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Introdução ao direito administrativo Conceito: O Direito Administrativo surgiu na França, no contexto final do século XVIII, tendo seu reconhecimento como ramo autônomo do Direito no início do processo de desenvolvimento do Estado de Direito, amparado no princípio da legalidade e na separação dos poderes. Para o prof. Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é o “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar, concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. Fontes do Direito Administrativo • Lei: A lei é a principal fonte do Direito Administrativo, isto porque a Administração Pública e seus agentes estão subordinados à lei, ou seja, só podem fazer ou deixar de fazer aquilo o que esta determinar. Ressalte-se que a expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo a abranger a Constituição Federal e as normas infraconstitucionais. • Doutrina A doutrina é fonte secundária do Direito Administrativo. Consiste a doutrina no conjunto de lições dos estudiosos da matéria. A doutrina tem a finalidade de inspirar o legislador e orientar a aplicação do Direito Administrativo. • Jurisprudência A jurisprudência é o conjunto de decisões judiciais dos tribunais reiteradas sobre determinado assunto do Direito Administrativo. A jurisprudência tem como função travar uma orientação acerca de determinado tema do Direito. • Costume O costume é uma prática reiterada ao longo do tempo e observada pela coletividade de modo uniforme, de modo que há incutido no comportamento das pessoas o caráter de obrigatoriedade, ou seja, as pessoas sentem-se compelidas a seguir determinada prática administrativa. Relação com outros ramos do Direito Como o Direito é um só, logicamente, deverá existir a correlação do Direito Administrativo com os diversos outros ramos jurídicos. Para facilitar a visualização do tema, vamos exemplificar este intercâmbio por meios de algumas normas. A. Direito Constitucional: dentre os diversos traços em comum, podemos citar o capítulo VII do Texto Constitucional, dedicado exclusivamente à Administração Pública. B. Direito Penal: dá o conceito de servidores públicos. C. Direito Processual: os processos administrativos usam várias regras também existentes no processo civil, por exemplo, o direito de o acusado apresentar sua defesa. D. Direito Tributário: conceituou o poder de polícia. E. Direito Eleitoral: o Direito Administrativo realiza a organização e estruturação da Justiça Eleitoral e define regras sobre votações, apurações e partidos políticos. F. Direito do Trabalho: dentre alguns pontos em comum, podemos citar o caso dos empregados públicos, os quais, mesmo após a aprovação em um concurso público, se submetem ao regime da CLT. G. Direito Civil: apesar de ser um ramo de direito privado, o Direito Civil elenca vários conceitos que são também utilizados pelo Direito Administrativo. Podemos citar o uso supletivo da teoria geral dos contratos e o procedimento de criação das pessoas jurídicas de direito privado. H. Direito Empresarial: possui alguns dispositivos que serão usados, em especial, pelas empresas estatais. Cite-se o caso das sociedades de economia mista que devem ser constituídas na forma de sociedade anônima (Lei 6.404/1976): “Art. 235. As sociedades anônimas de economia mista estão sujeitas a esta Lei, sem prejuízo das disposições especiais de lei federal”. Função administrativa O Direito Administrativo é um ramo de direito público regido por princípios e normas próprias, as quais regulam o exercício da função administrativa. SÚMULAS IMPORTANTES DO STF: • SÚMULA 346 - a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. • SÚMULA 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. • SÚMULA 645- é competente o município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. • SÚMULA 419 - os municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.
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