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A2 - CRIMES EM ESPÉCIE II

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
DIREITO
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Atividade Avaliativa A2
RIO DE JANEIRO
2020
INTRODUÇÃO
Tratados no Código Penal a partir do título XI, estão separados em crimes cometidos por funcionários e crimes cometidos por particulares contra a administração pública. No Código Penal, os arts. 312 a 326 tratam dos crimes funcionais. Ou seja, deve ter como elemento: Ser funcionário público. Por este motivo, serão crimes próprios (é possível ter autor e partícipe no polo ativo). Se não estiver presente esse elemento, o tipo será atípico ou desqualificado.
É bastante comum as pessoas se referirem à corrupção para todos os atos praticados contra a administração pública. Até mesmo em notícias, a palavra corrupção é usada como um termo genérico para diversos crimes.
No entanto, é preciso diferenciar os conceitos de improbidade administrativa, corrupção e crimes contra a administração pública. Isso porque quando são mal aplicados, eles trazem conclusões equivocadas.
Os crimes contra a administração estão relacionados a possíveis práticas de atos ilícitos contra a União, Estados, Municípios e o DF, incluindo todas as entidades ligadas a esses entes federativos.
Em outras palavras, são atividades ilícitas contra órgãos, fundações públicas, autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, demais Poderes e o Ministério Público.
O Código Penal visa não proteger o estado em si, mas o funcionamento dos poderes (legislativo, executivo e judiciário).
Para o direito administrativo, Funcionário Público é o concursado com funções determinadas em lei. Para o Direito penal, contudo, de acordo com o art. 327, é toda pessoa que está investido em cargo público, emprego público e função pública, transitoriamente ou sem remuneração alguma.
1. O QUE SÃO CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA?
Os crimes contra a administração pública são processados na área criminal. Inclusive, estão previstos no Código Penal. Dentre esses crimes, estão:
· o exercício arbitrário ou abuso de poder;
· a falsificação de papéis públicos;
· a má-gestão praticada por administradores públicos;
· a apropriação indébita previdenciária;
· a lavagem ou ocultação de bens oriundos de corrupção;
· emprego irregular de verbas ou rendas públicas;
· contrabando ou descaminho;
· a corrupção ativa ou passiva.
Portanto, os crimes contra a administração pública diferem da improbidade administrativa, pois, nesse último caso, a punição ocorre na área cível.
Enquanto a improbidade administrativa sempre é praticada por um agente público, os crimes contra a administração podem ser praticados, ou não, por um agente público.
É importante lembrar que o agente público é toda pessoa que presta um serviço à administração pública, sendo funcionário público ou não; sendo remunerado ou não; sendo o serviço temporário ou não.
2. QUAIS SÃO OS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA?
A lista dos crimes contra a administração pública é extensa, pois representa um grande grupo de categorias penais que estão entre o art. 312 a 359-H do Código Penal.
Além disso, esse grupo é dividido em cinco subgrupos:
· Crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral (arts. 312 a 327 do CP)
· Crimes praticados por particular contra a administração em geral (arts. 328 a 337-A do CP)
· Crimes contra a administração pública estrangeira (arts. 337-B a 337-D do CP)
· Crimes contra a administração da Justiça (arts. 338 a 359 do CP)
· Crimes contra as finanças públicas (arts. 359-A a 359-H do CP)
3. PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
3.1 CORRUPÇÃO
Na lei brasileira, existem 3 modalidades: a corrupção ativa, a corrupção passiva e a corrupção de menores. 
Quando tratamos de crimes contra a administração, estamos falando da corrupção passiva e ativa. 
A corrupção ativa (art. 333 do Código Penal) é a situação em que alguém oferece ou promete vantagem indevida a funcionário público com a finalidade de que ele pratique, omita ou retarde algum ato, por exemplo: um empresário que não tem relação com a administração pública e oferece propina para conseguir um alvará com informações incorretas, praticará corrupção ativa.
Em relação à corrupção passiva (art. 317 do Código Penal), é praticada pelo agente público que solicita ou recebe, para si próprio ou para outra pessoa de seu interesse, seja de forma direta ou indireta, alguma vantagem indevida por conta do cargo que ocupa, exemplo: um funcionário que pede dinheiro para emitir um documento com informações falsas. Com isso, praticará corrupção passiva e outros crimes.
Com esses exemplos, ocorre a corrupção de ambas as partes, daquele que paga e, também, da pessoa que recebe.
Para melhor entendimento, observe a explicação a seguir:
Quando é oferecido dinheiro a um policial para a não formalização do flagrante de um crime, aquele que paga o agente policial de forma indevida, em troca de sua omissão em ato que seria seu dever em função do cargo que ocupa, pratica o crime de corrupção ativa. Já o policial, caso aceite, comete o crime de corrupção passiva.
A corrupção ativa e a corrupção passiva são crimes com penas de 2 a 12 anos de prisão, além do pagamento de multa.
3.2 PECULATO
O crime de peculato é definido pelo Código Penal (artigo 312) como a apropriação, por parte de um funcionário público, de um bem a que ele tenha acesso por causa do cargo que ocupa.
Para ilustrar: um funcionário usa um carro comprado pelo poder público para o seu trabalho e de repente passa a tratar como seu: dá de presente para o filho, por exemplo.
O peculato também pode acontecer por conta do desvio de um bem, seja em benefício próprio ou de outras pessoas. Exemplo: desviar um recurso público que promoveria projetos culturais para um casamento.
É importante notar que o crime nem sempre envolve bens públicos: se o funcionário público cuida de um bem particular por causa do seu trabalho e se apropria dele (por exemplo, bens confiscados), também está cometendo peculato.
A pena para quem comete peculato é de 2 a 12 anos de prisão e multa.
3.3 PREVARICAÇÃO
Acontece quando o funcionário retarda ou deixa de praticar, indevidamente, um ato que deveria obrigatoriamente fazer, ou quando pratica um ato de ofício contra disposição expressa da lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Por exemplo, quando um militar deixa de tomar uma providência para beneficiar superior hierárquico, mesmo não recebendo qualquer vantagem com isso. O crime de prevaricação está previsto no art. 319 do Código Penal, e a pena é de detenção de três meses a um ano e multa.
Um exemplo de prevaricação, diz respeito ao funcionário público que não cumpre com as suas atribuições e deixa o posto de trabalho mais cedo, fazendo com que suas obrigações se acumulem, o que prejudica o interesse público, ou seja, toda coletividade.
3.4 CONCUSSÃO
Caracteriza-se quando o funcionário exige, para si ou para outro, vantagem indevida em razão do cargo que ocupa. Pode ser usado o mesmo exemplo do policial que exige dinheiro para não lavrar um flagrante. Ele está usando a autoridade de sua função para exigir o dinheiro. 
Mas qual a diferença da concussão para a corrupção passiva?
O crime de concussão (art. 316 do Código Penal) diferencia-se da corrupção passiva, em que também pode haver solicitação de vantagem, porque a concussão é uma exigência que causa temor de represálias, em função do cargo exercido pelo funcionário público. A pena para o crime de concussão é de dois a 12 anos, além de multa.
BIBLIOGRAFIAS
BASTOS, Agnaldo. O que são crimes contra administração pública?. Advocacia dos Concursos, 2021. Disponível em: < https://concursos.adv.br/crimes-contra-administracao-publica/>. Acesso em 28 de novembro de 2021.
BOTTINI, Matheus de Sousa Campos. Crimes contra a administração pública. Jusbrasil, 2015. Disponível em: < https://mbottini.jusbrasil.com.br/artigos/253081488 /crimes-contra-a-administracao-publica>. Acesso em 27 de novembro de 2021.
TÍTULO XI – DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Sinthoressara,2021. Disponível em: <https://www.sinthoressara.org.br/lei. php?id=39&T%C3%8DTULO+XI+-+DOS+CRIMES+CONTRA+A+ADMINISTRA% C3%87%C3%83O+P%C3%9ABLICA> Acesso em 27 de novembro de 2021.
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CORRUPÇÃO, PECULATO, CONCUSSÃO E PREVARICAÇÃO. Ministério Público do Paraná, 2020. Disponível em: <https://comunicacao.mppr.mp.br/2020/07/21357/Crimes-contra-a-administracao-publica-corrupcao-peculato-concussao-e-prevaricacao.html>. Acesso em 28 de novembro de 2021.

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