalar. No início, os equipamentos eram comprados ou alugados pelos próprios pacientes que necessitavam fazer uso, enquanto outros eram fornecidos pelo SUS como no caso das bolsas. Apenas em 1999, o governo passou a lidar com todos os gastos dos procedimentos, priorizando crianças, adolescentes, pacientes diabéticos e idosos. Atualmente, se tem como vantagem à diálise peritoneal a possibilidade de ser feita a domicílio, sem ter que deslocar o paciente, além de que a qualidade de vida de pacientes em DP parece maior quando comparada a pacientes de hemodiálise. Por outro lado, apresenta riscos como infecções no local de inserção do cateter, que é maior em incidência comparado a hemodiálise, bem como peritonites. Também pode ocorrer hipertensão arterial mais frequentemente que na hemodiálise, edemas, hipoalbuminemia ou obesidade. HEMODIÁLISE A base da hemodiálise surgiu pela primeira vez em 1854, na Inglaterra, sendo aplicada em animais em 1913 nos Estados Unidos. O primeiro procedimento dessa modalidade realizado em um ser humano, data de 1923 e ocorreu na Alemanha, não tendo muito sucesso ao não representar melhora significativa no quadro do paciente. O primeiro rim artificial foi produzido em 1944 por Willem Kolff e, a partir dele, outros foram produzidos por diversos países, tratando apenas de renais agudos e, dos quinze pacientes tratados com o primeiro exemplar, apena sum sobreviveu. Esse rim artificial passou por aperfeiçoamentos realizados por pesquisadores norte-americanos e, em 1954, surgiu o rim artificial Kolff-Brigham, que foi pioneiro para o estabelecimento de um programa de hemodiálise nos Estados Unidos além de abrir caminho para o primeiro homotransplante renal com sucesso da história até então. Apenas um ano mais tarde, o rim artificial modificado foi introduzido no mercado. Apesar dos avanços tecnológicos nesse procedimento, a hemodiálise ainda era utilizada apenas em tratamentos de renais agudos. Sua introdução para renais crônicos aconteceu depois do desenvolvimento do “shunt” arteriovenoso ou fístula arteriovenosa, em 1962, após trazer vantagens que difundiram o processo como tratamento de escolha. É um termo que se refere a um acesso vascular criado a partir da união cirúrgica entre dois vasos: artéria e veia. De quatro a seis semanas depois desse procedimento cirúrgico, o chamado sistema se arterializa e há o aparecimento de grandes veias onde podem ser escutados os murmúrios e sentidos os frêmitos.Evita problemas como trombose e infecção, além de ter maior durabilidade e ser mais confortável para o paciente. A introdução de novos avanços na hemodiálise acontece desde 1950, tornando o procedimento mais seguro e prolongando a expectativa de vida dos pacientes com doença renal crônica. Contribuíram para esse sucesso o controle de infiltração, o dialisato com bicarbonato, membranas mais biocompatíveis, aperfeiçoamento do maquinário e aplicação de modelos de sódio e cianética da heparina. Até 1980, as máquinas de hemodiálise eram central ou tanque e, ainda nesse período, foram lançadas as chamadas máquinas de proporção ou proporcionadoras, que eliminavam o contato manual com as dosagens das substâncias da solução de diálise, o que baixou muito o risco de contaminação. No Brasil o primeiro rim artificial foi produzido artesanalmente pelo doutor Tito Ribeiro de Almeida do Hospital das Clínica de Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que se baseou nos modelos de Kolff e Murray para fazê-lo. Foram tratados cerca de cem pacientes até 1954, quando em 1957 foi importado um rim artificial Kolff-Brigham para o país. Assim como em outros países, a hemodiálise como tratamento para doentes renais crônicos só foi difundida após o surgimento da fístula arteriovenosa entre 1960 e 1962. Em 1972, empresas norte americanas iniciaram sua participação no mercado brasileiro e, com o lançamento da máquina de proporção, muito mais cara que a tanque, empresas nacionais puderam participar desse comercio. Em 1972 acontece um incidente que ficou conhecido como “Tragédia da Hemodiálise”. No Instituto de Doenças Renais (IDR) de Caruaru, cinquenta e quatro pessoas morreram e outras cem foram intoxicadas após usar as máquinas de hemodiálises nos procedimentos. Após um laudo médico, descobriu-se que o fato ocorreu por conta que a água utilizada nas máquinas estava contaminada com cianobactérias, o que fez o Ministério da Saúde promover alterações na regulamentação das terapias renais substitutivas e nas normas que cadastravam os estabelecimentos junto ao SUS para que houvesse mais segurança e qualidade. Estimulou também que as máquinas modelo tanque fossem trocadas por proporcionadoras. A máquina recebe o sangue por um acesso vascular, que pode ser um cateter ou por uma fístula, é impulsionado para o dialisador onde é exposto ao dialisato e, por meio de uma membrana semipermeável, são retirados o líquido e as toxinas em excesso, devolvendo o sangue limpo para o paciente. A enfermagem deve conhecer os pacientes que passam pelo procedimento a fim de evitar intercorrências. Faz parte do trabalho do enfermeiro verificar o funcionamento dos equipamentos, limpeza e condições de uso; checar as datas doa materiais e EPIs do paciente e profissionais; orientar sobre o procedimento e conscientizar o paciente sobre as limitações no momento de ocorrência deste; supervisionar a equipe no momento da conexão do acesso ao paciente e auxiliar se necessário; orientar sobre alimentação e ingesta hídrica e sobre a manutenção do acesso. TRANSPLANTE RENAL O transplante renal é opção de tratamento para pacientes que já estão em estágios avançados da doença renal crônica, onde um rim saudável de uma pessoa viva ou falecida é implantado através de procedimento cirúrgico e os rins do próprio paciente permanece em seu local anatômico, com exceção para casos onde estes estejam causando infecção ou hipertensão. Entre as terapias para tratar a doença renal, é a opção de maior vantagem, pois dá mais liberdade ao paciente e não interfere em sua rotina, além de ter maior sobrevida. O primeiro transplante renal humano data de 1936, feito na Ucrânia pelo doutor Yu Yu Voronoy, porém este não teve sucesso. Com os avanços tecnológicos e dos saberes sobre as práticas, em 1954 foi realizado o primeiro transplante renal que foi bem sucedido entre irmãos gêmeos homozigóticos. Em 1959 houve o primeiro transplante renal bem sucedido onde doador e receptor não tinham semelhanças genéticas. Apesar de, desde 1960, terem sido estabelecidos critérios de morte cerebral para remoção de órgãos para transplante, apenas em 1962 um transplante entre cadáver e receptor pôde ser feito, após a introdução de imunossupressores à prática clínica, visto que, antes disso, esse procedimento não podia ser feito justamente devido aos baixos conhecimentos sobre imunossupressão. Azatioprina e corticoides eram associados nesse tratamento pós transplante e funcionavam como a base para este tipo de tratamento, contudo a taxa de mortalidade se manteve alta assim como a expectativa de vida não era o esperado. A partir de 1983, outras drogas imunossupressoras forma surgindo e mudando o cenário dos transplantes renais. Em meados da década de 80, foram introduzidas Ciclosporina A e o anticorpo monoclonal (OKT) nas práticas clínicas no Brasil. Isso perdurou durante os anos seguintes e novos fármacos eram introduzidos frequentemente, assim como os que já existiam continuavam passando por alterações e aprimoramentos. Isso, somado aos avanços nas técnicas de cirurgia, de conservação dos tecidos e cuidados pós-operatórios, fez com que a expectativa de vida dos transplantados aumentasse e se tornasse mais satisfatória para a prática médica. O primeiro transplante renal que ocorreu em solo brasileiro, data de 1965 e, apenas dois anos depois, o primeiro transplante de um indivíduo falecido para um receptor foi feito com sucesso no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP. Em 68, os primeiros testes de prova cruzada e tipagens foram implementados nesse mesmo hospital; meses mais tarde nasce a primeira Lei sobre transplantes sobre doação de órgãos. Em 71 acontece o primeiro transplante entre não consanguíneos e em 83, o conceito de morte encefálica é definido – este que seria redefinido com o surgimento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). A ABTO substituiu a SBN e assumiu o papel de ser fonte de dados estatísticos sobre transplantes em 1986. Nesse mesmo ano, o Ministérios da Educação e da Previdência Social criou o Sistema Integrado para o Tratamento do Renal Crônico e do Transplante Renal, que tinha função de auxiliar o INAMPS e, dentro seus objetivos, incentivar o transplante renal, principalmente aqueles em que o doador era um indivíduo falecido. Em 1997 uma nova lei que dispunha sobre transplantes foi criada, a Lei 9434/97 que definia o consentimento presumido para forma de doação, que foi mudado em 2001, quando a Medida Provisória nº 2.083-31 determinou que a retirada dos órgãos dependia do consentimento da família, sendo parentes de até segundo graus ou cônjuge firmado em documento civil. Além disso, a lei de 97 criou o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e, em cada estado do país, surgir uma Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO). Por conta também desta lei, o Conselho Federal de Medicina publicou no mesmo ano os critérios para diagnóstico de morte encefálica abrangendo todas as idades. E 2000, criou-se um banco de dados com uma lista de todos os potenciais doadores de órgãos e/ou tecidos no Brasil inteiro. Existem aspectos que contraindicam o transplante renal. Casos de doença hepática, cardiovasculares ou infecções que não estejam devidamente controladas, bem como pacientes em desnutrição, com distúrbios psiquiátricos, alcoólatras, abuso de drogas ou com problemas em sua estrutura familiar porque esses fatores podem comprometer o pós-cirúrgico, que necessita devido cuidado e monitoramento. A enfermagem acompanha o paciente pré, trans e pós-operatório. O paciente é avaliado e, sendo indicado o transplante, o enfermeiro vai providenciar a documentação para inscrevê-lo na Secretaria Estadual de Saúde (SES), além de checar a compreensão do cliente e familiares e o termo deconsentimento. É o enfermeiro que convoca o receptor e o encaminha para a internação; reforça orientações quanto jejum, exames e acompanhante. Faz anamnese, retira esmaltes, próteses, coleta exames laboratoriais, faz banho de aspersão com degermantes, reserva hemoderivados e leito na UTI, antibioticoterapia e encaminha para o centro cirúrgico. Faz a tricotomia, posicionamento na mesa cirúrgica. Monitora a dieta após o procedimento, sinais vitais, avalia estado de consciência, controle de peso para identificar edema, balanço hídrico rigoroso, cuidados com o dreno, com o curativo cirúrgico (que só deve ser trocado após 24 horas), cuidados com a sondas e seu tempo de permanência em uso pelo paciente, avaliar o nível sérico do imunossupressor. A família e o paciente devem ser orientados quanto ao uso de fármacos, cuidados com o dreno, dieta, anticoncepcionais e gravidez, exercícios físicos, quanto ao uso de bebidas alcóolicas, exames habituais e retornos, assim procedendo com o preparo para alta hospitalar. OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS DAS PRÁTICAS Dados mais recentes da SBN mostraram que, a cada ano, aproximadamente 21 mil brasileiros precisam iniciar tratamento, sendo hemodiálise ou diálise peritoneal, poucos conseguem recuperar alguma função renal e um menor número ainda tem possibilidade de transplante. Retornos ambulatoriais: 1º mês – 3 vezes por semana; 2º e 3º mês – 2 vezes por semana; 4º a 6º mês – a cada 2 ou 4 semanas; 7º mês a 1 ano – a cada 4 ou 6 semanas; Após 1 ano – a cada 6 ou 8 semanas. A adesão de máquinas mais modernas a esses tratamentos os torna mais seguros e permite individualizar, de acordo com as necessidades de cada paciente. A hemodiafiltração, por exemplo, configura um grande avanço, segundo a médica nefrologista Isabela Medeiros. Nessa máquina, o sangue passa por um filtro maior onde a pressão exercida tem a capacidade de arrastar moléculas igualmente maiores para fora, resultando em menores índices de inflamação, desnutrição e anemia. Apesar de todos os avanços que a medicina passou e continuamente passa, as formas de prevenção da doença renal continua sendo o melhor dos avanços. O rim é um órgão demasiadamente funcional, que consegue manter-se filtrando com até apenas 90% do total de sua capacidade, quando finalmente atinge a insuficiência. A doença renal normalmente é silenciosa e discreta, assim fazendo com que muitos pacientes só tenham noção de serem portadores quando já estão em um estágio avançado. É necessário que os indivíduos estejam atentos a sintomas como hipertensão, inchaço ao redor dos olhos e nas pernas, náuseas e vômitos frequentes, dificuldade para urinar (dor ou queimação), nictúria, urina com aspecto sanguinolento, dor lombar, histórico de pedras nos rins. Pacientes que já são hipertensos ou diabéticos precisam de ainda mais monitoramento e controle da pressão arterial, bem como da glicemia. O diabetes tem crescido acompanhando o envelhecimento populacional e a obesidade. Nefrites e doenças genéticas também devem ser levadas em consideração. Por mais que a informação atualmente seja demasiadamente mais fácil de obter e muito mais difundida, a população brasileira ainda desconhece e tem pouco acesso a informações básicas de saúde, por isso é tão importante a promoção e a educação em saúde. Esse déficit acaba por fazer com que os sintomas indicativos de doenças, como a própria renal da qual discutimos neste trabalho, sejam ignorados e isso afeta a descoberta precoce que melhoraria o prognóstico. É importante que a doença seja identificada precocemente através de exames laboratoriais de sangue e urina – chamados “de rotina”. Dosando a creatinina, é possível calcular a taxa de filtração dos rins e saber se está nos níveis normais ou esperados para o indivíduo em questão. Um exame simples de urina pode indicar presença de sangue, proteínas, glicose e outras substâncias que podem ser um sinal de que os órgãos responsáveis pela filtração não estão funcionando conformemente por algum motivo. Além desses, exames de imagem como ultrassom e tomografia computadorizada também são utilizados para diagnóstico, assim como a biópsia, onde se colhe uma amostra de tecido do rim para testes. A doença renal faz com que mudanças na rotina sejam necessárias, o que pode afetar a qualidade de vida das pessoas cometidas, por isso os programas educativos podem ser de grande ajuda nesse aspecto também e a enfermagem é de sumo importância, desenvolvendo comunicação social e uma natureza pedagógica para tratar desses pacientes, tendo como objetivo estimular o autocuidado e a adesão aos tratamentos se e/ou quando se fizerem necessários. Levando isso em conta, os programas voltados para a prevenção das doenças renais devem: Para pacientes que possuem hipertensão e diabetes: É necessário que haja capacitação da equipe de saúde e conscientização, pois é importante que esta entenda a doença e também tenha noção da realidade dos pacientes para que possa abordá-lo da melhor maneira. Assim, identificar a doença precocemente e encaminhar os indivíduos para profissionais especialistas acaba se tornando mais fácil e a evolução pode ser retardada e resultados mais graves e sérios, evitados. A enfermagem também acaba por proporcionar segurança e contribuindo para o equilíbrio emocional quando presta uma assistência de qualidade e foca em um cuidado humanizado, apesar de todas as barreiras para que este ocorra. Divulgar a DR para os indivíduos; alertar população de risco (portadores de DM, HAS e com histórico familiar e DRC); educar quanto ao uso de medicamentos e sobre o risco de fazer uso de fármacos sem prescrição médica; estimular autocuidado e orientar quanto a exames; melhorar adesão ao tratamento. Orientar sobre a doença e riscos associados; estimular mudanças no estilo de vida (alimentação, tabagismo, exercícios físicos, peso, etilismo); encaminhar para grupos de apoio, levando em conta a fragilidade e o quanto o diagnóstico pode afetar o psicológico de cada pessoa; orientar quanto a remédios que faz uso; orientar quanto a sintomas de hiperglicemia ou hipoglicemia; estimular autocuidado; falar sobre os benefícios ao aderir o tratamento. REFERÊNCIAS CHERCHIGLIA, et al. Gênese de uma política pública de ações de alto custo e complexidade: As Terapia Renais Substitutivas no Brasil. 2006. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/0848.pdf PADOVAN, M. Avanços da tecnologia amenizam tratamentos de pacientes renais. 2018. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2018/01/21/interna_revista_c orreio,654359/avancos-da-tecnologia-amenizam-tratamentos-de-pacientes- renais.shtml MALKINA, A. Doença renal crônica. 2020. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-renais-e- urin%C3%A1rios/insufici%C3%AAncia-renal/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica-drc SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA – SBN. Insuficiência renal aguda. Disponível em: https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/doencas- comuns/insuficiencia-renal/ PORTAL DA DIÁLISE. O rim. 2016. Disponível em: https://www.portaldadialise.com/portal/o-rim PEGAS, R. R. S. INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA. 2021. FUNDAP. TecSaúde – Livro do aluno: terapia renal substitutiva. 2012. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/21523499/livro-do-aluno-terapia-renal- substitutiva FAVA, et al. Complicações mais frequentes relacionadas aos pacientes em tratamento dialítico. 2005. Disponível em: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/399 LEONARDI, E. O ENFERMEIRO NOS CUIDADOS DO PACIENTE EM HEMODIÁLISE. Disponível em: https://www.enfermagemdevalor.net.br/ultimas- noticias/38-o-enfermeiro-nos-cuidados-do-paciente-em-hemodialisePIRES, et al. O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSITÊNCIA AO PACIENTE EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO. 2019. Disponível em: http://www.coren- ce.org.br/wp-content/uploads/2019/02/O-PAPEL-DA-ENFERMAGEM-NA- ASSIST%C3%8ANCIA-AO-PACIENTE-EM-TRATAMENTO- HEMODIAL%C3%8DTICO.pdf SOUSA, et al. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. 2019. Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20190905_224407.pdf CASTRO, R. Diálise peritoneal. 2019. Disponível em: https://www.saudebemestar.pt/pt/medicina/nefrologia/dialise-peritoneal/ KIRSZTAJN, G. M. SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA – SBN. DOENÇA RENAL: DOAGNÓSTICO E PREVENÇÃO. 2020. Disponível em: https://www.sbn.org.br/noticias/single/news/doenca-renal-cronica-diagnostico-e- prevencao/ SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA – SBN. Transplante renal. Disponível em: https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/tratamentos/transplante-renal/ CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO TRANSPLANTE HEPÁTICO. Disponível em: http://www.doencasdofigado.com.br/cuidados%20de%20enfermagem%20no%20trans plante.pdf NUNES, P. T. C. Transplante Renal. 2010. Disponível em: https://www.apurologia.pt/publico/frameset.htm?https://www.apurologia.pt/publico/trans plante_renal.htm
Compartilhar