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Auditoria, Laudos e Perícias Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Luiz Carlos Dias Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Silvia Albert Insalubridade e Periculosidade • Introdução; • Insalubridade e Periculosidade. · Identificar os Agentes Insalubres da NR-15 e Art. 189 da Consolidação das Leis Trabalhistas- CLT; · Apresentar as Atividades e Operações Perigosas da NR-16 e Art. 193 da Consolidação das Leis Trabalhistas- CLT. OBJETIVO DE APRENDIZADO Insalubridade e Periculosidade Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Insalubridade e Periculosidade Introdução Caros alunos, a Insalubridade é caracterizada quando o trabalhador fica exposto a agentes insalubres classificados pela Norma Regulamentadora NR-15, quando os limites de tolerância fixados são ultrapassados, desta forma o trabalhador tem o direito ao recebimento do adicional, calculado com base no salário mínimo da região, classificado em Grau Máximo 40%, Grau Médio 20% e Grau Mínimo 10%. A Periculosidade é determinada pela Norma Regulamentadora NR-16, quando existe exposição aos seguintes agentes: • Explosivos; • Inflamáveis; • Eletricidade; • Radiaçoes ionizantes; • Atividades Ocupacionais com motocicletas; • Segurança Armada. Insalubridade e Periculosidade A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que visa a proteger o direito à integridade física do trabalhador, adotou algumas medidas de proteção à saúde e segurança no ambiente de trabalho como, por exemplo, os adicionais de insalubri- dade e periculosidade. As atividades consideradas insalubres são, segundo a CLT, aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. Figura 1 Fonte: saudeocupacional.org 8 9 Conforme artigo 193 da CLT, são consideradas atividades perigosas, aquelas rela- cionadas a explosivos, inflamáveis, rede de energia elétrica, segurança pessoal ou pa- trimonial, além daquelas que são concernentes ao trabalho cotidiano do motociclista. Figura 2 Fonte: iStock/Getty Images O Perito Judicial e o Assistente Técnico precisam ter muito bem claro o enquadra- mento de Agentes Insalubres e Atividades e Operações Perigosas, estabelecidas pelas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho NR-15 e NR-16, respectiva- mente, e pelos artigos 189 e 193 da Consolidação das Leis de Trabalho CLT. Podemos definir “limite de tolerância” como o limite ao qual o trabalhador pode ficar exposto ao agente, dia após dia, durante toda a sua vida laboral, sem que ele lhe cause nenhum dano à saúde. Não podemos dizer, entretanto, que todas as pessoas sejam iguais, isto é, que reajam da mesma maneira, pois cada organismo apresenta uma resposta específica em relação à exposição a cada agente. Dessa forma, se um grupo de trabalhadores ficarem expostos a um agente insalubre e estivermos trabalhando abaixo do limite de tolerância estabelecido pela Norma Regulamentadora NR-15, podemos afirmar que a maioria desses trabalhadores estará protegida. Não podemos dizer, no entanto, que todos estarão protegidos, pois existe a suscetibilidade individual, isto é, cada organismo responde de uma forma diferente quando fica exposto a um determinado agente insalubre. Podemos exemplificar o Limite de Tolerância para exposição ao agente químico Mercúrio, que de acordo com a Norma Regulamentadora NR-15, é 0,04 mg/m3. O mercúrio é o único metal líquido à temperatura ambiente, possui densidade de 13,55 Kg/l, cor prateada, e foi muito utilizado na indústria para fabricação de lâmpadas a vapor, de mercúrio. As propriedades desse metal estão expostas nas Figuras 3 e 4, a seguir. 9 UNIDADE Insalubridade e Periculosidade Podemos observar que o Limite de Tolerância corresponde a um número muito pequeno, obviamente em função da toxicidade e agressividade desse agente quími- co ao organismo humano. Se um grupo de trabalhadores que laboram em um am- biente de trabalho onde foram realizadas medições da concentração de mercúrio e o resultado está abaixo de 0,04 mg/m3, podemos dizer que estamos trabalhando abaixo do Limite de Tolerância. Sendo assim, podemos também afirmar que a maioria dos trabalhadores estão protegidos. Mas, como afirmamos anteriormente, pode existir um ou mais trabalhadores que tenham uma maior suscetibilidade indi- vidual em relação a esse agente, os quais podem desenvolver uma doença ocupa- cional provocada pela exposição ao mercúrio. Figura 3 – Características e propriedades do elemento Hg (Mercúrio) Fonte: iStock/Getty Images Número Atômico Ponto de Fusão (ºC) Ponto de Ebulição (ºC) Densidade (g/cm3 Símbolo Massa Atômica Con�guração Eletrônica Estado de oxidação Abundân- cia (mg/kg) -39 357 13.55+1+2 [Xe] 4f14 5d10 6s2 8.5 x 10-2 Figura 4 – Características e propriedades do elemento Hg (Mercúrio) Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images Devido ao que foi exposto anteriormente, podemos definir um nível de ação, que se entende como um limite que envolve estabelecer medidas de proteção coletivas, proteção administrativa e proteção individual, de modo a proteger o trabalhador. O nível de ação é determinado quando atingimos 50% do Limite de Tolerância para os agentes químicos, ou quando atingimos 50% da Dose para exposição ao agente físico Ruído. 10 11 As Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho criadas pela Portaria 3214 de 1977 têm poder de Lei, e são de observância obrigatória a todas as empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela CLT. O descumprimento é cabível de penalidades previstas na Norma Regulamentadora NR-28 - Fiscalização e Penalidades. A ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists, é uma Instituição americana não Governamental destinada a estudos de Higiene Ocupa- cional, representada no Brasil pela Associação Brasileira de Higienistas Ocupa- cionais – ABHO, fixa Limites de Tolerância para exposição aos Agentes físicos, químicos e biológicos, os quaissão atualizados todos os anos. A Norma Regulamentadora NR-9- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, no item 9.3.5.1., estabelece, que quando não houverem limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora NR-15, os valores da ACGIH podem ser utilizados como limites de tolerância no Brasil. Essa é uma interpretação legal, que pode ser argumentada e discutida com o Juiz. Nos Estados Unidos, contudo, a Jornada de Trabalho é de 40 horas semanais ou 8 horas diárias, já os limites de tolerância da Norma NR-15 para os agentes químicos são para 48 horas semanais. Sendo assim, não podemos aplicar direto esses valores, sem antes fazer uma conversão para a nossa jornada de trabalho no Brasil. O Art. 190 da CLT determina que o Ministério do Trabalho Emprego MTE, deve- rá aprovar e classificar as atividades como insalubres, bem como determinar os crité- rios de enquadramento e caracterização da insalubridade, e seus limites de tolerância, com as devidas formas de proteção e o tempo de exposição dos trabalhadores: Artigo190 da CLT, - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agres- sivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes. Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem ae- rodispersóides tóxicos, irritantes, alergênicos ou incômodos. No parágrafo único, é claro ao especificar tratamento determinado aos agen- tes químicos classificados como aerodispersóides tóxicos, irritantes, alergênicos ou incômodos. Além disso, o artigo 191 determina que a Insalubridade poderá ser neutralizada, com a adoção de medidas de controle, que reduzam as exposições do trabalhador dentro dos limites de tolerância: 11 UNIDADE Insalubridade e Periculosidade Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; Il - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. Para que isso ocorra, deve-se estabelecer medidas de controle coletivo, instalando equipamentos de proteção coletivos que minimizem a exposição dos trabalhadores. Podemos exemplificar: em um ambiente que tenha um equipamento ruidoso, que apresente um nível de pressão sonora acima de 85 dBA, é possível realizar o confinamento desse equipamento e instalar um isolamento acústico, diminuindo o Nível de Pressão Sonora para níveis aceitáveis bem abaixo do limite de tolerância para exposição ao ruído. Essa seria uma forma de se eliminar a insalubridade por exposição ao ruído. De acordo com a NR-15 o limite de tolerância para o ruído é de 85 Db(A) para oito horas. Podemos, portanto, adotar uma medida administrativa, reduzindo o tempo de permanência do trabalhador para apenas quatro horas. Dessa forma, estaremos reduzindo a exposição para apenas 50%, e o nível de pressão sonora seria reduzido para 80 dBA, eliminando-se a Insalubridade. Em caso de não respeito aos Limites de Tolerância caberá à DRT a responsabi- lidade de notificar as empresas e determinar prazos para eliminação ou neutraliza- ção do agente insalubre: Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, compro- vada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo. No exemplo anterior de limites de ruído, ainda seria adequado o fornecimento do equipamento de proteção individual, ou seja, o fornecimento do protetor auricular, que atenue o nível de pressão sonora para baixo do limite de tolerância. Essa é uma outra forma de neutralizar a insalubridade. No caso de haver sido detectada a insalubridade, deve-se seguir o que estabelece o Artigo 192: Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximos, médio e mínimo. De acordo com a CLT em seu artigo 192, portanto, a Insalubridade pode ser classificada em graus: a) Máximo onde o trabalhador tem assegurada a percepção de 40%; b) Médio onde o trabalhador tem assegurada a percepção de 20%; c) Mínimo onde o trabalhador tem assegurada a percepção de 10%. 12 13 Importante notar, ainda, que os percentuais aos quais os trabalhadores têm per- cepção assegurada são incidentes sobre o salário mínimo da região, e não sobre o seu salário base. Se o trabalhador estiver exposto a mais de um agente insalubre, ao mesmo tempo, deverá ser considerada a exposição de maior grau, para a ques- tão de recebimento do percentual do adicional. A seguir, vamos apresentar cada um dos agentes insalubres: 1. Agente físico ruído O ruído é classificado em: a) Ruído Contínuo ou Intermitente; b) Ruído de Impacto. Conforme a Norma Regulamentadora NR-15, Ruído Contínuo ou Intermitente, para fins de aplicação de limites de Tolerância, é aquele que não seja o Ruído de Impacto. O de Impacto é aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 segundo, a intervalos superiores a 1 segundo. O limite de Tolerância para o ruído de Impacto é de 130 dB(linear) medidos no circuito de resposta para impactos, ou 120 dB(C ) medidos no circuito de resposta FAST e circuito de compensação (C). Quadro 1- Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente NR 15 - Atividades e Operações Insalubres Anexo N.º 1 Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente Nível de Ruído Db (A) Máxima Exposição Diária Permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 13 UNIDADE Insalubridade e Periculosidade NR 15 - Atividades e Operações Insalubres Anexo N.º 1 Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente Nível de Ruído Db (A) Máxima Exposição Diária Permissível 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos 2. Agente Físico Calor A exposição ao agente calor é mensurada através do Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo (IBUTG), em que se configuram duas situações possíveis: a) Em ambientes internos ou externos sem carga solar: IBUTG = 0,7 Tbn + 0,3 Tg b) Em ambientes externos com carga solar: IBUTG = 0,7 Tbn + 0,1 Tbs + 0,2 Tg Onde: Tbn = Temperatura de bulbo úmido natural Tg = temperatura de globo Tbs = temperatura de bulbo seco. No quadro a seguir da Norma Regulamentadora NR-15, à página 298, estão listados os Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente, com períodos de descanso no próprio local de trabalho. Quadro 2 Quadro N.º 1 Regime de Trabalho Intermitente com Descanso no Próprio Local de Trabalho (por hora) Tipo de Atividade Leve Moderada Pesada Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0 45 minutos trabalho 15 minutos descanso 30,1 a 30,5 26,1 a 29,4 25,1 a 25,9 30 minutos trabalho 30 minutos descanso 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9 15 minutos trabalho 45 minutos descanso 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0 Não é permitido o trabalho, sem a adoção de medidas adequadas de controle acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0 14 15 Vale destacar ainda que as Atividades Leve, Moderada, e Pesada são determinadas conforme podemos observar em sua descrição, no quadro a seguir, da Norma Regulamentadora NR-15, à página 299. Quadro 3 Tipo de Atividade Kcal/h SENTADO EM REPOUSO 100TRABALHO LEVE Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia). Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir). De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços. 125 150 150 TRABALHO MODERADO Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas. De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação. De pé, trabalho, moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação. Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 180 175 220 300 TRABALHO PESADO Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá). Trabalho fatigante. 440 550 Para os serviços desenvolvidos com exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com período de descanso em outro local, utiliza-se o quadro 2 a seguir, que está determinado na norma Regulamentadora NR-15, à página 299: Quadro 4 Quadro N.º 2 M (Kcal/h) MÁXIMO IBUTG 175 30,5 200 30,0 250 28,5 300 27,5 350 26,5 400 26,0 450 25,5 500 25,0 O descanso, ao qual a Norma se refere, é o descanso térmico, isto é, após o trabalhador ficar exposto a um ambiente onde a carga térmica seja mais elevada. Dessa forma, ele deve realizar outra atividade em um outro ambiente, onde a carga térmica seja menor. O IBUTG deve sempre ser calculado, para um ciclo de trabalho de 60 minutos utilizando a seguinte equação: IBUTGmédio = IBUTGt . tt + IBUTGd .td______________________ 60 Onde: IBUTGmédio= IBUTG médio IBUTGt = Valor de IBUTG no local de trabalho; 15 UNIDADE Insalubridade e Periculosidade IBUTGd= Valor de IBUTG no local de descanso. tt= tempo de trabalho td= tempo de descanso. tt + td= 60 minutos. Se, após realizar as medições do IBUTG, os valores forem maiores que os limites de tolerância estabelecidos nos quadros 1 ou 2, a atividade é considerada insalubre. 3. Radiações Radiações são ondas eletromagnéticas ou partículas que se propagam com uma determinada velocidade. Elas apresentam energia, carga elétrica e magnética, podem ser geradas por fontes naturais ou por dispositivos construídos pelo homem, chamadas artificiais. a) Radiações electromagnéticas: luz, microondas, ondas de rádio, laser, raios X e gama. b) As radiações sob a forma de partículas: feixes de elétrons, feixes de prótrons, radiação beta e radiação alfa. c) Tipos de Radiação Dependendo da quantidade de energia, uma radiação pode ser descrita como não ionizante ou ionizante. Radiações não ionizante: são aquelas que possuem relativamente baixa energia. As ondas eletromagnéticas como a luz, calor e ondas de rádio são formas comuns de radiações não ionizantes. Sem radiações não ionizantes, nós não poderíamos apreciar um programa de TV em nossos lares ou cozinhar em nosso forno de microondas. Radiações ionizantes: são originadas do núcleo de átomos, podem alterar o estado físico de um átomo e causar a perda de elétrons, tornando-os eletricamente carregados. Este processo chama-se “ionização”. São considerados insalubres os trabalhos sem proteção exercidos por trabalhadores bastando Laudo de Inspeção no local de Trabalho, que caracterize a exposição a: Micro ondas; Ultra-violeta (UVA, UVB) e Laser. 16 17 4. Trabalhos sob condições Hiperbáricas: são condições de trabalho com pressões superiores a pressão atmosférica, muitos evidenciados na cons- trução civil, em atividades executadas em tubuloes hiperbáricos. Tambem em atividades profi ssionais exercidas por mergulhadores. 5. Agente Vibração: é um movimento periódico, uma oscilação de uma partícula, um sistema de partícula ou um corpo rígido em torno de uma posição de equilíbrio. Existem dois tipos de vibração: a) Vibração de Mãos e Braços (VMB); b) Vibração de Corpo Inteiro (VCI). Para atividades que envolvam vibração, deve ser executada avaliação quantitati- va com o instrumento acelerômetro. Se os Limites de Tolerância forem excedidos, a atividade é considerada insalubre. 6. Agente Frio: são as atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigorífi cas, ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. 7. Agente Umidade: são as atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva. Com o excesso de umidade pode causar danos à saúde dos trabalhadores, desta forma são consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. 8. Agentes Químicos: são substancias que penetram no organismo humano pelas vias respiratórias causando problemas de saúde. Exemplos: Arsênico; Carvão; Chumbo; Fósforo; Trióxido de amônia; Mercúrio; Silicatos; Substancias cancerígenas; Cádmio e seus compostos; Manganês e seus compostos; Éter bis (clorometílico); Benzopireno; Berílio; Cloreto de dimetilcarbamila; 3,3 diclorobenzidina; Dióxido de vinil ciclohexano; Epicloridrina; Hexametilfosforamida; 4,4 metileno bis (2 cloroanila); 4,4 metileno dianila; Nitrosaminas; Propano sultone; Betapropillactona; Tálio; Hidrocarbonetos e outros compostos de carbono; Sulfeto de níquel 17 UNIDADE Insalubridade e Periculosidade 9. Poeiras Minerais: são partículas solidas dispersas no ar. Exemplo: Manganês e seus compostos O limite de tolerância é de 5 mg/m3 no ar para 8horas, se este limite for ultrapassado a atividade é insalubre. 10. Benzeno: é um hidrocarboneto (hidrogênio e carbono) derivado do pe- tróleo obtido pelo craqueamento catalítico da nafta. 11. Agentes Biológicos: são vírus, bactérias, protozoários e outros agentes patogênicos. A seguir, apresentamos um quadro com os graus de insalubridade para cada agente: Quadro 5 Anexo Atividades ou operações que exponham o trabalhador Percentual 1 Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de tolerância fixados no Quadro constante do Anexo. 20% 2 Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância fixados nos itens 2 e 3 do Anexo 2. 20% 3 Exposição ao calor com valores de IBUTG, superiores aos limites de tolerância fixados nos Quadros 1 e 2. 20% 4 (Revogado pela Portaria MTE n.º3.751, de 23 de novembro de 1990). 5 Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superior aos limites de tolerância fixados neste Anexo. 40% 6 Ar comprimido. 40% 7 Radiações não-ionizantes consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 8 Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 9 Frio considerado insalubre em decorrência de inspesão realizada no local de trabalho. 20% 10 Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 11 Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fixados no Quadro 1. 10%, 20%, e 40% 12 Poeiras mineirais cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fixados neste Anexo. 40% 13 Atividades ou operações, envolvendo agentes químicos, consideradas insalubres em docorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 10%, 20% e 40% 14 Agentes biológicos. 20% e 40% 12. Atividades ou operações perigosas: aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. a) periculosidade Os trabalhos em trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. O quadro 6 demonstra as atividades e os trabalhadores envolvidos que tem direto a adicional de 30 % de periculosidade com exposição a explosivos. 18 19 Quadro 6 – NR-16 – Atividades e Operações Perigosas Atividades Adicional de 30% a)no armazenamento de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade ou que permaneçam na área de risco. b) no transporte de explosivostodos os trabalhadores nessa atividade c) na operação de escorva dos cartuchos de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade d) na operação de carregamento de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade e) na detonação todos os trabalhadores nessa atividade f ) na verificação de detonações falhadas todos os trabalhadores nessa atividade g) na queima e destruição de explosivos deteriorados todos os trabalhadores nessa atividade h) nas operações de manuseio de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade O Quadro 7 delimita área de risco em função das quantidades armazenadas em quilos para pólvora química, artifícios pirotécnicos e produtos químicos utilizados na mistura de explosivos ou de fogos de artifício. Quadro 7 Quantidade armazenada em quilos Faixa de terreno de terreno até a distância máxima de até 4.500 45 metros mais de 45.000 até 45.000 90 metros mais de 45.000 até 90.000 110 metros mais de 90.000 até 225.000* 180 metros * Quantidade máxima que não pode ser ultrapassada O quadro 8 apresenta a quantidade armazenada em quilos que não pode ser ultrapassada nos locais de armazenamento de explosivos iniciadores: Quadro 8 Quantidade armazenada em quilos Faixa de terreno até a distância máxima até 20 75 metros mais de 20 Até 200 220 metros mais de 200 Até 900 300 metros mais de 900 Até 2.200 370 metros mais de 2.200 Até 4.500 460 metros mais de 4.500 Até 6.800 500 metros mais de 6.800 Até 9.000* 530 metros * Quantidade máxima que não pode ser ultrapassada O Quadro 9 apresenta a quantidade máxima, em quilos, que não pode ser ultra- passada nos locais de armazenamento de explosivos de ruptura e pólvoras mecâni- cas versus área de operação. 19 UNIDADE Insalubridade e Periculosidade Quadro 9 – Quantidade máxima de explosivos e pólvoras x área de operação Quantidade em quilos Faixa de terreno até a distância máxima de até 23 45 metros mais de 23 até 45 75 metros mais de 45 até 90 110 metros mais de 90 até 135 160 metros mais de 135 até 180 200 metros mais de 180 até 225 220 metros mais de 225 até 270 250 metros mais de 270 até 300 265 metros mais de 300 até 360 280 metros mais de 360 até 400 300 metros mais de 400 até 450 310 metros mais de 450 até 680 345 metros mais de 680 até 900 365 metros mais de 900 até 1.300 405 metros mais de 1.300 até 1.800 435 metros mais de 1.800 até 2.200 460 metros mais de 2.200 até 2.700 480 metros mais de 2.700 até 3.100 490 metros mais de 3.100 até 3.600 510 metros mais de 3.600 até 4.000 520 metros mais de 4.000 até 4.500 530 metros mais de 4.500 até 6.800 570 metros mais de 6.800 até 9.000 620 metros mais de 9.000 até 11.300 660 metros mais de 11.300 até 13.600 700 metros mais de 13.600 até 18.100 780 metros mais de 18.100 até 22.600 860 metros mais de 22.600 até 34.000 1.000 metros mais de 34.000 até 45.300 1.100 metros mais de 45.300 até 68.000 1.150 metros mais de 68.000 até 90.700 1.250 metros mais de 90.700 até 113.300 1.350 metros 4.1 quando se tratar de depósitos barricados ou entrincheirados, para o efeito da delimitação de área de risco, as distâncias previstas no Quadro n.° 9 podem ser reduzidas à metade; 4.2 será obrigatória a existência física de delimitação da área de risco, assim entendido qualquer obstáculo que impeça o ingresso de pessoas não autorizadas. 13. Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis. São as atividades de manuseio: transporte de Inflamáveis Líquidos e gasosos. Para estas atividade existe uma determinação das quantidades máximas que podem ser manuseadas pelos trabalhadores, ou seja, determina os limites aos quais esses trabalhadores podem ficar expostos, para que não façam jus ao adicional de periculosidade. 20 21 14. Atividades e Operações com Radiações Ionizantes ou substâncias radioativas. São atividades e operações perigosas que mantém o traba- lhador em contato com as radiações ionizantes ou substancias radioativas. 15. Atividades e Operações Perigosas com exposição a roubos. São atividades em que o trabalhador pode sofrer violência física nas atividades profi ssionais de segurança pessoal ou patrimonial. 16. Atividades e Operações perigosas com Energia Elétrica: são as ati- vidades desenvolvidas por profi ssionais da área que desenvolvem suas fun- ções nas proximidades ou em contato direto com energia elétrica. Podem ser do Sistema Elétrico de Potencia (SEP), que vai deste a geração de energia a distribuição da mesma. 17. Atividades Perigosas em Motocicletas: são as atividades laborais, com utilização de motocicletas no deslocamento do trabalhador em vias públicas. Caros, alunos, a leitura do texto acima e a Norma Regulamentadora NR-16 Atividades e Operações Perigosas, é de suma importância para o Profissional que pretende atuar como Perito Judicial ou Assistente Técnico, pois esta Norma Regu- lamentadora estabelece os critérios para caracterização da Periculosidade. 21 UNIDADE Insalubridade e Periculosidade Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Novo PPP e LTCAT: Comentado e Ilustrado Araujo, Giovanni Moraes de. Novo PPP e LTCAT: Comentado e Ilustrado. R.J.: GVC, 2011. 477, p. Manuais de Legislação Atlas BRASIL. Manuais de Legislação Atlas. Seguranca e Medicina do Trabalho: Atividades e Operações Perigosas, NR-16. Atlas, São Paulo, 2010. Curso de Introdução a Pericia Judicial VENDRAME, Antonio Carlos. Curso de Introdução a Pericia Judicial. Segunda Ed.. Rio de Janeiro: Vendrame, 2012, 465 p. 22 23 Referências Código de Processo Civil Consolidação das Leis Trabalhistas- CLT, Lei 6.514 de 22 de dezembro de 1997. Portaria 3214 de 1978, Normas Regulamentadoras NR15 e NR16. 23
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