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Teoria Microeconômica: Mercados

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A
D
O
S
Teoria 
Microeconômica: 
Mercados
Alexander Luis Montini
Regina Lúcia Sanches Malassise
Teoria Microeconômica: 
Mercados
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Montini, Alexander Luis 
 
 ISBN 978-85-8482-287-4 
 1. Economia. 2. Microeconomia. I. Malassise, Regina 
Lúcia Sanches. II. 
 Título.
 CDD 339 
Montini, Regina Lúcia Sanches Malassise. – Londrina : 
Editora e 
Distribuidora Educacional S.A., 2016.
 176 p.
M791t Teoria microeconômica: mercados / Alexander Luis 
© 2016 por Editora e Distribuidora Educacional S.A 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente: Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava
Gerente Sênior de Editoração e Disponibilização de Material Didático: 
Emanuel Santana
Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna
Coordenação de Produção: André Augusto de Andrade Ramos
Coordenação de Disponibilização: Daniel Roggeri Rosa
Editoração e Diagramação: eGTB Editora
2016
Editora e Distribuidora Educacional S.A
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br 
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 3 | Teoria dos jogos
Seção 1 - Jogos, estratégias dominantes e equilíbrio de Nash
1.1 | Jogo e seus componentes
1.2 | O dilema dos prisioneiros
1.3 | O equilíbrio de Nash
1.3.1 | O equilíbrio de Nash aplicado à taxa de juros Selic
Seção 2 - Jogos repetitivos e sequenciais: ameaça, compromisso e 
credibilidade
2.1 | As implicações dos Jogos Repetitivos
2.2 | Jogos sequenciais
2.3 | Ameaças, compromisso e credibilidade
Unidade 2 | Concorrência monopolística e oligopólio
Seção 1 - Equilíbrio monopolístico no curto e no longo prazo
1.1 | A empresa monopolisticamente competitiva no curto prazo
1.2 | A empresa monopolisticamente competitiva no longo prazo
1.3 | Competição Monopolística, eficiência e bem-estar
Seção 2 - Mercados Oligopolistas
2.1 | Mercado com poucos vendedores
2.2 | Equilíbrio no mercado oligopolista
Seção 3 - Equilíbrio: Modelos de Cournot, de Stackelberg e de Bertrand
3.1 | Modelo de Cournot
3.2 | Modelo de Stackelberg
3.3 | Modelo de Bertand
Unidade 1 | Concorrência perfeita e Monopólio
Seção 1 - Análise de mercados competitivos
1.1 | Concorrência Perfeita
Seção 2 - Poder de mercado do monopólio e monopsônio
2.1 | Monopólio: conceito, características e atuação no mercado
7
11
11
21
22
51
55
56
57
59
67
67
70
81
81
84
86
93
97
97
101
103
104
123
123
125
126
Unidade 4 | Noções de equilíbrio Geral
Seção 1 - Análise do equilíbrio geral com dois mercados, 
eficiência das trocas e o diagrama de Edgeworth
137
141
157
158
159
160
162
165
166
166
167
169
170
1.1 | Equilíbrio geral
1.2 | Diagrama de Edgeworth
Seção 2 - Falhas de Mercado e as Externalidades
2.1 | Externalidades
2.2 | Análise das Externalidades e o Mercado
2.2.1 | Externalidades Negativas
2.2.2 | Externalidades Positivas
2.3 | Análises das Políticas Públicas e as Externalidades 
2.3.1 | Politicas de Comando e Controle: Regulamentação 
2.3.2 | Política Baseada no Mercado: Taxas Corretivas e Subsídios
2.3.4 | Políticas Baseadas em Mercados: Licenças de Poluição Negociáveis
2.4 | Medidas Privadas para as Externalidades
2.5 | Outras falhas de mercado
141
147
Apresentação
Quando se fala em estruturas de mercado, vale lembrar que os mercados 
são constituídos por vendedores e compradores e podem apresentar diversas 
formas. Cada mercado possui características específicas em termos de produtos 
e serviços oferecidos, condições tecnológicas, acesso, informação, tributação, 
regulamentação, participantes, localização no espaço e no tempo que atribuem 
aos mercados características distintas (PINHO; VASCONCELLOS, 2006).
De acordo com Pinho e Vasconcellos (2006), as principais estruturas clássicas 
de mercado são as seguintes:
• MERCADOS COMPETITIVOS: neste caso há muitos compradores e muitos 
vendedores, de modo que cada um deles exerce pouca (ou nenhuma) influência 
sobre os preços de mercado.
• MONOPÓLIOS: em alguns mercados existe apenas um vendedor, e este 
vendedor determina o preço de mercado.
• OLIGOPÓLIOS: é uma terceira estrutura de mercado, onde há poucos e 
(na sua maioria) grandes vendedores.
 Cada uma destas estruturas de mercado possui suas peculiaridades e deve 
ser analisada à parte, isso vai ser feito ao longo do nosso estudo. Por ora, basta-nos 
saber que, de acordo com o produto que se estuda e de acordo com a estrutura 
de mercado à qual este produto pertence, nós respondemos diferentemente a 
aumentos nos preços. 
Dentro deste contexto, o objetivo da presente bibliografia vai desenvolver sua 
linha de raciocínio em quatro unidades, apresentadas a seguir:
• Unidade 1 – Tratar sobre a concorrência perfeita e o Monopólio, 
conhecendo o modelo básico de concorrência e o Monopólio; para isso será 
necessário desenvolver uma análise sobre os mercados competitivos, discorrer 
sobre o poder de mercado do monopólio e do monopsônio, e abordar a 
determinação de preços e o poder de mercado de cada estrutura.
• Unidade 2 - Abordar a concorrência monopolística e o oligopólio, 
entendendo as formas oligopólicas de mercado, o equilíbrio monopolístico no 
curto e no longo prazo, os mercados oligopolistas e os equilíbrios de Cournot, 
Stackelberg e Bertrand.
 • Unidade 3 – Entender a Teoria dos Jogos, com o objetivo de analisar 
estratégias concorrenciais em ambiente de jogos e as decisões estratégicas, 
entender o conceito de estratégias dominantes, o equilíbrio de Nash, jogos 
repetitivos e sequenciais e as ameaças, os compromissos e o pressuposto da 
credibilidade.
• Unidade 4 - Compreender as noções de Equilíbrio Geral, entendendo a 
análise do equilíbrio geral com dois mercados, a eficiência das trocas e o diagrama 
de Edgeworth e as Falhas de mercado.
 Os conteúdos apresentados na referida bibliografia são essenciais para a 
compreensão da disciplina de Microeconomia e se complementam com outros 
estudos microeconômicos, como no caso da teoria da produção, que aborda 
conceitos sobre os custos de produção e a escala eficiente, e os conceitos de 
elasticidade. Boa leitura!
Unidade 1
CONCORRÊNCIA PERFEITA E 
MONOPÓLIO
Nos mercados competitivos, nós temos muitas empresas participando 
do mercado, talvez seja a estrutura de mercado mais comum, mais presente 
no nosso cotidiano. Alguns exemplos podem ser: postos de combustíveis, 
açougues, mercearias, padarias etc. Vale lembrar que não existe uma regra, 
eu posso ter alguns municípios onde existe apenas um posto de combustível, 
ou apenas uma padaria, sendo assim, caracteriza-se um monopólio e não um 
mercado competitivo.
Um monopolista é uma empresa que é a única vendedora em seu mercado. Por 
sua vez, o monopólio apresenta características bem diferentes das características de 
mercados competitivos, e traça estratégias específicas para a maximização do lucro. 
Já o monopsônio é caraterizado pela existência de muitos vendedores, mas apenas 
um comprador, o que confere à referida estrutura de mercado características únicas. 
Tanto o monopólio quanto o monopsônio serão objetos de estudo da seção 1.2.
Seção 1 | Análise de mercados competitivos
Seção 2 | Poder de mercado do monopólio e monopsônio
Nesta unidade você será levado a conhecer o modelo básico das 
estruturas de mercado, o qual é denominado de concorrência perfeita, que 
é o modelo ideal de mercado e que serve de base para a construção de todas 
as demais estruturas. Conhecerá, também, o Monopólio, que é o oposto da 
estrutura de concorrência. Ao estudar estas estruturas,você poderá analisar e 
comparar estas com a realidade de mercado e compreender as semelhanças 
e diferenças entre elas. 
Alexander Luis Montini
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
8
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
9
Introdução
Empresas diferentes possuem características diferentes, contudo, toda análise 
de mercado pressupõe a existência de compradores e vendedores, ou seja, 
oferta, representando o lado das empresas responsáveis pela oferta de produtos e 
serviços no mercado, e demanda, representando os consumidores, responsáveis 
pela demanda de bens e serviços no mercado. Não existe análise de mercado 
sem oferta e demanda. Se fossem somente empresas, seriam firmas abarrotadas 
de produtos, mas sem ter para quem vender. Se fossem somente consumidores, 
seriam pessoas passando necessidades sem ter de quem comprar. De forma 
resumida, para desenvolver uma análise de mercado devemos ter informações 
sobre as empresas (ou empresa) presentes no mercado e informações sobre os 
consumidores (público-alvo).
Dentro deste contexto podemos analisar o comportamento dos consumidores, 
como no caso de alterações nas variáveis que afetam a demanda, e o 
comportamento das empresas, principalmente no que se refere ao processo de 
maximização de lucros.
Porém, nem todos os consumidores e nem todas as empresas respondem 
em mesmo grau a alterações nos preços ou nas outras variáveis que afetam a 
demanda e a oferta, isso vai depender do produto (ELASTICIDADE) e da estrutura 
de mercado na qual a empresa analisada está inserida. Por isso a importância do 
estudo das estruturas de mercado.
Você poderá compreender mais sobre o mercado e o foco dos estudos 
da microeconomia lendo o Capítulo 1 - Aspectos Preliminares, do livro: 
PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2013. Disponível na Biblioteca Digital. 
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
10
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
11
Seção 1
Análise de mercados competitivos
Partindo da hipótese de que as empresas possuem custos - e sabemos que são 
iguais tanto para empresas pequenas quantos grandes -, vamos começar a estudar o 
comportamento das empresas em diferentes mercados, pois isso torna o faturamento 
delas diferente.
Um exemplo simples para entender como as diferentes estruturas de mercado 
definem os resultados das empresas pode ser dado através da seguinte comparação:
a) Numa feira livre podemos ter muitos vendedores de tomate. E assim, se no início 
da feira um feirante aumentar o preço do tomate em 20%, pode notar uma redução na 
quantidade vendida, porque as pessoas teriam a opção de comprar de outros feirantes 
próximos a um preço menor;
b) Por outro lado, quando pensamos no item segurança nacional, podemos 
verificar que constitucionalmente só a União pode ofertar este serviço no mercado, 
que é custeado com os impostos. Caso fosse ser ofertado no mercado, teria um preço 
muito alto para cada pessoa pagar e, ao mesmo tempo, é um item essencial, por isto 
mesmo sendo caro e necessário, e muitas pessoas pagariam por ele. Na verdade, 
todos nós pagamos, porém, por via de impostos. 
A diferença entre os mercados de tomate e da segurança nacional é óbvia: existem 
muitos ofertantes de tomate na feira, mas só um ofertante de segurança nacional. Esta 
diferença na estrutura de mercado modela as decisões sobre os preços e a produção 
das empresas que operam nestes mercados. Neste sentido, vamos conhecer duas 
estruturas de mercado que envolvem as situações descritas. Nesta seção estudaremos 
a concorrência perfeita e na seção 1.2 estudaremos o monopólio.
1.1 Concorrência Perfeita
Você, aluno, já teve um contato inicial com os conceitos que envolvem a 
estrutura de concorrência perfeita, quando estudou, em Introdução à Economia, 
oferta, demanda e equilíbrio de mercado.
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
12
Caro aluno, para revisar as noções básicas de oferta e demanda, você 
deverá ler o Capítulo 2 - Fundamentos da Oferta e da Demanda, do livro: 
PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2013. Disponível na Biblioteca Digital. 
Partindo daqueles conhecimentos prévios de equilíbrio de mercado, podemos utilizar 
os conhecimentos de Pindyck e Rubinfeld (2006), os quais destacam que o modelo de 
concorrência perfeita (ou mercado competitivo) se baseia em três suposições básicas:
1. Aceitação de preços.
2. Homogeneidade de produtos.
3. Livre entrada e saída do mercado.
ACEITAÇÃO DE PREÇOS: Vale ressaltar que em mercados competitivos, usualmente, 
encontramos um grande número de compradores e vendedores, sendo assim, qualquer 
empresa que decida participar do mercado deve trabalhar seus preços dentro da média 
do mercado, ou seja, dos seus concorrentes. Como veremos mais adiante, com um 
número maior de concorrentes a tendência é que os preços sejam mais competitivos, 
o que implica margens de lucro pequenas. Sendo assim, empresas que entram no 
mercado com preços muito agressivos acabam contribuindo para a queda na margem 
de lucro do mercado como um todo. Por outro lado, se a empresa praticar preços 
mais elevados do que a média de mercado, deixará de vender seus produtos, pois os 
consumidores irão buscar outras empresas para o fornecimento de produtos e serviços. 
Por isso, as empresas que participam de mercados competitivos são chamadas de 
tomadoras de preços, ou seja, devem aceitar os preços que são praticados no mercado. 
HOMOGENEIDADE DE PRODUTOS: A referida condição ocorre quando os produtos 
de todas as empresas são substitutos perfeitos entre si, ou seja, os bens oferecidos pelos 
diversos vendedores são em grande escala os mesmos, podemos dizer que os bens são 
homogêneos.
LIVRE ENTRADA E SAÍDA DO MERCADO: Esta terceira suposição implica que não 
existem custos significativos que tornam difícil para uma nova empresa entrar ou sair de 
um segmento.
Assim como qualquer empresa, organizações que participam de mercados 
competitivos buscam a maximização do lucro, que é igual à receita total menos o custo 
total. Sendo assim, podemos utilizar um modelo de maximização de lucro retirado do 
livro de Mankiw (2009) para tentar entender como empresas competitivas maximizam 
seu lucro. O exemplo em questão trata de um mercado específico: uma empresa de 
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
13
laticínios. A empresa (que por simplificação também será chamada de firma) produz 
uma quantidade de leite Q e vende cada unidade no mercado ao preço P. A tabela 1.1 
mostra a receita total, média e marginal de uma empresa competitiva:
Através da análise da tabela 1.1 é possível compreender mais algumas características 
da empresa competitiva. Em primeiro lugar, mesmo que a empresa modifique seu 
volume de produção, os preços permanecerão constantes (segunda coluna). A 
quarta e a quinta coluna representam, respectivamente, a receita média e a receita 
marginal da empresa. Fica evidente que para empresas competitivas o preço é igual 
à receita média, que por sua vez é igual à receita marginal (P=RM=RMg). Como não 
há variação na Receita Marginal da empresa, a representação gráfica dos valores da 
RMg resulta em uma reta, conforme o gráfico 1.1:
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, p. 279).
Tabela 1.1 - Receita da empresa competitiva
Quantidade 
(Q)
Preço 
(R$)
(P)
Receita 
Total
(RT=PxQ)
Receita 
Média
(RM=RT/Q)
Receita 
Marginal
(RMg=ΔRT/ΔQ)
0 6 0 - 6
1 6 6 6 6
2 6 12 6 6
3 6 18 6 6 
4 6 24 6 6
5 6 30 6 6 
6 6 36 6 6
7 6 42 6 6
8 6 48 6 -
Gráfico 1.1 - Receita Marginal da empresa competitiva
Fonte: O autor (2015).
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
14
Partindo da suposição de que a empresa em questão possui custo fixo de R$ 3,00 
e custos variáveis, a tabela 1.2 apresenta os dados referentes à maximização do lucro 
da empresa competitiva.
Na tabela 1.2, fica evidente a inserção das colunas de custo total, lucro e custo 
marginal, e por simplificação retiramosa coluna de preços (até mesmo pela redundância 
dos valores apresentados). Se observarmos a coluna do lucro, podemos perceber que 
no estágio 0, ou seja, quando a empresa não está produzindo nenhuma unidade, ela 
fecha suas contas com prejuízo. Isso ocorre porque a empresa (e as empresas em 
geral) apresenta custos fixos, que independem do volume de produção. À medida 
que a empresa vai produzindo (e vendendo) mais unidades, seu lucro vai aumentando 
até chegar a um ponto de maximização, ou seja, onde o lucro é o maior possível, no 
exemplo trabalhado isto ocorre entre os estágios 4 e 5 (lucro de R$7,00). A partir deste 
ponto os custos passam a aumentar, e com isso os lucros decrescem. A pergunta 
é a seguinte: “A empresa maximiza seu lucro no estágio 4 ou 5?”. Para responder a 
esta pergunta é necessário visualizarmos as duas últimas colunas. A RMg da empresa 
competitiva é constante, contudo, os Custos Marginais são crescentes, assim, sob a 
ótica do lucro máximo, conclui-se que:
Tabela 1.2 - Maximização do lucro da empresa competitiva
 Caro aluno, você pode compreender melhor os custos de produção 
lendo o Capítulo 7 - Custos de Produção, do livro: PINDYCK, Robert; 
RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: Pearson Education 
do Brasil, 2013. Disponível na Biblioteca Digital. 
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, p. 279).
Quantidade 
(Q)
Receita 
Total
(RT=PxQ)
Custo 
Total
(CT)
Lucro
(RT-CT)
Receita 
Marginal
(RMg=ΔRT/
ΔQ)
Custo 
Marginal
(RCg=ΔCT/
ΔQ)
0 0 3 -3 6 2
1 6 5 1 6 3
2 12 8 4 6 4
3 18 12 6 6 5
4 24 17 7 6 6
5 30 23 7 6 7
6 36 30 6 6 8
7 42 38 4 6 9
8 48 47 1
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
15
Gráfico 1.2 - Maximização do lucro da empresa competitiva
Fonte: O autor (2015).
• Se A RMg for maior que o CMg, a empresa deve aumentar sua produção.
• Se o CMg for maior que a RMg, a empresa deve diminuir a produção.
Portanto, o ponto de maximização do lucro da empresa competitiva ocorre onde 
RMg se iguala ao CMg, no que chamamos ponto ótimo.
O gráfico 1.2 mostra o ponto ótimo do exemplo trabalhado. Percebe-se que as 
curvas de RMg e CMg se encontram no estágio de produção 4, ou seja, no estágio 
4 a RMg e o CMg são exatamente iguais. No nosso exemplo seria possível visualizar 
o ponto ótimo na tabela, sem a necessidade da representação gráfica. Contudo, às 
vezes, o ponto ótimo pode não estar ocorrendo em um ponto específico, ele pode 
ocorrer entre estágios de produção. Assim, a única forma de encontrarmos o ponto 
ótimo é representando os valores na forma gráfica. 
EXEMPLO DE EXERCÍCIO DE MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO DA EMPRESA COMPETITIVA 
RESOLVIDO E COMENTADO
A seguir será demonstrada a resolução de um exercício de maximização de lucro de 
uma empresa competitiva típica, passo a passo. O exercício em questão foi adaptado 
a partir de Salvatore (1996):
Imagine que uma empresa competitiva pratique o preço P= 4 e apresente a 
seguinte estrutura de custos totais:
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
16
Calculando a receita marginal e o custo marginal, conseguimos preencher a tabela 
por completo:
Calculando a receita total e o lucro, temos:
Tabela 1.3 - Custo total de uma empresa competitiva típica
Tabela 1.4 - Maximização do lucro de uma empresa competitiva típica
Fonte: Adaptado de Salvatore (1996, p. 271).
Fonte: Adaptado de Salvatore (1996, p. 271).
Quantidade 
(Q)
Receita 
Total
(RT=PxQ)
Custo 
Total
(CT)
Lucro
(RT-CT)
Receita 
Marginal
(RMg=ΔRT/
ΔQ)
Custo 
Marginal
(RCg=ΔCT/
ΔQ)
0 4
1 10
2 13
3 15
4 16
5 17
6 18.5
7 21
8 25
9 36
Quantidade 
(Q)
Receita 
Total
(RT=PxQ)
Custo 
Total
(CT)
Lucro
(RT-CT)
Receita 
Marginal
(RMg=ΔRT/
ΔQ)
Custo 
Marginal
(RCg=ΔCT/
ΔQ)
0 0 4 -4
1 4 10 -6
2 8 13 -5
3 12 15 -3
4 16 16 0
5 20 17 3
6 24 18.5 5,5
7 28 21 7
8 32 25 7
9 36 36 0
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
17
Novamente, podemos perceber que o ponto de maximização de lucros ocorre 
no estágio de produção 7, onde temos o lucro máximo (7) e a RMg e o CMg são 
exatamente iguais. Para facilitar a visualização, podemos representar as colunas de 
RMg e de CMg na forma gráfica:
Tabela 1.5 - Receita marginal e custo marginal de uma empresa competitiva típica
Gráfico 1.3 - Maximização do lucro da empresa competitiva típica
Fonte: Adaptado de Salvatore (1996, p. 271).
Fonte: O autor (2015).
Quantidade 
(Q)
Receita 
Total
(RT=PxQ)
Custo 
Total
(CT)
Lucro
(RT-CT)
Receita 
Marginal
(RMg=ΔRT/
ΔQ)
Custo 
Marginal
(RCg=ΔCT/
ΔQ)
0 0 4 -4 4 6
1 4 10 -6 4 3
2 8 13 -5 4 2
3 12 15 -3 4 1
4 16 16 0 4 1
5 20 17 3 4 4
6 24 18.5 5,5 4 1,5
7 28 21 7 4 2,5
8 32 25 7 4 4
9 36 36 0 11
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
18
O gráfico evidencia o ponto ótimo no estágio de produção 7, e vai de acordo com 
a respectiva tabela (tabela 1.5).
Várias considerações importantes podem dar sequência ao estudo. Muitos autores, 
inclusive, apontam características interessantes sobre a maximização do lucro da 
empresa competitiva no curto e no longo prazo, incluindo nas análises as curvas de 
lucro, de custos médios e de oferta da empresa. É uma ótima dica se aprofundar mais 
nos aspectos de curto e de longo prazo para quem tem o interesse de buscar uma 
visão mais ampla sobre o processo de maximização de lucros da empresa competitiva.
Caro aluno, você pode reforçar seus estudos sobre este tema lendo 
o Capítulo 8 - Maximização de lucro em oferta competitiva, do livro: 
PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2013. Disponível na Biblioteca Digital.
Quantidade 
(Q)
Receita 
Total
(RT=PxQ)
Custo 
Total
(CT)
Lucro
(RT-CT)
Receita 
Marginal
(RMg=ΔRT/
ΔQ)
Custo 
Marginal
(CMg=ΔCT-
ΔQ)
0 0 8
1 4 9
2 8 10
3 12 11
4 16 13
5 20 19
6 24 27
7 28 37
1. Quais são as principais características de um mercado competitivo?
2. Considere o custo total e a receita total de uma empresa 
competitiva, dados na tabela a seguir (adaptado de MANKIW, 2009, 
p. 295):
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
19
a) Qual é o preço praticado pela empresa?
b) Qual é o lucro para cada estágio de produção? Qual é a quantidade 
produzida que maximiza o lucro?
c) Calcule a receita marginal e o custo marginal para as respectivas 
quantidades. Represente o gráfico do ponto ótimo. Em qual quantidade essas 
curvas se cruzam?
Agora, daremos continuidade ao nosso estudo procurando entender 
o funcionamento de outra estrutura de mercado: o monopólio, que será 
apresentado na seção 1.2 da unidade em questão.
Durante a seção 1 tratamos sobre a estrutura de mercado, 
conhecida como mercado competitivo. Percebe-se que a 
grande concorrência entre as empresas participantes do 
mercado é sua principal característica. Tente refletir sobre os 
benefícios para os consumidores, advindos da concorrência. 
E para as empresas participantes, a concorrência também 
pode vir a ser benéfica?
Concorrência perfeita e Monopólio
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Concorrência perfeita e Monopólio
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Seção 2
Poder de mercado do monopólio e monopsônio
Na maioria das cidades do Brasil, a distribuição de água de torneira é um monopólio, 
ou seja, apenas uma empresa pode oferecer tal serviço. Sendo assim, não temos opção 
de escolha, somos obrigados a aceitar os preços que a empresa pratica e consumir 
o produto que ela oferece. Quando isso acontece, dizemos que o mercado é um 
monopólio. O nome diz tudo: mono = um, apenas uma empresa no mercado. Outro 
exemplo clássico de monopólio é o caso da Microsoft, detentora dos direitos autorais 
do programa operacional Windows. Mesmo sem que você saiba, está adquirindo um 
produto de um dos maiores monopólios do mundo. 
De fato, quando você compra o computador com o Windows, recebe o 
programa instalado, mas não recebe o código da programação (o código-fonte), e é 
automaticamente obrigado a adquirir o pacote Office, pois outros programas não são 
compatíveis com o Windows. Você é obrigado a adquirir o Word, o Excel etc. Assim, 
se torna ummonopólio. Há um bom tempo se questiona a liberação de parte do 
código-fonte do Windows para que outras empresas possam desenvolver programas 
que sejam compatíveis, mas a Microsoft reluta, encarando, até mesmo, pesadas 
multas para manter seu domínio sobre o mercado. Acabamos de apresentar dois 
bons exemplos de monopólios: água de torneira e Microsoft, grandes monopólios. Só 
que monopólios também podem ser encontrados em escalas menores. Querem um 
exemplo? Em muitos municípios, alguns serviços são terceirizados, como o transporte 
coletivo e a coleta de lixo, e, na maioria das vezes, apenas uma empresa é responsável 
pelo serviço. Conclusão: monopólio. Neste sentido, vamos prosseguir estudando 
mais detalhes sobre a estrutura de monopólio. 
Você deve estar se perguntando: qual é o monopólio? Será 
que é porque todos (ou quase todos) temos um computador 
com o Windows em casa? 
Concorrência perfeita e Monopólio
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22
2.1 Monopólio: conceito, características e atuação no mercado
Os monopólios apresentam características únicas, existem por motivos 
particulares e desenvolvem estratégias específicas para a maximização do lucro. 
Todos estes assuntos serão abordados nesta seção, bem como, alternativas para os 
governos lidarem com os problemas do monopólio. E outra estrutura de mercado, 
conhecida como monopsônio. Bom estudo!
De acordo com Pinho e Vasconcelos (2006), as hipóteses para a configuração de 
um monopólio são as seguintes:
• O setor é constituído de uma única firma.
• A firma produz um produto para o qual não existe substituto próximo.
• Existe concorrência entre os consumidores.
• A curva da receita média é a curva de demanda do mercado.
Quando pensamos em mercado sem concorrência, logo associamos a estrutura 
de mercado a dois fatores: preços altos e baixa qualidade dos produtos e serviços. 
Como apenas uma empresa participa do mercado, ela é responsável pela definição 
dos preços que serão praticados. Assim, as empresas monopolistas são chamadas de 
formadoras de preços (diferentemente de mercados competitivos onde as empresas 
eram tomadoras de preços). Se os monopolistas são formadores de preços, será 
que podem praticar o preço que querem? Não existe um limite para isso, limite 
que vocês irão compreender melhor durante a continuidade da leitura da seção. 
Vamos dar um exemplo simples: imaginem que uma cópia licenciada do sistema 
operacional Windows custe US$ 100, 00; agora, imaginem que a mesma cópia 
custe US$ 1.000,00! Qual é o espanto? A Microsoft é a única a oferecer tal produto, 
deve poder cobrar o quanto deseja, não é? Não. Se fosse o caso do exemplo acima, 
quais seriam as principais implicações? Seriam as seguintes:
1. O computador se tornaria algo mais elitizado, ou seja, nem todos teriam 
condições de acesso para adquirir um computador para as suas residências;
2. Isso incentivaria as pessoas a buscarem alternativas, como a aquisição de 
outros programas operacionais, disponíveis no mercado, como é o caso do Linux, 
por exemplo;
3. Haveria um grande estímulo à pirataria.
Concorrência perfeita e Monopólio
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De forma resumida, os monopolistas não podem cobrar o quanto desejam, 
existem limites para isso, e vocês verão que o governo exerce um papel importante 
no controle de preços deles.
Outro grande questionamento acerca dos monopólios é sobre sua existência. Já 
que podem ser ruins do ponto de vista da equidade e da eficiência, por que existem? 
Antes de responder a tal questão, vale um breve comentário sobre a consolidação 
dos primeiros grandes monopólios no nosso país. No Brasil, nós podemos dizer 
que o processo de industrialização não se deu pelas vias normais. Quais são as vias 
normais para o desenvolvimento industrial? Surgem rotas de comércio, as rotas de 
comércio se consolidam e viram cidades, nas cidades desenvolve-se o comércio, o 
comércio se fortalece e serve de base para o surgimento da indústria que virá. Foi 
assim que aconteceu com a maioria dos países desenvolvidos. No Brasil, não. Já 
no início da sua colonização, a distribuição de terras se deu com base em grandes 
propriedades (latifúndios). Os latifúndios, por sua vez, desestimulam a diversificação 
de culturas, e automaticamente favorecem a monocultura. A monocultura não 
estimula o comércio, ou seja, as trocas. Sem um comércio forte, ocorre um atraso no 
processo de industrialização (sem falarmos no grande favorecimento da importação 
de produtos acabados, que ocorreu no século XVIII e no início do século XIX), ou 
seja, uma industrialização tardia.
 As poucas indústrias que estavam surgindo (principalmente após o fim do ciclo 
do café, na década de 30) necessitavam de recursos:
• Sistema de transporte adequado.
• Sistema de distribuição de combustíveis.
• Oferta de energia elétrica.
• Fomento de recursos financeiros.
• Construção de rodovias.
• Mão de obra qualificada.
• Indústrias de base (siderurgia, química, metalurgia pesada, etc., indústrias 
que favoreçam o desenvolvimento de novas indústrias).
Como não existiam indústrias de ponta em setores de infraestrutura (estratégicos), 
o próprio governo se encarregou de constituir os primeiros grandes monopólios no 
Brasil. Assim, no final da primeira metade do século XIX, e principalmente no início 
da segunda metade do mesmo século, surgiram os primeiros grandes monopólios 
no Brasil (Eletrobrás, Petrobrás, Telebrás, Sidebrás etc.), que eram todos do Estado 
Concorrência perfeita e Monopólio
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(estatais). Hoje, muitas destas empresas mudaram suas funções (como reguladoras 
dos mercados), ou foram privatizadas.
Hoje, a existência dos monopólios se embasa principalmente devido à instituição 
de algumas barreiras, barreiras estas que impedem a entrada de outras empresas no 
mercado, consolidando assim um mercado monopolista. Existem basicamente três 
grandes barreiras, são elas:
1. Um recurso-chave é propriedade, exclusividade de uma única empresa. Um 
exemplo bem simples ocorre em uma situação onde temos várias propriedades 
em uma mesma área rural. Se nesta área apenas uma propriedade tiver um poço 
artesiano para a retirada de água, podemos dizer que existe um monopólio, pois o 
recurso-chave (no caso, o poço artesiano) é propriedade de uma única empresa. 
Um exemplo interessante que pode ser encontrado no livro do Mankiw (2009) é 
o caso da DeBeers. A DeBeers é uma empresa de diamantes da África do Sul, que 
controla cerca de 80% da produção mundial de diamantes. Mesmo não sendo um 
monopólio pleno (pois não detém 100% do mercado), a DeBeers exerce grande 
poder de mercado. A empresa em questão extrai, lapida e vende os diamantes. 
Assim, qualquer outra empresa que deseja entrar no mercado para comercializar 
diamantes, automaticamente (por suposição), terá que comprar a pedra bruta da 
DeBeers. E a DeBeers não vai repassar a pedra bruta a preço de custo, vai cobrar 
uma margem; assim, o preço final da empresa entrante vai acabar sendo maior do 
que o praticado pela DeBeers, o que implicará na sua saída do mercado. Outro 
exemplo já tratado durante o início da seção é o caso da Microsoft, ela detém um 
recurso-chave, o código-fonte do Windows.
2. O governo concede a uma única empresa o direito de explorar/comercializar 
um dado bem ou serviço: é muito comum no caso de licitações públicas, como no 
caso das concessionárias de pedágios. Várias empresas se inscrevem na licitação, e 
de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo contratante, apenas uma ganha 
o direito de prestar o serviço: transporte público, coleta de lixo e muitos outros 
serviços terceirizados podem se enquadrar nesta barreira. Outro exemplo relevante 
é no caso das leis de patentes e de direitos autorais. No caso das leis de patentes, 
caso o governo conclua que um medicamento é realmente original, ou seja, a 
empresa investiu muitos recursos para o desenvolvimento de uma formulação nova, 
a empresa que é detentora da patente tem assegurado o direto exclusivo de produzir 
o medicamento por cerca de 20 anos. É algo muitoquestionável, pois temos que 
o monopólio da produção de determinados medicamentos priva muitos países do 
tratamento de inúmeras doenças, como é o caso do tratamento da AIDS em países 
do terceiro mundo. No caso dos direitos autorais ocorre uma garantia do governo 
de que ninguém poderá imprimir e vender cópias de um livro, por exemplo, sem a 
permissão do autor.
Concorrência perfeita e Monopólio
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3. Os custos de produção tornam um único produtor mais eficiente do 
que um grande número de produtores (Monopólio Natural): é muito comum em 
mercados onde os custos para implantação das plantas industriais, ou os custos de 
comercialização de determinados bens/serviços são muito altos. O monopolista, 
no caso, é detentor das instalações, das linhas de distribuição, dos encanamentos 
(dependendo do setor) etc. Caso outra empresa decida entrar no mercado, vai ter 
que realizar novos investimentos, ou até mesmo alugar as instalações que já estão 
em funcionamento. Assim, os custos totais médios tendem a aumentar. A tabela a 
seguir ilustra um exemplo simples de cálculo de custos:
A primeira coluna apresenta os níveis de produção da empresa. Na segunda 
coluna temos os custos variáveis dela. A terceira coluna demonstra o custo total, 
que trata da soma dos custos fixos e dos custos variáveis.
A fórmula seria a seguinte:
CT= CF+CV
 Os custos médios são apresentados nas próximas três colunas. Lembrando que 
os custos médios tratam da divisão do custo pelo número de unidades produzidas. 
Assim, o Custo variável médio pode ser encontrado através da seguinte equação:
CVMe= CV / Qde.
O Custo fixo médio é encontrado usando a seguinte fórmula:
CFMe= CF / Qde. 
e o Custo total médio através da fórmula abaixo:
CTMe= CT / Qde., ou CTMe= CFEe + CVMe.
 A última coluna representa o Custo Marginal, ou seja:
CMg=CMg=ΔCT-ΔQ
Representando a coluna de Custo total médio, temos o seguinte gráfico:
Fonte: O autor (2015).
Tabela 1.6 - Cálculo das várias medidas de custos
Produção CF CV CT Cvme Cfme CTme Cmg
0 40 0 40 0,0 0,0 0,0 0
1 40 25 65 25,0 40,0 65,0 25
2 40 28 68 14,0 20,0 34,0 3
3 40 33 73 11,0 13,3 24,3 5
4 40 36 76 9,0 10,0 19,0 3
5 40 40 80 8,0 8,0 16,0 4
6 40 54 94 9,0 6,7 15,7 14
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EXEMPLO DE EXERCÍCIO DE CÁLCULO DE CUSTOS DE UMA 
EMPRESA TIPICA, RESOLVIDO E COMENTADO
De acordo com Mankiw (2009), quando a curva de custo total médio de 
uma empresa declina continuamente, nós temos um monopólio natural. Caso a 
produção se divida em um número maior de empresas, cada uma delas produz 
menos e o custo total médio aumenta. Assim, somente com uma empresa temos 
uma quantidade produzida maior com custos totais médios menores.
Para facilitar o desenvolvimento, e antes de continuar, vamos apresentar um 
exercício resolvido passo a passo. O exemplo pode ser encontrado no livro de 
Mankiw (2009, p. 264). Na tabela 1.7 temos a quantidade produzida, os custos fixos 
e os custos variáveis da empresa:
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 1.4 - Custo Total Médio
Tabela 1.7 - Várias medidas de custo de uma empresa típica – parte 1
Produção CF CV CT Cvme Cfme CTme Cmg
0 3,00 0,00
1 3,00 0,30
2 3,00 0,80
3 3,00 1,50
4 3,00 2,40
5 3,00 3,50
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Somando o custo fixo com o custo variável da empresa, temos:
Calculando os custos variáveis médios e os custos fixos médios, temos:
Fonte: Mankiw (2009, p. 264).
Fonte: Mankiw (2009, p. 264).
Tabela 1.8 - Várias medidas de custo de uma empresa típica – parte 2
Tabela 1.9 - Várias medidas de custo de uma empresa típica – parte 3
6 3,00 4,80
7 3,00 6,30
8 3,00 8,00
9 3,00 9,90
10 3,00 12,00
Produção CF CV CT Cvme Cfme CTme Cmg
0 3,00 0,00 3,00
1 3,00 0,30 3,30
2 3,00 0,80 3,80
3 3,00 1,50 4,50
4 3,00 2,40 5,40
5 3,00 3,50 6,50
6 3,00 4,80 7,80
7 3,00 6,30 9,30
8 3,00 8,00 11,00
9 3,00 9,90 12,90
10 3,00 12,00 15,00
Produção CF CV CT Cvme Cfme CTme Cmg
0 3,00 0,00 3,00 0,00 0,00
1 3,00 0,30 3,30 0,30 3,00
2 3,00 0,80 3,80 0,40 1,50
3 3,00 1,50 4,50 0,50 1,00
4 3,00 2,40 5,40 0,60 0,75
5 3,00 3,50 6,50 0,70 0,60
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6 3,00 4,80 7,80 0,80 0,50
7 3,00 6,30 9,30 0,90 0,43
8 3,00 8,00 11,00 1,00 0,38
9 3,00 9,90 12,90 1,10 0,33
10 3,00 12,00 15,00 1,20 0,30
Fonte: Mankiw (2009, p. 264).
E, por fim, calculando as duas últimas colunas, do custo total médio e do custo 
marginal, temos:
Representando o gráfico do custo total médio, temos:
Fonte: Mankiw (2009, p. 264).
Tabela 1.10 - Várias medidas de custo de uma empresa típica – parte 4
Produção CF CV CT Cvme Cfme CTme Cmg
0 3,00 0,00 3,00 0,00 0,00 0,00 0,30
1 3,00 0,30 3,30 0,30 3,00 3,30 0,50
2 3,00 0,80 3,80 0,40 1,50 1,90 0,70
3 3,00 1,50 4,50 0,50 1,00 1,50 0,90
4 3,00 2,40 5,40 0,60 0,75 1,35 1,10
5 3,00 3,50 6,50 0,70 0,60 1,30 1,30
6 3,00 4,80 7,80 0,80 0,50 1,30 1,50
7 3,00 6,30 9,30 0,90 0,43 1,33 1,70
8 3,00 8,00 11,00 1,00 0,38 1,38 1,90
9 3,00 9,90 12,90 1,10 0,33 1,43 2,10
10 3,00 12,00 15,00 1,20 0,30 1,50 
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Fonte: O autor (2015)
Fonte: O autor (2015).
Diferentemente do gráfico 1.5, temos que os custos totais médios voltam a subir 
nos últimos estágios de produção, assim, não se trata de um monopólio natural.
Uma consideração importante, se compararmos as características de uma 
empresa competitiva com um monopólio, é no que se refere à curva de demanda. 
O gráfico 1.6 demonstra a curva de demanda de uma empresa competitiva:
O que se nota é que a curva de demanda de uma empresa competitiva é uma reta, 
isso acontece porque em mercados competitivos os preços são estáveis no curto 
prazo. Lembrando-se da seção da presente unidade, as empresas são tomadoras 
de preços, assim, os consumidores podem demandar diferentes quantidades, 
independente do preço.
Gráfico 1.5 - Custo total médio de uma empresa típica
Gráfico 1.6 - Curva de demanda da empresa competitiva
R$
0 Qtde.
Demanda
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Já no monopólio, a curva de demanda apresenta um formato diferente, conforme 
mostra o gráfico 1.7:
Observando o gráfico 1.7, podemos retirar duas conclusões: primeiro, em 
mercados monopolistas os preços não serão constantes; e segundo, para vender 
quantidades maiores o monopolista vai ter que se sujeitar a preços menores.
As fórmulas para o cálculo das receitas e dos custos das empresas competitivas e 
as do monopólio são idênticas. A tabela 10 ilustra o cálculo da receita total, da receita 
média e da receita marginal do monopolista:
Fonte: O autor (2015).
Fonte: Mankiw (2009, p. 305).
Gráfico 1.7 - Curva de demanda do monopolista
Tabela 1.10 - Receita do monopolista
R$
0 Qtde.
Demanda
Quantidade (Q) Preço (R$) Receita Total Receita Média Receita Marginal
(P) (RT=PxQ) (RM=RT/Q) (RMg=ΔRT/ΔQ)
0 11 0 - 10
1 10 10 10 8
2 9 18 9 6
3 8 24 8 4
4 7 28 7 2
5 6 30 6 0
6 5 30 5 -2
7 4 28 4 -4
8 3 24 3 
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Se observarmos a tabela 1.10 com cuidado, podemos perceber que, à medida 
que os preços vão diminuindo, a receita total também se altera. Até o estágio de 
produção 5, nós temos uma receita total crescente, no estágio 6 ela se estabiliza, e 
a partir daí novas reduções de preços resultam em receitas menores. A visualização 
se torna mais fácil quando representamos o gráfico da receita total do monopólio:
Da mesma forma que acontecia com o mercado competitivo, no monopólio 
o preço é igual à receita média, a diferença surge quando analisamos a receita 
marginal. Para os mercados competitivos, no ponto de maximização do lucro o 
preço era igual à receita média, que, por sua vez, era igual à receita marginal, ou seja:
 P=RM=RMg
Como no ponto ótimo a RMG=CMg, podemos concluir que, para as empresas 
competitivas, no ponto de maximização de lucros:
 P=CMg
No caso do monopólio, e de acordo com a tabela, podemos perceber que o 
preço é maior que a Receita Marginal (P>RMg). O gráfico 1.9 demonstratal relação: 
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 1.8 - Receita do monopólio
Concorrência perfeita e Monopólio
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E, como veremos a seguir, o monopolista inicia o processo de maximização de 
lucros do mesmo modo que a empresa competitiva, escolhendo a quantidade, onde 
a RMg=CMg. Sendo assim, no ponto de maximização do lucro do monopolista o 
preço será maior que o Custo Marginal (P>CMg), o que nos dá indicativos de que o 
monopolista maximiza seus lucros cobrando preços maiores do que se no mercado 
existisse concorrência.
Igualando a receita marginal com o custo marginal, o monopolista inicia seu 
processo de maximização de lucros, como pode ser visto no gráfico 1.10:
Fonte: O autor (2015).
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 1.9 - Preço e Receita Marginal do monopólio
Gráfico 1.10 - Definição da quantidade ofertada do monopolista
Concorrência perfeita e Monopólio
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De acordo com o gráfico 1.10, se o mercado fosse competitivo, a empresa 
maximizaria seu lucro escolhendo a quantidade Q1, e praticando o preço P1 (onde a 
RMg=CMg). Mas como o monopolista é único no mercado, ele faz uso da curva de 
demanda para definir os preços que irá praticar, isso pode ser visto no gráfico 1.11:
O gráfico 1.11 ilustra que, ao utilizar a curva de demanda de mercado, o monopolista 
pode praticar um preço mais alto (P2), o que fará com que os consumidores 
continuem comprando a mesma quantidade (Q1). O gráfico 1.12 mostra o lucro a 
mais que o monopolista consegue auferir ao praticar preços maiores.
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 1.11- Definição de preços do monopolista
Gráfico 1.12 - Maximização do lucro do monopolista
Fonte: O autor (2015).
Concorrência perfeita e Monopólio
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O retângulo que surge no eixo da quantidade representando a diferença entre 
CMe e P2 denota o lucro do monopolista. Partindo de princípios lógicos, ao praticar 
preços maiores, automaticamente, o monopolista deveria ofertar uma quantidade 
maior no mercado, como indica o gráfico 1.13:
O triângulo superior, resultante da diferença, no eixo da quantidade, entre Q1 e 
Q2, demonstra a ineficiência do monopólio. De acordo com Pindyck e Rubinfeld 
(2006), é o que pode ser chamado de peso morto, ou seja, é aquele benefício a 
mais que o monopolista deveria ofertar (por praticar preços maiores) e não o faz. 
Pode ser expresso não só apenas em quantidades, mas também na forma de um 
atendimento diferenciado, uma embalagem melhor etc.
A discriminação de preços é percebível em vários segmentos nos quais uma 
única empresa é detentora de grande parte do mercado. Mankiw (2009) versa sobre 
algumas situações que ilustram a discriminação de preços. O autor em questão 
comenta sobre os ingressos de cinema, citando que, em alguns casos, alguns 
cinemas oferecem preços menores para aposentados e estudantes, algo difícil 
de explicar sob a ótica do mercado competitivo, pois o preço seria igual ao custo 
marginal, mas facilmente compreendido quando partimos da suposição de que os 
cinemas possuem poder de monopólio local, e os idosos e estudantes, uma menor 
disposição para comprar os ingressos. Entra em cena a discriminação de preços 
para aumentar o lucro dos monopólios, no caso dos cinemas. Outros exemplos 
podem ser:
Gráfico 1.13 - Problemas do monopólio
Fonte: O autor (2015).
Concorrência perfeita e Monopólio
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Tabela 1.11 - Receita do monopolista típico – parte 1
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, p. 326-327).
• Preços de passagens aéreas.
• Cupons de desconto.
• Ajuda financeira. 
• Descontos por quantidade, etc.
Em todos os casos, os monopolistas (se for o caso) podem praticar a discriminação 
de preços para aumentar seus lucros.
Caro aluno, para revisar as noções básicas de oferta e demanda, você 
deverá ler o Capítulo 10 - Poder de Mercado: Monopólio e Monopsônio, 
do livro: PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013 p. 351-374. Disponível na 
Biblioteca Digital.
EXEMPLO DE EXERCÍCIO DE MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS DE UMA 
EMPRESA MONOPOLISTA TÍPICA, RESOLVIDO E COMENTADO 
Imagine uma determinada empresa que possua a seguinte relação entre os 
preços de seus produtos e dada quantidade demandada:
Calculando a receita total do monopolista, temos:
Qde. preço RT Cf Cv CT CTMe CMg RMg
10000 24 
20000 22 
30000 20 
40000 18 
50000 16 
60000 14 
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Tabela 1.12 - Receita do monopolista típico – parte 2
Tabela 1.13 - Receita do monopolista típico – parte 3
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, p. 326-327).
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, pg. 326-327).
Qde. preço RT Cf Cv CT CTMe CMg RMg
10000 24 VC 
20000 22 440000 
30000 20 600000 
40000 18 720000 
50000 16 800000 
60000 14 840000 
Qde. preço RT Cf Cv CT CTMe CMg RMg
10000 24 240000 0 50000 50000 5000 5000 20000
20000 22 440000 0 100000 100000 5000 5000 16000
30000 20 600000 0 150000 150000 5000 5000 12000
40000 18 720000 0 200000 200000 5000 5000 8000
50000 16 800000 0 250000 250000 5000 5000 4000
60000 14 840000 0 300000 300000 5000 5000 
Agora, imagine que a empresa possa elaborar seus produtos sem custos e com 
um custo variável de 5 (CV=5) para cada unidade produzida: a partir daí podemos 
completar todas as colunas da tabela.
A tabela indica que as curvas de RMG e CMG se encontrariam na quantidade 
5.000, que ocorreria quando a demanda se encontra entre 50.000 e 60.000 
unidades.
Um grande questionamento que normalmente surge quando estudamos 
os monopólios é: já que podem cobrar preços maiores, e são (na sua maioria) 
ineficientes, como lidar com os problemas dos monopólios? Pindyck e Rubinfeld 
(2006) tecem vários comentários sobre a regulamentação de preços que pode ser 
exercida pelo governo. Já Mankiw (2009) explica que as políticas públicas podem ser 
mais amplas, e que os governos podem reagir ao poder dos monopólios de quatro 
formas:
1. Tornando os monopólios em mercados mais competitivos: o raciocínio 
é óbvio: deixando os mercados mais competitivos, a tendência é que os preços 
Concorrência perfeita e Monopólio
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Aindade acordo com Reis et al. (2010, p. 20-22):
praticados sejam menores e que a qualidade dos produtos/serviços possa ser melhor. 
Mas como fazer isso? De uma só forma: usando a legislação, principalmente a lei 
antitruste, uma lei que impede a união/fusão de empresas caso a empresa resultante 
apresente excessivo poder de mercado. Aqui no Brasil existem alguns casos clássicos, 
um deles se deu a partir do final da década de 90: a fusão entre duas empresas do 
setor alimentício, do segmento de chocolates, a Garoto e a Nestlé. De acordo com 
Reis et al. (2010, p.18-19):
Tais investigações e análises são conduzidas através da 
instauração de processo administrativo, que posteriormente é 
remetido ao CADE para julgamento. No âmbito da proteção ao 
consumidor, a SDE é o órgão responsável pela coordenação 
da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor 
e tem suas competências estabelecidas pela Lei nº 8.078, 
de 11 de setembro de 1990, cabendo-lhe planejar, elaborar, 
propor, coordenar e executar a política nacional de proteção 
ao consumidor. O CADE foi criado em 1962, como órgão do 
Ministério da Justiça, tendo sido transformado em autarquia 
federal em 1994, conforme Lei nº. 8.884/94, que também 
estabeleceu suas atribuições. Dentre suas funções, o CADE 
tem a finalidade de orientar, fiscalizar e apurar abusos de 
poder econômico, exercendo papel tutelador na prevenção 
e repressão dos abusos cometidos por empresas com poder 
de mercado. Assim, na estrutura do Sistema Brasileiro de 
Defesa da Concorrência, o CADE é o órgão responsável pelo 
julgamento dos processos e, com base na instrução realizada 
pela SDE e na análise dos pareceres, não vinculativos, 
emitidos tanto por esta quanto pela SEAE, decide se houve 
ou não infração à livre concorrência por parte de empresas 
ou seus administradores nos casos deconduta, e também, 
aprecia os atos de concentração submetidos à sua aprovação. 
O CADE é formado por um Plenário composto por um 
presidente e seis conselheiros, indicados pelo Presidente da 
República, sabatinados e aprovados pelo Senado Federal, para 
um mandato de dois anos (havendo a possibilidade de uma 
única recondução, por igual período) e, portanto, só podem 
ser destituídos em condições muito especiais. Esta regra 
confere autonomia aos membros do Plenário do CADE, o que 
é fundamental para assegurar a tutela dos direitos difusos da 
concorrência de forma técnica e imparcial.
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
38
Em 15 de março de 2002, a empresa Nestlé Brasil Ltda., 
subsidiária brasileira do grupo suíço Nestlé, submeteu à 
apreciação do CADE a aquisição da empresa Chocolates 
Garoto S/A. A operação se formalizou, após processo de disputa 
entre diversas empresas interessadas, com a celebração pelas 
Requerentes do Contrato de Subscrição, datado de 22 de 
fevereiro de 2002. Depois do fechamento do negócio, que 
ocorreu em 28 de fevereiro de 2002, conforme previsto na 
cláusula 3ª do Contrato de Subscrição, a Nestlé Brasil Ltda. 
passou a deter a totalidade do capital social da Chocolates 
Garoto S/A. Para resguardar as condições do mercado 
relevante, de forma a evitar a ocorrência de danos irreversíveis 
até a decisão final do Plenário do CADE, foi adotada uma 
Medida Cautelar, com a celebração do Acordo de Preservação 
da Reversibilidade da Operação (APRO), nos termos da 
Resolução CADE nº 28, de 24 de julho de 2002. A aquisição 
aumentava significativamente a concentração horizontal 
no mercado de chocolates em geral. Outras questões foram 
analisadas, incluindo a estimativa das barreiras à entrada e 
as perspectivas de expansão de marcas rivais como Mars e 
Hershey, que formavam uma franja competitiva constituída 
por grandes empresas multinacionais. Foi apresentado 
estudo detalhado das eficiências esperadas da concentração, 
elaborado por auditoria independente. O CADE concluiu que 
as importações não eram fator significativo no mercado e que 
havia barreiras a novas entradas em razão das dificuldades para 
garantir a distribuição por atacado e devido à diferenciação 
do produto sustentada por elevados gastos em propaganda. 
Além disso, foram descartadas as eficiências apresentadas 
pelas empresas, uma vez que, ou não seriam específicas à 
operação e poderiam ser obtidas de outras formas menos 
lesivas à concorrência, ou porque as eficiências decorriam 
de transferências financeiras. Assim, o Plenário concluiu que 
a transação deveria ser rejeitada, porque (1) nem a esperada 
redução nos custos variáveis (eficiências), nem o grau de 
rivalidade remanescente no mercado seriam suficientes para 
evitar os aumentos de preço ao consumidor de chocolate, e 
(2) não havia qualquer remédio estrutural capaz de reduzir os 
efeitos negativos da elevação da concentração.
Quando as empresas anunciaram a possibilidade de fusão, o governo entrou 
na justiça alegando truste e impediu (pelo menos temporariamente) a união entre 
as empresas. O governo alegou que a junção entre as empresas representaria em 
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
39
uma gigante no mercado de chocolates, que poderia exercer fortes influências nos 
resultados de mercado. A título de ilustração, tivemos outros dois exemplos que 
fogem à regra. O primeiro exemplo trata da criação da Ambev, a gigante cervejeira do 
Brasil. Quando a Brahma, a Antarctica e a Skol anunciaram a fusão, todos os analistas 
de mercado acreditavam que o governo faria uso da lei antitruste, pois visivelmente ela 
poderia exercer grandes influências no mercado. Contrariando todas as expectativas, 
o governo aprovou a fusão. De acordo com Quintella (2013, p. 21):
Ainda de acordo com Quintella (2013, p. 23):
A fusão entre a Companhia Cervejaria Brahma e a Companhia 
Antarctica Paulista, resultando na Companhia de Bebidas das 
Américas – AmBev, foi feita com o objetivo de obter ganho de 
escala, aumentar a competitividade e poder atingir o mercado 
internacional, exaltando a bandeira nacionalista com o slogan 
de ser a primeira “multinacional verde-e-amarela”. Com isso, 
foi apresentada a ideia de distribuição internacional do Guaraná 
Antarctica, carro-chefe da Companhia Antarctica Paulista, 
usufruindo da estrutura da Pepsi Co. Após o anúncio da fusão, 
inúmeras cervejarias se apresentaram contra, sob a alegação de 
que tal fusão iria gerar monopólio. A Kaiser foi a principal opositora 
e até apresentou previsões que envolviam milhares de demissões.
Sobre o grande poder de barganha obtido por essa fusão, 
a Companhia de Bebidas das Américas - AmBev ficou 
proibida de exigir venda exclusiva em qualquer ponto de 
venda. E para garantir as suas propostas de melhoria de 
eficiência e redução de custos, a Companhia de Bebidas 
das Américas - AmBev assinou um termo de cumprimento 
de metas de duração de cinco anos, sob penalidade de 
multa em caso de descumprimento. O objetivo do CADE 
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) com essas 
restrições era garantir a entrada de um novo concorrente 
no mercado à cervejaria Bavária, que já tinha aceitação dos 
consumidores. Como a distribuição causa muitos custos 
e pode ser um problema para uma nova cervejaria, o CADE 
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) procurou 
obrigar a Companhia de Bebidas das Américas - AmBev a 
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
40
oferecer ajuda nesse ramo à Cervejaria Bavária, garantindo a 
sua continuidade. Apesar das precauções do CADE (Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica), muitas pessoas 
ficaram insatisfeitas com esse veredito, principalmente os 
representantes da Cervejaria Kaiser e da Schincariol, que, além 
de acreditarem que a formação da Companhia de Bebidas das 
Américas - AmBev iria conceder a esta enormes vantagens 
competitivas, também estavam excluídas da compra de ações 
da nova companhia devido a restrições estabelecidas pelo 
CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), visto 
que possuíam mais de 5% do mercado.
No dia 19 de maio de 2009 foi anunciada oficialmente a criação 
de uma das maiores empresas do ramo de alimentos do Brasil 
e do mundo, denominada Brasil Foods S.A. - BRF, originada da 
fusão entre a Sadia e a Perdigão. Essa fusão trouxe à tona uma 
série de questões, especialmente em relação à preservação da 
concorrência nesse mercado e o significado estratégico para 
o Brasil ao ter uma das maiores multinacionais de alimentos. A 
ameaça à concorrência é afirmada pelo fato das duas companhias 
estarem juntas na liderança do mercado em vários segmentos de 
produtos, constituindo a capacidade de impor preços. Assim, essa 
visão apoia o argumento dos especialistas e órgãos de defesa do 
consumidor de que a Brasil Foods iria reduzir a competição no 
mercado e elevaria os preços de alimentos.
Qual era a intenção do governo brasileiro ao aprovar a criação da Ambev? A intenção 
do governo era aumentar o gênero e o volume das exportações brasileiras, ou seja, 
entrar no mercado externo. O mercado cervejeiro internacional é extremamente 
conservador, com marcas com muitos séculos de existência, com grandes premiações 
internacionais. Uma marca de cerveja brasileira, por si só, teria dificuldade em entrar 
no mercado externo, e com a criação da Ambev isso agora é possível. O segundo 
exemplo é parecido, e também se refere ao mercado alimentício: a fusão entre a Sadia 
e a Perdigão, criando a gigante BRfoods. De acordo com Sarassa e Vonia (2010, p. 3-4):
Ainda de acordo com Sarassa e Vonia (2010, p. 6):
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
41
Quando da criação da BRfoods, os questionamentos foram os mesmos citados no 
caso da Ambev, e a resposta do governo, embora não explícita, também foi parecida: 
aumentar as exportações.
2. Regulamentando o comportamento dos monopólios: a regulamentação dos 
monopólios pode ser exercida pelas agências reguladoras. Como no caso da Anatel, ela 
regula o mercado de telefoniano Brasil. As principais atribuições da Anatel são: assegurar 
preços justos ao consumidor, ou seja, nenhuma operadora de telefonia pode aumentar 
seus preços sem autorização da Anatel, e controlar a qualidade dos serviços ofertados 
para o consumidor. Preço e qualidade, justamente os dois principais problemas que 
existem quando pensamos nos monopólios.
3. Estatizando alguns monopólios: em muitos casos, o governo pode comprar 
a empresa monopolista. Em um primeiro momento, pouca coisa muda, o monopólio 
simplesmente deixa de ser privado e passa a ser estatal. Então, qual é a intenção do 
governo? Na maioria dos casos, o que pode ocorrer é que o governo compra a empresa 
com a intenção de vendê-la, mas vendê-la em partes, cada parte para um grupo diferente. 
Vou dar um exemplo bem simples. Vamos imaginar uma determinada região onde 
apenas uma empresa possui a concessão para explorar o transporte público. Como na 
figura 1.1:
Podemos dividir o impacto sobre a concorrência em duas 
linhas: os contrários, que temem que a BRF utilize o seu poder 
de mercado para elevar o preço dos alimentos; os favoráveis, 
que incluem na formação da BRF uma sinergia de operações 
que reduzirá custos e permitirá alimentos a menores preços 
e maior qualidade para os consumidores, como também a 
impossibilidade de impor preços ao mercado, visto sua natureza 
e a dos demais competidores. Os contrários à BRF afirmam que 
o domínio de mercado exercido pela empresa pode dar-lhe o 
poder de impor preços e deixar os alimentos mais caros e com 
menor qualidade, e que a redução de custos pela fusão não é 
repassada para o consumidor. Ainda nessa linha, podemos dizer 
que os casos de fusão no Brasil não resultaram em menores 
preços, mas em menos opções para o consumidor.
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
42
Figura 1.1 - Exemplo de quebra de monopólio no transporte urbano – parte 1
Figura 1.2 - Exemplo de quebra de monopólio no transporte urbano – parte 2
Fonte: O autor (2015)
Fonte: O autor (2015)
Empresa dominante
Lote A Lote B
Lote C Lode D
O governo compra a empresa a coloca a mesma à venda em quatro lotes:
Depois de os lotes serem negociados, cada empresa passa a operar em um 
quadrante. Aos poucos, o governo vai concedendo o direito de uma empresa explorar 
o lote de outra empresa, e vice-versa, a abertura pode inicialmente ser na horizontal, 
como ilustra a figura 1.3:
Figura 1.3 - Exemplo de quebra de monopólio no transporte urbano – parte 3
Fonte: O autor (2015)
Lote A Lote B
Lote C Lode D
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
43
Posteriormente, o governo pode propiciar a abertura na vertical, como na figura 1.4:
Ou seja, em uma área onde existia apenas uma empresa, agora temos quatro 
empresas operando.
4. Não fazer nada: por incrível que pareça, é uma opção. Primeiro, porque o 
governo pode deixar o mercado livre para que outras empresas (às vezes menores) 
possam se unir e decidir disputar o mercado; segundo, porque todas as outras três 
alternativas anteriores apresentam problemas. Qual é o problema da alternativa 1: utilizar 
a lei antitruste para impedir a criação de monopólios? Sob os olhos da legislação, a 
referida alternativa fere o direito de propriedade dos proprietários das empresas. Qual 
é o problema da alternativa 2: criar agências reguladoras? As agências fiscalizam as 
empresas, mas existe certa dificuldade em se fiscalizar/acompanhar a atuação das 
agências reguladoras. E na alternativa 3? Qual é o problema? Por mais louvável que 
seja a intenção do governo, não há aceitação pública. Em um país como o Brasil, com 
sérios problemas (principalmente de ordem social) a serem resolvidos, retirar dinheiro do 
orçamento federal para “comprar” empresas não seria bem visto aos olhos da sociedade.
Como visto, os monopólios são estruturas de mercado fantásticas, cheias de 
particularidades, e que merecem muito estudo e seriedade na sua compreensão.
Antes de fechar a seção 1.2, vale ressaltar a existência de uma variação do monopólio, 
que é o Monopsônio. De acordo com Pindyck e Rubinfeld (2006), o monopsônio refere-
se a um mercado onde existe apenas um único comprador. Pinho e Vasconcellos 
(2006) acrescentam que o monopsônio pode prevalecer, principalmente, no mercado 
de trabalho, como no caso de uma empresa que se instala em uma determinada região 
do país e passa a ser a única demandante de mão de obra. Ainda de acordo com Pindyck 
e Rubinfeld (2006), as fontes de poder do monopsônio são as seguintes:
Figura 1.4 - Exemplo de quebra de monopólio no transporte urbano – parte 4
Fonte: O autor (2015)
Lote A Lote B
Lote C Lode D
U1
44 Concorrência perfeita e Monopólio
• Elasticidade da oferta do mercado.
• Número de compradores.
• Interação entre compradores.
A seguir temos algumas atividades para fixar o conteúdo da seção. Boa sorte!
Na próxima unidade, vamos tratar sobre outras duas estruturas de mercado, a 
concorrência monopolista e o oligopólio. Até breve!
Durante a seção 2 tratamos sobre a estrutura de mercado 
conhecida como monopólio. Gostaria que vocês refletissem 
sobre as principais diferenças entre mercados competitivos 
e monopólios. Também, apresentamos, na referida seção, 
que os monopólios podem apresentar problemas para os 
consumidores. Assim, é possível um monopólio ser eficiente 
do ponto de vista da equidade e da eficiência? Você é capaz 
de citar algum exemplo?
1. Explique quais são as principais características do monopólio. 
Quais são as características que o diferem do mercado 
competitivo?
2. Explique, na forma de texto, como ocorre o processo de 
maximização do lucro do monopolista.
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
45
Caro aluno, você deve ter em mente que tanto a concorrência 
perfeita quanto o monopólio são estruturas de mercado que 
pressupõem que estamos analisando a situação da oferta de 
uma firma num contexto de indústria. Assim, a empresa está 
classificada dentro de uma estrutura dependendo das outras 
firmas concorrentes para um mesmo produto ou serviço, que 
estão atuando no mercado. Assim, você pode aprofundar seus 
estudos pesquisando sobre os custos sociais do monopólio. Em 
tais estudos sempre há uma comparação entre a concorrência 
perfeita e o monopólio em termos de bem-estar social. No link 
há um texto que versa sobre este tema e você pode estudá-lo.
Disponível em: <http://www.ufpi.br/subsiteFiles/economia/
arquivos/files/texto11.pdf>.
Nesta unidade você estudou duas importantes estruturas de 
mercado, a concorrência perfeita e o monopólio. Pôde verificar 
que a concorrência perfeita se trata de um modelo básico 
que descreve o funcionamento do mercado de maneira ideal, 
com um grande número de empresas ofertando um produto 
homogêneo, o que garantiria um lucro normal (mínimo) para 
as empresas participantes do mercado. Porém, ao estudar o 
monopóltio, verificou que esta estrutura é diametralmente oposta 
à concorrência e que o lucro é máximo, pois, através do controle 
da oferta, a empresa tem plenas condições de maximizar seu 
lucro devido ao seu poder de monopólio. 
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
46
1. Recentemente, divulgou-se na mídia o seguinte destaque: 
“Organização alerta CADE sobre suposto monopólio do 
Google”. Tal preocupação foi motivada pelo argumento de que 
o buscador Google elenca oferta de produtos e serviços com 
maior destaque para seus contratantes e, no caso, empresas que 
não são listadas na primeira página não existem (Disponível em: 
<http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,organizacao-
independente-alerta-cade-sobre-suposto-monopolio-do-
google,125814>. Com base nesta informação, classifique o 
suposto monopólio do Google em termos de qual seria sua fonte 
de monopólio, ou seja, a barreira que limitaria a concorrência de 
outra empresa com o Google. 
2. Oberve a figura:
Tendo em vista que a concorrência monopolística e o 
monopólio se iniciam no ponto em que P=RMg, a figura 
ilustra a diferença da forma como o preço e a receita 
marginal caminham a partirdo ponto inicial. Neste sentido, 
explique como inicia o processo e como elas se diferenciam. 
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
U2
47
3. (FMP-RS - 2011 - TCE-RS - Auditor Público Externo - Economia) 
É CORRETO afirmar que o mercado apresenta uma estrutura em 
concorrência perfeita quando:
a) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um 
dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do 
mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos 
perfeitos entre si; existe completa informação e conhecimento sobre 
o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; 
não existe habilidade das firmas para influenciar a procura de mercado 
mediante mecanismos extrapreços, como propaganda, melhoria de 
qualidade, mecanismos de comercialização; existem barreiras à entrada 
de novas firmas no mercado.
b) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um 
dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do 
mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos 
perfeitos entre si; existe assimetria de informação e conhecimento sobre 
o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; 
não existe habilidade das firmas para influenciar a procura de mercado 
mediante mecanismos extrapreços, como propaganda, melhoria de 
qualidade, mecanismos de comercialização; existem barreiras à entrada 
de novas firmas no mercado.
c) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um 
dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do 
mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos 
perfeitos entre si; existe assimetria de informação e conhecimento sobre 
o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; as 
firmas poderão influenciar a procura de mercado mediante mecanismos 
extrapreços, como propaganda, melhoria de qualidade, mecanismos 
de comercialização; não existem barreiras à entrada de novas firmas no 
mercado.
d) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um 
dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do 
mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos 
perfeitos entre si; existe completa informação e conhecimento sobre 
o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; 
não existe habilidade das firmas para influenciar a procura de mercado 
mediante mecanismos extrapreços, como propaganda, melhoria de 
qualidade, mecanismos de comercialização; não existem barreiras à 
entrada de novas firmas no mercado.
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
48
4. (Eletronorte/Economista/2006). Qual, dos seguintes pares de 
expressões, é incompatível?
a) Perfeita competição – muitos vendedores.
b) Monopsônio – um único comprador.
c) Monopólio – um único vendedor de um bem substituto próximo.
d) Oligopólio – poucas firmas vendendo produtos que são substitutos 
próximos.
e) Cartel – combinação formal de produtores.
5. Companhia de Gás da Bahia - BA (BAHIAGÁS/BA) 2006. Cada estrutura 
de mercado no mundo econômico apresenta características bem 
definidas a partir do número dos que exercem as atividades de oferta e 
de procura. Sobre a estrutura de mercado monopolista, é correto afirmar 
que:
a) No mercado monopolista ocorre uma concorrência duplamente 
imperfeita.
b) No mercado monopolista ocorre um grande número de vendedores 
e apenas um comprador.
c) Trata-se de um mercado de concorrência perfeita, caracterizado pelo 
grande número de participantes, nos dois lados considerados.
d) Não há alternativas possíveis para os compradores, estes ou comprarão 
do único produtor existente ou deixarão de consumir o produto.
e) Devido ao pequeno número de empresas dominantes, o controle 
sobre os preços favorece a ocorrência de práticas conspirativas, conluios 
e acordos que prejudicam o consumidor.
e) Existe um grande número de produtores; cada um dos produtores é 
pequeno em relação à dimensão do mercado; os produtos elaborados 
são homogêneos, sendo substitutos perfeitos entre si; existe um pequeno 
número de compradores que poderão afetar o preço do mercado; existe 
completa informação e conhecimento sobre o preço do produto por parte 
dos produtores e dos consumidores; não existe habilidade das firmas para 
influenciar a procura de mercado mediante mecanismos extrapreços, como 
propaganda, melhoria de qualidade, mecanismos de comercialização; não 
existem barreiras à entrada de novas firmas no mercado 
U1
49Concorrência perfeita e MonopólioConcorrência monopolística e oligopólio
Referências
BAER, W. A Economia brasileira. São Paulo: Nobel, 1996.
FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. 32. ed. São Paulo: Companhia Editora 
Nacional, 2005.
MANKIW, N. G. Introdução à economia. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2006.
PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de economia. 5. ed. São Paulo, 2006.
QUINTELLA, P., F. Análise econômica da criação da Ambev. 2013. Monografia 
(Graduação em Ciências Econômicas) – PUC: Pontifícia Universidade Católica, Rio de 
Janeiro, 2013.
REIS, Ana Clláudia et al. Fusão Nestlé e Garoto. Belo Horizonte, 2010. Disponível 
em: <http://www.sinescontabil.com.br/monografias/trab_profissionais/flaviane.pdf>. 
Acesso em: 30 jul. 2015.
SALVATORE, D. Microeconomia. 3. ed. São Paulo: Makron, 1996.
SARASSA, S. M.; VONIA, E. Fusão da Perdigão Sadia. IV JOPEC: Jornada de 
Pesquisas Econômicas, 2013. Disponível em <http://www.fahor.com.br/publicações/
JOPEC/2013/Fusao_daPerdigao.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2015.
Unidade 2
CONCORRÊNCIA 
MONOPOLÍSTICA E 
OLIGOPÓLIO
A competição monopolística é uma estrutura de mercado que não é 
perfeitamente competitiva. Como vocês verão durante a seção 2.1, possui 
aspectos semelhantes e aspectos divergentes dos mercados competitivos e dos 
mercados monopolizados. Em se tratando do mercado monopolístico, nosso 
foco será na determinação de preços e quantidades no curto e no longo prazo.
O oligopólio, uma estrutura de mercado em que poucos vendedores ofertam 
produtos similares ou idênticos, pode ser considerado como sendo uma estrutura 
de mercado intermediária, ou seja, não existe tamanha concorrência como 
acontece no mercado competitivo, mas também não é composto por apenas 
uma empresa, como no caso do monopólio. Assim, na seção 2.2, dedicaremos 
nossos esforços para tentar compreender como a pouca concorrência é vista aos 
olhos dos consumidores, e como a decisão estratégica de um oligopolista afeta o 
equilíbrio do mercado em geral.
Seção 1 | Equilíbrio monopolístico no curto e no longo prazo
Seção 2 | Os mercados oligopolistas
Avançando na nossa proposta, que visa à compreensão do funcionamento 
dos mercados, temos como objetivo principal, inicialmente, entender a 
estrutura de mercado conhecida como competição (ou concorrência) 
monopolística. Em um segundo momento, voltaremos nossa atenção 
para uma estrutura de mercado conhecida como oligopólio; e, por final, 
estudaremos três modelos de equilíbrio de mercado: o modelo de Cournot, o 
modelo de Stackelberg e o modelo proposto por Bertrand.
Alexander Luis Montini
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
52
As decisões estratégicas (em termos de preços praticados e quantidades 
produzidas) que conduzem ao equilíbrio de mercado são objetos de estudo de vários 
pesquisadores. Augustin Cournot, Stackelberg e Joseph Bertrand partem do modelo 
mais simples de oligopólio, que é quando temos apenas duas empresas dividindo o 
mercado (conhecido como duopólio), para tentar entender o comportamento da 
firma na busca pela maximização do lucro. Sendo assim, na seção 2.3, dedicaremos 
nosso tempo para apresentar aspectos relacionados aos três modelos propostos.
Seção 3 | Equilíbrio: Modelos de Cournot, de Stackelberg e 
 de Bertrand
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrênciamonopolística e oligopólio
U2
53
Introdução
Durante a Unidade 1 procuramos compreender os mercados competitivos e 
os mercados monopolistas, vimos como a concorrência existente no mercado 
competitivo leva a um equilíbrio que pode ser visualizado a partir do momento em 
que a curva de receita marginal (RMg) da empresa se iguala ao seu custo marginal 
(CMg). No caso do monopólio, também podemos visualizar que o processo de 
maximização de lucro se inicia da mesma forma que ocorre no mercado competitivo, 
só que o monopolista faz uso da curva de demanda para estabelecer seus preços 
(que são maiores do que os preços praticados em mercados com concorrência). 
Pindyck e Rubinfeld (2006) afirmam que empresas com poder de monopólio não 
exigem que a empresa seja monopolista pura, e que em muitos segmentos, ainda 
que diversas empresas estejam competindo entre si, cada uma tem pelo menos 
algum poder de monopólio; podem possuir controle sobre os preços, e podem 
cobrar valores superiores ao custo marginal. Nesta unidade estudaremos estruturas 
de mercado que, mesmo não sendo monopólio puro, podem fazer surgir o poder 
de monopólio. Vamos começar com a competição monopolística, no caso em 
questão a quantidade de poder de monopólio que a empresa exerce depende 
da diferenciação de seu produto em relação aos demais concorrentes. Pinho e 
Vasconcellos (2006) afirmam que a diferenciação dos produtos pode ocorrer por 
características físicas, pela embalagem, ou pelo esquema de promoção de vendas 
(como campanhas promocionais e fixação da marca na mente dos consumidores). 
A segunda estrutura de mercado que vai ser abordada na presente unidade é o 
oligopólio, um mercado onde apenas algumas empresas competem entre si e 
a entrada de novas empresas é dificultada. A mercadoria que produzem pode 
ser diferenciada, como no caso de automóveis e motocicletas; o mesmo ocorre 
com o setor de serviços, como no caso da telefonia móvel. Em alguns setores 
oligopolistas ocorre a cooperação, em outros casos ocorre a competição (que 
em algumas vezes tende a ser bem agressiva). De acordo com a interação entre 
as empresas concorrentes surgem o poder de monopólio e a lucratividade das 
respectivas empresas (PINDYCK RUBINFELD, 2006, p. 373). 
Ao final da unidade serão apresentados três modelos de equilíbrio de mercado 
que podem ocorrer em oligopólios: o de Cournot, o de Stackelberg e o de 
Bertrand. Os modelos em questão são úteis, pois desenvolvem hipóteses para o 
desenrolar do raciocínio e podem facilitar a compreensão do comportamento 
das empresas diante da concorrência. Assim, vamos dar início à seção 2.2, onde 
trataremos da estrutura de mercado conhecida como competição monopolística. 
Bom aprendizado!
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
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Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
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Seção 1
Equilíbrio monopolístico no curto e no longo prazo
Como vocês verão, a competição monopolística apresenta algumas características 
que remetem aos mercados competitivos, e outras características que se assemelham ao 
monopólio, contudo, indústrias monopolisticamente competitivas não se encaixam, em 
sua plenitude, no modelo competitivo e nem no de monopólio. Mankiw (2009, p. 331) cita 
o mercado de livros: quando você vai até uma livraria, pode encontrar uma infinidade de 
títulos e autores, o que o faz parecer competitivo, e como qualquer autor pode entrar no 
segmento, bastando escrever um livro, não se trata de um mercado altamente lucrativo. 
Por outro lado, cada livro é único, e as editoras têm alguma liberdade de escolha quanto ao 
preço que cobram, parecendo assim um mercado monopolístico. O exemplo apresentado 
pelos autores trata do mercado de livros, mas também pode ser aplicado a inúmeros 
outros mercados, como é o caso de artigos de luxo. No mercado de acessórios de luxo, 
nós podemos encontrar vários produtos semelhantes à nossa disposição, só que alguns 
dos acessórios disponíveis no mercado pertencem a marcas renomadas, e com isso 
(massificação da marca na mente dos consumidores), os clientes não conseguem enxergar 
uma concorrência, e passam a ver aquele produto como único, sem concorrência.
De acordo com Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 374), um mercado monopolisticamente 
competitivo possui duas características-chave:
Sobre elasticidade cruzada da demanda, você pode consultar o livro de 
Pindyck e Rubinfeld (2006, p.126). 
1. As empresas competem vendendo produtos diferenciados, 
altamente substituíveis uns pelos outros, mas que não são, 
entretanto, substitutos perfeitos. Em outras palavras, as elasticidades 
cruzadas de suas demandas são grandes, mas não finitas.
2. Há livre entrada e livre saída: é relativamente fácil a entrada de 
novas empresas com suas próprias marcas e a saída de empresas que 
já atuam no mercado, caso seus produtos deixem de ser lucrativos.
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Assim como ocorre no monopólio, na competição monopolística as empresas 
apresentam curvas de demanda decrescentes. Por isso elas possuem poder de 
monopólio, mas isso não implica lucros extremamente altos, isso ocorre porque 
existe a livre entrada e saída do mercado, o que faz com que a possibilidade de obter 
lucro estimule outras empresas a participarem do mercado, o que reduzirá os lucros 
econômicos. A seguir, voltaremos nossa atenção para a maximização do lucro da 
empresa competitivamente monopolística, e seu equilíbrio no curto e no longo prazo.
1.1 A empresa monopolisticamente competitiva no curto prazo
Conforme já dito, a empresa competitivamente monopolística se assemelha, em 
muitos aspectos, ao monopólio. O processo de maximização de lucros tem início a 
partir do momento em que a curva de custo marginal (RMg) se iguala à curva de receita 
marginal (CMg), e, com base na curva de demanda (como comentado no parágrafo 
anterior, é decrescente), ocorre a definição dos preços que serão praticados. 
No caso do gráfico 2.1 temos as curvas de Custo Marginal, Custo total médio, 
Demanda e Receita marginal. No exemplo em questão, percebe-se que o preço 
supera o custo total médio, de modo que a empresa obtém lucro.
Agora, vamos apresentar o gráfico 2.2, que mostra o equilíbrio da empresa 
competitivamente monopolista em uma situação de prejuízo:
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 2.1 – Empresa monopolisticamente competitiva em situação de lucro
Sobre o equilíbrio da empresa competitivamente monopolística, no curto 
prazo, e em situação de obtenção de lucro, consultar o livro: Mankiw 
(2009, p. 335).
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1.2 A empresa monopolisticamente competitiva no longo prazo
Uma situação como a que foi representada nos gráficos 2.1 e 2.2 pode não durar 
muito tempo, principalmente o que foi descrito no gráfico 2.1, isso porque, quando 
empresas apresentam lucros, existe um incentivo para que novas empresas entrem 
no mercado para ofertarem seus produtos
No gráfico 2.2, o preço é inferior ao custo total médio, assim, a empresa não é 
capaz de obter lucro, o máximo que ela pode fazer é tentar reduzir os prejuízos. De 
acordo com Mankiw (2009, p. 334): “Uma empresa monopolisticamente competitiva 
escolhe sua quantidade e seu preço da mesma maneira que o monopólio. No curto 
prazo, esses dois tipos de estrutura de mercado são semelhantes”.
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 2.2 – Empresa monopolisticamente competitiva em situação de prejuízo
Sobre o equilíbrio da empresa competitivamente monopolística, no 
curto prazo e em situação de prejuízo, favor consultar o livro: Mankiw 
(2009, p. 335).
Essa entrada aumenta o número de produtos dentre os quais 
os clientes podem escolher e, com isso, reduz a demanda 
da empresa para cada empresa já presente no mercado. Em 
outras palavras, o lucro incentiva a entrada, a qual desloca 
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para a esquerda as curvas de demanda com que deparam as 
empresas já existentes.

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