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ACNE E ROSACEA

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APERFEIÇOAMENTO EM ACNE E ROSÁCEA
E
S
T
É
T
IC
A
© Senac-SP 2007
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO SENAC NO ESTADO DE SÃO PAULO
Gerência de Desenvolvimento
Cláudio Luiz de Souza Silva
Coordenação Técnica
Patrícia Torres
Apoio Técnico
Elsie Maria Campos Lunardi
Elaboração do Material Didático
Maria de Fátima Lima Pereira
Edição e Produção
Edições Jogo de Amarelinha
APERFEIÇOAMENTO EM ACNE E ROSÁCEA
2007
4
Aperfeiçoamento em Acne e Rosácea
Senac São Paulo
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO / 6
EMULSÃO EPICUTÂNEA
SEBORRÉIA
2. ACNE / 7
DEFINIÇÃO
ETIOPATOGENIA
Conceito
Localização
Hiperqueratinização do ducto folicular
Alterações bioquímicas do sebo
Hiperatividade dos microorganismos cutâneos (bactérias)
Mediadores da infl amação
3. PROCESSO DE EVOLUÇÃO DA ACNE – LESÕES MAIS FREQÜENTES / 10
OCORRÊNCIAS CLÍNICAS
Comedão aberto ou ponto preto
Comedão fechado ou ponto branco
Pápula infl amatória e pústula
Nódulo
Cisto
Abscesso
Cicatriz
Milium
CLASSIFICAÇÃO DA ACNE
Acne não-infl amatória
Acne infl amatória
TIPOS DE ACNE
Acne vulgar
Acne do recém-nascido
Erupções acneiformes
4. MITOS E VERDADES A RESPEITO DA ACNE / 15
5. TERAPÊUTICA / 17
TERAPÊUTICA CLÍNICA TÓPICA
Atuação na população bacteriana
Atuação na hiperqueratinização
Atuação no processo infl amatório
Atuação hormonal (antiandrógenos)
TERAPÊUTICA CLÍNICA SISTÊMICA
Atuação na população bacteriana
Atuação na hiperqueratinização
Atuação na produção sebácea
Atuação hormonal (antiandrógenos)
Atuação no processo infl amatório
TERAPÊUTICA EM CONSULTÓRIO
5
Aperfeiçoamento em Acne e Rosácea
Senac São Paulo
6. CUIDADOS ESTÉTICOS GERAIS / 20
A AVALIAÇÃO
OBJETIVOS PROFISSIONAIS
ATUAÇÃO DO ESTETICISTA
PARCERIA MÉDICO-ESTETICISTA
PROCEDIMENTOS EM CABINE
Assepsia
Formas cosméticas mais utilizadas
Aplicação dos diferentes tipos de excipientes
Ficha de avaliação
TRATAMENTO ESTÉTICO
Controle da oleosidade e/ou acne de graus I e II
Controle da acne de graus III e IV
PRINCÍPIOS ATIVOS MAIS UTILIZADOS
Descongestionantes
Antioleosidade
Esfoliantes físicos
Esfoliantes químicos
Antiacne
7. ACNE ROSÁCEA / 31
CONCEITO E ETIOLOGIA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
TERAPÊUTICA CLÍNICA TÓPICA
TERAPÊUTICA CLÍNICA SISTÊMICA
CUIDADOS ESTÉTICOS GERAIS
Protocolo
8. OBSERVAÇÕES FINAIS / 34
6
Aperfeiçoamento em Acne e Rosácea
Senac São Paulo
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Emulsão epicutânea
Também chamada de manto hidrolipídico, a emulsão epicutânea é caracterizada pela asso-
ciação da secreção aquosa produzida pelas glândulas sudoríparas e da secreção oleosa pro-
duzida pela glândula sebácea. Tem como função proteger a epiderme e oferecer também 
condições adequadas de vida à flora bacteriana.
O manto hidrolipídico é formado por uma mescla de sebo cutâneo e água, que se traduz na 
presença de triglicerídeos, colesterol, ésteres de colesterol e fosfolipídeos.
As secreções das glândulas sebáceas e sudoríparas originam a formação de um manto ligei-
ramente ácido sobre a superfície da pele, com um pH entre 5 e 6. Esse revestimento ácido 
tem função protetora, inibindo o desenvolvimento de bactérias e fungos na pele.
Seborréia
Caracteriza-se fundamentalmente pela hiperprodução de sebo pela glândula sebácea em 
áreas específicas como a região centro-facial, as costas, o peito, o pescoço e às vezes os 
braços. Deixa a pele mais oleosa, brilhante, com óstios dilatados e pode ou não desenca-
dear acne.
Podemos considerar que as origens da seborréia são de ordem tanto interna quanto ex-
terna. Entre as causas internas, é possível citar hereditariedade, zona cutânea, alimenta-
ção, desequilíbrio nervoso (estresse) e intoxicações medicamentosas. De caráter externo, 
destacam-se certas agressões por medicamentos ou cosméticos, além de modificações 
bioquímicas locais.
De acordo com numerosos autores, o sebo é formado pelos seguintes componentes: es-
qualeno (hidrocarboneto insaturado); esteróis, entre os quais se encontram principalmen-
te o colesterol e o calciferol; e ácidos e álcoois graxos livres ou combinados em moléculas 
complexas (glicerídeos, fosfolipídeos), ou em ceras que resultam da esterificação dos áci-
dos graxos com esteróis ou álcoois de alto peso molecular.
7
Aperfeiçoamento em Acne e Rosácea
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Defi nição
A acne vulgar ou juvenil é uma afecção da unidade pilossebácea e constitui uma das derma-
toses mais freqüentes. Caracteriza-se pela hiperprodução de sebo pela glândula sebácea. 
A acne é uma doença inflamatória crônica que acomete o folículo piloso sebáceo, e afeta 
80% da população no período da puberdade. Pode também aparecer na vida adulta e até 
no recém-nascido.
Etiopatogenia
Conceito
Não há causa única para a acne, mas uma série de fatores relacionados ao quadro. Trata-se 
de uma enfermidade multifatorial.
As lesões da acne podem ser decorrentes da obstrução dos folículos pilossebáceos e de 
diversos fatores, listados a seguir:
• hereditariedade;
• alterações hormonais;
• aumento da secreção sebácea;
• hiperqueratinização com obstrução dos folículos pilossebáceos;
• alteração da flora bacteriana;
• reação inflamatória local;
• estresse e fadiga; 
CAPÍTULO 2
ACNE
8
Aperfeiçoamento em Acne e Rosácea
Senac São Paulo
• menstruação;
• higiene deficiente;
• manipulação constante;
• uso de cosméticos inadequados ou de má qualidade.
Localização
As acnes ocorrem normalmente na região centro-facial, peito, costas, pescoço e com me-
nos freqüência nos braços.
Hiperqueratinização e obstrução do ducto folicular
Normalmente o sebo cutâneo desliza e é lançado na superfície cutânea; o ducto folicular 
fica preenchido com esse sebo e perde a fluidez, comprimindo e aumentando o volume 
interno das glândulas. Entretanto, o sebo cutâneo que se exterioriza com dificuldade pelo 
canal excretor mistura-se com a queratina produzida pelos queratinócitos. Essa queratina 
aparece na seqüência da degradação do sebo cutâneo pelas lipases, que liberam ácidos gra-
xos de cadeia curta, muito irritantes e que, atacando as próprias células limitantes do canal, 
iniciam um processo de degradação.
A produção do sebo está sob controle hormonal dos androgênios. Esses hormônios são 
produzidos por ovários, testículos e supra-renais. O androgênio é ativado na própria glân-
dula sebácea por uma enzima chamada 5-α-redutase. Os androgênios produzidos pelas 
supra-renais são os que mais estimulam a produção sebácea.
O chamado “ponto negro” (comedão de cabeça aberta) é provocado pelo acúmulo de me-
lanina na pele, embora o contato com a atmosfera poluída e alguns processos de oxidação 
possam contribuir para o escurecimento cutâneo.
Alterações bioquímicas do sebo
A pressão exercida na glândula pelo excesso de sebo pode provocar a sua ruptura na der-
me, dando origem ao processo inflamatório na zona de contato, devido à ação irritante dos 
ácidos livres. Forma-se assim, externamente, a pápula vermelha que indica existência de 
afecção não-patogênica.
A presença de agentes patogênicos provoca o aparecimento de bolsas de ar com pontos 
brancos, indicando a existência de pus. Normalmente ocorre cicatrização, que pode ou 
não deixar marcas inestéticas na região, e talvez uma nova erupção possa ocorrer em outra 
glândula.
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Hiperatividade dos microorganismos cutâneos (bactérias)
Dos microorganismos isolados na pele e dutos pilossebáceos de partes com acne, o princi-
pal é o Propionibacterium acnes, que possui enzimas capazes de transformar os triglicérides 
do sebo em ácidos graxos livres que provocam irritação e inflamação no folículo.
Mediadores da inflamação
A causa da reação inflamatória é desconhecida. É provável que o Propionibacterium acnes 
elabore um peptídeo de pequeno peso molecular que age como fator extracelular ao pe-
netrar a parede folicular, atraindo leucócitos polimorfonucleares para os microcomedões 
intactos e dando início ao processo inflamatório. O P. acnes também é um potente ativador 
do complemento pela via clássica, uma vez que antígenos do P. acnessejam complexados 
com seus anticorpos específicos. A ativação libera enzimas hidrolíticas dos neutrófilos que 
rompem a parede folicular. Uma vez danificada a parede do folículo, vários substâncias 
semelhantes à prostaglandina, aminoácidos, ácidos graxos de cadeia curta e lipases são 
produzidas pelas células inflamatórias e pelo P. acnes. Essas substâncias são expelidas dentro 
da derme, causando a inflamação.
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Aperfeiçoamento em Acne e Rosácea
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Ocorrências clínicas
Comedão aberto ou ponto preto
Tem cor enegrecida e é provocado pelo acúmulo de melanina na pele e não pela oxidação 
da queratina ou sebo. Quando se examina o comedão com luz de Wood, pode-se encon-
trar uma cor vinho, devido à produção de porfirina pelo P. acnes.
CAPÍTULO 3
PROCESSO DE 
EVOLUÇÃO DA 
ACNE – LESÕES MAIS 
FREQÜENTES
folículo pilossebáceo + androgênios = 
hipersecreção sebácea pele oleosa (lipídica)
pele oleosa (lipídica) + influência genética + 
hiperqueratizinação e obstrução do folículo = 
formação de comedões (abertos ou fechados).
comedões + flora bacteriana alterada (P. acnes) = 
liberação de substâncias irritantes + respostas imunológicas = 
formação de pápulas inflamatórias, pústulas, cistos e abscessos
rompimentos destas lesões = 
ulceração + reparação desses processos destrutivos = 
formação de cicatrizes
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Comedão fechado ou ponto branco
Seu aspecto é esbranquiçado por pequena atividade dos melanócitos. Diferencia-se por 
apresentar material queratinoso menos compacto e orifício folicular estreito e sem disten-
são. É a principal localização de lesões inflamatórias da acne.
Pápula inflamatória e pústula
São lesões eritematosas inflamadas, indicam a atividade da doença e ao desaparecerem 
deixam máculas avermelhadas ou pequenos nódulos fibrosos. Caracterizam-se por le-
são sólida e superfície lisa, com elevação de 1 cm de diâmetro. A seborréia está sempre 
presente.
Nódulo
Mesmo processo inflamatório da pápula, mas de maior intensidade. Devido à ruptura da 
parede folicular, há reação inflamatória aos corneócitos e bactérias. Essa reação atinge a 
profundidade do folículo até o pêlo, formando-se nódulos furunculóides. No interior des-
ses nódulos, que contêm corneócitos degenerados, pode ocorrer a formação de pus.
Cisto
Forma-se a partir da oclusão dos óstios foliculares. Diferencia-se dos comedões fechados 
pelo seu tamanho e pelo espessamento da parede glandular, formando uma verdadeira 
cápsula. Inflama facilmente.
Abscesso
Coleção de pus na pele, circunscrito, proeminente, de tamanho variado; apresenta sinais 
de inflamação, com calor, dor e flutuação.
Cicatriz
Ocorre em conseqüência de um processo de reparação após a destruição da pele. A cica-
triz pode resultar de lesão papulosa, cística e de canais pilossebáceos permanentemente 
dilatados pela fibrose.
Milium
Pequeno cisto epidérmico, arredondado e branco, de cor esbranquiçada pelo acúmulo de 
queratina.
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Classifi cação da acne
Tipo de pele Tipo de lesão
Acne não-inflamatória
Grau I ou comedoniana Pele oleosa Comedões
Acne inflamatória
Grau II ou pápulo-pustulosa
Grau III ou nódulo-cístico
Grau IV ou conglobata
Grau V ou fulminans
Pele oleosa
Pele oleosa
Pele oleosa
Pele oleosa
Comedões
Pápulas
Pústulas
Comedões
Pápulas
Pústulas
Nódulos
Cistos
Comedões
Pápulas
Pústulas
Nódulos
Cistos
Cicatrizes
Abscessos
Forma rara, 
pode apresentar-
se em acne 
nódulo-cístico 
ou conglobata, 
acompanhada de 
febre súbita.
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Tipos de acne
Acne vulgar
A acne vulgar é a mais comum na adolescência, atingindo cerca de 80% dos jovens em 
uma faixa etária de 13 a 19 anos, em média. Relaciona-se freqüentemente com as alte-
rações hormonais inerentes a essa fase da vida, e evolui com períodos de exacerbação e 
calmaria.
Acne do recém-nascido
É rara, mas pode ser bastante inflamatória. Relaciona-se à presença de hormônios passados 
pela mãe para o bebê. Localiza-se no nariz e nas regiões malares; geralmente desaparece 
sem tratamento.
Erupções acneiformes
São afecções que se assemelham por apresentar lesões pápulo-pustulosas foliculares com 
ou sem comedões. Estão ligadas a fatores predisponentes e agravantes (condições cutâ-
neas propícias) e fatores desencadeantes (substâncias ou drogas indutoras). As erupções 
acneiformes classificam-se em:
Acne por cosméticos: é a forma mais freqüente nas mulheres de 30 a 40 anos. Obser-
vam-se comedões, pápulas e pústulas principalmente na face. O tratamento consiste na 
avaliação do tipo de produto cosmético que o cliente/paciente utiliza e se esse produto 
é comedogênico. O uso excessivo de sabões pode ter ação comedogênica pela ação dos 
ácidos graxos, fato observado em alguns sabões medicamentosos com hexaclorofeno.
Acne ocupacional: é uma dermatose profissional, por decorrer do manuseio de produtos 
peculiares a certas profissões ou atividades específicas. Um exemplo é a acne clórica ou clo-
racne, desencadeada pelo contato com compostos orgânicos clorados, encontrada em tra-
balhadores da indústria química ou em nadadores (pelo contato com o cloro da piscina).
Acne estival: é denominada por autores estrangeiros “acne de mallorca”, por ter sido 
relatada pela primeira vez em turistas na ilha de Mallorca, na Espanha. Caracteriza-se por 
pápulas e pústulas, com poucos comedões; atinge face, dorso, ombros e pescoço. Alguns 
autores atribuem o seu aparecimento no verão ao edema do orifício folicular pela sudorese 
excessiva, com inflamação subseqüente.
Acne escoriada: aparece devido à manipulação inadequada, geralmente feita pelo pró-
prio cliente/paciente, que pode provocar infecção generalizada e deixar cicatrizes. É muito 
freqüente em mulheres. Pode ser caracterizado por quadro neurótico ou psicótico, com 
escoriações e cicatrizes.
Acne medicamentosa: provocada pelo uso de pomadas e cremes, principalmente 
em áreas seborréicas, podendo induzir a formação de comedões e pápulas. É causada 
por veículos (vaselina, lanolina, filtro solar) ou por medicamentos incorporados, como 
corticóides.
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Aperfeiçoamento em Acne e Rosácea
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Acne por fricção: sua formação pode ser devida ao contato com faixas, bonés, carneiras 
de chapéus ou capacetes. As lesões se formam na área em oclusão, com ação irritativa e 
infecção secundária. Uma forma freqüente é observada no pescoço de violinistas.
Acne hormonal: provocada por distúrbios hormonais, tanto na mulher quanto no ho-
mem. Na mulher, a causa mais freqüente é a síndrome do ovário micropolicístico.
Acne pré-menstrual: aparece no período pré-menstrual por influências psicológicas 
(nervosismo, irritabilidade) e pelo aumento da progesterona, que leva ao aumento de an-
drogênios e altera a produção de sebo neste período.
Acne na gravidez: aparece em geral no final da gravidez, com o aumento da produção de 
androgênios; a tendência é regredir.
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Aperfeiçoamento em Acne e Rosácea
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• Nunca – nunca mesmo – esprema uma espinha (pústula) ou cravo (comedão aberto 
ou fechado). Esse ato pode contribuir para a proliferação das lesões e promover um 
fenômeno chamado “acne factício”, que é a acne desencadeada pelo próprio paciente/
cliente.
• Não lave excessivamente a face, pois isso pode levar a um fenômeno chamado “efeito 
rebote”: quanto mais removemos a oleosidade da pele, mais oleosidade provocamos.
• Masturbar-se não desencadeia acne.
• Antigamente acreditava-se que certos alimentos, principalmente o chocolate, desenca-
deavam acne. Hoje se sabe que essa crença é falsa; porém, vale ressaltar a importância 
de uma alimentação adequada, sem excessos, como prática saudável e recomendável.
• Evite aplicar na face com acne produtos oleosos, como cremes, pomadas, emplastos 
ou qualquer outro produto que possa obstruir os óstios.
• A prática de esportes não provoca nem piora a acne.
• Aplicar receitascaseiras não é recomendável. Pasta de dentes, anti-sépticos e curativos 
oclusivos não servem para tratar a acne.
• Acne é uma doença e deve ser tratada como tal.
• É incorreta a crença de que a acne, por estar relacionada à adolescência, se resolve 
com o fim dessa fase e por isso não necessita de tratamento. Além de incômoda, do-
lorida e feia, a acne pode deixar seqüelas danosas, e às vezes irreversíveis.
CAPÍTULO 4
MITOS E VERDADES 
A RESPEITO DA ACNE
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• A acne, apesar de ser uma infecção, não é contagiosa.
• Espremer a pústula ajuda a conter a inflamação.
• Lavar o rosto várias vezes ao dia ajuda a melhorar a acne.
• O uso de anticoncepcionais piora a acne.
• A menstruação piora a acne por fatores hormonais.
• Cicatrizes de acne não têm cura.
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Aperfeiçoamento em Acne e Rosácea
Senac São Paulo
Terapêutica clínica tópica
Atuação na população bacteriana
Antibióticos: em soluções ou géis, são pouco absorvidos, com raros efeitos colaterais sis-
têmicos. Eritromicina (Ilosone, Eritrex, Eryacnen, Stiemycin, Pantomicina) a 2%; Clinda-
micina (Clinagel) a 1%
Peróxido de benzoíla (Panoxyl, Benzagel, Nenzasoap, Benzashave, Benzac wash, Benzac, 
Solugel): não é um antibiótico, mas penetra no folículo diminuindo a proliferação de 
P. acnes. Utilizado em forma de sabões, soluções e géis tópicos (2.5, 5 ou 10%).
Ácido azeláico (Azelan): também usado como clareador, diminui a flora bacteriana.
Associação de eritromicina com peróxido de benzoíla (Benzagel-eritromicina): mais efetiva 
que os dois agentes isolados, essa associação é muito instável e deve ser conservada em 
geladeira.
Associação de eritromicina com azuleno (Eritrex A): a presença do azuleno ajuda no con-
trole de lesões muito inflamatórias.
Atuação na hiperqueratinização
Procedimentos dessa natureza visam à quebra de queratina, descamação e retirada de 
comedões. Deixam a pele mais fina e abrem comedões fechados, ou facilitam a saída das 
rolhas de comedões abertos.
Ácido salicílico: encontrado em sabonetes (Sastid, Salisoap), pode ser formulado em con-
centrações de até 5% com importante efeito queratolítico, bom para pacientes que apre-
sentem reações aos retinóides. Dermax é um sabonete formulado com ácido salicílico e 
enxofre. Dermotivin é específico para pele oleosa.
CAPÍTULO 5
TERAPÊUTICA
18
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Resorcina: também é freqüente o uso de sabonetes que contenham resorcina. Pode ser 
formulada para uso diário ou utilizada em peelings.
Alfahidroxiácidos: o ácido glicólico é mais utilizado como queratolítico para acne, alguns 
pacientes apresentam irritação importante, principalmente devido ao pH da formulação.
Retinóides: a tretinoína (Retim A, Vitanol, Retacnyl), que pode ser administrada em gel, 
creme ou loção, é o mais antigo retinóide utilizado para o tratamento de lesões comedo-
neanas da acne. A isotretinoína (Isotrex), encontrada em gel, é menos irritante a tretinoína. 
O adapalene (Diferin), menos irritante que os anteriores, é o mais recente no mercado.
Atuação no processo inflamatório
� Os principais produtos dessa categoria são a pasta d’água, o enxofre, o peróxido de 
benzoíla e a nicotinamida.
Atuação hormonal (antiandrógenos)
� Geralmente necessitam de formulação. Os principais são a flutamida, a espironolacto-
na e o finasteride.
Terapêutica clínica sistêmica
Atuação na população bacteriana
Tetraciclina (Tetrex): é o mais antigo antibiótico utilizado no tratamento da acne. É eficaz 
e segura, mas sua posologia é incômoda (várias tomadas diárias): em torno de 1 g/dia num 
período mínimo de um mês.
Minociclina (Minomax, Minoderm): mais efetivo que a tetraciclina, com doses de 50 a 
100mg/dia, também por pelo menos um mês.
Clindamicina (Dalacin): dose de 450mg/dia, seu uso é restrito devido a efeitos colaterais, 
como a colite pseudomembranosa.
Dapsona: utilizada para quadros mais graves, com doses de 50 a 100mg/dia. É muito tóxica 
e, por isso, seu uso é reservado.
Atuação na hiperqueratinização
Isotretinoína (Roacutan): tratamento mais utilizado atualmente para acne graus II grave, III 
e IV. Deve ser ingerida por um período mínimo de cinco meses, em dose média de 1mg/kg-
peso/dia. Tem muitos efeitos colaterais, que devem ser monitorados com exames de san-
gue. Causa a atrofia das glândulas e a normalização do processo de queratinização. Devido 
à diminuição na produção sebácea, atua também diminuindo a população bacteriana.
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Atuação na produção sebácea
Além dos retinóides, como a isotretinoína (Roacutan), há o zinco, que pode ajudar no 
controle da produção de sebo, embora seja pouco utilizado.
Atuação hormonal (antiandrógenos)
Acetato de ciproterona: em forma de contraceptivo, associado ao estrógeno (Diane 35).
Estrógeno: em forma de contraceptivos orais, associado ao acetato de ciproterona (Diane 35).
Flutamida (sem nome comercial): deve ser formulada; tem muitos efeitos colaterais, sendo 
reservada para casos de hiperandrogenismo importante, na acne hormonal.
Atuação no processo inflamatório
Antiinflamatórios não hormonais: ibuprofen (Advil, Motrin).
Corticosteróides: reservados para quadros inflamatórios mais graves.
Terapêutica em consultório
Infiltração intralesional de triancinolona: diluída de 2,5 a 5mg/ml, é injetada em cistos, pápu-
las ou nódulos inflamatórios isolados, levando à resolução mais rápida das lesões.
Drenagem de cistos: algumas vezes este procedimento é necessário para proporcionar 
alívio ao paciente, mas deve ser evitado, já que a cicatriz residual é importante.
Peelings: os superficiais são utilizados para afinamento da pele, retirada de manchas e cica-
trizes rasas; os médios e profundos para retirada de cicatrizes atróficas mais fundas.
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A avaliação
A avaliação é de fundamental importância no levantamento dos dados pessoais do cliente/
paciente, assim como na obtenção de informações sobre hábitos, cuidados específicos com 
a pele, tratamentos anteriores etc. A lista abaixo indica possíveis informações que deverão 
constar na ficha de avaliação:
• dados pessoais;
• exame objetivo (visual, palpação, lupa);
• hábitos alimentares e higiênicos;
• problemas emocionais;
• tratamentos anteriores ou atuais (nome, telefone, telefone médico);
• antecedentes alérgicos;
• definir/classificar biótipo e lesões elementares (cor, espessura, superfície);
• bom relacionamento entre paciente e a esteticista é primordial;
• verificar sinais de hiperandrogenismo em pacientes/clientes do sexo feminino (excesso 
de hormônio masculinizante; hirsutismo; alopecia; alterações menstruais);
• tratamento cosmético realizado;
• higiene do couro cabeludo;
• orientação ao cliente/paciente.
CAPÍTULO 6
CUIDADOS 
ESTÉTICOS 
GERAIS
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Objetivos profissionais
• higienizar e desengordurar a pele (adequação cosmética);
• atenuar secreção sebácea;
• manter a fluidez sebácea;
• desobstruir óstio folicular;
• extrair material seborréico retido;
• não pressionar lesões sólidas;
• orientar e apoiar o cliente/paciente;
• não intervir na orientação médica.
Nota: é importante salientar que o profissional esteticista atuará principalmente em acnes 
de grau I (comedoniano) e II (nesse caso apenas quando for uma afecção moderada). Nos 
demais graus (graus II severo, III e IV), deverá ter indicação do médico dermatologista.
Atuação do esteticista
Na acne vulgar grau I e em quadros moderados de grau II, o esteticista deverá proceder 
da seguinte maneira:
• utilizar técnicas adequadas de extração;
• indicar cosméticos (esfoliantes, queratolíticos, normalizadores da secreção sebácea e 
bactericidas);
• conquistar adesão do cliente/paciente ao tratamento (médico e/ou estético) em função 
das orientações e esclarecimentos de ordem geral;
• acompanhar e avaliar periodicamente o tratamento.
Parceriamédico-esteticista
A parceria entre os profissionais dermatologista e esteticista é fundamental e necessária 
para a obtenção de bons resultados. Cada um dos profissionais deve ter bem claro seu 
espectro de atuação; cabem ao esteticista os papéis de coadjuvante no acompanhamento 
da acne e de apoio ao cliente/paciente na adesão ao tratamento. Esse apoio é muito im-
portante por transmitir confiança e demonstrar o domínio científico do quadro clínico pelo 
esteticista.
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Em complemento à atividade do dermatologista (geralmente as consultas médicas têm pe-
riodicidade mensal), o esteticista deverá cuidar da assepsia da acne, promovendo boa higie-
nização, afinamento quando necessário, extração adequada, correção da pele e proteção, 
com objetivo de atenuar a secreção sebácea e a obstrução óstio-folicular; também será 
responsável pela extração do material córneo e pela manutenção da integridade da pele.
Procedimentos em cabine
Assepsia
Cuidar da assepsia do instrumental e do ambiente de trabalho é fundamental e obrigatório. 
Pisos e paredes devem ser higienizados com 10 ml de água sanitária (hipoclorito de sódio) 
a 2% em 1 litro de água; a superfície dos móveis e bancadas, com álcool a 25% e propile-
noglicol a 10%; curetas devem ser imersas durante 30 minutos no Cidex (glutaraldeído a 
2%) ou autoclave; material inox lavado com água e sabão; eletrodos de vidro higienizados 
com álcool a 70%.
Formas cosméticas mais utilizadas
• soluções aquosas e hidroalcoólicas;
• suspensões de pós finos;
• géis de base aquosa;
• loções oil free;
• pós esfoliantes;
• máscaras calmantes.
Aplicação dos diferentes tipos de excipientes
Soluções e suspensões: são formadas pela combinação de duas ou mais substâncias. Quan-
do se fala em suspensões, em geral está-se referindo a um sólido (pó) disperso em um 
líquido. Freqüentemente as loções secativas ou secantes são aplicadas sobre lesões tipo 
pústulas. Tais soluções têm a capacidade de adsorver secreções.
Adstringentes: provocam uma constrição (diminuição) temporária dos óstios foliculares. 
Têm também a capacidade de remover eventuais resíduos deixados pelo leite de limpeza 
ou loção de limpeza (é importante salientar que em peles acnéicas deve-se evitar loções ou 
leite de limpeza oleosa; em geral são prescritos sabões específicos para pele acnéica).
Cicatrizantes: aceleram a regeneração dos tecidos (cicatrização).
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Secativos: são substâncias capazes de adsorver gordura, umidade e exsudatos.
Anti-seborréicos: são substâncias geralmente adstringentes e secativas que atuam dimi-
nuindo a secreção sebácea.
Descamativos: são substâncias que atuam superficialmente (quando aplicadas pelo profis-
sional esteticista), exercendo seu efeito sobre os extratos epicutâneos. Liberam a superfí-
cie da pele das secreções emulsionadas e das células córneas já desprendidas ou prestes a 
se desprender.
Queratolíticos: “amolecem” e dissolvem as células córneas que se mantêm aderidas em 
peles excessivamente queratinizadas (caso do acnéico). Seu uso deve ser controlado, visto 
que pode ser irritante caso a pele não se encontre espessada.
Esfoliantes: são substâncias com intenso e rápido efeito queratolítico, provocando desca-
mação acelerada e em grande quantidade das camadas córneas superficiais (ação química). 
Quando o esfoliante contém grânulos (microgrânulos de polietileno micronizado ou abri-
có), caso em que deve ser aplicado e manipulado pelo profissional, dizemos que esta é uma 
esfoliação de ação física. É importante destacar que os peelings de ação física só poderão 
ser aplicados sobre área de comedões; deve-se, então, evitar áreas onde haja inflamação 
ativa (como pústulas e abscessos).
Máscaras: devem ser de fácil aplicação e remoção, e não devem conter em sua composição 
produtos que tenham ação sensibilizante. O efeito das máscaras está diretamente relacio-
nado às substâncias ativas incorporadas. Esse efeito, no caso da acne, poderá ser adstrin-
gente, calmante, secativo e/ou relaxante, antiinflamatório e antiedematoso.
Ficha de avaliação
• investigação usual (ver primeiro item deste capítulo);
• listar lesões e localização;
• definir grau da acne;
• acompanhar reações da pele;
• recomenda-se informar o médico quanto ao tratamento prescrito.
Tratamento estético
Controle da oleosidade e/ou acne de graus I e II
Na acne grau I, deve-se lembrar que a lesão mais freqüente é o comedão aberto ou fechado, 
que a pele poderá ou não encontrar-se queratinizada e que necessitará preferencialmente 
de ações que envolvam: afinamentos; emolientes (bandagens); assepsia pós-extração; uso 
adequado de equipamento pós-extração; aplicação de drenagem linfática ou técnica de di-
gitopressão, que aliviará a congestão desencadeada pela manipulação das lesões; máscaras 
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descongestivas; e boa orientação domiciliar caso o cliente/paciente não esteja fazendo uso 
de medicação prescrita pelo dermatologista. Se houver prescrição médica, endossar seu 
uso e orientar para que, em qualquer intercorrência, o cliente/paciente entre em contato 
com seu médico.
Higienização: loções, géis e sabonetes líquidos ou cremosos por exemplo com ativos vege-
tais e/ou antissépticos (cânfora, mentol, ácido bórico).
Afinamento:
• peeling físico – agentes abrasivos como grânulos sintéticos (microesferas de polietile-
no), grânulos minerais (óxido de silício e quartzo), cavalinha (rica em óxido de silício) 
adicionados a sabonetes cremosos, loções ou géis;
• peeling químico – ácido glicólico, betahidroxiácido, ácido mandélico;
• peeling de cristal – dióxido de alumínio.
Emoliência para a extração:
• aquecimento com vapor de ozônio durante cinco minutos;
• compressas com solução amolecedora (trietanolamina, lauril éter sulfato de trietanola-
mina, carbonato ou salicilato de sódio).
Extração
• Comedões abertos – em lesões com um tampão queratínico grande, retirá-lo com a 
ponta de agulha descartável antes de iniciar a remoção do filamento seborréico.
• Comedões fechados – são previamente lancetados com a ponta de uma agulha descar-
tável, podendo ser retirados por espremeção ou com a ponta de uma cureta.
Equipamento: aplicação da alta freqüência por fulguração ou fluxação, tem como objetivo 
promover efeito bactericida e cicatrizante.
Peeling químico: poderá ser aplicado se o profissional esteticista tiver experiência, e prin-
cipalmente se trabalha em consultório médico. Recomenda-se sete peelings de resorcina a 
20% ou 30% (efeito bactericida).
Máscaras descongestionantes e/ou calmantes: camomila, azuleno, bentonita, caulim, óxido 
de zinco, alfa-bisabolol, mentol etc.
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Controle da acne de graus III e IV
O profissional deverá checar minuciosamente a pele do cliente/paciente que apresenta 
esse tipo de acne. É necessário observar se ele está ou não fazendo uso de medicamento 
tópico ou sistêmico (prescrito pelo médico); em caso afirmativo, verificar as condições da 
pele, se está sensibilizada por uso de ácidos ou queratolíticos, se está irritada, e ressaltar ao 
cliente/paciente que a medicação tópica deverá ser suspensa por 48 horas antes de qual-
quer procedimento estético e 48 horas após ter se submetido à assepsia da acne.
É importante salientar que o esteticista deverá manter contato com o médico do cliente/
paciente, com o intuito de informá-lo dos procedimentos estéticos e complementares aos 
quais está se submetendo. Isto faz com o trabalho seja, de fato, feito em parceria; o maior 
beneficiado será o paciente, que desfrutará de atendimento especializado e eficaz.
O objetivo do atendimento será minimizar eritemas permanentes, sensibilizações, hi-
perfunção das glândulas sebáceas e processos inflamatórios. Os procedimentos são os 
seguintes:
• higienização com leite de limpeza O/A;
• afinamento: pó secativo microesfoliante com manobrasmanuais leves;
• emoliência e extração, caso seja necessária e possível;
• assepsia: alta freqüência por fluxação sobre lesões ativas;
• descongestão: aplicar drenagem linfática com gel descongestionante ou bandagens 
com ativos descongestivos;
• máscaras descongestivas e/ou secativas caso a pele permita;
• finalização: aplicação de gel secativo ou loção secativa mais proteção solar.
Princípios ativos mais utilizados em acne rosácea
Descongestionantes
Extratos vegetais glicólicos:
• babosa (Aloe vera);
• calêndula;
• camomila;
• castanha-da-índia;
• melissa;
• pepino;
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• tepescohuit;
• tília;
• alecrim;
• aquiléia arnica;
• arruda;
• bardana;
• centelha-asiática;
• confrei;
• gengibre;
• gerânio;
• Ginkgo biloba;
• guaraná.
Outros:
• ácido glicirrízico;
• alfa-bisabolol;
• caviar HS;
• Epilami;
• Emolien;
• Fucogel;
• Helioxine;
• nitrato de cloreto de estrôncio;
• Phytossoma de escina;
• alantína;
• colesterol escina.
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Antioleosidade
• Aqua licorice PU;
• Biopol OE;
• Biotin B8;
• Cafeisilane;
• Capilisil;
• capuchinha (extrato glicólico);
• Cuivridone;
• Cytobiol íris;
• Dermatan sulfato;
• Epicutin;
• Glycosan de cafeína;
• Lipofirm;
• lipossomas de chá preto;
• óleo de alecrim;
• óleo essencial de melaleuca;
• Polytrap;
• Remoduline;
• Soluvit;
• Thodysterol;
• Sebosphere;
• Theophylisilane C;
• Zincidone.
Esfoliantes físicos
• Melafresh Exfol 100;
• Biodeads (microesferas de jojoba);
• microesferas de polietileno;
• sementes de abricó;
• macroesponjas esfoliantes com Dimeticone.
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Esfoliantes químicos
• ácido glicólico: até 12% pH 2,0 (ácido);
• ácido salicílico (betahidroxiácido): a 2% soluções ou 20% nanosferizado;
• resorcina: 20% a 30% (consultório médico);
• enxofre de 5% a 10% (peeling mínimo);
• MFA (mixed fruit acid complex): multicomposto de ácidos com concentrações de 
3,0% a 7,5%.
A biodisponibilidade está intimamente relacionada ao pH do produto: quanto mais ácido 
(o pH até 3 é considerado ácido), maior a penetração e a ação. Quando o ácido possui 
pH acima de 3,8 possui menor biodisponibilidade; conseqüentemente, possui menor ação 
queratolítica. Nesse caso, seu efeito é mais queratoplástico e de ação hidratante do que 
esfoliante.
O pH (que significa “potencial de hidrogênio”), mede a quantidade de H+ (hidrogênio) e 
OH- (hidroxila) de um meio (solução ou emulsão). Através de certos cálculos, essa medição 
é feita em uma escala:
0_______________________7______________________14
ácido neutro alcalino
pH ácido: menor que 7 H+ > OH- (predominância cargas positivas)
pH neutro: 7 H+ = OH- (equilíbrio entre cargas positivas e negativas)
pH alcalino ou básico: maior que 7 H+ < OH- (predominância de cargas negativas)
A relação entre a biodisponibilidade e o pH está exemplificada no quadro da página seguinte, 
com relação ao ácido glicólico.
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Concentração biodisponível de ácido glicólico em produtos tópicos:
pH
concentração 
inicial %
concentração 
biodisponível %
abaixo de 2 4, 8, 12, 20, 35, 50, 70 próxima da % inicial
0,6 70% próxima da % inicial
3,83 70% 70%
4,2 70% 35% da % inicial
4,2 50% 15% da % inicial
3,8 8% 4,2%
4,8 8% 1%
Antiacne
 AC NET;
 Antiacne complex;
 Anti-oil spheres;
 Aqua licorice PU;
 Asebiol;
 Bioecolia;
 Biopol OE;
 DSBC;
 ESA extract;
 extrato de sândalo;
 Glycosan copaíba;
 Regu-Seb;
 seborregulador;
 Tetracosm;
 Zincidone;
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 azeloglicina;
 Bioex antioleosidade;
 Cytobiol bardane;
 gluconolactona;
 Pholorogine;
 Takallophane;
 Tiolisina Complex 30;
 Ultraspheres de retinol;
 Willow Bark Extract.
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Conceito e etiologia
A rosácea é uma doença inflamatória crônica caracterizada por eritema, edema, telan-
giectasias e pápulas que podem ser acompanhadas de pústulas, nódulos e hipertrofia de 
glândulas sebáceas.
A etiologia ainda é desconhecida, sendo provável o envolvimento de vários fatores: heredi-
tariedade, dispepsia com hipocloridria gástrica, doença intestinal inflamatória e infestação 
pela bactéria Helicobater pylori, seborréia, ácaros Dermodex folliculorum, doenças endócri-
nas, carências vitamínicas, doenças microcirculatórias, hepatopatia e fatores psicogênicos.
Manifestações clínicas
Os doentes com rosácea apresentam uma predisposição para ruborização e vermelhidão, 
com diversos fatores desencadeantes: o calor, o frio, a radiação ultravioleta, as emoções, o 
álcool, as especiarias e as bebidas quentes.
Depois de meses ou anos, esse eritema torna-se permanente e são observados capilares 
dilatados (telangiectasias). O exame histológico nessa fase mostra-se um processo infla-
matório leve ao redor dos vasos sanguíneos. Posteriormente, desenvolvem-se as pápulas 
inflamatórias e as pústulas. Ocorre ainda edema subcutâneo e hipertrofia de glândulas se-
báceas, e a pele adquire um aspecto espessado.
O crescimento do volume do nariz (denominado rinofima) é observado na fase final da 
rosácea e é muito mais comum – mas não exclusivo – nos homens. Caracteriza-se pelo 
aparecimento de massas nodulares hipertróficas e eritematosas na porção distal do nariz. 
Dermodex folliculorum pode ser encontrado nos folículos inflamados no nariz. Mais rara-
mente há cistos, abscessos e cicatrizes. Nos olhos podem ocorrer irites, episclerites, con-
juntivites e blefarites.
CAPÍTULO 7
ACNE ROSÁCEA
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Terapêutica clínica tópica
Principais drogas utilizadas:
 Metrinidazol (Rozex);
 eritromicina (Ilosone, Eritrex A, Eryacnen, Stiemicyn);
 clindamicina (Clinagel, Clindacne);
 azuleno (associado a eritromicina: Eritrex A);
 alfa-bisabolol (formulado);
 digitoxina (formulado);
 filtros solares (não-gordurosos).
Terapêutica clínica sistêmica
Principais drogas utilizadas:
 tetraciclina (Tetrex);
 minociclina (Minomax, Minoderm);
 metronidazol (Flagyl);
 isotretinoína (Roacutan): em dose menor que a utilizada em acne não traz tantos efei-
tos colaterais, mas também não é um tratamento definitivo.
Cuidados estéticos gerais
Assim como nos casos de acne, a ficha de avaliação é de extrema necessidade no levanta-
mento dos dados pessoais do cliente/paciente com rosácea. Nessa fase, é importante ob-
ter informações sobre hábitos, cuidados específicos com a pele e tratamentos anteriores. 
Abaixo, segue um exemplo de lista de informações a serem obtidas do cliente/paciente:
• dados pessoais;
• exame objetivo (visual, palpação, lupa);
• hábitos alimentares e higiênicos;
• problemas emocionais;
• tratamentos anteriores ou atuais (contato do médico);
• medicamentos prescritos pelo médico;
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• antecedentes alérgicos;
• definir/classificar biótipo e lesões elementares (cor, espessura, superfície);
• bom relacionamento entre paciente e a esteticista é primordial;
• tratamento cosmético realizado;
• higiene do couro cabeludo;
• orientação ao cliente/paciente.
O acompanhamento da rosácea por profissionais de estética deve obrigatoriamente estar 
associado ao tratamento dermatológico e consiste principalmente em descongestionar a 
pele, fazendo uso de ativos calmantes e de muita bandagem facial com produtos em tem-
peratura ambiente. Deve-se evitar vapores, calor de qualquer espécie e frios intensos. Não 
se deve promover grandes manipulações na pele do paciente com rosácea. O recurso da 
drenagem linfática, por outro lado, é bastante recomendável.
Protocolo
• higienização: leite de limpeza O/A com ativos descongestionantes;
• bandagens: compressas com loções (em temperatura ambiente) que promovam des-
congestão na pele;
• drenagem linfática manual;
• máscara descongestionante: usar géisou sérum, e evitar máscaras em pó, pois elas 
aderem de tal forma à pele que, ao removê-las, deverá ser feita fricção da mão sobre 
a pele, o que causará aumento circulatório local;
• finalizar com gel descongestionante e proteção solar, que poderá ter suave coloração.
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Cuidar do paciente acnéico requer, do profissional esteticista, boas doses de paciência, 
dedicação, profissionalismo, humildade, determinação, disciplina, bom humor, bom senso 
e muito conhecimento técnico.
O mais importante no acompanhamento da acne é que as lesões sejam, dentro do possível, 
minimizadas, evitando assim futuras seqüelas. A participação do esteticista nessa patologia 
é crucial, visto que é de responsabilidade dele tratar e orientar o cliente sobre a necessida-
de de disciplina e de cuidados com a higiene.
É preciso incentivar o paciente a dar continuidade aos cuidados diários, pois, embora seja 
uma patologia na maior parte das vezes passageira, suas conseqüências são relevantes. O 
profissional esteticista deve exercitar sua sensibilidade principalmente ao lidar com o pa-
ciente adolescente, acometido por acne num momento tão particular e especial da vida. 
Esse cliente deve ter toda a atenção possível, e cabe ao esteticista mostrar-lhe a impor-
tância de cultivar bons hábitos de saúde e higiene, bem como seguir as orientações do 
médico.
Aliás, a parceria com dermatologista é fundamental e obrigatória, em especial nos períodos 
mais avançados de desenvolvimento da doença. Nesses casos, encaminhar e/ou indicar o 
paciente para profissional da área médica é conduta adequada e ética. No tratamento da 
acne, o profissional de estética deve exercitar a parceria com a área médica e lembrar-se 
de que a “estrela” desse espetáculo, se assim podemos dizer, é o paciente, e é nele que 
temos de nos focar.
Bom trabalho!
CAPÍTULO 8
OBSERVAÇÕES FINAIS

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